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AMINOGLICOSÍDEOS 
 
• Os aminoglicosídeos incluem estreptomicina, neomicina, canamicina, amicacina, 
gentamicina, tobramicina, sisomicina, netilmicina e outros. 
• Eles são mais usados em combinação com um antibiótico β-lactâmico em infecções 
graves por bactérias Gram-negativas, em combinação com a vancomicina ou com 
um antibiótico β-lactâmico para a endocardite por Gram-positivos e para 
tratamento de tuberculose. 
PROPRIEDADES GERAIS DOS AMINOGLICOSÍDEOS 
 
A. PROPRIEDADES FÍSICAS E QUÍMICAS 
• Os aminoglicosídeos possuem um anel de hexose, estreptidina (na estreptomicina) 
ou 2-desoxiestreptamina (nos outros aminoglicosídeos), ao qual diversos 
aminoaçúcares se conectam por ligações glicosídicas. 
• São hidrossolúveis, estáveis em solução e mais ativos em pH alcalino do que no 
ácido. 
B. MECANISMO DE AÇÃO 
• O modo de ação da estreptomicina foi mais estudado do que o de outros 
aminoglicosídeos, mas todos os aminoglicosídeos atuam de maneira similar. 
• Os aminoglicosídeos são inibidores irreversíveis da síntese proteica, mas não se 
conhece o mecanismo exato para a atividade bactericida. 
o O evento inicial consiste na difusão passiva por meio dos canais de porina 
através da membrana externa 
o Em seguida, o fármaco é transportado de maneira ativa através da membrana 
celular para dentro do citoplasma por meio de um processo dependente de 
oxigênio. 
o O gradiente eletroquímico transmembrana fornece a energia para esse 
processo, e o transporte está acoplado a uma bomba de próton. 
o O pH extracelular baixo e as condições anaeróbias inibem o transporte ao 
reduzirem o gradiente. 
o O transporte pode ser estimulado por fármacos ativos na parede celular, como 
penicilina ou vancomicina; este aumento pode ser a base do sinergismo 
desses antibióticos com os aminoglicosídeos. 
• Dentro da célula, os aminoglicosídeos se ligam a proteínas ribossomais específicas 
da subunidade 30S. 
• A síntese proteica é inibida por aminoglicosídeos pelo menos de três maneiras: 
o (1) interferência com o complexo de iniciação de formação do peptídeo; 
Highlight
Highlight
o (2) leitura errônea do mRNA, o que provoca a incorporação de aminoácidos 
incorretos no peptídeo e resulta em uma proteína afuncional ou tóxica; 
o (3) clivagem dos polissomos em monossomos não funcionais. Essas atividades 
ocorrem de modo mais ou menos simultâneo, e o efeito global é irreversível e 
letal para a célula. 
C. MECANISMOS DE RESISTÊNCIA 
• Foram definidos três mecanismos principais: 
• (1) produção de uma enzima transferase ou de enzimas que inativam o 
aminoglicosídeo por adenilação, acetilação ou fosforilação. 
o Esse é o principal tipo de resistência encontrado clinicamente (as enzimas 
transferases específicas serão discutidas adiante); 
• (2) impedimento da entrada do aminoglicosídeo na célula. 
o Esse mecanismo pode ser genotípico, resultando de mutação ou deleção de 
uma proteína porina ou de proteínas envolvidas no transporte e na 
manutenção do gradiente eletroquímico; ou fenotípico, decorrendo, por 
exemplo, de condições de crescimento em que o processo de transporte 
dependente de oxigênio não esteja funcional; 
• (3) a proteína receptora na subunidade ribossomal 30S pode ser deletada ou 
alterada em consequência de uma mutação. 
D. FARMACOCINÉTICA E DOSE ÚNICA DIÁRIA 
• Os aminoglicosídeos são muito mal absorvidos no trato gastrintestinal, e quase a 
totalidade da dose oral é excretada nas fezes após administração oral. 
