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Aula 01 - Movimentos da Psicologia no Século XX

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Movimentos da Psicologia no Século XX
Módulo I - Influências na história da Psicologia:
	Perspectiva e Zeitgeist: Em perspectiva, buscamos compreender a complexidade dos fenômenos humanos, as pessoas e, também, os eventos históricos da Psicologia. 
	Uma ciência não se desenvolve no vácuo, ela usa a tecnologia disponível de sua época e tenta dar respostas às perguntas que são feitas. Essas perguntas (as indagações dos filósofos e dos cientistas) consideram o acúmulo de conhecimento até aquele ponto da história. 
	Segundo Schultz (2019), é necessário um distanciamento: afastar-se momentaneamente do seu sistema de crenças e também do seu conhecimento do século XXI. Compreenda a perspectiva e o Zeitgeist do momento histórico que estiver estudando. 
	Em ciência, algumas vezes, para acertar é necessário errar. É a partir dos erros que alguns pesquisadores ficam inquietos, buscam evidências válidas e fidedignas para refutar o erro e alcançar evidências de maior qualidade. Os erros são tão relevantes quanto os acertos. 
	Em ciência, aproveitamos o que é útil, como uma evidência consistente, e descartamos o resto, mas sem esquecer esse resto, pois, assim, evitamos cometer os mesmos erros no futuro (ao menos isso é o desejável). 
	A Psicologia Científica é autônoma e não se confunde com dogma religioso. Portanto, as discussões polêmicas que as civilizações se propuseram a debater, como a questão da raça, foram submetidas a contestações científicas e amplos estudos, com evidências científicas demonstrando sua ineficácia de partida. 
	Várias estratégias vêm sendo desenvolvidas a partir de erros e acertos, para promovermos tolerância, compaixão, autocompaixão, saúde, e bem-estar físico e emocional. Buscamos os acertos e as evidências científicas, bem como caminhos mais éticos, humanizados, integradores. 
	Os eventos históricos são fundamentais para evitar equívocos e não repetir algumas práticas que trouxeram mais confusão do que solução. Analisar a história e compreender nosso passado nos ajuda a imaginar o futuro e a direcionar melhor nossos esforços. Essa história é nossa. Ela é sua. É da nossa civilização, para o bem ou para o mal.
	A Psicologia como ciência e profissão, no Brasil do século XXI, tem sido posicionada de modo a evitar os erros da história, buscando o caminho do bem, promovendo os direitos universais humanos, a inclusão, a tolerância, a ciência, mas sabendo que: todo ponto de vista é a vista de um ponto (BOFF, 1999).
	Influência da Filosofia: inclui o período da Grécia Antiga com os mitos gregos, a exigência racional com Tales de Mileto, Pitágoras, Heráclito e Parmênides, Sócrates, os Sofistas, Platão e Aristóteles. A Filosofia aborda o objeto que deseja conhecer por intermédio da razão, da argumentação (indutiva e dedutiva), da lógica, da retórica. Esses métodos são necessários para questionar o que é o conhecimento, os tipos de conhecimento e o que é verdadeiro nesse conhecimento. 
	
	Uma falácia do conhecimento sempre vem disfarçada de boas intenções e, eventualmente, confirma ideias do senso comum, confirma os desejos e as opiniões de algumas pessoas, e por isso convence os mais ingênuos.
	
	O papel da Filosofia, de apontar as falácias do conhecimento, é fundamental para nossa civilização, para os psicólogos, para os educadores (ensinantes), para os gestores e para o cidadão. As falácias do conhecimento estão em nosso passado, mas também no presente. O pensamento filosófico é uma vacina poderosa contra o obscurantismo e contra tais falácias, pois desenvolve o pensamento crítico.
	Influência de movimentos e estudos: 
	John Locke concebeu a mente como uma espécie de folha em branco, ou tabula rasa, onde a experiência sensorial deixava suas impressões, assumindo que não havia pressupostos preestabelecidos, tanto para o pensar quanto para o agir. 
	Outros pensadores, com René Descartes e Gottfried Leibniz (1646-1716), posicionavam-se de maneira diferente em relação à questão, pois, para eles, havia funções da consciência humana que não poderiam ser resultado da mera experiência sensorial, como: 
	 O debate sobre o mecanismo racional envolvia desde a ideia de que uma porção “divina” nos oferecia o sentido da verdade, do belo e do correto, até uma crítica necessária da “Razão Pura”, empreendida por Immanuel Kant. Outros pensadores afirmaram ainda que as ideias deviam seu processo de construção às dinâmicas sociais, interpretações e relações do sujeito com o meio. 	
	
