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Caderno Sociologia e sociologia jurídica (controle social e Direito) - Professora Claúdia Albagli

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• O que é controle social? 
➢ Todas as formas de controle tendentes a mudar 
comportamentos, todas as formas que têm 
pretensão de moldar comportamentos humanos, 
é controle social. 
Controle primário 
• São mecanismos pela qual passamos pelas 
primeiras formas de vida, uma vez no mundo, 
somos moldados em um controle social. Formas de 
estabelecimentos de comportamentos que são 
“chaves” de sociabilidade (majoritariamente no 
ambiente familiar). 
• Se uma criança perder o ambiente familiar, o estado 
acolhe criança e a encaminha a criança para que ela 
seja reintroduzida em uma família por meio da 
adoção, pois esse controle social primeiro é de 
extrema importância para as primeiras fases de 
sociabilidade. 
Controle secundário 
• São mecanismos de controle pela sociedade, pela 
escola, pela igreja, pelos espaços de convivência. 
• A escola é a principal fonte secundaria de controle 
social, somos parte das experiencias da infancia. O 
ambiente escolar é importante para a convivência 
das crianças no ambiente escolar. 
➢ Situação perceptível pela pandemia, a 
necessidade da escola e a não substituição dos 
espaços, familiar e escolar. Cada espaço tem 
sua função distinta. 
Controle social pelo direito 
• O Direito vem como uma terceira esfera de controle 
social, quando ele estabelece uma idade para que 
cada pessoal passe a se responsabilizar pelos seus 
atos. 
• No Brasil 18 anos, maioridade penal e civil: Existe 
uma explicação de estudos psicológicos capazes de 
definir o certo e o errado, são questões psicológicas 
juntamente com o jurídico. 
 
 
 
 
• Por que o direito funciona como instrumento de 
controle social? 
➢ Porque o direito é institucionalizado: 
Percepção que para ser direito precisa passar 
por filtros institucionais. A lei começa a se valer 
na vida social, através de normas competentes. 
Uma forma de garantir um controle do Direito, 
uma garantia democrática. 
➢ Porque o direito é interpretado e aplicado 
pelo estado: E o estrado detém a legitimidade 
para o uso da força, por esse motivo o Direito 
utiliza de mecanismos para o cumprimento da 
lei. Toda ação ou omissão que causa danos deve 
gerar indenização através da interpretação. 
➢ Porque o direito funciona se valendo da 
sansão: Se não fizer há consequências, é uma 
garantia porque se houvesse as sansões não 
haveria controle social. Garantia + 
consequência. 
Conceito de sansão 
• É uma garantia e uma consequência da própria 
norma. 
• Sansões positivas/premiais: 
➢ São consequências positivas que funcionam 
como estimulante do cumprimento da norma, 
ao invés de ser uma punição é um prêmio. 
➢ Ex: se pagar um imposto até tal data ganha-se 
desconto. 
• Sansões negativistas: As que estamos habituados a 
ver, são de punição. 
➢ Construtivas: São aquelas que pretendem 
aplicar o constrangimento para cumprir uma 
obrigação. 
✓ Ex: busca e apreensão. 
➢ Reparatórias: São aquelas que tem a pretensão 
de reparar. 
✓ Ex: Geralmente usado para reparar danos 
de imagem. 
✓ Ex: A pessoa ser presa. 
➢ Privativas de liberdade: Não são iguais às de 
restrição de liberdade, elas são PRIVATIVAS. 
Retirar a pessoa do convívio social, apenas 
quando praticado crime penal (exceto de pensão 
de alimentícia). 
✓ Ex: Geralmente usado para reparar dano de 
imagem. 
✓ Ex: A pessoa ser presa. 
Controle social e Direito 
Caderno Sociologia Jurídica – Prof. Claudia Albagli (FBDG) 
Por: Carla Pirajá 
Entender por que o direito carrega com si a 
pretensão de controle social 
 
⎯ Direito penal: define o que é e o que não é crime, 
de punição 
⎯ Direito processual penal: Tratar das normas 
relativas ao processo, processamento de alguém que 
praticou o crime. 