o No entanto, os fármacos podem ser absorvidos quando há ulcerações. 
• Os aminoglicosídeos geralmente são administrados por via intravenosa em infusão 
por 30 a 60 minutos. 
• Após injeção intramuscular, os aminoglicosídeos são bem absorvidos, 
proporcionando concentrações máximas no sangue em 30 a 90 minutos. 
• Após uma breve fase de distribuição, as concentrações séricas máximas são 
idênticas àquelas encontradas após injeção intravenosa. 
• A meia-vida normal dos aminoglicosídeos no soro é de 2 a 3 horas, aumentando 
para 24 a 48 horas nos pacientes com comprometimento significativo da função 
renal. 
• Os aminoglicosídeos são removidos de modo parcial e irregular por hemodiálise – 
por exemplo, 40 a 60% para a gentamicina – e, de maneira ainda menos efetiva, 
pela diálise peritonial. 
• Os aminoglicosídeos são compostos muito polarizados que não penetram de 
imediato nas células. 
• São em grande parte excluídos do sistema nervoso central (SNC) e dos olhos 
• A injeção intratecal ou intraventricular se faz necessária para obter níveis elevados 
no líquido cerebrospinal. 
• Mesmo após a administração parenteral, as concentrações dos aminoglicosídeos 
não são altas na maioria dos tecidos, excetuando-se o córtex renal. 
• A concentração na maioria das secreções também é baixa; na bile, pode alcançar 
30% do nível sanguíneo. 
• Com terapia prolongada, a difusão para o interior do líquido pleural ou sinovial pode 
resultar em concentrações de 50 a 90% da concentração plasmática. 
• Os aminoglicosídeos apresentam a propriedade de morte dependente da 
concentração; então concentrações mais altas matam uma proporção maior de 
bactérias com maior velocidade. 
• Também apresentam um efeito pós-antibiótico significativo, de forma que a atividade 
antibacteriana persiste além do período em que o medicamento está presente em 
quantidade mensurável. 
o O efeito pós-antibiótico dos aminoglicosídeos pode durar várias horas. 
o Em razão dessas propriedades, uma determinada quantidade total de 
aminoglicosídeo pode ter maior eficácia quando administrada na forma de uma 
grande dose única do que como múltiplas doses menores. 
• Quando administrados com um antibiótico ativo contra a parede bacteriana (um β-
lactâmico ou a vancomicina), os aminoglicosídeos apresentam um efeito de morte 
sinérgica contra determinadas bactérias. 
• O efeito combinado dos fármacos é maior do que o previsto para cada medicamento 
isoladamente 
• Os efeitos colaterais dos aminoglicosídeos dependem do tempo e da concentração. 
o É pouco provável que reações adversas ocorram antes que se alcance um 
determinado limiar de concentração, mas, uma vez atingida essa 
concentração, o tempo além desse limiar se torna crítico. 
o Em doses clinicamente relevantes, o tempo total acima do limiar é maior com 
múltiplas doses menores do fármaco do que com uma única dose maior. 
• Os aminoglicosídeos são depurados pelo rim, e a excreção é diretamente 
proporcional à depuração da creatinina. 
o Para evitar acúmulo e níveis tóxicos, geralmente se evita usar dose única 
diária de aminoglicosídeos quando a função renal está comprometida. 
o A modificação rápida da função renal, que pode ocorrer em caso de lesão renal 
aguda, também deve ser monitorada para evitar superdosagem ou 
subdosagem. 
• Com a posologia tradicional, devem ser feitos ajustes para prevenir acúmulo do 
medicamento e efeitos tóxicos em pacientes com insuficiência renal. 
O Assim, a dose é mantida constante e o intervalo entre as doses é aumentado, 
ou o intervalo é mantido e a dose, reduzida. 
 
