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1 
Rua Washington Luiz, 820, Sala 201 - Cep. 90.010-460 - Porto Alegre/RS 
Tel. 55 51 3225-9332 / 3226-9358 
desouzaadvogados@desouzaadvogados.adv.br 
www.desouzaadvogados.adv.br 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUÍZO DO JUIZADO 
ESPECIAL CÍVEL DO FORO DA COMARCA DE CAXIAS DO SUL/RS. 
 
 
 
 
PROCESSO N. 50226059120228210010 
 
 
OI S.A., em recuperação judicial, (SUCESSORA POR 
INCORPORAÇÃO DA OI MÓVEL S/A), pessoa jurídica de direito privado, com sede na 
Rua do Lavradio, nº 71, 2º Andar, Centro, Rio de Janeiro/RJ inscrita no CNPJ sob o nº 
76.535.764/0001-43, por sua procuradora, vêm, respeitosamente, perante Vossa Excelência, 
nos autos da ação em epígrafe que lhe move FRANCIELI CAMARGO, apresentar 
 
C O N T E S T A Ç Ã O 
 
 
pelos fatos e fundamentos de direito a seguir expostos. 
 
 
REQUERIMENTO INICIAL 
 
 
De início, requer a Ré que todas as publicações no Diário Oficial referentes ao 
presente feito sejam feitas em nome de sua patrona, Dra. TERESA CRISTINA FERNANDES 
MOESCH, OAB/RS 8.227, com escritório à Rua Washington Luiz, 820 – 2º andar – Sala 201 – 
CEP. 90.010-460 – Porto Alegre – RS, sob pena de nulidade. 
 
DA NARRATIVA DA PARTE AUTORA 
 
 
Alega a parte Autora, em seu pedido inicial, em apertada síntese, que ao 
efetuar uma compra junto ao comércio local, verificou que seu nome estava inscrito no 
cadastro de inadimplentes. Afirma que desconhece a dívida que originou a negativação, uma 
vez que nunca contratou com a parte Ré. Aduz que jamais recebeu qualquer notificação a 
respeito da negativação. 
 
Por tais motivos, ingressou com a presente ação requerendo, que seja 
declarado a inexistência da dívida com a expedição de oficio aos órgãos de proteção ao crédito a 
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fim de proceder a baixa na referida restrição, bem como a condenação ao pagamento de uma 
indenização a titulo de danos morais e a inversão do ônus da prova. 
 
Todavia, suas pretensões não merecem prosperar, principalmente porque 
sua versão dos fatos esbarra na realidade, bem como pelas razões que serão expendidas na 
presente peça contestatória, culminando, inevitavelmente, na absoluta improcedência do feito. 
 
 
DA REALIDADE DOS FATOS 
 
 
A despeito das alegações tecidas pela parte Autora, tem-se que suas 
pretensões não merecem abrigo da tutela jurisdicional, eis que desprovidas de verossimilhança 
e lastro probatório, como restará adiante demonstrado. 
 
Analisando os fatos narrados e o sistema interno, se verificou que a 
reclamação não tem fundamento, tendo em vista que a parte Autora está agindo mediante 
ardilosa e pura má-fé, uma vez que falta com a verdade dos fatos. 
 
Diante disto, cabe esclarecer que o débito reclamado é referente à 
contratação pela parte Autora de nº 2018441652, que permaneceu ativa na base da Oi de 
10/09/2020 até 06/05/2021, momento em que foi cancelada. Vejamos: 
 
 
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Nessa vertente, de acordo com o apurado no sistema interno da Ré, os 
débitos em abero referem-se a faturas geradas no período em que a linha estava ativa na base 
da Oi, sendo, portanto, legítimos: 
 
 
 
Ademais, há contrato assinado pela parte Autora, o que resulta mais ainda 
a relação jurídica entre as partes: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Dessa forma, como a parte autora contratou os serviços, os utilizou, a 
cobrança é consequência lógica. Ainda, não havendo o pagamento, por certo, que a parte autora 
será inscrita nos órgãos protetivos de crédito; o que de fato ocorreu. 
 
