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Uma editora integrante do GEN | Grupo Editorial Nacional Rua Dona Brígida, 701, Vila Mariana – 04111-081 – São Paulo – SP Tel.: (11) 5080-0770 / (21) 3543-0770 – Fax: (11) 5080-0714 metodo@grupogen.com.br | www.editorametodo.com.br Capa: Danilo Oliveira Produção: TypoDigital mailto:metodo@grupogen.com.br http://www.editorametodo.com.br 11-6546. CIP – Brasil. Catalogação-na-fonte. Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ. B2S234p Santos, Elaine Borges Ribeiro dos Prática Penal : Como Requerer do Inquérito Policial até a mais Alta Corte Brasileira / Elaine Borges Ribeiro dos Santos. - Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2012. ISBN: 978-85-309-4121-5 1. Processo penal - Brasil. I. Título. CDU: 343.1(81) Costumo dizer que os filhos são reflexos dos pais. Herdei de meu pai amor, carinho, sensibilidade e bom humor, e de minha mãe, força para lutar, conquistar e vencer. Aprendi com ela a ser uma guerreira. Assim, dedico este livro às pessoas mais importantes da minha vida: aos meus pais Wagner e Elza, à minha irmã Eliana, pela qual tenho grande estima, pois ela é um exemplo de mulher vitoriosa, e ao meu marido, Cristiano, sem o qual não conseguiria colocar em prática tudo o que herdei de meus pais, visto que ele é possuidor de todos esses atributos. Acima de tudo agradeço a Deus e ao Senhor Jesus Cristo, por todas as minhas conquistas e pelas pessoas importantes em minha vida. APRESENTAÇÃO Objetivando, de uma forma diminuta, auxiliar os jovens operadores do Direito, nasceu o desejo de colocar no papel um pouco da militância na área criminal, na qual, desde 1988, tenho atuado, inicialmente como estagiária da área penal, posteriormente especializando-me como advogada criminalista. Depois de todos esses anos ministrando aulas na área criminal e, principalmente, no processo penal e no exercício prático-profissional, senti anseio de consignar minha experiência neste guia prático, para minimizar as dificuldades encontradas pelo novel advogado, que acolheu para si o relevante interesse de resguardar e assegurar os direitos e a ampla defesa dos cidadãos. Esta obra também tem o condão de auxiliar os candidatos de Exame de Ordem e até aqueles que pretendem prestar algum concurso, como, por exemplo, Defensoria Pública. Quero frisar que a área criminal é, sem dúvida, uma das mais gratificantes para o advogado, pois nada é mais recompensador do que o olhar de um inocente absolvido, eu garanto!!! PREFÁCIO “Cross examination”. Este dogma jurídico-processual vem do direito inglês e quer dizer “cruzamento de informações”, ou seja, é a inquirição direta das testemunhas, e não pelo sistema presidencial, o que já havia em nosso direito para o dia do Júri, mas agora, a partir do dia 11 de agosto de 2008, fruto da Lei Federal 11.690, de 9 de junho de 2008, esta inquirição direta valerá para todos os atos processuais. Nesta matéria de “cross examination”, a ilustre e famosa professora Elaine Borges Ribeiro dos Santos sempre foi uma especialista na área criminal, visto que é uma advogada criminalista conhecida no Brasil inteiro e muito respeitada em sua área. Em muitos júris nos quais atuou, mais de 380, ela fez inquirições diretas importantes, haurindo das testemunhas informações que jamais seriam conseguidas pelo sistema presidencial. A Dra. Elaine Borges é uma advogada criminalista especializada de altíssimo gabarito, com inúmeros júris, como já foi dito, e mais de 150 sustentações orais. Ela tem curiosidades incríveis na carreira como advogada. Como professora, falarei depois. Como causídica, foi a primeira advogada a fazer uma sustentação oral em revisão criminal, em São Paulo, em 1993, pois até esta data era defeso este procedimento. Quando o grande Desembargador Dirceu de Mello era o presidente do Tribunal de Justiça, ela foi nomeada para defender réus indefesos em 2º grau e participar da reconstituição de autos extraviados, nomeações raríssimas, e que somente ocorreriam em relação a uma advogada de alto nível. Em uma das defesas de réu considerado indefeso, pelo Tribunal, a professora Elaine Borges venceu a causa, e o Desembargador Relator, o eminente Desembargador Djalma Lofrano, relatou a ela depois do julgamento: “Dra., a senhora dá nó em pingo d’água, embaixo d’água, usando luva de boxe”. A carreira da Dra. Elaine Borges é brilhante, e pertence a ela uma vitória inédita no Brasil inteiro. Trata-se do seguinte: ela absolveu no Júri uma prostituta pela tese de inexigibilidade de conduta diversa. O Promotor, hoje o famoso Dr. Alexandre de Moraes, que foi membro do CNJ, apelou. O Tribunal manteve a absolvição, Relator Desembargador Gentil Leite, e foi a primeira e única vez que o Tribunal de Justiça reconheceu a inexigibilidade de conduta diversa em 2º grau, uma vitória extraordinária. Como professora da área criminal, de Penal e Processo Penal, em cursos para concursos e para Exame de Ordem, ela demonstra a mesma inteligência e preparo em relação à sua atividade advocatícia. É uma das melhores orientadoras do Brasil, para exame de ordem da área criminal, com milhares de alunos aprovados, em muitos anos de militância, com ex-alunos agora Advogados, Magistrados, Promotores de Justiça e Delegados de Polícia. Há pouco tempo, quando o grande Desembargador Celso Limongi era o Presidente do maior Areópago Paulista, ele comentou sobre a atividade do magistério da professora Elaine Borges, elogiando-a. Como professora para Exame de Ordem, ninguém supera Elaine Borges na área criminal, tanto para a primeira quanto para a segunda fase. Nesta última, ela ensina o candidato a raciocinar, a fazer as peças com brilho próprio, com a técnica tradicional, que somente uma pessoa que tem experiência no pretório, no Júri e nas audiências saberá transmitir. A atividade empírica, na feitura de recursos e de peças, é imprescindível o ensino da redação de peças jurídicas aos candidatos para o Exame de Ordem. Não é possível um professor de natação ensinar a nadar sem nunca ter caído na piscina. Existem muitos professores que não possuem experiência prática, e este fato tem grande reflexo na hora de ensinar as peças. Com a professora Elaine Borges acontece exatamente o contrário. O seu livro Prática Penal – Como Requerer é simplesmente extraordinário. Nunca vi uma obra tão adequada e competente para esta área. Como já foi dito, ela tem grande experiência prática, e isto reflete na obra, que tem conteúdo inédito, pois Elaine Borges não copia nada de ninguém, tem brilho próprio e sabe ensinar de forma personalíssima, sendo, como já foi explanado, a principal professora do Brasil nesta área. Esta é uma obra diferente, não é cópia de uma cópia, que muitas vezes é cópia de outra cópia. Este trabalho é autêntico, fruto da sua competência, como já foi dito, personalíssimo. O leitor logo percebe que a obra é extraordinária. Além disso, a professora possui muitos artigos e trabalhos jurídicos na área criminal, inclusive com aulas gravadas na internet. Há pouco tempo a professora Elaine Borges foi fazer uma sustentação oral, no Tribunal de Justiça Paulista, num caso de tóxico, e o réu estava condenado. Ocorreu algo raro: depois da sustentação oral, o Desembargador Relator resolveu retirar o caso de pauta, para um outro estudo. Posteriormente, o réu foiabsolvido por votação unânime. O Relator retirou de pauta para melhor estudar os argumentos suscitados pela defesa. Sempre muito segura e competente, Elaine Borges teve atuação brilhante na famosa “CPI do lixo”, realizada pela Câmara Municipal da cidade de São Paulo, inclusive saudando de pé a cada um dos membros da Comissão Parlamentar antes de fazer suas perguntas às testemunhas. Note-se que a Comissão, na época, era presidida pelo atual Ministro da Justiça, Dr. José Eduardo Martins Cardoso, o qual, aliás, por muitos anos, foi seu colega de magistério no Curso do Professor Damásio de Jesus. Em relação ao livro da professora Elaine Borges, para o qual tenho a honra de fazer este prefácio, acontece exatamente o seguinte: o leitor, depois de ver outros livros, perceberá, neste cotejo, que a obra atual é diferente, autêntica, sincera e inteligente. Parabéns pelo seu livro, professora Elaine Borges, que muito ajudará a todos os operadores do Direito, e que auxiliará e ensinará de forma “cross examination”, isto é, de forma direta, e não de forma indireta, como se percebe em outros trabalhos. Mauro Otávio Nacif Advogado Criminalista militante. Ex-Conselheiro do Conselho Penitenciário Estadual, nomeado pelo saudoso Governador Mário Covas. Professor e Coordenador do Curso de Tribunal do Júri, da Escola Superior de Advocacia, da capital do Estado de São Paulo. Eleito Criminalista do ano de 1993, pela Associação dos Advogados Criminalistas de São Paulo, com apoio da OAB/SP. Consultor Jurídico da Comissão de Direitos e Prerrogativas da OAB/SP. RELAÇÃO DE ABREVIATURAS Legislação: CE – Constituição Estadual CF – Constituição Federal CP – Código Penal CPC – Código de Processo Civil CPP – Código de Processo Penal CPPM – Código de Processo Penal Militar CTB – Código de Trânsito Brasileiro EAOB – Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados doBrasil ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente LCP – Lei das Contravenções Penais LEP – Lei de Execução Penal LICPP – Lei de Introdução do Código de Processo Penal LOMN – Lei Orgânica da Magistratura Nacional LONMP – Lei Orgânica Nacional do Ministério Público Diários, Revistas, Julgados, Jurisprudências e Informativos: DJE – Diário da Justiça do Estado DJU – Diário da Justiça da União DMJTACrimSP – Boletim Mensal de Jurisprudência do TACrimSP DOU – Diário Oficial da