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APOSTILA - DIREITO CIVIL (PARTE GERAL)

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Direito Civil: 
 1) CONCEITO: 
 ● Estuda as relações pessoais e patrimoniais entre os particulares. 
 ● Códigos: instrumentos de unificação do direito (estrutura fundamental do 
 ordenamento jurídico). 
 2) CÓDIGO CIVIL DE 1916: 
 ● Primeiro Código Civil brasileiro. 
 ● Elaborado por Clóvis Beviláqua. 
 ● Aprovado em janeiro de 1916. 
 ● 1.807 artigos. 
 ● Divisão: 
 ○ Parte Geral. 
 ○ Parte Especial. 
 ● Individualismo (direito de propriedade e liberdade de contratar) -> 
 ultrapassado. 
 3) CÓDIGO CIVIL DE 2002: 
 ● Atual Código Civil Brasileiro. 
 ● Afastamento das concepções individualistas (socialização do direito 
 contemporâneo). 
 ● Estrutura: Parte Geral + Parte Especial + Livro Complementar = 2.046 artigos. 
 ● Diretrizes: 
 ○ Eticidade. 
 ○ Operabilidade. 
 ○ Sociabilidade (função social). 
 ● Constitucionalização do Direito Civil (CF/88): subordinação hierárquica do 
 direito civil aos princípios constitucionais que fundamentam os princípios 
 norteadores do direito privado. 
 ○ Eficácia horizontal dos direitos fundamentais: aplicação direta e 
 imediata dos direitos fundamentais nas relações privadas, impedindo 
 que o indivíduo saia de uma condição de liberdade frente ao Estado e 
 caia em uma relação de servidão com os entes privados. 
 Pessoa Natural: 
 1) PERSONALIDADE E CAPACIDADE: 
 A) CAPACIDADE CIVIL: 
 Art. 1º Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil. 
 ● A capacidade é a medida da personalidade. 
 ● Existem dois tipos de capacidade: 
 ○ Capacidade de direito: capacidade de aquisição de direitos (art. 1°) -> 
 reconhecida a todo ser humano. 
 ○ Capacidade de fato: aptidão para exercer, por si só, atos da vida civil. 
 CAPACIDADE PLENA: CAPACIDADE DE DIREITO + CAPACIDADE DE FATO 
 ● Além da capacidade plena, há situações que exigem legitimação (aptidão 
 para a prática de atos jurídicos específicos). 
 B) PERSONALIDADE CIVIL: 
 Art. 2º A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei 
 põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro. 
 PESSOA ≠ PERSONALIDADE 
 ● Pessoa natural: ser humano sujeito de direitos e deveres. 
 ● Personalidade natural: complexo físico + psíquico. 
 ● Personalidade civil: aptidão para adquirir direitos e contrair deveres na ordem 
 civil -> adquirida após o nascimento com vida (respiração). 
 ● Direitos do nascituro: garantidos desde a concepção -> com exceção dos 
 direitos patrimoniais, que ficam condicionados ao nascimento com vida. 
 C) INCAPACIDADE CIVIL: 
 ● Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil, mas nem todos são 
 capazes de exercê-los. 
 ● Incapacidade absoluta: somente etária (-16). 
 ● Incapacidade relativa: 
 ○ Maiores de dezesseis e menores de dezoito anos. 
 ○ Ébrios habituais e os viciados em tóxico. 
 ○ Aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem 
 exprimir sua vontade. 
 ○ Pródigos (indivíduo que, por ser portador de um desvio de 
 personalidade, gasta imoderadamente, dissipando seu patrimônio, com 
 o risco de reduzir-se à miséria). 
 ■ A senilidade não é causa de prodigalidade. 
 ● Com exceção da incapacidade etária, somente um juiz pode decretar 
 incapacidade (interdição). 
 ● ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA (Lei 13.146/2015): 
 ○ A pessoa com transtorno mental deve sofrer a mínima limitação 
 possível no exercício de seus direitos de natureza patrimonial e negocial, 
 considerando-se que a curatela é medida protetiva extraordinária, 
 mantida pelo menor tempo possível. 
 ■ Tomada de Decisão Apoiada: processo pelo qual a pessoa com 
 deficiência elege pelo menos duas pessoas idôneas, com as quais 
 mantenha vínculos e que gozem de sua confiança, para 
 prestar-lhe apoio na tomada de decisão sobre atos da vida civil, 
 fornecendo-lhe os elementos e informações necessários para que 
 possa exercer sua capacidade. 
 ➤ O pedido de tomada de decisão apoiada é requerido pela 
 pessoa a ser apoiada, aplicando-se aos casos de pessoas 
 que possuem algum tipo de deficiência, mas podem, 
 todavia, exprimir sua vontade. 
 D) EMANCIPAÇÃO: 
 ● Emancipação: antecipação da capacidade plena para menores. 
 INCAPACIDADE ≠ MENORIDADE 
 ● A menoridade NÃO cessa com a emancipação. 
 ● Espécies de emancipação: 
 ○ Voluntária: concedida por ambos os pais e realizada por instrumento 
 público (cartório), independentemente de autorização judicial e da 
 vontade do menor, se este tiver 16 anos completos. 
 ○ Judicial: concedida por sentença, a partir da vontade do tutor ou do 
 conflito de interesses entre os pais, tendo o menor 16 anos completos. 
 ○ Legal: decorre de fatos previstos em lei. 
 ■ Casamento. 
 ■ Exercício de emprego público efetivo. 
 ■ Colação de grau em curso superior. 
 ■ Estabelecimento de economia própria. 
 E) EXTINÇÃO DA PESSOA NATURAL: 
 Art. 6º A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, 
 quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão 
 definitiva. 
 ● Morte real: morte encefálica (atestado de óbito). 
 ● Morte presumida: via judicial. 
 ○ Sem decretação de ausência (art. 7°): morte provável (perigo de vida) 
 ou desaparecimento em ação militar (dois anos após seu fim). 
 ■ A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá 
 ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, 
 devendo a sentença fixar a data provável do falecimento. 
 ○ Com decretação de ausência: 
 ■ 1º fase: curadoria (art. 22) -> proteção dos bens do ausente. 
 ■ 2º fase: sucessão provisória (art. 26) -> posse dos bens pelos 
 herdeiros. 
 ■ 3º fase: sucessão definitiva (art. 37) -> decretação da morte + 
 entrega da propriedade dos bens aos herdeiros. 
 ● Morte simultânea (art. 8°): ocorre quando dois ou mais indivíduos falecem na 
 mesma ocasião (não necessariamente no mesmo lugar), não se podendo 
 averiguar qual deles morreu primeiro, presumindo-se a simultaneidade das 
 mortes, não havendo transferência de bens e direitos sucessórios entre os 
 comorientes (um não herda do outro). 
 ○ A presunção da simultaneidade das mortes é relativa, uma vez que 
 pode ser suprimida por laudo médico ou outra prova contrária. 
 F) INDIVIDUALIZAÇÃO DA PESSOA NATURAL: 
 ● Principais elementos individualizadores da pessoa natural: 
 ○ Nome: designação pela qual a pessoa se identifica no seio da família e 
 da sociedade. 
 ■ Natureza jurídica: direito da personalidade. 
 ■ Elementos: 
 ➤ Prenome: nome próprio. 
 ➤ Sobrenome: apelido de família. 
 ○ Estado: indica a posição da pessoa na família e na sociedade política 
 (modo particular de existir). 
 ■ Aspectos: 
 ➤ Individual ou físico: modo de ser da pessoa quanto à idade, 
 sexo, cor, altura, etc. 
 ➤ Familiar: indica a situação da pessoa na família em relação 
 ao matrimônio e ao parentesco. 
 ➤ Político: qualidade que advém da posição do indivíduo na 
 sociedade política. 
 ■ Características: 
 ➤ Indivisível. 
 ➤ Indisponível. 
 ➤ Imprescritível. 
