Anatomia e fisiopatologia da reprodução dos cães e gatos

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Juliana Crescencio e Leticia Smaniotto
Anatomia e fisiopatologia da reprodução dos cães e gatos
ANATOMIA DO SISTEMA GENITAL MASCULINO
Órgãos envolvidos no desenvolvimento, amadurecimento, transporte e armazenamento dos gametas.
Testículos;
produção de espermas e hormônios
Ducto contorcido do epidídimo;
armazenamento e amadurecimento
Ducto deferente;
Uretra;
Glândulas genitais acessórias
secreção na uretra que contribuem para o volume de sêmen
Pênis. 
 GATO		 		CÃO											
PÊNIS
Musculocavernoso;
Osso peniano;
Espículas penianas e orientação posterior (GATO).
PRINCIPAIS DISTÚRBIOS DO SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO
BALANOPOSTITE
Balanite - infecção da glande, postite - inflamação do prepúcio.
Comum em cães, rara em gatos.
Agentes etiológicos presentes na própria flora prepucial.
Corrimento prepucial purulento.
volume de secreção - gravidade
Diagnóstico pelo exame físico da cavidade prepucial e pênis.
avaliação completa para identificação de corpo estranho, neoplasia, ulceração ou nódulos inflamatórios.
Tratamento local com antisséptico ou medicamentos antibacterianos tópicos.
FIMOSE
Defeito congênito ou adquirido
estenose do óstio prepucial impedindo a exteriorização da glande
Casos adquiridos
sequela de postite ou neoplasia prepucial
Incomum nos cães e gatos
Identificada em animais jovens
causa de obstrução do sistema de escoamento ou gotejamento de urina.
PARAFIMOSE
Incapacidade de retirar o pênis do interior do prepúcio.
frequente depois da ereção em cães
rara em gatos 
(pêlos longos onde o pênis fica preso)
Dentre as causas:
cópula recente, trauma, neoplasia, corpos estranhos
pseudo-hermafroditismo, déficits neurológicos e contrição do penis por pêlos do prepúcio. 
Diagnóstico:
inspeção visual
 sinais clínicos de fácil detecção.
Complicações:
necrose parcial ou total do pênis exposto e incapacidade reprodutiva.
Tratamento cirúrgico. 
Orquite e epididimite
Infecções dos testículos e epidídimo
ferimentos penetrantes via hematógena.
disseminação via urogenital.
Agentes etiológicos
Mycoplasmas, Brucella canis, Blastomyces, Ehrlichia, Proteus sp., além do vírus da cinomose e Leishmania SP
Peritonite infecciosa 
Sinais clínicos agudos:	
 testículo e epidídimo firmes, quentes, edemaciados, pele escrotal inflamada, febre e letargia.
Crônicos: 
escroto normal, testículo mole e atrofiado e epidídimo mais firme e proeminente.
INFERTILIDADE NOS DOIS CASOS
Diagnóstico:
exame físico, USG, citologia.
Tratamento com antibioticoterapia
CRIPTORQUIDISMO
Ausência do deslocamento de um ou ambos testículos
Retenção no trajeto até a bolsa escrotal:
localizado na cavidade abdominal - criptorquidismo abdominal
localizado no anel inguinal - criptorquidismo inguinal
Unilateral mais comum entre cães e gatos
Oito semanas de idade - palpação - diagnóstico criptorquida
Recomenda-se castração ainda jovens
risco de desenvolver neoplasias testiculares 
Gatos bem menos comum
Neoplasia do testículo e bolsa escrotal
Mais comuns em cães idosos → mastocitoma, melanoma e hemangiossarcoma → prognóstico desfavorável
Diferentes neoplasias ou mais de uma neoplasia
Testículos escrotais → benignos
Testículos criptorquídicos → malignos
TRATAMENTO: castração → análise histopatológica
Melanoma testicular
Hemangiossarcoma testicular
Prostatite
Infecção bacteriana da próstata → aguda ou crônica
Sinais clínicos: 
dor abdominal, corrimento prepucial hemorrágico e febre. 
Diagnóstico: 
exames físicos, cultura de fluído prostático ou da urina
TRATAMENTO: terapia antimicrobiana - QUINOLONA
Hiperplasia prostática benigna - HPB
+ comum em cães → machos inteiros de + seis anos;
Subclínica ou acompanhada por constipação intestinal (devido a compressão do reto), tenesmo, hemorragia prostática;
Diagnóstico: 
palpação retal → aumento do tamanho prostático, indolor e simétrico;
	TRATAMENTO: castração → involução prostática em 12 semanas;
Neoplasia prostática
Rara em gatos;
Adenocarcinoma é o mais comum → mais de 10 anos;
Sinais clínicos:
 tenesmo, disquesia, estranguria, dor, perda de peso;
Diagnóstico:
Palpação: irregular, aumentada com consistência mais firme
TRATAMENTO: remoção da próstata → quimioterapia e radioterapia
Prognóstico desfavorável 
Tumor venéreo transmissível - TVT
Localizado na mucosa da genitália externa;
Sinais clínicos: 
tumefação genital, formações nodulares avermelhadas que sangram com facilidade podendo ser ulceradas. Formato de couve-flor, friáveis e com odor intenso
Diagnóstico: histopatologia
Tratamento: quimioterápicos → vincristina
Remissão completa (inclusive metástases)
Transmissão → contato sexual
REFERÊNCIAS
VOLPATO, Rodrigo et al. Afecções do pênis e prepúcio dos cães: revisão de literatura. Veterinária e Zootecnia, p. 312-323, 2010.
FREITAS, Patricia Maria Coletto et al. Particularidades nas cirurgias do sistema reprodutor da espécie canina. Rev. Bras. Reprod. Anim, v. 43, n. 2, p. 346-355, 2019.
BARUSELLI, P. S.; PTASZYNSKA, M. Compêndio de reprodução animal. São Paulo: Intervet International, 2007.
PATOLOGIAS DO SISTEMA REPRODUTOR EM CÃES E GATOS - Lorena Gabriela Rocha Ribeiro Médica Veterinária, Mestranda do Programa de Pós-graduação em Ciência Animal nos Trópicos.