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www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006 1 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro ANÁLISE TEXTUAL Coordenação de Ensino Instituto IPB http://www.institutoipb.com.br/ mailto:atendimento@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006 2 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro ANÁLISE TEXTUAL ANÁLISE TEXTUAL http://www.institutoipb.com.br/ mailto:atendimento@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006 3 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro ANÁLISE TEXTUAL SUMÁRIO INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 4 LEITURA DE TEXTO .................................................................................................. 4 OS TÓPICOS DO TEXTO .......................................................................................... 6 ESTRUTURAS DO TEXTO ...................................................................................... 19 Os elementos constitutivos do texto ......................................................................... 19 O texto ...................................................................................................................... 19 A coerência textual ................................................................................................... 21 Os tipos de coerência ............................................................................................... 22 Os níveis de coerência ............................................................................................. 25 A coesão textual ....................................................................................................... 25 As marcas coesivas e a embreagem textual ............................................................ 26 A Pontuação ............................................................................................................. 28 A pontuação e a coesão/coerência do texto ............................................................. 32 Verbos ...................................................................................................................... 33 Da palavra ao texto ................................................................................................... 36 As relações da palavra ............................................................................................. 37 A estrutura do parágrafo ........................................................................................... 39 A argumentação ....................................................................................................... 57 SUGESTÕES DE LEITURA ..................................................................................... 60 REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 60 http://www.institutoipb.com.br/ mailto:atendimento@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006 4 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro ANÁLISE TEXTUAL INTRODUÇÃO Esperamos que você esteja percebendo que nosso objeto central de estudo é o texto. Portanto, é dele que continuaremos falando nesta e nas próximas unidades. Um texto escrito envolve dois aspectos: de um lado, sua produção (construção), de outro, sua leitura e interpretação (recepção). Coerência e coesão relacionam-se a esses dois aspectos: na produção, procuramos elaborar um texto que seja coerente e que tenha coesão; na leitura e interpretação, procuramos trilhar os caminhos percorridos pelo produtor durante a elaboração na tentativa de chegar ao(s) sentido(s) do texto e de identificar as intenções do produtor; dessa forma, esperamos que o texto seja coerente e coeso. Os elementos coesivos (pronomes, advérbios, conjunções etc.) são como pistas que nos auxiliam a estabelecer as ligações entre as partes do texto e que, consequentemente, nos auxiliam a interpretá-lo adequadamente. Além de prestarmos atenção na coerência e na coesão, é importante estarmos atentos à organização do(s) assunto(s) do texto todo e de seus parágrafos. Quando lemos um texto, devemos observar quais os assuntos abordados e como o autor os organizou. Quando escrevemos um texto, devemos saber exatamente de que iremos falar, ou seja, devemos selecionar o assunto central e os demais a ele relacionados. É do assunto do texto, chamado tópico discursivo, que trataremos nesta unidade. Antes, contudo, daremos algumas dicas de como proceder na leitura de um texto. LEITURA DE TEXTO http://www.institutoipb.com.br/ mailto:atendimento@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006 5 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro ANÁLISE TEXTUAL Em sua rotina de estudante, você tem de ler, interpretar, analisar e discutir muitos textos, não é verdade? Como você faz a leitura? Quantas vezes você lê um texto? Para interpretar adequadamente um texto, temos de lê-lo tantas vezes quantas forem necessárias. Um texto bem formula do traz muitas informações relevantes e pertinentes. Se não chegamos a essas informações, é porque não o lemos com a devida atenção. Veja, a seguir, algumas dicas para a leitura. É necessário travarmos um primeiro contato com o texto. Para isso, realizamos uma leitura rápida, que não é interrompida para anotações, reflexões e análise do vocabulário desconhecido. Essa primeira leitura possibilita-nos entrar em contato com o assunto do texto e ter uma visão geral do conjunto. A segunda leitura deve ser bastante atenta. Se forem necessárias, outras leituras poderão ser realizadas a fim de que cheguemos à boa compreensão. Na leitura atenta, podemos adotar alguns procedimentos: buscar compreender o vocabulário utilizado, pesquisando em bons dicionários o significado de palavras que desconhecemos; anotar perguntas suscitadas pelo texto, informações relevantes e reflexões que vamos fazendo no decorrer da leitura; ―desconstruir‖ o texto, buscando os seguintes elementos: partes principais (introdução, desenvolvimento e conclusão), tema, tese defendida (no caso de textos de opinião, dissertações científicas, teses acadêmicas etc.), estraté- gias argumentativas (conjunto de argumentos e provas que os sustentam), significados e sentidos veiculados; estabelecer uma hierarquia dos assuntos abordados, distinguindo o assunto central daqueles secundários, mas a ele vinculados. Procedendo dessa forma, realizamos, no ato da leitura, uma análise que nos possibilita chegar à adequada interpretação das informações contidas no texto. Na próxima seção, estudaremos como se organizam no texto o assunto central e os assuntos secundários. Esse tipo de estudo é importante tanto para a produção como para a interpretação textual. http://www.institutoipb.com.br/ mailto:atendimento@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006 6 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro ANÁLISE TEXTUAL OS TÓPICOS DO TEXTO Utilizamos o termo "tópico". Como o definir? O tópico é o assunto, aquilo de que falamos em um texto. No texto escrito, normalmente se discorre acerca de um assunto central, o tópico central, ao qual se associamtópicos menores, secundários, formando uma hierarquia. Vamos analisar os tópicos (assuntos) do texto seguinte? Mãos à obra! A conquista no século XVIII A concessão de sesmarias no Estuário Amazônico. Introdução do café no Pará. A criação da capitania de São José do Rio Negro. Introdução do boi nos campos do Rio Branco. Em 1709, iniciava-se a concessão de sesmarias no Estuário Amazônico. Os primeiros contemplados foram alguns moradores de Belém, bem como os colonos já estabelecidos e que mais produziam nas tentativas anteriores de colonização. As sesmarias deram origem a numerosas fazendas, cujas ruínas ainda hoje atestam o grau de prosperidade que atingiram. Dentre elas destacaram-se as fazendas Pernambuco, Oriboca, Utinga e Tucunduba, no Rio Guamá, e fazenda Pinheiro, na entrada da Baía de Guarajá. Em todas elas empregava-se o índio e o negro escravos como trabalhadores braçais. Essas fazendas, bem como as aldeias e núcleos de colonização fundados desde o Século XVII pelas Missões Religiosas de Jesuítas, Carmelitas e Franciscanos, desempenharam papel de relevo nesse período. A ação dos missionários foi inicialmente apenas de caráter religioso, dirigindo aldeias e procurando trazer o índio à vida cristã e ao convívio dos portugueses, defendendo-os sempre, tanto quanto o puderam fazer, da obstinação dos lusitanos em escravizá-los. Ve io em seguida a fase econômica de sua influência, quando passaram a procurar recursos, não apenas para as necessidades da catequese, buscando os meios de criar, educar e formar na própria terra os futuros missionários, obra que não poderia fazer-se sem avultados http://www.institutoipb.com.br/ mailto:atendimento@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006 7 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro ANÁLISE TEXTUAL recursos. Gibirié, Ibirajuba e Jaguari, esta última no Rio Moju, foram três das fazendas religiosas que mais se destacaram, todas dotadas de engenho e com extensas plantações de cana e cacau. As ruínas da antiga Fazenda Murutucu, fundada pelos padres Carmelitas, situada em terras hoje pertencentes ao Instituto de Pesquisas Agropecuárias do Norte (IPEAN), e os vestígios de moendas de engenho, fornalhas, canais de irrigação e drenagem, bem como de instalações para o aproveitamento da força hidráulica das marés, são provas evidentes de que essa fazenda, há mais de dois séculos, já desenvolvia uma lavoura canavieira próspera. Em 1726, FRANCISCO DE MELO PALHETA introduziu sementes de café no Pará, trazidas da Guiana Francesa, cuja cultura se disseminou de tal modo que, quinze anos depois, a Comarca de São Luiz, em mensagem encaminhada à Corte, pedia que fosse proibida a entrada de café estrangeiro no reino, para favorecer essa cultura no Maranhão. Dificilmente seria possível prever a importância que o café viria a ter não só para a fixação de colonos na região, nos períodos subsequentes, como mais tarde para o próprio país. A verdade é que em 1748 já existiam no Pará mais de 17.000 cafeeiros e em 1767 "o jesuíta JOÃO DANIEL, missionário no Amazonas, afirmava que as culturas nesta região se iam estendendo, elevando a muitas mil arrobas a exportação do café para a Europa". A Capitania de São José do Rio Negro, fundada em 1755, cujos "limites com os espanhóis iriam até onde fossem as raias dos domínios destes", tornou-se por sua vez o centro de onde partiriam as investidas para a ocupação do interior da Amazônia, através da implantação de novos núcleos no Rio Negro, Médio Amazonas, Solimões e no Rio Javari, onde se procurava incrementar a cultura de gêneros alimentícios e de lavouras comerciais tais como o café, o cacau e o tabaco. Esses núcleos mais tarde transformar-se-iam nas Vilas de Barcelos, Tovar, Moura, Serpa, Silves, Borba, Ega, São Paulo de Olivença e São José do Javari. Segundo ARTUR CEZAR FERREIRA REIS, o censo realizado em toda a Capitania do Rio Negro, no ano de 1790, acusou 12.964 habitantes e as culturas http://www.institutoipb.com.br/ mailto:atendimento@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006 8 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro ANÁLISE TEXTUAL comerciais dentro da jurisdição da mesma capitania alcançavam os seguintes níveis de desenvolvimento. Café............................................220.920 pés Cacau........................................... 90.350 pés Tabaco.......................................... 47.700 pés Em 1776 foi introduzido o boi nos campos do Rio Branco, o que resultou no povoamento daquela imensa área de vocação nitidamente pecuária. A pertinácia em acelerar o ritmo do povoamento em toda a extensão territorial, delineada desde o século anterior, o que só seria possível com novos agrupamentos humanos – sentinelas avançadas de ocupação – forçava permanente diluimento em toda a área do reduzido efetivo nela existente, tornando ainda mais inexpressivo o contingente populacional dos principais centros urbanos. A cidade de Belém, por exemplo, 223 anos depois de sua fundação, ou seja, em 1839, tinha apenas 9.845 habitantes, dos quais 6.613 nacionais livres, 2.439 escravos e 433 estrangeiros. A Cidade de Manaus, em 1865, era habitada por 2.080 pessoas, sendo 844 brancos, 480 pardos, 700 índios e 56 negros. Entre os brancos estavam incluídos 168 estrangeiros. (adaptado de LIMA, 1973, p. 11-13. Disponível em: <http://www. dominiopublico.gov.br/download/texto/me002210.pdf>. Acesso em: 23 jul. 2008.) Após a leitura rápida, realizamos a leitura atenta, na qual levantamos as palavras desconhecidas, cujo significado buscamos em um dicionário. Vamos lá! Talvez as palavras seguintes suscitem algumas dúvidas quanto ao significado. Consultamos, então, o dicionário Aurélio. Consulta ao dicionário Aurélio–––––––––––––––––––––––––– Concessão: ―ato de conceder, permissão, consentimento‖ (FERREIRA, 1999, p. 519). Sesmaria: ―lote de terra inculto ou abandonado, que os reis de Portugal cediam a sesmeiros que se dispunham a cultivá-lo‖ (FERREIRA, 1999, p. 1846). Estuário: ―tipo de foz em que o curso de água se abre mais ou menos largamente‖ (FERREIRA, 1999, p. 846). http://www.institutoipb.com.br/ mailto:atendimento@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006 9 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro ANÁLISE TEXTUAL Baía: ―pequeno golfo, de boca estreita, que se alarga para o interior. [...] Lagoa comunicante com um rio‖ (FERREIRA, 1999, p. 254). Obstinação: ―pertinácia, persistência, tenacidade, perseverança‖ (FERREIRA, 1999, p. 1429). Avultado: volumoso, considerável (FERREIRA, 1999, p. 242). Moenda: ―peça ou conjunto de peças que servem para triturar ou moer; moinho‖ (FERREIRA, 1999, p. 1352). Disseminar: espalhar, difundir, propagar (FERREIRA, 1999, p. 693). Incrementar: ―dar incremento a; desenvolver, aumentar‖ (FERREIRA, 1999, p. 1097). Jurisdição: área territorial dentro da qual se exerce o poder atribuído a uma autoridade para fazer cumprir determinadas leis (FERREIRA, 1999, p. 1169). Sentinela: ―soldado armado que se coloca próximo de um posto para o guardar, para prevenir da aproximação de inimigo, etc.‖ (FERREIRA, 1999, p. 1839). Diluimento: diluição (FERREIRA, 1999, p. 683). Efetivo: ―permanente, estável, fixo‖ (FERREIRA, 1999, p. 720). Contingente: ―eventual, incerto‖ (FERREIRA, 1999, p. 541). –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Após levantamento do vocabulário, podemos passar para a análise do texto. Não verificaremos o tema, a tese defendida e os argumentos que a sustentam porque não se trata de um texto de opinião, ou seja, um texto argumentativo, em que o autor defende uma tese,um ponto de vista, acerca de um tema, como é o caso da dissertação argumentativa, a qual será estudada na sexta unidade. Nesta unidade, abordaremos os tópicos discursivos, isto é, os assuntos tratados em um texto. Depois de uma leitura mais atenta, você consegue dizer exatamente qual é o assunto geral do texto escolhido para análise? http://www.institutoipb.com.br/ mailto:atendimento@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006 10 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro ANÁLISE TEXTUAL Certamente, você ainda não consegue responder com exatidão. Sabe por quê? Porque esse texto é uma seção, ou seja, uma parte, do primeiro capítulo de um texto maior. Portanto, faltam alguns dados importantes. A escolha do texto cujo título é "A conquista no século XVIII" foi proposital, já que ele apresenta algumas peculiaridades interessantes. Em primeiro lugar, trata-se, conforme já mencionamos, de uma seção de capítulo, ou seja, trata-se de um texto inserido em outro maior. Em segundo lugar, pensemos no título. Surge, então, a pergunta: conquista de quê? O autor pecou na apresentação das informações? Você se lembra da importância da informatividade, estudada na segunda unidade, para a qualidade de um texto? informatividade. Ele optou por não mencionar no título de que conquista está falando porque tal informação já foi dada no contexto linguístico mais amplo de que o texto por nós analisado é apenas uma seção. Passemos, então, à observação desse contexto linguístico mais amplo. Observe, no fim do texto que mencionamos, o sobrenome do autor. Em seguida, vá em ―Sites‖, no fim desta unidade (dentro da seção "Referências Bibliográficas"), e verifique o nome completo do autor e o título do texto maior. Observou? Pois bem! O título geral é A conquista da Amazônia: reflexos na segurança nacional. Pronto! Se o título do texto todo é A conquista da Amazônia..., de que conquista se fala na seção do primeiro capítulo intitulada "A conquista no século XVIII"? Obviamente, da Amazônia. Que lição podemos tirar disso? Quando interpretamos um texto, não podemos ater-nos apenas a ele. Para a sua real compreensão, verificamos o título e todo o contexto linguístico maior. Guimarães (2007, p. 50) afirma que, "parte componente e importante da mensagem, o título é um fator estratégico da articulação do texto". Sugerimos que você acesse o site do qual extraímos o texto. Vá até o índice do texto. Você verificará que a estrutura do texto maior é a seguinte: introdução; capítulo I – "Resumo histórico", constituído das seções "A conquista no século http://www.institutoipb.com.br/ mailto:atendimento@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006 11 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro ANÁLISE TEXTUAL XVII", "A conquista no século XVIII", "A conquista no século XIX", "A conquista no século XX"; capítulo II – "A conquista na atualidade"; e capítulo III – "Reflexos da conquista da Amazônia na segurança nacional". mais atenta, observarmos a estrutura do texto? No nosso caso, o texto que estamos analisando é parte de uma estrutura maior, portanto ela deve ser considerada. Em terceiro lugar, observamos que, logo após o título, o autor apresenta algumas informações sob a forma de frases nominais (frases sem verbo): "A concessão das sesmarias no Estuário Amazônico. Introdução do café no Pará. A criação da capitania de São José do Rio Negro. Introdução do boi nos campos do Rio Branco.". Para que ele utiliza esse recurso? Para sintetizar, antes do texto, os fatos históricos de que irá tratar, os quais têm relação com o título. Após o levantamento do vocabulário, a observação atenta do título e do contexto linguístico mais amplo, no qual o texto sob análise se insere, e a leitura atenta do texto em si, estamos em condições de responder à primeira pergunta, que é: "você