Buscar

RESUMO AV1 - DIREITO FINANCEIRO E TRIBUTÁRIO I

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

RESUMO DIREITO FINANCEIRO E TRIBUTÁRIO 
 
Direito Financeiro 
O Estado tem o dever de prestar atendimento às necessidades públicas, para tanto ele 
precisa de recursos públicos, recursos esses que são fornecidos pela própria sociedade. O 
Direito Financeiro tem por objeto de estudo as normas constitucionais e legais que regulam a 
atividade financeira do Estado. 
 
Atividade Financeira do Estado 
A atividade financeira corresponde à ação do Estado na obtenção de receitas, em sua 
gestão e nos gastos para desenvolvimento de suas funções. Ela é composta por: 
Receita – ingressos definitivos de recursos 
Gestão – administração do patrimônio e dinheiro públicos 
Despesa – gasto do dinheiro público 
 
Receita Pública 
O ingresso de recursos nos cofres públicos pode ocorrer em sentido amplo ou em sentido 
estrito. Tudo o que entrar nos cofres do governo vai ser chamado de ingresso público (sentido 
amplo), podendo ser tanto uma receita orçamentária (receitas em sentido estrito) como um 
ingresso extraorçamentário. 
A receita orçamentaria aumenta o saldo do patrimônio financeiro, além disso, ela 
também aumenta o patrimônio público (patrimônio líquido). Ela viabiliza as políticas públicas 
e vai pertencer permanentemente no patrimônio do Estado. 
No ingresso extraorçamentário ocorre a entrada de patrimônio financeiro, mas não há 
aumento do saldo porque ele não pertence ao patrimônio estatal. 
 
Receita Orçamentária 
Todas as receitas arrecadadas serão consideradas como receitas orçamentarias, inclusive 
as operações de crédito, ainda que não previstas no orçamento. 
 
Sistema de Direito Financeiro 
Trata-se de um sistema em que é possível identificar um conjunto de normas dotado de: 
Unidade – conjunto de normas organizadas que tratam da atividade financeira sob o aspecto 
jurídico e se diferencia de outros sistemas/subsistemas. 
Coerência – normas se relacionam de forma coerente e possuem mesmo critério de validade. 
Completude – normas e relações estão unificadas pela conexão material com a atividade 
financeira do Estado. 
Sistema Constitucional Financeiro – constitucionalização das finanças públicas. 
 
Princípios do Direito Financeiro 
Princípios Orçamentários 
Princípio da Legalidade: A aprovação do orçamento deve observar o processo legislativo 
previsto em lei (art. 37 da CF, 165 e seguintes da CF/88). 
 
Princípio da Publicidade: O orçamento deve ser divulgado em veículos oficiais de 
comunicação como condição de eficácia (art. 37 da CF). 
 
Princípio da Unidade: O orçamento é uno, sendo composto por três peças orçamentarias para 
cada uma das esferas (União, estados, municípios e DF), não existem vários orçamentos. A 
previsão legal está no art. 2° da Lei n° 4.320/1964: 
 
Art. 2° A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de forma a 
evidenciar a política econômica financeira e o programa de trabalho do Governo, 
obedecidos os princípios de unidade, universalidade e anualidade. 
 
Princípio da Universalidade: Toda receita e despesa deve estar prevista no orçamento, não 
podendo ser omitidas. Tal princípio está previsto no art. 2° da Lei n° 4.320/1964. 
 
Princípio da Anualidade: O orçamento tem vigência de 1 ano, ou seja, o exercício financeiro 
corresponde a 1 ano civil (01/01 a 31/12). A exceção ocorre no caso de abertura de créditos 
adicionais autorizados nos últimos quatro meses do exercício financeiro, tais créditos podem 
ser executados no exercício seguinte. A previsão legal deste princípio está contida no art. 2° da 
Lei n° 4.320/1964. 
 
Princípio da Especificação: O orçamento não pode prever despesas globais, devendo 
especificar todas as despesas que o ente público vai executar, conforme previsto no art. 5° da 
Lei n° 4.320/1964: 
 
Art. 5º A Lei de Orçamento não consignará dotações globais destinadas a atender 
indiferentemente a despesas de pessoal, material, serviços de terceiros, transferências 
ou quaisquer outras, ressalvado o disposto no artigo 20 e seu parágrafo único. 
 