União IBCCrim – Instituto Brasileiro de Ciências Criminais do Estado deSão Paulo JSTF – Julgados do Supremo Tribunal Federal JSTJ – Jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça JTACrimSP – Julgados do Tribunal de Alçada Criminal de São Paulo JTARS – Julgados do Tribunal de Alçada do Rio Grande do Sul JTJ – Jurisprudência do Tribunal de Justiça RBCC – Revista Brasileira de Ciências Criminais do Estado deSão Paulo RBDP – Revista Brasileira de Direito Penal RCNPCP – Revista do Conselho Nacional de Política Criminal ePenitenciária RCPDF – Revista do Conselho Penitenciário do Distrito Federal RDP – Revista de Direito Penal RDPC – Revista de Direito Penal e Criminologia RF – Revista Forense RJDTACrimSP – Revista de Jurisprudência e Doutrina do Tribunal deAlçada Criminal de São Paulo RJTACrimSP – Revista de Julgados do Tribunal de Alçada Criminal deSão Paulo RJTAMG – Revista de Julgados do Tribunal de Alçada de MinasGerais RJTJSP – Revista de Jurisprudência do Tribunal de Justiça de SãoPaulo RPCP – Revista de Política Criminal e Penitenciária RPGESP – Revista da Procuradoria-Geral do Estado de São Paulo RT – Revista dos Tribunais RTJ – Revista Trimestral de Jurisprudência RTJE – Revista Trimestral de Jurisprudência dos Estados Recursos, Ações e Requerimentos: Acrim – Apelação Criminal AE – Agravo em Execução Ag – Agravo AgI – Agravo de Instrumento AR – Agravo Regimental CTest – Carta Testemunhável Desaf. – Desaforamento ED – Embargos de Declaração EI – Exceção de Incompetência ES – Exceção de Suspeição HC – “Habeas Corpus” MS – Mandado de Segurança RA – Recurso Administrativo Rcrim – Recurso Criminal RE – Recurso Extraordinário RECrim – Recurso Extraordinário Criminal Rep. – Representação REsp – Recurso Especial RO – Recurso Oficial ROHC – Recurso Ordinário em “Habeas Corpus” ROMS – Recurso Ordinário em Mandado deSegurança RvCrim – Revisão Criminal SER – Recurso em Sentido Estrito Tribunais: TACrimMG – Tribunal de Alçada Criminal de Minas Gerais TACrimSP – Tribunal de Alçada Criminal de São Paulo TAMG – Tribunal de Alçada de Minas Gerais TAPR – Tribunal de Alçada do Paraná TARS – Tribunal de Alçada do Rio Grande do Sul TASC – Tribunal de Alçada de Santa Catarina TASP – Tribunal de Alçada de São Paulo TFR – Tribunal Federal de Recursos TJ – Tribunal de Justiça TJBA – Tribunal de Justiça da Bahia TJMG – Tribunal de Justiça de Minas Gerais TJMT – Tribunal de Justiça de Mato Grosso TJPA – Tribunal de Justiça da Paraíba TJPR – Tribunal de Justiça do Paraná TJRJ – Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro TJRS – Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul TJSC – Tribunal de Justiça de Santa Catarina TJSP – Tribunal de Justiça de São Paulo TP – Tribunal Pleno TRF – Tribunal Regional Federal Abreviaturas convencionais: Apn – Ação Penal CA – Conflito de Atribuições Câm.Crim. – Câmara Criminal c.c. – combinado com Ccomp – Conflito de Competência CJ – Conflito de Jurisdição Inq. – Inquérito m.v. – maioria de votos Pet. – Petição p.p. – por procuração QO – Questão de Ordem r. – respeitável s.m.j. – salvo melhor juízo v. – venerando Nota da Editora: o Acordo Ortográfico foi aplicado integralmente nesta obra. SUMÁRIO TÍTULO I DO INQUÉRITO POLICIAL Introdução 1. Inquérito policial – texto legal – arts. 4º a 23 e 39 do CPP 1.1. Situação fático-jurídica e requerimento de instauração de inquérito policial com representação 2. Medidas assecuratórias – texto legal – arts. 125 a 144 do CPP 2.1. Requerimento de sequestro de bens situação fático- jurídica 3. Prisão em flagrante – texto legal – arts. 301 a 310 do CPP 3.1. Situação fático-jurídica e requerimento de relaxamento de prisão em flagrante 4. Liberdade provisória, com ou sem fiança – texto legal – arts. 321 a 350 do CPP 4.1. Situação fático-jurídica e requerimento de liberdade provisória com ou sem fiança 4.2. Situação fático-jurídica e requerimento de liberdade provisória sem fiança 5. Reclamação – texto legal – Lei 8.038, de 28 de maio de 1990 5.1. Situação fático-jurídica e modelo de reclamação 6. “Habeas corpus” – texto legal – art. 5º, inciso LXVIII da CF e arts. 647 a 667 do CPP 6.1. Situação fático-jurídica e modelo de “habeas corpus” impetrado na fase inquisitorial contra a autoridade policial, endereçado ao 1.º grau 7. Mandado de segurança – texto legal – Lei nº 12.016, de 7 de agosto de 2009. 7.1. Situação fático-jurídica e modelo de mandado de segurança criminal, impetrado na fase inquisitorial, contra a autoridade policial, para o 1.º grau TÍTULO II DO PROCESSO PENAL Introdução 1. Queixa-crime – texto legal – art. 44 do CPP 1.1. Mandato 1.1.1. Situação fático-jurídica e modelo de procuração com poderes especiais para ação privada 1.2. Queixa-crime – texto legal – arts. 41 a 60 do CPP 1.2.1. Situação fático-jurídica e modelo de queixa-crime 2. Instrução criminal – texto legal – art. 55 da Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 3. Procedimentos e resposta do réu – texto legal – arts. 396, 396-A, 406 e 514 do CPP 3.1. Resposta à acusação por escrito – Observações 3.2. Situação fático-jurídica e defesa prévia da Lei de Drogas, Lei Federal 11.343/2006 4. Exceções – texto legal – arts. 95 a 111 do CPP 4.1. Situação fático-jurídica e requerimento de exceção de incompetência do juízo 5. Assistentes – texto legal – arts. 268 a 273 do CPP 5.1. Situação fático-jurídica e requerimento de habilitação como assistente de acusação 6. Justificação criminal – texto legal – art. 406, § 3º, do CPP 6.1. Situação fático-jurídica e requerimento de justificação criminal 7. Preparação do processo para julgamento em plenário do júri– texto legal – art. 422 do CPP 7.1. Situação fático-jurídica e requerimento ao juiz presidente do júri, para postular diligências, arrolar testemunhas e juntar documentos, para o dia do júri 8. Desaforamento – texto legal – arts. 427 e 428 do CPP 8.1. Situação fático-jurídica e requerimento de desaforamento 9. Memorial defensório – texto legal – art. 403, § 1º, § 2º, § 3º, do CPP 9.1. Situação fático-jurídica e modelo de memorial defensório 10. Restituição de coisas apreendidas – texto legal – arts. 118 a 124 do CPP 10.1. Situação fático-jurídica e requerimento de restituição das coisas apreendidas 11. Embargos de declaração – texto legal – art. 382 do CPP 11.1. Situação fático-jurídica e modelo de embargos de declaração da sentença de 1º grau TÍTULO III DOS RECURSOS Introdução 1. Recurso em sentido estrito – texto legal – arts. 581 a 592 do CPP 1.1. Situação fático-jurídica e modelo de recurso em sentido estrito 1.2. Situação fático-jurídica e modelo de contrarrazões de recurso em sentido estrito 2. Apelação – texto legal – arts. 416, 593 a 603 do CPP e art. 82 da Lei 9.099, de 26 de setembro de 1995 2.1. Situação fático-jurídica e modelo de apelação 2.2. Situação fático-jurídica e modelo de apelação com preliminar 2.3. Situação fático-jurídica e modelo de apelação contra a decisão do júri 2.4. Situação fático-jurídica e modelo de contrarrazões de apelação 3. Embargos infringentes e de nulidade – texto legal – art. 609 do CPP. 3.1. Situação fático-jurídica e modelo de embargos infringentes 3.2. Situação fático-jurídica e embargos de nulidade 4. Embargos de declaração – texto legal – arts. 619 a 620 do CPP e art. 83 da Lei 9.099, de 26 de setembro de 1995 4.1. Situação fático-jurídica e modelo de embargos de declaração 5. Carta testemunhável – texto legal – arts. 639 a 646 do CPP 5.1. Situação fático-jurídica e modelo de carta testemunhável 6. Recurso ordinário – texto legal – art.105, II, da CF e arts. 30 a 35 da Lei 8.038, de 28 de maio de 1990 6.1. Situação fático-jurídica e modelo de recurso ordinário constitucional 7. Recurso especial – texto legal – art. 105, III, da CF e arts. 26 a 27 da Lei 8.038 de 28 de maio de 1990 7.1. Situação fático-jurídica e modelo de recurso especial 8. Recurso extraordinário – texto legal – art.102, III, da CF e arts. 26 e 27 da Lei 8.038 de 28 de maio de 1990 8.1. Situaçâo fático-jurídica e modelo de recurso extraordinário 9. Agravo criminal – texto legal – Lei nº 12.322, de 9 de setembro de 2010 9.1. Situação fático-jurídica e modelo de agravo criminal 10. Agravo regimental – texto legal – Regimentos Internos dos Tribunais 10.1. Situação fático-jurídica e modelo de agravo regimental 11. Correição parcial – texto legal – arts. 93 a 96 do Decreto- lei complementar nº 3, de 27 de agosto de 1969 11.1. Situação fático-jurídica e modelo de correição parcial TÍTULO IV DA EXECUÇÃO DE PENA Introdução 1. Competência do juízo da execução – texto legal – arts. 65, 66 e 197 da Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984 1.1. Situação fático-jurídica e requerimento de unificação de penas ao juiz da vara das execuções criminais 1.2. Situação fático-jurídica e requerimento de livramento condicional 1.3. Situação fático-jurídica e modelo de agravo em execução 1.4. Situação fático-jurídica e contrarrazões de agravo em execução 2. Reabilitação – texto legal – arts. 93 a 95 do CPP 2.1. Situação fático-jurídica e requerimento de reabilitação TÍTULO V DAS AÇÕES MANDAMENTAIS Introdução 1. Revisão criminal – texto legal – arts. 621 a 631 do CPP 1.1. Situação fático-jurídica e modelo de revisão criminal 2. “Habeas corpus” – texto legal – art. 5º, inciso LXVIII, da CF e arts. 647 a 667 do CPP 2.1. Situação fático-jurídica e modelo de “habeas corpus” 2.2. Situação fático-jurídica e “habeas corpus” com liminar 3. Mandado de segurança – texto legal – Lei nº 12.016, de 7 de agosto de 2009 3.1. Situação fático-jurídica e mandado de segurança para o 2º grau TÍTULO VI DICAS IMPORTANTES DAS PRINCIPAIS PEÇAS DO EXAME DE ORDEM E QUESTÕES PRÁTICAS Introdução 1. Apelação 2. Contrarrazões