consegue dizer exatamente qual é o assunto geral do texto?". O assunto geral do texto é a conquista, a colonização e o povoamento da Amazônia no século 18. Denominaremos esse assunto geral supertópico, que é o tópico central que domina todo o texto e ao qual se vinculam os tópicos menores. Precisamos, agora, identificar quais são esses tópicos menores. À primeira vista, temos a impressão de que nem sempre há ligação entre as ideias apresentadas nos parágrafos que compõem o texto, não é verdade? Por exemplo, do primeiro ao quarto parágrafo, fala-se das sesmarias, das fazendas delas originadas e dos missionários, assuntos que se relacionam; mas, no quinto, ocorre a mudança para outro assunto: a introdução do café no Pará. Por que isso ocorre? Isso ocorre porque o texto em tela tem por objetivo apresentar, de maneira muito resumida, os fatos históricos que contribuíram para a conquista da Amazônia no século 18. Portanto, se, por um lado, os tópicos menores nem sempre se inter- relacionam, por outro, eles estão vinculados ao supertópico. http://www.institutoipb.com.br/ mailto:atendimento@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006 12 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro ANÁLISE TEXTUAL Mencionamos há pouco o fato de que o autor apresenta, logo após o título, informações relevantes sob a forma de frases sem verbo. Procedendo assim, ele já nos diz que tais informações são, na verdade, os tópicos relacionados ao tópico central, o qual já identificamos. Vejamos, finalmente, no texto, como se organizam os tópicos menores. Retomemos o tópico central: a conquista, a colonização e o povoamento da Amazônia no século 18. Pela leitura atenta, você pode observar que o texto se divide em duas partes: do primeiro ao nono parágrafo, o autor apresenta, resumidamente, os fatos históricos que contribuíram para a conquista da Amazônia; no décimo parágrafo, ele apresenta as consequências do ritmo acelerado do povoamento da Amazônia. Vejamos quais são esses fatos históricos. Do primeiro ao quarto parágrafo, temos o tópico (assunto) concessão de sesmarias. A ele ligam-se tópicos menores, que chamaremos de subtópicos, quais sejam: fazendas que prosperaram oriundas das sesmarias (1º e 2º parágrafo) e ação dos missionários, ao qual, por sua vez, se ligam dois outros tópicos ainda me- nores: caráter religioso da atuação dos missionários (dirigir aldeias e defender os indígenas) e influência econômica dos missionários (eles possuíam fazendas religiosas que eram destinadas à formação de missionários e eram bastante lucrativas, já que nelas havia engenho de cana e se cultivava cacau). No quinto e no sexto parágrafo, o tópico é introdução do café no Pará por Francisco de Melo Palheta, em 1726. A esse tópico o autor acrescenta um subtópico: dados que atestam a importância do café para a colonização e a prosperidade da região. No sétimo e no oitavo parágrafo, temos o tópico criação da Capitania de São José do Rio Negro (apontada como fundamental para a ocupação do interior da Amazônia). A esse tópico vincula-se um subtópico: o censo de 1790 na região. http://www.institutoipb.com.br/ mailto:atendimento@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006 13 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro ANÁLISE TEXTUAL No nono parágrafo, temos o quarto e último tópico que é apresentado como fato histórico relevante para a conquista: introdução do boi nos campos do Rio Branco (considerada fundamental para o povoamento da região). Finalmente, no décimo parágrafo, temos o tópico consequência do acelerado povoamento da Amazônia. Registra-se como consequência a diminuição da população dos principais centros urbanos (exemplossão Belém e Manaus). Podemos observar que há uma estrutura hierárquica de tópicos, na qual tópicos menores se vinculam a tópicos maiores. Essa hierarquia pode ser visualizada no seguinte esquema: Podemos sintetizar, pela nossa análise, as ideias centrais do texto. Vejamos: Ideias centrais do texto analisado A conquista da Amazônia no século 18 está associada a quatro fatos históricos. O primeiro é a concessão de sesmarias, das quais se originaram algumas fazendas prósperas, a moradores de Belém e a colonos. Os outros três http://www.institutoipb.com.br/ mailto:atendimento@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006 14 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro ANÁLISE TEXTUAL fatos históricos que muito contribuíram para o povoamento do interior da Amazônia e para a prosperidade de algumas de suas regiões são: a introdução do café no Pará em 1726, por Francisco de Melo Palheta, a criação da Capitania de São José do Rio Negro e a introdução do boi nos campos do Rio branco. A consequência do ritmo acelerado do povoamento da Amazônia foi a diminuição da população dos principais centros urbanos, como Belém e Manaus. Você percebeu que, por meio da análise da organização dos tópicos, interpretamos o texto e, até, tivemos condições de produzir um novo texto? Essa síntese que acabamos de fazer é um resumo do texto "A conquista no século XVIII". Falaremos novamente de resumo na última unidade. A seguir, estudaremos a estrutura do parágrafo. O TÓPICO E A ESTRUTURA DO PARÁGRAFO O texto que acabamos de analisar na seção 6 desta unidade está organizado em parágrafos. Como os identificamos? O parágrafo é típico de texto escrito. Inicia-se com um afastamento em relação à margem esquerda da folha e termina com um ponto. Como o definir? Leia uma definição: O parágrafo é uma unidade de composição constituída por um ou mais de um período, em que se desenvolve determinada ideia central ou nuclear, a que se agregam outras, secundárias, intimamente relacionadas pelo sentido e logicamente decorrentes dela (GARCIA, 1996, p. 203). Vemos, com o autor, que, assim como no texto, no parágrafo (que é parte do texto constituída de períodos) apresentamos uma ideia central à qual se relacionam outras secundárias. Essa ideia central é o que Abreu (2002) denomina tópico do parágrafo e é expressa em uma frase, que Soares e Campos (2004) denominam frase-núcleo. Leia outra definição: Um parágrafo é uma unidade de composição escrita sobre um determinado assunto, que é elaborada a fim de atingir um determinado objetivo. Essa unidade é http://www.institutoipb.com.br/ mailto:atendimento@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006 15 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro ANÁLISE TEXTUAL estruturada por meio de um conjunto de orações e apresenta, normalmente, três partes: introdução, desenvolvimento e conclusão (MOYSÉS, 2005, p. 137). Uma informação relevante presente nessa definição é que o parágrafo, assim como o texto, pode apresentar introdução, desenvolvimento e conclusão. Entretanto, como lembra o autor, pode ocorrer apenas introdução e desenvolvimento ou apenas desenvolvimento e conclusão. Existem parágrafos de descrição, de narração e de dissertação. Trataremos deste último. Em um parágrafo dissertativo, podemos desenvolver o tópico, normalmente apresentado na introdução, por meio de apresentação de argumentos que sustentem um ponto de vista ou, segundo Soares e Campos (2004), por enumeração, explicitação (conceituação, definição, exemplificação etc.), ordenação por tempo ou por espaço, comparação, relação causa-consequência etc. A coesão e a coerência estão relacionadas não só à organização dos sentidos do texto, mas também à organização interna dos parágrafos. Em um parágrafo coerente, deve ficar claro aquilo de que se fala. Para isso, as ideias apresentadas devem estar em harmonia. Garcia (1996) menciona a importância de dois elementos na boa construção do parágrafo: a coerência e a unidade. Por unidade o autor compreende a apresentação de uma ideia de cada vez, omitindo-se o que não é relevante ou o que não se relaciona com a ideia central. Soares e Campos (2004) lembram que, para a produção de um bom parágrafo, devemos seguir as seguintes etapas: escolher o assunto, que será o tópico do parágrafo (a frase-núcleo); delimitar o assunto, ou seja, restringi-lo por meio da escolha da forma como iremos desenvolvê-lo (argumentação, enumeração, explicitação etc.); fixar o objetivo, isto é, determinar a finalidade do desenvolvimento do assunto escolhido; elaborar o parágrafo: formular a frase-núcleo (geralmente, mas não necessariamente, na introdução), o desenvolvimento e a conclusão. http://www.institutoipb.com.br/ mailto:atendimento@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006 16 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro ANÁLISE TEXTUAL Apresentadas essas questões teóricas, passemos à análise de um parágrafo bastante simples. Impressiona, nas aranhas, a diversidade dos modos de vida. Scaptosa raptoria, uma tarântula frequente em nossos jardins, captura insetos que passem perto dela, ou toquem, por um bote rápido acompanhado de flexão de patas e mordidas (Ades, 1969); já a aranha "cuspideira" Scytodes lingipes, quando detecta a presa, sobre ela projeta, por uma abertura de quelícera, uma substância viscosa que a prende ao substrato (Nentwig, 1985); Dinopis longipes estica os fios de uma rede que se segura nas patas dianteiras para apanhar formigas (Robinson e Robinson, 1971) etc. (ADES, 1989, p. 17). Qual é o assunto do parágrafo? O