	Entretanto, no processo histórico, essas teses são constantemente contrastadas, negadas, enfrentadas, e desse enfrentamento, entre tese e antítese, emerge sempre algo novo, uma síntese (por isso espiral), que posteriormente será consolidada no meio social, tornando-se a tese então vigente. 
Influência da Psicofísica
	A Psicofísica demarca uma mudança de abordagem. Eventualmente, você pode ler que a Psicologia, em sua fundação, rompe com a Filosofia, mas essa afirmação está equivocada. 
	A Fisiologia experimental, não rompe com o pensamento filosófico, buscando evidências empíricas por meio do método experimental e de resultados reprodutíveis. É fundamental conseguir dados constantes, não apenas as especulações, induções e deduções filosóficas. 
	A teoria da evolução das espécies, os avanços da Fisiologia Experimental com os psicofísicos, correlacionando nosso aparato sensorial à mente humana, a rigor, aos estados conscientes dessas sensações, e o Zeitgeist do século XIX impulsionaram a criação do primeiro laboratório de Psicologia, em 1879, na Alemanha. 
	
Origens e cientistas
	Na Psicologia, considerando a segunda metade do século XIX, as primeiras medidas não eram de natureza psicológica, mas psicofísicas — uma Psicologia sensorial. Essa influência da Fisiologia, por meio das primeiras medidas psicofísicas, buscava as regularidades e os padrões da nossa fisiologia, isto é, o geral, não o particular ou as singularidades. 
	Wilhelm M. Wundt (1832-1920): Ficou registrado na história como o responsável pelo marco fundante da Psicologia Científica. Foi esse pesquisador que, em 1879, delimitou em seu laboratório, fundado na Universidade de Leipzig, na Alemanha, o Psychologische Institut (Instituto Psicológico).
	Outros psicofísicos precederam o primeiro laboratório de Psicologia e trabalharam juntos (ou separados) a Wundt. Lembre-se de que uma ciência não se desenvolve no vácuo, mas em um continuum de acúmulo de conhecimento e tecnologia. Os psicofísicos estavam abrindo as portas para a Psicologia Científica, e Wundt era um deles. Eles concordavam entre si e/ou se criticavam. Acertaram e erraram. Mas sempre persistiram.
	Ernst Weber (1795-1878): Desenvolveu estudos para discriminar a distância tátil perceptível entre dois pontos (limiar de dois pontos), ou seja, a relação de uma estimulação física (sensação) e uma percepção (mental). 
	Gustav Theodor Fechner (1801-1887): Fechner disputa com Wundt o título de pioneiro da Psicologia Experimental e da própria Psicologia, embora suas primeiras contribuições para as ciências tenham se desenvolvido nos campos da Matemática e da Física. Posteriormente, devido a uma crise pessoal e influenciado pelo filósofo alemão Friedrich Schelling (1775-1854), passou a interessar-se por questões psicológicas e religiosas.
	De acordo com sua concepção de paralelismo psicofísico, as realidades físicas e psíquica não estariam em oposição, mas constituiriam aspectos de uma mesma realidade essencial. Fechner demonstrou que o mundo mental e o mundo material estão relacionados quantitativamente; e que se pode medi-los.
	Hermann von Helmholtz. (1821-1894): Foi pioneiro em medir a velocidade do impulso nervoso, de uma estimulação sensorial tátil até a resposta, ou seja, o movimento motor resultante. Para a Psicologia, isso foi importante na ideia de que o pensamento e o movimento se seguem um ao outro, e o intervalo entre um pensamento e um movimento resultante poderia ser medido. 
	Antes desses estudos, a mente humana era abordada apenas pelos argumentos filosóficos, fundamentais,mas incapazes de demonstrar como a mente funciona e/ou se estrutura em aspectos fisiológicos. 
	Alguns pesquisadores seguiram Wundt, mas outros o contestaram, desenvolvendo uma Psicologia não wundtiana: 
	
	
Módulo II - A Psicologia no Século XX:	
Movimentos da Psicologia
	Estruturalismo: Na transição do século XIX para o início do século XX, a Psicologia alcançou visibilidade nas universidades dos Estados Unidos e da Europa, notadamente na Alemanha, e o ritmo de seu desenvolvimento foi marcado pelos movimentos do estruturalismo e do funcionalismo. 
	
