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Tarefa 4- Petição inicial

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NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA NOVA AMÉRICA 
 
 
Av. Pastor Martin Luther King Jr. nº 126, sala 300-D, Del Castilho/RJ 
CEP: 20.765-971 - TEL: (21) 3296-6743 
 
AO JUÍZO DE DIREITO DA ________ VARA CÍVEL DA COMARCA DA 
CAPITAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO DA REGIONAL DO MÉIER 
 
Maria das Neves, casada, aposentada, portadora da carteira de identidade nº 
500.355, expedida pelo Detran – RJ, e CPF nº 123.456.777-80, residente na 
Rua Maria da Graça, nº 1180, Méier, Rio de Janeiro – RJ, CEP.: 20.380-000, 
vem por meio de seu advogado que a esta subscrevem, [...] endereço que 
indica para os fins do artigo 940 do Código Civil de 2002, vem respeitosamente 
à honrosa presença de Vossa Excelência, promover a presente: 
 
AÇÃO DE INEXIGIBILIDADE DE DÉBITO CC/ INDENIZATÓRIA POR 
DANOS MORAIS COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA 
 
TELEBOM, CNPJ nº 000.300.0001/40, situado a Avenida das Acácias, nº 300, 
Méier, Rio de Janeiro – RJ, CEP: 20.381-140, na pessoa de seu representante 
legal, pelos fatos e fundamentos a seguir aduzidos. 
 
I – DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA 
Requer a V.Exa. a concessão dos benefícios da Justiça Gratuita, nos termos 
da lei n.º 5.584/70 c/c o artigo 5º, inciso LXXIV da CF/88, artigo 98 NCPC c/c 
nova redação dada pela Lei n.º 7.510/86, e alterações, uma vez que a 
Requerente não possui condições de custear as despesas do processo, sem 
prejuízos do seu sustento próprio e de sua família, conforme declaração de 
pobreza, anexa. 
 
II – INTERESSE NA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO 
Conforme o artigo 319 VII e 334 VII do CPC vem a este juiz informar que tem 
interesse na audiência de conciliação e mediação, visto que autora tem como 
prioridade a solução do conflito e do grave dano que sofreu com a falha na 
prestação de serviço e conduta arbitrária da empresa ré 
 
III - DAS PUBLICAÇÕES 
Requer também que todas as publicações sejam enviadas para imprensa 
oficial em nome do Dr. Thales Daniel, inscrito na OAB RJ sobre o número XXX 
endereço na Rua Antônio Gaudino, 157 Inhaúma endereço eletrônico 
danielbragauniao@gmail.com, conforme incluso instrumento de representação 
processual bem como seja anotado na capa dos presentes autos, onde mais 
couber, independente de quem assine as peças processuais, sob a pena de 
nulidade, conforme artigo 272 § 2º do CPC. 
 
IV - DOS FATOS 
 MARIA DAS NEVES, no dia 10/01/2021 ao tentar fazer um cartão de um 
supermercado, foi informada que não havia possibilidade de realizar o cartão e 
seu crédito não havia sido aprovado, e foi comunicada que existia uma 
restrição em seu nome. A assistida estranhou o fato, pois não lembra de 
file:///C:/npj/Documents/NPJ.docx
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10727456/inciso-lxxiv-do-artigo-5-da-constituição-federal-de-1988
 
