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DEGENERAÇÃO REVERSÍVEL O agressor vai provocar desequilíbrio homeostático celular. E a partir desse desequilíbrio, a célula pode sofrer adaptação. Pode sofrer processo regressivo. Ou pode culminar na sua morte. ISSO VAI DEPENDER DO QUÊ? Duração, intensidade e natureza do agente agressor. Quando a célula tem a sua função diminuída, ou seja, quando ela não consegue se adaptar, tem o seu metabolismo diminuído. Isso se diz que é função diminuída. Isso é chamado de alteração regressiva. E essa alteração regressiva pode ser reversível ou irreversível. As lesões celulares reversíveis são as degenerações. Então, O QUE É UMA DEGENERAÇÃO? Nada mais são que lesões celulares reversíveis, causadas por alterações bioquímicas na célula que culmina com o acúmulo de substâncias dentro delas. Essas substâncias são aquelas que fazem parte da composição química dela, como, água, eletrólitos, gordura (lipídios), proteínas, muco, carboidrato. Essas degenerações, muitas vezes, são questões específicas de um determinado tecido, de um determinado sistema. Então, é muito comum observar no sistema respiratório, que tem um aporte (ou produção) de muco, uma degeneração chamada mucoide. Isso vai depender do tipo de tecido acometido para que seja observado determinado tipo de degeneração. A degeneração tem denominações diferentes, dependendo do tipo de composto químico que se acumula dentro da célula. Por exemplo, quando for lipídios é observado à degeneração gordurosa, que ainda tem uma subclassificação dependendo do lipídio envolvido. Como por exemplo, de triglicerídeos, vai ser chamado esse tipo de degeneração gordurosa de esteatose. A lipidose é aquela degeneração que é observado o acúmulo de colesterol e seus ésteres. A degeneração de água e eletrólitos é chamada de degeneração hidrópica, chamada também pelo que se é observado morfologicamente a célula, de edema celular. Porque edema é acúmulo de líquido. Pode ser chamada também de vacuolar, tumefação (aumento de volume) turva ou celular. Tem a degeneração de proteínas. A degeneração proteica é chamada de degeneração hialina (ou hialinoses). Tudo que se utilizar desse termo hialina se refere à proteína. Substância hialina, hialinoses, degeneração hialina, material hialino, tudo se refere à proteína. E muco são degenerações mucoides. Quando é o acúmulo de carboidratos, dependendo do tipo de carboidrato também tem uma subclassificação. Que são glicogenose e mucopolissacaridose. A degeneração hidrópica é caracterizada pelo acúmulo de líquido e eletrólitos. Para que haja o acúmulo de líquido e eletrólitos dentro da célula, obviamente tem que ter uma agressão, principalmente na membrana citoplasmática, POR QUÊ? Porque é na membrana citoplasmática que é observado que acontece o trânsito de eletrólitos e de água. Especificamente aqui vai ser tratado o trânsito de sódio e potássio. A degeneração hidrópica vai formar turmefeitos, ou seja, aumentado de volume. Ela acomete as células parenquimatosas, principalmente de três órgãos, que são os rins, fígado e o coração. Associado principalmente à sua função de atividade metabólica. Por isso é mais comum nesses órgãos observar a degeneração hidrópica. Ela é a lesão não-letal mais comum que acontece no corpo humano, e ela ocorre das mais variadas formas de agentes agressores. Sejam eles físicos, químicos, e biológicos. O QUÊ, QUE ENVOLVE A PATOGÊNESE, OU A PATOGENIA? Envolve qual o mecanismo pelo qual essa água e esses eletrólitos se acumulam dentro da célula. Tem que haver um transtorno no equilíbrio hidroeletrolítico para causar essa retenção de eletrólitos. Para que haja o trânsito de eletrólitos, é observado que isso ocorre na membrana citoplasmática da célula. Mas não só na membrana citoplasmática, mas também na membrana das organelas. É observado que o trânsito de eletrólitos e de líquido não só da membrana citoplasmática da célula, mas das membranas das organelas. Isso ocorre por mecanismos de transportes, ou seja, por canais iônicos, que