assunto, ou seja, o tópico do parágrafo, é a diversidade dos modos de vida das aranhas. Como o autor delimita o assunto? Ele enumera alguns tipos de aranha, explicando como elas se comportam na captura do alimento. Qual o objetivo do autor? Ele pretende comprovar, pela enumeração de tipos de aranha, que há diversidade nos modos de vida delas. Como o autor estrutura o parágrafo? A frase-núcleo "impressiona, nas aranhas, a diversidade dos modos de vida" equivale à introdução. O restante do parágrafo compreende o desenvolvimento, no qual o autor utiliza o recurso da enumeração, apresentando alguns tipos de aranha e suas formas de capturar alimento. Não há conclusão. Lembre-se de que dissemos que não é obrigatória a presença das três partes: introdução, desenvolvimento e conclusão. O tópico do parágrafo é, portanto, a diversidade dos modos de vida das aranhas e os tópicos secundários compreendem os três tipos de aranha apresentados. Analisemos outro parágrafo: É por este aspecto que se pode considerar a educação como uma das condições para a unidade de uma cultura em processo de diversificação ou florescimento. O desenvolvimento das culturas se operando por um processo de diferenciação progressiva, a sua unidade será tanto maior quanto mais conscientes forem essas diversificações. Ora, a educação, entendida em sua forma mais http://www.institutoipb.com.br/ mailto:atendimento@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006 17 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro ANÁLISE TEXTUAL especializada de educação escolar, é o meio de torná-las conscientes e, por este modo, lhes dar coesão e integração. Não esqueçamos, porém, que as culturas só começam verdadeiramente a diferenciar-se, isto é, a se enriquecer, depois que se fazem conscientes e somente se fazem conscientes depois do desenvolvimento intelectual da humanidade, proveniente de sua maior educação. Logo, a educação é também umdos instrumentos de diversificação cultural e já agora podeis ver as razões de minha reserva ao modo pelo qual foi formulado o tema de minha palestra – educação e unidade nacional. Preferiria formulá-lo – educação e diversidade nacional (TEIXEIRA, 1956, p. 4-5. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/ download/texto/me001582.pdf>. Acesso em: 27 jul. 2008). Esse é um parágrafo mais complexo que o anterior. O assunto, ou tópico, é a educação como forma de promover a unidade de uma cultura em fase de diversificação ou florescimento. Trata-se de uma tese que o autor defende, portanto ele desenvolve o parágrafo por meio da exposição de argumentos baseados no raciocínio lógico. Curioso é que, se formos ao texto--fonte e lermos os parágrafos que antecedem este que estamos analisando, entenderemos por que, no fim, o autor diz que a educação promove a unidade: é a educação que torna consciente a diversidade, que é condição para uma cultura em desenvolvimento, e é essa conscientização que integra as diversificações. A frase-núcleo é "a educação como uma das condições para a unidade de uma cultura em processo de diversificação ou florescimento" e está contida na introdução, que vai de "É por este aspecto" até "diversificação ou florescimento". O objetivo do autor é defender a tese de que a educação pode promover a unidade de uma cultura em vias de diversificação. O desenvolvimento do parágrafo vai de "O desenvolvimento das culturas se operando" até "de sua maior educação" e é organizado por meio de apresentação de argumentos que sustentam a tese defendida. A argumentação, por sua vez, é construída por meio do encadeamento de raciocínios lógicos: http://www.institutoipb.com.br/ mailto:atendimento@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006 18 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro ANÁLISE TEXTUAL se o desenvolvimento de uma cultura se dá pela diversificação, a unidade dessa cultura é garantida pela conscientização de que há nela diversificação; a educação é capaz de tornar consciente a diversidade, portanto é capaz de promover a unidade da cultura; uma cultura somente começa a diversificar-se quando se torna consciente, o que decorre do desenvolvimento intelectual da humanidade, que, por sua vez, provém da educação, portanto a educação é também fator de diversidade cultural e, consequentemente, da unidade de uma cultura, e é essa capacidade de a educação atuar como instrumento de diversificação cultural que leva o autor a concluir que o tema de sua palestra deveria ser "educação e diversidade nacional". A conclusão, que explicitamos no item c anterior, vai de "Logo, a educação" até o fim do parágrafo. Vejamos outro parágrafo do mesmo autor: Não podemos continuar a crescer do modo por que vamos crescendo, porque isto não é crescer, mas dissolver-nos. Precisamos voltar à ideia de que há passos e etapas, cronologicamente inevitáveis, para qualquer progresso. Assim é que não podemos fazer escolas sem professores, seja lá qual for o nível das mesmas, e, muito menos, ante a falta de professores, improvisar, sem recorrer a elementos de um outro meio, escolas para o preparo de tais professores. Depois, não podemos fazer escolas sem livros. E tudo isto estamos fazendo, invertendo, de modo singular, a marcha natural das coisas. Como não temos escolas secundárias, por nos faltarem professores, multiplicamos as faculdades de filosofia, para as quais, como é evidente, ainda será mais frisante a falta de professores capazes. Se não podemos fazer o menos, como havemos de tentar o mais? Para restabelecer o domínio deste elementar bom-senso, em momento como o atual, em que a complexidade das mudanças impede e perturba a visão, são necessários estudos cuidadosos e impessoais (TEIXEIRA, 1956, p. XVII. Disponível em: <http://www. dominiopublico.gov.br/download/texto/me001582.pdf>. Acesso em: 27 jul. 2008). O parágrafo anterior a esse que vamos analisar é: "Teremos, pois, de dar início a um movimento de reverificação e reavaliação de nossos esforços em http://www.institutoipb.com.br/ mailto:atendimento@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006 19 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro ANÁLISE TEXTUAL educação". Portanto, fica claro que o assunto é a impossibilidade de crescimento da educação da forma como ocorria no Brasil nos anos de 1950, ou seja, sem se cumprir as etapas necessárias. A frase núcleo é "Não podemos continuar a crescer do modo por que vamos crescendo, porque isto não é crescer, mas dissolver-nos", que se insere na introdução: "Não podemos continuar a crescer do modo por que vamos crescendo, porque isto não é crescer, mas dissolver-nos. Precisamos voltar à ideia de que há passos e etapas, cronologicamente inevitáveis, para qualquer progresso.". O objetivo do autor é defender a tese de que é impossível crescer em educação da forma como esse crescimento ocorria no Brasil nos anos de 1950, ou seja, sem o cumprimento das etapas necessárias. O desenvolvimento do parágrafo vai de "Assim é..." até "a falta de professores capazes". O autor apresenta dois argumentos que sustentam sua tese, evidenciando um crescimento desorganizado da educação no país: primeiro argumento: não se fazem escolas, seja de que nível for, sem professores e, não havendo professores especializados, não se improvisa com professores sem habilitação, mas é isto justamente o que estava sendo feito; segundo argumento: não se fazem escolas sem livros, mas faziam-se escolas nessas condições. Na conclusão, que vai de "Se não podemos fazer o menos" até "e impessoais", o autor apresenta uma solução para o problema do crescimento educacional desorganizado: a realização de estudos cuidadosos e impessoais. ESTRUTURAS DO TEXTO Os elementos constitutivos do texto O texto Um texto não é um aglomerado de frases. Todo texto contém uma declaração ou pronunciamento que faz parte de um contexto maior, mais amplo. O texto é um tecido, uma estrutura constituída de tal modo que as frases não têm significado autônomo: num texto, o sentido de uma frase é dado pela correlação http://www.institutoipb.com.br/ mailto:atendimento@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006 20 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro ANÁLISE TEXTUAL que mantém com as demais. Nesse aspecto, um texto é um fato de contexto (exemplo 1). Além disso, por trás de cada texto existe o pronunciamento de quem o produz. O autor de um texto não consegue emiti-lo imparcialmente, pois carrega consigo um conhecimento de mundo, um ponto de vista construído ao longo de sua vida. Nesse aspecto, um texto é um fato social (exemplo 2). Nas relações sociais, o contexto é marcado pelo momento presente em que o texto é proferido. Esse momento transforma-se em passado, ou projeta-se para o futuro. O que escrevemos/falamos hoje provavelmente não seria compreendido na época do descobrimento do Brasil e provavelmente não será compreendido no ano 2.500. Para compreendermos textos de 1.500, precisamos estudá-lo. Nesse aspecto, um texto é um fato histórico (exemplo 3). Exemplo 1: EMENTA – Os tipos de texto. Os gêneros textuais. Os modos de organização do discurso. Texto como processo de apreensão da realidade. Texto e discurso. O ato discursivo: processos de discursivização. Operações linguísticas. Textualidade. Análise de diferentes tipos de texto e gêneros textuais. Aplicação no ensino de língua materna. Exemplo 2: ―A sintaxe é uma questão de uso, não de princípios. Escrever bem, é escrever claro, não necessariamente correto. Por exemplo: dizer ‗escrever claro‘não é certo, mas é claro.