 
 
E. EFEITOS COLATERAIS 
• Todos os aminoglicosídeos são ototóxicos e nefrotóxicos. 
• É mais provável a ocorrência de ototoxicidade e de nefrotoxicidade quando a terapia 
continua por mais de 5 dias, em doses mais elevadas, nos idosos e no quadro de 
insuficiência renal. 
• O uso concomitante com diuréticos de alça (p. ex., furosemida, ácido etacrínico) ou 
outros agentes antimicrobianos nefrotóxicos (p. ex., vancomicina ou anfotericina) 
pode potencializar a nefrotoxicidade, devendo ser evitado, quando possível. 
• A ototoxicidade pode manifestar-se como comprometimento auditivo, resultando, a 
princípio, em zumbido e perda da audição de alta frequência, ou como lesão 
vestibular, evidenciado por vertigem, ataxia e perda do equilíbrio. 
• A nefrotoxicidade resulta em níveis séricos crescentes de creatininaou em 
depuração reduzida da creatinina, embora a indicação mais precoce seja, com 
frequência, um aumento nas concentrações séricas mais baixas do aminoglicosídeo. 
• A neomicina, a canamicina e a amicacina são os agentes mais ototóxicos. 
• A estreptomicina e a gentamicina são os mais vestibulotóxicos. 
• Neomicina, tobramicina e gentamicina são os mais nefrotóxicos. 
• Em doses muito altas, os aminoglicosídeos podem produzir um efeito semelhante ao 
do curare, com bloqueio neuromuscular que resulta em paralisia respiratória. 
o Normalmente essa paralisia é reversível com o uso de gliconato de cálcio 
(administrado de imediato) ou de neostigmina. 
• A hipersensibilidade não é frequente. 
F. APLICAÇÕES CLÍNICAS 
• Os aminoglicosídeos são utilizados em sua maioria contra bactérias aeróbias 
Gram-negativas, em particular quando existe a possibilidade de o isolado ser 
resistente ao medicamento e quando há suspeita de sepse. 
• São quase sempre utilizados em combinação com um antibiótico β-lactâmico para 
estender a cobertura a fim de incluir potenciais patógenos Gram-positivos com a 
vantagem do sinergismo entre as duas classes de fármacos. 
• As combinações de penicilina-aminoglicosídeo também são empregadas para 
obter atividade bactericida no tratamento da endocardite enterocócica e para 
encurtar o tratamento em caso de estreptococo viridans e de alguns pacientes com 
endocardite estafilocócica. 
• O aminoglicosídeo a ser empregado e a dose a ser utilizada dependem da infecção a 
ser tratada e da suscetibilidade do isolado. 
 
 
 
 
ESTREPTOMICINA 
 
• A estreptomicina foi isolada a partir de uma cepa de Streptomyces griseus. 
• A atividade antimicrobiana da estreptomicina é típica daquela de outros 
aminoglicosídeos, assim como os mecanismos de resistência. 
• A resistência ribossomal à estreptomicina desenvolve-se com rapidez, limitando sua 
função como agente isolado. 
USOS CLÍNICOS 
 
A. INFECÇÕES POR MICOBACTÉRIAS 
• A estreptomicina é usada principalmente como agente de segunda linha para 
tratamento da tuberculose. 
• Deve ser empregada apenas em combinação com outros agentes de modo a impedir 
o surgimento da resistência. 
B. INFECÇÕES NÃO TUBERCULOSAS 
• Na peste, na tularemia e, por vezes, na brucelose, a estreptomicina, é administrada 
por via intramuscular em combinação com tetraciclina oral. 
• A penicilina associada à estreptomicina é eficaz para endocardite enterocócica e 
para teratamento por duas semanas da endocardite por estreptococos viridans. 
• A gentamicina substituiu em grande parte a estreptomicina nessas indicações. 
• A estreptomicina permanece sendo útil no tratamento das infecções enterocócicas, 
porque alguns dos isolados enterocócicos resistentes à gentamicina (e, portanto, 
resistentes à netilmicina, tobramicina e amicacina) serão sensíveis à estreptomicina. 
 