⎯ Executor penal: Ao cumprimento de uma pena que 
foi sentenciada (ex: os “direitos” dentro da cadeia). 
Perspectiva funcional funcional-liberal: 
• Reúne aqueles que afirmam que no sistema penal há 
problemas e questões, porém procuram adotar 
soluções dentro desses sistemas. 
• Tentam recuperar o que o sistema penal oferece de 
subsídio para o controle social. 
➢ Revisão de normas, reformulações, novas 
legislações. 
Perspectiva conflitiva: 
• Reúne aqueles que afirmam que no sistema penal 
como está hoje não funciona, precisa ser 
reformulado como um todo. 
• Sua importância se dá pois, traz uma série de 
apontamentos críticos que desvelam as realidades 
que talvez poderiam ser desconhecidos se não 
fossem esses pensadores. 
✓ Como por exemplo: 
➢ Ilegitimidade do poder punitivo 
➢ Inexistência do bem e do mal 
➢ Inexistência da culpabilidade pessoal 
➢ Impossibilidade de ressocialização 
➢ Seletividade do sistema penal 
Ilegitimidade do poder punitivo: 
• Ideia de que o poder punitivo seria ilegítimo, pois 
funcionam de maneira higienista. 
• O que a sociedade enxerga como nocivo ele 
expurga, e não de maneira equitativa, ou seja, na 
sociedade há inúmeras possibilidades de crimes 
sendo cometidos, porém apenas uma parcela desses 
crimes são alcançados com maior efetividade pelo 
sistema penal, aqueles que são vistos como algo 
ruim e por isso o sistema funciona de maneira mais 
eficaz. 
• Ele critica o Estado, não como indivíduo social, 
deveriam criar esforços para o cumprimento da lei. 
• Há um desequilíbrio entre o cumprimento d lei em 
alguns âmbitos e em outros há o desleixo por parte 
do Estado, entende-se que, por exemplo ao cometer 
um crime de homicídio por parte de um indivíduo, 
o cidadão sente-me mais vulnerável do que o crime 
de tributário, no entanto o Estado dever ser 
imparcial para o cumprimento da lei. 
Inexistência do bem e do mal: 
• Descaracterização do crime como patologia 
social: 
➢ Desconstruir a ideia de que em uma sociedade 
que há crime é uma sociedade com 
problemas/defeitos/desequilíbrio, chama-se a 
atenção para o fato de que sempre haverá crime 
independe da sociedade. 
➢ Dialoga com Durkheim, as sociedade de 
solidariedade mecânica, já havia sistemas de 
repressão social, pois a noção de crime sempre 
existiu. 
➢ Também dialoga de que a definição de crimes é 
uma forma de categorizar valores sociais. Há 
uma compreensão social de que aquelas 
conduta não pode ser feita. 
✓ Tipificar uma conduta: por um limite na 
sociedade. 
• Desconstrução do bandido como alguém 
“distinto”: 
➢ Tentar mostrar de que todos os cidadãos são 
potencialmente criminosos, uma linha tênue é 
os que separa. 
➢ Fazer-se entender de que todo mundo pode ser 
um criminoso e não somente aqueles vistos 
como “potenciais”. 
✓ Todos são potenciais. 
Inexistência da culpabilidade pessoal: 
• Crime é quando é uma conduta: típica, antijurídica 
e culpável 
➢ A tipicidade é a definição do crime (o que é ou 
não um crime). 
➢ Antijuridicidade é o que é contrário ou não a 
ordem jurídica. 
✓ Por exemplo: Estado de necessidade 
➢ Culpabilidade: é onde analisa os aspectos 
subjetivos do crime, a intencionalidade do 
crime. 
• Desse modo a inexistência da culpabilidade pessoa 
será a crítica os aspetos subjetivos não ser analisas 
isoladamente, pois ao analisar o pessoal não 
possibilita as condições sociais para que 
eventualmente desvelar a um comportamento 
criminoso. 
