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1 Fisiopatologia da Reprodução do Macho – Amaríntia Rezende AVALIAÇÃO DO SÊMEN Macroscópica: volume, aspecto (cor e densidade), turbilhonamento Volume: espécie e método de coleta. Glândulas acessórias. Tubos graduados. Cálculo do total de espermatozoides no ejaculado. Cor: branca, branca acizentada, branca amarelada, amarelada/amarela (urospermia), avermelhadada (hemospermia), presença de grumos/pús – piospermia Densidade: aquoso, seroso, soro-leitosa,leitosa, leitosa densa Odor: sui generis Tubilhonamento: Movimento em forma de onda (motilidade, vigor e concentração espermática). Espécies com pequenos ruminantes, volume pequeno e muita densidade espermática). pH: 6,4 a 7,2 (neutralidade) – touros Motilidade: quantidade de espermatozoides que estão se movimentando. Porcentagem (0-100%). Imediatamente após a coleta do sêmen. Avaliação subjetiva ou computadorizada. Motilidade total. Vigor: velocidade dos espermatozoides e intensidade do movimento. 0 a 5. 0 espermatozoides imóveis e 5 máxima velocidade. Fatores que alteram: idade, tempo estocado no epidídimo, tempo após ejaculação, maturação espermática, produção de energia, integridade da membrana, osmolaridade, pH, temperatura, plasma seminal, diluentes. Concentração espermática: estimar a quantidade de espermatozoides presentes em cada mL de sêmen. Cálculo da dosagem de sêmen para inseminação. Ajustes para estocar sêmen. Câmara de Neubauer (câmara hematimétrica). Diluir a amostra espermática em formol salina. Touros: 1:200. Objetiva de 40x. MORFOLOGIA ESPERMÁTICA Correlação com a fertilidade, células anormais (patologias) não conseguem fecundar o oócito. Estresse térmico ou alterações na espermatogênese. Manipulação inadequada do sêmen (choque térmico/osmótico). Duas formas; microscópio com contraste de fase. Amostra de sêmen em formol salina tamponado, até a amostra ficar turva. 1 gota em lamina coberta por lamínula. Outra forma é com corante rosa bengala 1:1 com sêmen. CLASSIFICAÇÃO DOS ESPERMATOZÓIDES Origem de alteração: primários (testículo), secundário (epidídimo) e terciário (após a ejaculação). Local da patologia: acrossoma, cabeça, peça intermediaria e cauda. Impacto na fertilidade: defeitos maiores ou defeitos menores. Compensatórios e não compensatório (aumento da quantidade e espermatozoides). Defeitos menores : pouco efeito sobre a capacidade fecundante. Cabeça pequena, cabeça gigante, cabeças isoladas, destacamento de acrossoma, gota distal, cauda dobrada/enrolada. Não devem passar de 25% do total e 10% individualmente. Total de defeitos: não deve passar de 30% Integridade de membrana plasmática: lesões na membrana plasmática afetam a viabilidade do espermatozoide, capacitação acrossomal e fusão dos gametas. Manipulação e preservação dos espermatozoides. Corante eosina-nigrosina (só cora membrana rompida). FALHAS REPRODUTIVAS DOS MACHOS Impotência coeundii: qualquer patologia que interfira na cópula. Impotência generandii: qualquer patologia que interfira na produção do sêmen Agentes infecciosos 2 Fisiopatologia da Reprodução do Macho – Amaríntia Rezende DIMORFISMO SEXUAL Hermafroditismo Anormalidade que ocorre na diferenciação sexual, durante a fase embrionária. Sexo cromossômico x Sexo gonadal x Sexo fenotípico Nos machos, o gene SRY, diz que precisa ocorrer a diferenciação para testículos. Na fêmea, a ausência do gene SRY, faz que a fêmea desenvolva ovário. O sexo fenotípico é a parte mais externa no sistema reprodutivo. Durante o desenvolvimento embrionário há dois pares de ductos. o Ductos mesonéfricos ou de Wolff – epidídimo, vasos deferentes etc o Ductos paramesonéfricos ou de Muller – útero, tubas uterinas Os dois ductos estão presentes, no momento do sexo fenotípico, há a escolha para um dos ductos se desenvolverem. No macho, com a formação do testículo, há um fator inibidor de Muller (MIF) e a testosterona, faz que os ductos de Wolff se desenvolvam. Na fêmea, a ausência do MIF e da testosterona, os ductos paramesonéfricos são desenvolvidos. HERMAFRODITA