EFEITOS COLATERAIS 
 
• Febre, erupções cutâneas e outras manifestações alérgicas podem resultar de 
hipersensibilidade à estreptomicina. 
o Isto ocorre com maior frequência nos cursos prolongados de tratamento (p. ex., 
para tuberculose). 
• A dor no local da injeção é comum, mas, em geral, não é intensa. O 
• efeito tóxico mais grave é o distúrbio da função vestibular – vertigem e perda do 
equilíbrio. 
• A frequência e a gravidade dos distúrbios são proporcionais à idade do paciente, aos 
níveis sanguíneos do fármaco e à duração da administração. 
• A disfunção vestibular pode ocorrer depois de algumas semanas de níveis 
sanguíneos incomumente altos (p. ex., nos indivíduos com função renal prejudicada) 
ou meses com níveis sanguíneos relativamente baixos. 
• A toxicidade vestibular tende a ser irreversível. 
• A estreptomicina administrada durante a gravidez pode causar surdez no neonato e, 
por conseguinte, está relativamente contraindicada. 
GENTAMICINA 
 
• A gentamicina é uma mistura de três componentes intimamente relacionados, os 
isolados C1, C1A, e C2 do Micromonospora purpurea. 
• É eficaz contra organismos Gram-positivos e Gram-negativos, sendo que muitas 
de suas propriedades se assemelham às de outros aminoglicosídeos. 
ATIVIDADE ANTIMICROBIANA 
 
• O sulfato de gentamicina, inibe in vitro muitas cepas de estafilococos e coliformes e 
outras bactérias Gram-negativas. 
• Ela é ativa isoladamente, mas também tem efeito sinérgico com antibióticos b-
lactâmicos, contra bastonetes Gram-negativos que podem ser multirresistentes. 
• Como todos os aminoglicosídeos, a gentamicina não tem atividade contra 
anaeróbios. 
RESISTÊNCIA 
 
• Os estreptococos e os enterococos são relativamente resistentes à gentamicina em 
razão de sua incapacidade de penetrar na célula. 
o Mas, a gentamicina em combinação com a vancomicina ou com penicilina 
produz um potente efeito bactericida que se deve, em parte, ao aumento na 
captação do fármaco que ocorre com a inibição da síntese da parede celular. 
• A resistência à gentamicina surge rapidamente nos estafilococos durante 
monoterapia em razão da seleção de mutantes de permeabilidade. 
• A resistência ribossomal é rara. 
• Entre as bactérias Gram-negativas, a resistência se deve mais comumente a 
enzimas modificadoras do aminoglicosídeo codificadas por plasmídeo. 
• As bactérias Gram-negativas resistentes à gentamicina comumente são sensíveis à 
amicacina, que é muito mais resistente à atividade da enzima modificadora. 
• A enzima enterocócica que modifica a gentamicina é uma enzima bifuncional que 
também inativa a amicacina, a netilmicina e a tobramicina, mas não a estreptomicina. 
• A última é modificada por outra enzima. Isso acontece porque alguns enterococos 
resistentes à gentamicina são sensíveis à estreptomicina. 
USOS CLÍNICOS 
 