 
Durante o período em que o plano esteve ativo não houve registro de 
reclamação quanto a não contratação do serviço ou contestação de valores, tanto que a parte 
Autora sequer cita número de algum protocolo de reclamação via Central de Atendimento (SAC) 
ou presencial, de modo a comprovar que tenha diligenciado a solução do problema 
administrativamente junto à empresa Ré. 
 
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Mister ressaltar, que é procedimento padrão da empresa Ré que, uma vez 
recebida reclamação, seja aberta uma apuração interna, a fim de verificar qualquer irregularidade 
na origem do contrato que gerou os débitos reclamados, o que foi realizado no presente caso, 
ocasião em que foi constatado vínculo entre as partes, tendo em vista que há reciprocidade de 
endereço (serviço foi instalado no mesmo endereço citado na inicial), o que configura uso 
regular dos serviços. 
 
Desta feita, não houve ilicitude nas cobranças emitidas pela parte Ré, tendo 
em vista que são correspondentes aos serviços solicitados e devidamente disponibilizados, 
conforme já demonstrado. 
 
Cabe esclarecer, que a Ré não adentra no foro íntimo de seus clientes para 
averiguar os motivos que levam seus usuários a solicitar a contratação ou cancelamento de 
serviços, a qualquer tempo que seja, estendendo-se somente ao limite de sua obrigação ao 
atendimento dos pedidos solicitados. 
 
Impende esclarecer ainda que, uma vez contratado o produto, enquanto não 
adimplido eventuais pendências ou solicitado seu efetivo cancelamento, continuam sendo 
geradas faturas mensais de cobrança, posto que a contraprestação dos serviços oferecidos é, por 
óbvio, devida enquanto o contrato subsistir. 
 
Ressalta-se que o débito que originou a negativação reclamada foi gerado 
no período em que o plano ainda estava ativo, razão pela qual inexiste cobrança indevida. 
 
Ainda que prosperassem os argumentos deduzidos pela parte Autora, quanto 
a não contratação do serviço, a única hipótese plausível seria a de que terceira pessoa, de forma 
ilícita e fazendo-se passar pela parte Autora, fez a solicitação de ativação do serviço de posse 
dos seus documentos, induzindo a empresa Ré a erro e propiciando. 
 
Ora, torna-se patente que, se a parte Autora nunca celebrou qualquer 
contrato com esta empresa Ré, ad argumentandum tantum, somente poder-se-ia entender pela 
atuação de terceiros de má-fé, os quais teriam vitimado não apenas a parte Autora, mas 
principalmente esta concessionária, que prestou os serviços de forma habitual e ininterrupta, sem 
receber as contraprestações devidas pelos mesmos. 
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Portanto, não havendo qualquer ilicitude cometida pela Ré, que procedeu 
dentro dos limites do estrito cumprimento do dever legal, não há que se falar em condenação, eis 
que a realidade dos fatos, constatada pelos documentos ora juntados, por si só, impõe a 
improcedência in totum dos pedidos autorais. 
 
 
DA PRELIMINAR DE MÉRITO 
 
DA INÉPCIA DA INICIAL 
 
A empresa Ré pugna seja declarada a inépcia da inicial no tocante a causa 
de pedir referente ao dano moral, posto que a parte Autora não indica o valor pretendidoa 
título de indenização, contrariando expressamente dispositivo legal contido no Código de 
Processo Civil. 
 
Assim, ao pleitear indenização por danos morais para que o Juízo 
determine o valor da indenização, a parte Autora não demonstrou o valor pretendido, restando 
inepto o pleito de dano moral por falha na prestação do serviço, conforme dispõe os arts. 
291 e 292, V, do Código de Processo Civ i l , in verbis : 
 
“Art. 291. A toda causa será atribuído valor certo, ainda que não 
tenha conteúdo econômico imediatamente aferível. 
 