 ○ Domicílio: 
 ■ Domicílio da pessoa natural: sede jurídica da pessoa, ou seja, o 
 local onde responde por suas obrigações. 
 ➤ Espécies: 
 ● Quanto ao número ou quantidade: 
 ○ único. 
 ○ Plúrimo. 
 ● Quanto à existência: 
 ○ Real. 
 ○ Presumido (art. 73). 
 ● Quanto à liberdade de escolha: 
 ○ Necessário ou legal. 
 ○ Voluntário. 
 ■ Geral. 
 ■ Especial. 
 ➤ Foro do contrato. 
 ➤ Foro de eleição. 
 ➤ Mudança: muda-se o domicílio transferindo a residência 
 com a intenção manifesta de o mudar (art. 74). 
 ■ Domicílio da pessoa jurídica: não possui residência, mas sede ou 
 estabelecimento. 
 ➤ Trata-se de domicílio especial, que pode ser livremente 
 escolhido. 
 ● Não o sendo, o seu domicílio será onde funcionarem 
 as respectivas diretorias e administrações (Art. 75, IV). 
 G) ATOS DE REGISTRO PÚBLICO: 
 Art. 9º Serão registrados em registro público: 
 I - os nascimentos, casamentos e óbitos; 
 II - a emancipaçãopor outorga dos pais ou por sentença do juiz; 
 III - a interdição por incapacidade absoluta ou relativa; 
 IV - a sentença declaratória de ausência e de morte presumida. 
 ● Registro civil: perpetuação, mediante anotação por agente autorizado, dos 
 dados pessoais dos membros da coletividade e dos fatos jurídicos de maior 
 importância em suas vidas, para fins de autenticidade, segurança e eficácia. 
 ○ Tem como base a publicidade, cuja função é provar a situação jurídica 
 do registrado e torná-la conhecida de terceiros. 
 Art. 10. Far-se-á averbação em registro público: 
 I - das sentenças que decretarem a nulidade ou anulação do casamento, o 
 divórcio, a separação judicial e o restabelecimento da sociedade conjugal; 
 II - dos atos judiciais ou extrajudiciais que declararem ou reconhecerem a filiação; 
 ● Averbação: anotação feita à margem do registro para indicar alterações 
 ocorridas no estado jurídico do registrado. 
 2) DIREITOS DA PERSONALIDADE: 
 A) INTRODUÇÃO: 
 Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são 
 intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação 
 voluntária. 
 ● Direitos subjetivos da pessoa de defender o que lhe é próprio. 
 ● Características: 
 ○ Inalienáveis. 
 ○ Irrenunciáveis. 
 ○ Imprescritíveis. 
 ○ Absolutos. 
 ○ Impenhoráveis. 
 ○ Vitalícios. 
 ● Tripartição da tutela da personalidade: 
 ○ Integridade física. 
 ○ Integridade intelectual. 
 ○ Integridade moral. 
 B) PROTEÇÃO DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE: 
 Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e 
 reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei. 
 Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida 
 prevista neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou 
 colateral até o quarto grau. 
 ● A proteção aos direitos da personalidade pode ser: 
 ○ Preventiva: tem como objetivo suspender atos que ofendam a 
 integridade física, intelectual e moral, ajuizando-se em seguida a ação 
 principal. 
 ○ Cominatória: destinada a evitar a concretização da ameaça de lesão. 
 ○ Repressiva: ação de indenização por danos materiais e morais. 
 C) DIREITO À DISPOSIÇÃO SOBRE O PRÓPRIO CORPO: 
 Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, 
 quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os 
 bons costumes. 
 Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de transplante, 
 na forma estabelecida em lei especial. 
 ● O direito ao próprio corpo abrange tanto a sua integralidade como as partes 
 dele destacáveis e sobre as quais se exerce o direito de disposição. 
 ● Salvo por disposição médica, toda pessoa tem o direito de dispor sobre o 
 próprio corpo desde que essa disposição não resulte em diminuição 
 permanente da sua integridade física. 
 ○ Exceções: 
 ■ Lei 9.434/97: dispõe sobre a remoção de órgãos, tecidos e partes 
 do corpo humano para fins de transplante e tratamento, 
 permitindo que pessoas juridicamente capazes disponham 
 gratuitamente de tecidos órgãos e partes do corpo vivo por 
 decisão exclusivamente sua, desde que não represente risco para 
 sua integridade física ou mental e não cause mutilação ou 
 deformação inaceitável. 
 ➤ A comercialização de órgãos é expressamente proibida 
 pela Constituição Federal. 
 ■ Cirurgia de transgenitalização para pessoas transgêneros. 
 Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do 
 próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte. 
 Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer 
 tempo. 
 ● No caso da disposição post mortem gratuita do próprio corpo, a retirada das 
 partes doadas para transplante ou tratamento deverá ser precedida de 
 diagnóstico de morte encefálica, constatada e registrada na forma da lei. 
 ○ A retirada de tecidos, órgãos e partes do corpo do falecido dependerão 
 da autorização de qualquer parente maior, da linha reta ou colateral até 
 o 2° grau, ou do cônjuge sobrevivente, firmada em documento subscrito 
 por duas testemunhas presentes à verificação da morte (lei n° 9.434/97, 
 art. 4°). 
 ● Em se tratando de pessoa falecida juridicamente incapaz, a remoção de seus 
 órgãos e tecidos apenas poderá ser levada a efeito se houver anuência 
 expressa de ambos os pais ou por seu representante legal. 
 ● É vedada a remoção post mortem de tecidos, órgãos ou partes do corpo de 
 pessoas não identificadas. 
 Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a 
 tratamento médico ou a intervenção cirúrgica. 
 ● A regra obriga os médicos, nos casos mais graves, a não atuarem sem prévia 
 autorização do paciente: 
 ○ Na impossibilidade de o doente manifestar sua vontade, deve-se obter 
 a autorização escrita, para o tratamento médico ou a intervenção 
 cirúrgica de risco, de qualquer parente maior, da linha reta ou colateral 
 até o 2° grau, ou do cônjuge. 
 ■ Se não houver tempo hábil para ouvir o paciente ou para tomar 
 as devidas providências e se tratar de uma emergência que exija 
 pronta intervenção médica, terá o profissional a obrigação de 
 realizar o tratamento independentemente de autorização, 
 exprimindo-se de qualquer responsabilidade por não tê-la obtido. 
 ● Direito de inviolabilidade de consciência e de crença (enunciado 403 CJF): 
 ○ Requisitos: 
 ■ Capacidade plena. 
 ■ Manifestação de vontade livre, consciente e informada. 
 ■ Oposição que diga respeito exclusivamente à própria pessoa do 
 declarante. 
 D) DIREITO AO NOME: 
 Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o 
 sobrenome. 
 NOME = PRENOME + SOBRENOME 
 ● Nome: elemento de identificação do indivíduo na sociedade. 
 ● Elementos do nome: 
 ○ Prenome: nome próprio -> pode ser simples ou composto. 
 ■ Livremente escolhido pelos pais, desde que não exponha o filho ao 
 ridículo. 
 ➤ É possível que dois irmãos, gêmeos ou não, tenham o 
 mesmo prenome, desde que sejam compostos. 
 ○ Sobrenome: apelido de família -> transmitido por sucessão. 
 ■ Agnome: forma de diferenciação para pessoas da mesma família 
 que possuam o mesmo nome e sobrenome (ex: filho, neto, júnior, 
 etc). 
 ● Princípio da imutabilidade do nome: o nome é imutável, salvo por justo motivo, 
 uma vez que a facilitação da mudança pode ser nociva aos interesses sociais. 
 ○ Possibilidades de alteração do prenome: 
 ■ Primeiro ano após a maioridade (art. 56 LRP). 
 ■ Erro gráfico. 
 ■ Exposição de seu portador ao ridículo. 
 ■ Medida de proteção à testemunha de crime. 
 ■ Tradução de nomes estrangeiros. 