A. ADMINISTRAÇÃO INTRAMUSCULAR OU INTRAVENOSA 
• A gentamicina é usada principalmente nas infecções graves causadas por bactérias 
Gram-negativas com probabilidade de serem resistentes a outros fármacos, em 
especial Pseudomonas aeruginosa, Enterobacter sp., Serratia marcescens, Proteus 
sp., Acinetobacter sp., e Klebsiella sp. 
• Geralmente, ela é empregada em combinação com um segundo agente já que um 
aminoglicosídeo isolado pode não ser efetivo para infecções fora do trato urinário. 
• A gentamicina, em combinação com um antibiótico ativo contra a parede celular, 
também está indicada no tratamento da endocardite provocada por bactérias Gram-
positivas (estreptococos, estafilococos e enterococos). 
• Com o efeito sinérgico de eliminação da terapia combinada pode-se obter a atividade 
bactericida necessária à cura ou permitir reduzir a duração da terapia 
B. ADMINISTRAÇÃO TÓPICA E OCULAR 
• Cremes, pomadas e soluções com sulfato de gentamicina de 0,1 a 0,3% têm sido 
empregados para o tratamento de queimaduras, feridas ou lesões cutâneas 
infectadas e na tentativa de evitar infecções por cateter intravenoso. 
• A efetividade das preparações tópicas para essas indicações é incerta. 
• A gentamicina tópica é parcialmente inativada por exsudatos purulentos. 
• Podem ser injetados na região subconjuntival para tratamento de infecções oculares. 
C. ADMINISTRAÇÃO INTRATECAL 
• A meningite causada por bactérias Gram-negativas tem sido tratada com injeção 
intratecal do sulfato de gentamicina 
o Mas, nem a gentamicina intratecal nem a intraventricular foram benéficas nos 
neonatos com meningite; a gentamicina intraventricular foi tóxica, levantando 
dúvidas sobre a utilidade dessa terapia. 
• Além disso, a disponibilidade das cefalosporinas de terceira geração para tratamento 
da meningite por Gram-negativos tornou a gentamicina obsoleta na maioria dos 
casos. 
EFEITOS COLATERAIS 
• A nefrotoxicidade geralmente é reversível. 
• Ocorre em 5 a 25% dos pacientes tratados com gentamicina por mais de 3 a 5 dias. 
• A toxicidade requer, no mínimo, o ajuste da posologia e deve levar à reconsideração 
imediata da necessidade do fármaco, sobretudoquando há um agente alternativo 
menos tóxico. 
• A determinação dos níveis séricos de gentamicina é essencial. 
• A ototoxicidade, que tende a ser irreversível, manifesta-se principalmente na forma 
de disfunção vestibular. 
• Também é possível haver perda da audição. 
• A ototoxicidade é, em parte, geneticamente determinada, tendo sido ligada a 
mutações puntiformes no DNA mitocondrial, ocorrendo em 1 a 5% dos pacientes 
tratados com gentamicina por mais de 5 dias. 
• As reações de hipersensibilidade à gentamicina são incomuns. 
TOBRAMICINA 
 
• Este aminoglicosídeo possui espectro antibacteriano semelhante ao da gentamicina. 
• Embora seja possível haver algum grau de resistência cruzada entre gentamicina e 
tobramicina, ela é imprevisível em cepas específicas. 
o Consequentemente, há necessidade de testes de sensibilidade 
individualizados. 
• As propriedades farmacocinéticas da tobramicina são quase idênticas às da 
gentamicina. 
• A monitoração dos níveis sanguíneos na insuficiência renal é um guia essencial para 
uma posologia apropriada. 
• A tobramicina tem quase o mesmo espectro antimicrobiano que a gentamicina, com 
algumas exceções. A gentamicina é um pouco mais ativa contra Serratia 
marcescens, ao passo que a tobramicina é um pouco mais ativa contra a 
Pseudomonas aeruginosa; o Enterococcus faecalis é suscetível à gentamicina e à 
tobramicina, mas o Enterococcus faecium é resiste à tobramicina. 
• A gentamicina e a tobramicina são, por conseguinte, clinicamente intercambiáveis. 
• Como outros aminoglicosídeos, a tobramicina é ototóxica e nefrotóxica. 
• A nefrotoxicidade da tobramicina pode ser um pouco menor do que a da 
gentamicina. 
• A tobramicina também é formulada em solução inalante (300 mg em 5 mL) para 
tratamento de infecções respiratórias baixas por Pseudomonas aeruginosa que 
complicam a fibrose cística. 
• Deve ter cautela quando se administra a tobramicina a pacientes com distúrbios 
renais, vestibulares ou auditivos preexistentes. 
 
