Canabinoides: Moléculas e Indicações

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CANABINÓIDES 
Canabinoides são moléculas que agem sobre os 
receptores canabinoides presentes no corpo humano e 
sobre o sistema endocanabinoide  receptores CB1 
(encéfalo) e CB2 (TGI,sistema imunológico); 
neurotransmissores canabinergicos endógenos 
(anandamida e 2-AG); enzimas que sintetizam e 
degradam os neurotransmissores canabinergicos 
(fosfolipases D e C especificas) 
São receptores pré-sinápticos (modulação da atividade 
neuronal) 
CB1 – neurônios e astrocitos (inibe canais de CA2+ 
voltagem-dependentes  inibe exocitose de vesículas 
contendo glutamato ou GABA); regulação da plasticidade 
sináptica no hipocampo e da sinalização de leptina no 
hipotálamo – estimula células-tronco do SNC e sua 
diferenciação 
CB2 – células do sistema imunológicos  modulação 
imunológica 
 
Endocanabinoidoma – sobreposição de mecanismos 
entre o sistema endocanabinoide e outros processos 
metabólicos; desafios para o desenvolvimento de drogas 
baseadas em endocanabinoides que atuem seletivamente 
nesse sistema 
TIPOS 
 Endógenos – anandamida e 2-AG; não há 
estoque, produção sob demanda 
 Fitocanabinoides – delta-9-tetrahidrocanabinol 
(THC), canabidiol (CBD) e canabinol (CBN) 
 Sintéticos – dronabinol e nabilona 
 
Envolvimento em desordens neurológicas 
 
MEDICINAIS 
Via oral, sublingual, patchs cutâneos, gel íntimo e colírio; 
nunca inalatória 
MEDIANTE CADASTRO E AUTORIZAÇÃO 
 Produtos full spectrum (extravirgem) – 
concentração de THC depende da 
concentração de THC na planta (ex – cânhamo 
= hemp) 
 Produtos boad spectrum – quimicamente 
depurado, retirando alguns componentes (ex – 
sem terpenos, sem THC) 
 Produtos isolados – apenas canabidiol (ex- 
allandiol full spectrum, forte ou isolate da bocase; 
óleo verde azul ou laranja da abrace) 
NA FARMÁCIA 
 Prati-donaduzzi Canabidiol 200 mg/ml, 50 mg/ml 
ou 20 mg/ml – receita B azul 
 Meyatyl – THC 27 mg/ml + CBD 25 mg/ml – 
receita A amarela 
O THC é responsável pelos efeitos de psicotrópicos, pela 
dependência química e aumento do apetite 
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O CBD antagoniza os efeitos do THC, não interfere no 
sistema de recompensa e é responsável pelos efeitos 
terapêuticos 
EFEITO ENTOURAGE (COMITIVA) 
Produto isolado – efeito bifásico; há alvo terapêutico 
Efeito entourage – na combinação de diferentes 
fitocanabinoides, há harmonização entre as substancias e 
desaparece o efeito bifásico; aumentos de doses trazem 
aumentos nos ganhos clínicos 
 
 
INDICAÇÕES RECONHECIDAS PARA O USO 
MEDICINAL DE CBD 
 Epilepsia 
Eficácia semelhante à de outras drogas anticonvulsivantes 
Reações adversas em 90% - sonolência, hiporexia, 
diarreia, alterações comportamentais, rash cutâneo, 
fadiga 
Interações medicamentosas, perfil de segurança e 
eficácia ainda não estudados a fundo 
Aprovação pela FDA para pacientes com crises com 
diagnóstico de síndrome de Dravet ou Lennox-Gastaut 
 epidiolex (CBD) 
Off-label  pacientes com epilepsia refrataria  dose 
10-25 mg/kg/dia (200-300 por dia) 
Pesar risco beneficio 
 