			
	O pesquisador criticava que, até então, os instrumentos de medida da Fisiologia Experimental aplicados à Psicologia, como taquistoscópio e o cronoscópio, eram mais importantes do que o próprio observador. Por isso, havia a urgência em treiná-los para empregar a introspecção.
	Funcionalismo: O norte-americano William James (1842-1910) publicou, em 1890, o texto Princípios da Psicologia, que se transformou nas bases do funcionalismo nos Estados Unidos no século XX. Ele foi um representante da escola do pragmatismo e do funcionalismo.
	James não estava interessado nos átomos do pensamento, mas na experiência imediata que um objeto impunha à consciência, ou seja, um fenômeno. Suas principais teorias são os estudos sobre a emoção, sua origem e função, com grande impacto para a Psicologia no século XX.
	James acreditava que uma alteração fisiológica no organismo levaria a uma emoção, ideia que foi corroborada em um estudo independente pelo fisiologista Carl G. Lange (1834-1900), psicólogo dinamarquês.
	Na perspectiva desses autores, não experimentamos uma emoção se não houver uma alteração fisiológica no organismo. Assim, o corpo reagiria de modo diverso aos eventos ambientais causadores de emoções, e as experiências emocionais nada mais seriam do que uma tentativa de dar sentido à alteração no organismo.
	Os funcionalistas sofreram influência da teoria da evolução das espécies e estavam mais interessados no papel adaptativo da consciência, dos hábitos, da emoção, ou seja, em suas respectivas funções. Para os funcionalistas, isso era mais válido e pragmático do que investigar o conteúdo da consciência em termos estruturais.
	No início do século XX, entre 1901 e 1913, a Psicologia norte-americana vivenciou o debate, muitas vezes, fundamentalista e não amistoso, entre estruturalistas e funcionalistas. Na Europa, observamos outras discussões.
A história em perspectiva
	A Psicanálise é uma história à parte da Psicologia, mas que exerce grande influência nos psicólogos, pedagogos, médicos psiquiatras, neurocientistas, entre outros interessados no estudo das funções psicológicas humanas. 
	De maneira geral, uma teoria do impulso, como compreensão do funcionamento humano, concentra-se em explicar como o nosso comportamento mantém o organismo em equilíbrio. A experiência psicológica de um desequilíbrio interno seria um impulso, ou seja, o “energizador” do comportamento. 
	As teorias do impulso explicam comportamentos e são focadas nas causas. Não é incomum compararmos a proposta libidinal (energia mental) de Freud com um sistema hidráulico. 
	Á medida que os impulsos corporais acumulam energia (por analogia, a água de nosso sistema hidráulico), a experiência psicológica resultante é um aumento da ansiedade, um desconforto psíquico. Então, é preciso proteger, por meio de um mecanismo de escape (como aquele presente na caixa-d’água), nossa saúde física e mental (para evitar a inundação de nossa residência). 
	Freud descreverá minuciosamente esses mecanismos de defesa. Ele elenca três estruturas do aparato psicológico humano que vivem em uma interação dinâmica e, digamos, medindo forças: 
	O Id, como uma estrutura psíquica inata, é regido pelo princípio do prazer e pela busca da satisfação imediata; representa, por analogia, a pressão da água que chega à nossa caixa. A produção intelectual da Psicanálise, inicialmente, foi direcionada para a saúde mental e para o tratamento clínico de enfermidades mentais. 
	
	Jung foi um discípulo de Freud, mas romperam relações por divergências teóricas. O seu sistema é conhecido como Psicologia Analítica, que é aplicada na psicoterapia, em saúde mental e na avaliação da personalidade. A tipologia de Myers-Briggs (classificação tipológica de Myers-Briggs) é um instrumento padrão-ouro para avaliação da personalidade (MBTI). Outro teste que é amplamente utilizado no Brasil é o questionário de avaliação tipológica (QUATI). Ambos os recursos são de uso restrito do psicólogo e da psicóloga. 
Behaviorismo (comportamentalismo)
	
	O behaviorismo, também conhecido como comportamentalismo, tem como objeto de estudo a análise científica dos comportamentos humano e animal. Busca descrever as circunstâncias relevantes para que um comportamento seja instalado no repertório comportamental de uma pessoa e o que é preciso para modificar esse comportamento, quando necessário. Desse modo, é possível evidenciar por que determinada pessoa se comporta dessa ou daquela maneira, os motivos de alguma decisão, e prever e alterar os possíveis comportamentos futuros. O behaviorismo foi um protesto contra a Psicologia Wundtiana, a consciência como objeto de estudo e a introspeção como um método. 
Origem do behaviorismo:
	
	Em 1913, John Broadus Watson publicou o artigo A Psicologia como um behaviorista a vê, no qual expõe os principais posicionamentos científicos da Psicologia Comportamental. Watson propõe defini-la como uma ciência do comportamento, já que esta é fisicamente observável: é possível ver as pessoas andarem, comerem, conversarem, mas é difícil observar seus pensamentos e sentimentos. Vamos ver um exemplo. Podemos dizer que comemos porque sentimos fome. Você já parou para pensar nos eventos que fazem parte dessa contingência, ou seja, da probabilidade de um evento ser causado por outro evento?
	Momento 1: Podemos dizer que houve um período de privação de comida. 
	Momento 2: Durante essa privação, os processos associados à homeostase causam a sensação de fome materializada na consciência mediante pensamentos sobre comida e/ou estratégias para saciar a fome (ir a uma lanchonete ou fritar um ovo na cozinha). Entendemos homeostase como processo fisiológico que faz a manutenção da vida e busca o equilíbrio interno no organismo; por exemplo, a experiência na consciência de sede e fome é resultado de processo homeostático.
	Momento 3: Com a sensação, você se dirige à cozinha, para fritar um ovo ou outro alimento de sua preferência, ou vai até uma lanchonete e come. 
	Os momentos 1 e 3 podem ser observados diretamente. Já o momento 2 é encoberto aos olhos de um observador externo e só pode ser descrito pela introspecção, mas esse método é falho, uma vez que dois ou mais introspectistas podem experimentar ideias diferentes a respeito do fato. 
	Skinner buscava descrever contingências, como elas ocorrem e são mantidas. O behaviorismo apresenta protocolos interessantes para o manejo do comportamento na escola, nas organizações etc. Na perspectiva desse autor, o cérebro é um depositário de contingências, ou seja, armazena nossas experiências e os padrões do nosso repertório comportamental. As ideias essenciais de Skinner são reveladas em algumas frases:
Psicologia da Gestalt:
	