Art. 292. O valor da causa constará da petição inicial ou 
da reconvenção e será: 
I - na ação de cobrança de dívida, a soma monetariamente 
corrigida do principal, dos juros de mora vencidos e de outras 
penalidades, se houver, até a data de propositura da ação; 
 
II - na ação que tiver por objeto a existência, a validade, o 
cumprimento, a modificação, a resolução, a resilição ou a 
rescisão de ato jurídico, o valor do ato ou o de sua parte 
controvertida; 
 
III - na ação de alimentos, a soma de 12 (doze) prestações 
mensais pedidas pelo autor; 
 
IV - na ação de divisão, de demarcação e de reivindicação, o 
valor de avaliação da área ou do bem objeto do pedido; 
 
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V - na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano 
moral, o valor pretendido;” 
 
A parte Autora em momento algum quantifica o valor que pretende 
receber a título de indenização por danos morais, deixando tal encargo ao Juízo, o que, é 
vedado pelo Código de Processo Civil, razão pela qual a declaração da inépcia da inicial é 
medida de império. 
 
A informalidade do processo no Juizado Especial Cível não pode ser 
levada ao extremo de dispensar a parte de concluir a petição com o valor pretendido a título 
de indenização por dano moral, mormente porque tal determinação resta expressa em lei. 
 
Nesse sentido, é o entendimento jurisprudencial: 
 
AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO PRIVADO NÃO 
ESPECIFICADO. AÇÃO ORDINÁRIA. VALOR DA CAUSA. 
DANO MATERIAL MORAL. O valor da causa corresponde em 
regra à soma do valor econômico envolvido na lide somando-se as 
pretensões pecuniárias. Na nova sistemática processual o pedido 
de condenação em dano moral deve ser indicado em valor certo 
e não mais como mera sugestão ao julgador, a teor do art. 292, 
V, do CPC/15. - Circunstância dos autos em que a parte não 
atendeu ao disposto no art. 292, inciso V, do CPC/15 e se 
impunha emenda da inicial para quantificação precisa da 
pretensão por dano moral. RECURSO PARCIALMENTE 
PROVIDO. (Agravo de Instrumento Nº 70069616803, Décima 
Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: João 
Moreno Pomar, Julgado em 15/07/2016). 
 
Assim, resta claro que o pedido da parte Autora, referente ao dano moral, 
não preenche o requisito disposto no artigo 330, I; e §1º, II, d o Novo Código de Processo 
Civil. 
 
AUSÊNCIA DE INFORMAÇÃO E ELEMENTOS NECESSÁRIOS 
 
É de se verificar, preliminarmente, que a parte autora ingressou com 
demanda contra a Requerida argumentando acerca da cobrança em duplicidade na forma de 
débito em conta. 
 
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Contudo sequer verificam-se DOCUMENTOS QUE COMPROVEM 
TAL INSCRIÇÃO, afinal, todo e qualquer elemento necessário a resolução do litigio são 
inerentes a petição inicial 
 
Assim, ausentes as informações indispensáveis à Ação, a extinção do 
processo é medida que se impõe. 
 
Portanto, requer a extinção do processo sem resolução do mérito, ante a 
inépcia da inicial, com fulcro no artigo 485, IV, do Código de Processo Civil. 
 
DO MÉRITO 
 
 
DA IMPOSSIBILIDADE DE INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA - 
INAPLICABILIDADE DO ARTIGO 6º, INCISO VIII, DO CÓDIGO DE DEFESA DO 
CONSUMIDOR 
 
A parte Autora requer em sua exordial que seja determinada a inversão do 
ônus da prova. Todavia, é cediço que a inversão do ônus da prova nas relações de consumo é 
ato discricionário do juiz que dele pode se utilizar para formar seu convencimento em atenção 
às provas que são produzidas pelas partes. 
 
A inversão somente é passível de ocorrer quando (i) as alegações forem 
verossímeis; ou (ii) quando a requerente for hipossuficiente1, conforme dispõe o inciso VIII, do 
art. 6º do Código de Defesa do Consumidor, in verbis: 
 
“art. 6º - São direitos do consumidor: 
(...) 
VIII – a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão 
do ônus da prova, em seu favor, no processo civil, quando, a critério do 
juiz, for verossímil a alegação ou quando ele for hipossuficiente, 
segundo as regras de experiência”. 
 
