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Os fármacos com ação no sistema nervoso central (SNC) apresentam grande importância no tratamento de diversos distúrbios psiquiátricos (depressão, ansiedade, esquizofrenia, etc.). No Brasil, esses fármacos são classificados como psicotrópicos e entorpecentes, tendo o comercio regulado pela Portaria nº 344/1998 da Agencia Nacional de Vigilância Sanitária. Os agentes sedativo-hipnóticos produzem sedação, sono, inconsciência, anestesia cirúrgica, coma e depressão respiratória e da função cardiovascular dependendo da dose. Um fármaco sedativo é definido como um agente capaz de reduzir a excitação e exercer efeito calmante, sem induzir ao sono, embora produza sonolência. A sedação está relacionada à diminuição da estimulação estando associada a alguma redução da atividade motora e do processo de pensamento. Um agente hipnótico induz ao e/ou mantém o sono, semelhante ao estado de sono natural. Em altas doses, os hipnóticos podem levar à anestesia geral. Ambos os fármacos deprimem o SNC com leves diferenças nas relações de tempo e ação, assim como dose e ação. Esses agentes são classificados como: - Barbitúricos; - Benzodiazepínicos; - Hipnóticos não benzodiazepínico Hipnose: estado semelhante ao sono fisiológico (com sono REM reduzido) Anestesia geral: perda de consciência, diminuição dos reflexos, perda da sensibilidade à dor, ausência de reação aos estímulos externos, ficando mantidas as funções vitais. Em doses maiores ou em caso de maior sensibilidade ao hipnótico ocorrerá o coma (onde diferentemente da anestesia geral, nem sempre as funções vitais são mantidas). Caso a depressão seja mais profunda, acarretará no comprometimento bulbar com paralisia respiratória, parada cardíaca e óbito. A insônia é um sintoma que se refere à incapacidade de iniciar e de manter o sono, sendo acompanhada de sono de baixa qualidade, interrompido ou de duração reduzida, insuficiente para restaurar o alerta completo. Classificação De curta duração, transitória ou situacional 3 a 5 dias, secundária a um fator de estresse bem definido e agudo. De média duração Até três semanas, relacionada a perda maior De longa duração ou crônica Além de três semanas, associada a quadros crônicos como depressão, ansiedade, hábitos inadequados de dormir, uso de substâncias como estimulantes, álcool, e drogas cujos efeitos colaterais comprometem o sono. Mecanismo de Ação Hipnóticos ou soníferos são fármaco s capazes de induzir o sono. Podemos considera hipnóticos fármacos como benzodiazepínicos, barbitúric os, além dos próprios medicamentos pertencentes a estas classes. Tratamento Etiológico Higiene do sono Hipnóticos Antidepressivos são fármacos para tratar transtornos depressivos, mas também são utilizados para tratar diversas outras doenças, como transtornos de ansiedade, transtornos alimentares, distúrbios do sono, disfunção sexual, dor crônica, e mal de Parkinson. A maioria das pessoas não se adapta ao primeiro antidepressivo e devem mudar a medicação até encontrar o antidepressivo com o qual responde com melhor efeito e menores efeitos colaterais. O melhor remédio e a dose ideal dependem do organismo e ambiente de cada indivíduo. Combinações com outro antidepressivo, com remédios para ansiedade, com estabilizantes de humor ou neurolépticos podem ser necessários. Os efeitos são melhores quando associados à psicoterapia. Bioquímica dos transtornos do humor Os transtornos do estado de ânimo parecem estar relacionados a uma redução na transmissão dos impulsos ou dos sinais nervosos nas áreas do cérebro que regulam o humor. As teorias atuais das causas biológicas da depressão têm-se focado numa falha na neurotransmissão. Atualmente de todas as teorias da depressão propostas, as mais aceitas são das anormalidades que envolvem os neurotransmissores monoaminérgicos, especialmente norepinefrina, dopamina, serotonina. O cérebro de indivíduos com fase depressiva no transtorno bipolar, depressão crônica ou profunda poderá apresentar pequenas diminuições na utilização dos neurotransmissores monoaminas noradrenalina, dopamina e da serotonina. No entanto na depressão