‖ (O Gigolô das palavras, de Luís Fernando Veríssimo). Exemplo 3: ―Governo Lula criou 34 estatais em 33 meses‖ (O Globo, 25/09/05). Um texto se constitui através de elementos textualizadores, formando estratégias: http://www.institutoipb.com.br/ mailto:atendimento@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006 21 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro ANÁLISE TEXTUAL • estratégia de referenciação – elementos que apontam para referências/objetos dentro e fora do texto, são os que estabelecem a coesão textual; • estratégia de formulação e reformulação – escolha de estruturas e seleção de vocabulários, a maneira de dizer (formulação), a retomada, a repetição, para fixação das informações (reformulação). Esta estratégia também colabora na coesão textual; • estratégia de organização da informação – uso de elementos como o dado (informação já conhecida), que visam à sensibilização do receptor, e o novo (informação nova apresentada no texto), que tornam o texto instigante. Desta forma, o texto não será óbvio e chato, nem totalmente incompreendido; • estratégia de ―balanceamento‖ (―embreagem‖) – estabelecem as relações entre as partes envolvidas no texto; o que está expresso é tido como conhecimento prévio que, pressupõe-se, são compartilhados tanto pelo emissor, quanto pelo receptor. Esta estratégia colabora para a coerência textual. A coerência textual As relações sociais, a história e o contexto colaboram na formação do texto, mas não são os únicos elementos que determinam o seu entendimento. O conhecimento de mundo, por exemplo, é um dos principais elementos que fará com que o texto assuma um sentido, ou outro. Observe a frase: (1) chocolate meio amargo. Nela, percebemos que meio tem um sentido de ―não totalmente, um tanto, um pouco‖. Já em (2) arranjou um meio de dizer não. (3) Frequentava o meio literário, mas não saía do meio familiar. sabemos que , no caso (2), o sentido de meio é ―modo/maneira‖ e que em (3) o significado é de ―grupo social‖. Se por acaso atribuirmos o sentido (3) – grupo social – na declaração (1), estaremos provocando um ruído na comunicação e a http://www.institutoipb.com.br/ mailto:atendimento@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006 22 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro ANÁLISE TEXTUAL expressão ―chocolate meio amargo‖ não fará o menor sentido. Por isso, diz-se que o sentido não está no texto, mas se constrói a partir dele. Um texto ambíguo (quando a ambiguidade não é intencional), ou quando fora de contexto, poderá causar ruído na comunicação e o texto não terá um sentido lógico, ou seja, não será coerente. Os tipos de coerência A coerência, ou a falta dela, pode se dar em dois níveis básicos: o interno e o externo. Observe: (4) texto Observando uma marcha de protesto do 10º andar. ―O espetáculo era empolgante. Da janela se podia ver a multidão embaixo. Tudo parecia extremamente pequeno, mas dava para ver as roupas coloridas. Todos pareciam estar indo na mesma direção, com muita ordem, e parecia haver tanto crianças como adultos. A aterrissagem foi suave e afortunadamente a atmosfera era tal que não havia necessidade de utilizar os trajes espaciais. No início, havia muita atividade. Mais tarde, quando os discursos começaram, a multidão foi se aquietando. O homem com a câmara de televisão filmou muitas cenas do lugar e da multidão. Todos estavam muito tranquilos e pareciam contentes quando a música começou.‖ (em KLEIMAN, A. Texto e Leitor: aspectos cognitivos da leitura) Com base no título, um período no parágrafo causa estranhamento. Pois se o texto trata de uma marcha, o trecho A aterrissagem foi suave e afortunadamente a atmosfera era tal que não havia necessidade de utilizar os trajes espaciais não cabe no contexto, provocando um problema de coerência. Porém, é uma incoerência interna ao texto, pois a sequência de frases está em harmonia e somente o trecho destacado é que fugiu da sequência lógica. A incoerência seria desfeita se o título fosse, por exemplo, ―Viagem espacial a um planeta habitado‖. Esse tipo de incoerência acontece muito frequentemente na relação causa consequência, quando a estrutura lógica não se confirma. Quando dizemos ―todo http://www.institutoipb.com.br/ mailto:atendimento@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006 23 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro ANÁLISE TEXTUAL pássaro tem asas e voa. O avião tem asas e voa. Logo, o avião é um pássaro‖, sabemos que está incoerente porque há outros motivos que fazem o avião voar que não apenas as asas. Trata-se de um problema de coerência interna, porque o argumento lógico é falso, e externa, porque o conhecimento de mundo do leitor permite que ele detecte a incoerência. Observemos agora o texto (5), que demonstra outro tipo de incoerência: (5) Texto ―A vaguidão específica‖ (Millôr Fernandes) ―— Maria, ponha isso lá fora em qualquer parte. — Junto com as outras? — Não ponha junto com as outras, não. Senão poder vir alguém e querer fazer qualquer coisa com elas. Ponha no lugar do outro dia. — Sim senhora. Olha, o homem está aí. — Aquele de quando choveu? — Não, o que a senhora foi lá e falou com ele no domingo. — Que é que você disse a ela? — Eu disse para ele continuar. — Ele já começou? — Acho que já. Eu disse que podia principar por onde quisesse. — É bom? — Mais ou menos. O outro parece mais capaz. — Você trouxe tudo pra cima? — Não senhora, só trouxe as coisas. O resto não trouxe porque a senhora recomendou para deixar lá até a véspera. — Mas traga. Na ocasião, nós descemos tudo de novo. É melhor senão atravanca a entrada e ele reclama como na outra noite. — Está bem, vou ver como.‖ Temos aí um caso de incoerência externa, ou seja, ao lermos (ou ouvirmos) o diálogo acima não conseguimos entender o que se quer dizer. Porém, internamente, o texto está perfeitamente coerente, pois os dois interlocutores http://www.institutoipb.com.br/ mailto:atendimento@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006 24 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro ANÁLISE TEXTUAL compartilham de uma linguagem familiar e os objetos referidos no texto fazem parte do universo das duas pessoas envolvidas no diálogo. O contexto, então, determina os níveis de coerência. Embora estruturas inteiras pareçam coerentes, muitas vezes não são, pois faltam elementos que as estabeleçam. Observemos a redação em (6): (6) uma redação de vestibular sobre o tema ―A adolescência e seus percalços‖. ―O adolescente sofre muito quando mora com os pais, pois são obrigados a obedecer a regras com as quais nem sempre concorda. Sua liberdade é cerceada e sua voz não é ouvida. O adolescente deve procurar trabalho cedo, para se libertar da dominação dos pais. É muito difícil para o adolescente encontrar um emprego. Como não tem experiência, os empregadores não o aceitam e, sendo assim, ele continua sem experiência, formando uma bola de neve que parece não ter fim. Com a crise no país, os empregadores também não querem arriscar suas empresas na mão de adolescentes, visto que há um grande número de profissionais experientes e desempregados. Quando o adolescente sai de casa em busca de sua independência e encontra dificuldades para arranjar emprego, acaba voltando para casa de seus pais, passando pela humilhação de ter fracassado. A sensação de incompetência é o maior motivo do sofrimento dos adolescentes.‖ Notamos quea estrutura do texto é boa, pois o tema parece compatível com a redação como um todo. A repetição (reformulação) da palavra ―adolescente‖ faz o texto parecer coerente. Porém, se observarmos mais atentamente, perceberemos que a redação já começa com um ruído, o desvio do tema. Embora possamos utilizar o termo adolescente para falar de adolescência, falar dos problemas do adolescente é diferente de falar dos problemas da adolescência e, então, o conteúdo ficou vago. Outro problema no texto (6) é que cada parágrafo fala de um tema diferente: o primeiro, sobre a falta de liberdade do adolescente; o segundo, da http://www.institutoipb.com.br/ mailto:atendimento@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006 25 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro ANÁLISE TEXTUAL crise e da falta de oportunidade para os adolescentes; o terceiro, dos transtornos psicológicos relacionados à volta do adolescente à casa dos pais. O problema da fuga do tema exige uma remodelação do texto, mas o da coerência poderia ser solucionado se o emissor lançasse mão de elementos coesivos, ou seja, de elementos que ligassem os parágrafos, dando-lhes sentido. Bastava iniciar o segundo parágrafo com ―Na tentativa de se libertar da dominação familiar, o adolescente sai de casa em busca de trabalho.‖ e a coerência estaria estabelecida, pois a frase no início reformula a necessidade de liberdade e de dominação, além de já apontar para o último parágrafo, que poderia ter seu trecho inicial alterado para: ―Por essas razões, o adolescente acaba voltando...