 Esclerose múltipla 
Tratamento sintomático complementar em pacientes 
refratários 
Superiores a placebo no manejo da espasticidade e da 
dor neuropática; sem benefício no controle de tremores, 
incontinência urinaria 
Aprovação pela FDA para pacientes com EM e 
espasticidade grave e refrataria  nabiximol (sativex) 
Avaliar previamente comprometimento cognitivo, fadiga, 
alterações de humor 
 Distúrbios do movimento 
Interesse no tratamento do Parkinson 
Alguns estudos demonstraram melhora dos sintomas 
não-motores (psicóticos, transtornos do sono e dor) 
Pouca robustez dos estudos até hoje  sem evidencias 
que embasem a indicação 
 Outras 
 
INDICAÇÕES QUE PRECISAM DE ASSOCIAÇÃO DE 
THC 
Os THCs têm maior afinidade pelo CB1 – ativação na 
atividade psíquica, incluindo mudanças no 
comportamento emocional e consciência 
O CBD tem quase nenhuma afinidade pelos CB1 ou 2, 
além de poder assumir possível papel antagonista por 
competir com eles na presença de THC, diminuindo a 
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potenciação; o efeito principal do CBD é em receptores 
não canabinoides 
 A associação do delta-9-THC e CBD possui potencial de 
efeito anti-inflamatório, anticonvulsivante, antiepilético, 
analgésico e antiemetico 
 
Em esclerose múltipla melhora de 20% com o 
combinado via oral em 4 semanas na espasticidade 
muscular; inefetividade nos tremores 
Efeitos adversos – mais associado ao THC e alta 
dosagem (vertigem, sonolência e náuseas) a longo prazo 
podendo afetar cognição e equilíbrio 
Efeitos mais severos são indução de psicose e 
esquizofrenia em indivíduos de alto risco, doenças 
cardíacas e síndrome de hiperemese canabinoide 
 
Tratamento não recomendado em – menores de 25 
anos, histórico familiar de sintomas psicóticos, pacientes 
com histórico desfavorável ao uso de maconha, 
alcoólatras, fumantes assíduos, pacientes cardíacos, 
hipotensos, gravidas e lactantes 
Complicações respiratórias nas formas inalatórias ou 
vaporizadas como rinite, bronquite, hemorragia pulmonar 
e coagulopatia também são apresentadas 
Lesão localizada em mucosa oral após uso prolongado 
de CBD associado a THC em spray é transitória 
Uso concomitante de anticoagulantes pode aumentar as 
chances de hemorragia 
Outras interações a serem evitadas são com a Erva-de-
são-joao, rifampicina, cetoconazol e algumas drogas 
antivirais 
TRATAMENTO COM PSICODÉLICOS 
SEROTONINÉRGICOS 
 
Cetamina é a mais pesquisada na atualidade; altas doses 
 anestésico; baixas doses  modifica 
temporariamente a consciência, incluindo mudanças no 
humor e cognição 
Uso investigado em: transtorno obsessivo compulsivo, 
transtorno de estresse pós-traumático, suicídio, 
transtornos com álcool ou cocaína 
MDMA tem sido a terapia sob investigação de maior 
destaque para tratar transtorno de estresse pós-
traumático, além de ansiedade social em adultos com 
TEA, ansiedade existencial e desordens com álcool 
Psilocibina é a terceira substancia mais estudada – perfil 
de risco muito baixo; pesquisada para transtorno de 
depressão maior, etilismo, tabagismo, desordem com 
cocaína e ansiedade existencial em doenças que 
ameaçam a vida 
Eleva discretamente a PA e não tem apresentado outros 
efeitos adversos 
LSD é a droga psicodélica mais potente atualmente 
administrada em ensaios clínicos; coeficiente de 
segurança muito alto e não associada com prejuízos 
graves à saúde após uso não supervisionado 
Tem cinética de dissociação muito lenta no receptor 
humano 5-HT2A e, portanto, apresenta efeitos de longa 
duração 
Pesquisada para tratamento de ansiedade existencial em 
doença terminal; meta-analise de 2012 confirmou seu 
potencial para tratamento do etilismo 
Ibogaina obtida na raiz de uma planta africana é a 
substancia psicodélica menos pesquisada 
João Luis
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Suspeita-se que tenha a capacidade de auxiliar no 
tratamento de dependência de outras substancias 
psicoestimulantes 
Pode levar a arritmias cardíacas fatais  menor 
segurança