são as chamadas bombas eletrolíticas, mais especificamente no processo de degeneração hidrópica, a bomba de sódio e potássio. Para que haja o transporte de substâncias, de moléculas, isso pode ocorrer com gasto de energia, ou sem gasto de energia. Especificamente para que a bomba de sódio e potássio realize sua função, que é funcionar como uma porta. Ela manda sódio para fora e entra potássio. Então, sódio sai e entra potássio. As concentrações de sódio determinam as concentrações de água, de líquido. Quando existe falta de energia na forma de ATP ou alteração na membrana, na integridade citoplasmática da célula. Isso altera o funcionamento da bomba de sódio e potássio. O QUÊ, QUE CULMINA? Retenção de sódio. E O QUE ACONTECE COM A ÁGUA? Entra dentro da célula. Então, alterou a bomba de sódio e potássio. Isso está relacionado principalmente com o consumo de ATP, com a produção de ATP, mas também pode levar em consideração a agressão direta da própria bomba de sódio e potássio, ou alteração na integridade da membrana citoplasmática. POR QUÊ? Porque a bomba de sódio e potássio está na membrana citoplasmática e também na membrana das organelas. É observado que quando isso acontece, quando ocorre esse desequilíbrio que afeta a bomba de sódio e potássio existe retenção de sódio, e entra água dentro da célula. E também pode penetrar dentro das organelas. Qualquer tipo de agressão que diminua o funcionamento da bomba eletrolítica altera a produção/consumo de ATP, ou modifique a atividade de uma ou mais moléculas que formam a bomba eletrolítica, ou interfira na integridade da membrana citoplasmática e também das organelas. Isso tudo gera um evento comum, um fenômeno comum, que seria a retenção de sódio e redução de potássio, e aumento da pressão osmótica intracelular que leva à entrada de água dentro do citoplasma, dentro da célula, levando à sua expansão, ao seu aumento de volume. QUAL É A ETIOLOGIA? Ou seja, quais são as causas que podem gerar diminuição da produção de ATP. QUEM PODE DIMINUIR A PRODUÇÃO DE ATP? Hipóxia! POR QUÊ? Lembrando que a produção de ATP se dá durante a respiração celular, que em parte ocorre no citosol, em parte na mitocôndria. As três etapas da respiração celular são: glicólise, ciclo de Krebs e fosforilação oxidativa. Estudos recentes têm mostrado que são produzidos até no máximo 30, 32 ATP’s. Na glicólise são dois ATP’s, no ciclo de Krebs são dois, e na fosforilação oxidativa são de 26 a 28. Imagine se falta oxigênio, a glicólise funciona de forma anaeróbica, mas as etapas seguintes não. A principal função do oxigênio na fosforilação oxidativa é exatamente oxidação. E nesse mecanismo de oxidação é produzido energia na forma de ATP. Então, a respiração celular não ocorre, não existe produção de ATP. Então, hipóxia, que é a redução da oxigenação, da nutrição de oxigênio para os tecidos. Uma consequência disso é a diminuição da produção de ATP. Inibidores da cadeia respiratória pode ser um medicamento. Um antibiótico que age, por exemplo, na fosforilação oxidativa, inibindo-a. então, obviamente não haverá produção de ATP. Falta de substratos – glicose. A GLICÓLISE SÓ OCORRE SE NO ORGANISMO TIVER O QUÊ? Glicose. E aminoácidos e lipídios são também usados para serem convertidos em glicose (não deu para entender muito bem essa parte do áudio). Então, quando se fala em falta de substratos, obviamente existe diminuição da produção de ATP. ISSO TUDO GERA O QUÊ? Degeneração hidrópica. E o que é a DEGENERAÇÃO? É acúmulo, seja no interior ou no exterior. Hipertermia = indivíduo com febre. Muitas vezes, a febre ocorre associada com extensão. E aí é o mecanismo de defesa, modifica a temperatura, exatamente para que aquele microrganismo não consiga ficar proliferando. E para que haja o aumento de temperatura é necessário ter gasto de energia,então, nesse caso, aumenta o consumo de ATP. Então, se é uma febre persistente, que permanece por vários dias, isso pode causar uma degeneração hidrópica. Lembrando que isso é reversível. QUEM PODE LESAR A MEMBRANA