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MÓDULO 1
DIREITO TRIBUTÁRIO
Conceitos
O Estado, desde seu surgimento até os  dias atuais, tem por finalidade atender/suprir as necessidades
públicas visando  o bem comum. Consta na literatura que, inicialmente o Estado supria as necessidades
públicas utilizando seu próprio patrimônio. Logo, para custear as despesas que incorria para satisfazer as
necessidades públicas, utilizava seus próprios bens para arrecadar receitas.
Porém, com o desenvolver da sociedade, houve um aumento nas necessidades públicas a serem atendidas
e o Estado, portanto, passou a demandar maiores recursos financeiros, momento em que o Estado passou
a atingir o patrimônio do particular para arrecadar receitas. Esse alcance no patrimônio do particular
ocorria e ocorre através da cobrança de tributos.
As Receitas Públicas que ingressam nos cofres do Estado possuem duas origens: de forma originária ou de
forma derivada.
Receitas originárias são aquelas provenientes de utilização de seu  patrimônio próprio. Quando o Estado
aluga um espaço público, por exemplo, a renda proveniente deste aluguel é considerado como uma receita
pública originária. Por outro lado, entende-se como receita pública derivada aquela proveniente do
patrimônio das pessoas físicas e jurídicas por meio da arrecadação dos tributos.
O Direito Tributário é um ramo do Direito que objetiva estudar apenas as receitas públicas originadas da
arrecadação de tributos. É o conjunto de princípios, regras e instituições que versam sobre a a criação,
arrecadação e fiscalização de tributos.
O Direito Financeiro, por sua vez, é um ramo do Direito com escopo de estudo mais abrangente, isto é,
regula as atividades financeiras do Estado. É o Direito Financeiro que institui princípios e regras para a
atividade financeira do Estado. Ele estuda a despesa pública, a receita pública, o orçamento público e o
crédito público, diferente do Direito Tributário, que se atém apenas ao estudo das receitas públicas
provenientes da imposição de tributos.
EXERCÍCIO RESOLVIDO
O ramo do Direito Público que rege as relações entre o Estado e os particulares, decorrentes da atividade
financeira do Estado no que se refere à obtenção de receitas que correspondam ao conceito de tributos,
denomina-se:
a) Direito Administrativo.
b) Direito Financeiro.
c) Direito Constitucional
d) Direito Tributário
e) Direito Empresarial.
Alternativa correta: D
Comentários:
Alternativa A - incorreta. O Direito Administrativo pode ser entendido como o conjunto de princípios
jurídicos que regem a atividade administrativa, as entidades, os órgãos e os agentes públicos, objetivando o
perfeito atendimento das necessidades da coletividade e dos fins desejados pelo Estado.
Alternativa B - incorreta. O Direito Financeiro é um ramo do Direito com escopo de estudo mais abrangente,
isto é, regula as atividades financeiras do Estado. É o Direito Financeiro que institui princípios e regras para
a atividade financeira do Estado. Ele estuda a despesa pública, o orçamento público e o crédito público,
diferente do Direito Tributário que se atém apenas ao estudo das receitas úblicas provenientes da
imposição de tributos.
Alternativa C - incorreta. O Direito Constitucional é o ramo do Direito que estuda a estrutura do Estado
(País), os direitos, as garantias fundamentais dos cidadãos e os princípios básicos que orientam a
elaboração de toda a legislação infraconstitucional.
Alternativa D - correta. Direito Tributário é a disciplina jurídica dos tributos abrangendo todo o conjunto de
princípios e normas reguladoras da criação, fiscalização e arrecadação das prestações de natureza
tributária. Não cabe ao Direito Tributário cuidar das despesas, da gestão, nem das receitas originárias.
Alternativa E - incorreta. O Direito Empresarial, que é um ramo do DIreito Privado, consiste de um conjunto
de normas referentes ao empresário, disciplinando sua atividade. São princípios e normas referentes à
atividade do titular da empresa. Portanto, o Direito Empresarial regula as atividades do empresário no que
concerne à atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços, para
atender e suprir o mercado consumidor.
ESPÉCIES DE TRIBUTOS
Tributo é gênero, enquanto impostos, taxas, empréstimos compulsórios e contribuições são espécies.