VERDADEIRO Possui tecido ovariano e testicular ao mesmo tempo. Ovotéstis. Falha do sexo cromossômico para o sexo gonadal, gene SRY. Hermafroditas laterais: ovário de um lado e testículo do outro Hermafroditas bilaterais: ovotéstis de um lado e ovotéstis do outro. Hermafroditas unilaterais: ovotéstis de um lado e um ovário/testículo do outro. PSEUDO-HERMAFRODITA Desencontro da genitália tubular ou externa, e o sexo gonadal. IMPOTÊNCIA COEUNDII Dificuldade ou inabilidade para se realizar a cópula Redução ou perda da libido Etiologia: comportamento sexual, aparelho locomotor, afecções do pênis ou do prepúcio. Libido: avaliação, teste de capacidade de serviço o Hereditário o Desequilíbrio endócrino o Distúrbios psicológico o Manejo inadequado Aparelho locomotor: dificuldade ou impossibilidade da monta na fêmea. o Aumento do custo com o tratamento o Diminui escore corporal o Descarte de animais HIPOSPADIA Doença congênita Presença de óstio uretral externo localizado ventralmente ao pênis. Uma ou várias aberturas. Causa retenção de urina no prepúcio, dermatite pelo contato da pele com a urina, incontinência, infecção urinária. Congênito- rebanhos consanguíneos Tratamento: cirúrgico BALANOPOSTITE Inflamação da glande e no prepúcio (balanite e postite). Infecção bacterianas primárias. Herpesvirus bovino tipo 1, tritrichomonas foetus, herpesvirus canino tipo 1, leishmaniose. Infecções bacterianas secundárias – traumas. Capim lenhoso, cercas de arame, pisadas, trauma, umbigo penduloso. Sinais clínicos: edema, rubor, sensibilidade, miíase, secreção purulenta, abcessos, ulcerações, aderências. Podendo levar a prolapso de prepúcio. Tratamento: depende da causa, higienização PROLAPSO PREPUCIAL CRÔNICO Aspectos anatômicos Injúrias traumáticas, inflamação, infecção secundária. Tratamento: diminuir edema, duchas frias, sonda uretral. 3 Fisiopatologia da Reprodução do Macho – Amaríntia Rezende DIVERTÍCULO PREPUCIAL Dificuldade em expor o pênis Prepúcio penduloso Infecção quando jovem no umbigo gera uma fibrose que eleva o prepúcio, causando um divertículo prepucial. Tratamento cirúrgico Pode ser hereditário PERSISTÊNCIA DE FRENULUM Frênulo prepucial – liga a glande ao prepúcio. Touros, suínos e cães Em alguns casos não ocorre esse rompimento, não consegue expor o pênis, acúmulo de urina no prepúcio. Tratamento: cirúrgico. FIMOSE Estreitamento do óstio prepucial Incapacidade de protusão do pênis a partir do óstio prepucial. Pode ser congênito ou adquirido (balanopostite, prolapso prepucial, neoplasia, traumas). Tratamento: depende da causa. PARAFIMOSE Incapacidade do pênis de retrair o pênis para cavidade prepucial Causa problemas de circulação no pênis Trauma, paralisia nervosa, estenose do óstio prepucial, tumores, paralisias nervosas, pelos muito longos no prepúcio. HEMORRAGIAS Cálculos uretrais, tumores, traumas, etiologia desconhecida UROLITÍASE Pequenos ruminantes Animais confinados – dietas ricas em concentrado Trato genital longo, flexura sigmoide e processo uretral Sinais: dor, exposição do pênis, intumescência Tratamento: exérese do processo uretral, relaxante muscular, analgésico, ain e atb. Cistotomia e implantação de sonda de Foley Uretrostomia perineal TUMORES Fibropapiloma peniano – touro Carcinomas, angiomas, melanomas – equinos TVT – cão Sinais: corrimento sanguinolento, aumento de tamanho, fimose, parafimose, lesões ulcerativas e proliferativas, TVT. Diagnóstico: problema de exposição do pênis, morfologia alterada, deformação do prepúcio, sangramento após o coito, biópsia LESÕES TRAUMÁTICAS Lesões no prepúcio, lacerações Hematoma peniano Fratura do osso peniano Hematoma peniano: ruptura do corpo cavernoso. Traumas. Edema na região abdominal ventral, hemorragia, prolapso de prepúcio, infecção secundária. Tratamento: duchas fias, antiinflamatórios, atb, cirurgia. PARALISIAS Traumatismo penianos e dos nervos pudendos Infecções Tranquilizantes fenotiazínicos em equinos Intoxicações IMPOTÊNCIA GENERANDII Gerar/produzir Interferência na capacidade fecundante dos animais Afecções de bolsa escrotal e suas estruturas Afecções de glândulas sexuais acessórias ALTERAÇÕES DA BOLSA ESCROTAL Hidrocele – presença de líquido livre dentro da bolsa escrotal Hemocele – acúmulo de sangue no interior da túnica vaginal Piocele – presença de secreção purulenta na bolsa escrotal Causam aumento da bolsa escrotal, pode ter dor. Diagnóstico: palpação, USS Ineficiência da termorregulação, pode levar a degeneração testicular por compressão ou aumento de temperatura. 