Entretanto, segundo a melhor doutrina acerca do tema exposto, a regra de 
inversão do ônus da prova, mesmo nas relações de consumo, não deve ser aplicada 
incondicionalmente, merecendo, pois, uma análise ponderada por parte do julgador, 
destinatário que é da prova a ser produzida no processo. 
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Assim é o entendimento do Tribunal de Justiça sobre o tema, conforme 
se depreende da ementa abaixo transcrita, dentre inúmeros outros 
julgados que caminham no mesmo sentido: AGRAVO DE 
INSTRUMENTO. SEGUROS. DPVAT. AÇÃO DE COBRANÇA. 
INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. CÓDIGO DE DEFESA 
DO CONSUMIDOR. INAPLICABILIDADE 1. Nas ações de cobrança 
relativas ao seguro DPVAT, cabe à parte autora a prova constitutiva do seu 
direito, nos termos do art. 373, I, do CPC. Relação jurídica existente entre as 
partes de cunho obrigacional, sujeita à legislação própria. 2. Impossibilidade 
de inversão do ônus da prova exclusivamente com base no art. 6º, VIII, do 
CDC. RECURSO PROVIDO. (Agravo de Instrumento, Nº 70081704132, 
Quinta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Isabel Dias Almeida, 
Julgado em: 28.08.2019). 
Assim leciona ZELMO DENARI2: 
 
“(...) Fica, portanto, a advertência de que a inversão do ônus da prova não é 
postulado aplicável a todas as situações jurídicas derivadas do consumo de 
bens ou serviços, pois supõe o juízo de verossimilhança das alegações do 
consumidor, em recentes decisões, nossos Tribunais, louvando-se nas regras 
ordinárias de experiência não acolheram a inversão do ônus da prova, pois 
consideraram inverossímil a versão dos consumidores (...)”. 
 
Ao que se sabe, o requisito da verossimilhança surge de alegações 
coerentes e concisas e não de meros argumentos ou falácias que não corroboram com o teor dos 
documentos, como aqueles trazidos à colação pela parte Autora. 
 
No que tange ao requisito da “hipossuficiência”, este, genericamente 
falando, há de ser aplicado em atenção às provas produzidas pelas partes e não apenas em 
relação à eventual hipossuficiência financeira da parte Autora - até porque não se deve 
confundir a concessão de gratuidade com a inversão do encargo probatório, restando bem clara 
a desigualdade entre disparidades financeiras e econômicas. 
 
De todo modo, cumpre ressaltar que o caso em comento não deve ensejar 
na inversão do ônus da prova, haja vista a inexistência de qualquer espécie de hipossuficiência 
da parte Autora, como disciplinam os arts. 4º, I e 6º, VIII do Código de Defesa do Consumidor, 
que possui condição de produzir o conteúdo probatório suficiente ao seu intento, não obstante 
nãoo tenha feito. 
 
Ademais, materialmente impossível a prova de fato negativo indefinido, 
segundo disposto no parágrafo único do art. 373 do CPC, in verbis: 
“art. 373. O ônus da prova incumbe: 
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I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; 
II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou 
extintivo do direito do autor. 
§ 1o Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa 
relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o 
encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de obtenção da prova 
 encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de obtenção da prova 
do fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo 
diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que 
deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi 
atribuído. 
§ 2o A decisão prevista no § 1o deste artigo não pode gerar situação em 
que a desincumbência do encargo pela parte seja impossível ou 
excessivamente difícil. 
§ 3o A distribuição diversa do ônus da prova também pode ocorrer por 
convenção das partes, salvo quando: 
I - recair sobre direito indisponível da parte; 
II - tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito. 
§ 4o A convenção de que trata o § 3o pode ser celebrada antes ou durante 
o processo.” 
 