	A Psicologia da Gestalt é uma importante perspectiva da Psicologia. Foi crítica à Psicologia Wundtiana; à lei do efeito, de Thorndike (1874-1949), nos Estados Unidos; e à Psicologia do Reflexo, de Pavlov (1849-1936), na Rússia. As principais personalidades desse movimento foram:
	Os gestaltistas aceitavam o objeto de estudo da Psicologia Wundtiana, a consciência, mas negavam-se a aceitar que o seu estudo acontecesse pela busca de seus elementos. Nesse aspecto, concordavam com a crítica que William James estabeleceu aos estruturalistas. De certo modo, a Psicologia da Gestalt foi um movimento funcionalista, mas ao estilo alemão; foi influenciada pela Filosofia de Immanuel Kant (1724-1804) e de Franz Brentano, bem como pelo movimento fenomenológico alemão.Max Wertheimer foi o precursor da Psicologia da Gestalt, sendo o principal fundador desse movimento. Em 1912, descreveu o movimento Phi, um fenômeno que demonstrou as propriedades da percepção humana e serviu de base para a tese inicial da Gestalt se opor a outros sistemas teóricos.
	Ao demonstrar uma ilusão, ou seja, um movimento aparente, os gestaltistas constataram que a consciência, a percepção do movimento, não poderia ser analisada a partir dos seus elementos sensoriais, premissa da Psicologia de Wundt. 
	A Psicologia da Gºestalt também criticou a ideia de que a percepção seria a soma de elementos básicos, tese atomista defendida por Wundt. Os cientistas defendiam que uma percepção não dependia de processos mentais superiores ou de aprendizagem, mas os dados da percepção estavam presentes no próprio estímulo apreendido pela percepção, em um todo, não no somatório de partes elementares. 
A terceira força da Psicologia: humanismo
	O humanismo é um movimento, uma perspectiva teórica da Psicologia, do início da década de 1960. Todas as perspectivas analisadas até aqui têm por base uma doutrina filosófica — o determinismo, ambiental no caso do behaviorismo, psíquico no caso da Psicanálise; os movimentos anteriores recebiam uma influência muito grande da Fisiologia e do determinismo biológico.
	O humanismo evidencia outra doutrina filosófica: o livre-arbítrio, que preconiza que as pessoas dirigem seus atos de modo consciente, independentemente de determinações psíquicas, cognitivas ou ambientais. O objeto de estudo do humanismo não é a consciência ou o comportamento, tampouco a percepção, mas os interesses e valores humanos. Os humanistas se opunham ao mecanicismo e ao materialismo da cultura ocidental da época.
	Além de Allport, as principais referências da terceira força da Psicologia são: Kenneth B. Clark (1914-2005), militante dos direitos civis e representante do Zeitgeist da época — mesmo que não associado diretamente ao movimento do humanismo; Abraham Maslow (1908-1970); e Carl Rogers (1902-1987). 
	
	Pesquisas que buscaram evidências da hierarquia em cinco níveis, em amostras mais amplas de pessoas, sugerem que é coerente pensar em apenas dois níveis que são necessidades por deficiência e necessidade por crescimento. 
	
