Buscar

Psicologia uma (nova) introdução Uma visão histórica da psicologia como ciência

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

RESUMO ACADÊMICO 
 
Autora do resumo: NATALIA COLA DE PAULA, graduanda em Letras - UNESP 
 
Disciplina: PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO 
 
 
Trata-se do texto “Psicologia – uma (nova) introdução. Uma visão histórica 
da psicologia como ciência”, publicado pela editora “Public”, no ano de 2008, cujos autores 
são Luís Claudio M. Figueiredo e Pedro Luiz Ribeiro de Santi. 
 
O primeiro capítulo da obra é “A Psicologia como ciência independente”. 
Esse capítulo busca dar uma visão panorâmica e crítica da psicologia. Levando em 
consideração que é recente a psicologia como ciência independente. Explica que a situação da 
psicologia científica é um tanto quanto curiosa, de um lado reivindica um lugar separado entre 
as ciências, de outro, não conseguiu se desenvolver sem estabelecer relações estreitas com as 
ciências biológicas e sociais. De todo modo, a psicologia está posta com suas pretensões de 
autonomia, e importante tentar compreender as origens e implicações dessa disciplina, por mais 
confusa que pareça. 
 
No capítulo – “Precondições socioculturais para o aparecimento da 
psicologia como ciência no século XIX”, os autores enumeram duas condições para que exista 
interesse em conhecer cientificamente o objeto “psicológico”, são elas: 1 – uma clara 
experiência da subjetividade privatizada; 2 – a experiência da crise da subjetividade. 
 
Sobre a experiência privatizada, é simples, todos nós sentimos que parte de 
nossa experiência é íntima, cabe a apenas nós. Segundo estudos de historiadores e 
antropólogos, as formas de pensarmos nossa própria existência não são universais. A ótica do 
humano como um sujeito capaz de decidir, que sente emoções privadas, só se desenvolve em 
meio a uma sociedade com determinadas características, é o que veremos. 
 
Segundo estudos, as mais significativas irrupções da experiência subjetiva 
privatizada ocorreram em circunstâncias de crises sociais, quando uma tradição é contestada e 
surgem novas maneiras de ver a vida. Abre-se espaço para indagações do tipo: “Quem sou eu, 
como sinto, o que desejo, o que considero justo e adequado?” Nesse contexto, o homem depara-
se com a capacidade de tomar suas próprias decisões e sua responsabilidade por seus atos. 
Nesse contexto, é desenvolvida a reflexão moral e a tragédia. 
 
No que diz respeito ao conceito de tragédia, se dá quando um indivíduo está 
em conflito entre duas obrigações fortes de igual maneira, contudo, incompatíveis. Perante 
situações trágicas os homens questionam sobre o certo e o errado segundo sua própria 
consciência. 
 
A crença da liberdade dos homens é um dos elementos básicos da democracia 
e da sociedade de consumo, que, ideologicamente, condiz com esse modelo de sujeito, em que 
somos livres, moralmente autônomos, dotados de sentimentos e desejos individuais. 
 
O próximo tópico do texto é intitulado: “Constituição e desdobramentos da 
noção de subjetividade na Modernidade”. Inicia afirmando que nosso modo contemporâneo de 
compreender nossa experiência como seres autônomos não é algo natural, mas sim decorrência 
de mudança históricas, principalmente na Modernidade. 
 
Essa ideia de subjetividade privada é recente, data de aproximadamente dos 
últimos 3 séculos, da passagem do Renascimento para a Idade Moderna. O Renascentismo 
pode ser entendido como a época de “perda de referências”, a decadência do medievo e a 
abertura ocidental. O Renascimento foi um período riquíssimo, o contato com a diversidade de 
coisas, homens e culturas trouxe novos modos de existência. 
 
Sem a ideologia cristã de pertencimento, de Deus, de uma figura de 
autoridade, o homem viu-se obrigado a escolher e arcar com as responsabilidades advindas de 
suas escolhas. Nesse diapasão, passou-se a valorizar mais o “Homem”, que passou a figurar 
como centro do mundo – homocentrismo. 
 
A crença em Deus não desapareceu, mas Ele se destacou e se distanciou do 
mundo. Deste modo, o mundo passou a ser cada vez menos sagrado e cada vez mais objeto de 
uso dos seres humanos. Essa transformação é de suma importância para a origem da ciência 
moderna. 
 
Ademais, tem-se o surgimento da imprensa, proporcionando a difusão da 
leitura silenciosa, importantíssima para a modernidade. O trabalho intelectual passa a ser um 
ato individual e até a religiosidade tornou-se uma questão íntima, já que as pessoas tinham cada 
vez mais acesso aos livros sagrados e independiam dos sacerdotes. Sem dúvidas esse ponto foi 
determinante para a eclosão da Reforma Protestante mais tarde. 
 