Dessa forma, não há se falar em inversão do ônus da prova, sob pena de 
incumbir à Ré o ônus de provar fato que nunca ocorreu, o que, sabidamente, é impossível e 
inadequado, à luz da legislação processual pátria. 
 
Diante de todos esses argumentos, não há que se falar em inversão do ônus, 
prevista no artigo 6º, inciso VIII, do Código de Defesa do Consumidor, pelo que se requer seu 
indeferimento. 
 
DA REGULARIDADE DOS DÉBITOS EXISTENTES 
EM NOME DA PARTE AUTORA 
 
Esclarecidos os fatos ocorridos, não se pode aceitar a pretensão de 
cancelamento de débito existente em nome da parte Autora, sob a alegação de que o valor é 
indevido, uma vez que os documentos juntados comprovam que o débito é regular e que os fatos 
narrados pela mesma não procedem. 
 
Não há dúvidas, conforme disposto pela ANATEL, que todo usuário deve 
efetuar o pagamento referente à prestação de serviços de telecomunicações. 
 
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Ora, é de ciência da parte Autora que, ao deixar de efetuar o pagamento dos 
valores devidos à Ré, a mesma incorreu em inequívoca violação ao seu dever não apenas 
contratual, mas principalmente legal. 
 
E, inobstante o seu flagrante inadimplemento, reivindica agora uma conduta 
por parte da empresa Ré, alegando sentir-se lesada em seu foro íntimo. Não se afigura justa tal 
pretensão, uma vez que a mesma carece de qualquer resquício de bom senso. 
 
Não se podem olvidar os termos do artigo 476, do Código Civil em vigor, 
que trata da exceptio non adimpleticontractus: 
 
Art. 476. Nos contratos bilaterais, nenhum dos contraentes, antes 
de cumprida a sua obrigação, pode exigir o implemento da do 
outro. 
 
Conforme o dispositivo legal acima transcrito, não é viável se exigir o 
cumprimento do contrato quando a parte não tenha cumprido integralmente sua prestação. 
 
Neste sentido, já decidiu o egrégio TJ/RS em julgados recentes: 
 
APELAÇÃO CIVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL. AÇÃO 
ORDINÁRIA. NEGATIVA DE CONTRATAÇÃO. RELAÇÃO 
JURÍDICA COMPROVADA. COBRANÇA 
E INSCRIÇÃO NEGATIVA QUE SE TRADUZEM EM 
EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO. LITIGÂNCIA DE 
MÁ-FÉ CONFIGURADA. Caso concreto no qual a 
documentação juntada pela parte ré é idônea e aponta claramente a 
origem e regularidade do débito contraído pela autora junto à 
operadora de telefonia. Cobrança e inscrição negativa que se 
traduzem em exercício regular de direito. Ausência de ilícito, não 
merecendo acolhimento os pedidos de desconstituição do débito, 
cancelamento de registro e indenização por danos morais. 
Litigância de má-fé configurada. Resta evidenciada a má-fé no 
presente caso, pois o contexto que aportou é de que a autora na 
inicial nega a relação jurídica com a operadora 
de telefonia demandada, e do caderno probatório restou 
sobejamente comprovada a contratação e a inadimplência, sendo 
propositalmente alterada a verdade dos fatos a fim de obter 
vantagem indevida, qual seja, esquivar-se de dívida legitimamente 
contraída. Redução do valor da multa. O valor arbitrado comporta 
minoração para 1% sobre o valor atualizado da causa, a fim de que 
sejam observados os parâmetros do art. 81 do CPC. APELAÇÃO 
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PARCIALMENTE PROVIDA.(Apelação Cível, Nº 70081790115, 
Nona Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Carlos 
Eduardo Richinitti, Julgado em: 28-08-2019) 
 
AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO 
CUMULADA COM INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. 
RESPONSABILIDADE CIVIL. INSCRIÇÃO NEGATIVA. 
RELAÇÃO CONTRATUAL. COMPROVAÇÃO. DANOS 
MORAIS. INOCORRÊNCIA. HONORÁRIOS RECURSAIS. I. 
O conjunto probatório demonstra que o autor efetivamente 
manteve relação contratual com a parte requerida. Isto porque, a ré 
cumpriu com o dever previsto no art. 373, II, do CPC, na medida 
em que juntou a gravação sobre a existência de linha telefônica em 
nome do demandante, restando comprovada a origem da dívida. II. 
Consequentemente, não há falar em cancelamento do registro 
negativo em nome da autora, tampouco em condenação por 
danos morais, uma vez comprovada a relação contratual e a 
origem do débito. III. De acordo com o art. 85, § 11, do CPC, ao 
julgar recurso, o Tribunal deve majorar os honorários fixados 
anteriormente ao advogado vencedor, observados os limites 
estabelecidos nos §§ 2º e 3º para a fase de conhecimento. 
APELAÇÃO DESPROVIDA. (Apelação Cível, Nº 70082320458, 
Quinta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Jorge 
André Pereira Gailhard, Julgado em: 28-08-2019). 
 
Basta uma análise breve das normas legais e regulatórias trazidas à baila 
para se chegar à inevitável conclusão de que, em razão da sua injustificada inadimplência, a 
parte Autora não faz jus ao deferimento do pleito sub judice. 
 
Desta forma, impõe-se a improcedência do pedido no que diz respeito à 
inexigibilidade dos débitos, pelo menos enquanto perdurar a condição de inadimplemento, uma 
vez que os serviços foram disponibilizados e utilizados. 
 
 
DA INEXISTÊNCIA DE RESPONSABILIDADE DA RÉ 
 
Evidente que, em não efetuando os pagamentos devidos 
tempestivamente, a parte Autora assumiu o risco de ter seu nome registrado nos órgãos de 
proteção ao crédito. 
 
Conforme demonstra jurisprudência pacífica deste Tribunal: 
 
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APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO PÚBLICO NÃO 
ESPECIFICADO. CONSUMIDOR. TELEFONIA MÓVEL E 
INTERNET. INEXIGIBILIDADE DE COBRANÇA, 
REPETIÇÃO DE INDÉBITO E DANO MORAL. 
DESCABIMENTO. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA 
MANTIDA. A prova trazida aos autos demonstra a existência e 
a origem lícita da dívida decorrente de 
serviços efetivamentecontratados e prestados, sendo devida as 
cobranças, a inscrição do nome da autora nos órgãos de 
restrição ao crédito configura exercício regular de um direito. 
Por conseguinte, não faz jus a à repetição de indébito e à 
reparação por danos morais. Apelação desprovida. (Apelação 
Cível, Nº 70078828910, Décima Sexta Câmara Cível, Tribunal de 
Justiça do RS, Relator: Jucelana Lurdes Pereira dos Santos, 
Julgado em: 28-03-2019). 
 
Resta claro que para haver segurança nas relações jurídicas é necessário que 
haja sanção para aqueles que descumprem com as suas obrigações contratuais, situação em que 
se colocou a parte Autora no momento em que descumpriu a parte que lhe cabia no contrato, 
qual seja, o pagamento do mesmo pelos serviços devidamente contratados e prestados pela Ré. 
 
Ainda, é claro em nosso ordenamento jurídico, que o constrangimento que o 
Código de Defesa do Consumidor quis impedir na cobrança de dívidas “não é qualquer 
constrangimento, mas apenas o constrangimento ilegal ou abusivo. Não é ilegal ameaçar o 
devedor de negativação dos serviços de proteção ao crédito, de envio de título ao Cartório de 
Protesto, ou, ainda, do ajuizamento de ação judicial.”1 
 
Portanto, a Ré jamais expôs a parte Autora a qualquer situação 
constrangedora em seu meio social sem justo motivo ou em desacordo com a legislação e 
contrato de prestação de serviço. Portanto, a pretensão configura-se tentativa de locupletamento, 
sob a justificativa de prejuízo moral ante a restrição de crédito ocorrida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
1RizzatoNunes,Rizatto. Curso de Direito do Consumidor, pp. 389-390. Ed. Saraiva. 2004. 
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DA INEXISTÊNCIA DO DANO MORAL 
PARTE AUTORA DEVEDORA CONTUMAZ 
 
Quanto aos supostos danos morais, contesta-se a sua ocorrência, 
ressaltando-se que, para que uma conduta acarrete a responsabilidade civil do agente, é 
imprescindível a comprovação do dano dela decorrente. 
 
