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DIREITO TRIBUTÁRIO DIREITO TRIBUTÁRTIO Prof. Jaqueline Montenegro da Cruz Email: Montenegro.jurídico@Hotmail.com 1 DIREITO TRIBUTÁRIO •O Estado desenvolve atividades políticas, econômicas, sociais, administrativas, financeiras e educacionais que têm por fim regular a vida humana em sociedade. •A finalidade essencial do Estado é a realização do bem comum com a satisfação das necessidades públicas. 2 DIREITO TRIBUTÁRIO •Os objetivos fundamentais do Estado brasileiro estão dados no artigo terceiro da Constituição Federal; • São eles: constituir uma sociedade livre, justa e solidária; garantir o desenvolvimento nacional; erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir desigualdades sociais e regionais; promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. 3 DIREITO TRIBUTÁRIO •Para alcançar esses objetivos o Estado necessita de recursos financeiros que são obtidos por intermédio da atividade financeira do Estado; •Essa atividade consiste em: receita, gestão e despesa. 4 DIREITO TRIBUTÁRIO RECEITAS • RECEITA – refere-se a entrada definitiva por meio dos recursos patrimoniais. Pode ser: • ORIGINÁRIA – aquela auferida por meio da exploração de bens e serviços públicos. Ex. doações, uso de bens públicos, preço ou tarifas; • DERIVADA – aquela auferida por meio de poder coercitivo ou de império. Ex. tributos e penalidades. 5 6 7 DIREITO TRIBUTÁ RIO •GESTÃO – corresponde a administração e conservação do patrimônio público; •DESPESA – consiste no emprego dos recursos patrimoniais para a realização dos fins visados pelo Estado. 8 Evolução Histórica • Parasitária: Mundo Antigo - era obtida por extorsão, pilhagens, saques, exploração do povo inimigo vencido • Dominical: Período Medieval. Exploração de bens do patrimônio, como imóveis, indústrias . • Regaliana: Exploração de direitos ou privilégios reconhecidos aos reis, príncipes etc - pedágio, direitos dobre rios, portos e minas. • Tributária: Decorrente de imposição coercitiva. • Social: Tributo com finalidades extrafiscal. 9 DEFINIÇÃO DE TRIBUTO • É uma prestação pecuniária que deve ser exigida por lei, para o custeio de despesas coletivas; • O tributo resulta de uma exigência do Estado, cuja finalidade é financiar as despesas públicas, seja com guerra, com segurança interna ou com o que seja necessário para o bem estar dos cidadãos. 10 DEFINIÇÃO DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL •O conceito de tributo está definido no art. 3º do Código Tributário •Nacional (CTN), abaixo citado: • “Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.”; • Por partes, tributo é: prestação compulsória – de cumprimento obrigatório e não voluntário; 11 DEFINIÇÃO DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL • Prestação pecuniária – significa as prestações em dinheiro ou em algo que o represente; • Prestação que não constitui sanção de ato ilícito – não configura punição pela prática de infrações; • Prestação instituída em lei – princípio da estrita legalidade. É necessário o consentimento do cidadão para que exista o tributo, por isso a necessidade de expressa previsão legal; 12 DEFINIÇÃO DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL • Prestação cobrada mediante atividade administrativa vinculada – a constituição do crédito tributário é realizada pelo lançamento tributário (ato administrativo), que é ato vinculado e não discricionário. A arrecadação é dever da autoridade, em razão da indisponibilidade do tributo. 13 CARACTERÍSTICAS DO TRIBUTO • 1 - COMPULSORIEDADE • 2 - NÃO CONSTITUA SANÇÃO DE ATO ILÍCITO • 3 - INSTITUÍDA EM LEI • 4 - COBRADA MEDIANTE ATIVIDADE ADMINISTRATIVA VINCULADA 14 NATUREZA JURÍDICA DOS TRIBUTOS •“Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la: 15 FUNÇÃO DOS TRIBUTOS: • FISCALIDADE: o tributo é fiscal quando o Estado- Fisco não tem outra preocupação senão arrecadar. • EXTRAFISCALIDADE: ocorre quando o Estado-Fisco não visa apenas à arrecadação, mas também intervir de uma forma ou de outra no setor financeiro e econômico. Visa também a corrigir situações econômicas ou sociais. • p.ex. poder-se-á lançar mão de um tributo extrafiscal, no sentido de evitar que uma atividade prejudicial a economia prospere a todo vapor. É o que acontece com o estabelecimento de alíquotas altas para importação de mercadorias, quando existam similares nacionais. Usa-se o tributo para desestimular a importação. Pode-se, também estimular certa atividade, região etc. • PARAFISCALIDADE: o tributo é parafiscal quando seu objetivo é a arrecadação de recursos para o custeio de atividade que, em princípio, não integram funções próprias do Estado, mas este as desenvolve através de entidades especificas. As contribuições sociais são instituídas pela União (regra) com base no art. 149 e 195 da CF c/c o art. 217 do CTN. 16 Classificação dos Tributos segundo CTN • Segundo o art. o art. 5º do CTN: •Os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria •A Constituição Federal classifica os tributos em: • Imposto; • Taxa; • contribuição de melhoria; • empréstimos compulsórios e • contribuições especiais. 