CITOPLASMÁTICA OU ATÉ MESMO A MEMBRANA DAS ORGANELAS? Radical livre, toxinas, vírus, toxinas bacterianas, agentes químicos, toxinas com atividades de fosfolipase, POR QUÊ? Porque existe na membrana citoplasmática fosfolipídios na bicamada fosfolipídica. Então, a fosfolipase é uma enzima que degrada fosfolipídios. O QUE SE CONSEGUE VER NA MORFOLOGIA DA CÉLULA? Ela vai aumentar o seu tamanho, o citoplasma vai assumir uma coloração mais esbranquiçada, e será possível observar granulações de coloração eosinofílica, que nada mais são que as organelas, principalmente, retículo endoplasmático e mitocôndria expandidas. Em outra estrutura é possível observar a presença de bolhas na membrana citoplasmática da célula associado com o aumento de líquido. Dependendo da intensidade, da duração e da qualidade do agente agressor, se uma dessas bolhas se rompe. O QUÊ, QUE ACONTECE COM A CÉLULA? A célula morre porque liberou seus constituintes, não é mais uma lesão reversível, mas se torna uma lesão irreversível, que é a morte celular, a necrose. É observada a aglomeração de cromatina, POR QUE ISSO OCORRE? Porque tem alteração do pH dentro da célula. Com essa alteração de pH lá dentro do núcleo, a cromatina passa a se aglomerar, mas como isso é uma lesão reversível, a cromatina volta à sua normalidade. E aquelas organelas que sofreram alteração, VÃO SER O QUÊ? Vão sofrer autofagocitose, ela fagocita os componentes da própria célula. Os lisossomos principalmente, que são as organelas com função de digestão. Então, é possível observar essa autofagocitose em função da digestão daquelas organelas que sofrerão alteração também. Então, a célula consegue se adaptar e voltar ao seu estado de normalidade, mesmo após a sua função ter sido diminuída. Na macroscopia, primeiro, os órgãos ficam aumentados, o peso e o volume. Isso acomete principalmente as células parenquimatosas do fígado, dos rins e do coração. Então, se fosse analisar o fígado macroscopicamente seria observado que ele estaria aumentado de volume e também mais pesado por causa da retenção de líquido. As células se dizem que mais salientes na superfície de corte, ou seja, elas estão perceptíveis, observáveis a olho nu, quando se é feito o corte, uma incisão naquele tecido. Coloração pálida porque aquelas células passam a comprimir capilares. Células degeneradas comprimem capilares que reduz o suprimento sanguíneo. Um fígado normal tem uma coloração amarronzada, a prega de superfície lisa e brilhante, e tem as bordas afinadas. Já o fígado quando aumentado de volume, ele apresenta bordas arredondas, ou um termo que é utilizado em patologia que é, abauladas, abaulamento de bordas, exatamente pelo aumento de volume do órgão, do tecido. E o fígado mais claro, mais pálido. Se este indivíduo apresentasse uma esteatose hepática, a coloração não seria mais pálida, seria amarelada porque onde tem gordura é observada a coloração amarelada. Na microscopia = células tumefeitas (por causa do acúmulo de líquido no interior de vacúolos). Então, vacúolos de água de coloração esbranquiçada no citoplasma. E o citoplasma com aspecto granuloso e menos basófilo. Granuloso porque tem a expansão das organelas, principalmente o retículo endoplasmático e a mitocôndria. Essa coloração esbranquiçada ocorre porque isso é um espaço vazio na célula, antes ocupado pela água. Porque durante o processo histológico a água vai embora porque é miscível no álcool. Se fosse gordura, no processo histológico iria embora também porque ela é miscível no xilol. Na esteatose hepática é vista essas mesmas características, mas o citoplasma não é granuloso. Algumas vezes, isso é mais comum na esteatose, o núcleo ser mais descolocado para a periferia por causa da grande quantidade de gordura. E na degeneração hidrópica por causa da grande quantidade de líquido. No estágio mais avançado pode se observar que as células, os pequenos vacúolos de água podem ser distribuídos de forma regular no citoplasma. Ela fica num aspecto mais homogêneo, formando grandes vacúolos, que conferem