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qualquer dívida pendente, então, procurou realizar uma pesquisa no Ganha 
tempo, e foi esclarecida que estava com o nome e CPF negativado nos 
cadastros restritivos de crédito pela empresa TELEBOM. 
A assistida compareceu a loja da TELEBOM e foi informada que existia uma 
fatura em aberto no valor de R$ 190,00 com vencimento para o dia13/10/2020. 
Ao consultar a fatura entregue, observou tratar-se de linha cadastrada em 
Duque de Caxias, local que não reside. A assistida realizou uma contestação, 
recebeu protocolo de atendimento 000123-2021, mas não obteve êxito em 
solucionar. 
A assistida realizou registro de ocorrências nº 000102-1050/2021, visto que 
teme que utilizem seus documentos em novas compras ou danos maiores. 
Sem alternativa, procura as vias judiciais e obter solução por este terrível e 
injusto transtorno, que lhe causou imenso abalo psicológico, e restrição de 
crédito no mercado de consumo. 
Ocorre excelência, que o Reclamante insiste em deixar evidente que jamais 
teve qualquer vínculo jurídico com o Requerido, razão pela qual desconhece a 
restrição indevida, uma vez que jamais restou inadimplente. 
O Reclamante como um cidadão honesto que cumpre com suas obrigações 
necessita do seu nome limpo, vez que está impossibilitado de realizar qualquer 
negócio jurídico no comercio local de dívida que o mesmo não contraiu, 
(conforme declaração anexo). 
Doutor (a) Magistrado (a) sabe o quão importante é ter um nome sem restrição, 
até mesmo para poder custear o seu sustento, a situação atual de um brasileiro 
é a mercê de um credito parcelado, e como o Reclamante, obterá esse crédito 
se o mesmo consta os seus dados como inadimplente? E ainda de uma dívida 
o qual não contraiu e desconhece a mesma. 
Insta frisar-se que o Requerente nunca recebeu qualquer tipo de cobrança a 
respeito do suposto débito, nem ter sido notificada previamente quanto à 
inclusão de seus dados no cadastro restritivo ao crédito, vindo a ferir o art. 43, 
§ 2º do CDC, caso contrário naquela ocasião poderia tentar de forma 
administrativa a resolução do caso. 
Em virtude do ocorrido, o Requerente experimentou situação constrangedora, 
angustiante, tendo sua moral abalada, face à indevida inscrição de seu nome 
no cadastro de inadimplentes com seus reflexos prejudiciais, sendo suficiente a 
ensejar danos morais. 
 
V – DO DANO MORAL 
Excelência, o direito do Reclamante está evidente, a Reclamada age de má-fé 
ao imputar débitos indevidos ao consumidor, uma vez que a responsabilidade 
objetiva, contida no art. 37, parágrafo 6º, da Constituição Federal, independe 
da comprovação da culpa ou dolo do agente; ainda que não exista culpa ou 
dolo, as pessoas jurídicas de direito privado, prestadoras de serviço público, 
responderá pelo dano causado por seus agentes, uma vez comprovada, 
simplesmente, a relação de causalidade. 
Neste entendimento Gagliano e Stolze, traz: 
file:///C:/npj/Documents/NPJ.docx
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10601860/artigo-43-da-lei-n-8078-de-11-de-setembro-de-1990
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10601785/parágrafo-2-artigo-43-da-lei-n-8078-de-11-de-setembro-de-1990
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/código-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/2186546/artigo-37-da-constituição-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10710882/parágrafo-6-artigo-37-da-constituição-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/188546065/constituição-federal-constituição-da-republica-federativa-do-brasil-1988
 