17 IMPOST O •O art. 16 do CTN : “o imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.” • São chamados de tributos não vinculados, porque não estão atrelados a nenhuma ação estatal. • Sua arrecadação não tem em regra uma destinação específica. Destinam-se ao financiamento de atividades gerais do Estado; • Distinguem-se entre si pelos respectivos fatos geradores e bases de cálculo: ser proprietário de imóvel urbano; auferir renda; realizar operações de seguro; importar produtos estrangeiros; • Eventualmente, poderão ter sua receita vinculada a finalidades específicas (saúde, educação, etc) 18 TAXA • É o tributo que tem como fato gerador o exercício regular do poder de polícia ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição; • Incluem-se na categoria dos tributos vinculados a uma ação estatal; • Existem taxas de serviços públicos e taxas de poder de polícia. 19 Características das Taxas • - Tem como fato gerador a contraprestação do serviço Estatal; • - É tributo vinculado a uma ação estatal; • - Específica – ut singuli (II, at. 79 CTN); • - Divisível (III, at. 79 CTN); • - Competência comum; • - Lei Complementar; • - as taxas não poderão ter base de cálculo próprio de impostos, (art.145, § 2º e 77, parágrafo único do CTN); • - dotado dos princípios da anterioridade e da irretroatividade; 20 TAXA DE SERVIÇO PÚBLICO • O fato gerador da cobrança de uma taxa é o serviço público específico e divisível, efetivamente prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição, desde que sua utilização seja compulsória; • Serviço público específico é aquele que pode ser destacado em unidade autônoma de intervenção, de utilidade ou de necessidade públicas. • Divisível será o serviço público que for suscetível de utilização, separadamente, por cada um de seus usuários. 21 TAXA DE PODER DE POLÍCIA • Tem como fato gerador o exercício regular do poder de polícia • Poder de polícia é definido pelo Código Tributário Nacional como a atividade da administração pública, que limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiêne, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitosindividuais e coletivos. 22 TAXA DE PODER DE POLÍCIA • Regular é o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal, sem abuso ou desvio do poder; • O valor cobrado pelo Município para a emissão de licenças, autorizações e alvarás são exemplos de regular exercício de poder de polícia. 23 TAXA PREÇO PÚBLICO (TARIFA) Regime jurídico tributário (legal) Regime jurídico contratual Regime jurídico de direito publico Regime jurídico de direito privado Não há autonomia da vontade (Cobrança compulsória) Decorre da autonomia da vontade do usuário (é facultativo) Não admite rescisão Admite rescisão Pode ser cobrada por utilização potencial do serviço Só a utilização efetiva enseja cobrança Cobrança não proporcional a utilização Pagamento proporcional a utilização Sujeita aos princípios tributários (Legalidade, anterioridade etc) Não sujeito aos princípios tributários Os serviços públicos propriamente estatais são indelegáveis São delegáveis Em tese, os serviços custeados por taxa não podem ser suprimidos. Caso não pagos tem que ser cobrados judicialmente (H.LOPES MEIRELLES) Em tese, os serviços custeados por preço público podem ser suprimidos em caso de não pagamento do devido (H. LOPES MEIRELLES) Serviço uti singuli obrigatório Serviço uti singuli facultativo Receita derivada Receita originaria 24 CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA • É o tributo que tem como fato gerador o acréscimo do valor do imóvel localizado nas áreas beneficiadas direta ou indiretamente por obras públicas; • Trata-se de tributo de competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e está vinculado a uma ação estatal: execução de obra pública que valorize a propriedade do indivíduo; • O fato gerador não é a execução da obra pública, mas a melhoria que ela agrega. 25 CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA • A lei exige que o poder público cumpra as seguintes etapas: publicação prévia do memorial descritivo da obra, orçamento dos custos da obra, determinação da parcela do custo da obra que será financiada pela contribuição de melhoria, delimitação da zona beneficiada, determinação do fator de absorção do benefício da valorização para toda a zona ou para cada uma das áreas diferenciadas nela contidas; • A cobrança só pode ser feita depois de concluída a obra, total ou parcialmente, de modo que a valorização já tenha ocorrido, e somente pode atingir o território do ente público responsável pela obra; • Sua arrecadação deve ser destinada exclusivamente para custear a obra pública. 26
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