➢ Como por exemplo: circunstâncias, condições 
sociais, condições familiares. 
✓ Não deveria ser pessoal e sim social. 
Impossibilidade de ressocialização: 
• Crítica conceitual: 
➢ É um crítica da criminologia como um todo, 
pois não acreditam que a ressocialização do 
indivíduo é garantida com a retirada do 
criminoso em sociedade. 
➢ Ela se contrapõe ao próprio conceito de 
ressocialização. 
✓ Como vamos ressocializar alguém se ele 
não está mais em convívio com a 
sociedade? 
➢ Consiste na ideia de que a ressocialização do 
indivíduos criminoso é um conceito inexistente. 
➢ A ideia de um controle total do indivíduo em 
uma instituição total porém isso não é possível,pois a probabilidade de desvio é enorme. 
• Critica empírica (realidade): 
➢ Um sistema carcerário em que a grande maioria 
das pessoas não saem melhoras. 
➢ No Brasil, há prisões superlotadas, no qual não 
se aplicam as assistências necessárias para a 
garantia da ressocialização. 
➢ Há a ideia de que a ideia do indivíduo criminoso 
sairá pior do que quando entrou, uma unidade 
recrutamento do crime. 
Seletividade e sistema penal 
• Ele tem um sistema específico composto por 
homens jovens, negros e de baixa escolaridade. 
• A maioria são homens, apesar das prisões femininas 
terem crescido 700% entre 2000 a 2010. 
• Sendo presas por pequenos crimes, por serem 
consideradas menos suspeitas. Entrando no crime 
por uma necessidade imediata, um peque o roubo 
ou um pequeno tráfico de drogas. 
• Por ser jovens a maioria não sobrevive, morrendo 
no crime ou no sistema prisional, através de 
doenças, etc. 
• Esse aumento aconteça pelo aumento do crime e 
pelas políticas de carcerário. 
• A baixa escolaridade se tem pois não alcançam a 
formação dos estudos não ganham espaço no 
mercado de trabalho e na vida social, sendo 
necessário um trabalho “extra” para suprir as 
necessidades básicas do ser humano. 
• A maioria são negros, um reprodução do sistema 
carcerário do problema social, nesse caso o racismo. 
➢ Um olhar do poder judiciário reproduz um 
racismo existente na sociedade. 
➢ Além do tratamento racista no dia a dia, 
principalmente em mulheres. 
✓ Classe social: olhar da sociologia e do direito 
• Há na sociologia um preparo para olhar a sociedade 
a partir da noção de classes, não necessariamente a 
parte econômica, mas também, de outas dimensões 
referentes as classes sociais. 
• No direito há uma lógica diferente, ele é preparado 
para olhar de modo homogêneo os grupos sociais, 
não importa seu salário econômico o Direito penal 
é o mesmo para todos de modo neutro, no entanto, 
na prática não é exatamente assim que funciona, 
porém o estudo do direito é feito de modo 
homogêneo e neutro. 
Abordagens sociológicas 
• Abordagem qualitativa (perspectiva marxista): 
➢ É feita pela qualidade que o sujeito tem na 
sociedade, como ele ou a sociedade o 
reconhece, pela qualificação e define essas 
abordagem das classes sociais. 
➢ Exemplo: Patrão e empregado, a parte 
financeira não ao importa e sim a maneira como 
ele se qualifica, como ele se enxerga. 
Qualificativamente ele é empregado, sua 
categorização, não há uma abordagem 
quantitativa. 
➢ Analisar as contradições e conflitos de uma 
sociedade, por isso é uma abordagem marxista 
das classes sociais. Usado em pesquisas para 
evidenciar essa abordagem. • 
• Abordagem quantitativa (weberiana) 
➢ É feita pelos parâmetros observados para 
definir as classes sociais através do modo 
quantitativo, se baseando no aspecto 
econômico, a renda familiar. 
➢ Contudo, hoje se entende que outro critérios são 
associados aos critérios de renda, como 
religião, acesso aos bens de consumo, 
reconhecimento de deficiências. Nos dando 
uma ideia aproximada dos bens de costume. 