 ■ Alteração do prenome de transgêneros: o direito à retificação do 
 sexo no registro civil não pode ficar condicionado à exigência de 
 realização da operação de transgenitalização. 
 ○ Possibilidades de alteração do sobrenome: 
 ■ Casamento. 
 ■ Separação judicial ou divórcio. 
 ■ Adoção. 
 ■ Reconhecimento de filho. 
 ■ União estável. 
 ■ Adição intermediária do sobrenome materno. 
 ■ Inclusão do nome de família do padrasto ou madrasta. 
 ■ Exclusão do sobrenome paterno em virtude de abandono do filho 
 pelo genitor. 
 Art. 19. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá 
 ao nome. 
 ● Pseudônimo: nome fictício adotado, diferente de seu nome civil verdadeiro. 
 ○ Garante o direito à indenização em caso de má utilização, inclusive em 
 propaganda comercial, ou com o intuito de obter proveito político, 
 artístico, eleitoral ou religioso. 
 E) DIREITOS DE IMAGEM: 
 Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à 
 manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, 
 ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão 
 ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízoda indenização que couber, se lhe 
 atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins 
 comerciais. (Vide ADIN 4815) 
 Parágrafo único. Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas para 
 requerer essa proteção o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes. 
 ● Teoria tridimensional da imagem: 
 ○ Imagem atributo: conjunto de características ou qualidades que 
 remetem à alguém (art. 5°, V, CF). 
 ○ Imagem retrato: fisionomia (art. 5°, X, CF). 
 ○ Imagem voz: emanação natural de som da pessoa (art. 5°, XXVIII, CF). 
 ● Relativização do direito de imagem: 
 ○ Função social da imagem. 
 ○ Imagem de pessoas públicas em local público. 
 ● A tutela da voz não exige que esteja atrelada à imagem, podendo ganhar 
 individualidade para identificar o seu portador. 
 ● O direito à imagem é autônomo. 
 ○ Embora possa estar conexo a outros bens, como a intimidade, a 
 identidade, a honra e etc, não constitui parte integrante destes. 
 ● Não existe possibilidade de censura prévia, apenas após a publicação. 
 ● ADI 4815: para que seja publicada uma biografia NÃO é necessária 
 autorização prévia do indivíduo biografado, das demais pessoas retratadas, 
 nem de seus familiares. Essa autorização prévia seria uma forma de censura, 
 não sendo compatível com a liberdade de expressão consagrada pela CF/88. 
 ○ Caso o biografado ou qualquer outra pessoa retratada na biografia 
 entenda que seus direitos foram violados, ele terá direito à reparação, 
 que poderá ser feita por meio de indenização ou por outras formas, 
 como a publicação de ressalva, de nova edição com correção, de 
 direito de resposta, etc. 
 ○ Direitos do biografado: 
 ■ Reparação dos danos morais e materiais que sofreu. 
 ■ Retificação das informações veiculadas. 
 ■ Direito de resposta. 
 ■ Responsabilização penal do autor da obra. 
 F) DIREITO DE INTIMIDADE: 
 Art. 21. A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do 
 interessado, adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato 
 contrário a esta norma. (Vide ADIN 4815) 
 ● Assegura o direito ao recato e a possibilidade de tomar as medidas 
 necessárias para impedir ou fazer cessar o ato lesivo ou exigir a reparação do 
 dano causado. 
 Pessoa Jurídica: 
 1) CONCEITO: 
 ● Pessoas jurídicas: conjunto de pessoas ou bens dotados de personalidade 
 jurídica própria e constituído na forma da lei para a consecução de fins 
 comuns, isto é, entidades a que a lei confere personalidade, capacitando-as a 
 serem sujeitos de direitos e obrigações. 
 2) NATUREZA JURÍDICA: 
 3) REQUISITOS PARA A CONSTITUIÇÃO DA PESSOA JURÍDICA: 
 ● Vontade humana criadora (intenção de criar uma entidade distinta da de 
 seus membros). 
 ● Observância das condições legais: 
 ○ Elaboração do ato constitutivo. 
 ○ Registro do ato constitutivo. 
 ○ Aprovação do Governo, quando necessária. 
 ● Licitude de seus objetivos (objetivos ilícitos ou nocivos constituem causa de 
 extinção da pessoa jurídica). 
 4) CLASSIFICAÇÃO DAS PESSOAS JURÍDICAS: 
 Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de direito 
 privado. 
 ● Quanto à nacionalidade: 
 ○ Nacional. 
 ○ Estrangeira. 
 ● Quanto à sua estrutura interna: 
 ○ Corporação. 
 ■ Associação. 
 ■ Sociedade. 
 ➤ Simples. 
 ➤ Empresária. 
 ○ Fundação. 
 ● Quanto à função: 
 ○ De direito público. 
 ■ De direito público interno (art. 41). 
 ■ De direito público externo (art. 42). 
 ○ De direito privado (art. 44). 
 ■ Associações. 
 ■ Sociedades. 
 ■ Fundações particulares. 
 ■ Organizações religiosas. 
 ■ Partidos políticos. 
 ➤ Os sindicatos possuem natureza de associação civil. 
 5) DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA: 
 Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de 
 finalidade ou pela confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte, ou do 
 Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, desconsiderá-la para que 
 os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos 
 bens particulares de administradores ou de sócios da pessoa jurídica beneficiados 
 direta ou indiretamente pelo abuso. 
 ● Teoria da desconsideração da personalidade jurídica: permite que o juiz, em 
 casos de fraude e de má-fé, desconsidere o princípio de que as pessoas 
 jurídicas têm existência distinta da de seus membros e os efeitos dessa 
 autonomia para atingir e vincular os bens particulares dos sócios à satisfação 
 das dívidas da sociedade. 
 ○ Em suma, a aplicação da teoria da desconsideração da personalidade 
 jurídica não importa dissolução ou anulação da sociedade, tratando, 
 apenas, de uma suspensão episódica da eficácia do seu ato 
 constitutivo. 
 6) RESPONSABILIDADE CIVIL DAS PESSOAS JURÍDICAS: 
 ● Responsabilidade das pessoas jurídicas de direito privado: 
 ○ Contratual. 
 ○ Extracontratual. 
 ● Responsabilidade das pessoas jurídicas de direito público: objetiva, por ato de 
 seus agentes, sob a modalidade de risco administrativo. 
 7) EXTINÇÃO DA PESSOA JURÍDICA: 
 Art. 51. Nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada a autorização para 
 seu funcionamento, ela subsistirá para os fins de liquidação, até que esta se 
 conclua. 
 § 1º Far-se-á, no registro onde a pessoa jurídica estiver inscrita, a averbação de sua 
 dissolução. 
 § 2º As disposições para a liquidação das sociedades aplicam-se, no que couber, às 
 demais pessoas jurídicas de direito privado. 
 § 3º Encerrada a liquidação, promover-se-á o cancelamento da inscrição da 
 pessoa jurídica. 
 ● Formas de dissolução: 
 ○ Convencional: por deliberação de seus membros. 
 ○ Legal: em razão de motivo determinante na lei. 
 ○ Administrativa: quando as pessoas jurídicas dependem de autorização 
 do Poder Público e esta é cassada. 
 ○ Judicial: quando se configura algum dos casos previstos em lei ou no 
 estatuto e a sociedade continua a existir, obrigando um dos sócios a 
 ingressar em juízo. 
 ○ Natural: resulta da morte de seus membros, se não ficou estabelecido 
 que prosseguirá com os herdeiros. 
 ● Processo de extinção: 
 ○ Dissolução. 
 ○ Liquidação (pagamento das dívidas e partilha entre os sócios). 
 Bens: 
 1) CONCEITO: 
 ● Bens: coisas materiais ou imateriais, úteis aos homens e de expressão 
 econômica, suscetíveis de apropriação. 
