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Alimentação complementar do lactente

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Alimentação complementar do lactente 
Aula 14 – Nutrição e Ciclo de Vida I
“Conjunto de todos os alimentos, além do leite materno, oferecidos 
durante o período em que a criança continuará a ser amamentada 
ao seio sem exclusividade deste” (SBP, 2018). 
 É indicada para lactente > 6meses, porque aos 6 meses, a 
amamentação exclusiva não é suficiente para suprir as 
necessidades, sendo necessário a introdução de alimentos 
sólidos – com sinais de prontidão; 
 Os lactentes são de maior risco de desnutrição e morte devido 
à falta de defesas; 
 O objetivo da alimentação complementar é fornecer energia, 
proteínas, vitaminas e minerais quando a produção de leite 
materno não atende plenamente as necessidades nutricionais 
do lactente. 
Características de uma alimentação complementar apropriada 
 Oportuna: introduzida quando as necessidades de energia da 
criança são superiores ao fornecimento de leite materno; 
 Adequada: fornecer quantidade de energia, macro e 
micronutrientes; 
 Segura: os alimentos tem que ser armazenados, preparados 
e oferecidos de forma higiênica, além de não serem utilizadas 
mamadeiras e chupetas; 
 Oferecido de forma adequada: os alimentos devem ser 
oferecidos respeitando os sinais de fome e saciedade e 
adotando-se uma atitude ativa na oferta de alimentos. 
O hipotálamo das crianças é muito bem desenvolvido e a criança 
consegue demonstrar sinais de saciedade. 
 
Indicadores orgânicos que confirmam a recepção de novos 
alimentos 
Sistema digestório: 
 Aumento do HCl (progressivo); 
 Diminuição da permeabilidade da mucosa intestinal – menor 
absorção de proteínas intactas e menor desenvolvimento de 
alergia alimentar; 
 Aumento da amilase pancreática que serve para digerir amido. 
Sistema excretor: 
 Aumento na taxa de filtração glomerular (rins); 
 Aumento da capacidade dos rins de concentrar a urina, ou 
seja, eles realizam uma maior taxa de filtração (eliminar 
solutos); 
 Até os 2 anos: consumir baixa carga de solutos excretáveis 
(condimentos, componentes químicos para conservação e 
flavorização) – os industrializados e ultraprocessados devem 
ser abolidos. 
Sistema neurológico e muscular: 
 Presença de reflexos fundamentais que facilitam a introdução 
de alimentos complementares. 
 Aos 5 meses: movimento mandibulares longitudinais 
(movimento mastigatório e maior força de sucção); 
 Aos 8 meses: movimentos laterais (língua) empurrando os 
alimentos em direção aos dentes molares; 
 Após 12 meses: movimento mastigatórios rotatórios + amplos 
(vertical) que permitem mastigar carne e vegetais; erupção 
decídua (pode iniciar aos 4-6 meses); desaparecimento do 
reflexo de expulsão; destreza manual e capacidade de sentar-
se. 
Alimentação complementar: quando oferecer? 
 “A introdução complementar entre 4-6 meses: prontidão 
física e necessidades nutricionais da criança” (AAP, 2016); 
 “Aleitamento materno exclusivo até 6 meses; alimentar 
complementar (não antes dos 4 meses nem depois dos 6 
meses” (ESPGHAN, 2017); 
 
 
 “Não há evidências que exista alguma vantagem na introdução 
alimentar precoce (>6 meses)” (SBP, 2018; MS, 2019). 
Prematuros: em geral inicia-se a alimentação complementar entre 
4 e 6 meses de idade corrigida. quando a criança adquire pelo 
menos 5kg de peso com os sinais de prontidão. 
 
Sinais de prontidão: 
 Ser capaz de controlar a cabeça e o pescoço; 
 Sentar sozinho ou com apoio; 
 Levar objetos à boca; 
 Estar disposto a mastigar; 
 Tentar agarrar pequenos objetos, como brinquedos ou 
comidas; 
 Engolir alimentos em vez de empurrá-los de volta no queijo 
(reflexo de protusão); 
 Ansioso para participar na hora das refeições e pode agarrar 
comida e coloca-la em sua boca. 
 