➢ As políticas quantitativas se encontrando com o 
direito em questões para reformular as 
melhorias para esses grupos sociais 
✓ O estatuto do idoso por exemplo 
✓ O estatuto da criança e do adolescente 
Sociedades de estratificação aberta e sociedades de 
estratificação fechada. 
• Fechada: 
➢ Diz respeito as sociedades onde não há 
mobilidade social ou há pouca mobilidade 
social 
➢ Hoje uma sociedade sem mobilidade é algo 
difícil. 
✓ Um exemplo são as castas indianas, mas 
mesmo assim hoje em dia foi banida. 
✓ Oficialmente não existe mais, porém 
exemplos de sociedades com baixa 
mobilidade são as sociedade árabes. 
➢ No entanto, geralmente esses países no há muita 
pobreza, pois são grandes exportadores do 
petróleo, desse modo a sociedade apesar de não 
haver muita mobilidade social, não é uma 
sociedade pobre. 
➢ A lógica capitalística não permite essa ideia de 
imobilidade, pois trabalha com a noção de 
consumo e o adquirimento de bens, desse modo 
a maioria das sociedades sociais são abertas e 
não fechadas 
• Aberta: 
➢ Onde se tem mobilidade social. 
➢ São observados que no brasil as classes são 
mais extensas e distancias entre uma e outras 
são enormes, em países desenvolvidos a faixa 
de pobreza é um pouco mais equilibrado 
comparado com as do Brasil por exemplo. 
✓ Está no topo da pirâmide é algo significativo no 
Brasil, nos países desenvolvido essa diferença 
não é tão grande, é percebível que há maior 
mobilidade de classes 
➢ Todo mundo tem acesso ao lazer, ao transporte 
público, a saúde. Não há a ideia de necessidade 
de enriquecimento para se alcançar os direito 
básicos do ser humano e sua dignidade 
individual. 
➢ Essa ideia de status social é supervalorizado nos 
países desenvolvidos pois há um grande 
inacesso de pessoas ao bens de luxo, como 
roupas de grifes, bolsas de marca, carros de 
luxo, pois nos países desenvolvidos há a 
possibilidade alguém em uma classe inferior 
comprar esses artigos, não é algo impossível. 
O Direito é instrumento para dificultar ou facilitar a 
mudança social. 
• A norma como algo que está relacionado com as 
questões sociais define essas questões. 
• Constituição Federal de 1988 democratizadora mas 
procura dialogar com as situações pós guerras da 
Europa no qual essas mudanças já estão em 
evolução, sendo considerada um pouco atrasada e 
relação aos outros países mais desenvolvidos 
principalmente Alemanha e Itália no cenário pós 
guerra. 
• Trazendo a dignidade da pessoas humana como um 
dos propósitos do Direito. 
➢ CLT: poucas legislações antes de 88 que 
permanece ativa e com essa característica de 
mudança social, havendo um princípio que 
vigora a primazia do trabalhador, que básica diz 
que havendo dúvida a decisão é em favor do 
trabalhador. A reforma trabalhista altera uma 
seria de situações do trabalhar mas não a 
revoga. 
➢ ECA (estatuo da criança e do adolescente): 
Antigamente havia um código penal para 
menores infratores, havia a prisão mas não 
havia um sistema de segurança para essas 
pessoas. Essa legislação traz uma proteção para 
o jovem e suas respectivas punições para os 
mesmo. No últimos 10 anos há uma discussão 
sobre a maioridade penal, no entanto este fato 
não é a raiz do problema pois aumentaria a 
população carceraria e o crime de modo geral. 
➢ CDC (código de defesa do consumidor): veio 
a propósito de resolver a inexistência de normas 
relacionadas ao consumo. Antiga era tratada 
pelo código civil, com aceleração da 
consumação e massa foi-se necessário a criação 
de normas para especificar essa relação social. 
Uma visão protetiva ao consumidor, no qual se 
dá pelas regras existentes como também por 
uma regra da “inversão do ônus da prova”, que 
consta necessário a provação a quem alega. 