unipolar mesmo profunda, na maioria das vezes não há alterações. Contudo os todos os fármacos eficazes no tratamento da depressão aumentam os níveis de alguns desses neurotransmissores. É sabido que a dopamina é importante nas vias da satisfação, e a adrenalina e serotonina também produzem efeitos de satisfação. Inibidor seletivo da recaptação de noradrenalina (ISRN): Uma nova classe de antidepressivos, cujo principal representante é a reboxetina. Uma alternativa aos pacientes que não respondem aos ISRS. Inibidor seletivo da recaptação de dopamina (ISRD): Uma alternativa para os que sofrem com efeitos colaterais serotoninérgicos, como ejaculação retardada. Geralmente bem tolerado, pois não inibe a monoaminoxidase e tem pouca afinidade pelo sistema serotoninérgico e colinérgico. Se tomado junto ao álcool ou outras drogas pode causar convulsão. Inibidor selectivo da recaptação da serotonina e da noradrenalina (ISRSN): Similares aos tricíclicos, mas sem os efeitos colaterais anticolinérgicos. Apresenta fraca atividade sobre a dopamina, perceptível apenas em grandes doses. Seu principal representante é a venlafaxina. Antidepressivos tetracíclicos: Atuam em um grande número de receptores, como agonistas inversos dos receptores: 5-HT1A, 5-HT2A (serotoninérgicos), α1, α2 (alfa adrenérgicos), D2 (dopaminérgico), H1 (histaminérgico) e mACh (muscarínico).Seus representantes incluem a Maprotilina, a Mianserina e a Mirtazapina. Podem ser classificados Antidepressivos tricíclicos: Os primeiros a serem inventados, muito eficientes, mas causavam muitos efeitos colaterais anticolinérgicos. Os novos antidepressivos tricíclicos causam menos efeitos colaterais. Atuam aumentando a disponibilidade de noradrenalina e serotonina no cérebro. Inibidores da monoaminoxidase (IMAO): Os segundos a serem inventados, atuam inibindo a degradação da serotonina, noradrenalina e dopamina pela enzima monoaminoxidase (MAO). Seu uso foi limitado pelo risco da interação com a tiramina, comum em diversos queijos, carnes e bebidas alcoólicas, causando crises hipertensivas. Inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS): Incluem os antidepressivos mais usados atualmente (citalopram, fluoxetina, paroxetina e sertralina). A recaptação de serotonína pelo neurônio que a libera inibe a liberação de mais serotonína (é um feedback negativo), assim ao inibir o medicamento aumenta a disponibilidade de serotonína para ativar seus receptores. A seletividade por receptores específicos é a principal diferença entre os membros desse grupo, receptores distintos ativam efeitos diferentes. Indicações O uso de antidepressivos tem eficácia comprovada como parte do tratamento de diversas condições. Depressão maior: Todos Transtorno de ansiedade generalizada: Venlafaxina e Escitalopram. Transtorno obsessivo compulsivo: Fluvoxamina, Paroxetina, Sertralina, Fluoxetina, https://pt.wikipedia.org/wiki/Feedback_(ci%C3%AAncias) Clomipramina, Citalopram e Escitalopram. Fobia Social: Escitalopram, Paroxetina, Venlafaxina e Sertralina. Transtorno do Pânico: Sertralina, Paroxetina, Amitriptilina, Escitalopram e Citalopram. Transtorno de estresse pós- traumático: Sertralina Bulimia nervosa: Fluoxetina Transtorno disfórico pré- menstrual: Fluoxetina Transtorno de personalidade limítrofe: Fenelzina Compulsãoalimentar: Fluoxetina ou sertralina Tabagismo: bupropiona e nortriptili na Alcoolismo e outras dependências psicológicas: fluoxetina e desipramina Insônia: Mirtazapina, Agomelatina Dor crônica neurológica: Imipramina, a mitriptilina ou duloxetina Fibromialgia: Duloxetina, Milnacip rano Mal de Parkinson: IMAO seletivos B como a selegilina Ejaculação precoce: Paroxetina e Clomipramina Os sintomas mais comuns nas pessoas que sofrem de depressão, podem ser agrupados da seguinte forma: sintomas emocionais (falta ânimo, ansiedade, perda de interesse ou prazer, sentimentos de culpa, ideias suicidas e transtornos cognitivos) e sintomas físicos (agitação, mudanças de peso, dores musculares, perda de energia, alterações do sono). Os antidepressivos atuam diretamente no cérebro, modificando e corrigindo a transmissão neuro-química em