‖. Aqui, a expressão ―por essas razões‖ nos diz que os motivos do retorno do adolescente ao lar foram os fatos expostos no parágrafo anterior. ―Por essas razões‖ é uma das marcas coesivas que amarrará a coerência no texto. Os níveis de coerência Existem dois níveis elementares de coerência: (a) a coerência local, interna, no nível da frase, do parágrafo, geralmente gerado pela regência (verbal ou nominal), concordância sintática (na combinação das palavras na frase, das frases no parágrafo), ou na concordância semântica (sentido); e (b) a coerência global, ou seja, o texto como um todo (a combinação dos parágrafos no texto, do texto com outros textos, com aquilo que é esperado que ele transmita). O desvio do tema no texto (6) é um problema de coerência global. A incoerência na estrutura dos parágrafos é um problema de coerência local. O conjunto de incoerência local forma uma incoerência global. A coesão textual A coesão textual é o fenômeno que diz respeito ao modo como os elementos linguísticos presentes no texto se interligam, formando sequências transportadoras de sentidos. A coesão se refere aos elementos que estão no interior do texto e que o definem como um texto. http://www.institutoipb.com.br/ mailto:atendimento@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006 26 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro ANÁLISE TEXTUAL As marcas coesivas e a embreagem textual Um texto é, o tempo todo, composto de palavras e expressões que substituem os elementos anteriores, de forma a tornar a sua compreensão mais dinâmica. Para tanto, operamos associações de sentido com uma rapidez que sequer percebemos. Ao iniciarmos uma estória de contos de fada, observamos: (7) ―era uma vez uma princesa que sofria muito na mão de sua madrasta má. Um dia, porque sua madrasta tinha medo de não ser a mais bela mulher do reino, a princesa foi levada pelo carrasco, incumbido de matá-la.‖ Nesse trecho, percebemos uma estrutura coesiva bem elaborada: primeiro, quando ainda não sabíamos de que se tratava da estória de uma princesa, a princesa foi apresentada com o pronome indefinido (uma princesa). Na segunda vez que foi citada, a princesa já era conhecida, sabíamos de qual princesa se falava, por isso usou-se o pronome definido (a princesa) para se referir a ela. Na terceira vez, a própria palavra princesa foi substituída por um pronome átono (matá-la). Aqui, o pronome átono faz uma remissão, ou seja, remete a um termo já citado (a princesa). Os pronomes pessoais sempre formam uma cadeia coesiva, pois sempre entram no texto em substituição a um nome. Os pronomes pessoais fazem referência a um termo já citado (anáfora), mas existem pronomes, como os demonstrativos, que podem se referir a algo que será ainda citado (catáfora). Observe: (8) O professor começou a aula no horário. Ele é rigoroso com horário. (9) Estes são os principais elementos: a anáfora e a catáfora. em (8), o pronome pessoal ele substitui o termo já citado: o professor. Em (9), o pronome demonstrativo estes nos remete aos termos que serão citados: a anáfora e a catáfora. Um texto é, pois, composto dessas marcas que substituem e apontam para outros termos, lugares, sentidos. Essas marcas coesivas, quando http://www.institutoipb.com.br/ mailto:atendimento@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006 27 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro ANÁLISE TEXTUAL bem estruturadas, são um rico recurso argumentativo. O seu mau uso, no entanto, pode provocar incoerência tanto no nível local, quanto global. As conjunções e outras referências textuais como recurso argumentativo Os pronomes são fortes marcas coesivas. As conjunções são outra fonte de estruturação coesiva. Pronomes e conjunções são recursos argumentativos decisivos na formação dos sentidos. Vejamos: (10) Choveu, e não saí. (11) Choveu, mas não saí. A princípio, parece que as duas declarações (10 e 11) querem dizer o mesmo, quando na verdade dizem coisas bem diferentes. Em ambas havia um acordo de que se deveria sair. Porém, em (10), a chuva foi o motivo do não cumprimento do acordo, porque a chuva não estava prevista; em (11), a chuva já era prevista, e esta previsão está explícita no argumento ―mas‖, que afirma o não cumprimento do acordo como uma infração. As preposições e locuções prepositivas são também fortes marcas coesivas. Na verdade, pode-se lançar mão de marcadores coesivos, em muitos elementos sintáticos, para a estruturação do argumento. Faremos o levantamento dos elementos coesivos no texto abaixo: (12) Os urubus (trecho do texto ―Os urubus e sabiás‖, de Rubem Alves, apud A coesão textual, de Ingedore Koch) ―Tudo1 aconteceu numa terra distante, no tempo em que os bichos falavam... Os urubus, aves por natureza becadas, mas2 sem grandes dotes para o canto, decidiram que, mesmo2 contra a natureza, eles3 haveriam de se tornar grandes cantores. E para4 isto5 fundaram escolas e importaram professores, gargarejaram dó-ré-mi-fá, mandaram imprimir diplomas, e fizeram competições entre si, para4 ver quais deles3 seriam os mais importantes e teriam a permissão de http://www.institutoipb.com.br/ mailto:atendimento@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006 28 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro ANÁLISE TEXTUAL mandar nos outros3. Foi assim que6 eles3 organizaram concursos e se deram nomes pomposos, e o sonho de cada urubuzinho, instrutor em início de carreira, era se tornar um respeitável urubu titular, a quem todos chamavam por Vossa Excelência. (...)‖ 1 Tudo – refere-se ao relato que se inicia (referência catafórica); como ainda não sabemos o que virá, o pronome, indefinido, aponta para o que virá, estimulando a leitura do restante do texto. 2 mas, mesmo – introduzem oposição/contraste. O mas faz opor a falta de dote em catar ao fato de serem aves becadas; mesmo estabelece a contradição às leis da natureza. 3 eles, quais deles,outros e eles – referem-se a urubus (referências anafóricas); 4 para – indica finalidade, a meta que pretendiam alcançar. 5 isto – refere-se à declaração anterior, ou seja, substitui ―a decisão de tornarem-se grandes cantores‖ (referência anafórica); 6 foi assim que – indica a consequência, o resultado do esforço dos urubus. Os elementos enumerados acima, apesar de imbricados, passam pela mente e raciocínio do receptor, sem que se dê conta de sua complexidade. A boa elaboração do texto envolve suas marcas coesivas, que permitem uma maciez na interação emissor-receptor. Por isso, essa preocupação com o tecido textual é chamada, analogicamente, de embreagem (ou calibragem). A concisão, a pontuação, o aspecto verbal são marcadores coesivos da embreagem textual que determinarão as limitações ou ampliações de sentido. A Pontuação A pontuação é um dos mais sofisticados marcadores de coesão, que serve de forte instrumento numa estrutura argumentativa, pois permite inúmeras opções http://www.institutoipb.com.br/ mailto:atendimento@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006 29 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro ANÁLISE TEXTUAL na embreagem textual. Com a pontuação, podemos tornar o texto mais conciso, ou mais prolixo; podemos mudar o sentido de um termo com uma simples vírgula. Veremos a seguir o uso padrão da pontuação. Regras, usos e curiosidades A vírgula A vírgula é utilizada para: APLICAÇÃ EXEMPLO Separar enumerações e termos O pai, a mãe e o filho saíram. Separar orações independentes entre si Vim do sul, trabalhei anos, voltei para casa. Separar orações subordinadas deslocadas (inversões) Se tiver dinheiro, irei ao cinema. Separar orações reduzidas Terminada a aula, os alunos saíram. Separar orações intercaladas O jogo, disse o técnico, é difícil. Separar orações explicativas O homem, que é um ser mortal, tem a alma imortal. Separar vocativos e apostos explicativos 1) Paulo, um amigo meu, viajou ontem para a Europa. 2) Paulo, venha cá! Separar adjuntos adverbiais deslocados 1) Durante o recreio, ele saiu. 2) Ele, durante o recreio, saiu. Separar conjunções deslocadas ou depois de ponto-e-vírgula (;) 1) Estudou muito; não foi, entretanto, aprovado. 2) Estudou muito; logo, será aprovado.. Marcar elipse do verbo Gostas de cinema e eu, de teatro (gosto) http://www.institutoipb.com.br/ mailto:atendimento@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006 30 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro ANÁLISE TEXTUAL Marcar a conjunção ―e‖ quando não é aditiva 1) Estudou bastante, e não foi aprovado (= mas – adversativo). 