Sem prova de dano, não há responsabilização. 
 
Logo, o caso em tela não comporta tal indenização, pois tão somente narra 
meros aborrecimentos. 
Com efeito, o dano moral fica caracterizado somente quando a conduta 
interfere intensamente no comportamento psicológico do indivíduo a ponto de romper seu 
equilíbrio psicológico, o que não é o caso. 
 
Resta claro, no caso, que a parte Autora não sofreu um desequilíbrio no seu 
estado psicológico que justifique a pretendida indenização. Mesmo que tivesse a Ré cometido 
um equívoco, o que se admite apenas por argumentação, não haveria a existência de dano 
moral algum, posto que se enquadraria minimamente como mero aborrecimento cotidiano. 
 
Ademais, deve-se ressaltar que a parte Autora é devedora contumaz, 
havendo inscrições de negativação ativas realizadas por outras empresas, de modo que, a partir 
de tais constatações, se percebe que a cobrança de faturas em atraso não é mais motivo gerador 
de constrangimento, que abale a moral da parte Autora, conforme telas colacionadas abaixo, o 
que torna ilegítima a pretensão indenizatória. 
 
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O posicionamento deste E. Tribunal de Justiça em relação à ausência de 
dano moral indenizável ao devedor que possui outras restrições de crédito em seu nome é 
pacífico, como se vê dos seguintes julgados: 
 
APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL. 
INDENIZAÇÃO. INSCRIÇÃO NEGATIVA EM CADASTRO 
DE INADIMPLENTES. NOTIFICAÇÃO PRÉVIA. 
EXIGÊNCIA DO ARTIGO 43, §2º, DO CDC. 
INOBSERVÂNCIA QUANTO A DUAS NEGATIVAÇÕES DO 
NOME DA PARTE AUTORA. EXCLUSÕES DOS REGISTROS 
DECLARADOS IRREGULARES NESTA DEMANDA. DANO 
MORAL. INOCORRÊNCIA. DEVEDORA CONTUMAZ. 
APLICABILIDADE DA SÚMULA 385 DO STJ. MANTIDA 
SENTENÇA DE PARCIAL PROCEDÊNCIA DA AÇÃO. À 
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UNANIMIDADE, NEGARAM PROVIMENTO AO APELO. 
(Apelação Cível, nº 70082117706, Sexta Câmara Cível, Tribunal 
de Justiça do RS, Relator: Luís Augusto Coelho Braga, Julgado 
em: 15.08.2019). 
 
RECURSO INOMINADO. CONSUMIDOR. AÇÃO 
DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO 
CUMULADA COM INDENIZATÓRIA POR DANOS MORAIS. 
INSCRIÇÃO NEGATIVA INDEVIDA. JUSTA CAUSA NÃO 
COMPROVADA. DÉBITO DECLARADO INEXISTENTE. 
DANOS MORAIS INOCORRENTES, NO CASO 
CONCRETO. EXISTÊNCIA DE INSCRIÇÃO ATIVA EM 
NOME DA AUTORA. DEVEDORA CONTUMAZ. SÚMULA 
385 DO STJ. DANOS MORAIS AFASTADOS. SENTENÇA 
REFORMADA, NO PONTO. RECURSO PARCIALMENTE 
PROVIDO. (Recurso Inominado nº 71008691313, Primeira Turma 
Recursal Cível, Turmas Recursais, Relator: José Ricardo de Bem 
Sanhudo, Julgado em: 23.07.2019). 
 
Dessa maneira, postula-se o julgamento de improcedência do feito. 
 
 
DO QUANTUM INDENIZATÓRIO 
 
Na remota hipótese de ser a Ré condenada ao pagamento de indenização a 
título de danos morais, deverá a eventual condenação ser arbitrada de acordo com os princípios 
norteadores da razoabilidade e proporcionalidade, evitando assim eventual enriquecimento ilícito 
à parte Autora. 
 