áreas do sistema nervoso que regulam o estado do humor (o nível da vitalidade, energia, interesse, emoções e a variação entre alegria e tristeza), quando o humor está afetado negativamente num grau significativo. FARMACOCINÉTICA A maioria dos antidepressivos são bem absorvidos pelo trato gastrintestinal, sofrem biotransformação hepática e diversos possuem metabólitos ativos. A fluoxetina possui um metabolito ativo (norfluoxetina) que prolonga seu efeito no organismo. O início de ação se dá entre 7 a 14 dias com doses apropriadas, mas pode levar de 4 a 8 semanas para atingir o efeito terapêutico pleno. Interagem medicamentosamente com um grande número de medicamentos e drogas. A maioria não deve ser usada concomitantemente ao uso de álcool. FARMACODINÂMICA Estrutura química da venlafaxina, um Inibidor seletivo da recaptação da serotonina e da noradrenalina (ISRSN). Os antidepressivos funcionam aumentando as concentrações de dopamina, noradrenalina e/ou se rotonina entre os neurônios (sinapses). Deste modo aumenta a excitação nas vias cerebrais cujos neurônios utilizam estes neurotransmissores em atividades relacionadas com o bem-estar emocional. EFEITOS ADVERSOS Síndrome de abstinência Após tratamento prolongado, interromper o uso de antidepressivos é acompanhado de uma síndrome de abstinência que pode aparecer dentro de 1 a 10 dias depois da interrupção (com fluoxetina pode demorar semanas pra começar). Os sintomas mais frequentes são tonturas, vertigens, descoordenação motora, sintomas de gripe, distúrbios sensoriais (parestesias), alterações de sono (insônia, sonolência ou pesadelos) além de irritabilidade, agitação e ansiedade. Com tricíclicos o efeito é ainda pior e começam nas primeiras 48h, um efeito rebote de hiperatividade colinérgica. Podem ocorrer ataques de pânico, arritmias cardíacas e delirium. Para evitar esse efeito rebote recomenda-se a diminuição gradativa da dose ao longo de algumas semanas, acompanhamento e orientações. Síndrome serotoninérgica Síndrome serotoninérgica é causada por excesso de serotonina na fenda sináptica, levando a um quadro complexo de sinais e sintomas. Ocorre, por exemplo, pela associação entre antidepressivos e Erva-de-são-joão. Crise hipertensiva Pacientes que tomam IMAOs devem evitar alimentos ricos em tiramina, o aminoácido precursor da dopamina, noradrenalina e adrenalina, pois eles podem desencadear crise hipertensiva e taquicardia. Os alimentos proibidos são: Queijos maturados ou envelhecidos; Carnes (inclusive peixes) embutidos ou defumados; Mais de uma garrafa de cerveja, chope ou vinho (mesmo sem álcool); Levedura, fava e doce de casca de banana. Mania\Hipomania Em pessoas com transtorno afetivo bipolar o uso de antidepressivos podem desencadear um episódio maníaco. Na mania, o individuo se torna agitado, eufórico, com pensamentos acelerados e menor necessidade de descanso. Tendência suicida O período mais perigoso para o suicídio é logo após o início da terapia, porque o fármaco só manifesta os seus máximo efeito após quatro ou cinco semanas. Um anticonvulsivo (também chamado de anticonvulsivante, estabilizante de humor ou antiepilético) é uma classe de fármacos utilizada para a prevenção e tratamento das crises convulsivas e epiléticas, neur algias e também no tratamento de transtornos de humor, como transtorno bipolar. Os anticonvulsivos funcionam suprimindo a ativação rápida e excessiva dos neurônios durante convulsões e também evitam que a convulsão se espalhe pelo cérebro. Alguns pesquisadores observaram que os anticonvulsivos podem diminuir o QI em crianças, porém efeitos colaterais como esse devem ser comparados com o risco que as crises convulsivas em crianças carregam, como o risco de sequelas neurológicas e morte FÁRMACOS Aldeídos Paraldeído: usado particularmente onde não há métodos de ressuscitação disponíveis ou quando a respiração do paciente está comprometida pois, diferente do diazepam e de outros benzodiazepínicos, não suprime a respiração em doses terapêuticas. Barbitúricos Barbitúricos : são fármacos que agem como depressores do sistema nervoso central por conta disso, produzem um amplo espectro