														
A Psicologia Cognitiva 
	Psicologia do senso comum e a Psicologia Científica: A Psicologia Cognitiva traduz, em essência, o que é a ciência psicológica. Percorrer a história da Psicologia é uma viagem fantástica. Sabe o porquê? Tudo é cognição. 
	Você já parou para pensar por que algumas pessoas relatam serem felizes e gozar de bem-estar e outras pessoas não, mesmo quando as circunstâncias (o meio) estão favoráveis? O que é felicidade? O que é bem-estar e qualidade de vida? Lembra-se da proposta de viajar pela história da Psicologia para entender que tudo é psicológico, tudo é cognição? Vamos lá! 
Conceito e princípios da Psicologia Cognitiva
	A Psicologia Cognitiva pode ser definida como uma área de conhecimento que analisa os processos internos implicados na forma como as pessoas extraem sentido do ambiente — interno (fisiológico) e externo (cultura) — e decidem quais ações são apropriadas. Estuda a atividade e a estrutura do cérebro para compreender a cognição e o comportamento humano. A investigação dos processos cognitivos inclui: atenção, percepção, aprendizagem, memória, motivação, linguagem, resolução de problemas, raciocínio, pensamento.
	A perspectiva teórica vai explicar o psicológico como um todo, definir e descrever os processos cognitivos, por exemplo. 
	Existem processos psicoterapêuticos que podem atuar no manejo da dor, da irritabilidade, da angústia, da ansiedade etc. Mudar determinado padrão de comportamento, determinado padrão cognitivo (um perfil cognitivo) — obviamente quando necessário e desejado —, porém, exige investimento e engajamento da pessoa no processo de mudança, que pode ser conduzido, por exemplo, em uma terapia cognitivo-comportamental. 
		Esses três fatores compõem a tríade cognitiva, na expressão teórica do autor da Psicologia Clínica Aaron Beck (2013). 	
		Um esquema cognitivo pode ser positivo ou negativo, adaptado ou desadaptado. Se seu padrão de respostas está desadaptado ao meio e/ou com respostas (comportamentos) muito exacerbados, a Psicologia Clínica pode ajudar. Sabe o porquê? Tudo é psicológico, e podemos mudar algumas coisas — outras não, e há aquelas de difícil mudança. A visão é monista, ou seja, não dualista (mente-corpo). Trata-se de uma visão integrada e holística. Falar da mente, do psicológico, ou do cérebro é falar da mesma coisa com vieses diferentes. Vejamos alguns exemplos:
	Plasticidade Neural: Trata-se da mudança do sistema nervoso em decorrência dos eventos da vida, da experiência, do comportamento. Podemos pensar a plasticidade neural por dois vieses básicos: estrutural, por conexões sinápticas; ou funcionais, que se traduzem por mudanças no comportamento e/ou no perfil cognitivo. Trata-se da mesma coisa, ou seja, plasticidade neural, explicada por vieses diferentes. 
	Tanto manejo medicamentoso quanto psicoterapia agem sobre o cérebro, sobre o psicológico, apenas operam com mecanismos distintos.
	Nessa perspectiva, não existe um corpo adoecendo uma mente, ou uma mente adoecendo um corpo. O que vai existir é uma pessoa saudável, relativamente saudável, ou não saudável, em uma abordagem simplista e didática a respeito dos estados de saúde e de qualidade de vida de uma pessoa.
	O que importa, neste momento, é compreendermos essa visão da Psicologia Cognitiva contemporânea. Não se trata de um reducionismo materializante, mas de uma visão integrativa entre Psicologia, Ciências da Saúde, Ciências Sociais e Neurociências. Com essa ideia de base, os determinantes do comportamento podem ser analisados:
	Aspecto físico: mapeamento neurológico; Aspecto psicológico: sensopercepção, atenção, pensamento, memória, volição, emoções, sentimentos; Aspecto emocional/funcional: mapeamento cultural, socioeconômico.
	Isso não significa dividir uma pessoa em três coisas diferentes, pois, como demonstrado, essa divisão é meramente didática. Uma pessoa é inteira e indivisível. Falar do psicológico, da mente ou do cérebro é falar da mesma coisa, em perspectivas didáticas diferentes, que permitam trabalhos diferentes. Nada mais, nada menos. 
	Tudo isso influência quem somos, nosso estilo de agir e de tomar decisões, nossa forma de interpretar os eventos, sejam os externos, sejam os internos (mudanças do próprio corpo). 
Os marcos históricos relativos ao surgimento da Psicologia Cognitiva:
	
		Na Psicologia Cognitiva aplicada, vamos encontrar, por exemplo, as teorias das práticas clínicas. Na Psicologia Cognitiva básica, vamos encontrar algumas teorias sobre como nosso aparato cognitivo funciona, ou seja, esse modelo vai responder a três perguntas fundamentais: 
	A Psicologia Cognitiva estuda, principalmente, alguns construtos que explicam como nos motivamos (comportamentos motivados), como criamos (criatividade), resiliência, autoeficácia, crenças, entre outras variáveis que exercem influência em nosso comportamento. 
	
Marcos históricos: 
	1956: 
	
	Fim dos anos 1950 e década de 1960:
	Os sistemas clínicos (ciência aplicada) começam a ganhar forma, e surgem as terapias cognitivas. 
	
	O movimento que ficou conhecido como revolução cognitivista é mais bem identificado, por seus métodos, pela analogia ao processamento computacional, pelo uso de tecnologia para demonstrar suas teorias, e tem como marco a conferência no MIT de proeminentes cientistas cognitivos em 1956. 
	
	Tolman tentou superar o monismo materialista de Watson (pensamento com hábito). De certa forma, esse autor estabelece os alicerces para o cognitivismo, pois afirma que aprendizagem não é mudança no comportamento, mas aquisição de novos conhecimentos/cognições. Apresenta as definições de um comportamento intencional — tal intencionalidade, embora existente, é um evento particular ao organismo, uma variável interveniente, e não estariaao alcance dos instrumentos objetivos da ciência. 
			