2) Andou, correu, e alcançou o seu objetivo (= logo – consequência) 3) Chegou, e viu, e lutou, e venceu (repetição enfática) Separar partículas de realce Dinheiro, todos precisam dele. Separar topônimos nas datas Rio de Janeiro, 25/03/02. Os demais sinais de pontuação Ponto-final (.) – utilizado em abreviaturas e para encerrar um período. Num parágrafo, pode haver mais de um ponto-final. Já vimos um. Agora dois. Ponto-parágrafo (.) – encerra parágrafo. Não é fácil, na verdade, utilizar bem os sinais de pontuação. Na verdade, são muitas regras. Decorá-las parece complicado e entendê-las, mais difícil ainda. No entanto, vale o esforço. Se soubermos pontuar corretamente, facilitamos a leitura, levamos o leitor a ler conforme imaginamos o texto. Ponto-e-vírgula (;) – é uma pausa maior do que a vírgula e menor do que o ponto-final, uma vez que não encerra período. Emprega-se geralmente em orações coordenadas que, por apresentarem unidade de sentido ou aspectos em comum, convém deixar no mesmo período. Na língua escrita, é o leitor; na linguagem falada, o ouvinte. Dois-pontos (:) – usados nos seguintes casos: a) antes de uma citação Estava escrito: ―girar o botão para a direita‖. http://www.institutoipb.com.br/ mailto:atendimento@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006 31 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro ANÁLISE TEXTUAL b) para indicar uma enumeração Vários são os autores estudados: Machado, Alencar, Drummond e tantos outros. c) antes de esclarecimento/explicação Fez tudo conforme o combinado: saiu às sete horas, comprou o necessário e, às dez, chegava à casa. d) para introduzir uma pergunta ou resposta Perguntei-lhe: ―— Sabes andar?‖. O moço respondeu: ―Nunca pude fazê-lo‖. Ponto-de-interrogação (?) – é empregado no fim de interrogativas diretas (cuidado: não há ponto-de-interrogação em interrogativas indiretas) Quem fez a redação? (mas: ele perguntou quem tinha feito a redação.) Eram os deuses astronautas? Ponto-de-exclamação (!) – emprega-se depois de interjeições ou de frases que exprimem espanto, admiração, entusiasmo, ironia, ordem, chamamento, dor, alegria... Você chegou! Que surpresa! Manuel! Vem cá! Reticências (...) – emprega-se quando queremos demonstrar que o pensamento foi interrompido, que houve uma suspensão de sentido, deixando o final em aberto para que o receptor conclua por si. Ah, se essas paredes falassem... Travessão (—) – num diálogo, indica a introdução da fala de cada personagem, alternando os turnos. Num texto em prosa, serve para enfatizar uma palavra, frase ou expressão, para fazer uma descrição, substituindo a vírgula ou um parêntese numa escala hierárquica. — E aí, casou? — Ainda não. Talvez pro final do ano. http://www.institutoipb.com.br/ mailto:atendimento@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006 32 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro ANÁLISE TEXTUAL ―Uma palavra — liberdade — escraviza muita gente‖. (Machado de Assis) Parênteses (()) – emprega-se para destaque de palavra, frase, oração ou período que têm caráter explicativo-intercalativo e que é geralmente pronunciada em tom mais baixo e mais rápido, em situação de aparte. ―Um dia (que linda manhã fazia!) ela saiu a passear‖. (Joaquim Antônio de Macedo) Aspas (― ‖) – emprega-se nos seguintes casos: a) para destacar uma citação textual (intertextualidade direta) Um dia eu soube que ―tinha uma pedra no meio do caminho‖, mas descobri tarde demais. b) para realçar uma palavra ou expressão ―Querer é poder‖ deve ser o nosso lema. c) para indicar ironia, destacar expressões estrangeiras, arcaicas ou gíria O ―humor‖ de Machado de Assis. / O professor elogiou a ―sapientia‖ do aluno. / Foi uma verdadeira ―curtição‖. A pontuação e a coesão/coerência do texto A pontuação pode estabelecer a coerência, ou incoerência, textual. O uso de uma vírgula em lugar errado pode alterar completamente o sentido daquilo que se está tentando transmitir. Observe: (13) Este presente é para meu neto, não para minha neta. (14) Este presente é para meu neto não, para minha neta. A mudança de posição da vírgula fez com que o presente, na declaração (13), fosse para o neto e, na declaração (14), para a neta. Em ambos os casos, porém, não ocorreu a falta de coerência, apenas o sentido foi modificado. Há casos em que o uso da vírgula prejudica completamente o sentido, como em (15) Este presente é para, meu neto não, para, minha neta. http://www.institutoipb.com.br/ mailto:atendimento@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006 33 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro ANÁLISE TEXTUAL onde não conseguimos saber exatamente paraquem é o presente. A pontuação é capaz de sutilezas imperceptíveis à primeira vista, mas fundamental na análise dos sentidos: (16) As cadeiras que têm braços são mais confortáveis. (17) As cadeiras, que têm braço, são mais confortáveis. Em (16), fica claro que há cadeiras com e sem braço, e que as cadeiras com braço são mais confortáveis (o que nos leva a pensar que as sem braço não são tão confortáveis). Já em (17), há cadeiras e outros assentos (por exemplo, bancos), e que as cadeiras, todas, têm braços e são mais confortáveis que os demais assentos. O que marca a diferença dos sentidos entre (16) e (17) é a vírgula. O mau uso da pontuação tem sido um problema na maioria dos textos dissertativosargumentativos. Verbos Assim como acontece com a pontuação, o bom uso do verbo também serve de argumento e marcador coesivo. O modo indicativo http://www.institutoipb.com.br/ mailto:atendimento@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006 34 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro ANÁLISE TEXTUAL Presente acontece descreve o que acontece, ou mantém constância, no momento atual. Pretérito perfeito Aconteceu descreve um evento acabado. Pretérito imperfeito Acontecia descreve um momento em que se manteve simultaneidade com um evento acabado. Pretérito mais-que- perfeito Acontecera descreve um evento anterior ao já acabado (ou ao que teve simultaneidade com evento acabado). Futuro do presente Acontecerá descreve um evento num momento futuro, o qual se pretende realizar. Futuro do pretérito Aconteceria Descreve um evento previsto para o futuro, mas que não se concretizou/concretizará; descreve um passado visto como futuro. O modo subjuntivo http://www.institutoipb.com.br/ mailto:atendimento@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006 35 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro ANÁLISE TEXTUAL proposição condição O modo subjuntivo exprime o evento não realizado (pretérito: se chovesse), ou o ainda não realizado (presente: para que chova / futuro: quando chover). Por sua característica de ―dependência‖, é geralmente utilizado em orações subordinadas. O aspecto verbal na elaboração do sentido condição aconteceria se não chovesse proposição condição acontecerá quando chover proposição futuro do pretérito do indicativo pretérito imperfeito do subjuntivo futuro do presente do indicativo futuro do subjuntivo acontecerá para que chova futuro do presente do indicativo presente do subjuntivo http://www.institutoipb.com.br/ mailto:atendimento@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006 36 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro ANÁLISE TEXTUAL Analisamos o aspecto do verbo para entender o sentido pretendido quando o uso foi deslocado do tempo verbal adequado. Observemos o final da última estrofe de um soneto de Camões: (18) ―(...) – Mais servira, se não fora para tão longo amor tão curta a vida‖ Se fôssemos respeitar os tempos verbais, o texto acima ficaria: (19) ―(...) – Mais serviria, se não fosse para tão longo amor tão curta a vida‖ O uso do pretérito-mais-que-perfeito (servira/fora) no lugar do futuro do pretérito e pretérito imperfeito do subjuntivo se deu em função da estética poética. Diariamente utilizamos o desvio para fins estéticos, embora muitas vezes nem percebamos: (20) Aquele casaco velho servia para um pobre. (21) Você não ia para a França? O uso de servia no lugar de serviria tem um valor estético. É muito comum o uso do pretérito imperfeito (ia, servia) no lugar do futuro do pretérito (iria, serviria), porque o pretérito imperfeito tem a característica de descrever um fato que se iniciou no passado e ainda não foi concluído, enquanto o futuro do pretérito descreve um planejamento que foi cancelado. Da palavra ao texto Uma palavra possui praticamente as mesmas características descritas para o texto. É dependente de um contexto, faz parte de uma interação social e é marcada pelo fato histórico. A linguística chama a palavra de ―signo linguístico‖, que é composto de três partes básicas: uma parte é a imagem que o som transmite (imagem acústica), que surge da relação dos sons com as suas representações (as letras e os fonemas); outra parte é o significado, que está associado ao som da palavra e que reporta a um sentido, que deve ser conhecido por todos que compartilham o mesmo meio social; a terceira parte é a da interpretação/representação, pois o uso de determinada palavra dependerá da interpretação que dela se faz. http://www.institutoipb.com.br/ mailto:atendimento@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006 37 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro ANÁLISE TEXTUAL Deslocada de contexto, ou isolada da história, ou, ainda, isolada socialmente, a palavra não faz qualquer sentido, está apenas marcada por um significado dicionarizado. Quando dissemos que ―o signo linguístico é composto por três partes básicas‖, queremos dizer que são três partes mínimas que dão base a muitas outras, não queremos dizer que são simples (outro sentido para básico), como em ―uma roupa básica‖. As relações da palavra O uso das palavras é automatizado, mas devemos tomar muito cuidado com elas, pois o significado pode trair o sentido, ou vice-versa. Por exemplo, um sujeito excêntrico normalmente é tido como ―esquisito, estranho, incomum‖, mas, na verdade, um dos sentidos diz respeito ao ―indivíduo que age ou pensa de maneira original, extravagante, fora