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Doença de Gumboro Caracterização geral Causada por um vírus Enfermidade infectocontagiosa: causada por um agente contagioso e é passada entre as aves Alta morbidade e alta mortalidade Disseminação rápida: pode ser que alguns não tenham sinais clínicos Curso agudo: a partir do momento que uma ave se infecta e desenvolve sinais clínicos em poucos dias ela se recupera, ou seja, dura pouco tempo a infecção Período de incubação curto: a partir do momento que a ave entra me contato com o vírus, vão ser poucos dias para ela desenvolver sinais clínicos A principal característica dessa doença é que causa imunossupressão, se multiplica na Bursa de Fabricius Sem importância em saúde pública: não é zoonose Atividade principal é a imunidade humoral (linfócitos B) Importância econômica Lista da OIE: notificação obrigatória de qualquer enfermidade Instrução normativa n°50 de 24 de setembro de 2013: doenças que requerem notificação mensal de qualquer caso confirmado Incidência e distribuição geográfica Presente em todo território nacional Etiologia Causada: vírus da família Birnaviridae do gênero Avibirnavirus Vírus: ↪RNA de fita dupla e não envelopado (são mais resistentes no ambiente a desinfetantes) ↪5 proteínas: VP1 a VP5 • VP2: localizada em região hipervariável, é fundamental para a multiplicação viral e os anticorpos contra ela são neutralizantes (neutraliza ela e impede que ela se replique). A vacina age contra ela com o anticorpo se ligando nela e bloqueando a ligação dela a superfície da célula. É ela que se liga a superfície da célula Propriedades físico-químicas Persiste por semanas a meses no ambiente na forma infectante Sensível ao formol e glutaraldeído Pouco sensível aos outros desinfetantes Propriedades biológicas Se multiplica em ovos embrionados de galinha via membrana cório-alantoide De 3-5 dias causa a morte do embrião e irá causar necrose hepática Hospedeiros Galinha: infecção com sinais clínicos, somente causando sinais clínicos nessa espécie. ↪A doença é mais severa em reprodutoras (postura comercial) Leghorn brancas Patos e perus: infecção subclínica e pode transmitir para outras aves. Idade de maior ocorrência: 3-6 semanas (infecção clínica). Não ocorre em aves adultas pois o vírus se replica na Bursa de Fabricius. Ação mais relacionada a inflamação. Aves com menos de 3 semanas: imunossupressão (destrói linfócitos). Quanto mais cedo ele ataca a ave, mais grave é a doença pois a ave tem um sistema imune mais imaturo. Transmissão Via de eliminação: fezes Porta de entrada: via oral Aves vivas: não há estado de portador crônico – uma vez que a ave foi infectada, ela desenvolve ou não os sinais clínicos, se recupera, depois de algumas semanas o vírus não está mais presente na ave. Transmissão horizontal: qualquer material que estiver na granja contaminada e for transportado para outra, pode carrear o vírus ↪Vias de transmissão: Pessoas e equipamentos ↪Produtos e subprodutos de aves ↪Difusão pelo ar ↪Ração contaminada ↪Vetores mecânicos: Alphitobius diaperinus ↪Veículos transportadores de aves, voos, cama e ração ↪Água, ração, bandeja de ovos e equipamentos contaminados com fezes Patogenia: o que acontece desde a entrada do vírus até a resolução da infecção Vírus → via oral → luz intestinal se liga as células por um processo de endocitose → entra nas vilosidades intestinais → fagocitado por fagócitos da mucosa intestinal → na submucosa dentro dos fagócitos irá passar pela primeira replicação entre linfócitos e macrófagos → primeira viremia → cai na circulação → fagocitado por células de Kupffer (fígado) → vírus (virions) que não foram fagocitados vão para a Bursa de Fabricius após 10h pela circulação (segunda replicação – imunossupressão) → segunda viremia → vai para outros órgãos linfoides (alvos secundários, principalmente linfócitos B) Sinais clínicos Infecção subclínica: aves com menos de 3 semanas de idade, sem sinais clínicos, mas desenvolve imunossupressão severa Infecção clínica: causada por cepas clássicas (cepas mais conhecidas) ↪Aves 3-6 semanas: ocorre um período de incubação, pois ela se infecta e depois de 2- 3 dias apresenta sinais clínicos. • Alta morbidade, mortalidade até 30% (causada pelo vírus e não pela imunossupressão), imunossupressão • Aparecimento repentino, disseminação rápida, curso de 1 semana, imunossupressão (persiste por muito tempo, ela some dependendo do quanto atingiu