Comparação dos métodos de pesquisa na Psicologia Cognitiva:
	
	Existe uma Ciência Cognitiva e uma Psicologia Cognitiva. A Ciência Cognitiva inclui a Psicologia Cognitiva, mas também outros modelos com interesses e métodos de investigação distintos. São modelos que se complementam em certos contextos e estudos, mas também divergem. Podemos identificar algumas abordagens da Ciência Cognitiva: 
O método das Neurociências:
	
		As Neurociências buscam evidências de como a interação de áreas no cérebro resultam em cognição, uma vez que apenas apontar uma localização (blobology) está caindo em desuso, e até os modelos computacionais estão buscando correlações com o cérebro. Nas Neurociências, vamos encontrar as evidências científicas que são levantadas pelo uso da tecnologia, especialmente o uso de técnicas de neuroimagem, que são capazes de demonstrar atividades em regiões e circuitos do sistema nervoso central durante um processamento sensorial, motor ou cognitivo. 
	Existem correlações na literatura entre um sistema de ativação comportamental e um sistema de inibição comportamental e características da personalidade, por exemplo, o neuroticismo e a extroversão. Constantemente, a atividade cortical vai gerenciar as metas conscientes dos indivíduos. Por exemplo, quando um indivíduo durante a perda de peso pensa: 
	Agir ou não agir? Fazer ou não fazer? Respostas automáticas ou voluntárias? Todas essas perguntas têm respostas que envolvem mecanismos complexos que nos impulsionam ou nos inibem diante das situações de desempenho. Tais sistemas se formam em decorrência de sua evolução ontogenética, e isso determina sua maneira de ser. 
	
	Veja a seguir como o sistema dorsal, o sistema ventral e a amígdala influenciam as respostas comportamentais: 
	
O método da Psicologia Cognitiva (pesquisa básica)
		Diversos são os métodos que podemos identificar, com e sem o uso de tecnologia. Optamos por apresentar uma metodologia de baixo custo e que é responsável por grandes paradigmas da Psicologia Cognitiva quanto às etapas de processamento da informação e do planejamento de uma resposta (comportamento). Trata-se da cronometria mental. 
		Na tarefa de Stroop, o voluntário nomeia a cor na qual o nome das cores é apresentado – por exemplo, VERMELHO ou VERMELHO. O voluntário é mais rápido em processar e executar a resposta quando o nome da palavra é congruente com a cor que deve nomear. 
	A terapia cognitiva-comportamental auxilia na identificação de distorções cognitivas e na promoção da reestruturação cognitiva. 
A Neuropsicologia
	
	No Brasil, a Resolução do Conselho Federal de Psicologia nº 002/2004 reconhece a Neuropsicologia como uma especialidade em Psicologia que atua no diagnóstico, no acompanhamento, no tratamento e na pesquisa da cognição, das emoções, da personalidade e do comportamento, sob o enfoque da relação entre esses aspectos e o funcionamento cerebral. 
Premissas e conceitos fundamentais da Psicologia Cognitiva
	Segundo Reeve (2006), os pesquisadores, após a revolução cognitiva, voltaram sua atenção para destrinchar quais as bases cognitivas do pensamento sobre: vontade, otimismo, eficácia, sucesso, realização, autoestima, autoeficácia, meta, planejamento, criatividade, escolha, persistência, desempenho, crenças, valores, sucesso, fracasso, empreendedorismo etc. A vontade não é um constructo psicológico capaz de explicar a complexidade e a variabilidade do comportamento motivado humano, até porque nosso comportamento e nosso perfil cognitivo são predeterminados em decorrência de nossa evolução ontogenética e de muitas outras variáveis que exercem influência sobre nós. 
	
		A vontade, como um construto para explicar um comportamento motivado, foi utilizada no século XVII, com René Descartes (1596-1650). Depois, foi substituída pelo instinto, com Charles Darwin (1809-1882) e, por fim, pelas teorias de impulso, com Sigmund Freud (1856-1939), um psicanalista, e Clark L. Hull (1884-1952), um neobehaviorista.
	O próximo movimento que construiu teorias para explicar o comportamento motivado, e que permanece até hoje, foi o cognitivismo da década de 1950. Os psicólogos passaram a investigar as bases cognitivas da motivação não como vontade ou instinto. Os motivos por déficits (impulsos) explicam parte do comportamento motivado, mas não sua totalidade.
	A Psicologia Cognitiva passa a elaborar modelos teóricos para explicar aquilo que as Neurociências ainda não conseguem demonstrar, por exemplo, o motivo pelo qual tais características variam de pessoa para pessoa. A Neurociência Cognitiva pode demonstrar áreas ativas em um processo criativo, mas não consegue explicar, por exemplo, como a criatividade acontece, onde ela está no cérebro.
	