a célula um aspecto mais baloniforme. Nos hepatócitos com degeneração hidrópica é observado o aumento de volume, citoplasma de coloração esbranquiçada e granuloso. O núcleo fica mais pálido, isso é cromatina nuclear, que o deixa também granuloso. Relembrando que retiradas as causas, a célula volta à sua normalidade, e geralmente não tem um transtorno muito grave. Isso é uma degeneração celular reversível. DEGENERAÇÃO HIALINA POR QUE A DEGENERAÇÃO DE PROTEÍNA APRESENTA ESSE TERMO HIALINA? Exatamente porque é um conceito morfotintorial. Porque a primeira observação de proteína foi no tecido (alguma coisa) e essa proteína se assemelhava a vidro fosco. E do grego, vidro significa hiálinos. Então, em patologia sempre se usa esse termo para se referir à proteína. A degeneração hialina apresenta uma subclassificação muito maior para com todas as outras degenerações, POR QUÊ? Porque o corpo é constituído basicamente de proteína e dos mais variados tipos de proteína. Elas são muito variadas entre si. Então, dependendo do tipo de proteína envolvida, se tem tipo de degeneração hialina diferente. O acúmulo é de material proteico e acidófilo (ou seja, róseo), quando se leva em consideração a coloração de hematoxilina-eosina, dentro ou fora das células. A classificação da degeneração hialina, lembrando que como esse acúmulo pode ser intra ou extracelular, é observado que dentro da intracelular existem vários tipos de degenerações: hialina de mallory, de fibras musculares, corpúsculos de Russel, e degeneração hialina goticular. E ainda há a degeneração extracelular chamada de degeneração hialina conjuntivo-vascular (essa não será estudada). POR QUE SE CHAMA DEGENERAÇÃO HIALINA DE MALLORY? Porque foi Mallory que primeiro observou esse tipo de degeneração, esse tipo de acúmulo, e esse material proteico acumulado seriam filamentos de citoqueratina dentro das células. POR QUE ISSO ACONTECE? Será visto adiante. Condensação de Filamentos intermediários (citoqueratina) juntamente com proteínas. Então, essas proteínas, esses filamentos de citoqueratina se associam com outras proteínas presentes dentro da célula e formam aglomerado. Ou seja, apresentam alterações conformacionais, diminuem sua solubilidade e se precipitam dentro da célula. Podem ser observadas como massas hialinas grumosas (são granulosas), de tamanhos variados, de formas diferentes, e apresentam as bordas irregulares (isso quando aglomeradas) que podem ser filamentosas. Dentro da célula é observada uma rede estrutural que conecta substâncias, conecta moléculas. Funciona como trilhos para o transporte de substâncias. QUAIS SÃO ELAS? Microtúbulos, microfilamentos e filamentos intermediários. Aqui especificamente está sendo falado de degeneração hialina de Mallory, portanto seria um acúmulo de filamentos intermediários, ou seja, filamentos de citoqueratina, que vão se associar às proteínas. COMO É QUE AQUELA SUBSTÂNCIA SAI DO RETÍCULO ENDOPLASMÁTICO LISO-RUGOSO E VAI SER ARMAZENADO EM VESÍCULAS DENTRO DO COMPLEXO DE GOLGI? E tem que seguir um caminho, COMO ISSO ACONTECE? Tem um trilho, e esse trilho é a rede estrutural de microtúbulos, microfilamentos e filamentos intermediários. ...ISSO É COMUM QUANDO? EM QUE ÓRGÃO? É muito comum no fígado. Então, o indivíduo que é alcoolista crônico, bebe muito por muitos anos, direto, e de forma crônica. O QUE ACONTECE COM O FÍGADO DELE? Primeiro esteatose, e de esteatose pode evoluir para uma cirrose hepática. O etanol vai ser metabolizado dentro do hepatócito. E durante esse processo de metabolização, elegera radicais livres. O consumo abusivo do etanol pode causar tanto degeneração hialina de Mallory, como esteatose hepática, ou seja, acúmulo de gordura dentro da célula. O indivíduo que é alcoolista crônico é mais comum àqueles que apresentam cirrose hepática, menos comum quando apresentam carcinoma hepatocelular. Durante o metabolismo do álcool, do etanol mais especificamente existe produção de radicais livres. O QUE É UM RADICAL LIVRE? É uma molécula muito reativa, muito