✓ Ex: provar que um defeito de um produto 
quebrou, como provar que foi culpa do 
consumidor ou do vendedor? Desse modo 
não há necessidade da prova por parte do 
consumidor, pois acredita-se no Direito um 
situação desigual, nesse caso quem se deve 
a prova é o vendedor. Quem alega não 
prova e sim o outro. 
➢ Estatuto do Idoso: Com o aumento da 
população idosa pelo maior tempo de vida, o 
EDI vem com a intenção de proteger essa 
parcela da população, coisa como cadeira/vaga 
de carro de idoso. Ao considerar pessoas idosa 
a partir dos 60 anos de idade, há um auxílio 
maior dando-se preferência. 
➢ Estatuto da pessoa com deficiência: Havia-se 
no Direito Brasileiro uma lacuna, desse modo o 
EPD vem para amenizar essas condições dessa 
parcela social, como por exemplo as 
possibilidades de incorporação de pessoas com 
deficiências em uma vida ativa com os demais. 
Outra questão é a da curadoria, no qual havia 
um descompasso com a nova realidade social. 
Formação da sociedade brasileira:elementos 
caracterizadores e desigualdade social. 
• Compreender o processo de formação social desde 
a colonização a atualidade e como isso interfere no 
Direito brasileiro. 
✓ Ex: Burocracias complexas são reflexos de 
tentativas para impedir os fraudes existentes na 
sociedade. 
• A sociedade deposita uma idealização de 
organização social no Estado porém o 
comportamento social não se reflete nessas 
idealização. Sobrepõe uma ideologia ao ouro mas 
nunca impõe essa ideia na sociedade. 
➢ Processo de ocupação territorial 
➢ Regime escravista 
➢ Patrimonialismo 
➢ clientelismo 
Processos de ocupação territorial: regime de 
propriedade 
• Não tivemos uma formação no qual o ponto de 
partida foi o direito público e sim a propriedade 
provada, as capitanias hereditárias como 
propriedade dos portugueses em troca de riqueza. 
• Não havia por parte de Portugal um ímpeto de 
adesão pelo Brasil, era apenas uma fonte de 
exploração. Sem a criação de uma sociedade nas 
terras brasileiras, não se havia uma “urbanização” 
adequada. Uma colônia de exploração não de 
povoamento. 
➢ Era um direito absoluto no qual não se pode 
questionar, mudado apenas na constituição de 
1988.antigamento não havia esse 
questionamento, atualmente é a necessidade um 
propósito de produção. 
➢ Essa linha de continuidade entre o 
donatário/latifundiário/coronelista/ruralista, 
sendo uma ressignificação nesse processo mas 
sendo ainda representado pela política até hoje 
em dia. Sendo uma bancada significativa na 
situação atual do sistema legislativo brasileiro. 
• A família sendo constituída pelos senhores de terra, 
o núcleo da vida brasileira estava na área. A 
miscigenação a partir do estupro entre colonizador 
e escravos africanos e indígenas, os filhos 
bastardos. 
➢ Portugal sempre teve um grande relação muito 
ligada com a igreja católica, desse modo, o 
cenário brasileiro, principalmente o rural, até os 
dias de hoje há uma grande ligação com esse 
pensamento patriarcal ligado a igreja. 
➢ Essa herança rural é pautada pela violência e 
pela superioridade da figura masculina. 
Regime escravagista: 
• A escravidão como um dos elementos formadores 
da sociedade brasileira, é um sistema que perdura 
por média de 350 anos no Brasil, por volta de 1530 
chega-se os primeiros navios negreiros, não 
havendo nenhum processo de suspensão dessa 
mercado escravocrata. 
• Havia um sistema lucrativo com essa escravidão, 
tanto pelos ladrões de escravos, pelos comerciantes 
e pelos próprios proprietário de terras. Sendo um 
sistema de submissão violento em sua manutenção, 
de modo que se reflete nos dias atuais na realidade 
brasileira. 