Se um lactente de 4 a 5 meses parecer estar preparado para 
começar com os sólidos, frequentemente, esse interesse é apenas 
o impulso normal de desenvolvimento para fazer o que a família 
está fazendo. Os estudos apontam que esperar cerca de 6 meses 
para iniciar a introdução dos sólidos traz muitas vantagens para a 
saúde do bebê. 
O que fazer para estimular o lactente antes de iniciar a introdução 
dos sólidos? 
 Deixar sentar com a família na hora da refeição; 
 Oferecer colheres de bebê, copos, tigelas e outros utensílios 
de alimentação para que o bebê possa manipular durante a 
hora das refeições; 
 ofereça ao bebê um “tetolé” (picolé de leite materno) ou uma 
“raspinha” de leite materno para comer com uma colher. 
Dificuldades alimentares 
 Variedade restrita de alimentos (<20 alimentos diferentes); 
 Recusa de categorias inteiras de alimentos baseados em 
textura ou grupos nutricionais (ex.: legumes, alimentos duros, 
etc); 
 Abaixo do peso ou estejam em risco de estar abaixo do peso 
devido à ingestão limitada de alimentos; 
 Apresentem muita angustia ou evitação durante as refeições. 
Etapas de contato com alimentos: mostrar > aproximar/tolerar > 
interagir > cheirar > tocar > lamber/provar. 
 
Riscos associados à alimentação complementar 
Diarreia: 
 Período alimentar complementar = maior prevalência das 
doenças diarreicas; 
 Risco 2 a 13x maior do que crianças somente em aleitamento 
materno; 
 A maior causa da diarreia é a contaminação microbiana (E. coli). 
Alergia alimentar: 
Risco maior nas crianças com história familiar de atopia/alergia. 
Aspectos alimentares associados: 
 Curto período de amamentação; 
 Introdução precoce de alimentos complementares com 
potencial alergênicos (ovo, amendoim, nozes, soja, peixes, 
crustáceos, trigo). 
Metemoglobinemia: 
 Alimentação complementar antes dos 3 meses; 
 Alto consumo de nitrato (água, alimentos, medicamentos). 
Alimentos ricos em nitrato: beterraba, cenoura, espinafre e 
feijão verde. 
O aumento de nitrato = conversão em nitrito que oxida Fe da 
hemoglobina em metemoglobina 
Criança sadia: 2% de metemoglobina do total de hemoglobina; 
Criança doente: 20% de metemoglobina do total de hemoglobina 
(causa hipóxia, já que uma das funções da hemoglobina é levar 
oxigênio até os tecidos). 
Manifestações clínicas: 
 
 
 Cianose (nas extremidades); 
 Mucosa amarronzada; 
 Irritabilidade; 
 Taquipneia. 
Determinação da maior incidência de metemoglobinemia: 
 Hemoglobina fetal de fácil oxidação; 
 Baixa quantidade de hemoglobina redutase (converte 
metemoglobina em hemoglobina. 
Escombrotoxicose: 
 Na intoxicação histamínica os sinais e sintomas ocorrem de 
vários minutos a algumas horas após a ingestão da amina. 
Ocorre devido deterioração do peixe que acaba liberando 
histamina; 
 A histamina é apenas parcialmente destruída após 3h de 
aquecimento a 102°C ou 90 minutos a 116°C em conservas de 
sardinha de 250g. 
Sintomas típicos: 
 Enrubescimento da face e pescoço; 
 Desconforto geral; 
 Diarreia. 
Peixes mais comuns: anchovas enlatadas e cavala fresca, salgada 
e congelada, filé de tilápia*. 
Evolução da alimentação complementar 
 