de apelação 3. Recurso em sentido estrito 4. Contrarrazões de recurso em sentido estrito 5. Agravo em execução 6. Requerimento ao juiz da vara das execuções criminais 7. Embargos infringentes e de nulidade 8. Memorial defensório 9. Revisão criminal 10. Resposta escrita à acusação 11. Queixa-crime 12. Requerimento de liberdade provisória com ou sem fiança 13. Requerimento de relaxamento de prisão em flagrante 14. Requerimento de instauração de inquérito policial com representação 15. Carta testemunhável 16. Recurso ordinário constitucional 17. Recurso especial 18. Recurso extraordinário 19. Embargos de declaração e requerimento de declaração de sentença também conhecido como embargos de declaração 20. Reclamação 21. Mandado de segurança criminal 22. “Habeas corpus” 22.1. “Habeas corpus” para o 1º grau TÍTULO VII MODELOS DE CABEÇALHOS 1. Modelos de cabeçalhos de “habeas corpus” 2. Modelos de cabeçalhos de apelação TÍTULO VIII QUESTÕES PRÁTICAS Questões práticas Gabarito das questões práticas SOBRE A AUTORA TÍTULO I DO INQUÉRITO POLICIAL INTRODUÇÃO O inquérito policial está previsto nos artigos 4º “usque” 23 do Código de Processo Penal. Muito se fala que a atuação do advogado na fase inquisitorial se resume a um mero acompanhamento do feito, que é presidido pela autoridade policial, o Doutor Delegado de Polícia, que representa a polícia judiciária. Isto não é verdade. Assim, suscitaremos aqui alguns dos mais importantes requerimentos e ações que o causídico poderá elaborar tanto em favor do acusado, quanto em relação aos interesses da vítima, atuando como advogado da mesma, sendo que nesta fase investigatória não existe a figura do assistente de acusação, que só poderá se habilitar após o recebimento da denúncia, ou seja, na fase processual. 1. INQUÉRITO POLICIAL CÓDIGO DE PROCESSO PENAL TÍTULO II DO INQUÉRITO POLICIAL Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de suas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e da sua autoria. Parágrafo único. A competência definida neste artigo não excluirá a de autoridades administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma função. Art. 5º Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado: I – de ofício; II – mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo. § 1º O requerimento a que se refere o no II conterá sempre que possível: a) a narração do fato, com todas as circunstâncias; b) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões de convicção ou de presunção de ser ele o autor da infração, ou os motivos de impossibilidade de o fazer; c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e residência. § 2º Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para o chefe de Polícia. § 3º Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal em que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e esta, verificada a procedência das informações, mandará instaurar inquérito. § 4º O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá sem ela ser iniciado. § 5º Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá- la. Art. 6. Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá: I – dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais; II – apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais; III – colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias; IV – ouvir o ofendido; V – ouviro indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por 2 (duas) testemunhas que lhe tenham ouvido a leitura; VI – proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações; VII – determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias; VIII – ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes; IX – averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter. Art. 7. Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública. Art. 8. Havendo prisão em flagrante, será observado o disposto no Capítulo II do Título IX deste Livro. Art. 9. Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade. Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 (dez) dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 (trinta) dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela. § 1º A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará autos ao juiz competente. § 2º No relatório poderá a autoridade indicar testemunhas que não tiverem sido inquiridas, mencionando o lugar onde possam ser encontradas. § 3º Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a autoridade poderá requerer ao juiz a devolução dos autos, para ulteriores diligências, que serão realizadas no prazo marcado pelo juiz. Art. 11. Os instrumentos do crime, bem como os objetos que interessarem à prova, acompanharão os autos do inquérito. Art. 12. O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que servir de base a uma ou outra. Art. 13. Incumbirá ainda à autoridade policial: I – fornecer às autoridades judiciárias as informações necessárias à instrução e julgamento os processos; II – realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo Ministério Público; III – cumprir os mandados de prisão expedidos pelas autoridades judiciárias; IV – representar acerca da prisão preventiva. Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade. Art. 15. Se o indiciado for menor, ser-lhe-á nomeado curador pela autoridade policial. Art. 16. O Ministério Público não poderá requerer a devolução do inquérito à autoridade policial, senão para novas diligências, imprescindíveis ao oferecimento da denúncia. Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito. Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia. Art. 19. Nos crimes em que não couber ação pública, os autos do inquérito serão remetidos ao juízo competente, onde aguardarão a iniciativa do ofendido ou de seu representante legal, ou serão entregues ao requerente, se o pedir, mediante traslado. Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade. Parágrafo único. Nos atestados de antecedentes que lhe forem solicitados, a autoridade policial não poderá mencionar quaisquer anotações referentes a instauração de inquérito contra os requerentes, salvo no caso de existir condenação anterior. Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado dependerá sempre de despacho nos autos e somente será permitida quando o interesse da sociedade ou a conveniência da investigação o exigir. Parágrafo único. A incomunicabilidade, que não excederá de 3 (três) dias, será decretada por despacho fundamentado do juiz, a requerimento da autoridade policial, ou do órgão do Ministério Público, respeitado, em qualquer hipótese, o disposto no art. 89, III, do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil (Lei nº 4.215, de 27 de abril de 1963). Art. 22. No Distrito Federal e nas comarcas em que houver mais de uma circunscrição policial, a autoridade com exercício em uma delas poderá, nos inquéritos a que esteja procedendo, ordenar diligências em circunscrição de outra, independentemente de precatórias ou requisições, e bem assim providenciará, até que compareça a autoridade competente, sobre qualquer fato que ocorra em sua presença, noutra circunscrição. Art. 23. Ao fazer a remessa dos autos do inquérito ao juiz competente, a autoridade policial oficiará ao Instituto de Identificação e Estatística, ou repartição congênere, mencionando o juízo a que tiverem sido distribuídos, e os dados relativos à infração penal e à pessoa do indiciado. (...) Representação. Art. 39. O direito de representação poderá ser exercido, pessoalmente ou por procurador com poderes especiais, mediante declaração, escrita ou oral, feita ao juiz, ao órgão do Ministério Público, ou à autoridade policial. § 1º A representação feita oralmente ou por escrito, sem assinatura devidamente autenticada do ofendido, de seu representante legal ou procurador, será reduzida a termo, perante o juiz ou autoridade policial, presente o órgão do Ministério Público, quando a este houver sido dirigida. § 2º A representação conterá todas as informações que possam servir à apuração do fato e da autoria. § 3º Oferecida ou reduzida a termo a representação, a autoridade policial procederá a inquérito, ou, não sendo competente, remetê-lo-á à autoridade que o for. § 4º A representação, quando feita ao juiz ou perante este reduzida a termo, será remetida à autoridade policial para que esta proceda a inquérito. § 5º O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, se com a representação forem oferecidos elementos que o habilitem a promover a ação penal, e, neste caso, oferecerá a denúncia no prazo de quinze dias. 1.1. SITUAÇÃO FÁTICO-JURÍDICA E REQUERIMENTO DE INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO POLICIAL COM REPRESENTAÇÃO “A” é sobrinho de “B” e morava na mesma casa com seu tio há dois anos. Num certo domingo, “A”, enquanto seu tio estava dormindo após o almoço, retirou da mesa do escritório de “B” um relógio de marca “xxx”, o qual foi vendido a um amigo de “A”. O tio soube do fato, e, agora, procura um advogado para tomar as providências cabíveis, visto que “A” cometeu crime de furto qualificado, artigo 155, § 4º, inciso nº II, do Código Penal. Como advogado de “B”, elaborar o requerimento de instauração de inquérito policial com representação cabível na espécie. Ilustríssimo Senhor Doutor Delegado de Polícia Titular do ..... Distrito Policial da ....................................................................................................... Pular 8 (oito) linhas. “B”, (qualificar o requerente colocando sua nacionalidade, estado civil, RG nº, CPF nº, e endereço), por seu advogado, ao final firmado, instrumento de procuração anexo (doc.1), vem, muito respeitosamente, perante Vossa Senhoria para requerer a instauração de INQUÉRITO POLICIAL e ao mesmo tempo, REPRESENTAR contra seu sobrinho “A”, (qualificar o requerido colocando sua nacionalidade, estado civil, RG nº, CPF nº, e endereço), com base nos artigos 5º, § 4º e 39, “caput”, e parágrafos, do Código de Processo Penal, tudo pelos motivos que passa a expor: Pular 2 (duas) linhas. 