➢ É necessário entender a diferença entre a 
escravidão do mundo antigo e do processo de 
colonização, antigamente era um processo de 
dominação como uma imposição de poder. No 
entanto, a escravidão colonial é refletida pela 
submissão economia e racial. 
• Sendo propriedade de senhores de terras, a 
identidade desses africanos não foram preservados, 
como por exemplo a mudança de nomes e 
sobrenomes, adotando-se uma identidade europeia. 
➢ Além da proibição da difusão das religiões e 
costumes africanos, uma prática não aceita 
socialmente. 
• O Brasil foi o país que mais se obteve escravos na 
América do Sul, sendo o último país a abolir a 
escravidão apenas por pressão externa da Inglaterra 
no contexto da Revolução Industrial, juntamente 
com a chegada dos imigrantes europeus com mão 
de obra mais barata do que os escravos que após as 
sanções da Inglaterra encareceram. 
➢ Desse modo a lei áurea foi uma decisão política 
e não mental. 
• O trabalho braçal ainda é refletido na sociedade 
atual. A ocupação dessa atividade no qual esse 
trabalho era realizado por pessoas escravizadas, 
sendo trabalhos não remunerados, ainda é visto 
como inferior. 
➢ Uma sociedade na qual o trabalho não 
intelectual não é valorizado, em reflexo da 
escravidão. 
Patrimonialismo: 
• Diz respeito a confusão entre o publico e o privado 
do estado brasileiro, havendo uma confusão essa 
confusão entre um e outro. 
• Antigamente era algo muito bem definido, na 
antiguidade o que era do espaço publico só se 
exercia no espaço público, da mesma forma no 
espaço privado. 
• No entanto na contemporaneidade esses conceitos 
vão se mesclando e tornando-se difícil a distinção. 
➢ Em grande parte da nossa trajetória há um 
processo de confusão pelo próprio estado, para 
atender interesses privados/públicos. 
• Uma das consequências do patrimonialismo é a 
ausência de universalidade, de que o estado não 
trata a todos de forma igual, gerando 
favorecimentos que perpetuam a desigualdade, que 
pertence a um determinado espaço social não pode 
se submeter a certas situações. 
• O Brasil sempre houve um estamento privado (a 
presença de interesses privados nos público), que 
corrompe o público, desde a sua formação pelos 
portugueses. 
➢ O home cordial: Sergio Buarque de Holanda 
fala do aspecto positivo do qual o brasileiro se 
comporta, sendo amigável, divertido, tendo seu 
jeitinho conquistador, no entanto o aspecto 
negativo é que por essa “ignorância” nas 
formalidade, não há distinção entre publico 
(formal) e privado (não-formal), essa 
cordialidade acabou a diminuição das regras 
públicas, influenciando nessa confusão. 
• A diferença entre o clientelismo é porque fala 
menos de sociedade e Estado e sim de sociedade e 
sociedade. 
Clientelismo: ausência de consciência cidadã (cidadania 
concedida): 
• O espaço que é representado de determinadas 
relações, só vai se for convidado, como selecionar , 
estratificação social. Exemplo da fala “só gente 
bonita”. 
➢ Espaços de separação da sociedade, local de 
destaque. 
• Cidadania concedida: a longo prazo essa relação 
baseado em interesses, não nos permitiu a 
compreensão do que de fato é ser cidadão, tratando 
a cidadania como um “favor” a ser dado e não um 
direito. Noção de cidadania acaba não passando na 
ideia de que ser cidadão há direitos e deveres. 
• O que são movimentos sociais? Segundo Alain 
Tourraine são ações coletivas protagonizadas por 
sujeitos históricos que procuram viabilizar acordos 
políticos. 
• Ação coletiva: Movimento social pressupõe a 
existência de um objeto comum, uma identificação 
em torno de propósitos coletivos pela base comum 
na qual os sujeitos se identificam e se organizam. 
• Sujeitos históricos: Os movimentos sociais são 
constituídos por processos históricos. 
➢ Exemplo: Feminismo lutando pela igualdade, 
decorrente de um processo histórico que o 
coloca naquela posição. 