Princípio da Exclusividade: O orçamento pode disciplinar apenas matéria exclusivamente 
orçamentária, sendo que não é permitido a inclusão de matérias estranhas ao orçamento. 
 
Princípio do Orçamento Bruto: Toda a arrecadação e despesa deve estar prevista no 
orçamento pelo valor bruto. A base legal está no art. 6° da Lei n° 4.320/1964, que diz: “Todas 
as receitas e despesas constarão da Lei de Orçamento pelos seus totais, vedadas quaisquer 
deduções”. 
 
Princípio da Não Afetação: Não é permitida a vinculação da receita dos impostos a um órgão, 
fundo ou despesa. 
 
Princípio do Equilíbrio: No orçamento deve haver equilíbrio financeiro entre receita e 
despesa, ou seja, o montante da despesa não deve ultrapassar a receita prevista para o período. 
 
Fontes do Direito Financeiro 
Constituição Financeira: Corresponde a uma parcela de normas jurídicas integrantes do texto 
constitucional que abrange os princípios fundamentais, as competências e os valores que regem 
a atividade financeira do Estado. 
 
Controle e Fiscalização 
Tribunais de Contas 
O Tribunal de Contas trata-se de um órgão auxiliar do Poder Legislativo de controle 
externo, conforme disposto no art. 70 da Carta Magna: 
 
Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial 
da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, 
legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será 
exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de 
controle interno de cada Poder. 
Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou 
privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores 
públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações 
de natureza pecuniária. 
 
O texto constitucional versa sobre o Tribunal de Contas da União, mas é importante 
destacar que todo estado possui um Tribunal de Contas, responsável pela fiscalização do 
governo estadual e prefeituras. As competências do Tribunal de Contas estão previstas no rol 
de incisos do art. 71 da CF. 
 
 
Direito Tributário 
Direito Tributário é o ramo do direito público que estuda as atividades estatais, os 
princípios e as normas que regulam a criação, cobrança e fiscalização de tributos, sendo que 
sua base legal se encontra na Constituição Federal, nos artigos 145 a 162. 
 
Conceito de Tributo 
O art. 146, inciso III, alínea “a”, da CF determina qual a legislação que poderá falar 
sobre o conceito de tributo: 
 
Art. 146. Cabe à lei complementar: 
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente 
sobre: 
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos 
discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo 
e contribuintes; 
 
A lei, materialmente, complementar a que o texto constitucional se refere é o Código 
Tributário Nacional que em seu art. 3º dispõe: 
 
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela 
se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada 
mediante atividade administrativa plenamente vinculada. 
 
A partir desse conceito é possível identificar as características que precisam estar 
reunidas para que a cobrança seja considerada um tributo, são elas: prestação pecuniária, 
compulsória, instituída em lei, cobrada mediante atividade administrativa e que não constitua 
sanção a ato ilícito. 
Prestação pecuniária: O tributo deve ser pago mediante um valor em dinheiro e essa 
cobrança só pode exigir o pagamento em moeda corrente nacional. 
Compulsoriedade: A prestação independe da vontade do contribuinte, ou seja, ela é 
obrigatória. 
Instituída em lei: A geração do tributo jamais poderá decorrer de um contrato entre as 
partes, massim, e sempre, em decorrência da lei. 
Cobrada mediante atividade administrativa: Todos os tributos são exigidos através 
do lançamento nas suas mais variadas modalidades, sendo o lançamento uma atividade 
administrativa. 
Tributo não pode ser sanção a ato ilícito: Tributo não se confunde com multa. Multas 
são sanções que só podem ser aplicadas quando se comete um ato ilícito, já tributo só pode ser 
gerado em função de atos lícitos. 
 