a Bursa, então a ave pode ou não se recuperar da imunossupressão) Infecção clínica: causada por cepa de alta virulência ↪Aves 3-6 semanas: ocorre um período de incubação, pois ela se infecta e depois de 2- 3 dias apresenta sinais clínicos. • Alta morbidade, mortalidade até 100% • Aparecimento repentino, disseminação rápida, curso de 1 semana, imunossupressão Sinais clínicos gerais: são inespecíficos (Apatia; Encorujadas; Penas arrepiadas; Diarreia; Poliúria.) Lesões macroscópicas Bursa de Fabricius: ↪Na bursa, quando acontece infecção pelo vírus que causa sinais clínicos característicos, pode-se verificar, após 2 a 3 dias da infecção: • Exsudato gelatinoso amarelado cobrindo a superfície da serosa: pode ser purulento ou caseoso, dependendo da evolução da doença; • Aumento de volume; • Hemorragia: se muito grave, pode verificar a presença de sangue nas fezes; ↪Após 5 a 8 dias da infecção: atrofia da bursa (lesão muito inespecífica); ↪Já nas infecções subclínicas, apenas se observa atrofia Musculatura: ↪Na fase mais aguda da infecção clínica pode ocorrer hemorragia muscular, principalmente da musculatura peitoral e dos membros posteriores. Pode ser desde petéquias até sufusões; ↪É decorrente principalmente por alterações de coagulação do sangue. Rins: o vírus não se multiplica nos rins, a lesão renal só ocorre em aves com um processo muito grave da doença e a nefrose é decorrente pelo fato de que a ave se encontra tão apática a ponto de não conseguirem chegar ao bebedouro, associado com a diarreia, ou seja, é consequência de um processo de desidratação e hipopefusão renal grave. Transição moela-proventrículo: nessa junção existe tecido linfoide na submucosa, onde o vírus pode se multiplicar e causar hemorragia e inflamação. Lesões microscópicas Bursa de Fabricius: edema, células inflamatórias, necrose (tem tanta necrose que forma uma cavidade cística com exsudato), hemorragia, poucos linfócitos ou nenhum dependendo da gravidade da doença Bursa de Fabricius saudável Diagnóstico Sinais clínicos Histopatológico Única forma de diagnosticar 100% é detectar o vírus: coleta da Bursa e baço realiza um macerado com os órgãos com solução tamponada ou salina, adiciona antibiótico ou antifúngico e inocula em ovos SPF, se o vírus estiver presente causa mortalidade do embrião em 3-5 dias fazendo isso por 5 passagens (vezes) caso o primeiro não morra até os 5 não morrerem. Agora caso o primeiro morra, tem que identificar por meio de soroneutralização (pega o vírus, incubar com um anticorpo contra a doença e inocular em outro embrião, e ver se o embrião morre ou não), imunofluorescência, imunohistoquimica ou RT-PCR (é o mais usado) Ovos SPF: livre de patógenos específicos em que não há anticorpos para agentes específicos... Sorologia: informa se a ave tem anticorpo para a doença ↪ELISA ↪Intervalo entre as colheitas de amostras: 2-3 semanas Vacinação Vacinas vivas atenuadas: é de acordo com o grau de atenuação ↪Suave: vírus menos patogênico ↪Intermediária: vírus de patogenicidade intermediaria ↪Forte: vírus muito patogênico Vacina recombinante: ↪HVT (vírus vacinal da doença de Marek ) + proteína VP2; • Vetor: HVT ↪Rispens(doença de Marek) + proteína VP2; • Vetor: Rispens ↪HVT + proteína VP2 + F (doença de Newcastle); • Vetor: HVT Vacinas inativadas: adjuvante oleoso – imunidade passiva para os pintinhos, por isso seria vantajoso esse reforço mesmo que a doença seja somente em embriões. Somente em aves de progênie, já que as de postura só botam ovos e não se reproduzem. O foco é proteger os pintinhos e não aves adultas. Esquemas de vacinação Frangos de corte: ↪1 dia: recombinante em dose única, ou vírus ligado a anticorpos (Transmune IBD) em dose única, ou suave ou intermediaria ↪7-10 dias: suave ou intermediária ↪14 a 17 dias: intermediaria Poedeiras e matrizes: ↪1 dia: corte ↪7-14 dias: corte ↪35 dias: intermediara ou forte ↪10-14 dias: intermediaria ou forte ↪Antes da postura: inativada Tratamento X Controle X Profilaxia Não tem tratamento Medidas gerais de biossegurança Sacrifício das aves: depende do que está ocorrendo no lote Limpeza Desinfecção Vazio sanitário Uso de antibióticos pode ser feito nos casos de infecções bacterianas secundárias, mas não é frequente por não ser viável muitas vezes para aves comerciais. Importante! Portador crônico: o animal contrai o vírus e nunca mais expele o vírus do corpo, mesmo que seja tratado, continua contaminando outros animais