• Acordos políticos: Passa pela noção de política o 
modo de conviver em sociedade, o exercício de 
convivência em espaços públicos. 
Características: 
• Identidade: 
• Oposição/ não-institucionalização: As ONGs 
deixam de ser movimento social. 
• Regras para ação / planejamento: coisas mínimas 
como o horário e o local. 
• Ligação entre movimentos de países diferentes. 
 
 
 
Desenvolvimentos históricos: corrente histórico/ 
cultural. 
• Foco na classe operaria do final do século XIX e 
início do século XX. Porque parte da luta dos 
movimentos sociais era para diminuir a 
desigualdades entre trabalhador e empregador. 
➢ Partido político e institucionalidade: não é 
movimento social. 
• Apesar do movimento social dos trabalhadores 
estarem perto dos sindicatos, eles não representam 
a institucionalização. 
• Movimento social é parte de um processo típico de 
transformações da sociedade, se não há movimentos 
sociais é um país autoritário. 
• A partir dos anos 50 a figura do operário começa a 
se transformar, o Brasil foi um país industrializado 
tardio, desse modo o movimento social dos 
trabalhadores foi por volta dos anos 70s. 
• A globalização mudou o cenário do trabalhador, 
visto que o mundo industrial sofreram mudanças em 
todo o globo.➢ Há a substituição da mão de obra, seja por outra 
pessoa para ocupar o lugar ou até mesmo 
máquinas. desse modo o movimento social dos 
trabalhadores não tem os mesmos propósitos de 
antes, essas características não são mais as 
mesmas. 
Corrente cultural identitária 
• Movimentos sociais se formaram a partir deste 
contexto, entre os 60 aos 70. Todos os movimentos 
de caráter identitário estão atreladas a essa corrente 
histórico. 
• Movimentos que utilizaram muita arte como forma 
de manifestação, sendo cultural e identitário. 
Movimentos sociais populares urbanos e rurais 
• São movimentos sociais de cunho supraestatal 
(ambientais, anticapitalistas e gênero) 
• Basicamente sobre movimentos de rua sobre terra e 
moradia, no brasil os principais são, o movimento 
sem-terra (reforma agraria) e o movimento sem-teto 
(pessoas de ruas). 
• Tradicionalmente associa-se o território ao 
movimento social, no entanto, hoje em dia há 
movimentos que pautam coisas que não está ligado 
ao território no qual ele está inserido. 
➢ Os europeus apoiando a causa ambiental no 
Brasil, da Amazonia. 
➢ Movimentos de gênero, pausas de interesses 
globais. 
 
 
Movimentos sociais questões atuais: 
• Conexão por redes de múltiplas formas 
• Simultaneamente locais e globais (Edgar Morin). 
• São virai 
• Horizontalidade das redes favorece a cooperação e 
solidariedade reduzindo a necessidade de liderança 
formal. 
➢ Hoje os movimentos não necessitam de um 
líder para se ter uma organização dos 
movimento sociais. Sendo então uma 
comunicação mais fácil. 
• Não violentos 
➢ Não há tática de ação de violência, a intenção 
não é ser violento, pode vir a acontecer, 
decorrente de outras questões, como por 
exemplo um embate com a polícia. 
• Fragmentariedade 
• Essencialmente políticos. 
Acesso a justiça x acesso ao judiciário: 
• A definição é de acesso a justiça, no entanto há uma 
análise mais profunda, no qual percebe-se que há 
uma distinção entre o que de fato é justiça e ao 
judiciário. 
• Uma mudança no judiciário nem sempre concede o 
acesso à justiça. 
• O judiciário já vem a anos sobrecarregado, desse 
modo, pautasse muito sobre a criação de 
alternativas para conseguir concretizar o ideal de 
justo. 
• Negociação: tática usada para tentar resolver seus 
problemas sem a necessidade de contactar o 
judiciário a todo o momento, essas habilidades de 
negociação está tentando ser implantada para os 
alunos. 