Classificação dos tributos 
Não há uma exigência jurídica para se classificar os tributos, sendo que existem diversas 
maneiras de se fazer isso. 
Quanto aos aspectos relevantes à quantificação: os tributos podem ser reais ou 
pessoais. Os tributos reais possuem como base o valor da coisa, do bem, do objeto, isto é, são 
objetivos, por sua vez, os tributos pessoais tomam como base a conduta do indivíduo, da 
pessoa, ou seja, são subjetivos. 
Quanto à Repercussão: os tributos podem ser diretos ou indiretos. Os tributos 
indiretos (ICMS, IPI, ISS, PIS e COFINS) incidem sobre uma cadeia econômica (ex.: 
fabricante, atacadista, loja e consumidor final) e de forma fracionada, ou seja, é tributado de 
forma igual para todos, não respeitando a capacidade contributiva do contribuinte final, surgem 
assim o contribuinte de direito (aquele que recolhe o produto) e o contribuinte de fato (aquele 
que suporta o ônus da carga tributária). Os tributos diretos (IR, IPTU, ITBI, IPVA e ITCMD) 
incidem uma única vez, não há transferência do ônus tributário, sendo que o próprio 
contribuinte de direito arca com o ônus econômico do tributo. 
Quanto à vinculação a uma atividade estatal: os tributos podem ser vinculados ou 
não vinculados. Com relação ao destino da arrecadação, os tributos vinculados possuem 
destinação especifica, já sobre a hipótese de incidência, tais tributos são contraprestacionais, ou 
seja, o Estado dá algo em troca, portanto têm caráter retributivo e dependem de uma ação estatal, 
são exemplos as taxas e as contribuições de melhoria. Sobre o destino da arrecadação, os 
tributos não vinculados vão para um caixa geral do tesouro e são destinados a custear 
atividades gerais (ex.: impostos), com relação à hipótese de incidência, eles possuem apenas 
caráter contributivo e independem da ação estatal. 
 
 
Espécies Tributárias 
A partir do conceito de tributo é possível identificar cinco espécies tributarias: impostos, 
taxas, contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios e contribuições especiais. 
 
Impostos 
Segundo o Código Tributário Nacional, os tributos devem ser diferenciados conforme o 
fato gerador, isto é, existem tributos que só podem ser cobrados se o fato gerador estiver 
vinculado à atuação estatal (taxas), enquanto outros tributos podem ser cobrados 
independentemente do fato gerador estar vinculado à atuação estatal que é o caso dos impostos. 
A Constituição Federal dispõe sobre alguns temas relevantes quanto aos impostos. Em 
seu artigo 145, § 1º ela versa sobre a capacidade contributiva: 
 
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os 
seguintes tributos: 
§ 1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo 
a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, 
especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os 
direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades 
econômicas do contribuinte. 
 
No artigo Art. 150, inciso VI, a Carta Magna trata sobre a questão das imunidades 
genéricas, enquanto no Art. 155, § 3º ela aborda as imunidades específicas: 
 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à 
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
VI - instituir impostos sobre: 
 
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: 
§ 3º À exceção dos impostos de que tratam o inciso II do caput deste artigo e o art. 
153, I e II, nenhum outro imposto poderá incidir sobre operações relativas à 
energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, 
combustíveis e minerais do País. 
 
A arrecadação dos impostos não pode ter destinação especifica, conforme disposição do 
Art. 167, inciso IV da CF, sendo este o chamado princípio da não afetação: 
 
Art. 167. São vedados: 
IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a 
repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, 
a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção 
e desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da administração 
tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, 
e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas 
no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo; 
Tal princípio não deve ser confundido com o principio da não vinculação, segundo o 
qual o fato gerador dos impostos não pode estar vinculado a nenhuma atuação estatal. A 
fundamentação legal está no art. 16 do CTN que dispõe: “Imposto é o tributo cuja obrigação 
tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, 
relativa ao contribuinte”. 
 
 
Taxas 
Conforme o Art. 145, § 2º da CF, as taxas não poderão ter base de cálculo própria de 
impostos, o parágrafo único, do Art. 77, do CTN complementa essa informação ao definir que 
a taxa não pode ter base de calculo ou fato gerador idênticos aos que correspondem a imposto 
nem ser calculada em função do capital das empresas. Ademais a taxa também não pode ser 
calculada conforme o capital da empresa, uma vez que ela deve considerar o montante do 
serviço público a que é destinada, isto é, a taxa deve considerar o custo do serviço público. 
Contudo o STF, por meio da Súmula Vinculante nº 29, entendeu que é possível uma taxa ter 
base de cálculo semelhante à de um imposto. 
O Art. 145, inciso II da CF dispõe o seguinte sobre as taxas: 
 
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os 
seguintes tributos: 
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou 
potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou 
postos a sua disposição; 
 
A partir desse dispositivo legal, conclui-se que as taxas se dividem em duas espécies: 
taxas de polícia e taxas de serviço. 
Taxas de polícia: servem para custear o exercício regular do poder de polícia, definido 
pelo Art. 78 do CTN da seguinte forma: 
 
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, 
limitando ou disciplinando direito, interêsse ou liberdade, regula a prática de ato ou 
abstenção de fato, em razão de intêresse público concernente à segurança, à higiene, 
à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de 
atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à 
tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou 
coletivos. 
 