1. O presente requerimento, “data venia”, deve ser deferido, ilustre Dr. Delegado de Polícia Titular, visto que todos os elementos para a instauração do inquérito policial contra “A” estão presentes, inclusive representação da vítima “B”, que desejaa abertura do presente inquérito. Pular 1 (uma) linha. 2. Como se vê, ilustre Dr. Delegado de Polícia, dos documentos anexados ao presente requerimento (doc.2), “A” é sobrinho do peticionário “B”, e há dois anos morava na casa de seu tio, sendo certo que num domingo quando seu tio estava dormindo, aproveitou para furtar da mesa do escritório de “B”, um relógio da marca “xxx”, o qual vendeu a um amigo. O requerente soube do fato e agora está representando para que possa ser instaurado inquérito policial. Pular 1 (uma) linha. 3. Realmente, digno Dr. Delegado de Polícia Titular, o artigo 182, inciso nº III, do Código Penal, diz que: Pular 1 (uma) linha. “Somente se procede mediante representação, se o crime previsto neste título é cometido em prejuízo: III – de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita”. (grifos nossos). Pular 1 (uma) linha. E ficou comprovado pelas testemunhas indicadas ao final, que o representado, residente com o tio, há muito tempo, teve responsabilidade penal no furto. Inclusive, a agravante de abuso de confiança está presente, pois o tio ora requerente confiava totalmente em seu sobrinho. E mais: a nossa jurisprudência tem entendido que: Pular 1 (uma) linha. “Se tio e sobrinho coabitavam, é indispensável a representação” (TJSP, RT 517/296). Observação: atualmente é proibida a utilização de jurisprudência e doutrina, na 2ª fase do Exame de Ordem da OAB. Porém, é válida a consignação para efeito da vida prática, pois tanto a jurisprudência como a doutrina são muito utilizadas no dia a dia do causídico. Pular 1 (uma) linha. De fato, nobre Dr. Delegado de Polícia, é exatamente o que ocorre no presente caso. Pular 1 (uma) linha. 4. “Ex positis”, requer-se a instauração do presente inquérito policial, que contém a representação da vítima, em relação ao acusado “A”, já qualificado na presente petição, para a apuração do crime de furto qualificado, artigo 155, § 4º, inciso nº II, do Código Penal, sendo o requerido intimado e indiciado no presente inquérito, arrolando-se as testemunhas abaixo delineadas, fazendo-se, assim, a necessária Pular 1 (uma) linha. JUSTIÇA!!! Pular 1 (uma) linha. Nestes Termos, Pede Deferimento. Pular 1 (uma) linha. Local e data. Pular 4 (quatro) linhas. p.p. __________________ Advogado OAB/..... nº............ Pular 2 (duas) linhas. ROL DE TESTEMUNHAS: Pular 1 (uma) linha. 1 – qualificar a testemunha colocando nome, RG nº e endereço completo; 2 – qualificar a testemunha colocando nome, RG nº e endereço completo e 3 – qualificar a testemunha colocando nome, RG nº e endereço completo. OBSERVAÇÃO: a) no item nº 2 da petição deve ser narrado o fato, chamando “A” de acusado ou requerido e a vítima de requerente, peticionário ou postulante. b) nas palavras “Nestes Termos e Pede Deferimento”, as primeiras letras são colocadas em maiúsculas em nossa petição por tradição. c) a abreviatura “p.p.” na linha da assinatura quer dizer por procuração. 2. MEDIDAS ASSECURATÓRIAS CÓDIGO DE PROCESSO PENAL CAPÍTULO VI DAS MEDIDAS ASSECURATÓRIAS Art. 125. Caberá o sequestro dos bens imóveis, adquiridos pelo indiciado com os proventos da infração, ainda que já tenham sido transferidos a terceiro. Art. 126. Para a decretação do sequestro, bastará a existência de indícios veementes da proveniência ilícita dos bens. Art. 127. O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou do ofendido, ou mediante representação da autoridade policial, poderá ordenar o sequestro, em qualquer fase do processo ou ainda antes de oferecida a denúncia ou queixa. Art. 128. Realizado o sequestro, o juiz ordenará a sua inscrição no Registro de Imóveis. Art. 129. O sequestro autuar-se-á em apartado e admitirá embargos de terceiro. Art. 130. O sequestro poderá ainda ser embargado: I – pelo acusado, sob o fundamento de não terem os bens sido adquiridos com os proventos da infração; II – pelo terceiro, a quem houverem os bens sido transferidos a título oneroso, sob o fundamento de tê-los adquirido de boa-fé. Parágrafo único. Não poderá ser pronunciada decisão nesses embargos antes de passar em julgado a sentença condenatória. Art. 131. O sequestro será levantado: I – se a ação penal não for intentada no prazo de 60 (sessenta) dias, contado da data em que ficar concluída a diligência; II – se o terceiro, a quem tiverem sido transferidos os bens, prestar caução que assegure a aplicação do disposto no art. 74, II, b, segunda parte, do Código Penal; III – se for julgada extinta a punibilidade ou absolvido o réu, por sentença transitada em julgado. Art. 132. Proceder-se-á ao sequestro dos bens móveis se, verificadas as condições previstas no art. 126, não for cabível a medida regulada no Capítulo Xl do Título Vll deste Livro. Art. 133. Transitada em julgado a sentença condenatória, o juiz, de ofício ou a requerimento do interessado, determinará a avaliação e a venda dos bens em leilão público. Parágrafo único. Do dinheiro apurado, será recolhido ao Tesouro Nacional o que não couber ao lesado ou a terceiro de boa-fé. Art. 134. A hipoteca legal sobre os imóveis do indiciado poderá ser requerida pelo ofendido em qualquer fase do processo, desde que haja certeza da infração e indícios suficientes da autoria. Art. 135. Pedida a especialização mediante requerimento, em que a parte estimará o valor da responsabilidade civil, e designará e estimará o imóvel ou imóveis que terão de ficar especialmente hipotecados, o juiz mandará logo proceder ao arbitramento do valor da responsabilidade e à avaliação do imóvel ou imóveis. § 1º A petição será instruída com as provas ou indicação das provas em que se fundar a estimação da responsabilidade, com a relação dos imóveis que o responsável possuir, se outros tiver, além dos indicados no requerimento, e com os documentos comprobatórios do domínio. § 2º O arbitramento do valor da responsabilidade e a avaliação dos imóveis designados far-se-ão por perito nomeado pelo juiz, onde não houver avaliador judicial, sendo-lhe facultada a consulta dos autos do processo respectivo. § 3º O juiz, ouvidas as partes no prazo de 2 (dois) dias, que correrá em cartório, poderá corrigir o arbitramento do valor da responsabilidade, se lhe parecer excessivo ou deficiente. § 4º O juiz autorizará somente a inscrição da hipoteca do imóvel ou imóveis necessários à garantia da responsabilidade. § 5º O valor da responsabilidade será liquidado definitivamente após a condenação, podendo ser requerido novo arbitramento se qualquer das partes não se conformar com o arbitramento anterior à sentença condenatória. § 6º Se o réu oferecer caução suficiente, em dinheiro ou em títulos de dívida pública, pelo valor de sua cotação em Bolsa, o juiz poderá deixar de mandar proceder à inscrição da hipoteca legal. Art. 136. O arresto do imóvel poderá ser decretado de início, revogando-se, porém, se no prazo de 15 (quinze) dias não for promovido o processo de inscrição da hipoteca legal. Art. 137. Se o responsável não possuir bens imóveis ou os possuir de valor insuficiente, poderão ser arrestados bens móveis suscetíveis de penhora, nos termos em que é facultada a hipoteca legal dos imóveis. § 1º Se esses bens forem coisas fungíveis e facilmente deterioráveis, proceder-se-á na forma do § 5º do art. 120. § 2º Das rendas dos bens móveis poderão ser fornecidos recursos arbitrados pelo juiz, para a manutenção do indiciado e de sua família. Art. 138. O processo de especialização da hipoteca e do arresto correrão em auto apartado. Art. 139. O depósito e a administração dos bens arrestados ficarão sujeitos ao regime do processo civil. Art. 140. As garantias do ressarcimento do dano alcançarão também as despesas processuais e as penas pecuniárias, tendo preferência sobre estas a reparação do dano ao ofendido. Art. 141. O arresto será levantado ou cancelada a hipoteca, se, por sentença irrecorrível, o réu for absolvido ou julgada extinta a punibilidade. Art. 142. Caberá ao Ministério Público promover as medidas estabelecidas nos arts. 134 e 137, se houver interesse da FazendaPública, ou se o ofendido for pobre e o requerer. Art. 143. Passando em julgado a sentença condenatória, serão os autos de hipoteca ou arresto remetidos ao juiz do cível (art. 63). Art. 144. Os interessados ou, nos casos do art. 142, o Ministério Público poderão requerer no juízo cível, contra o responsável civil, as medidas previstas nos arts. 134, 136 e 137. 2.1 REQUERIMENTO DE SEQUESTRO DE BENS SITUAÇÃO FÁTICO-JURÍDICA: “A” foi vítima de um roubo em sua empresa, sendo retirado do interior do cofre da firma a importância de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais). Consta dos autos do inquérito policial, que “B”, apontado como autor do delito, adquiriu um imóvel estimado no valor já frisado alguns dias após o assalto, ou seja, o roubo ocorreu no dia 13 de agosto do corrente ano e o imóvel foi adquirido no dia 18 do mesmo mês pelo acusado, conforme contrato de compra e venda registrado no cartório competente. O inquérito policial continua tramitando. Como advogado da vítima “A”, requerer o sequestro do bem imóvel adquirido pelo acusado, objetivando resguardar o direito de ressarcimento do prejuízo da vítima. Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da..... Vara Criminal da Comarca de ..................................................................................................... Pular 8 (oito) linhas. “A”, (qualificar o requerente, colocando sua nacionalidade, estado civil, profissão, RG nº, CPF nº, e endereço), vítima nos autos de inquérito policial nº......................, que tramita no ...........Distrito Policial da......................, por seu advogado, ao final firmado, instrumento de procuração anexo (doc.01), vem, muito respeitosamente, perante Vossa Excelência, para requerer, com fulcro nos artigos 125 “usque” 129 do Código de Processo Penal, o SEQUESTRO DE BEM IMÓVEL, localizado (colocar o endereço do referido imóvel), pertencente a “B” (qualificar o acusado nos moldes do requerente), que figura como acusado nos autos do inquérito policial supra mencionado, tudo pelos motivos que passa a expor: Pular 2 (duas) linhas. 1 – O presente requerimento de sequestro de bem imóvel, “data venia”, deve ser deferido, ilustre Juiz, visto que está comprovado nos autos referidos que o imóvel em questão foi adquirido com o produto do roubo efetuado na Empresa do requerente. Pular 1 (uma) linha. 2 – Como se vê da prova já colhida na fase inquisitorial, o peticionário foi vítima de um roubo em sua empresa, sendo certo que foram retirados do interior do cofre da firma a importância de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais). Também ficou comprovado nos autos referidos que o requerido adquiriu um imóvel, estimado no valor já frisado, alguns dias após o assalto, ou seja, o roubo ocorreu em 13 de agosto do corrente ano e o imóvel foi adquirido no dia 18 do mesmo mês, como se vê do contrato de compra e venda, registrado no cartório competente e certidões pertinentes, conforme consta de fls......... dos autos de inquérito policial. Pular 1 (uma) linha. 3 – Realmente, nobre Magistrado, no presente caso é de se aplicar o artigo 126, do Código de Processo Penal, que diz: Pular 1 (uma) linha. “Para a decretação do sequestro, bastará a existência de indícios veementes da proveniência ilícita dos bens”. (grifos nossos). Pular 1 (uma) linha. Mais do que indícios veementes, no caso “sub judice”, temos provas concretas colhidas pela autoridade policial que o imóvel foi adquirido pelo acusado com o dinheiro roubado da empresa do peticionário. O Egrégio Tribunal de Justiça Paulista já tem decidido que: Pular 1 (uma) linha. “O sequestro de bens só será admissível em relação aos bens adquiridos com os proventos da infração e quando haja indícios veementes da proveniência ilícita dos mesmos”. (TJSP, RT, 652/269). Pular 1 (uma) linha. “Data maxima venia”, ilustre Juiz de Direito, é exatamente o que ocorre no presente caso. O ilustre professor Dr. Edílson Mougenot Bonfim, representante do “Parquet” Paulista, em seu livro Curso de Processo Penal, 2ª edição, editora saraiva, página 273, ensina que: Pular 1 (uma) linha: “Chamam-se medidas assecuratórias as providências levadas a efeito no juízo penal que buscam resguardar provável direito da vítima ao ressarcimento do prejuízo causado pela infração penal”. (grifos nossos). Observação: atualmente é proibida a utilização de jurisprudência e doutrina, na 2ª fase do Exame de Ordem da OAB. Porém, é válida a consignação para efeito da vida prática, onde tanto a jurisprudência bem como a doutrina são muito utilizadas no dia a dia do causídico. Pular 1 (uma) linha. Como se vê, ilustre e culto Magistrado, no caso em tela, o deferimento da presente postulação vai resguardar o direito ao ressarcimento do prejuízo, e desta forma fica resguardada o bem em questão para futura indenização por parte do acusado ao requerente. Pular 1 (uma) linha. 4 – “Ex positis”, requer-se seja deferida a presente postulação, decretando-se o sequestro do imóvel já frisado, aplicando-se ao presente caso as normas do artigo 128, do Código de Processo Penal, ordenando-se a inscrição no registro de imóveis competente, fazendo-se, assim, a necessária Pular 1(uma) linha. JUSTIÇA!!! Pular 1 (uma) linha. Nestes Termos, Pede Deferimento. Pular 1 (uma) linha. Local e data. Pular 4 (quatro) linhas. p.p.___________________________ Advogado OAB /... nº.............. 3. PRISÃO EM FLAGRANTE CÓDIGO DE PROCESSO PENAL CAPÍTULO II DA PRISÃO EM FLAGRANTE Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito. Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem: I – está cometendo a infração penal; II – acaba de cometê-la; III – é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração; IV – é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração. Art. 303. Nas infrações permanentes, entende-se o agente em flagrante delito enquanto não cessar a permanência. Art. 304. Apresentado o preso à autoridade competente, ouvirá esta o condutor e colherá, desde logo, sua assinatura, entregando a este cópia do termo e recibo de entrega do preso. Em seguida, procederá à oitiva das testemunhas que o acompanharem e ao interrogatório do acusado sobre a imputação que lhe é feita, colhendo, após cada oitiva suas respectivas assinaturas, lavrando, a autoridade, afinal, o auto. (Redação dada pela Lei nº 11.113, de 2005) § 1º Resultando das respostas fundada a suspeita contra o conduzido, a autoridade mandará recolhê-lo à prisão, exceto no caso de livrar-se solto ou de prestar fiança, e prosseguirá nos atos do inquérito ou processo, se para isso for competente; se não o for, enviará os autos à autoridade que o seja. § 2º A falta de testemunhas da infração não impedirá o auto de prisão em flagrante; mas, nesse caso, com o condutor, deverão assiná-lo pelo menos duas pessoas que hajam testemunhado a apresentação do preso à autoridade. § 3º Quando o acusado se recusar a assinar, não souber ou não puder fazê- lo, o auto de prisão em flagrante será assinado por duas testemunhas, que tenham ouvido sua leitura na presença deste. (Redação dada pela Lei nº 11.113, de 2005) Art. 305. Na falta ou no impedimento do escrivão, qualquer pessoa designada pela autoridade lavrará o auto, depois de prestado o compromisso legal. Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente, ao Ministério Público e à família do preso ou à pessoa por ele indicada. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011) § 1º Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, será encaminhado ao juiz competente o auto de prisão em flagrante e, caso o autuado não informe o nome de seu advogado, cópia integral para a Defensoria Pública. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011) § 2º No mesmo prazo, será entregue ao preso, mediante recibo, a nota deculpa, assinada pela autoridade, com o motivo da prisão, o nome do condutor e os das testemunhas. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011) Art. 307. Quando o fato for praticado em presença da autoridade, ou contra esta, no exercício de suas funções, constarão do auto a narração deste fato, a voz de prisão, as declarações que fizer o preso e os depoimentos das testemunhas, sendo tudo assinado pela autoridade, pelo preso e pelas testemunhas e remetido imediatamente ao juiz a quem couber tomar conhecimento do fato delituoso, se não o for a autoridade que houver presidido o auto. Art. 308. Não havendo autoridade no lugar em que se tiver efetuado a prisão, o preso será logo apresentado à do lugar mais próximo. Art. 309. Se o réu se livrar solto, deverá ser posto em liberdade, depois de lavrado o auto de prisão em flagrante. Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá fundamentadamente: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011) I – relaxar a prisão ilegal; ou (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011) II – converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos constantes do art. 312 deste Código, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão; ou (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011) III – conceder liberdade provisória, com ou sem fiança. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011) Parágrafo único. Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou o fato nas condições constantes dos incisos I a III do caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade provisória, mediante termo de comparecimento a todos os atos processuais, sob pena de revogação. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011) 3.1 SITUAÇÃO FÁTICO-JURÍDICA E REQUERIMENTO DE RELAXAMENTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE “A”, casado, foi preso em flagrante pelo crime de roubo, artigo 157, “caput”, do Código Penal, levado para o 1º Distrito Policial da Capital, foi apresentado ao Delegado de Polícia Titular, que ouviu o policial militar que conduziu “A” até a delegacia, logo após, interrogou o acusado, que apesar do flagrante, negava o delito. Como as testemunhas estavam em outro veículo, chegaram após o interrogatório de “A” e foram ouvidas, lavrando-se o auto de prisão em flagrante, que por todos foi assinado, o acusado continua preso, pois a prisão ocorreu hoje. Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ....... Vara Criminal da Comarca de .................................................................................................... Pular 8 (oito) linhas. “A”, (qualificar o requerente colocando a sua nacionalidade, estado civil, RG nº, CPF nº e endereço), por seu advogado, ao final firmado, instrumento de procuração anexo (doc.1), vem, muito respeitosamente, perante Vossa Excelência, nos autos da cópia de prisão em flagrante lavrada contra o requerente, postular, a seu favor, o RELAXAMENTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE, com fulcro no artigo 5º, inciso nº LXV, da Constituição Federal, tudo pelos motivos que passa a expor: Pular 2 (duas) linhas. 