Conforme dispõe o art. 3o. do Código Tributário Nacional (CTN), o conceito de tributo é: toda prestação
pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato
ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
A fim de elucidar os elementos que compõem o conceito de tributo, vejamos:
* Toda prestação pecuniária – é exigida em dinheiro.
* Prestação compulsória – independe da vontade do contribuinte em recolher.
* Não constitui sanção de ato ilícito – não é uma penalidade pelo descumprimento de lei. Não tem caráter
punitivo. Ex.: multa de trânsito não é tributo.
* Instituído em lei – o tributo deve estar previsto em lei para que possa ser cobrado (princípio da estrita
legalidade).
* Cobrado mediante atividade administrativa plenamente vinculada – o administrador (fiscal) não tem
liberdade para escolher a conveniência e oportunidade do ato de cobrar o tributo. A atividade é vinculada e
não discricionária.
Espécies de Tributos
IMPOSTOS
Art. 16, CTN – “Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de
qualquer atividade específica, relativa ao contribuinte”.
O tributo é genérico, pois atende aos interesses gerais da coletividade. Incide sobre a renda (salários,
lucros, ganhos de capital) e o patrimônio (terrenos, casas, carros) das pessoas físicas e jurídicas.
Características:
·                  Não vinculado – não está vinculado a nenhuma prestação específica do Estado em relação ao
contribuinte. O valor arrecadado serve para custear os gastos públicos (saúde, educação, segurança,
transporte, cultura, pagamento dos salários dos funcionários públicos). Sua prestação é não vinculada,
justamente por ser geral. O artigo 167, VI da CF veda a vinculação da receita de impostos a órgão, fundo ou
despesa.
·         Nominados – os impostos são discriminados, um a um, pela CF (arts. 153 a 156).
·         Inominados – são os impostos passíveis de instituição tão-somente pela União, nos termos do art.
154. Consistem na denominada competência residual da União.
Classificação:
·                  Diretos – quando numa só pessoa reúnem-se as condições de contribuinte de fato (aquele que
suporta o ônus do imposto) e de direito (aquele que é responsável pela obrigação tributária). Exemplos: IR,
ITR, IPTU, ISS. Sempre que possível, o imposto direito, de caráter pessoal, é graduado conforme a
capacidade econômica do contribuinte que está atrelado ao princípio da igualdade.
o        Capacidade contributiva – significa que a tributação deve repousar numa base econômica, pois,
inexistindo tal expressão, não há razão de tributar, por falta de objeto. Não há possibilidade de tributar-se
algo inapreciável economicamente, ou que não tenha tradução econômica. ATENÇÃO! É preciso analisar
caso a caso.
§  Ex.: Doação de carro. A doação em si é gratuita, mas ela tem uma aferição econômica: o carro vale X e
sobre esse X pode incidir imposto.
§   Empresa oferece amostra grátis. De tão diminuto o valor que serve somente para possibilitar a venda,
considera-se que a mostra não é apreciável economicamente, embora ela tenha um custo.
o    Igualdade – a lei deve tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais. Ex.: tabela progressiva
de IR.
·         Indiretos – acarretam o fenômeno da chamada “transferência do ônus do tributo”. São recolhidos pelo
contribuinte de direito, mas são suportados pelo contribuinte de fato. Ex.: ICMS, IPI.
·         Reais – são os impostos que alcançam bens ou rendimentos, sem considerar a condição pessoal do
sujeito passivo do imposto. Ex.: IPTU, ITR. Ex.: velhinha que recebe apenas aposentadoria e recebeu por
herança uma mansão.·                  Pessoais – são os impostos que estabelecem diferenças tributárias em função das condições
próprias do contribuinte. Ex.: IRPF indaga sobre o número de dependentes do contribuinte. IRPJ leva em
consideração o tipo de empresa, qual a atividade que desempenha, podendo a lei estabelecer tributação
diferenciada.
·                  Progressivos – são impostos cujas alíquotas são mais elevadas à medida que a base tributável
aumenta. Ex.: IRPF, IPTU.
 TAXAS
 Conforme art. 145 da CF, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir taxas, em
razão do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e
divisíveis prestados ao contribuinte ou postos à sua disposição.
 As taxas não poderão ter base de cálculo própria dos impostos.
