Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
• O conceito mais simples de democracia que se pode adotar vem de sua própria etimologia ( governo do povo para o povo) a democracia instala um governo que o povo direta ou indiretamente participa da tomada de decisões, tem acesso às decisões políticas. ➢ O não democrático é o governo que é caracterizado pela exclusão do povo do processo de decisões políticas, pautado na pessoalidade. A democracia para os Antigos • A democracia para gregos é imanente e não transcendente, ela existe a partir da relação dos seres humanos em sua vida política. • Na construção da lógica democrática, a autonomia da política passa a ser um dos pontos principais, ou seja, a política não deveria estar subordinada a nenhuma outra instância, nada pode interferir. • Um ponto que se perde com o Império Romano e o transcorrer da Idade Média é a interferência da religião. O iluminismo vem justamente para tirar essa interrupção da religião na política. • A democracia dos antigos, expressa na experiência ateniense, era uma democracia direta que se realizava num espaço restrito- a cidade/Estado grego. Se processava por um sistema de intermédio de um sistema de assembleias, as quais era atribuído o poder de tomar todas as decisões políticas, o comparecimento era teoricamente permitido a todo cidadão, não havia burocracia e o governo era exercido pelo povo. Porém poucos eram considerados realmente cidadãos atenienses (sexo masculino, filho de pai e mãe ateniense) e pessoas como estrangeiros, mulheres, escravos não poderiam participar da tomada de decisões. • No plano das ideias, buscava criar as condições estruturais para assegurar, a todo aquele que tivesse adquirido o status de cidadão, a participação no controle dos negócios públicos e usufruir dos direitos civis e políticos, mas na realidade ilustrava a exclusão. E, mesmo para os considerados verdadeiros cidadãos, havia problemas no que diz respeito à possibilidade reais de participação em que os mais ricos, trabalhadores e comerciantes das cidades representava a maior frequência nessas reuniões e poucos tinham a chance de falar na Assembleia. • O corpo político da democracia ateniense era formado por membros considerados absolutamente iguais, poque todos eram livres. A liberdade era o critério que assegurava a igualdade. A liberdade era, segundo Aristóteles, “o princípio da prática da democracia. Porém, era uma igualdade apenas política e não econômica. ➢ O nível de instrução não era uma fator determinante para a condição de cidadão, naquela época a educação formal não tinha o mesmo significado e a importância para essas discussões como tem hoje em dia. ➢ Autonomia da democracia (pode se relacionar soberania com esse conceito- soberania popular). Esta autonomia, essa imanência democrática, para que ela se concretize ela reivindica que dois valores sejam efetivados na sociedade: liberdade e igualdade. ➢ Essa noção de igualdade é muito maniqueísta, já que não havia realmente uma igualdade, a democracia era restrita para uma minoria, a lógica é de desigualdade. Uma democracia que não era pura como alguns fazem pensar que era, nem todos eram livres ou iguais. O legado valorativo fica mas é importante destacar que a Grécia Antiga não era um modelo democrático puro. • Neste modelo vai surgir a partir de um grupo de filósofos gregos denominados sofistas, uma política em que a democracia era o campo próprio para a argumentação e convencimento. Eles partiam de um princípio de que nem sempre o que se discutia na democracia não era a verdade mas sim, a construção dessa verdade. Criação do conceito de verdade conceitual, não interessa a verdade mas aquilo que você pode provar. Formas de Estado Ciências políticas – 2ª unidade Caderno CP – Prof. Geovane Peixoto (FBDG) Por: Carla Pirajá e Marcela Lobo Democracia Moderna • A força da maioria para decidir, necessidade ter uma maioria que assegure uma decisão política. Aquilo que for vontade da maioria prevalece, vontade majoritária. • Essa lógica da maioria se popularizou como se a democracia fosse somente isso. Democracia requer pluralismo e, por isso, existirá instrumento contra majoritários que defenda a minoria. ➢ Os direitos fundamentais representam a conquista da liberdade e da igualdade, instrumento jurídico de garantia de oposição majoritária, importante para a concretização de democracia, impõe limites a suposta tentativa de oposição majoritária, garantindo o pluralismo. • Democracia direta ou participativa que surge na Grécia mas, após o iluminismo decai. Por toda a Idade Média e com o florescimento do ideário absolutista os ideais democráticos saíram de cena por um longo período histórico. ➢ Essa questão só vai retornar com o constitucionalismo moderno pela mão dos federalistas, que em seus argumentos contrapõe, a democracia direta dos antigos à democracia representativa, como sendo está a única forma de governo popular viável nos Estados modernos. • Democracia indireta ou representativa cujo papel dos cidadãos era escolher seus representantes para resolver os problemas políticos mas não participar diretamente das decisões. ➢ O grande desenvolvimento do pensamento democrático processou, no entanto, no seio das revoluções burguesas que eclodiram na Europa. Essas revoluções engendram e, ao mesmo tempo, se fundamentam no ideário liberal que, ao lado da democracia moderna, se constitui em produto do capitalismo. ➢ Crise democrática liberal em que a pequena parcela que tem o papel de representar acaba deixando de lado os interesses dos representados e priorizando os seus próprios. O pensamento Liberal • O pensamento liberal que serve de fundamento para a democracia dos modernos subordina a condição de cidadão à propriedade privada, é cidadão quem é proprietário (a democracia dos proprietários para o pensamento liberal). • As bases do pensamento liberal se encontram nas formulações de Locke, que defendia a construção de um Estado da autoridade legislativa baseado na igualdade natural. Para o autor, o Estado deveria garantir o exercício e a segurança, uma vez que o homem, com o objetivo de garantir a