 2) BENS CONSIDERADOS EM SI MESMOS: 
 A) BENS IMÓVEIS E MÓVEIS: 
 ● Bens imóveis: 
 ○ Imóveis por natureza (art. 79, 1º parte). 
 ○ Imóveis por acessão natural (art. 79, 2º parte). 
 ○ Imóveis por acessão artificial (art. 79, 3º parte). 
 ○ Imóveis por determinação legal (art. 80). 
 ● Bens móveis: 
 ○ Móveis por natureza (art. 82). 
 ■ Semoventes. 
 ■ Móveis propriamente ditos. 
 ○ Móveis por determinação legal (art. 83). 
 ○ Móveis por antecipação (art. 84). 
 B) BENS FUNGÍVEIS E CONSUMÍVEIS; 
 ● Bens fungíveis (art. 85). 
 ● Bens consumíveis (art. 86). 
 C) BENS DIVISÍVEIS E INDIVISÍVEIS: 
 ● Bens divisíveis (art. 87). 
 ● Bens indivisíveis (art. 88). 
 D) BENS SINGULARES E COLETIVOS: 
 ● Bens singulares (art. 89). 
 ● Bens coletivos (arts. 90 e 91). 
 3) BENS RECIPROCAMENTE CONSIDERADOS: 
 ● Bens principais (art. 92). 
 ● Bens acessórios (arts. 93 ao 97). 
 4) BENS QUANTO À TITULARIDADE DO DOMÍNIO: 
 ● Bens públicos (arts. 98 a 103). 
 ● Bens particulares (art. 98, 2º parte). 
 Negócio Jurídico: 
 1) DISPOSIÇÕES GERAIS: 
 A) TEORIA DOS FATOS JURÍDICOS: 
 ● Nem todo acontecimento constitui fato jurídico. 
 ○ Todo fato, para ser considerado jurídico, deve passar por um juízo de 
 valoração. 
 ● Fato jurídico: todo acontecimento considerado relevante para o direito. 
 ● Classificação dos fatos jurídicos: 
 ○ Fato jurídico natural ou stricto sensu : manifestação da natureza. 
 ■ Ordinário: previsível (ex: nascimento). 
 ■ Extraordinário: caso fortuito ou força maior (ex: terremoto). 
 ○ Fato jurídicohumano ou ato jurídico lato sensu : decorrem da atividade 
 humana. 
 ■ Lícitos: praticados em conformidade com o ordenamento jurídico, 
 produzindo efeitos jurídicos voluntários, ou seja, queridos pelo 
 agente. 
 ➤ Ato jurídico stricto sensu : o efeito da manifestação de 
 vontade está predeterminado na lei. 
 ➤ Negócio jurídico: permite a criação de situações novas e a 
 obtenção de múltiplos efeitos. 
 ○ A manifestação de vontade tem finalidade negocial 
 (criar, modificar ou extinguir direitos). 
 ➤ Ato-fato jurídico: ressalta-se a consequência do ato, sem 
 levar em consideração a vontade de praticá-lo. 
 ■ Ilícitos: praticados em desacordo com o ordenamento jurídico, 
 produzindo efeitos jurídicos involuntários (fonte de obrigações). 
 B) CLASSIFICAÇÃO DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS: 
 ● Quanto ao número de declarantes: 
 ○ Unilaterais: única manifestação de vontade (ex: testamento). 
 ○ Bilaterais: duas manifestações de vontade coincidentes sobre o objeto, 
 ou seja, um acordo de vontades (ex: contratos em geral). 
 ○ Plurilaterais: envolvem mais de duas partes (ex: contrato de sociedade). 
 ● Quanto às vantagens patrimoniais: 
 ○ Gratuitos: só uma das partes aufere vantagens ou benefícios (ex: 
 doação pura). 
 ○ Onerosos: ambos os contratantes auferem vantagens, as quais, porém, 
 corresponde um sacrifício ou contraprestação (ex: compra e venda). 
 ■ Todo negócio oneroso é bilateral, mas nem todo ato bilateral é 
 oneroso. 
 ○ Neutros: destinação de bens (ex: renúncia abdicativa). 
 ○ Bifrontes: podem ser onerosos ou gratuitos, segundo a vontade das 
 partes (ex: depósito). 
 ● Quanto ao momento da produção dos efeitos: 
 ○ Inter vivos : destinam-se a produzir efeitos desde logo, ou seja, estando 
 as partes ainda vivas (ex: casamento). 
 ○ Mortis causa : destinam-se a produzir efeitos após a morte do agente 
 (ex: testamento). 
 ■ O seguro de vida não pode ser considerado um negócio mortis 
 causa pois o evento morte funciona como termo e não como 
 elemento integrativo. 
 ● Quanto ao modo de existência: 
 ○ Principais: têm existência própria, não dependendo da existência de 
 qualquer outro (ex: compra e venda). 
 ○ Acessórios: têm sua existência subordinada à do contrato principal (ex: 
 fiança). 
 ● Quanto às formalidades: 
 ○ Solenes: devem obedecer à forma prescrita em lei para se 
 aperfeiçoarem. 
 ○ Não solenes: negócios de forma livre, bastando o consentimento para a 
 sua formação. 
 ● Quanto ao número de atos necessários: 
 ○ Simples: se constituem por ato único. 
 ○ Complexos: resultam da fusão de vários atos sem eficácia 
 independente. 
 ○ Coligados: compõem-se de uma multiplicidade de negócios, havendo 
 um nexo que os reúne substancialmente. 
 ● Quanto às modificações que podem produzir: 
 ○ Dispositivos: utilizados pelo titular para alienar, modificar ou extinguir 
 direitos. 
 ○ Obrigacionais: os que, por meio de manifestações de vontade, geram 
 obrigações para uma ou ambas as partes. 
 ● Quanto ao modo de obtenção do resultado: 
 ○ Fiduciário: aquele em que o fiduciante transmite um direito ao fiduciário, 
 que se obriga a devolver esse direito ao patrimônio do transferente ou a 
 destiná-lo a outro fim. 
 ○ Simulado: as declarações de vontade são falsas, ou seja, o negócio é 
 inválido. 
 C) ELEMENTOS DO NEGÓCIO JURÍDICO: 
 ● Elementos essenciais: estruturais, ou seja, indispensáveis à sua existência. 
 ○ Gerais: comum a todos os negócios (ex: declaração de vontade). 
 ○ Particulares: próprios de certas espécies (ex: coisa, preço e 
 consentimento na compra e venda). 
 ● Elementos naturais: consequências ou efeitos que decorrem da própria 
 natureza do negócio, sem necessidade de menção expressa. 
 ● Elementos acidentais: estipulações acessórias adicionadas facultativamente 
 pelas partes para modificar alguma das consequências naturais do negócio 
 (ex: condição, o termo e o encargo). 
 D) REQUISITOS DE EXISTÊNCIA DO NEGÓCIO JURÍDICO: 
 ● Manifestação de vontade: 
 ○ Expressa: se realiza de modo explícito por meio de palavras ou gestos. 
 ○ Tácita: revelada por meio do comportamento do agente. 
 ○ Presumida: não realizada expressamente mas deduzida por lei a partir 
 de certos comportamentos do agente. 
 ● Finalidade negocial: propósito de adquirir, conservar, modificar ou extinguir 
 direitos. 
 ● Idoneidade do objeto: a manifestação de vontade deve recair sobre objeto 
 apto, que possibilite a realização do negócio desejado, uma vez que cada 
 contrato possui um objeto específico. 
 E) REQUISITOS DE VALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO: 
 Art. 104. A validade do negócio jurídico requer: 
 I - agente capaz; 
 II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável; 
 III - forma prescrita ou não defesa em lei. 
 ● Capacidade do agente: aptidão para intervir em negócios jurídicos como 
 declarante ou declaratário. 
 ● Objeto lícito, possível, determinado ou determinável. 
 ○ Lícito: não atenta contra a lei, a moral e os bons costumes. 