Pode-se considerar que o sujeito moderno é da época do início à crítica sobre 
esse mesmo sujeito. Essa afirmação parece contraditória, mas não é. 
 
Sobre os estudos da Modernidade, coloca-se como marco os inícios dos 
estudos do pensamento de Descartes, fundador do racionalismo moderno. Este pensador busca 
obter um conhecimento seguro sobre a verdade. Ao longo de seu complexo estudo que parte 
da dúvida, disse que “parece que tudo o que tomo como objeto de meu julgamento se mostra 
incerto, mas, no momento mesmo em que duvido, algo se mostra como uma ideia indubitável; 
enquanto duvido, existe ao menos a ação de duvidar, e essa ação requer um sujeito”. A partir 
desse raciocínio de Descartes surgiu a célebre frase: “Penso, logo, existo”. Essa foi a única 
certeza descoberta pelo filósofo. 
 
Descartes inaugura a modernidade na medida em que marca o fim de um 
conjunto de crenças que fundamentam o conhecimento. A verdade agora significa adquirir uma 
representação correta do mundo. Representação esta que é interna, pois a verdade reside no 
homem e dá-se para ele. 
 
No capítulo sobre a crise da modernidade e da subjetividade, em algumas de 
suas expressões filosóficas, os autores dizem que a crença de que o ser humano pode chegar à 
verdade absoluta usando os métodos, seja o racionalismo ou o empirismo, foi criticada pelo 
movimento Iluminista e pelos estudiosos desse momento histórico. 
 
O Romantismo, por sua vez, nasceu no final do século XVIII como forma de 
crítica ao Iluminismo, mais precisamente à sua vertente racionalista. Faz um contraponto à 
ideia cartesiana de que o homem é essencialmente um ser racional, para o romantismo, o 
homem é um ser passional e sensível. Assim, o Romantismo é um momento crucial na crise do 
sujeito moderno pela destituição do "eu" de seu lugar privilegiado de soberania. 
 
Talvez o ponto nevrálgico dessa crise tenha sido com o filósofo Nietzsche, 
em que as ideias são interpretadas como ficções. Nietzsche dá um passo bem largo e radical: 
não só o homem é deslocado da posição de centro do mundo, como a própria ideia de que o 
mundo tenha um centro ou uma unidade é destruída. Toda metafísica ocidental é colocada em 
dúvida. 
 
Logo em seguida, os autores do texto retomam a constituição e os 
desdobramentos da noção de “subjetividade privada” sob o aspecto das condições 
socioeconômicas que foram o sustentáculo do processo de individualização no ocidente 
moderno. 
 
No tópico sobre o sistema mercantil e individualização, os autores ressaltam 
a existência de um sistema social e econômico, qual seja, o sistema mercantil, que fez nascer a 
noção de subjetividade privada. O sistema mercantilista, a venda de produtos para obtenção de 
lucro (vantagem), o novo modelo de trabalho, bem como a exploração da mão-de-obra, foram 
determinantes para o surgimento e desenvolvimento da subjetividade privada. 
 
Sobre a crise da subjetividade privatizada ou a decepção necessária, pode-se 
dizer que a subjetividade privatizada entra em crise quando se descobre que a liberdade e a 
diferença são, em grande medida, ilusões, quando se descobre a presença forte, mas sempre 
disfarçada, das Disciplinas em todas as esferas da vida, inclusive nas mais íntimas e profundas. 
 
Quando os homens passam pelas experiências de uma subjetividade 
privatizada e ao mesmo tempo percebem que nãosão tão livres e tão singulares quanto 
imaginavam, ficam surpresos. A humanidade começa a pensar acerca das causas e do 
significado de tudo que fazem, sentem e pensam sobre eles mesmos. Com o tempo, a 
humanidade vai ficando madura para uma psicologia científica. Surge também uma demanda 
pela psicologia aplicada, principalmente nas áreas da educação e do trabalho. É assim que no 
final do século XIX estão começando a serem elaborados projetos de psicologia como ciência 
independente e para as tentativas de definição do papel do psicólogo como profissional nas 
áreas de saúde, educação e trabalho. 
 
Dando sequência ao estudo do texto, no que diz respeito à prática científica 
e a emergência da psicologia como ciência, sem dúvidas as condições socioculturais foram a 
base sobre a qual foram estruturados os projetos da psicologia como ciência autônoma. 
 
Afirmam os autores, fazerem referência a Descartes, diz que a metodologia 
científica que vem se desenvolvendo nos quatro últimos séculos representa exatamente o 
esforço de disciplinar o espírito para melhor obedecer à natureza. 
 