 
 
 
 
 
AMICACINA 
 
• A amicacina é um derivado semissintético da canamicina; é menos tóxica do que a 
molécula original. 
• Resiste a muitas enzimas que inativam a gentamicina e a tobramicina; 
consequentemente, pode ser utilizada contra alguns microrganismos resistentes a 
esses fármacos. 
• Muitas bactérias Gram-negativas, inclusive cepas de Proteus, Pseudomonas, 
Enterobacter, e Serratia, são inibidas in vitro 
• As cepas de Mycobacterium tuberculosis multirresistentes, inclusive à 
estreptomicina, são geralmente suscetíveis à amicacina. 
• As cepas resistentes à canamicina podem apresentar resistência cruzada à 
amicacina. 
• Como todos os aminoglicosídeos, a amicacina é nefrotóxica e ototóxica 
(principalmente para a porção auditiva do oitavo nervo). 
• As concentrações séricas devem ser monitoradas. 
NETILMICINA 
 
• A netilmicina compartilha muitas das características da gentamicina e da 
tobramicina. 
o Mas, a adição de um grupamento etila na posição 1-amino do anel 2-
desoxiestreptamina protege estericamente a molécula da netilmicina contra a 
degradação enzimática nas posições 3-amino (anel II) e 2-hidroxila (anel III). 
o Consequentemente, a netilmicina pode ser ativa contra algumas bactérias 
resistentes à gentamicina e à tobramicina. 
• A posologia (5 a 7 mg/kg/dia) e as vias de administração são idênticas às da 
gentamicina. 
• A netilmicina é intercambiável em grande parte com a gentamicina e com a 
tobramicina. 
 
 
 
 
 
 
 
NEOMICINA E CANAMICINA 
 
• A neomicina e a canamicina estão intimamente relacionadas. 
• A paromomicina é outro membro deste grupo. 
• Todas têm propriedades similares. 
ATIVIDADE ANTIMICROBIANA E RESISTÊNCIA 
 
• Os fármacos do grupo da neomicina são ativos contra bactérias Gram-positivas e 
Gram-negativas e contra algumas micobactérias. 
• Em geral, a Pseudomonas aeruginosa e os estreptococos são resistentes. 
o Os mecanismos de ação antibacteriana e de resistência são idênticos aos de 
outros aminoglicosídeos. 
• O uso disseminado desses medicamentos na preparação intestinal para cirurgia 
eletiva resultou na seleção de organismos resistentes e em alguns surtos de 
enterocolite em hospitais. 
• A resistência cruzada entre canamicina e neomicina é completa. 
FARMACOCINÉTICA 
 
• Os medicamentos do grupo da neomicina são mal absorvidos no trato gastrintestinal. 
• Após administração oral, a flora intestinal é suprimida ou modificada e o fármaco é 
excretado nas fezes. 
• A excreção de qualquer quantidade absorvida do fármaco ocorre principalmente na 
urina por meio da filtração glomerular. 
USOS CLÍNICOS 
 
• A neomicina e a canamicina estão limitadas ao uso tópico e oral. 
• A neomicina é muito tóxica para uso parenteral, a administração parenteral da 
canamicina também foi em grande parte abandonada. 
• Recentemente, demonstrou-se que a paromomicina é eficaz contra a leishmaniose 
visceral quando administrada por via parenteral, o que talvez consista em um uso 
novo e relevante desse medicamento. 
• A paromomicina pode ser usada para tratar infecção intestinal por Entamoeba 
histolytica e algumas vezes é usada em infestação intestinal por outros parasitas. 
 