 ○ Possível: quando impossível, o negócio é nulo. 
 ■ Impossibilidade física: emana de leis físicas ou naturais. 
 ➤ Deve ser absoluta, isto é, alcançar a todos indistintamente, 
 uma vez que a relativa, que atinge apenas o devedor, não 
 constitui obstáculo ao negócio jurídico. 
 ■ Impossibilidade jurídica: quando o ordenamento jurídico proíbe 
 negócios a respeito de determinado bem. 
 ○ Determinado ou determinável: identificável. 
 ● Forma prescrita ou não defesa em lei. 
 Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, 
 senão quando a lei expressamente a exigir. 
 ○ A forma é livre, desde que a lei não disponha o contrário. 
 ○ Espécies de formas: 
 ■ Livre: não imposta obrigatoriamente pela lei. 
 ■ Especial ou solene: exigida pela lei como requisito de validade de 
 determinados negócios jurídicos. 
 ➤ Única: não pode ser substituída. 
 ➤ Múltipla (plural): quanto o ato é solene, mas a lei permite a 
 formalização do negócio através de diversos modos. 
 ■ Contratual: convencionada pelas partes. 
 ➤ Os contratos podem, mediante convenção, determinar que 
 o instrumento público se torne necessário para a validade 
 do negócio. 
 F) RESERVA MENTAL: 
 Art. 110. A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a 
 reserva mental de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha 
 conhecimento. 
 ● Ocorre a reserva mental quando um dos declarantes oculta a sua verdadeira 
 intenção. 
 ○ O negócio é considerado inexistente (não subsiste) se o declaratário 
 tinha conhecimento da reserva. 
 G) SILÊNCIO: 
 Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o 
 autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa. 
 ● Em geral, o silêncio não produz efeitos jurídicos, no entanto, em determinadas 
 circunstâncias, pode apresentar significados relevantes para o direito. 
 ○ Nesse sentido, o silêncio pode ser interpretado como manifestação 
 tácita da vontade: 
 ■ Quando a lei conferir a ele tal efeito. 
 ■ Quando tal efeito ficar convencionado em um pré-contrato ou 
 resultar dos usos e costumes. 
 H) INTERPRETAÇÃO DO NEGÓCIO JURÍDICO: 
 Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas 
 consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem. 
 ● Nos negócios jurídicos escritos, parte-se da declaração escrita para se chegar 
 à vontade dos agentes. No entanto, quando determinada cláusula mostrar-se 
 obscura e passível de dúvida, a vontade deve prevalecer sobre o sentido 
 literal da linguagem. 
 Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos 
 do lugar de sua celebração. 
 § 1º A interpretação do negócio jurídico deve lhe atribuir o sentido que: 
 I - for confirmado pelo comportamento das partes posterior à celebração do 
 negócio; 
 II - corresponder aos usos, costumes e práticas do mercado relativas ao tipo de 
 negócio;III - corresponder à boa-fé; 
 IV - for mais benéfico à parte que não redigiu o dispositivo, se identificável; e 
 V - corresponder a qual seria a razoável negociação das partes sobre a questão 
 discutida, inferida das demais disposições do negócio e da racionalidade 
 econômica das partes, consideradas as informações disponíveis no momento de 
 sua celebração. 
 § 2º As partes poderão livremente pactuar regras de interpretação, de 
 preenchimento de lacunas e de integração dos negócios jurídicos diversas 
 daquelas previstas em lei. 
 ● Elementos de interpretação do negócio jurídico: 
 ○ Intenção das partes. 
 ○ Boa-fé. 
 ○ Circunstâncias da negociação (usos e costumes da localidade). 
 Art. 114. Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente. 
 ● Os negócios jurídicos benéficos ou gratuitos, ou seja, aqueles em que somente 
 um dos contratantes se obriga, enquanto o outro apenas aufere um benefício, 
 devem ter interpretação estrita, uma vez que representam uma renúncia de 
 direitos. 
 2) REPRESENTAÇÃO: 
 A) CONCEITO: 
 Art. 115. Os poderes de representação conferem-se por lei ou pelo interessado. 
 ● Atuação jurídica em nome de outrem. 
 B) ESPÉCIES DE REPRESENTAÇÃO: 
 ● Legal: deferida por lei. 
 ● Convencional ou voluntária: decorre de negócio jurídico específico (mandato). 
 ○ Pode ser revogada a qualquer momento pelo representado, ao 
 contrário da representação legal. 
 C) ESPÉCIES DE REPRESENTANTE: 
 ● Legal: decorre da lei, ou seja, aquele a quem esta confere poderes para 
 administrar bens e interesses alheios. 
 ● Judicial: nomeado pelo juiz para exercer poderes de representação no 
 processo. 
 ● Convencional: recebe mandato outorgado pelo credor com poderes nele 
 expressos. 
 D) REGRAS DA REPRESENTAÇÃO: 
 Art. 116. A manifestação de vontade pelo representante, nos limites de seus poderes, 
 produz efeitos em relação ao representado. 
 ● O representante atua em nome do representado, vinculando-o a terceiros 
 com quem tratar, 
 ○ Deve agir, portanto, na conformidade dos poderes recebidos. 
 ■ Se os ultrapassar, haverá excesso de poder, podendo ser 
 responsabilizado (art. 118). 
 E) CONTRATO CONSIGO MESMO: 
 Art. 117. Salvo se o permitir a lei ou o representado, é anulável o negócio jurídico que 
 o representante, no seu interesse ou por conta de outrem, celebrar consigo mesmo. 
 Parágrafo único. Para esse efeito, tem-se como celebrado pelo representante o 
 negócio realizado por aquele em quem os poderes houverem sido 
 subestabelecidos. 
 ● Configura-se contrato consigo mesmo: 
 ○ Quando ambas as partes se manifestam por meio do mesmo 
 representante (dupla representação). 
 ○ Quando o representante é a outra parte no negócio celebrado, 
 exercendo dois papéis distintos. 
 ● O contrato consigo mesmo é anulável, salvo se houver permissão legal ou do 
 representado. 
 3) CONDIÇÃO, TERMO E ENCARGO: 
 A) CONDIÇÃO: 
 Art. 121. Considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamente da 
 vontade das partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto. 
 ● Cláusula que, derivando exclusivamente da vontade das partes, subordina o 
 efeito do negócio jurídico a um evento futuro e incerto (principal elemento 
 acidental). 
 ● Elementos: 
 ○ Voluntariedade. 
 ○ Futuridade. 
 ○ Incerteza. 
 ● Difere das condições legais (pressupostos de existência ou validade). 
 ● Espécies de condição: 
 ○ Quanto à ilicitude: 
 ■ Lícitas. 
 ■ Ilícitas. 
 ○ Quanto à possibilidade: 
 ■ Possíveis. 
 ■ Impossíveis. 
 ➤ Fisicamente impossíveis. 
 ➤ Juridicamente impossíveis. 
 ○ Quanto à fonte: 
 ■ Casuais. 
 ■ Potestativas. 
 ➤ Puramente potestativas. 
 ➤ Simplesmente potestativas. 
 ■ Mistas. 
 ○ Quanto ao modo de atuação: 
 ■ Suspensivas. 
 ■ Resolutivas. 
 ● As condições subordinadas a eventos passados ou presentes são 
 denominadas condições impróprias. 
 ● As condições impossíveis, quando suspensivas, invalidam os negócios 
 jurídicos que lhes são subordinados, assim como as ilícitas, incompreensíveis 
 ou contraditórias (art. 123). 
 ● Têm-se por inexistentes as condições impossíveis, quando resolutivas (art. 
 124). 
 B) TERMO: 
 Art. 131. O termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do direito. 
 ● Cláusula que subordina a eficácia do negócio a um evento futuro e certo. 
 ● Espécies: 
 ○ Termo convencional. 
 ○ Termo de direito. 
 ○ Termo de graça. 
 ○ Termo certo e incerto. 