de efeitos, desde sedação até anestesia. Fenobarbital, Metilfenobarbital , Barbexaclona. Benzodiazepínicos Os benzodiazepínicos são fármacos com propriedades hipnóticas, ansiolítica s, anticonvulsivas, amnésicas e de relaxamento muscular. Agem como depressores do sistema nervoso central. A potência relativa de cada um desses fármacos varia bastante e influencia as indicações do fármaco. Uso a longo-prazo pode ser problemático devido ao desenvolvimento de tolerância aos efeitos anticonvulsivos e dependência. Clobazam, Clonazepam, Clorazepato, Diazepam, Midazolam, Loraz. Carboxamidas Carbamazepina (CBZ), vendida sob o nome comercial Tegretol, entre outros, é um dos principais medicamentos utilizados no tratamento da epilepsia e dor neuropática. Tem ação semelhante no tratamento de convulsões à fenitoína e valproato. Pode ser usado para esquizofrenia, juntamente com outros medicamentos, sendo eficaz como agente de segunda linha na profilaxia de episódios maníacos e depressivos nos transtornos bipolares Oxcarbazepina, Eslicarbazepina. Ácidos graxos Valproatos — ácido valpróico, valproato de sódio, valproato semi-sódico. Vigabatrina. O valproato sódico ou ácido valproico é um anticonvulsivantes e estabilizad or de humor muito usado no tratamento de epilepsia (generalizadas ou focais), convulsões, transtorno bipolar e enxaqueca. Usado no transtorno bipolar, serve para prevenir episódios de mania (euforia) e de depressão, do que decorre o fato de ser um estabilizador de humor, aplicado muitas vezes quando o lítio não pode ser utilizado. Derivados da frutose Topiramato Análogos do ácido gama- aminobutírico Gabapentina,Pregabalina Hidantoínas Fenitoína, Etotoína Pirrolidinas Brivaracetam, Levetiracetam, Seletracetam Triazinas Lamotrigina Os antipsicóticos se caracterizam por sua ação psicotrópica, com efeitos sedativos e psicomotores. Por isso, além de se constituírem como os fármacos preferencialmente usados no tratamento sintomático das psicoses, principalmente a esquizofrenia, também são utilizados como anestésicos e em outros distúrbios psíquicos. O uso dos antipsicóticos é, hoje, conduta padrão na terapia de psicoses agudas. No entanto, nem todos os casos são tratados pelo grupo de medicamentos em discussão. Muitas vezes, podem-se utilizar também antidepressivos. O uso prolongado, sepossível em pequenas doses, pode prevenir novas psicoses agudas. Vale lembrar que os antipsicóticos normalmente devem ser empregados em associação com técnicas não- farmacológicas (como psicoterapia ou socioterapia) para um melhor resultado. Os neurolépticos, uma sub- divisão dentro dos antipsicóticos, foram os primeiros remédios desenvolvidos para o tratamento de sintomas positivos da psicoses (alucinações e delírios); por isso, são também conhecidos como antipsicóticos típicos. Seus efeitos adversos são caracterizados por um conjunto de sintomas conhecido vulgarmente como impregnação ou efeitos extrapiramidais. MECANISMO DE AÇÃO A superatividade das vias neuronais de dopamina no nível do sistema límbico na superfície medial do cérebro dos mamíferos, o sistema límbico é a unidade responsável pelas emoções e comportamentos sociais cerebral é importante na patogenia da esquizofrenia. O receptor mais importante dessas vias é o receptor dopaminérgico D2. Os antipsicóticos funcionam como antagonistas do receptor D2, diminuindo a sua ativação pela dopamina endógena. Os efeitos de controle sobre os sintomas da esquizofrenia surgem quando 80% dos receptores D2 estão bloqueados pelo antagonista. É importante lembrar que os neurolépticos são drogas sintomáticas, ou seja, elas não têm a função de curar uma doença psíquica. No entanto, na maioria dos casos, consegue-se eliminar os surtos de alucinações e ilusões, o que oferece ao paciente a possibilidade de distanciamento de sua própria doença. Os neurolépticos não interferem na lucidez ou no intelecto, mas podem, por vezes, sedar o paciente fortemente. Os neurolépticos, uma sub-divisão dentro dos antipsicóticos, foram os primeiros remédios desenvolvidos para o tratamento de sintomas positivos da psicoses (alucinações e delírios); por isso, são também