(SBP, 2018; MS, 2019). 
Aos 6 meses: 
 Pela manhã: leite materno ou fórmula; 
 Intervalo: frutas mais leite materno (ou fórmula); 
 11-12h: refeição principal (almoço); 
 Tarde: frutas mais leite materno (ou fórmula); 
 17-18h: leite materno ou fórmula; 
 Antes de dormir: leite materno ou fórmula. 
7° ao 8° mês: 
 Pela manhã: leite materno ou fórmula; 
 Intervalo: frutas mais leite materno (ou fórmula); 
 11-12h: refeição principal (almoço); 
 Tarde: frutas mais leite materno (ou fórmula) – pode haver 
pequenas quantidades de leite de vaca; 
 17-18h: refeição principal (jantar); 
 Antes de dormir: leite materno ou fórmula. 
9° ao 11° mês: 
Mudança gradativa para a refeição da família com ajuste de 
consistência. 
12° mês: 
 Pela manhã: leite materno ou fórmula; 
 Intervalo: frutas mais leite materno (ou fórmula); 
 11-12h: refeição básica da família mais fruta; 
 Tarde: frutas mais tubérculos ou cereais mais leite; 17-18h: refeição básica da família; 
 Antes de dormir: leite materno ou fórmula. 
Alimentação entre 1 e 2 anos: 
 
 
 
(MS, 2019). 
Crianças que recebem fórmula láctea caseira: 
Devem ter a introdução alimentar antecipada para os 4 meses. 
 
 
 
O que oferecer? 
 
Cereal ou 
tubérculo (um) 
Leguminosa 
(uma) 
Proteína 
animal (uma) 
Hortaliças 
(uma ou 
mais) 
Arroz Feijão Carne bovina Verduras 
Milho Soja Carne suína Legumes 
Macarrão Ervilha Vísceras 
Batata Frango 
Macaxeira Peixe 
Inhame /Cará Ovos 
Fonte: SBP, 2018/MS, 2019. 
 Feijão pode ser amassado com garfo; 
 Cereais, raízes, tubérculos, legumes, verduras podem ser 
oferecidos amassados com garfo ou em pedaços bem cozidos 
e macios; 
 Carnes podem ser oferecidas em pedaços pequenos ou bem 
desfiados. 
 
Água: 
Água: a partir da oferta de novos alimentos além do leite materno 
na IA ou no uso de fórmulas. 
 A alimentação complementar é responsável por aumentar a 
quantidade de proteínas e sais o que pode causar sobrecarga 
aos rins, por isso, a maior quantidade de solutos deve ser 
compensada com uma maior oferta hídrica. 
 
Alguns alimentos e algumas particularidades 
Carnes: 
 Quantidade de 50 a 70g/dia (2 refeições); 
 Não deve ser retirada após cozimento, precisa ser ofertada; 
 Formas a serem ofertadas: picada, tamisada, desfiada; 
 Definir modo de preparo/cocção: técnica dietética/ alcatra, 
coxão mole, patinho, filé; 
 