dos padrões considerados normais ou comuns‖, pois o sentido primário de excêntrico é ―que se desvia, ou se afasta do centro‖. Daí, os muitos ruídos com relação a sentidos ambíguos. Observe: (22) Era excêntrico. (23) Morava no campo. Ele era excêntrico. (24) Os demais elementos viviam no centro do núcleo da célula, com exceção de um tipo de bacilo, que era excêntrico. (25) Ele vivia o máximo que podia todos os dias, com extravagância. Ele era excêntrico ao extremo. Em (22) e (23), não podemos saber qual o sentido exato do que se quer dizer, embora em (23) possamos pensar em ―extravagante‖. Já em (24), o que se pretende dizer é ―fora do centro‖ e em (25), ―extravagante‖. Observamos, então, que as palavras podem se comportar diferentemente dentro de um contexto. Além do comportamento das palavras, há também considerações sintáticas nas quais devemos estar sempre atentos: a concordância e a flexão são as mais comuns, pois estão relacionados aos outros elementos no texto. Observemos o comportamento da palavra ―mesmo‖: http://www.institutoipb.com.br/ mailto:atendimento@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006 38 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro ANÁLISE TEXTUAL (26) Elas mesmas fizeram o trabalho. (27) Mesmo a marinha não conseguiu combatê-lo. Em (26), mesmo é flexionado em gênero e número para concordar com elas. Neste caso, elas mesmas significa ―elas próprias, não outras‖, é adjetivo (determinante) e, na língua portuguesa, os determinantes são flexionáveis e devem concordar com o termo que determinam. Em (27), mesmo não é determinante, mas sim, denota um limite, dá intensidade, reforça o fato de a marinha não ter conseguido combater, ou seja, mesmo é advérbio e os advérbios, em língua portuguesa, não são flexionáveis. Pararesolver problemas com as palavras, não o cão, mas o dicionário é o melhor amigo do homem. É impressionante como um dicionário pode nos ajudar a resolver dúvidas de conjugação verbal, concordância e flexão. A posição das palavras na frase também é um fator determinante na construção dos sentidos. O determinante em língua portuguesa deve vir depois do determinado. Em casa portuguesa, o determinante portuguesa (no estilo de Portugal, ou de família portuguesa) vem depois do determinado casa. Podemos, no entanto, manipular essas posições com diferentes objetivos: • para efeitos enfáticos ou poéticos Vi os campos verdes (padrão) Vi os verdes campos (inversão – ênfase em verdes) • para mudar o sentido Ele era um homem grande (padrão – refere-se à altura) Ele era um grande homem (inversão – refere-se ao caráter) • para mudar o enfoque Conheço uma cozinheira baiana (cozinheira que nasceu na Bahia, não no Rio ou em São Paulo) Conheço uma baiana cozinheira (baiana cuja profissão é cozinheira, não vendedora, nem advogada) http://www.institutoipb.com.br/ mailto:atendimento@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006 39 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro ANÁLISE TEXTUAL Uma vez na frase, a frase também ocupa lugares bastante determinados. As frases estão associadas umas às outras, formando uma cadeia de significados. Em um texto escrito, a cadeia de significados é agrupada em parágrafos. A estrutura do parágrafo O parágrafo é uma unidade de composição constituída por um ou mais de um período, em que se desenvolve determinada ideia central, a que se agregam outras, secundárias, intimamente relacionadas pelo sentido e logicamente decorrente dela. O parágrafo facilita ao emissor a tarefa de isolar e depois ajustar convenientemente as ideias principais da sua composição. O tamanho do parágrafo é variado, não há um tamanho específico, mas cada parágrafo – ao menos teoricamente – deve corresponder a cada uma das ideias do texto. A extensão do parágrafo depende, praticamente, da divisão do assunto que está sendo tratado. O parágrafo padrão consta de três partes (que são similares à estrutura da composição como um todo): a introdução, o desenvolvimento e a conclusão. A ideia principal de um parágrafo padrão é chamada de tópico frasal. Constituído de um ou dois períodos curtos, o tópico frasal encerra de modo geral e conciso a ideia- núcleo do parágrafo. Pode ser uma generalização que expresse a opinião pessoal do emissor, um juízo, ou se declara alguma coisa. O desenvolvimento do parágrafo com tópico frasal pode se dar por três métodos: • indutivo – tópico frasal no final, donde se parte de particularizações para a generalização, ficando o tópico com o aspecto de uma conclusão. Um texto não é um aglomerado de frases. Todo texto contém uma declaração ou pronunciamento que faz parte de um contexto maior, mais amplo. O texto é um tecido, uma estrutura constituída de tal modo que as frases não têm significado autônomo: num texto, o sentido de uma frase é dado pela correlação que mantém com as demais. Nesse aspecto, um texto é um fato de contexto. http://www.institutoipb.com.br/ mailto:atendimento@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006 40 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro ANÁLISE TEXTUAL • dedutivo – tópico frasal inicial, donde se parte de uma generalização para a particularização, esmiuçando o que a declaração inicial suscitou. Um texto é um fato de contexto. O sentido de uma frase é dado pela correlação que mantém com as demais frases. Um texto não é um aglomerado de frases e contém uma declaração ou pronunciamento que faz parte de um contexto maior, mais amplo. O texto é um tecido, uma estrutura constituída de tal modo que as frases não têm significado autônomo. • misto – tópico frasal aparece diluído, havendo, antes dele, uma indução e, após ele, a dedução. Um texto não é um aglomerado de frases. Todos contêm uma declaração ou pronunciamento que faz parte de um contexto maior, mais amplo, dependente do meio em que se está inserido. Um texto é um fato de contexto. Ou seja, é um tecido, uma estrutura constituída de tal modo que as frases não têm significado autônomo: o sentido dependerá do meio e da correlação que uma frase mantém com as demais. O início do parágrafo pode ser, entre outras sugestões: • uma declaração inicial – o emissor afirma ou nega alguma coisa logo de saída para, em seguida, justificá-la ou fundamentá-la. Abre-se o parágrafo com um tópico frasal, uma generalização. Vivemos em uma época de ímpetos. A vontade, divinizada, afirma sua preponderância... • uma definição – o tópico frasal toma a forma de uma definição. É um método preferencialmente didático. Estilo é a expressão literária de ideias ou sentimentos. Resulta de um conjunto dotes externos... http://www.institutoipb.com.br/ mailto:atendimento@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006 41 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro ANÁLISE TEXTUAL • uma divisão de ideias – o tópico é apresentado sob a forma de divisão ou discriminação das ideias a serem desenvolvidas. O silogismo divide-se em silogismo simples e silogismo composto, isto é, são feitos vários silogismos explícita ou implicitamente formulados... • alusão histórica – começa-se o parágrafo fazendo alusão a fatos históricos, lendas, tradições, anedotas ou acontecimentos. Conta uma tradição cara ao povo americano que o Sino da Liberdade, cujos sons anunciaram, em Filadélfia, o nascimento dos Estados Unidos... • omissão de dados identificadores – começa-se o parágrafo descrevendo detalhes, sem revelar o acontecimento principal, que só aparecerá no final (método indutivo). Será revelado dentro de alguns dias. A população brasileira receberá uma notícia pela falta de sua atenção e mobilização social. Ninguém terá qualquer motivação para se orgulhar da ―alegria‖ com a qual o brasileiro é conhecido. (...) • interrogação – começa-se o parágrafo com uma pergunta de retórica, seguindo-se o desenvolvimento sob a forma de resposta ou desenvolvimento. É possível que a história nada tenha ensinado? Sim, no caso em questão comprova-se que em nada serviu... A estrutura da redação/composição Redação é qualquer espécie de linguagem escrita que trate de fatos ou de um tema, destinada à comunicação (transmissão da informação) e deve ter como princípio básico a clareza, correção, objetividade e uma ordenação lógica. Uma redação/composição deve ter uma tese (ideia central) que deverá ser defendida, ou criticada. Essa tese é construída através de núcleos de ideias distribuídas em parágrafos. Uma redação é estruturada da seguinte forma: http://www.institutoipb.com.br/ mailto:atendimento@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006 42 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro ANÁLISE TEXTUAL • declaração inicial (ou introdução) – uma opinião ou exposição de um fato. O emissor se preocupa em apresentar o assunto a ser tratado ao longo da redação (apresentação da tese). Ocupa geralmente um parágrafo. A adolescência é um período delicado na vida de qualquer pessoa. É nela que se descobre o poder da liberdade e o desprazer da limitação. Embora muitos adolescentes passem com tranquilidade por esse período conturbado, os relatos confirmam que a grande maioria tem dificuldades tanto psicológicas quanto sociais, principalmente nas relações com os pais. • argumentação (ou desenvolvimento)
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