instável, que apresenta um elétron desaparelhado no seu último orbital. Ele vai compartilhar aquele elétron, aquela outra molécula. Durante o metabolismo do álcool, os radicais livres vão se ligar aos filamentos de citoqueratina, e aí esses filamentos de citoqueratina também ficam instáveis e muito reativos. Isso favorece ligação a outras proteínas. Então, elas sofrem dano conformacional, mudam a sua conformação, diminuem a sua solubilidade, se aglomeram, POR QUÊ? Porque vão se ligar também a outras proteínas e se precipitam. Outra vez: o radical livre vai promover a oxidação da proteína. O QUE É OXIDAÇÃO? É quando ele ganha um elétron. É aquela reação de oxi-redução, quando ganha se reduz, quando perde se oxida. Então, aquela molécula vai perder um elétron para aquele radical livre. Lembrando que o radical livre é aquele que apresenta elétron desemparelhado no seu último orbital, então é uma molécula que quer ganhar ou perder, mas nesse caso especificamente ela quer ganhar. Então, aquele que perde se oxida, e o que é observado é a oxidação da citoqueratina, ou seja, dos filamentos intermediários de citoqueratina. E a molécula que sofre oxidação (a citoqueratina) se torna instável e muito reativa e passa a se ligar, ou seja, facilita ligação a outras proteínas que tem dentro da célula. E quando isso acontece dentro da célula, essas proteínas mudam a sua conformação, alteram a sua solubilidade. Quando elas se ligam, elas vão formar aglomerados. E quando alteram a sua solubilidade acontece que elas se precipitam dentro da célula. O indivíduo alcoolista além de ter degeneração hialina de Mallory, tem também esteatose (acúmulo de gordura dentro da célula) hepática. Macroscopicamente, a célula aumenta de tamanho e apresenta o citoplasma com coloração esbranquiçada. Como é degeneração hialina tem que levar em consideração que tem o acúmulo de proteína. Essas proteínas são granulares, são grumosas, quando elas se unem dá para perceber que as suas bordas são mais floconosas (ou filamentosas). Elas têm floconos diferentes, em tamanhos variados (tamanhos também diferentes). Existe outro tipo de degeneração hialina que afeta fibras musculares, principalmente fibras musculares esqueléticas e cardíacas. O livro fala muito do tecido muscular cardíaco associado com a infecção por Trypanosoma cruzi, que acomete indivíduos com a doença de chagas. Existem outras causas também, como bacterianas. É possível observar desintegração dos microfilamentos das células musculares causada por agressão direta ou por agressão indireta. Nesse caso especificamente, se observa outro tipo de proteína, e o que ocorre é a desintegração dos microfilamentos das células musculares. As causadas por agressão direta a partir de endotoxinas bacterianas, que seria o LPS (lipopolissacarídeo) que age diretamente sobre aquele microfilamento, causando a sua desintegração, a sua alteração. E como agressão indireta em resposta à infecção por um protozoário, que seria o Trypanosoma cruzi, que causa miocardite ou miosite chagásica. QUAL A RESPOSTA IMUNE PARA A DOENÇA DE CHAGAS? A resposta imune deveria ser efetora. HUMORAL OU CELULAR? Celular, principalmente mononuclear, marcada pela presença de infiltrado de linfócitos T e macrófagos. Essas células liberam citocinas, como a IL-1 e TNF-α. Essas duas citocinas vão se ligar em receptores específicos dentro da célula no músculo cardíaco, e vão ativar o sistema enzimático, chamado de proteossomos, que são um conjunto de proteases. COMO É QUE OCORRE A DESINTEGRAÇÃO DOS MICROFILAMENTOS DAS CÉLULAS MUSCULARES NA DOENÇA DE CHAGAS? Por ativação de proteossomos. Então, essas proteases ativadas agem sobre os microfilamentos das células musculares, desintegrando-as. E aí elas se tornam homogêneas, eosinofílicas, e aquela célula muscular (fibra muscular) perde os seus discos intercalares, as suas estriações, e o músculo se torna homogêneo. A ação das interleucinas que são liberadas pelas células (macrófago e linfócito T) de defesa (imunidade celular) ativam os proteossomos