sua propriedade, sente a necessidade de colocar limites à sua própria liberdade. ➢ A igualdade natural proposta por Locke é uma igualdade que se concretiza no trabalho. • Historicamente, o caráter formal da igualdade não se formou apenas no campo econômico, ela se manifestou também no plano político. O sufrágio universal na Europa, por exemplo, inicialmente era um privilégio dos detentores de propriedade ou daqueles que pagavam uma certa quantia de impostos, ficando, dessa forma, excluída a maior parte da população do direito de votar. Assim, a concepção liberal é, no seu nascedouro, politicamente discriminatória. • O grande mérito do liberalismo, é, no entanto, o reconhecimento da igualdade individual, ainda que essa igualdade seja a igualdade formal. Assim, a igualdade que está na base do pensamento liberal é a igualdade jurídica, a igualdade de oportunidade, seu objetivo é eliminar o privilégio hereditário, o direto do cidadão é o direito a igualdade de oportunidade. ➢ É mister pôr em evidência que, apesar das controvérsias entre liberalismo e democracia, ambos se articulam, em um dado momento histórico para dar corpo a democracia liberal. ➢ Como observa Cerroni, a democracia liberal é o resultado da adequação do liberalismo às reivindicações sociais, políticas e jurídicas dos movimentos democráticos. • Segundo Bobbio, a democracia pode ser considerada como um prolongamento natural do Estado liberal, não pelo lado do seu ideário igualitário, mas pela sua fórmula política, que é a soberania popular, que tornar-se-ia possível, na medida em que um maiornúmero de cidadãos tivesse o direito de participar direta e indiretamente da tomada das decisões coletivas. • A democracia moderna no nascedouro assume a forma de democracia representativa, em que sua principal marca é a representação política que é responsável por atender o interesse dos representados. ➢ Aqui, o controle sobre a representação fica praticamente descartado. Montesquieu diz “O povo era excelente para escolher, mas péssimo para governar”. • Tomando Bobbio como referência, pode se afirmar que o sistema representativo puro nunca existiu. O Estado representativo sempre teve que prestar conta ao Estado Administrativo. “ A soberania do cidadão está limitada pelo fato das grandes decisões quanto ao desenvolvimento econômico ou não chegarem aos órgãos representativos” ➢ A partir dessas formulações, conclui-se que o defeito de tal sistema não é ser representativo, mas de não o ser o bastante, por isso, é necessário acionar mecanismos capazes de aperfeiçoá-lo no interior mesmo da sociedade capitalista. • Existe também uma democracia dita mista ou semidireta. ✓ Art. 1º “Todo o poder emana do povo que o exerce por meio de representantes eleitos ou por meio dessa constituição”. ➢ A constituição admite que pode ser utilizados mecanismos de participação direta que no caso do Brasil são três: plebiscito, referendo e iniciativa popular de projeto de lei. ➢ O plebiscito é o mecanismo que permite o povo escolher opções. No referendo não tem opções é uma consulta de concordância, aquiescência, já existe a lei e só entrastará em vigência se o povo validar. Na iniciativa popular de projeto popular ocorre o seguinte: ordinariamente quem tem o poder de legislar e apresentar as leis são os senadores mas, o povo pode apresentar um projeto de lei. ✓ O não democrático é o autoritário. • Se caracteriza pela formação de um governo que não está condicionado em nenhuma forma ou perspectiva pela vontade popular, depende das vontades de quem possui o poder. ➢ É caracterizado pela pessoalidade do poder. • É importante destacar que não necessariamente você tenha que fazer uma divisão em que tenha dois modelos distintos que serão escolhidos: democracia ou autoritarismo. ➢ Mesmo diante de uma democracia é possível se ter líderes que buscam a fundamentação do seu poder no carisma e, que mesmo diante de um regime democrático, ele desenvolve atividades de natureza autoritárias. • Ele observa que a democracia no Brasil vivencia momentos em que ela se aproxima mais do ideal democrático e que em momentos posteriores se afasta. ➢ Não afirma que o pêndulo funciona entre a democracia e o autoritarismo. Existem momentos que não se chega ao autoritarismo de verdade, chega a sistemas híbridos em que a democracia está presente com características autoritárias. • Ele quer observar o momento no qual as instâncias democráticas ainda existem e possuem fundamentos constitucionais porém, aceitam no curso da democracia, conceitos autoritários. • Em um plano global, analisando a crise democrática, o discurso democrático e influenciado pelo autoritarismo principalmente quando os resultados eleitorais são questionados (clareza de uma crise democrática). ➢ O que gera a crise da democracia é o autoritarismo. • Existência de regimes híbridos em que se tem a presença simbólica da democracia mas a existência de características do autoritarismo. A partir dessa perspectiva, se tem um governo no Brasil que começa a contestar a democracia, é porque esse autoritarismo está enraizado nos discursos políticos cm o ataque do pluralismo, da liberdade, do processo eleitoral. ➢ Esse governo passa a atacar a democracia, e não a conviver com a pluralismo, sendo uma característica do autoritarismo. Mesmo dentro de uma democracia existe um governo autoritário. • Conceito de massa de Hannah Arendt que são pessoas neutras, indiferentes à política. Começamos a viver com o autoritarismo naturalizado, mascarado como patriotismo, a procura de um inimigo ameaçando a liberdade. ➢ Nem todo discurso seria livre estaria com limites mas para uma democracia deveria ser os mínimos possíveis que estaria na Constituição. A democracia não é pura e necessita impor limites (contra ataques antidemocrático) ➢ Governo Vargas era o maior exemplo de um autoritarismo disfarçado em alguns momentos, uma clara demonstração que o governo dele passou por uma fase autoritária. Ele começa a governar sobre a rege de uma constituição democrática, dá o golpe e governa sob uma constituição antidemocrática e depois termina com uma constituição democrática.
Compartilhar