 
 Vísceras (cozimento mais demorado) – cuidado com 
xenobióticos (contaminação com metais pesados) e nas carnes 
de frango ter cuidado com a contaminação com salmonelas; 
 Peixes (robalo, tilápia, salmão, sardinha). 
Ovos: 
 Oferecer clara e gema; 
 Cuidado na cocção par reduzir o risco de contaminação; 
 Quantidade: 1 ao dia (sendo a fonte proteica). 
Frutas in natura: 
 Devem ser raspadas, amassadas ou picadas; 
 Tipo: estação do ano, custo, regionais (não há contraindicação, 
com exceção da carambola devido a toxina caramboxina que 
se consumida por crianças com problema renal crônico, não 
será possível a excreção da toxina); 
 Sucos devem ser evitados devido a grande quantidade de 
frutose e baixa quantidade de fibras. 
Óleos: 
 óleo vegetal: preferencialmente o de oliva (w-6/w-3/w-9); 
 Utilização para refogados; 
 Quantidade: 3 a 3,5ml/100ml ou 100g de preparação. 
Sal: 
 A partir dos 12 meses (SBP, 2018); 
 A partir de 6 meses – na quantidade mínima necessária (MS, 
2019). 
Mel: 
 Risco de botulismo em menores de 1 ano. 
Açúcares: 
 Somente para maiores de 2 anos. 
Temperos: 
 Temperos “in natura” como salsinha, cebolinha, manjericão, 
alecrim, tomilho, sálvia, coentro, dentre outros são permitidos 
na elaboração de preparações; 
 Não utilizar temperos prontos (industrializados). 
Chás e café: 
 A partir dos 6 meses: chá de camomila, erva cidreira e hortelã 
– sem adição de açúcar ou adoçante (MS, Guia 2019); 
 Até os 2 anos não deve ser consumido chás que contenha 
cafeína (mate, chá preto, guaraná natural e refrigerante são 
estimulantes do SNC); 
 Bebidas cafeinadas devem ser evitadas em crianças menores 
de 2 anos; 
 Pode causar: agitação, distúrbios do sono, comprometimento 
da absorção de importantes nutrientes como ferro, zinco e 
cálcio. 
Introdução alimentar e alergenicidade 
 A introdução deverá ser a mais ampla possível (não 
enfatizando ordem de introdução de alimentos, pois o TGI está 
maduro); 
 Introduzir a cada 3 a 5 dias, um único alimento considerado 
alergênico, como: leite de vaca, ovo, soja, trigo, peixes e frutos 
do mar – visando a aquisição de tolerância e redução do risco 
de alergenicidade; 
 ESPGHAN, 2017: O glúten pode ser introduzido entre 4 e 12 
meses, mas o consumo de grandes quantidades deve ser 
evitado durante as primeiras semanas após a introdução da 
alimentação complementar. Manter a recomendação da IA da 
SBP 2018 (>6m). 
Estudo: 
 
Medo, mitos, tabus: alimentos que podem ser ofertados na 
introdução alimentar 
Camarão e outros frutos do mar: 
 A exposição “precoce” consiste em uma prevenção atual de 
alergia alimentar; 
 
 
 Recomendação atual: exposição durante a janela imunológica, 
ou seja, até 1 ano (antes era maiores de 3 anos); 
 Forma de oferta: boa procedência, sem casca, bem cozidos 
em casa) e observar 3 a 5 dias quaisquer reações (pele, trato 
digestório e respiratório); 
 Histórico familiar de alergias (pais, irmãos) não aumenta o risco 
no lactente; 
 Lactente com história prévia de dermatite atópica precisa 
ter avaliação prévia com alergologista ou pediatra antes da 
oferta. 
Peixe: 
 Fonte nutricional: rico em ômega 3, proteína de alta 
digestibilidade; 
 Ômega 3 participa da formação/função do Sistema 
nervoso/cognição, regulação de processos metabólicos e 
prevenção de alergias; 
 Evitar peixes grandes devido ao risco de mercúrio: atum, 
cação, tubarão, peixe espada); 
 Peixes com alto teor de ômega 3 (Brasil): manjuba, pintado, 
pescada, cavalinha, sardinha; 
 Oferta: filé (atenção redobrada com espinha) e sardinha. 
Ovo: 
 Recomendação atual: deve ser oferecido inteiro aos 6 meses 
(antes clara só após 1 ano); 
 Oferta: inicialmente na forma cozida. 
Carne suína: 
 Lombo e pernil são porções que podem ser ofertadas com 
segurança por conter menores quantidades de gordura; 
 A quantidade de proteína é semelhante à da carne bovina; 
 Baixo risco de alergenicidade (o alto risco está relacionado com 
os embutidos feitos com carne suína processada devido aos 
altos índice de conservantes, aromatizantes e aditivos); 
 Risco biológico: cistercose, toxoplasmose – comprar carne 
certificada e realizar a cocção adequada; 
 Ofertar ao início da introdução alimentar, após os 6 meses. 
Amendoim e outras oleaginosas (castanha, amêndoas, pistache): 
 Study LEAP (2015): crianças com alto risco, eczema atópico 
severo e/ou alergia ao ovo – introdução precoce com efeito 
protetor diminuindo a prevalência de 70-80%; 
 Recomendações atuais: crianças com alto risco: introdução 
precoce após avaliação de alergogista/pediatra; crianças com 
baixo risco (esczema atópico leve/histórico): introdução 
precoce após o início da IA de 6-12 meses, após alimentos 
básicos (recomendação anterior >3 na forma de pasta e >5 
anos em grãos); 
 Forma de oferta inicial: mínima quantidade de pasta e 
observação por 10 minutos; 
 Forma de oferta posterior: oferecer pequena quantidade e 
observar por 2h sinais (pele, trato respiratório e TGI); 
 Cuidado na origem devido ao risco de aflotoxinas. 
Abacate: 
 O abacate embora tenha um alto teor de gordura, é rico em 
ácido oleico, linoleico e fosfolipídios, enquanto, tem baixas 
quantidades de ácido linolênico; 
 Alto teor de fibras; 
 O alto teor de fosfolipídios aumenta a incorporação de DHA 
(w-3) no cérebro); 
 Forma de oferta inicial: forma original ou abacate + banana 
(para baixa aceitação), com limão e temperos verdes na 
refeição principal; 
 Estudo experimental: oferta materna (gestação e lactação) 
causa aos filhotes na fase adulta e adolescente um melhor 
desenvolvimento cognitivo e uma melhor memória (MELO et 
al., 2019). 
Lácteos: 
 Excesso de oferta de leite (>460ml/dia) para menores de 1 
ano resulta em risco elevado de anemia por interferir na 
absorção do ferro – após 9 meses, o risco diminui; 
 
