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Tumores Hepáticos e de Vias Biliares Intra-hepáticas Principais tumores benignos (em ordem de incidência): à Hemangioma cavernoso à Hiperplasia nodular focal à Adenoma hepático Principais tumores malignos: à Hepatocarcinoma ou Carcinoma Hepatocelular (CHC) • Origem dos hepatócitos • Câncer primário de fígado mais comum (~ 85% dos casos) • Epidemiologia: sexo masculino (3:1), 60 a 80 anos em países desenvolvidos • Evolução: câncer altamente maligno, com sobrevida curta após o diagnóstico • Metástase por via hematogênese para pulmões, adrenais, ossos e baço • Metástase por via linfática para linfonodos hilares e peripancreáticos • Fatores de risco para hepatocarcinogênese: ü VHB ou VHC ü Alcoolismo crônico ü Esteato-hepatite não alcoólica ü Contaminantes alimentares ü Hemocromatose ü Tirosinemia ü Deficiência de alfa-1-antitripsina • Etiopatogenia: ü Inflamação crônica + produtos genotóxicos + produção de citocinas + regeneração celular ü Na presença de suscetibilidade genética inata, podem desencadear tumorigênese ü Relacionada ao HBV: integração do DNA do vírus ao genoma do hospedeiro, induzindo ativação de proto-oncogenese, assim como a presença de certas proteínas virais ü Relacionada ao HCV: sendo um vírus de RNA, não altera o DNA do hospedeiro e não produz proteínas oncogênicas. (*Cerne do HCV e proteínas virais NSSA*) • Anatomia patológica: ü Pode se apresentar como uma massa solitária, nódulos multifocais ou infiltrado difusamente com aumento do fígado ü Histologia varia de bem diferenciada a altamente anaplásica e indiferenciada ü Padrões: trabecular, pseudoglandular, sólido ou de células gigantes ü Disseminação intra-hepática e invasão vascular • Carcinoma fibrolamelar: 5% dos casos de CHC ü Geralmente se apresenta como tumor único, duro, “cirroso” ü Ausência de cirrose hepática ou outra doença crônica no fígado ü Epidemiologia: adultos de 20 a 40 anos ü Células bem diferenciadas, organizadas em cordões ou ninhos separados por lamelas paralelas de feixes colágenos densos Lesão crônica à regeneração hepática (CIRROSE) à alterações genéticas à CHC • Diagnóstico clínico: ü Início assintomático e/ou sintomatologia da cirrose ou doença de base ü Dor abdominal ü Massa palpável no abdômen (hipocôndrio D) ü Distensão abdominal ü Anorexia, icterícia e ascite • Diagnóstico laboratorial: ü Elevação de bilirrubinas, fosfatase alcalina e transaminase ü Alfafetoproteina (AFP) elevada Obs: Se AFP > 450ng/ml estiver associada a nódulo de fígado > 2cm e hipervascular, pode ser feito o diagnóstico de CHC sem necessidade de biópsia • Exames de imagem: TC e laparoscopia à Colangiocarcinoma (CCA) • Origem a partir de elementos da árvore biliar intra e extra-hepática • Distribuição: ü 50 a 60% são peri-hilares (tumores de Klatskin) ü 20 a 30% distais ü 10% intra-hepáticos • Apesar de a maioria dos casos se originar sem condições de risco prévias, o CCA pode ser associado a lesões fibropolicísticas congênitas, infecção pelo HCV, administração de contraste ou infecção crônica do trato biliar por parasitas Clonorchis sinensis e/ou Opisthorchis viverrini • Alterações genéticas associadas ao CCA: ü Superexpressão IL-6 ü Ativação da AKT ü Aumento da produção de MCL-1 ü Expressão reduzida de p53 • Anatomia patológica: ü Pode se apresentar como uma massa solitária, nódulos multifocais ou infiltrado difuso ü Tipicamente pálido, uma vez que o epitélio biliar não secreta bilirrubina ü Formas variadas de elementos diferenciados do ducto biliar semelhantes a adenocarcinomas ü Produção de muco ü Positividade na imunohistoquímica para CK7 e CEA ü Maioria dos casos é desmoplásica, com denso estroma colagenoso ü É raro, mas podem ocorrer formas mistas de CCA + CHC = hepatocolangiocarcinoma à Hepatoblastoma • Forma rara, de etiologia desconhecida • Epidemiologia: crianças lactentes, abaixo de 3 anos de idade • Metástase para pulmão, ossos, cérebros, medula e ovários • Risco aumentado associado a condições genéticas como Sd. De Beckwith-Wiedemann e polipose adenomatosa familiar • Sinais e sintomas: ü Perda de peso ü Anemia ü Aumento do volume abdominal ü Dor abdominal ü Vômitos ü Icterícia ü Febre ü Dor nas costas • Diagnóstico: ü RM, USG e TC ü Marcados sorológico: AFP muito elevada ü ß-HCG elevada • Biópsia hepática e exame histopatológico: presença de elementos totalmente epiteliais ou mistos (epitelial e mesenquimal), por vezes com anaplasia. Os totalmente epiteliais podem ser subdivididos em fetal e embrionário à Tumores metastáticos no fígado • Tumores mais frequentes NO fígado • Principais origens: intestino (colorretal), pâncreas, estômago, mama, pulmão e melanoma • Anatomia patológica: ü Múltiplas metástases, com aumento hepático maciço (4 a 6kg, normal: 1,2kg) ü Metástases maiores tendem a superar seu suprimento sanguíneo e se tornar necróticas no centro (aspecto umbilicado) ü Comprometimento maciço do fígado geralmente ocorre antes da insuficiência hepática ü Histologia: reprodução da estrutura de tumores primários, com necrose no centro e hemorragias • Metástases hepáticas implicam sempre em sobrevida curta e mau prognóstico
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