4 Fisiopatologia da Reprodução do Macho – Amaríntia Rezende DERMATITE ESCROTAL Não especifica ou generalizada Restrita a bolsa escrotal – trauma ou ulceração Fio, irritantes ambientais Calor – interferência na termorregulação Degeneração testicular PATOLOGIAS DO TESTÍCULO E DO EPIDÍDIMO Alterações do desenvolvimento: monorquidismo ou anorquidismo Ausência de um ou ambos os testículos – congênita Rara em mamíferos domésticos Diferenciar de criptorquidismo ou castração CRIPTORQUIDISMO Ausência de um ou ambos os testículos na bolsa escrotal. Miração dos testículos. Hereditário. Pode estar na cavidade abdominal ou na região inguinal. O testículo fora da bolsa é diminuído, consistência firme (fibrosada), não funcional (espermatogênese), produção hormonal. HIPOPLASIA TESTICULAR É hereditário Testículo não é totalmente desenvolvido. Uni ou bilateral, parcial ou total (todos os túbulos seminíferos) Oligospermia ou azoospermia, alterações morfológicas. Aplasia total ou segmentar e hipoplasia do epidídimo Congênito e hereditário. Aplasia segmentar do ducto deferente DEGENERAÇÃO TESTICULAR Principal causa de redução de fertilidade nos machos Processos patológicos sistêmicos ou locais Febre, locais muito quentes, problemas de termorregulação. Temperatura elevada, infecções, traumas, nutrição, lesões vasculares, obstrução da cabeça do epidídimo, doenças autoimunes, agentes químicos físicos e tóxicos, fatores hormonais. ORQUITE Inflamação do testículo Agentes bacterianos e virais Via de acesso hematógena ou ascendente Brucelose em bovinos o Reação aguda e irreversível ESPERMATOCELE Dilatação cística do conduto epididimário e ruptura da membrana basal – extravasamento de espermatozóides para o interstício. Forma um granuloma espermático Abcesso, presença de células inflamatórias. Alterações no trânsito normal dos espermatozóides. EPIDIDIMITE Associada a orquite Cães – leish e cinomose7 Ovinos – brucelose, actinobacilus, corynobacteria Equinos – Salmonelose Bovinos – tuberculose NEOPLASIAS Cães e touros idosos Leydigocitoma, tumor de células intersticiais ou de Leydig Sertolioma, tumor de células de Sertoli Seminoma, tumor de células seminais VARICOLECE Dilatação das veias do plexo pampiniforme e das veias cremastéticas Causa desconhecida, uni ou bilateral. Frequente em ovinos, ocasional em equinos e rara em bovinos Formação de trombos e pode predispor a degeneração testicular[ TORÇÃO Cães, suínos e equinos Pode envolver o testículo criptorquídico – casos de neoplasias 5 Fisiopatologia da Reprodução do Macho – Amaríntia Rezende Oclusão venosa – infarto venoso do testículo e do epidídimo Causas de cólicas nos garanhões FULICULITE Sequela da castração Suínos Contaminação da ferida cirúrgica após a castração – tecido de granulação Numerosos e pequenos aglomerados de pus espalhados Quando fica uma parte do funículo espermático Agudas e necrosantes. Crônicas e marcadas pela presença de um funículo com fibrose. PATOLOGIAS DA PRÓSTATA Cistos, hiperplasia/atrofia, prostatite, abcessos e neoplasias. CISTOS PROSTÁTICO Comum em cães, congênito ou adquiridos (processos hiperplásicos, neoplásicos ou inflamatórios) Podem provocar dificuldade de defecação e micção ATROFIA DA PRÓSTATA Animais idosos ou após castração Respondem a produção de testosterona Retração do órgão, consistência firme Células são substituídas por tecido fibroso denso PROSTATITE Cães – todas a espécies Associado a hiperplasia prostática em cães idosos Exsudato purulento Formação de abcessos Orquite e epididimite Dificuldade de urinar e defecar, hematúria, edema da