• Interiorização do judiciário: Apesar dessas 
questões, houve uma expansão do judiciário pelo 
interior, facilitando o acesso e diminuindo os 
obstáculos. 
• Acesso ao judiciário: 
➢ Acesso ao processo: Conseguir propor ação no 
poder judiciário, ainda há essa dificuldade 
apesar da interiorização do judiciário, no 
entanto nem todos ainda tem esse acesso, por 
falta de praticidade e de logística. 
➢ Acesso ao resultado prático do processo: As 
demandas têm uma permanência de anos para 
serem concedidas, o acesso ao resultado prático 
ainda precisa ser avançado no Brasil, há a 
necessidade de melhorias. 
 
Principais questões: 
• Aspectos econômicos: 
➢ Todo processo tem um custo, esse valor é 
tabelado pelo judiciário o correspondente e 
cabe as partes pagar isso. Sendo altos ou baixos. 
➢ Também há outros gastos relacionados ao 
processo no judiciário que demanda gastos, 
como por exemplo: advogado, perícia, etc. 
➢ Além do tempo, no Direito literalmente “tempo 
é dinheiro”, quanto mais tempo dura o 
processo, mais caro ele fica, pois isso tem um 
custo social no orçamento publico e privado. 
• Aspectos educacionais: 
➢ A falta de conhecimento dos direitos, sendo 
uma sociedade no qual se há um obstáculo de 
acesso a justiça. 
➢ Essa ausência de educação voltada para a 
cidadania impacta diretamente no acesso ao 
judiciário. 
➢ O conhecimento das instituições estatais, saber 
qual órgão se deve ir para conseguir resolver as 
questões burocráticas. 
➢ A permanência das instituições democráticas, 
pois com as instituições fixas na cidade a 
população em massa tende a conhecer e a 
identificar esses órgãos públicos. 
• Aspectos culturais: 
➢ Toda a cultura gerada entre o poder judiciário é 
tratado como um espaço que não é acolhedor, 
pois é um espaço de formalidade, as 
vestimentas não se atende a maioria da 
população, a linguagem diferenciada, a 
arquitetura elevado trazendo uma sensação de 
grandiosidade, reforçando a imagem 
hierárquica, etc. 
➢ Um local que não é acolhedor, causando um 
desconforto na sociedade. 
✓ Não é uma cultura de acesso. 
Soluções: 
• Primeira onda de acesso: 
➢ Gratuidade da justiça: Qualquer individua no 
processo pode requerer a gratuidade da justiça. 
Sendo necessário a justificativa dessa prática, 
não há um limite para esse acesso. (Art. 98 – 
102 CPC). 
➢ Assistência judiciaria gratuita (defensorias 
públicas): Se tornou obrigatório todos o estados 
terem defensorias públicas. 
✓ Houve uma equiparação da defensoria 
pública: É importante pois diminuiu a 
hierarquia, hoje há a valorização do 
profissional da defensoria, um aumento 
salarial por exemplo. (emenda 
constitucional de 2004). 
➢ Ampliação da rede de atendimento gratuito 
(NPJ´s): Os NPJ´s vieram para atender o 
processos formativo do estudante de direito e 
contribui para a ampliação do acesso ao direito. 
 
• Segunda onda de acesso: 
➢ Coletividade dos processos: Autor 
➢ Ampliação da legitimidade ativa dos processos 
e potencialização 
• Terceira onda de acesso: 
✓ Meios alternativos de solução de conflitos 
(justiça multipontas): 
➢ Mediação: Etapa processual, na qual o 
mediador trabalha com parte que se conhecem 
previamente, quando está diante de autor e réu, 
por exemplo: direito de família. Ele não 
apresenta soluções, mas sim uma mediação 
para que ambas as partes saiam equiparadas. 
➢ Conciliação: Etapa processual na qual o autor 
e réu não se conhecem, vem para conciliar uma 
solução. Geralmente através de um acordo. 
➢ Arbitragem: Direitos disponíveis, uma nova 
maneira de uso, em contratos e em empresas, 
não havendo a necessidade da audiência.

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