 
 O aumento do risco de anemia não é comprovado para os 
derivados lácteos, como queijos e iogurtes, que possuem 
propriedades benéficas (probióticos); 
 Recomendações atuais: uso em pequenas quantidades para 
preparações culinárias (OMS (2011), ESPGHAN (2017), 
Espanha (2018), Guia alimentar brasileiro <2 anos (2019)); 
 Assim, sendo a proteína do leite de vaca o alérgeno mais 
comum na primeira infância, como estratégia preventiva 
(janela imunológica), introduzir após 9 meses pequenas 
quantidades de leite integral nas preparaçõesculinárias, o 
iogurte natural e o queijo. 
Observações importantes 
Textura: 
 Consistência inicial bem cozida/amassada com garfo 
(pastosa/tamisada), com textura não uniforme para estimular 
a mastigação – consistência adequada é aquela que não 
escorre da colher; 
 Em seguida, alimentos picados, pedaços pequenos, raspados 
ou desfiados; 
 A textura tem que sofrer uma progressão, com evolução 
contínua até consistência normal (da família) que deve 
acontecer até os 12 meses; 
 Também podem ser oferecidos alimentos macios em pedaços 
grandes para que a criança pegue com a mão e leve até a 
boca; 
A partir dos 10 meses ocorre uma janela crítica para introdução 
de alimentos grumosos, causando um risco de dificuldades 
alimentares futuras. 
 
 
 
 
 
Ordem de introdução dos alimentos: 
 Recomendações atuais (SBP, 2018): não enfatiza a ordem de 
introdução dos alimentos (já que lactentes já tem o TGI 
maduro); 
 Recomendação do (Accioly, 2009): introduzir um alimento novo 
por dia: 
• 1° dia: fonte energética, ex.: batata; 
• 2° dia: fonte de vitaminas, ex.: abobora; 
• 3° dia: fonte de proteínas, ex.: carne; 
• 4° dia em diante: mistura alimentos de cada grupo 
oferecidos separadamente. 
Engasgos: 
 
 
 
Higiene no preparo/conservação de alimentos: 
 Mesmo protocolo de higiene/armazenamento de alimentos; 
 Refeição oferecida logo após o preparo. Temperatura 
ambiente somente por no máximo 2h; 
 Em casos de refeições preparadas com muita antecedência: 
porcionar as refeições e colocar os recipientes de até 10cm 
de altura em banho maria com gelo com gelo em temperatura 
menor do 55°C para que a temperatura interna do alimento 
fique em 21°C e, após isso, colocar sob refrigeração a 4°C; 
 Para o descongelamento, utilizar a refrigeração e não é 
recomendada recongelar; 
 Reaquecer a refeição após a refrigeração de forma 
adequada, respeitando tempo e temperatura, a utilização 
deve ser feita em até 24h; 
 Congelamento após menor temperatura em banho maria frio 
(até 1 mês). 
 