Taxas de serviço: quanto a utilização, uma taxa de serviço pode ser cobrada quando 
um serviço é prestado, realmente, ao contribuinte ou só pelo fato de estar a sua disposição, isso 
já justifica a cobrança da taxa de serviço. Quanto ao serviço público, ele precisa ser especifico 
e divisível. 
Cabe salientar que nem todos os serviços públicos são custeados por meio de taxas, um 
exemplo é o serviço de iluminação pública que trata-se de um serviço universal prestado 
indistintamente. Segundo a Súmula Vinculante nº 41: "O serviço de iluminação pública não 
pode ser remunerado mediante taxa." 
 
 
Contribuições de melhoria 
De acordo com o Art. 81 do Código Tributário Nacional: 
 
Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, peloDistrito 
Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída 
para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, 
tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo 
de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado. 
 
A partir dessa definição observa-se que a contribuição de melhoria deve respeitar dois 
limites: 
Limite Individual: o valor da contribuição de melhoria cobrada não pode ser maior que 
o montante da valorização do imóvel. 
Limite Total: a soma das contribuições de melhoria arrecadadas não pode superar o 
custo total da obra. 
 
Empréstimos compulsórios 
O art. 148, incisos I e II da CF determina que: 
 
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos 
compulsórios: 
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de 
guerra externa ou sua iminência; 
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse 
nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b". 
 
O empréstimo compulsório corresponde a um tributo de competência da União e ela, 
quando pretender instituir esse tributo, deverá se valer de legislação complementar, ou seja, não 
há possibilidade de instituição de empréstimos compulsórios por parte dos Estados, dos 
Municípios e do DF. Além disso não é admitido a instituição dessa espécie tributaria por meio 
de lei complementar ou de medida provisória. 
Quanto a ligação do empréstimo compulsório com o princípio da anterioridade, cabe 
destacar que, quando tal empréstimo for instituído em decorrência de calamidade pública, de 
guerra externa ou de sua iminência ele não precisará respeitar a anterioridade anual e nem a 
anterioridade nonagesimal, ou seja, poderá ser exigido de maneira imediata. Contudo quando 
ele for instituído devido ao investimento público, as duas anterioridades devem ser respeitadas. 
A arrecadação do empréstimo compulsório deve estar vinculada ao motivo da sua 
instituição. 
 
Contribuições especiais 
Para uma contribuição ser considerada especial, sua arrecadação deve ter uma 
destinação específica. Segundo o Art. 149 da CF/88: 
 
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de 
intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou 
econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o 
disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, 
relativamente às contribuições a que alude o dispositivo. 
 
Portanto, as contribuições especiais se dividem em três: contribuições sociais; 
contribuições de intervenção no domínio econômico (CIDE) e; contribuições corporativas. 
O artigo 149-A da Carta Magna instituiu mais uma contribuição, a COSIP (Contribuição 
para o Custeio dos Serviço de Iluminação Pública) ou CIP (Contribuição de Iluminação 
Pública): 
 
Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na 
forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, 
observado o disposto no art. 150, I e III. 
 
 
Quando a COSIP foi instituída houve um debate sobre qual seria sua espécie tributária, 
ela não poderia ser considerada um imposto, porque a arrecadação dos impostos não pode ter 
destinação específica, e tão pouco uma taxa, já que taxas não podem remunerar serviços 
indivisíveis. Por ter destinação especifica, a COSIP foi considerada uma contribuição, porém 
não é especial por não versar sobre questões sociais, de ordem econômico e nem corporativa, 
sendo classificada pelo STF como uma contribuição “sui generis” devido suas peculiaridades. 
 
 
 
Fontes do Direito Tributário 
No campo do Direito Tributário, a análise das fontes do direito é imprescindível, dada 
a invasividade representada pelos tributos no direito fundamental individual à propriedade. 
Segundo o art. 96 do CTN: 
 
Art. 96. A expressão "legislação tributária" compreende as leis, os tratados e as 
convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no 
todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes. 
 