no citosol e outras proteases. E eles agem (degradam) diretamente sobre os microfilamentos da fibra muscular. Isso é uma agressão indireta. Outro tipo de degeneração é aquela marcada pelo acúmulo de imunoglobulinas no interior de plasmócitos. A célula B se diferencia em plasmócito que é ele que produz imunoglobulinas e anticorpos. Será observada a presença de corpúsculos de Russel, que nada mais são que imunoglobulinas que ficaram retidas, presas e que não foram eliminadas, no interior dos plasmócitos. POR QUE ISSO ACONTECE? Está relacionado com a resposta promotora, não se sabe por que elas ficam retidas. O livro diz que é um acúmulo excessivo de imunoglobulinas no interior de plasmócitos, processo de reação inflamatória. E alguns tipos de reações inflamatórias, como processo inflamatório crônico. POR QUÊ? Porque no processo inflamatório crônico existe uma estimulação antigênica para mudá-la. Um microrganismo ficou por muito tempo, e ele está a todo o momento estimulando o sistema de defesa. Nesse caso, especificamente a resposta imune humoral (anticorpos). Então, isso associado com antigenemia prolongada, é observado que existe uma produção intensa de imunoglobulinas, e algumas delas não conseguem ser eliminadas do plasmócito. E ficam retidas dentro do plasmócito, e se cristalizam. Processos inflamatórios crônicos, exemplos, leishmanioses ou osteomielites. Processos inflamatórios agudos, exemplo, salmoneloses. Eles causam uma resposta ativadora tão intensa que o organismo reproduz tanto plasmócito com tanto estímulo para produção de anticorpos. Nesse caso, mesmo que seja agudo, não é uma produção de anticorpos, antigênica prolongada, mas é uma estimulação exagerada, mesmo em um espaço curto de tempo. Os plasmócitos produzem uma grande quantidade de imunoglobulinas, elas não são eliminadas, não se sabe ao certo por que não são eliminadas, e aí elas ficam no interior do retículo endoplasmático. Microscopicamente, elas assumem dois aspectos microscópicos: morular e globular. Globular é observado um ou dois corpúsculos de Russel, tem uma estrutura mais arredondada. E morular porque se assemelha a uma mórula, como se fosse vários corpúsculos. Os plasmócitos têm uma relação núcleo-citoplasma diferente quando comparado ao linfócito. Eles têm muito mais citoplasma quando comparado aos linfócitos. Geralmente, não é sempre, o núcleo é deslocado para periferia. O linfócito tem um núcleo muito mais estritamente basofílico e a relação núcleo-citoplasma é menor quando comparado ao plasmócito. A degeneração hialina é caracterizada pela endocitose de proteínas. São células que endocitam aquelas proteínas. Isso é chamado de degeneração hialina goticular e ocorre principalmente nas células epiteliais tubulares do sistema renal. A etiopatogenia (causa do mecanismo) diz que é comum nas células dos túbulos renais, associada com doenças glomerulares. QUAL A UNIDADE MORFOFISIOLÓFICA DO RIM? O néfron. E ELE É FORMADO PELO O QUÊ? Por glomérulo e por um longo tubo. QUAL A FUNÇÃO DO GLOMÉRULO? Filtração. Mas quando existe filtração, O QUE É QUE O GLOMÉRULO NÃO DEIXA PASSAR, OU ELE PERMITE POUCA PASSAGEM? Proteína. Então, se é observado a passagem de proteína para o filtrado glomerular, só se pode deduzir que tem uma lesão na membrana de filtração glomerular.Quando um indivíduo tem no seu laudo: proteinúria. Só se pode deduzir que o indivíduo apresenta uma doença glomerular. POR QUÊ? Porque normalmente não ocorre a passagem de proteína, ou baixa passagem. COMO É QUE SE SABE QUE O INDIVÍDUO TEM UMA DEGENERAÇÃO HIALINA GOTICULAR? Porque primeiro tem que ter uma doença glomerular que permite a passagem de proteína. Passando proteína, passando tanta, tanta proteína, que as células epiteliais tubulares endocitam aquela proteína para realizar ainda a sua secreção. Secreção é quando aquelas moléculas que não foram filtradas, elas são montadas/mandadas (não sei) no filtrado via capilar. Reabsorção é quando elas passam do filtrado, mas tem que permanecer no organismo. Então, passa tanta, tanta