As práticas científicas auxiliaram para o reconhecimento, dentre os próprios 
cientistas, com seus ideais de objetividade, de que sempre estão atuando fatores subjetivos e 
individuais, Bacon denominou de “ídolos do conhecimento”. 
 
Para que a ciência progrida, é necessário conhecimento e controle dessa 
subjetividade, e é assim que o homem, o sujeito individual, deixa de ser apenas um possível 
pesquisador para vir a se tornar um possível objeto da ciência. A epistemologia (teoria do 
conhecimento) e a metodologia (regras e procedimentos da produção do conhecimento válido) 
desembocam na psicologia: a denúncia e o expurgo dos "ídolos do conhecimento" exigem um 
estudo prévio da subjetividade e de seus subterrâneos. 
 
Existem alguns projetos de psicologia que estão sendo abordados pelos 
autores, como o projeto de Wundt, o projeto Titchener, a psicologia funcional e o 
comportamentalismo. 
 
Segundo o projeto de pesquisa do comportamentalismo, elaborado 
originalmente pelo psicólogo americano B.Watson (1878-1958), o objeto da "psicologia" 
científica já não é a mente (por isso o termo psicologia foi colocado entre aspas). O objeto é o 
próprio comportamento e suas interações com o ambiente. Há quem ainda defenda que o 
comportamentalismo, na verdade, não é um projeto de psicologia científica, mas o projeto de 
uma nova ciência - a ciência do comportamento - que viria ocupar o lugar da psicologia. 
 
Tem também a psicologia de Gestalt, de origem alemã, que pode ser 
entendida como a psicologia da estrutura, a psicologia da totalidade ou a psicologia da forma. 
Essa psicologia adotava o método fenomenológico, o qual consiste na descrição ingênua dos 
fenômenos, tais como aparecem na consciência. A partir da aplicação desse método, 
descobriram que todos os fenômenos da percepção, da memória, da solução de problemas, da 
afetividade, eram vividos pelo sujeito sob a forma de estruturas, isto é, sob a forma de relações 
entre partes que faziam com que a forma resultante fosse mais que a simples soma das suas 
partes. Importante pontuar também que os gestaltistas acreditavam que a natureza física, social 
e psicológica é concebível em termos de estruturas isomórficas, ou seja, de estruturas 
formalmente equivalentes, iguais. 
 
Outro ponto abordado é o comportamentalismo diferenciado do estudioso 
Skinner, criador da teoria resposta e estímulo. O projeto de Skinner ganha importância na 
psicologia quando se coloca a falar da subjetividade: do mundo "privado" das sensações, dos 
pensamentos, das imagens, etc. Skinner não rejeita a experiência imediata, mas trata de 
entender sua gênese e sua natureza. 
 
Outra proposta de psicologia foi devolvida por Piaget, a chamada 
epistemologia genética. Estudou a gênese do sujeito, assim como Freud. Partem do ser 
biológico para o ser moral. Ambos iniciam suas teorizações a partir de certos pressupostos 
biológicos, mas em nenhum dos casos a experiência imediata dos sujeitos é reduzida a seus 
condicionantes naturais. 
 
Piaget, além de psicólogo foi biólogo, estudou o desenvolvimento das 
funções cognitivas (da inteligência) e da moralidade (da capacidade de julgar e comportar-se 
moralmente) pelo chamado "método clínico". Observou o comportamento das crianças, deu 
uma nova conceituação para o termo inteligência, diferente do que entende o senso comum. 
Inteligência, para Piaget, é o que as pessoas usam para resolver um problema, é a aplicação do 
saber no cotidiano. Para Piaget, existem 4 estágios do conhecimento: 1 – sensório motor; 2 – 
pré-operatório; 3 – operatório concreto; 4 – operatório formal. Cada fase corresponde a um 
lapso de idade. 
 
Portanto, foi apenas um suscinto apanhado dos pontos mais relevantes. Há 
muito mais de importante neste texto que deveria ter constado nesse resumo, porém se tornaria 
cansativo e extenso demais. O objetivo desse resumo era destacar e escrever os pontos chave 
do texto, entender a origem da psicologia como ciência autônoma, entender os fatores que 
levaram a uma concepção de sujeito, de subjetividade privada, os estudos de Descartes e sua 
importância no pensamento moderno. Ademais, de como tudo isso se desenvolveu ao longo da 
história, fazendo menção, ao final, de algumas teorias psicológicas, como o 
comportamentalismo, e pincelando breves concepções do pensamento de Skinner e Piaget.

Continue navegando

Outros materiais