bolsa escrotal e prepúcio e polaciúria (muita urina em pequenas quantidades). HIPERPLASIA PROSTÁTICA Comum em cães Afeta o órgão de forma difusa A partir de 4 a 5 anos – progressivo Fatores hormonais – Di-hidrotestosterona Crescimento do componente glandular e estroma da próstata Castração 2 a 6,5x aumentada Constipação intestinal, disúria, estenose da uretra prostática, glândula aumentada de volume, com superfície irregular e aspecto nodular, cistos e ectasia venosa. VESICULITE SEMINAL Agentes bacterianos Glândula aumentada, hiperêmica e consistente a palpação Fertilidade pode ou não estar alterada Associada a piospermia REPRODUÇÃO DO GARANHÃO Não são considerados animais de produção Ambiente Agressividade x temperamento do garanhão Libido do garanhão Tempo de ereção, monta e ejaculação Experiências negativas Vagina artificial Preparo: lavar o pênis do animal Contenção: cabresto Piso para não escorregar Manifestações pré-coitais: apoiar a cabeça, dar mordidas. Expor o pênis, subir na fêmea, ejacular Manifestações pós-coitais: relaxar O sêmen é ejaculado em uma série de 5 a 8 jatos o Fluido livre de espermatozoides o Fração rica em espermatozoides o Fração gelatinosa 6 Fisiopatologia da Reprodução do Macho – Amaríntia Rezende REPRODUÇÃO DO CÃO Ejaculação do cão é demorada, é feita por gotejamento. Coleta do sêmen: manipulação com a mão. Estímulo na região com o prepúcio, ao expor o pênis, elevar o prepúcio para expor todo o pênis. 3 frações de ejaculado o Pré-espermática – próstata – 0,5 a 5ml o Rica em espermatozoides – 1 a 4ml o Pós-espermática – próstata 2,5 a 80ml. REPRODUÇÃO DE GATOS Cruzamento de raças domésticas Preservação de felinos ameaçados de extinção como modelo experimental. Gatos possuem o pênis com espículas, usados para provocar dor na fêmea, que induz a ovulação. Cópula rápida Corte: macho cheira a fêmea Macho morde na nuca, para se fixar Fêmea entra em posição de lordose, lateralizando a cauda Cópula e ejaculação dura certa de 30s a 5min Fêmea fica agressiva após o coito Coleta de sêmen: eletroejaculador, animais agressivos, problemas de libido, anestesia geral. Vagina artificial: microtubo com uma borracha em cima. Baixo custo, sem contenção química ou física. Treinar esse animal. Cateterização uretral: e estimula a ejaculação por via farmacológica. Sedar o animal (medetomidina). Sonda uretral fina. REPRODUÇÃO DO VARRÃO Não possuem ampola Tem divertículo prepucial Possui pênis fibroelástico e pênis em espiral Puberdade: 5 a 8 meses de idade Fertilidade máxima: 12 a 18 meses. Na hora do parto já é para ter descido ostestículos. Cópula costuma durar de 5 a 10min Última fração liberada – grande volume de fração gelatinosa (para formar um tampão no cérvix da fêmea, e para impedir que sêmen saia) Comportamento: prelúdio (5 a 15min). Estímulo visual e olfativo. Interesse pela fêmea. Cópula. Coleta do sêmen Sala de coleta Manequim artificial Coleta: método da mão enluvada, massageando o prepúcio com luva. Frasco de coleta aquecido, filtro (fração em gel). Exercer leve pressão manual na extremidade espiralada do pênis Deixando o orifício da uretra desobstruído Volume: 50 a 500ml (200ml após retirada do gel). Castração: cheiro e sabor da carne. Castração obrigatória 45 antes do abate. Castração cirúrgica: 12 dias, anestesia e analgesia. Alteração da carcaça Imunocastração – vacina injetável. Formação de anticorpos contra GnRH. Duas aplicações Castração química: inflamação, fibrose e lesão definitiva nas estruturas da bolsa escrotal, irreversível , DMSO. REPRODUÇÃO DE CAPRINOS E OVINOS Possuem processo uretral ou apêndice vermiforme. Influência da sazonalidade: se reproduzem melhor em dias curtos Melatonina: estimulam o GnRH. Os machos não cessam a reprodução, mas diminui a qualidade do sêmen (motilidade, alterações morfológicas) Métodos de coleta: vagina artificial é o método de eleição, cone com tubo coletor, mucosa de látex. Água aquecida. Eletroejaculador para animais agressivos e incapazes de realizar monta.
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