conhecidos como antipsicóticos típicos. Seus efeitos adversos são caracterizados por um conjunto de sintomas conhecido vulgarmente como impregnação ou efeitos extrapiramidais. POTÊNCIA DOS NEUROLÉPTICOS Com a introdução dos Antipsicóticos na Medicina, como forma terapêutica, observou-se que, quanto maior a potência do medicamento, maior é seu efeito motor extra-piramidal, que traz indesejáveis efeitos colaterais. Os Neurolépticos são classificados de acordo com sua potência. Baixa Potência: Prometazina, levomepromazina, Ti oridazina, Promazina. Média Potência: Clorpromazina, perazina, Zuclopen tixol. Alta Potência: Ferfenazina, Flufenazina, Haloperi dol, Benperidol. EFEITOS Os efeitos destes fármacos demoram várias semanas de uso contínuo para se manifestarem na totalidade. As capacidades intelectuais do doente mantêm-se, mesmo com a administração continuada. A distinção entre efeitos benéficos e adversos, no nível mental, é algo subjetiva. Os seguintes efeitos são moderados nas doses terapêuticas: Apatia Redução da iniciativa Diminuição das respostas emocionais Sedação Antieméticos (depressão do reflexo do vômito) OUTROS EFEITOS ADVERSOS POSSÍVEIS: Distúrbios no sistema motor extrapiramidal devidos aos efeitos não-intencionados , produzindo efeitos semelhantes à Síndrome de Parkinson (doença devida ao déficit de dopamina nestas vias), Tremores, Movimentos involuntários (discinesias agudas), Rigidez dos membros (distonias agudas), Perda de expressividade facial (rigidez muscular da face), Discinesia tardia USOS CLÍNICO São usados no tratamento sintomático da Esquizofrenia, em doses altas supressão das crises agudas; e, também, em outros distúrbios comportamentais FÁRMACO PARA TRATAMENTO DE ALZHEIMER Doença de Alzheimer é uma doença neurodegenerativa crônica e a forma mais comum de demência.A doença manifesta-se lentamente e vai-se agravando ao longo do tempo.O sintoma inicial mais comum é a perda de memória a curto prazo, com dificuldades em recordar eventos recentes.Os primeiros sintomas são geralmente confundidos com o processo normal de envelhecimento. À medida que a doença evolui, o quadro de sintomas incluem dificuldades na linguagem, desorientação, perder-se com facilidade, alterações de humor, perda de motivação, desinteresse por cuidar de si próprio, desinteresse por tarefas quotidianas e comportamento agressivo. Em grande parte dos casos, a pessoa com Alzheimer afasta-se progressivamente da família e da sociedade. Gradualmente, o corpo vai perdendo o controlo das funções corporais, o que acaba por levar à morte. Embora a velocidade de progressão possa variar, geralmente a esperança de vida após o diagnóstico é de três a nove anos. A doença de Alzheimer é a causa de 60–70% dos casos de demência. As causas de Alzheimer ainda não são totalmente compreendidas. Pensa-se que 70% do risco sejam de origem genética com vários genes implicados. Entre outros fatores de risco estão antecedentes de lesões na cabeça, depressão e hipertensão arterial. O mecanismo da doença está associado às placas senis e aos novelos neurofibrilares no cérebro. Quando se suspeita de Alzheimer com base na história clínica, o diagnóstico é geralmente confirmado com exames que avaliam o comportamento e a capacidade de raciocínio da pessoa, podendo ser realizados exames de imagens e análises ao sangue para descartar outras causas. No entanto, só é possível determinar um diagnóstico definitivo através de um exame ao tecido cerebral. O risco de Alzheimer pode ser diminuído com exercícios mentais, exercício físico e controlo da obesidade. No entanto, estas recomendações não são apoiadas por evidências fortes. Não existem medicamentos ou suplementos que tenham demonstrado diminuir o risco da doença instalada. Não existem atualmente tratamentos para parar ou reverter a progressão de Alzheimer, embora alguns possam melhorar temporariamente os sintomas. À medida que a doença avança, a pessoa torna-se progressivamente dependente da assistência de um cuidador. TRATAMENTO Não existe cura para a doença de Alzheimer. Existem diversos tratamentos que proporcionam alívio relativo dos sintomas, embora sejam