1. O presente requerimento de relaxamento de prisão em flagrante, ilustre Juiz, “data venia”, deve ser deferido em favor do peticionário “A”, por evidente nulidade ocorrida no auto de prisão em flagrante. Pular 1 (uma) linha. 2. Como se vê do auto de prisão em flagrante, nobre Juiz, o requerente foi preso pelo crime de roubo, artigo 157, “caput”, do Código Penal, levado ao 1º Distrito Policial, foi apresentado ao Delegado de Polícia Titular, que ouviu o policial militar que conduziu o acusado até a Delegacia, sendo que após o interrogatório do acusado passou à oitiva das testemunhas, visto que as mesmas estavam em outro veículo e chegaram após o interrogatório do requerente. Note-se, ilustre Magistrado, que o acusado nega com veemência a imputação que lhe pesa. Pular 1 (uma) linha. 3. Como se vê dos autos referidos, cópia do flagrante, percebe-se claramente que o auto de prisão em flagrante foi lavrado indevidamente, desrespeitando o artigo 304, “caput”, do Código de Processo Penal, que reza: Pular 1 (uma) linha. “Apresentando o preso à autoridade competente, ouvirá esta o condutor e colherá, desde logo sua assinatura, entregando a este cópia do termo e recibo de entrega do preso. Em seguida, procederá à oitiva das testemunhas que o acompanharem e ao interrogatório do acusado sobre a imputação que lhe é feita, colhendo, após cada oitiva suas respectivas assinaturas, lavrando, a autoridade, afinal, o auto” (grifos nossos). Pular 1 (uma) linha. Realmente, nobre Magistrado, ocorreu a inversão da ordem da oitiva dos envolvidos no auto de flagrante, causando enorme erro procedimental, pois as testemunhas foram ouvidas por último, ferindo o dogma legal. A nossa jurisprudência, sobre este tema, já têm decidido que: Pular 1 (uma) linha. “A inversão da ordem causa nulidade ao auto de prisão em flagrante” (RT,489/380). (grifos nossos). Observação: atualmente é proibida a utilização de jurisprudência e doutrina, na 2ª fase do Exame de Ordem da OAB. Porém, é válida a consignação para efeito da vida prática, onde tanto a jurisprudência bem como a doutrina são muito utilizadas no dia a dia do causídico. Pular 1 (uma) linha. “Data venia”, nobre Juiz, foi exatamente o que ocorreu no caso “sub judice”, pois determina o dogma procedimental do artigo 304, “caput”, do Código de Processo Penal, que o acusado seja ouvido em último lugar. A nulidade ficou clara, e estreme de dúvidas, pois a lei foi desrespeitada. Pular 1 (uma) linha. 4. A Constituição Federal, em seu artigo 5º, inciso nº LXV, é clara ao dispor que: Pular 1 (uma) linha. “LXV – a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;”. Pular 1 (uma) linha. “Data maxima venia”, ilustre Juiz, com o auto de prisão em flagrante nulo, o relaxamento da prisão em flagrante se impõe, devendo o acusado responder ao inquérito policial em liberdade, pois com a nulidade ocorrida, a prisão se tornou ilegal. Pular 1 (uma) linha. 5. “Ex positis”, requer-se o deferimento do presente requerimento de relaxamento de prisão em flagrante, em favor do acusado “A”, já qualificado nos autos, com fulcro no artigo 5º, inciso nº LXV, da Constituição Federal e artigo 310, inciso nº I, do Código de Processo Penal, dando-se vista ao digno Dr. Promotor de Justiça, expedindo-se o competente alvará de soltura clausulado, fazendo- se, assim, a necessária Pular 1 (uma) linha. JUSTIÇA!!! Pular 1 (uma) linha. Nestes Termos, Pede Deferimento. Pular 1 (uma) linha. Local e data. Pular 4 (quatro) linhas. p.p. __________________ Advogado OAB/..... nº........... 4. LIBERDADE PROVISÓRIA, COM OU SEM FIANÇA CÓDIGO DE PROCESSO PENAL CAPÍTULO VI DA LIBERDADE PROVISÓRIA, COM OU SEM FIANÇA Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva, o juiz deverá conceder liberdade provisória, impondo, se for o caso, as medidas cautelares previstas no art. 319 deste Código e observados os critérios constantes do art. 282 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011) Art. 322. A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de infração cuja pena privativa de liberdade máxima não seja superior a 4 (quatro) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011) Parágrafo único. Nos demais casos, a fiança será requerida ao juiz, que decidirá em 48 (quarenta e oito) horas. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011) Art. 323. Não será concedida fiança: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011) I – nos crimes de racismo; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011) II – nos crimes de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, terrorismo e nos definidos como crimes hediondos; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011) III – nos crimes cometidos por grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011) Art. 324. Não será, igualmente,concedida fiança: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011) I – aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado fiança anteriormente concedida ou infringido, sem motivo justo, qualquer das obrigações a que se referem os arts. 327 e 328 deste Código; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011) II – em caso de prisão civil ou militar; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011) (...) IV – quando presentes os motivos que autorizam a decretação da prisão preventiva (art. 312). (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011) Art. 325. O valor da fiança será fixado pela autoridade que a conceder nos seguintes limites: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011) a) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011) b) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011) c) (revogada). (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011) I – de 1 (um) a 100 (cem) salários-mínimos, quando se tratar de infração cuja pena privativa de liberdade, no grau máximo, não for superior a 4 (quatro) anos; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011) II – de 10 (dez) a 200 (duzentos) salários-mínimos, quando o máximo da pena privativa de liberdade cominada for superior a 4 (quatro) anos. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011) § 1º Se assim recomendar a situação econômica do preso, a fiança poderá ser: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011) I – dispensada, na forma do art. 350 deste Código; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011) II – reduzida até o máximo de 2/3 (dois terços); ou (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011) III – aumentada em até 1.000 (mil) vezes. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011) Art. 326. Para determinar o valor da fiança, a autoridade terá em consideração a natureza da infração, as condições pessoais de fortuna e vida pregressa do acusado, as circunstâncias indicativas de sua periculosidade, bem como a importância provável das custas do processo, até final julgamento. Art. 327. A fiança tomada por termo obrigará o afiançado a comparecer perante a autoridade, todas as vezes que for intimado para atos do inquérito e da instrução criminal e para o julgamento. Quando o réu não comparecer, a fiança será havida como quebrada. Art. 328. O réu afiançado não poderá, sob pena de quebramento da fiança, mudar de residência, sem prévia permissão da autoridade processante, ou ausentar-se por mais de 8 (oito) dias de sua residência, sem comunicar àquela autoridade o lugar onde será encontrado. Art. 329. Nos juízos criminais e delegacias de polícia, haverá um livro especial, com termos de abertura e de encerramento, numerado e rubricado em todas as suas folhas pela autoridade, destinado especialmente aos termos de fiança. O termo será lavrado pelo escrivão e assinado pela autoridade e por quem prestar a fiança, e dele extrair-se-á certidão para juntar-se aos autos. Parágrafo único. O réu e quem prestar a fiança serão pelo escrivão notificados das obrigações e da sanção previstas nos arts. 327 e 328, o que constará dos autos. Art. 330. A fiança, que será sempre definitiva, consistirá em depósito de dinheiro, pedras, objetos ou metais preciosos, títulos da dívida pública, federal, estadual ou municipal, ou em hipoteca inscrita em primeiro lugar. § 1º A avaliação de imóvel, ou de pedras, objetos ou metais preciosos será feita imediatamente por perito nomeado pela autoridade. § 2º Quando a fiança consistir em caução de títulos da dívida pública, o valor será determinado pela sua cotação em Bolsa, e, sendo nominativos, exigir-se-á prova de que se acham livres de ônus. Art. 331. O valor em que consistir a fiança será recolhido à repartição arrecadadora federal ou estadual, ou entregue ao depositário público, juntando-se aos autos os respectivos conhecimentos. Parágrafo único. Nos lugares em que o depósito não se puder fazer de pronto, o valor será entregue ao escrivão ou pessoa abonada, a critério da autoridade, e dentro de três dias dar-se-á ao valor o destino que lhe assina este artigo, o que tudo constará do termo de fiança. Art. 332. Em caso de prisão em flagrante, será competente para conceder a fiança a autoridade que presidir ao respectivo auto, e, em caso de prisão por mandado, o juiz que o houver expedido, ou a autoridade judiciária ou policial a quem tiver sido requisitada a prisão. Art. 333. Depois de prestada a fiança, que será concedida independentemente de audiência do Ministério Público, este terá vista do processo a fim de requerer o que julgar conveniente. Art. 334. A fiança poderá ser prestada enquanto não transitar em julgado a sentença condenatória. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011) Art. 335. Recusando ou retardando a autoridade policial a concessão da fiança, o preso, ou alguém por ele, poderá prestá-la, mediante simples petição, perante o juiz competente, que decidirá em 48 (quarenta e oito) horas. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011) Art. 336. O dinheiro ou objetos dados como fiança servirão ao pagamento das custas, da indenização do dano, da prestação pecuniária e da multa, se o réu for condenado. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011) Parágrafo único. Este dispositivo terá aplicação ainda no caso da prescrição depois da sentença condenatória (art. 110 do Código Penal). (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011) Art. 337. Se a fiança for declarada sem efeito ou passar em julgado sentença que houver absolvido o acusado ou declarada extinta a ação penal, o valor que a constituir, atualizado, será restituído sem desconto, salvo o disposto no parágrafo único do art. 336 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011) Art. 338. A fiança que se reconheça não ser cabível na espécie será cassada em qualquer fase do processo. Art. 339. Será também cassada a fiança quando reconhecida a existência de delito inafiançável, no caso de inovação na classificação do delito. Art. 340. Será exigido o reforço da fiança: I – quando a autoridade tomar, por engano, fiança insuficiente; II – quando houver depreciação material ou perecimento dos bens hipotecados ou caucionados, ou depreciação dos metais ou pedras preciosas; III – quando for inovada a classificação do delito. Parágrafo único. A fiança ficará sem efeito e o réu será recolhido à prisão, quando, na conformidade deste artigo, não for reforçada. Art. 341. Julgar-se-á quebrada a fiança quando o acusado: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011) I – regularmente intimado para ato do processo, deixar de comparecer, sem motivo justo; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011) II – deliberadamente praticar ato de obstrução ao andamento do processo; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011) III – descumprir medida cautelar imposta cumulativamente com a fiança; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011) IV – resistir injustificadamente a ordem judicial; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011) V – praticar nova infração penal dolosa. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011) Art. 342. Se vier a ser reformado o julgamento em que se declarou quebrada a fiança, esta subsistirá em todos os seus efeitos Art. 343. O quebramento injustificado da fiança importará na perda de metade do seu valor, cabendo ao juiz decidir sobre a imposição de outras medidas cautelares ou, se for o caso, a decretação da prisão preventiva. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011) Art. 344. Entender-se-á perdido, na totalidade, o valor da fiança, se, condenado, o acusado não se apresentar para o início do cumprimento da pena definitivamente imposta. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011) Art. 345. No caso de perda da fiança, o seu valor, deduzidas as custas e mais encargos a que o acusado estiver obrigado, será recolhido ao fundo penitenciário, na forma da lei. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011) Art. 346. No caso de quebramento de fiança, feitas as deduções previstas no art. 345 deste Código, o valor restante será recolhido ao fundo penitenciário, na forma da lei. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011) Art. 347. Não ocorrendo a hipótese do art. 345, o saldo será entregue a quem houver prestado a fiança, depois de deduzidos os encargos a que o réu estiver obrigado.Art. 348. Nos casos em que a fiança tiver sido prestada por meio de hipoteca, a execução será promovida no juízo cível pelo órgão do Ministério Público. Art. 349. Se a fiança consistir em pedras, objetos ou metais preciosos, o juiz determinará a venda por leiloeiro ou corretor. Art. 350. Nos casos em que couber fiança, o juiz, verificando a situação econômica do preso, poderá conceder-lhe liberdade provisória, sujeitando-o às obrigações constantes dos arts. 327 e 328 deste Código e a outras medidas cautelares, se for o caso. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011) Parágrafo único. Se o beneficiado descumprir, sem motivo justo, qualquer das obrigações ou medidas impostas, aplicar-se-á o disposto no § 4º do art. 282 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011) 4.1 SITUAÇÃO FÁTICO-JURÍDICA E REQUERIMENTO DE LIBERDADE PROVISÓRIA COM OU SEM FIANÇA O cidadão “A” foi preso em flagrante pelo crime de apropriação indébita qualificada, artigo 168, § 1º, inciso nº III, do Código Penal. Num flagrante formalmente perfeito e válido. “A” é primário e de bons antecedentes, se bem que a quantia apropriada foi muito alta e houve muitas pessoas prejudicadas. Vale ressaltar que o acusado era empregado de uma empresa há vários anos. O cidadão “A” está preso nas dependências policiais, pois o fato ocorreu ontem e o inquérito ainda não foi enviado ao fórum. Como advogado de “A”, elabore o requerimento de liberdade provisória com ou sem fiança cabível na espécie. Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ..... Vara Criminal da Comarca de...................................................................................................... Pular 8 (oito) linhas. “A”, (qualificar o requerente colocando a sua nacionalidade, estado civil, RG nº, CPF nº e endereço), por seu advogado, ao final firmado, instrumento de procuração anexo (doc.1), vem, muito respeitosamente, perante Vossa Excelência, nos autos da cópia da prisão em flagrante lavrada contra o requerente postular, a seu favor, a sua LIBERDADE PROVISÓRIA COM OU SEM FIANÇA, tudo pelos motivos que passa a expor: Pular 2 (duas) linhas. 1. O presente requerimento de liberdade provisória, “data venia”, ilustre Magistrado, deve ser concedido, pois o peticionário tem direito a ser libertado, conforme ficará demonstrado. Pular 1 (uma) linha. 2. O requerente “A” foi preso em flagrante pelo crime de apropriação indébita qualificada, artigo 168, § 1º, inciso nº III, do Código Penal, num flagrante formalmente perfeito e válido. O acusado é primário e de bons antecedentes, se bem que a quantia apropriada foi muito alta e houve muitas pessoas prejudicadas. Vale ressaltar que o acusado era empregado de uma empresa há vários anos. O requerente continua preso. Pular 1 (uma) linha. 3. Como se vê, dos autos referidos, cópia do flagrante, percebe-se claramente que o requerente tem direito à fiança criminal, sendo colocado em liberdade provisória, pois o crime de apropriação indébita qualificada é afiançável, nos termos do artigo 322, “caput”, parágrafo único do Código de Processo Penal que reza: Pular 1 (uma) linha. “A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de infração cuja pena privativa de liberdade máxima não seja superior a 4 (quatro) anos. Pular 1 (uma) linha. Parágrafo único. Nos demais casos, a fiança será requerida ao juiz, que decidirá em 48 (quarenta e oito) horas”. (grifos nossos). Pular 1 (uma) linha. Realmente, sendo o crime afiançável e o requerente um homem de bem, primário, de bons antecedentes, a fiança deve ser concedida até com base na Carta da República, artigo 5º, inciso nº LXVI, que diz; Pular 1 (uma) linha. “LXVI – ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória com ou sem fiança;”. (grifos nossos). Pular 1 (uma) linha. Desta forma, ilustre Juiz, requer- se a concessão da liberdade provisória com fiança. 4. Também é cabível, no presente caso, a liberdade provisória sem fiança, em favor do peticionário “A”, pois sendo primário e de bons antecedentes, com residência fixa e trabalho certo, não estão presentes contra ele, as hipóteses de decretação de prisão preventiva, e assim, “data venia”, ele faz jus à liberdade provisória, com fulcro nos artigos 310, inciso nº III e 321 ambos do Código de Processo Penal, que respectivamente rezam: Pular 1 (uma) linha. “Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá fundamentadamente: Pular 1 (uma) linha. III – conceder liberdade provisória, com ou sem fiança”. (grifos nossos). Pular 1 (uma) linha. “Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva, o juiz deverá conceder liberdade provisória, impondo, se for o caso, as medidas cautelares previstas no art. 319 deste Código e observados os critérios constantes do art. 282 deste código”. (grifos nossos). Pular 1 (uma) linha. Assim, ilustre Magistrado, no presente caso a liberdade provisória sem fiança é totalmente pertinente, “data venia”, porque não estão presentes os requisitos para prisão preventiva, como já foi dito. Pular 1 (uma) linha. 5. “Ex positis”, requer-se a concessão da presente liberdade provisória, por tudo o que foi postulado, em favor do acusado “A”, já qualificado nos autos, expedindo-se o competente alvará de soltura clausulado, além de vista ao Dr. Promotor de Justiça e designação de audiência admonitória para a assinatura de termo de comparecimento a todos os atos processuais, de acordo com a 2ª parte do parágrafo único do artigo 310, do Código de Processo Penal, fazendo- se, assim, a mais cristalina Pular 1 (uma) linha. JUSTIÇA!!! Pular 1 (uma) linha. Nestes Termos, Pede Deferimento. Pular 1 (uma) linha. Local e data. Pular 4 (quatro) linhas. p.p. __________________ Advogado OAB/....nº......... 4.2 SITUAÇÃO FÁTICO-JURÍDICA E REQUERIMENTO DE LIBERDADE PROVISÓRIA SEM FIANÇA “A”, com 19 anos de idade, foi preso em flagrante pelo crime do artigo 121, § 2º, inciso nº I, do Código Penal, num flagrante dentro das normas legais. “A” é primário e de bons antecedentes. Como advogado de “A”, elabore o requerimento de liberdade provisória sem fiança cabível na espécie. Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da...... Vara do Júri da Comarca de...................................................................................................... Pular 8 (oito) linhas. “A”, (qualificar o requerente colocando a sua nacionalidade, estado civil, RG nº, CPF nº e endereço), por seu advogado, ao final firmado, instrumento de procuração anexo (doc.1),vem, muito respeitosamente, perante Vossa Excelência, nos autos da cópia da prisão em flagrante lavrada contra o requerente postular, a seu favor, a sua LIBERDADE PROVISÓRIA SEM FIANÇA, tudo pelos motivos que passa a expor: Pular 2 (duas) linhas. 1. O presente requerimento de liberdade provisória, “data venia”, ilustre Magistrado, deve ser concedido, pois o peticionário tem direito a ser libertado, visto que não estão presentes as hipóteses da prisão preventiva. Pular 1 (uma) linha. 2. O requerente, nobre Juiz, é menor de 21 anos, e foi preso em flagrante pelo crime do artigo 121, § 2º, inciso nº I, do Código Penal, num flagrante formalmente válido, sendo o peticionário primário e de bons antecedentes conforme certidão dos distribuidores criminais em anexo (doc.2). Pular 1 (uma) linha. 3. Como se vê, dos autos referidos, cópia do flagrante, ilustre Magistrado, o peticionário, como já foi dito, é menor de 21 anos e a sua menoridade, é um ponto importante para esta postulação de liberdade provisória. Além de ser uma pessoa jovem, e que merece a benevolência da Justiça, o acusado mora em lugar certo com sua família e é pessoa de bem, relacionando-se normalmente com seus familiares. A defesa, nesta oportunidade, junta prova da residência fixa (doc.3) do acusado, com a declaração de seus genitores (doc.4), comprovando que ele reside com sua família. Além disso tem trabalho certo, conforme se vê de sua carteira profissional juntada aos autos (doc.4).Os artigos 310, inciso nº III, e 321, ambos do Código de Processo Penal, respectivamente rezam: Pular 1 (uma) linha. “Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá fundamentadamente: Pular 1 (uma) linha. III – conceder liberdade provisória, com ou sem fiança”. (grifos nossos). Pular 1 (uma) linha. “Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva, o juiz deverá conceder liberdade provisória, impondo, se for o caso, as medidas cautelares previstas no art. 319 deste Código e observados os critérios constantes do art. 282 deste código”. (grifos nossos). Pular 1 (uma) linha. Além disto, a Constituição Federal, em seu artigo 5º, inciso LXVI, diz que: Pular 1 (uma) linha. “LXVI – ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória com ou sem fiança;”. (grifos nossos). Pular 1 (uma) linha. Sem dúvida, “data venia”, não ocorre qualquer das hipóteses que autorizariam a prisão preventiva contra o acusado, e sendo ele primário e de bons antecedentes, a liberdade provisória é cabível. O Egrégio Tribunal de Justiça de São Paulo, sobre este tema, já tem decidido que: Pular 1 (uma) linha. “Embora preso em flagrante por crime inafiançável, pode o réu ser libertado provisoriamente, desde que inocorram razões para sua prisão preventiva” (RT 523/376). Observação: atualmente é proibida a utilização de jurisprudência e doutrina, na 2ª fase do Exame de Ordem da OAB. Porém, é válida a consignação para efeito da vida prática, onde tanto a jurisprudência bem como a doutrina são muito utilizadas no dia a dia do causídico. Pular 1 (uma) linha. Desta forma, a defesa insiste na liberdade provisória nos termos dos artigos 310, inciso nº III e 321 ambos do Código de Processo Penal. Pular 1 (uma) linha. 4. “Ex positis”, requer-se a concessão da presente liberdade provisória, em favor do acusado “A”, já qualificado nos autos, com fulcro nos artigos 310, inciso nº III e 321 ambos do Código de Processo Penal, pois não estão presentes as hipóteses de prisão preventiva, expedindo-se o competente alvará de soltura clausulado, além de vista ao Dr. Promotor de Justiça e designação de audiência admonitória para a assinatura de termo de comparecimento a todos os atos processuais, de acordo com a 2ª parte do parágrafo único do artigo 310, do Código de Processo Penal, fazendo-se, assim, a mais cristalina Pular 1 (uma) linha. JUSTIÇA!!! Pular 1 (uma) linha. Nestes Termos, Pede Deferimento. Pular 1 (uma) linha. Local e data. Pular 4 (quatro) linhas. p.p. __________________ Advogado OAB/.... nº........... 5. RECLAMAÇÃO LEI Nº 8.038, DE 28 DE MAIO DE 1990 Capítulo II RECLAMAÇÃO Art. 13. Para preservar a competência do Tribunal ou garantir a autoridade das suas decisões, caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público. Parágrafo único. A reclamação, dirigida ao Presidente do Tribunal, instruída como prova documental, será autuada e distribuída ao relator da causa principal, sempre que possível. A RECLAMAÇÃO TAMBÉM ESTÁ PREVISTA NOS REGIMENTOS INTERNOS DOS TRIBUNAIS. NO TJSP: artigos 659 “usque” 666 NO STJ: artigos 187 “usque” 192 NO STF: artigos 156 “usque” 162 Observação: a reclamação pode ser dirigida a qualquer Tribunal Superior, ou seja, 2ª, 3ª ou 4ª Instância, desde que alguma decisão inferior não respeite a decisão do Tribunal Superior. 5.1 SITUAÇÃO FÁTICO-JURÍDICA E MODELO DE RECLAMAÇÃO “A” é primário e de bons antecedentes, empresário, casado e com residência fixa. Foi preso em flagrante dentro de sua empresa de artigos de papel, por causa de uma denúncia feita por um ex-funcionário, de que ele estaria falsificando notas fiscais e outros documentos, no interior de sua empresa. A polícia ingressou no local, com mandado de busca e apreensão, e apreendeu vários documentos e notas que foram enviados ao instituto de criminalística, para a devida perícia. A imprensa, escrita e falada, também compareceu ao local, pois “A” é empresário muito conhecido. Quando a polícia e a autoridade policial estavam dirigindo-se para a rua e para as viaturas, o empresário foi algemado, com as mãos para trás, sem ter tido nenhuma reação ou gesto que possibilitasse o uso das algemas, o qual não foi justificado pela autoridade. “A” foi fotografado e filmado pela imprensa na situação vista, sendo que está preso e o auto de prisão em flagrante está sendo elaborado. Comprovadamente, a autoridade não justificou o uso das algemas. Como advogado de “A” produzir a reclamação cabível na espécie. Excelentíssimo Senhor Doutor Ministro Presidente do Egrégio Supremo Tribunal Federal. Pular 8 (oito) linhas. “A”, (qualificar o reclamante colocando a sua nacionalidade, estado civil, RG nº, CPF nº, endereço) por seu advogado, ao final firmado, instrumento de procuração anexo (doc. 1), vem, muito respeitosamente, perante Vossa Excelência para apresentar, com fulcro no artigo 13 da Lei Federal nº 8.038, de 27 de maio de 1990 e com base nos artigos 156 e seguintes do Regimento Interno deste Egrégio Supremo Tribunal Federal, a presente RECLAMAÇÃO, com postulação de medida liminar, contra a prisão em flagrante ilegal, perpetrada pela autoridade policial, o ilustre Dr. Delegado de Polícia Titular, do ... Distrito de Polícia da Comarca de............................, que utilizou das algemas indevidamente, ao prender o reclamante, ferindo a Súmula Vinculante nº 11 deste Egrégio Tribunal, pelos motivos que passa a expor: Pular 2 (duas) linhas. 1 – A presente reclamação, “data venia”, ilustres Ministros, deve ser deferida, visto que foi desrespeitada a Súmula Vinculante nº 11 do Supremo Tribunal Federal, pela autoridade reclamada, o digno Doutor Delegado de Polícia do ................ distrito policial da Comarca ...................... Pular 1 (uma) linha. 2 – Como se vê da prova, o reclamante “A” é primário e de bons antecedentes, empresário, casado e com residência fixa. Foi preso em flagrante dentro de sua empresa de artigos de papel, por causa de uma denúncia feita por um ex-funcionário, de que ele estaria falsificando notas fiscais e outros documentos, no interior de sua empresa. A polícia ingressou no local, com mandado de busca e apreensão, e apreendeu vários documentos e notas que foram enviados ao instituto de criminalística, para a devida perícia. A imprensa, escrita e falada, também compareceu ao local, pois o reclamante é empresário muito conhecido. Quando a polícia e o reclamado estavam dirigindo-se para a rua e para as viaturas, o empresário foi algemado, com as mãos para trás, sem ter tido nenhuma reação ou gesto que possibilitasse o uso das algemas, o qual não foi justificado pelo reclamado. O reclamante “A” foi fotografado e filmado pela imprensa na situação vista, sendo que está preso e o auto de prisão em flagrante está sendo elaborado. Comprovadamente, a autoridade não justificou o uso das algemas. Pular 1 (uma) linha. 3 – Como se vê dos documentos em anexo, auto de flagrante (doc.1), nota de culpa (doc.2), e despacho do Dr.Delegado de Polícia (doc.3), percebe-se claramente que o citado despacho foi totalmente equivocado, inclusive desrespeitando a Súmula Vinculante nº 11 desta Suprema Corte, que diz: Pular 1 (uma) linha. “Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado”. (grifos nossos). Pular 1 (uma) linha. Sem dúvida, nobres e cultos Ministros, a condição e a situação do reclamante são injustificáveis, pois o mesmo reúne todas as condições personalíssimas para não ficar algemado, humilhado perante a sociedade e a imprensa, sofrendo abuso pessoal e moral. Tal situação inclusive fere a dignidade humana e o Brasil tem como dogma constitucional a proteção dos direitos
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