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“entretanto, hipóteses há em que não é necessário sequer ser caracterizada a 
culpa. Nesses casos, estaremos diante do que se convencionou chamar de 
“responsabilidade civil objetiva”. Segunda tal espécie de responsabilidade, o 
dolo ou culpa na conduta do agente causador do dano é irrelevante 
juridicamente, haja vista que somente será necessária a existência do elo de 
causalidade entre o dano e a conduta do agente responsável para que surja o 
dever de indenizar. (Gagliano, Pablo Stolze, 10º ed. rev. Atual e ampl-São 
Paulo, saraiva, 2012). 
O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL tem proclamado que “a indenização, a 
título de dano moral, não exige comprovação de prejuízo"(RT 614/236), por ser 
este uma consequência irrecusável do fato e um"direito subjetivo da pessoa 
ofendida"(RT 124/299). 
A Constituição Federal de 1988 preceitua em seu artigo 5º, inciso X, que: 
Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a 
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes: 
(...) X - São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das 
pessoas, assegurado o direito à indenização pelo dano material ou moral 
decorrente de sua violação; 
Dessa forma, claro é que a empresa requerida, ao cometer imprudente ato, 
afrontou confessada e conscientementeo texto constitucional acima transcrito, 
devendo, por isso, ser condenada à respectiva indenização pelo dano moral 
sofrido pelo requerente. 
O direito do Reclamante está amparado pelo Código civil, uma vez que o ato 
ilícito praticado pela requerida gera o dever de ressarcir, assim vejamos: 
"Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou 
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente 
moral, comete ato ilícito". 
Conforme observado ainda que aquele que comete o ato ilícito deverá ressarcir 
ainda que moral, no mesmo sentido preceitua o artigo 927, caput, do Código 
Civil: 
"Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, 
fica obrigado a repará-lo." 
Desta forma, a inclusão do nome do Autor no cadastro dos serviços de 
proteção ao crédito, não eximi a exclusão da responsabilidade da empresa 
Requerida pela reparação do dano causado, pelo qual responde, como observa 
BITTAR: 
“a reparação representa meio indireto de devolver-se o equilíbrio às relações 
privadas, obrigando-se o responsável a agir, ou a dispor de seu patrimônio 
para a satisfação dos direitos do prejudicado”. (CARLOS ALBERTO BITTAR, 
Responsabilidade civil, ed. Forense, 1990, pág. 3). 
O Ministro Oscar Correa, em acórdão do STF (RTJ 108/287), ao falar sobre 
dano moral, bem salientou que"não se trata de pecúnia doloris, ou 
pretiumdoloris, que se não pode avaliar e pagar; mas satisfação de ordem 
file:///C:/npj/Documents/NPJ.docx
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/188546065/constituição-federal-constituição-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641516/artigo-5-da-constituição-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10730704/inciso-x-do-artigo-5-da-constituição-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/188546065/constituição-federal-constituição-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/código-civil-lei-10406-02
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10677854/artigo-927-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/código-civil-lei-10406-02
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/código-civil-lei-10406-02
 
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moral, que não ressarce prejuízo e danos e abalos e tribulações irreversíveis, 
mas representa a consagração e o reconhecimento pelo direito, do valor da 
importância desse bem, que é a consideração moral, que se deve proteger 
tanto quanto, senão mais do que os bens materiais e interesses que a lei 
protege."Disto resulta que a toda injusta ofensa à moral deve existir a devida 
reparação. 
 
 
O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, já decidiu que no caso do dano in 
reipsa, não é necessária a apresentação de provas para demonstrar a ofensa 
moral da pessoa, uma vez que a inclusão nos cadastros de inadimplente, o fato 
por si só já configura o dano, “a própria inclusão ou manutenção equivocada 
configura o dano moral in reipsa, ou seja, dano vinculado à própria existência 
do fato ilícito, cujos resultados são presumidos" (Ag 1.379.761). 
O CDC, que tanto tem amparado os direitos dos consumidores, adotando a 
Teoria da Responsabilidade Objetiva, é imperativo em aduzir que os 
fornecedores de produtos e serviços respondem pelos danos causados aos 
consumidores, independentemente de culpa. In literis: 
“Art. 14 - O fornecedor de serviços responde independentemente da 
existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos 
consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como 
por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos. 
§ 1º - O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o 
consumidor dele pode esperar, levando-se em consideração as circunstâncias 
relevantes, entre as quais: 
I - o modo de seu fornecimento; 
II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam.” (destacou-se) 
Observa-se que o Estatuto Consumerista é incisivo quando da necessidade de 
segurança na colocação de produtos e serviços oferecidos ao mercado, 
quando dispõe que o fornecedor de serviços responde, 
independentemente da existência da culpa, pela reparação dos danos 
causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação de 
serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua 
fruição e riscos. 
Neste diapasão, entendimento jurisprudencial é no sentido de que uma vez 
caracterizado o dano, deve ser indenizado, independentemente de 
comprovação do prejuízo: 
"Caracterizada a ilicitude no procedimento, nasce para o réu a 
responsabilidade de indenizar" (ACV n. 39.892, de Blumenau, rel.Des. 
Wilson Guarany). 
Cumpre-nos asseverar que o entendimento jurisprudencial majoritário é no 
sentido de que não há necessidade de prova efetiva do abalo de crédito, para a 
caracterização da obrigação de indenizar o dano moral. Ora, ao ser compelido 
a pagar dívida oriunda de produtos e serviços que não contratou, teve a Autora 
que se socorrer de advogado para ajuizar a presente ação, gerando-lhe mais 
file:///C:/npj/Documents/NPJ.docx
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/código-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90
 