de natureza paliativa. Os tratamentos atuais podem ser divididos em farmacológicos, psicossociais e a nível de cuidados de saúde. MEDICAMENTOS Modelo molecular da donepezila, um inibidor da acetilcolinesterase usado no tratamento de sintomas de Alzheimer, Estrutura molecular da memantina, um medicamento aprovado para sintomas avançados de Alzheimer, TERAPIAS E ABORDAGENS COMUNICACIONAIS As intervenções psicossociais são usadas de forma complementar à terapêutica farmacológica e podem ser divididas em abordagens ao comportamento, emoções, cognição ou estimulação. PRESTAÇÃO DE CUIDADOS A tarefa de cuidar do idoso precisa ser dividida e compartilhada com outros membros da família e profissionais de saúde para não sobrecarregar uma só pessoa. Uma vez que a doença de Alzheimer não tem cura e o paciente vai gradualmente perdendo a capacidade de cuidar de si próprio, o tratamento passa principalmente pela prestação de cuidados. Durante os estádios leve e moderado, determinadas alterações ao meio envolvente e ao estilo de vida podem aumentar a segurança do paciente e reduzir os encargos para os cuidadores. Entre estas alterações estão a adesão a rotinas simplificadas, a instalação de fechaduras de segurança, a rotulagem de artigos domésticos ou a utilização de objetos quotidianos modificados. PROGNÓSTICO É difícil diagnosticar a doença de Alzheimer durante os primeirosestádios. O diagnóstico definitivo geralmente só consegue ser determinado quando o cognitivo compromete a realização de atividades diárias, embora a pessoa possa continuar a viver de forma independente. Os sintomas progridem desde ligeiros problemas cognitivos, como perda de memória, até estádios avançados de distúrbios cognitivos e não cognitivos que impossibilitam que o paciente viva sozinho, especialmente durante a fase final da doença. A esperança de vida da população com Alzheimer é reduzida. A esperança média de vida após o diagnóstico é de aproximadamente sete anos. Menos de 3% das pessoas vive para além dos quatorze anos. Apesar de nos casos de Alzheimer precoce a média da esperança de vida ser superior, é bastante mais reduzida quando comparada com a generalidade da população. O prognóstico de sobrevivência é menos favorável em homens do que em mulheres. Os opiáceos são substâncias derivadas do ópio e, portanto, estão incluídos na classe dos opioides - grupo de fármacos que atuam nos receptores opioides neuronais. Eles produzem ações de insensibilidade à dor (analgesia) e são usados principalmente na terapia da dor crônica e da dor aguda de alta intensidade. Em doses elevadas euforia, estados hipnóticos e dependência e alguns (morfina e heroína) são usados como droga recreativa de abuso. FARMACOCINÉTICA Os opioides são antagonistas dos receptores opioides encontrados nos neurônios de algumas zonas do cérebro, medula espinal e nos sistemas neuronais do intestino. Os receptores opioides são importantes na regulação normal da sensação da dor. A sua modulação é feita pelos opioides endógenos (fisiológicos), como as endorfinas e as encefalínas, que são neurotransmissores. EFEITOS FARMACOLÓGICOS Os efeitos farmacológicos dos opióides podem ser úteis ou adversos, conforme a dose e situação. Cada fármaco pode produzir efeitos de intensidade diferente conforme a sua especificidade para uns ou outros receptores, e outras características. Também exercem efeito em canais catiônicos, pois promovem a abertura dos canais de potássio e inibem a abertura dos canais de Cálcio dependentes de voltagem. Assim, reduzem tanto a excitabilidade neuronal como a liberação de neurotransmissores FARMACODINÂMICA Analgesia: os opioides reduzem a dor em ambos os seus componentes - sensitivo e emocional. São eficazes na dor aguda e na dor crônica. Euforia e disforia: são necessárias doses maiores do que as utilizadas para causar analgesia. Em pacientes com dores crônicas não ocorre este efeito. Consiste num sentimento de flutuar agradável e de bem-estar. A euforia pode degenerar ou ser substituída pela disforia, um estado de ansiedade desagradável e desânimo. Depressão Respiratória: os opioides diminuem a atividade do centro neuronal