 
A. ADMINISTRAÇÃO TÓPICA 
• Empregam-se soluções em superfícies infectadas ou para infiltração em articulações, 
cavidade pleural, espaços teciduais ou cavidades de abscessos onde haja infecção. 
• Há dúvida sobre se há vantagens com a aplicação tópica adicional ao tratamento 
sistêmico apropriado da infecção ativa. 
• As pomadas, com frequência formuladas como uma combinação de neomicina-
polimixina-bacitracina, podem ser aplicadas em lesões cutâneas infectadas ou nas 
narinas para a supressão de estafilococos, mas, em grande parte, não são eficazes. 
B. ADMINISTRAÇÃO ORAL 
• Na preparação para cirurgia intestinal eletiva, administra-se neomicina por via, 
normalmente combinada com eritromicina base. 
o Com isso, reduz-se a flora intestinal aeróbia com pouco efeito sobre os 
anaeróbios. 
• Na encefalopatia hepática, a flora coliforme pode ser suprimida, em associação à 
redução na ingestão de proteínas, diminuindo assim a produção de amônia. 
• O uso da neomicina para encefalopatia hepática foi superado em grande parte pela 
lactulose e por outros medicamentos menos tóxicos. 
EFEITOS COLATERAIS 
• Todos os membros do grupo da neomicina apresentam nefrotoxicidade e 
ototoxicidade significativos. 
• A função auditiva é afetada mais do que a vestibular. 
• Ocorreu surdez principalmente nos adultos com função renal comprometida e 
elevação prolongada dos níveis dos fármacos. 
• A absorção súbita da canamicina instilada no pós-operatório a partir da cavidade 
peritonial (3 a 5 g) resultou em bloqueio neuromuscular semelhante ao curare e 
parada respiratória. 
• O gliconato de cálcio e a neostigmina podem agir como antídotos. 
• Embora a hipersensibilidade não seja comum, a aplicação prolongada de pomadas 
com neomicina na pele e nos olhos resultou em reações alérgicas graves. 
 
 
 
 
 
 
 
VANCOMICINA 
 
• A vancomicina é um antibiótico produzido pelo Streptococcus orientalis e 
Amycolatopsis orientalis. É ativa apenas contra bactérias Gram-positivas. 
• É hidrossolúvel e muito estável. 
MECANISMOS DE AÇÃO E BASE DA RESISTÊNCIA 
 
• A vancomicina inibe a síntese da parede celular por meio de sua ligação firme à 
extremidade terminal d-Ala-d-Ala do pentapeptídeo peptoglicano 
• Essa ligação inibe a transglicosilase, impedindo o alongamento do peptidoglicano e a 
ligação cruzada. 
• Em consequência, o peptidoglicano fica enfraquecido, e a célula torna-se suscetível 
à lise. 
• A membrana celular também é danificada, contribuindo para o efeito antibacteriano. 
• A resistência à vancomicina nos enterococos deve-se a uma modificação d-Ala-d-Ala 
da unidade de formação do peptidoglicano, em que a d-Ala terminalé substituída por 
d-lactato. 
• Essa alteração resulta na perda de uma ligação de hidrogênio crítica, que facilita a 
ligação de alta afinidade da vancomicina a seu alvo, com perda da atividade. 
• Esse mecanismo também é observado em cepas de Staphylococcus aureus 
resistentes à vancomicina, que adquiriram os determinantes de resistência dos 
enterococos. 
o O mecanismo subjacente na redução da sensibilidade à vancomicina em cepas 
de Staphylococcus aureus de resistência intermediária não está totalmente 
elucidado. 
o Todavia, essas cepas apresentam uma alteração do metabolismo da parede 
celular, que resulta em espessamento dessa parede, com número aumentado 
de resíduos de d-Ala-d-Ala, que atuam como sítios de ligação de extremidade 
fechada para a vancomicina. 
o A vancomicina é sequestrada dentro da parede celular pelos alvos falsos e 
talvez não alcance seu local de ação. 
 