	
	A Psicologia Cognitiva interpretou que uma emoção não ocorre sem a avaliação do indivíduo e que é esta avaliação que causa a emoção, não o evento. Essa contribuição teve bastante impacto na Psicologia. Vejamos um exemplo: Pense em duas pessoas trabalhando no mesmo ambiente de trabalho. A gerência do setor é agressiva e autoritária:
	
		
	
	
	
RESUMO:
	A Psicologia estuda como o indivíduo dá significado ao ambiente, a partir dos seus processos internos, permitindo a sua ressignificação.
	A Psicologia Cognitiva estuda o indivíduo em diferentes aspectos: ambiental, psicológico e físico.
	A Psicologia Cognitiva usa a ciência básica e a ciência aplicada para estudar as diversas variáveis que influenciam o comportamento do indivíduo.
	O cérebro, no cognitivismo, é ativo, coordena e faz a mediação de comportamentos. Para o behaviorismo, o importante não é saber o que causa os comportamentos, mas explicar e descrever em que circunstâncias eles acontecem. O cognitivismo quer compreender o que causa um comportamento, quais as fontes de um comportamento motivado, por exemplo, a criatividade, a arte etc. Na atualidade, são sistemas teóricos que se complementam.
	O sistema nervoso humano exerce atividades de ativação e inibição, ou seja, influencia em decisões, como “posso?” e “não posso?”.
	A cronometria mental auxilia a Psicologia Cognitiva a identificar os modelos de processamento da informação.
	A terapia cognitiva-comportamental auxilia na identificação de distorções cognitivas e na promoção da reestruturação cognitiva.
	A Psicologia Cognitiva busca identificar o motivo pelo qual as características variam de pessoa para pessoa.
	
A Psicologia no século XXI
	Para chegarmos até o século XXI, gradualmente evoluímos o nosso jeito de pensar. Por esse motivo, desenvolvemos tecnologias de acordo com a necessidade do ambiente e sempre em um continuum histórico de acúmulo de conhecimento. 
		
	Os processos cognitivos e a forma como modulam o comportamento eram o interesse dos psicólogos. O impacto da tecnologia, o modelo computacional e as Neurociências são importantes impulsionadores dessa parte da história, até os dias atuais. Na década de 1960, o humanismo criticou a Psicanálise e o behaviorismo. Estabeleceu que estudar a personalidade humana, o seu potencial criativo e a tendência do aprimoramento do ego seriam objetos de estudo da Psicologia. 
O movimento da Psicologia Positiva 	
	De certa maneira, a Psicologia Positiva cumpre esses três papéis. Tanto a Psicologia Positiva quanto o humanismo procuram saber:
	
	
	A Psicologia Humanista também enfatizou aspectos positivos do desenvolvimento das pessoas e buscou compreender as razões dos comportamentos motivados, mas seu status científico, por diversas razões, não causou grande impacto na Psicologia dentro de uma perspectiva metodológica (metodologia científica).
	Maslow reconheceu a limitação de sua teoria dentro de uma perspectiva científica, mas também identificou que não existiria outra maneira para estudar os aspectos da autorrealização e, talvez, pudesse ter a esperança de que um dia seus estudos alcançariam confirmações. Mesmo sem estudos atuais que tragam evidências contundentes acerca da hierarquia de necessidades, em cinco pontos, empiricamente,a abordagem de Maslow é amplamente utilizada em certos contextos. Como vimos, a hierarquia em apenas dois eixos possui evidências que podemos generalizar para diversas populações.
Qual a inovação da Psicologia Positiva?
	A Psicologia Positiva tenta compreender alguns adjetivos que são muito admirados quando os encontramos nas pessoas e superar as limitações pouco científicas do humanismo. 
	Nesse livro, os autores estabelecem um contraponto para o DSM (Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais norte-americano). Enquanto o DSM é utilizado para compreensão de psicopatologias e tratamento (doenças mentais ou do comportamento), o Character, strengths and virtues é utilizado para a análise das virtudes, potencialidades do indivíduo e para o seu desenvolvimento. E qual foi a inovação dessa publicação?
	A Psicologia Positiva, além de pensar os indivíduos, também pensa em instituições positivas que fomentem espaço para o desenvolvimento das virtudes. Além disso, pessoas positivas geram ambientes positivos. 
Psicologia Positiva versus Psicologia Cognitiva versus Neurociências
		Um cérebro emocional se desenvolveu e funciona de modo adaptativo, em respostas psicológicas e ambientais aos estímulos do meio destinados para nos afastar do perigo e nos aproximar de recompensas. 
	
	A Psicologia Positiva não refuta as Neurociências, pois compreende a importância das redes neurais e da forma como as informações são processadas. A Psicologia Positiva trabalha com parâmetros fenomenológicos da consciência, baseada em teorias da informação. Busca a compreensão dos acontecimentos, dos fenômenos e suas respectivas interpretações, e não apenas por meio do processamento das redes neurais, dos aspectos psicofisiológicos ou não conscientes.
Psicologia Positiva: um projeto para Psicologia do século XXI
	
	
	
