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FIBROSE CÍSTICA - RESUMÃO

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Fibrose cística
Camila Guimarães Martins
Medicina - UPE 
1) Genética
2) Fisiopatologia
3) Quadro clínico
Doença autossômica recessiva multissistêmica
- Mais comum em caucasianos. 
- Como é uma doença recessiva, precisamos da mutação nos dois alelos.
Doença monogênica: gene do CFTR (7q)
Proteína transmembrana (regulador de condutância transmembrânica da fibrose cística) 
- regula a produção de uma proteína transmembrana, que é um canal de Cloro.
A depender do momento do CFTR afetado, podemos ter mais de 2000 mutações, que 
são divididas em 6 classes.
A mutação mais comum é a F508del (classe II) - representa mais de 60% dos casos 
- deleção da fenilalanina na posição 508. 
Classe 1: mutações do RNA mensageiro;
Classe 2: alteração do processamento da proteína no retículo endoplasmático no 
complexo de Golgi: deleção prematura da proteína, que vai estar dobrada 
inadequadamente. (Aqui está a F508del). É muito importante esse tipo de mutação, já 
que quase não vamos ter proteínas na membrana da célula.
Classe 3: regulação alterada do CFTR, que deixa o canal inativado, apesar de ser 
estruturalmente normal.
Classe 4: condutância do cloreto alterada no CFTR (canal normal, mas conduz 
menos o cloreto)
Classe 5: clivagem anormal do RNA mensageiro. A proteína está presente, mas em 
menor quantidade na membrana na célula.
Classe 6: a proteína é produzida, mas é clivada precocemente na superfície da célula.
Mas o que é o CFTR?
O CFTR é um canal de cloreto regulado por AMP cíclico. Ele também regula outros 
canais e outros reguladores e está presente principalmente nas células epiteliais. 
Quando defeituoso, afeta o transporte dos íons e da água em diversos tecidos.
Na fibrose cística, não sai cloro para a luz, então eu reabsorvo mais sódio e água para 
a célula, deixando todas as secreções mais espessas. Essa é basicamente a 
repercussão da fibrose cística em todos os órgãos.
Os ductos deferentes podem nem chegar a se formar intraútero, por isso muitas vezes 
os meninos são estéreis.
Obs: na célula epitelial sudorípara, o CFTR tem uma outra função, a de reabsorver cloro 
(para reabsorver sódio por outro canal -> evitando a desidratação). Na fibrose cística 
não temos o CFTR funcionante na glândula sudorípara, então temos um suor com cloro 
elevado e maior nível de suor. Se temos mais cloro no suor, também temos mais sódio.
O pulmão é o principal órgão acometido pela fibrose cística: 
Esse muco espesso e o acúmulo de catarro leva à colonização principalmente por s. 
Aureus e pseudomonas aeroginosa.
Podemos pensar em uma criança com quadro de cansaço recorrente e refratário ao 
tratamento para asma.
É sujeita a uma hipoxemia crônica, que pode levar a uma baqueteamento digital. 
Quando vemos crianças pequenas com pólipos nasais, também devemos investigar 
fibrose cística, pois são comuns em quadros de rinite, que ocorrem apenas a partir de 
uma idade um pouco maior.
Era
No trato gastrointestinal, temos uma destruição do pâncreas exócrino, então temos uma 
síndrome disabsortiva:
Esteatorreia: não tem as enzimas pancreáticas para digerir as gorduras no TGI.
Pode evoluir com um íleo meconial: obstrução do íleo que ocorre nas primeiras 48 horas 
de vida e ocorre em 18% dos RN com fibrose cística. Se apresenta com distensão 
abdominal, vômitos biliosos - não elimina mecônio. Pode evoluir com volvo, perfuração e 
necrose da alça intestinal.
Nas mulheres, a fertilidade também é reduzida pelo muco cervical mais espesso.
4) Diagnóstico: Quadro clínico + evidência laboratorial de disfunção do CFTR.
Teste do cloro no suor: padrão-ouro para fibrose cística.
Pilocarpina: é uma substância que estimula a sudorese. Jogo uma corrente elétrica 
que é a iontoforese para estimular a sudorese pelas minhas glândulas e colhemos o 
suor durante 30 minutos, para quantificar a dosagem de cloreto. Confirmamos após 
dois testes positivos.
No teste do pézinho, dosamos o IRT, Tripsinogênio Imuno Reativo, que é um marcador 
indireto de dano pancreático. Temos a obstrução dos canalículos pancreáticos desde o 
intraútero, então o IRT vai estar elevado no sangue. É um exame muito sensível, mas 
pode se encontrar alterado em muitas outras doenças, então vemos muitos falso-
positivo.
A tomografia é o exame de escolha para a avaliação das bronquiectasias. 
5) Avaliação da função pulmonar:
Obs: sem resposta ao broncodilatador.
6) Tratamento:
Vamos tratando conforme os sintomas vão aparecendo.
Baseado em: 
Mucolíticos
Antibióticos
Nebulizações
Lipase
AZITROMICINA: usada 3x por semana, de forma contínua, atuando como um 
imunomodulador, principalmente em pacientes com infecções crônicas por pseudomonas 
ou que já possuam bronquiectasias. 
Nutricional: Dieta hipercalórica e hiperproteica, reposição de enzimas 
pancreáticas (lipase), reposição de vitaminas lipossolúveis.
Reposição de sódio, principalmente em lactentes, que perdem muito sódio no suor e o 
leite materno não repõe o sódio de maneira adequada.
A partir dos 10 anos de idade começamos a fazer triagem anual para diabetes, com 
TTOG. O tratamento é com insulina, já que a causa é a destruição das ilhotas de 
Langerhans.

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