que controla o ritmo e a intensidade da respiração. Usado em altas doses,a respiração pode cessar por completo (é mais comum como causa de morte na overdose). Sedação: produzem estados de sonolência e confusão mental sem amnésia. Miose: consiste na contração da pupila do olho. Ao contrário de muitos outros fármacos sedativos que produzem midríase (dilatação da pupila), os opioides levam à miose, um importante sinal na identificação de overdoses de opioides. Supressão da tosse: pequenas doses de opioides ou formas fracas chegam a eliminar a tosse,devido à depressão do centro neuronal da mesma,no cérebro. Náusea: São usados como antieméticos, fazem inibição dos mecanismos de controle de vômitos, através dos receptores de CB1, que estão localizados principalmente no sistema nervoso central. São utilizados como antieméticos, em associação com outros, principalmente no tratamento por quimioterápicos citotóxicos. NO TRATO GASTROINTESTINAL Também existem receptores opioides em alguns neurônios dos sistemas nervosos autônomos do intestino. Obstipação: os opioides provocam a diminuição da mobilidade intestinal, que leva a maior absorção de água e fezes duras. Constrição biliar: provocam espasmos nas vias biliares. Outros: podem provocar hipotensão, prurido,exudação , imunossupressão , broncoconstrição . USO CLÍNICO Dor crônica: os opioides são a primeira escolha no tratamento da dor crônica pós-operatória, no cancro e outras situações. Nos doentes com dores não existe efeito eufórico, mas há efeito sedativo. O mais usado no passado era a morfina, mas tem vindo a ser substituída pelo fentanil, que é mais potente e de ação mais rápida, permitindo melhor controlo e mais rápido alívio da dor. Dor aguda forte: em trauma, dor de cabeça (cefaleia), ou no parto. Não se devem usar nas cólicas biliares (litíase biliar ou pedra na vesícula) porque provocam espasmos que podem aumentar ainda mais a dor. Se a dor é de origem inflamatória são preferíveis os anti-inflamatórios não esteroides, ou opioides fracos como o tramadol, que também são analgésicos eficazes nessas situações. Anestesia: como são sedativos, são por vezes usados na preparação antes da inalação de anestésicos gasosos mais potentes. Supressão da tosse: alguns opioides fracos como a codeína, são por vezes incluídos em preparações antitússicas. Há risco de acumulação das secreções com infecção. Dispneia aguda, principalmente de causa cardíaca: os opioides, particularmente a morfina, são eficazes contra esta condição de emergência. Julga-se que o efeito é devido à redução da ansiedade com regularização da respiração e menor esforço cardíaco. Diarréia: como produzem redução da mobilidade intestinal são eficazes contra a diarreia. Não devem ser usados na diarreia de causa infecciosa. A loperamida tem poucos efeitos analgésicos e é preferível. COMO DROGA Os opioides apresentam duas características que os tornam drogas de abuso particularmente perigosas: produzem euforia e bem-estar, mas a sua ação necessita de doses cada vez maiores para que os efeitos sejam mantidos num determinado nível - fenómeno de tolerância. O opioide de abuso mais utilizado hoje é a heroína, um derivado da morfina com praticamente os mesmo efeitos mas com maior solubilidade aquosa (o que facilita o seu consumo). É consumida pela injeção intravenosa com agulha. Esta forma de consumo leva a uma rápida elevação das concentrações sanguíneas, e resulta numa ação inicial muito mais forte de satisfação intensa, seguida de um potencial de ação mais moderada e cada vez mais fraca. A tolerância aos opioides leva o consumidor recreativo a consumir doses cada vez maiores. Estas provocam alterações bioquímicas temporárias ou permanentes no cérebro. Julga-se que a produção ou sensibilidade às endorfinas e encefalinas, opioides naturais no ser humano, são reduzidas, e o indivíduo passa a necessitar de doses de opioide exógeno cada vez maiores apenas para se sentir normal. Quase todos os efeitos do opioide manifestam tolerância, logo um consumidor de altas doses injeta quantidades de heroína que seriam mortais para um não consumidor devido à parada respiratória. O consumo