Desenvolvimento infantil, fome e saciedade 
Desenvolvimento e sinais de fome e saciedade da criança aos 6 
meses 
 
(Ministério da Saúde, 2019) 
Desenvolvimento e sinais de fome e saciedade da criança entre 1 
e 3 anos 
 
(Ministério da Saúde, 2019) 
Quantidade ofertada 
 
(MS, 2019). 
Na verdade, quem regula é a criança. 
 
 
 
Porções e medida caseira: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Alimentação para lactentes entre 1 e 2 anos de idade: 
 A amamentação deve continuar; 
 Refeições semelhante aos adultos; 
 Pode consumir todos os tipos de carne; 
 Deve-se evitar o consumo de salgadinhos e refrigerantes; 
 Ingestão de leite até 600ml/dia; 
 Oferecer alimentos variados para formar o hábito alimentar; 
 Utilizar: mesa/cadeira própria/copo/prato/colher 
“P”/temperatura ajustada; 
 Ocorre o início da recusa devido a diminuição da velocidade de 
crescimento, de apetite e aceitação. 
Suplementação 
Vitamina K: deve ser dada ao nascimento (1mg/intramuscular); 
Vitamina D: 
Leite materno = 25UI/litro – DRI (1° ano de vida) = 400 UI 
 
Vitamina A: 
 Semelhante a quantidade da mãe; 
 Suplementação em regiões com prevalência de deficiência 
(OMS/SBP) – suplementação a cada 4/6 meses. 
Idade Quantidade 
6 a 12 meses 100.000 UI 
12 a 72 meses 200.000 UI 
(SPB,2018). 
 
 
Ferro: 
 
IA em condições especiais 
Prematuridade: <37 semanas 
Início da IA: maturidade neurológica – emprega-se a idade corrigida. 
IC = ICr – (40 sem – IGP) 
IC = idade corrigida (semanas) 
ICr = idade corrigida atual (semanas) 
IGP: idade gestacional do parto (semanas). 
O ideal para começar a introdução alimentar é com 6 meses de 
idade corrigida, que equivale a 7.5 meses de idade cronológica. 
Síndrome de Down: 
 Ocorre comprometimentos da musculatura facial e oral e 
hipotônica (língua e lábios); 
 Prejuízos na mastigação e deglutição – importante trabalho 
multidisciplinar com fono; 
 Ocorre uma dificuldade no processo de progressão da 
consistência dos alimentos; 
 A nutrição é importante para trabalhar a oferta de 
diferentes texturas. 
Método BLW 
 Desmame guiado pelo bebê – a criança é incentivada a comer 
refeições por si própria. 
 Tem início com alimentos com cortes maiores e vai diminuindo. 
Benefícios: 
 Autorregulação de ingestão (nas fases seguintes dos ciclos de 
vida tem menor risco de obesidade); 
 Desenvolvimento de habilidades motoras; 
 Efeitos favoráveis na formação do hábito alimentar. 
Desvantagens: 
 Deficiência de ferro e zinco; 
 Sufocamento pelos alimentos; 
 Atraso no crescimento (menor densidade energética). 
Método BLISS 
 Introdução de sólidos guiados pelo bebê – uma sistematização 
cautelosa do ponto de vista nutricional, para o já difundido 
BLW. 
Princípios: 
 Oferecer alimentos que o bebê possa pegar sozinho (BLW); 
 Oferecer um alimento rico em ferro por dia; 
 Oferecer preparações de alta densidade energética por 
refeição; 
 Consistência da preparação de acordo com o estágio de 
desenvolvimento para diminuir o risco de engasgo.

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