	Isso não significa abandonar os estudos das funções cognitivas e como elas modulam o comportamento, tampouco abandonar a Psicologia clínica em suas diversas modalidades. Continuamos em interseção com as Neurociências, com a discussão sobre a tecnologia, como incorporá-la à Psicologia e o impacto dela em nossas vidas.
	Como um projeto para o século XXI, a Psicologia Positiva propõe rompermos com os discursos tradicionais e buscar novas práticas em como avaliar e desenvolver as forças de caráter e virtude nas pessoas, nas organizações e nas instituições.
	Para a Psicologia Positiva, os pontos fortes de uma pessoa são tão importantes quanto as vulnerabilidades. Práticas no mercado que atuam com a Psicologia Positiva focadas nos pontos fortes cometem um erro técnico. Uma avaliação global é necessária. 
	Existem muitas variáveis que impactam o nosso comportamento e, para um projeto sustentável no médio e longo prazo, para que você mude a sua vida e busque o desenvolvimento das suas forças de caráter e virtude, o profissional qualificado no mercado é o da Psicologia com uma inscrição ativa em um conselho profissional (conselho regional de Psicologia).
	A Psicologia como ciência e a Psicologia Positiva funcionam muito bem em interseção com outras áreas de atuação, dentro das prerrogativas profissionais próprias das áreas de: pedagogia, licenciaturas, gestão, desenvolvimento de soluções e produtos para pessoas, entre outros. Agir com ética, cientificidade e tecnicidade, em acordo com sua formação, é seguro para o cidadão, para nossos filhos, pais, irmãos, familiares e amigos.
Psicologia Positiva e orientação profissional
	Orientação profissional, no século XXI, é uma expressão que substitui a conhecida orientação vocacional. Podemos usar outras expressões, por exemplo, orientação de carreira, eleição de carreira ou gestão da carreira. O trabalho do orientador profissional implica qualquer etapa da vida que esteja associada ao mercado de trabalho. 
	
	Atualmente, vivenciamos a Quarta Revolução Industrial, também chamada de indústria 4.0. O termo sociedade da informação, em vez de sociedade pós-industrial, demarca essa revolução. Tecnologia, inteligência artificial, robôs, profissões do futuro são discussões do nosso momento histórico, do nosso Zeitgeist. 
		O perfil populacional está mudando e, com isso, as características do mercado de trabalho também mudam. As necessidades das pessoas ao longo da história, principalmente com o advento da tecnologia, mudam. Compreender essas mudanças e o impacto da tecnologia na vida das pessoas e desenvolver as forças de caráter e virtude para o futuro é o projeto da Psicologia como uma profissão do futuro. 
		
	Cada geração apresenta um estilo próprio na maneira de aprender e se desenvolver. Cada geração possui forças de caráter e virtude desenvolvidas, de acordo com a necessidade de seu tempo, com a influência do momento cultural em que viveu, dos acontecimentos políticos e econômicos que vivenciou. 
	Por que se diz que a Psicologia é uma profissão do futuro? 
	
	No século XXI, a Psicologia como uma profissão do futuro significa o desenvolvimento de forças de caráter e virtudes das pessoas, bem como de suas habilidades emocionais e comportamentais (as chamadas soft skills). Um projeto de desenvolvimento pessoal significa compreender a história de aprendizagem, que é diferente de pessoa para pessoa, mas vinculada a um período cultural de determinada época.
	Desenvolver uma pessoa é investigar as fragilidades, descartar patologias ou encaminhar para um cuidado de saúde, quando necessário. Esses cuidados, associados ao levantamento das virtudes e das forças de caráter, resultam em um projeto para um desenvolvimento individual, personalizado, para o florescimento das soft skills de uma pessoa, com ética, cientificidade e tecnicidade, necessárias para a segurança e o respeito à população.
	
Considerações finais
	
	A produção de paradigmas tem sido a identidade da Psicologia. Conta a história que nascemos formalmente introspectivos com Wundt, nos anos de 1873 e 1879, respectivamente, com a publicação dos Princípios de Psicologia Fisiológica, e a abertura do primeiro laboratório de Psicologia Experimental, na Alemanha. Até os dias atuais, ainda não encontramos uma grande teoria compatibilizadora, única metodologia ou definição para os seus construtos e as mesmas definições operacionais. Somos uma ciência ainda pré-paradigmática.
	O resultado é que, na Psicologia, encontramos profissionais que são comportamentalistas, cognitivistas, psicanalistas, humanistas, existencialistas, entre outras possibilidades. Existem também os que se dedicam a estudar os processos psicológicos básicos, o social, o desenvolvimento humano, a psicoterapia, a psicofisiologia e outros campos de interesse. Além disso, há a Psicologia aplicada ao trânsito, à escola, às instituições, às organizações, entre outras áreas de atuação.
	
	A Psicologia é plural como profissão e como ciência, fazendo interseção com diversas outras áreas de conhecimento. Muitas profissões se beneficiam da Psicologia como ciência: pedagogos, professores, gestores, marketing, entre outros.
	
	Em todas as formas de atuação do psicólogo, em todas as áreas, tenha convicção de que a Psicologia apresenta paradigmas capazes de compreender com profundidade a complexidade do comportamento humano.

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