 Exercício do poder de polícia – há uma série de atividades sujeitas ao poder de polícia. O poder de polícia é
regularmente exercido quando a Administração, dentro dos limites de sua competência, por exemplo,
exerce censura sobre filmes, controla pureza ou preços de alimentos, afere pesos e medidas, estabelece o
zoneamento de atividades profissionais, restringe o abuso de ruídos, submete à inspeção de segurança
máquinas e veículos, exige licença para abertura de estabelecimentos comerciais, industriais, profissionais,
edificações.
 Utilização efetiva ou potencial:
                Efetiva – quando o contribuinte usufrui do serviço público;
                Potencial – o serviço fica à disposição do contribuinte;
 Serviço público específico e divisível:
                                Específico – porque pode o serviço público ser destacado em unidades autônomas de
intervenção, de utilidade ou de necessidade pública;
                              Divisível – porque suscetível de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus
usuários. Aqui, o serviço público está relacionado a um contribuinte ou a um grupo de contribuintes e não à
coletividade em geral, porque se assim o fosse, o serviço público seria cobrado mediante imposto.
 Exemplos:
·         Porte de arma – utilização efetiva e divisível.
·         Taxa de remoção de lixo domiciliar (IPTU)
·         Taxa de coleta de esgoto (conta de água)
·         Taxa judiciária
Diferença entre Taxa e Preço Público (ou tarifa)
Taxa – serve para custear os serviços públicos fundamentais, prestados diretamente pelo Estado. É
compulsória.
Preço público – remunera serviços públicos prestados indiretamente pelo Estado (por meio de concessão
ou permissão). É facultativa porque tem origem numa contratação.
Como distinguir? Depende da situação concreta. Exemplo:
Serviços de aferição de balanças pelo Inmetro. Poderia o serviço público ser cobrado mediante preço
público uma vez que não se trata de serviço essencial à atividade do Estado. Porém, tal serviço (aferição de
balanças) é cobrado mediante taxa porque existe compulsoriedade da prestação do serviço e, por isso, a
cobrança é feita a título de taxa.
CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA
  Decorre da valorização do imóvel em virtude de obra pública. Tal contribuição será exigida
proporcionalmente à valorização obtida.
 Ex.: rua de terra e foram postos paralelepípedos ou asfalto. Se havia paralelepípedos e foi posto massa
asfáltica, desde que tenha efetivamente ocasionado valorização imobiliária, cabe contribuição de melhoria.
A manutenção de paralelepípedos ou recapeamento, não cabe contribuição de melhoria.
 CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS DESTINADAS À SEGURIDADE SOCIAL
  De competência exclusiva da União. Deve respeitar o princípio da noventena. O produto de sua
arrecadação se destina a financiar a saúde, previdência e assistência social.
 CONTRIBUIÇÃO SINDICAL E CONFEDERATIVA
Sindical – espécie tributária.
Confederativa – não é compulsória. Somente pode ser exigida por quem é associado.
EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS
 Pode ser instituída para:
·                  Atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, guerra externa ou sua
iminência;
·         No caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional.
·                 A aplicação dos recursos provenientes do empréstimo compulsório será vinculada à despesa que
fundamentou a instituição.
·         Se é empréstimo, deve ser restituído na forma, prazo e espécie previstos pela lei instituidora.
 EXERCÍCIO RESOLVIDO
Analise as afirmações abaixo e assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso).
  I - Aristoclenes foi convocado para prestar o serviço militar. Por ser o serviço militar uma prestação
compulsória, isto é, independe da vontade de Aristoclenes em atender ou não a convocação, é correto
afirmar que o serviço militar é um tributo.
 II - Multa de trânsito é tributo.
 III – Tributo e Imposto são expressões equivalentes.
 RESOLUÇÃO
 (I) FALSA. Para que uma prestação seja considerada TRIBUTO é necessário que nela estejam presentes
todos os elementos que compõem o conceito de tributo. Ainda que o serviço militar seja compulsório, não
é exigida em dinheiro e não constitui sanção de ato ilícito.
(II) FALSA. Multa de trânsito é sanção por ato ilícito (por exemplo: o motorista ultrapassou a velocidade
permitida). Tributo não constitui sanção de ato ilícito.
(III) FALSA. Tributo é gênero enquanto as espécies são impostos, taxas e contribuições.

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