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transtornos e dispêndios financeiros, com a contratação de serviços 
advocatícios. Contudo, o cerne do presente conflito de interesses reside na 
existência de responsabilidade civil, da Ré, pelos danos morais que tem 
experimentado a Autora, em razão da cobrança indevida por serviços e 
produtos não fornecidos pelas Rés. 
 
 
Atualmente, a doutrina e jurisprudência, de modo seguro, tranquilo e pacífico, 
consolidam o entendimento no sentido de que, em conformidade com o 
ordenamento jurídico brasileiro, o dano moral puro deve ser reparado mediante 
indenização. 
VI - DA FIXAÇÃO DO VALOR DA INDENIZAÇÃO 
Em que pese o grau de subjetivismo que envolve o tema da fixação da 
reparação, vez que não existem critérios determinados e fixos para a 
quantificação do dano moral, a reparação do dano há de ser fixada em 
montante que desestimule o ofensor a repetir o cometimento do ilícito. 
Diante da verificação do ato ilícito provocado pela parte Requerida, deverá o 
juízo aquilatar um valor que seja compatível com a lesão provocada ao 
Requerente, posto que, os danos ocasionados são danosos ao bem estar da 
autora da ação. Dessa forma, o valor reparatório aplicado pelo juízo não 
poderá ser um valor tão ínfimo que provoque o descrédito da justiça. 
Nesse sentido, deverá o quantum indenizatório ser justo, prudente e correto, 
sempre observando a Teoria do Desestímulo ou “The Punitive Damage”, a fim 
de o valor a indenizar exprimir caráter repressivo e pedagógico. Isto é, para 
que se compense efetivamente ao Requerente e, ao mesmo tempo, venha 
punir a Requerida, é necessário que a indenização por dano moral venha a 
pesar no bolso desta, servindo a ela e à sociedade, como um poderoso fator de 
desestímulo a novas práticas ilícitas. 
Sobre o tema, veja-se a jurisprudência do Tribunal de Justiça do Pará: 
APELAÇÃO CÍVEL EM SEDE DE AÇÃO DE REPARAÇÃO POR DANOS 
MORAIS. INSCRIÇÃO INDEVIDA EM ÓRGÃO DE CADASTRO DE 
RESTRIÇÃO AO CRÉDITO. INEXISTÊNCIA DE DÉBITO. CONFISSÃO DA 
EMPRESA RECORRENTE. DANO MORAL IN RE IPSA. APLICAÇÃO DA 
TEORIA DO DESESTÍMULO OU PUNITIVE DAMAGE. CARÁTER 
PEDAGÓGICO E REPRESSIVO. PRINCÍPIOS DA RAZOABILIDADE E DA 
PROPORCIONALIDADE. JUROS DE MORA DEVIDOS DESDE A CITAÇÃO À 
TAXA DE 0,5% AO MÊS ATÉ O DIA 10.01.2003 E, A PARTIR DE 11.01.2003, 
À TAXA DE 1% AO MÊS. CORREÇÃO MONETÁRIA DEVIDA DESDE A 
SENTENÇA. INTELIGÊNCIA DA SÚMULA 362 DO STJ. RECURSO 
CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO À UANIMIDADE. (200830071772 
PA 2008300-71772, Relator: CLAUDIO AUGUSTO MONTALVAO DAS 
NEVES, Data deJulgamento: 17/08/2009 Data de Publicação: 20/08/2009) 
(destacamos). 
Desta feita, requer seja a indenização aplicada visando punir a Requerida do 
ato ilícito de maneira que sirva de desestímulo a novas práticas ilícitas 
file:///C:/npj/Documents/NPJ.docx
 