 ○ Termo inicial ou suspensivo ( dies a quo ) e final ou resolutivo ( dies ad 
 quem ). 
 ○ Termo essencial e não essencial. 
 ● Efeitos: 
 ○ Termo inicial (a quo): suspende o exercício, mas não a aquisição do 
 direito. 
 ○ Termo final (ad quem): resolve os efeitos do negócio jurídico. 
 ● Prazo: intervalo entre o termo inicial e o termo final (arts. 132 a 134) -> salvo 
 disposição em contrário, exclui-se o dia do começo e inclui-se o do 
 vencimento. 
 ○ Nos testamentos, presume-se o prazo em favor do herdeiro, e, nos 
 contratos, em proveito do devedor (art. 133). 
 C) ENCARGO: 
 Art. 136. O encargo não suspende a aquisição nem o exercício do direito, salvo 
 quando expressamente imposto no negócio jurídico, pelo disponente, como 
 condição suspensiva. 
 ● Constitui cláusula acessória às liberalidades, pela qual se impõe uma 
 obrigação ao beneficiário. 
 ○ Também é admissível em declarações unilaterais, como na promessa 
 de recompensa. 
 ● O encargo não suspende a aquisição nem o exercício do direito. 
 ○ Sendo ilícito ou impossível, considera-se não escrito. 
 ■ Se o encargo constituir o motivo determinante da liberalidade, 
 todo o negócio jurídico será invalidado (art. 137). 
 CONDIÇÃO: TERMO: ENCARGO: 
 Subordina o efeito do 
 negócio jurídico a evento 
 futuro e incerto 
 Subordina a eficácia do 
 negócio jurídico a um 
 efeito futuro e certo 
 Constitui cláusula 
 acessória às liberalidades 
 (impõe uma obrigação 
 ao beneficiário) 
 É imposta com o emprego 
 das partículas “se”, 
 “enquanto”, “com a 
 condição de”, etc 
 Identifica-se pelas 
 expressões “quando”, “a 
 partir de”, “até tal data”, 
 etc 
 Imposto com o emprego 
 das expressões “para 
 que”, “com a obrigação 
 de”, etc 
 Suspensiva: impede que o 
 ato produza efeitos 
 Resolutiva: resolve o 
 direito transferido pelo 
 negócio 
 Inicial: suspende o 
 exercício, mas não a 
 aquisição do direito 
 Final: resolve os efeitos do 
 negócio jurídico 
 Não suspende a 
 aquisição nem o exercício 
 do direito, mas se não for 
 cumprido, a liberalidade 
 poderá ser revogada 
 4) DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO: 
 A) ERRO OU IGNORÂNCIA: 
 Art. 138. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade 
 emanarem de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência 
 normal, em face das circunstâncias do negócio. 
 ● O erro consiste em uma falsa percepção da realidade, na qual o agente se 
 engana sozinho. 
 ● Requisitos: 
 ○ Substancial. 
 ○ Escusável. 
 ○ Real. 
 ● Espécies: 
 ○ Substancial: recai sobre circunstâncias e aspectos relevantes do 
 negócio, de modo que, sem ele, o negócio não seria celebrado (causa 
 determinante). 
 ○ Acidental: se refere a qualidades secundárias do objeto ou da pessoa, 
 não acarretando efetivo prejuízo. 
 B) DOLO: 
 Art. 145. São os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este for a sua causa. 
 ● O dolo se caracteriza como o induzimento malicioso de alguém à prática de 
 um ato que lhe seja prejudicial, mas proveitoso ao autor do dolo ou a terceiro. 
 ● Espécies: 
 ○ Dolo principal: quando é a causa do negócio. 
 ○ Dolo acidental: quando, a seu despeito, o negócio seria realizado, 
 embora de outro modo (art. 146). 
 ○ Dolo bonus : comercial (não causa anulabilidade). 
 ○ Dolo malus : má-fé. 
 ○ Dolo negativo: omissão dolosa (art. 147). 
 ○ Dolo de terceiro: só acarreta a anulabilidade se a outra parte, 
 beneficiada, o conhecia;caso contrário, cabe apenas o pedido de 
 perdas e danos contra o autor do dano. 
 ○ Dolo de representante: dolo do representante legal (imposto por lei) de 
 uma das partes só obriga o representado a responder civilmente até a 
 importância do proveito que teve; se, porém, o dolo for do representante 
 convencional (escolhido pelo representado) o representado responderá 
 solidariamente com ele por perdas e danos (art. 149). 
 ○ Dolo recíproco: se ambas as partes têm culpa, nenhuma delas pode 
 invocar o dolo para anular o negócio ou reclamar indenização 
 (ninguém pode valer-se da própria torpeza). 
 C) COAÇÃO: 
 Art. 151. A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que incuta ao 
 paciente fundado temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua 
 família, ou aos seus bens. 
 Parágrafo único. Se disser respeito a pessoa não pertencente à família do paciente, 
 o juiz, com base nas circunstâncias, decidirá se houve coação. 
 ● Toda ameaça ou pressão exercida sobre um indivíduo para forçá-lo, contra a 
 sua vontade, a praticar um ato ou realizar um negócio. 
 ● Requisitos: 
 ○ Deve ser causa determinante do negócio. 
 ○ Deve ser grave. 
 ○ Deve ser injusta. 
 ○ Deve causar dano atual ou iminente. 
 ○ Deve constituir ameaça de prejuízo à pessoa ou a bens da vítima ou à 
 pessoa de sua família. 
 ● Espécies: 
 ○ Coação absoluta: exercida mediante o emprego de força física. 
 ○ Coação relativa ou moral: o coator faz uma grave ameaça à vítima, 
 deixando-lhe uma escolha ou uma opção (coação psicológica). 
 ○ Coação de terceiro: só acarreta a anulabilidade do negócio se a outra 
 parte, beneficiada, a conhecia. 
 ■ Se o beneficiário não tiver conhecimento sobre a coação, o autor 
 responderá sozinho por todas as perdas e danos causados ao 
 coagido. 
 D) ESTADO DE PERIGO: 
 Art. 156. Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade 
 de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, 
 assume obrigação excessivamente onerosa. 
 Parágrafo único. Tratando-se de pessoa não pertencente à família do declarante, o 
 juiz decidirá segundo as circunstâncias. 
 ● Situação de extrema necessidade que conduz uma pessoa a celebrar 
 negócio jurídico em que assume obrigação desproporcional e excessiva, 
 diminuindo a sua liberdade por temor de dano à sua pessoa ou à pessoa de 
 sua família. 
 ● Elementos do estado de perigo: 
 ○ Situação de necessidade. 
 ○ Iminência de dano atual e grave. 
 ○ Nexo de causalidade entre a declaração e o perigo de dano. 
 ○ Incidência da ameaça de dano sobre a pessoa do próprio declarante 
 ou de sua família. 
 ○ Conhecimento do perigo pela outra parte. 
 ○ Assunção de obrigação excessivamente onerosa. 
 E) LESÃO: 
 Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por 
 inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da 
 prestação oposta. 
 § 1º Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores vigentes ao 
 tempo em que foi celebrado o negócio jurídico. 
 § 2º Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento 
 suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a redução do proveito. 
 ● Prejuízo resultante da enorme desproporção existente entre as prestações de 
 um contrato no momento de sua celebração, determinada pela premente 
 necessidade ou inexperiência de uma das partes. 
 ● Elementos: 
 ○ Objetivo: manifesta desproporção entre as prestações recíprocas. 
 ○ Subjetivo: inexperiência ou premente necessidade. 
 ● A desproporção das prestações é analisada conforme os valores do mercado. 
 F) FRAUDE CONTRA CREDORES: 
 Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os 
 praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o 
 ignore, poderão ser anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus 
 direitos. 
 § 1º Igual direito assiste aos credores cuja garantia se tornar insuficiente. 
 § 2º Só os credores que já o eram ao tempo daqueles atos podem pleitear a 
 anulação deles. 