 
 
 
 
 
ATIVIDADE ANTIBACTERIANA 
 
• A vancomicina é bactericida para bactérias Gram-positivas, 
• A vancomicina mata os estafilococos de modo relativamente lento e apenas se as 
células estiverem em divisão ativa; a taxa é inferior à das penicilinas tanto in vitro 
como in vivo. 
• A vancomicina é sinérgica in vitro com a gentamicina e estreptomicina contra cepas 
de Enterococcus faecium e Enterococcus faecalis, que não exibem altos níveis de 
resistência aos aminoglicosídeos. 
• A vancomicina é ativa contra numerosos anaeróbios Gram-positivos, incluindo 
Clostridioides difficile. 
FARMACOCINÉTICA 
 
• A vancomicina é pouco absorvida pelo trato intestinal e administrada apenas por via 
oral para o tratamento da colite causada por Clostridioides difficile. 
• As doses parenterais devem ser administradas por via intravenosa. 
• O fármaco distribui-se amplamente pelo corpo. 
• Se houver inflamação das meninges, são obtidos níveis no líquido cerebrospinal de 7 
a 30% das concentrações séricas simultâneas. 
• Ocorre excreção de 90% do fármaco por filtração glomerular. 
• Na presença de insuficiência renal, pode ocorrer acúmulo acentuado de vancomicina 
• Em pacientes funcionalmente anéfricos, a meia-vida da vancomicina é de 6 a 10 
dias. 
• Uma quantidade significativa (cerca de 50%) da vancomicina é removida durante 
uma sessão de hemólise convencional quando se utiliza uma membrana de alto fluxo 
moderna. 
USOS CLÍNICOS 
 
• As principais indicações da vancomicina parenteral consistem em infecções da 
corrente sanguínea e endocardite causada por estafilococos resistentes à meticilina. 
o Mas, a vancomicina não é tão efetiva quanto uma penicilina contra os 
estafilococos para o tratamento de infecções graves, como endocardite 
causada por cepas sensíveis à meticilina. 
• A vancomicina em associação com a gentamicina constitui um esquema alternativo 
para o tratamento da endocardite enterocócica em pacientes com alergia grave à 
penicilina. 
• A vancomicina (em associação à cefotaxima, ceftriaxona ou rifampicina) também é 
recomendada para o tratamento da meningite suposta ou reconhecidamente 
causada por uma cepa de pneumococo resistente à penicilina 
• A depuração da vancomicina é diretamente proporcional à da creatinina, e deve-se 
reduzir a dose em pacientes com insuficiência renal. 
• Em virtude da emergência de enterococos resistentes à vancomicina e da pressão 
seletiva potencial da vancomicina oral para esses microrganismos resistentes, o 
metronidazol vem sendo a terapia inicial preferida nas últimas duas décadas. 
o Entretanto, o uso da vancomicina oral não parece constituir um fator de risco 
significativo para a aquisição de enterococos resistentes à vancomicina. Além 
disso, dados clínicos recentes sugerem que a vancomicina está associada a 
uma resposta clínica mais satisfatória do que o metronidazol nos casos mais 
graves de colite por Clostridioides difficile. 
• Por conseguinte, a vancomicina oral pode ser usada como tratamento de primeira 
linha para casos graves ou que não respondem ao metronidazol. 
EFEITOS COLATERAIS 
 
• São observadas reações adversas em cerca de 10% dos casos. 
• As reações são, em sua maioria, relativamente menores e reversíveis. 
• A vancomicina é irritante para os tecidos, resultando em flebite no local de injeção. 
• Podem ocorrer calafrios e febre. 
• A ototoxicidade é rara, e a nefrotoxicidade, incomum com o uso das preparações 
atuais. 
• Mas, a administração da vancomicina com outro fármaco ototóxico ou nefrotóxico, 
como um aminoglicosídeo, aumenta o risco dessas toxicidades. 
• Entre as reações mais comuns, destaca-se a denominada síndrome do “homem 
vermelho”. Essa ruborização relacionada à infusão é causada pela liberação de 
histamina. 
• Pode ser evitada, em grande parte, pelo prolongamento do período de infusão para 1 
a 2 horas ou por meio de pré-tratamento com anti-histamínico, como difenidramina.

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