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(inscrição indevida do nome no rol de devedores), a fim de exprimir caráter 
repressivo e pedagógico, sempre em atenção aos princípios da 
proporcionalidade e capacidade econômica das partes. 
 
VII – DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA 
Percebe-se, outrossim, que o requerente deve ser beneficiado pela inversão do 
ônus da prova, pelo que reza o inciso VIII do artigo 6º do Código de Defesa do 
Consumidor, tendo em vista que a narrativa dos fatos encontra respaldo nos 
documentos anexos, que demonstram a verossimilhança do pedido conforme 
disposição legal: 
 
Art. 6º São direitos básicos do consumidor: 
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus 
da prova, ao seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for 
verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras 
ordinárias de experiências; 
 
O requerimento ainda encontra respaldo em diversos estatutos de nosso 
ordenamento jurídico, a exemplo do Código Civil, que evidenciam a pertinência 
do pedido de reparação de danos. 
Além disso, segundo o Princípio da Isonomia, todos devem ser tratados de 
forma igual perante a lei, mas sempre na medida de sua desigualdade. Ou 
seja, no caso ora debatido, o requerente realmente deve receber a supracitada 
inversão, visto que se encontra em estado de hipossuficiência, uma vez que 
disputa a lide com uma empresa de grande porte, que possui maior facilidade 
em produzir as provas necessárias para a cognição do Excelentíssimo 
magistrado. 
 
VIII - DA ANTECIPAÇÃO DE TUTELA 
O Requerente encontra-se atualmente com o seu crédito abalado, sem 
condições de efetuar qualquer transação comercial a prazo, suportando danos 
difíceis de serem prontamente reparados, tudo isso em razão da conduta ilícita 
da empresa Demandada. 
A tutela antecipada é medida assaz urgente e necessária, vez que, com a 
negativação de seu nome, o Requerente está impedido de ter a liberação de 
créditos no comércio, de promover financiamentos e outros atos que dependam 
de ter o nome limpo, sem quaisquer restrições nos cadastros desabonadores 
de crédito, além de sofrer os mais diversos danos de ordem moral e 
patrimonial. 
Assim, preconiza o Código de Processo Civil: 
Art. 303. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da 
ação, a petição inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à 
indicação do pedido de tutela final, com a exposição da lide, do direito que se 
busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo. 
file:///C:/npj/Documents/NPJ.docx
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10607335/inciso-viii-do-artigo-6-da-lei-n-8078-de-11-de-setembro-de-1990
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10607666/artigo-6-da-lei-n-8078-de-11-de-setembro-de-1990
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/código-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/código-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/código-civil-lei-10406-02
 
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CEP: 20.765-971 - TEL: (21) 3296-6743 
 