 ● Configura-se quando o devedor desfalca seu patrimônio, a ponto de se tornar 
 insolvente, com o intuito de prejudicar seus credores. 
 ○ Caracteriza-se a insolvência quando o ativo, ou seja, o patrimônio do 
 devedor, não é suficiente para responder pelo seu passivo. 
 ● Elementos: 
 ○ Objetivo: insolvência. 
 ○ Subjetivo: má-fé (consciência de prejudicar terceiros). 
 ● Hipóteses legais: 
 ○ Transmissões onerosas. 
 ○ Alienações a título gratuito (art. 158). 
 ○ Quando o devedor já insolvente paga ao credor quirografário dívida 
 ainda não vencida (art. 162). 
 ● Ação pauliana ou revocatória: 
 ○ Natureza jurídica: desconstitutiva (anula as alienações ou concessões 
 fraudulentas, determinando o retorno do bem ao patrimônio do 
 devedor). 
 ○ Legitimação passiva: do devedor insolvente e da pessoa que com ele 
 celebrou a estipulação considerada fraudulenta (art. 161). 
 5) INVALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO: 
 A) NEGÓCIO JURÍDICO INEXISTENTE: 
 ● O negócio jurídico é inexistente quando lhe falta algum elemento estrutural, 
 como a manifestação de vontade. 
 ○ É nulo quando ofende preceitos de ordem pública, que interessam à 
 sociedade. 
 ■ É anulável quando a ofensa atinge o interesse particular de 
 pessoas que o legislador pretendeu proteger. 
 B) NULIDADE: 
 Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando: 
 I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz; 
 II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto; 
 III - o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito; 
 IV - não revestir a forma prescrita em lei; 
 V - for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua 
 validade; 
 VI - tiver por objetivo fraudar lei imperativa; 
 VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar 
 sanção. 
 ● Sanção imposta pela lei aos atos e negócios jurídicos realizados sem 
 observância dos requisitos essenciais, impedindo-os de produzir os efeitos 
 que lhes são próprios. 
 ● O negócio é nulo quando ofende preceitos de ordem pública, que interessam 
 à sociedade. 
 ● Espécies de nulidade: 
 ○ Absoluta e relativa. 
 ○ Total e parcial. 
 ○ Textual e virtual. 
 ● A nulidade quase sempre opera de pleno direito e deve ser pronunciada de 
 ofício pelo juiz, quando conhecer o negócio jurídico ou dos seus efeitos e a 
 encontrar provada (art. 168, PU). 
 ● O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, nem convalesce pelo 
 decurso do tempo (art. 169). 
 ○ Se, porém, o negócio jurídico nulo contiver os requisitos de outro, 
 subsistirá este quando o fim a que visavam as partes permitir supor que 
 o teriam querido, se houvessem previsto a nulidade (art. 170). 
 C) ANULABILIDADE: 
 Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio 
 jurídico: 
 I - por incapacidade relativa do agente; 
 II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude 
 contra credores. 
 ● Sanção imposta pela lei aos atos e negócios jurídicos realizados por pessoa 
 relativamente incapaz ou eivados de algum vício do consentimento ou vício 
 social. 
 ○ Por não concernir a questões de interesse geral, de ordem pública, a 
 anulabilidade é prescritível e admite confirmação como forma de sanar 
 o defeito que a macula. 
 ■ A confirmação pode ser expressa (art. 173) ou tácita (art. 174) e 
 retroage à data do fato. 
 ● Contudo, a confirmação não poderá ser efetivada se 
 prejudicar terceiro (art. 172). 
 D) SIMULAÇÃO: 
 Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se 
 válido for na substância e na forma. 
 § 1 º Haverá simulação nos negócios jurídicos quando: 
 I - aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais 
 realmente se conferem, ou transmitem; 
 II - contiverem declaração,confissão, condição ou cláusula não verdadeira; 
 III - os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados. 
 § 2º Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé em face dos contraentes do 
 negócio jurídico simulado. 
 ● Declaração enganosa da vontade, visando aparentar negócio diverso do 
 efetivamente desejado. 
 ● Espécies: 
 ○ Absoluta: as partes não realizam nenhum negócio, apenas fingem, para 
 criar uma aparência de realidade. 
 ○ Relativa: as partes procuram ocultar o negócio verdadeiro, prejudicial a 
 terceiro ou fraudulento, dando-lhe aparência diversa. 
 ■ Compõe-se de dois negócios: 
 ● Simulado: aparente. 
 ● Dissimulado: oculto, mas verdadeiramente desejado. 
 ● Acarreta a nulidade do negócio simulado. 
 ○ Se for relativa, subsistirá o negócio dissimulado, caso este seja válido na 
 substância e na forma (art. 167). 
 Prescrição e Decadência: 
 1) PRESCRIÇÃO: 
 A) ESPÉCIES DE PRESCRIÇÃO: 
 ● Extintiva. 
 ● Aquisitiva (usucapião). 
 B) REQUISITOS: 
 Art. 189. Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela 
 prescrição, nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206. 
 ● Violação do direito (nascimento da pretensão). 
 ● Inércia do titular. 
 ● Decurso do tempo fixado em lei. 
 C) PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE: 
 ● Quando o autor de processo já iniciado permanece inerte, de forma 
 continuada e ininterrupta, durante lapso temporal suficiente para a perda da 
 pretensão. 
 D) PRETENSÕES IMPRESCRITÍVEIS: 
 ● As que protegem os direitos da personalidade. 
 ● As que se prendem ao estado das pessoas. 
 ● As de exercício facultativo. 
 ● As concernentes aos bens públicos. 
 ● As que protegem o direito de propriedade (perpétuo). 
 ● As de reaver bens confiados à guarda de outrem. 
 E) PRECLUSÃO E PEREMPÇÃO: 
 ● Preclusão: consiste na perda de uma faculdade processual, por não ter sido 
 exercida no momento próprio. 
 ● Perempção: consiste na perda do direito de ação pelo autor contumaz, que 
 deu causa a três arquivamentos sucessivos. 
 F) RENÚNCIA DA PRESCRIÇÃO: 
 Art. 191. A renúncia da prescrição pode ser expressa ou tácita, e só valerá, sendo 
 feita, sem prejuízo de terceiro, depois que a prescrição se consumar; tácita é a 
 renúncia quando se presume de fatos do interessado, incompatíveis com a 
 prescrição. 
 ● Não se admite a renúncia prévia, uma vez que a prescrição é de ordem 
 pública e a renúncia tornaria a ação imprescritível por vontade da parte. 
 ○ O magistrado, todavia, deve ouvir o autor da ação. 
 ● Requisitos de validade da renúncia da prescrição: 
 ○ Que a prescrição já esteja consumada. 
 ○ Que não prejudique terceiro. 
 ● Espécies de renúncia da prescrição: 
 ○ Expressa: decorre de manifestação taxativa, inequívoca, escrita ou 
 verbal. 
 ○ Tácita: quando se presume de fatos do interessado, incompatíveis com 
 a prescrição (atos de reconhecimento da dívida). 
 G) PRAZOS: 
 Art. 192. Os prazos de prescrição não podem ser alterados por acordo das partes. 
 ● A prescrição em curso não cria direito adquirido, podendo ter seu prazo 
 reduzido ou ampliado por lei superveniente ou transformado em prazo 
 decadencial. 
 ○ Não se admite, porém, ampliação ou redução do prazo prescricional 
 pela vontade das partes. 
 H) GRAU JURISDICIONAL: 
 Art. 193. A prescrição pode ser alegada em qualquer grau de jurisdição, pela parte a 
 quem aproveita. 
 ● Pode ser arguida em qualquer fase ou estado da causa, em primeira ou 
 segunda instância. 
 ○ Se a prescrição, no entanto, não for suscitada na instância ordinária, é 
 inadmissível a sua arguição no recurso especial, perante o Superior 
 Tribunal de Justiça, ou em recurso extraordinário, perante o Supremo 
 Tribunal Federal. 