proteína que elas endocitam. Só que quando elas endocitam tanta, tanta proteína, ela se torna degenerativa. Ou seja, ocorre acúmulo de proteína dentro das células epiteliais tubulares. É um tipo de degeneração que ocorre por endocitose de proteína, e secundária quando lesão glomerular. A última degeneração hialina é caracterizada pela deficiência de uma enzima, que é a alfa -1-antritripsina. Essa é uma enzima que tem uma função muito importante no tecido respiratório, principalmente nos alvéolos pulmonares, de controle de proteases. Ela é uma antiprotease. Elas são produzidas pelo fígado, lançadas na circulação. E a sua principal função é nos alvéolos pulmonares. Existem algumas mutações genéticas no individuo. É congênito, isso pode ser herdado, isso pode ser por herança familiar. Então, o individuo sofre uma mutação no gene que expressa a produção dessa alfa -1-antritripsina. Essa alfa -1-antritripsina pode ser formada em menor quantidade, ou a mutação pode gerar a formação de uma proteína anormal. E essa proteína anormal não vai ser secretada, e aí ela vai se acumular na célula que a produz. QUAL A CÉLULA QUE A PRODUZ? Hepatócito (fígado). Alfa -1-antritripsina é uma antiprotease cuja função é controlar proteases que são liberadas nos neutrófilos e macrófagos, lá nos alvéolos pulmonares. A finalidade disso é diminuir a agressão indireta nos alvéolos pulmonares (podendo ser lesivo), gerada pelas proteases liberadas pela as células de defesa. Indivíduos que apresentam deficiência congênita de alfa -1-antritripsina têm pré-disposição para apresentar uma doença, que é chamada de enfisema pulmonar. O indivíduo apresenta uma mutação genética que faz com que ou haja baixa produção da alfa -1-antritripsina, ou produção anormal dela. Ela vai ser produzida, não será eliminada e se acumulará dentro do hepatócito. A degeneração mucoide ocorre em células epiteliais produtoras de muco. Exe: células do sistema respiratório, sistema genital feminino. Acomete qualquer célula produtora de muco. Ocorre hiperprodução de muco, é tanto muco dentro da célula, que diminui seu metabolismo, diminui sua capacidade de metabolização. Observa-se, que além de se acumular muito muco dentro da célula, é percebido também que esse muco vai ser externado. Se esse muco afetar o sistema respiratório, será percebido por uma tosse, terá aquele catarro (que é muco produzido pelas células). Hiperprodução de muco pelas células mucíparas nos tratos digestório e respiratório, durante os processos inflamatórios. A inflamação é uma reação aos tecidos que está o agente agressor. AS CÉLULAS PRODUTORAS DE MUCO, PRINCIPALMENTE DO TRATO RESPIRATÓRIO, PRODUZEM O MUCO RELACIONADO A QUÊ? ESSE MUCO FAZ DO QUÊ? Da resposta imune inata. Numa inflamação, seja por um microrganismo ou um alérgeno, a célula é estimulada a produzir muco para que juntamente com o movimento dos cílios, aquele microrganismo seja eliminado do corpo humano. Isso faz parte da resposta imune inata. Nos processos inflamatórios é comum observar hiperprodução de muco. É produzido tanto muco, que esse muco fica presente dentro da célula. Empurra o núcleo para a periferia, as células assumem (por causa do núcleo) o formato de anel de sinete. As células ficam repletas de glicoproteína, que nada mais são que mucinas. Ocorre hiperprodução tanto nas inflamações, quanto nos processos neoplásicos, sejam eles benignos, que são os adenomas, como malignos, que são chamados de adenocarcinomas. A hiperprodução de muco pode ocorre no processo inflamatório, ou há um processo neoplásico, seja ele benigno ou maligno. Com essa hiperprodução se observa que há o extravasamento do interstício, e o tecido assume esse aspecto mucoide. A célula fica com formato de anel de sinete, que antigamente esse anel servia para timbrar papel ou lacres. Microscopicamente é usado esse termo científico de células em anel de sinete (núcleo excêntrico). O citoplasma da célula fica esbranquiçado, justamente pelo acúmulo de muco.
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