de heroína leva à dependência física e psicológica. A dependência física é uma consequência inevitável e universal para o consumidor de heroína. É fisiologicamente impossível de se evitar com o consumo regular. A cessação do consumo leva a síndrome de abstinência. Caracteriza-se por tremores, ereção dos pelos, suores abundantes, respiração rápida, temperatura elevada, ansiedade, hostilidade, vômitos e diarreia. Um sinal importante é a midríase (dilatação da pupila). Estes sinais só desaparecemcom a administração de um opioide, geralmente de forma instantânea. É apenas possível para o consumidor crônico parar de consumir opioides evitando a dependência física se houver consumo cada vez de doses apenas um pouco menores do fármaco, sem nunca aumentar a quantidade. A dependência psicológica é subjetiva e é devido à memória do prazer sentido em administrações passadas, e caracteriza-se por um desejo forte, por vezes violento, de consumir a droga. A dependência psicológica é subjetiva e é devido à memória do prazer sentido em administrações passadas, e caracteriza-se por um desejo forte, por vezes violento, de consumir a droga. OPIOIDES DERIVADOS DO ÓPIO A morfina geralmente constitui 8% a 14% do peso do ópio seco. Os outros opioides são derivados dela, sendo obtidos por reações químicas relativamente simples. Morfina - o mais usado dos opioides, particularmente na dor crônica. Heroína - usado como droga de abuso; raramente, como analgésico. Codeína, Dextrometorfano Cloridra to de tramadol - opioides fracos, usados como supressores da tosse ou contra dores moderadas. OUTROS OPIÓIDES OU ANTAGONISTAS DOS RECEPTORES. A maioria é sintética: Metadona - usada no tratamento de toxicodependentes porque a sua síndrome de privação é menos forte. Petidina - também chamada de Meperidina, usada na dor aguda. Fentanil - alta potência permite a administração cutânea. Loperamida - usado na diarreia. Não entra no cérebro (não passa a barreira hemato-encefálica). Tramadol - não é opioide primariamente, mas sim facilitador da transmissão por serotonina. É antagonista opioide muito fraco, usado em dores agudas e crônicas moderadas AGONISTAS PARCIAIS E AGONISTAS MISTOS Possuem comportamento misto apresentando atividade antagonista para determinados receptores enquanto apresentam atividade agonista em outros. Nalbufina - agonista para receptores μ, podendo reverter a depressão respiratória de outros opioides, e agonista para receptores kappa o que lhe confere efeito de sedação e analgesia. Buprenorfina - antagonista parcial, maior semivida que a morfina. Butorfanol - semelhante à nalbufina AGONISTAS OPIOIDES São fármacos que têm o efeito de bloquear os receptores opioides, impedindo opioides endógenos ou administrados de atuar. Naloxona -Usada em casos de overdose para evitar depressão respiratória fatal. Usada também para verificar dependência de opióides. Em dependentes causa síndrome físico de privação imediatamente HISTÓRIA DO ÓPIO No século XIX houve várias guerras entre a Inglaterra (Reino Unido) e a China devido ao ópio. A Inglaterra procurava proteger o lucrativo negócio dos seus traficantes de ópio, o qual era produzido nas suas colônia, enquanto a China queria quebrar a dependência da sua economia e do seu povo aos poderosos efeitos do ópio enquanto droga recreativa. Estas Guerras do Ópio foram ganhas pela Inglaterra. Hoje em dia a droga opiácea mais utilizada é a heroína. Esta droga, derivada quimicamente da morfina extraída do ópio, é proibida em todos os países devido à sua tendência a conduzir à toxicodependência profunda. O maior representante desse grupo é o ópio, uma mistura de vários opioides, dos quais o mais importante é a morfina, extraído das sementes das papoulas roxas. Ele é conhecido desde a antiguidade e é então usado na medicina e como droga de abuso nos países orientais (principalmente China). Só em 1803 Serturner isolou o alcaloide morfina a partir do ópio. O nome da morfina foi-lhe atribuído em honra do Deus grego Morfeu, o deus do sono. Apesar de ser o mais antigo opióide a morfina ainda é dos mais usados.
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