 I) PROTEÇÃO DOS INCAPAZES E DAS PESSOAS JURÍDICAS EM GERAL: 
 Art. 195. Os relativamente incapazes e as pessoas jurídicas têm ação contra os seus 
 assistentes ou representantes legais, que derem causa à prescrição, ou não a 
 alegarem oportunamente. 
 ● Trata-se de uma regra de proteção dos incapazes e das pessoas jurídicas em 
 geral, não abrangendo os absolutamente incapazes, uma vez que contra 
 estes não ocorre a prescrição (art. 198, I). 
 J) CAUSAS QUE IMPEDEM OU SUSPENDEM A PRESCRIÇÃO (arts. 197 a 200): 
 ● Sociedade conjugal. 
 ● Poder familiar. 
 ● Tutela ou curatela. 
 ● Incapacidade absoluta. 
 ● Ausência do país em serviço público. 
 ● Serviço nas Forças Armadas em tempo de guerra. 
 ● Condição suspensiva pendente. 
 ● Não vencimento do prazo. 
 ● Ação de evicção pendente. 
 ● Ação originária de fato que deva ser apurado no juízo criminal. 
 K) PRESCRIÇÃO NAS OBRIGAÇÕES INDIVISÍVEIS: 
 Art. 201. Suspensa a prescrição em favor de um dos credores solidários, só 
 aproveitam os outros se a obrigação for indivisível. 
 ● A prescrição é benefício pessoal e só favorece as pessoas taxativamente 
 mencionadas, mesmo na solidariedade. 
 ○ Sendo o direito indivisível, porém, a suspensão aproveita a todos os 
 credores. 
 L) CAUSAS QUE INTERROMPEM A PRESCRIÇÃO: 
 Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, 
 dar-se-á: 
 I - por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se o 
 interessado a promover no prazo e na forma da lei processual; 
 II - por protesto, nas condições do inciso antecedente; 
 III - por protesto cambial; 
 IV - pela apresentação do título de crédito em juízo de inventário ou em concurso de 
 credores; 
 V - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor; 
 VI - por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe 
 reconhecimento do direito pelo devedor. 
 Parágrafo único. A prescrição interrompida recomeça a correr da data do ato que a 
 interrompeu, ou do último ato do processo para a interromper. 
 ● As demais causas de interrupção da prescrição são previstas em leis 
 especiais. 
 SUSPENSÃO: INTERRUPÇÃO: 
 Decorre automaticamente de certos 
 fatos previstos na lei. 
 Depende, em regra, de um 
 comportamento ativo do credor. 
 O prazo volta a fluir somente pelo O prazo interrompido volta a fluir por 
 tempo restante. inteiro. 
 2) DECADÊNCIA: 
 A) CONCEITO: 
 ● Perda do direito potestativo pela inércia do seu titular no período determinado 
 em lei. 
 DECADÊNCIA: PRESCRIÇÃO: 
 O prazo começa a fluir no momento em 
 que o direito nasce. 
 O prazo só se inicia a partir do momento 
 em que o direito é violado. 
 Pode resultar da lei (legal), do 
 testamento ou do contrato 
 (convencional). 
 Resulta exclusivamente da lei. 
 B) CARACTERÍSTICAS: 
 ● Perda de um direito previsto em lei. 
 ● Decurso infrutífero de um termo prefixado para o exercício do direito. 
 C) REGRAS DA DECADÊNCIA: 
 ● Não se aplicam à decadência as normas que impedem, suspendem ou 
 interrompem a prescrição, salvo estipulação em contrário (art. 207). 
 ● Aplica-se à decadência o disposto nos arts. 195 e 198, inciso I (art. 208). 
 ● É nula a renúncia à decadência fixada em lei (art. 209). 
 D) ESPÉCIES DE DECADÊNCIA: 
 ● Decadência legal: o juiz deve conhecê-la de ofício (art. 210). 
 ● Decadência convencional: a parte a quem aproveita pode alegá-la em 
 qualquer grau de jurisdição, mas o juiz não pode suprir a alegação (art. 211). 
 Prova: 
 1) CONCEITO: 
 ● Meio empregado para demonstrar a existência do ato ou negócio jurídico. 
 2) REQUISITOS: 
 ● Admissível (não proibida por lei). 
 ● Pertinente (adequada à demonstração dos fatos em questão). 
 ● Concludente (esclarecedora dos fatos controvertidos). 
 3) PRINCÍPIOS: 
 ● Não basta alegar, é preciso provar. 
 ● O que se prova é o fato alegado, não o direito a aplicar, pois é atribuição do 
 juiz conhecer e aplicar o direito. 
 ● O ônus da prova incumbe a quem alega, e não a quem o contesta. 
 ● Os fatos notórios independem de prova. 
 4) MEIOS DE PROVA: 
 A) CONFISSÃO: 
 Art. 212. Salvo o negócio a que se impõe forma especial, o fato jurídico pode ser 
 provado mediante:I - confissão; 
 II - documento; 
 III - testemunha; 
 IV - presunção; 
 V - perícia. 
 ● Ocorre a confissão quando a parte admite a verdade de um fato contrário ao 
 seu interesse e favorável ao adversário (art. 389 CPC). 
 ● Espécies: 
 ○ Judicial (em juízo) ou extrajudicial (fora do processo). 
 ○ Espontânea ou provocada. 
 ○ Expressa ou presumida. 
 ● Elementos essenciais: 
 ○ Capacidade da parte. 
 ○ Declaração de vontade. 
 ○ Objeto possível. 
 B) DOCUMENTO: 
 ● Tem função apenas probatória. 
 ● Espécies: 
 ○ Públicos: elaborados por autoridade pública no exercício de suas 
 funções (ex: certidões, traslados, etc). 
 ○ Particulares: elaborados por particulares (ex: carta, telegrama, etc). 
 C) TESTEMUNHAS: 
 Art. 228. Não podem ser admitidos como testemunhas: 
 I - os menores de dezesseis anos; 
 II - ( Revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) 
 III - (Revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) 
 IV - o interessado no litígio, o amigo íntimo ou o inimigo capital das partes; 
 V - os cônjuges, os ascendentes, os descendentes e os colaterais, até o terceiro 
 grau de alguma das partes, por consangüinidade, ou afinidade. 
 § 1º Para a prova de fatos que só elas conheçam, pode o juiz admitir o depoimento 
 das pessoas a que se refere este artigo. (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) 
 (Vigência) 
 § 2º A pessoa com deficiência poderá testemunhar em igualdade de condições 
 com as demais pessoas, sendo-lhe assegurados todos os recursos de tecnologia 
 assistiva. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) 
 ● Espécies: 
 ○ Instrumentárias: assinam o instrumento. 
 ○ Judiciárias: prestam depoimento em juízo. 
 D) PRESUNÇÃO: 
 ● Ilação que se extrai de um fato conhecido para se chegar a um desconhecido. 
 ● Espécies: 
 ○ Legais: decorrem da lei. 
 ■ Absolutas: não admitem prova em contrário. 
 ■ Relativas: admitem prova em contrário. 
 ○ Comuns: se baseiam no que ordinariamente acontece, ou seja, na 
 experiência de vida. 
 E) PERÍCIA: 
 Art. 232. A recusa à perícia médica ordenada pelo juiz poderá suprir a prova que se 
 pretendia obter com o exame. 
 ● Segundo o art. 464 do CPC, a prova pericial consiste em exame, vistoria ou 
 avaliação. 
 ○ Exame: apreciação de alguma coisa, por peritos, para auxiliar o juiz a 
 formar a sua convicção. 
 ○ Vistoria: perícia restrita à inspeção ocular, comum nas ações 
 imobiliárias. 
 ○ Avaliação: exame pericial destinado a apurar o valor de determinado 
 bem, comum nas desapropriações e ações indenizatórias.

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