Constituição Federal: a Constituição é responsável por determinar a definição da 
competência tributária, por limitar o poder de tributar e por tratar das repartições de receitas 
tributárias. 
Emendas Constitucionais: visam inserir tributos na Constituição Federal e reforçar as 
limitações constitucionais ao poder de tributar. 
Lei Complementar e Lei Ordinaria: 
 
Federalismo Fiscal 
O federalismo é a forma de organização política em que se permite a coexistência de 
duas ou mais ordens de poderes autônomos em um mesmo território. 
 
 
Limitações Constitucionais ao Poder de Tributar 
O poder de tributar é uma parcela da soberania do Estado da qual se utiliza para retirar 
uma parte da propriedade de seus indivíduos pra poder sustentar a estrutura estatal, ou seja, o 
Estado retira parte do patrimônio de seus contribuintes. O poder de tributar só é exercido em 
um estado de direito com base na legislação, sendo assim ele se torna um poder de direito, 
devendo ser exercido dentro dos limites estabelecidos na própria legislação. A CF estabelece 
algumas limitações ao poder de tributar, sendo representadas pelos princípios e pelas 
imunidades tributárias. 
Princípios Tributários 
Princípio da Legalidade 
Nenhum tributo pode ser exigido ou aumentado sem lei que o estabeleça, sua 
fundamentação está contida no art. 150, inc. I, da CF, bem como no art. 97 do CTN. Todo 
tributo depende de lei, sendo que tal lei, em regra, é ordinária, entretanto existem certos tributos 
que dependem de lei complementar. 
IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS 
As imunidades tributárias constituem limitações ao poder de tributar, a imunidade deve 
ser entendida como uma garantia individual do contribuinte, ou seja, uma forma que o 
contribuinte possui de se proteger da assanha arrecadatória do Estado. A principal finalidade 
das imunidades tributárias é a proteção de certos direitos e garantias individuais dos indivíduos 
e possuem natureza jurídica de normas negativas de competência. 
 
Imunidade x não incidência 
A imunidade se caracteriza quando existe norma que impede o exercício da competência 
de tributar por parte do Estado, já a não incidência corresponde ao ponto em que o Estado não 
vai poder tributar por causa da inexistência de elementos para a tributação. 
 
Imunidade x isenção 
A imunidade, sendo norma negativa de competência, encontra-se prevista 
constitucionalmente. A isenção é uma possibilidade de dispensa de pagamento de determinado 
tributo, sendo prevista na lei. 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS IMUNIDADES 
A) Quanto à amplitude 
1) Imunidades específicas: São imunidades que afastam um único tributo. 
Imunidade em relação ao ITBI 
Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: 
§ 2º O imposto previsto no inciso II: 
I - não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de 
pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos 
decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses 
casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou 
direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil; 
 
Imunidade em relação ao ICMS 
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: 
§ 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: 
X - não incidirá: 
 
Imunidade em relação ao ITR 
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: 
§ 4º O imposto previsto no inciso VI do caput: 
II - não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore o 
proprietário que não possua outro imóvel; 
 
2) Imunidades genéricas (art. 150 da CF): São imunidades que afastam todos os 
impostos.Imunidade recíproca: Proibi que um ente cobre imposto de outro ente, tem como 
objetivo preservar o pacto federativo, portanto não se pode cobrar impostos sobre o patrimônio, 
renda ou serviços de outro ente. Não se restringe aos entes federados, abrangendo também as 
autarquias e as fundações públicas (vinculadas a finalidades essenciais), bem como, segundo 
entendimento do STF, as empresas públicas e as sociedades de economia mista que realizem 
serviços públicos sem fins lucrativos. 
Imunidade religiosa: Tem por finalidade preservar a liberdade de crença por meio da 
proibição dos entes federados de instituir impostos sobre templos religiosos de qualquer culto. 
Tal imunidade alcança patrimônio, renda e serviços relacionados com as finalidades essenciais. 
Imunidade condicional: Tem por objetivo preservar o pluralismo político e fomentar 
a ordem social, sendo vedado a instituição de impostos sobre partidos políticos, sindicatos (de 
trabalhadores) e entidades (educacionais e assistenciais) sem fins lucrativos. 
Imunidade de imprensa: Tem como objetivo proteger a cultura, assegurar a liberdade 
de informação. Por regra, é vedado aos entes federados instituírem impostos sobre livros, 
jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão. 
Imunidade musical: Tem como objetivo o revigoramento do mercado fonográfico, a 
proteção à cultura e o combate à contrafação (pirataria).

Continue navegando