Para tanto, se faz mister ressaltar que a quantificação do valor indenizatório 
deverá levar em consideração a extensão da ofensa sofrida. Sendo assim, caso V. Exa. entenda 
pela existência do alegado dano moral sofrido e, ainda, pela responsabilização da ora Ré na 
reparação deste, deverá o quantum ser arbitrado em montante razoável. 
Repisa-se que, aos autos não foram juntados quaisquer documentos hábeis a 
comprovar sequer a existência, quanto mais a extensão dos alegados danos morais. Ora, o 
requisito da existência real do dano é essencial para a apuração do nexo de causalidade, e mais, 
também o é para configuração do suposto dano moral, que, para existir, precisa ter repercussão 
na própria pessoa e no mundo exterior. 
 
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O direito não tutela danos hipotéticos, e, sendo assim, a real configuração 
do dano, naquele que se diz ofendido, é requisito essencial, não só para a obrigação de indenizar, 
mas também para verificação da extensão do dano. A título de argumentação, mostra-se 
temerária a fixação do quantum em montante elevado tendo em vista o aspecto punitivo, uma 
vez que esta eventual opção do julgador, poderá determinar como consequência imediata da 
descaracterização do propósito do instituto do dano moral que é unicamente o ressarcimento 
e/ou satisfação, violando desta forma, o princípio da proporcionalidade. 
 
Frise-se, por oportuno, que inexiste no ordenamento jurídico brasileiro 
qualquer positivação, quer constitucional, quer infraconstitucional, a colocar balizas fixas para a 
determinação do montante indenizatório para casos fulcrados na responsabilidade civil. Neste 
diapasão, na remota hipótese de V. Excelência entender cabível o pagamento de indenização a 
título de danos morais, estes deverão ser arbitrados nos moldes do art. 944 e seguintes do Código 
Civil, que assim preleciona, verbo ad verbum: 
 
“art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano. 
“Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a 
gravidade da culpa e o dano,poderá o juiz reduzir, 
eqüitativamente, a indenização.” 
 
E o caso em tela está a demonstrar que a condenação, na forma como 
postulada, mostra-se absurda e temerária, não estando configurado sequer o dano moral a ponto 
de dar sustentação ao pleito veiculado. 
 
Diante de todo o exposto, conforme já mencionado, inexistem critérios fixos 
no nosso ordenamento jurídico para a quantificação referente ao dano moral. Assim, conclui-se 
que a recomposição do dano não pode vir a constituir-se em enriquecimento indevido, portanto, 
requer a parte Ré, caso seja condenada ao pagamento referente à dano moral, a adequação do 
quantum indenizatório, dentro dos princípios da proporcionalidade e razoabilidade. 
 
 
 
 
 
 
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DOS REQUERIMENTOS 
 
Diante de todo o exposto, requer: 
 
 
a) O acolhimento das preliminares de mérito arguidas; 
b) A total improcedência dos pedidos vertidos na inicial; visto que 
demonstrada a regularidade das contratações e suas respectivas cobranças, o que fulmina a 
pretensão de reparação a título de danos morais; 
c) Porém, na remota hipótese de acolhimento das alegações 
autorais, uma vez que os fatos narrados nos autos não se afiguram suficientes para ocasionar 
abalo emocional capaz de ensejar dever de reparação, requer-se que eventual condenação tenha 
como parâmetro os princípios da proporcionalidade e razoabilidade; 
Protesta, outrossim, pela produção de todos os meios de prova em direito 
admitidos. 
Termos em que, 
Pede Deferimento. 
 
Porto Alegre, 19 de julho de 2022. 
 
 
ANELISE DE ANGELI VAZ MARCUS SATTE ALAM SENNA 
OAB/RS 58.329 OAB/RS 68.752 
 
LUCIANA RODRIGUES FIALHO DE SOUZA 
OAB/RS 74.531-A 
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