Ademais, inexiste perigo de irreversibilidade do provimento, vez que, a 
qualquer momento, poderá ser revogado e a inclusão refeita. Neste 
sentido: 
“já a possibilidade de inscrição do nome do autor nos órgãos de proteção ao 
crédito, por si só, configura o periculum in mora, face à restrição que a parte 
sofrerá na sua vida financeira, além do dano de natureza moral. Ressalta-se, 
por fim, que os réus em nada serão prejudicados com o deferimento da 
liminar, face à reversibilidade das medidas.” (TJDF – Processo 
2004.03.1.008862-7 – Rel. Juíza DELMA SANTOS RIBEIRO) (negritamos). 
Destarte, com amparo no art. 303 do Código de Processo Civil Brasileiro e art. 
84 do Código de Defesa do Consumidor, diante da manifesta prova aportada 
aos autos, se faz necessário a concessão liminarmente da tutela de urgência 
para: 
- que a Requerida proceda com a imediata retirada do nome do Autor dos 
Órgãos de Proteção ao Crédito, propendendo de imediato, estancar os danos 
da conduta ilícita e arbitrária. É medida que se impõe, não só pela ilegitimidade 
do débito, mas, especialmente, pelo fato da existência da presente discussão 
judicial a respeito do débito, sob pena de aplicação de multa, nos termos do art. 
537, do CPC, propendendo de imediato, estancar os danos da conduta ilícita e 
arbitrária. 
IX - DOS PEDIDOS 
Diante de tudo que fora exposto, requer a Vossa Excelência, digne-se: 
1. Sejam deferidos os benefícios da gratuidade da justiça e assistência 
judiciária gratuita, nos termos do art. 98 e seguintes do CPC e da Lei 
1.060/1950; 
2. Considerando a relevância dos fundamentos e o receio de ineficácia do 
provimento final, seja liminarmente concedida a TUTELA ANTECIPADA, 
visando assegurar a viabilidade da realização do direito, determinando à 
Requerida que efetue imediatamente a exclusão do nome do Requerente dos 
órgãos restritivos (SPC/SERASA). Faz-se necessário o arbitramento de multa 
diária de R$ xxxx, para o caso de descumprimento da ordem judicial; 
3. A citação da empresa Requerida no endereço acima declinado, com os 
benefícios do art. 212, § 2º, do CPC, para acompanhar a presente ação até o 
final, e, querendo, apresentar contestação no prazo legal, sob pena da revelia e 
confissão; 
4. Sejam aplicados os preceitos contidos no CDC, bem como determinada a 
inversão do ônus da prova, com fundamento no art. 6º, inc. VIII, do CDC, tendo 
em vista a verossimilhança das alegações apresentadas e a hipossuficiência 
do Requerente na produção de demais provas, ambos os requisitos manifestos 
nos autos; 
5. Seja a presente AÇÃO JULGADA PROCEDENTE, declarando a 
inexistência de relação jurídica entre as partes demandantes, confirmando, por 
conseguinte, os efeitos da tutela liminar, bem como a condenação da empresa 
Requerida ao pagamento de R$ 2.000,00 (dois mil reais) a título de danos 
morais em benefício da vítima, ora Requerente; 
file:///C:/npj/Documents/NPJ.docx
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http://www.jusbrasil.com.br/topicos/28891528/artigo-537-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/28895641/artigo-98-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/109499/lei-de-assistência-judiciária-lei-1060-50
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/28894856/artigo-212-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/28894852/parágrafo-2-artigo-212-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/código-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10607666/artigo-6-da-lei-n-8078-de-11-de-setembro-de-1990
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10607335/inciso-viii-do-artigo-6-da-lei-n-8078-de-11-de-setembro-de-1990
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6. Por fim, a condenação da Requerida no pagamento das custas processuais 
e honorários advocatícios de 20% (vintepor cento) sobre o valor da causa, 
devidamente atualizada, conforme o artigo 85 do CPC. 
Protesta pela produção de todos os meios de prova em Direito admitidas, 
especialmente pelo depoimento pessoal do representante da Requerida, oitiva 
de testemunhas, prova pericial, juntada de novos documentos e outras que se 
fizerem necessárias à comprovação das alegações aqui contidas, o que se diz 
com arrimo no art. 369 do CPC. 
Requere-se a desconstituição do débito, e que a empresa abstenha-se de 
enviar novas cobranças relacionadas ao objeto da lide. 
Dar-se-á a presente causa, com fulcro no art. 292 do CPC, o valor de R$ 
8.000,00 (oito mil reais) para efeito de alçada e fiscal. 
Nestes termos, pede deferimento. 
Rio de Janeiro, 01 de setembro de 2021. 
 
ADVOGADO, 
OAB RJ. 
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