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Tumores do Fígado: · Classificação: · Benigno: · Hemangioma · Hiperplasia nodular focal · Adenoma · Cistos hepáticos · Maligno · Tumores hepáticos primários · Carcinoma hepatocelular · Carcinoma fibrolamelar · Hepatoblastoma · Metástases · Lesões Hepáticas Benignas: · São elas: · Hemangioma · Hiperplasia nodular focal · Adenoma · Cistos · Hemangioma: · É um enovelado de veia · Características clínicas: · O tumor hepático mais comum · 5% das autópsias · Normalmente pequeno · Cápsula bem demarcada · Geralmente assintomático · Diagnóstico e gestão · Diagnóstico: · US: área ecogênica, bem demarcada · CT: preenchimento venoso da periferia para o centro · · MRI: área de alta intensidade · Não há necessidade de biópsia · Tratamento: NÃO há necessidade de tratamento · Hiperplasia Nodular Focal (FNH) · Características clínicas: · Formação benigna do nódulo de tecido hepático NORMAL (tecido funcional) · Cicatriz estelar central · Mais comum em mulheres jovens e de meia idade · Nenhuma relação com hormônios sexuais · Geralmente assintomático · Pode causar dor mínima · Diagnóstico: · US: nódulo com ecogenicidade variável · CT: massa hipervascular com cicatriz central · · MRI: isso ou hipointenso · FNA: hepatócitos normais e células Kupffer com núcleo central · Tratamento: · Nenhum tratamento necessário · Pode engravidar sem isso representar um risco para a lesão · Hormônios – é controversa a sua participação na hiperplasia nodular focal, porém a sua participação é pequena · Adenoma Hepático: · Características clínicas: · Neoplasia benigna composta de hepatócitos normais (mas SEM trato portal, veias centrais ou ductos biliares, ou seja não é funcionante) · O fígado funcional está “tamponando” esse tecido hepático não funcional · Tem-se de ter pelo menos 25% de fígado funcional · Mais comum em mulheres · Associado a hormônio contraceptivos -> tem-se de retirar o contraceptivo · Geralmente assintomático, mas pode ter dor em hipocôndrio direito · Pode apresentar ruptura, hemorragia ou transformação maligna – ligação direta com os subtipos histológicos – imuno-histoquímica · Diagnóstico: · US: defeito de enchimento · CT: aprimoramento arterial difuso · MRI: hipo ou lesão hiperintensa · FNA (biópsia): pode ser necessário · Tratamento: · Parar hormônio · Observa a cada 6m por 2 anos · > 5 cm e sem regressão ou progressão, excisão cirúrgica · Cistos de Fígado: · Pode ser único ou múltiplo · Pode fazer parte da doença renal policística · Pacientes muitas vezes são assintomáticos · Não é necessária uma gestão específica · Cistos hidáticos · Tratamento: · Lesões Císticas: · Quando se tem cisto simples (líquido homogêneo encapsulado) sem sintomatologia -> NÃO há necessidade de acompanhamento ou qualquer tratamento · Doença hepática policística: · Assintomática -> controle/acompanhamento · Sintomática -> deve-se considerar cirurgia (a cirurgia pode ser desde retirada do cisto até transplante hepático) · Cistoadenoma ou cistoadenocarcinoma -> avaliar por TC ou RNM -> considerar cirurgia · Cistos parasitários (hidáticos) -> tratamento é clínico normalmente, mas pode-se usar de métodos cirúrgicos para retirada dos parasitas · Lesões Sólidas: · Hemangioma -> confirmar com TC ou RNM -> acompanhamento com US a cada 1-2 anos se o nódulo tiver > 5cm (não há necessidade de tratamento) · Adenoma -> confirmar por RNM ou biópsia -> se for adenoma ≥ 5cm ou de qualquer outro tamanho em indivíduos que desejam engravidar deve-se operar, caso contrário pode-se só acompanhar com US ou RNM a cada 6/6 meses · Hiperplasia Nodular Focal -> confirmar com TC ou RNM -> tratamento conservador · Lesões Hepáticas Malignas · Os tumores hepáticos malignos são: · Carcinoma hepatocelular (CHC) · Carcinoma fibro-lamelar do fígado · Hepatoblastoma · Colangiocarcinoma intra-hepático · Outros · Carcinoma Hepatocelular (CHC) · Incidência · É o câncer de fígado primário mais comum · Tem aumentado de incidência no mundo todo · Fatores de risco: · O fator de risco mais importante é a CIRROSE de qualquer causa: · Hepatite B (integra-se no DNA) · Hepatite C · Álcool · Aflatoxina · Outros · Características Clínicas: · Perda de peso e dor de hipocôndrio direito (mais comum) · Assintomático · Piora do fígado crônico pré-existente · Insuficiência hepática aguda · Sinais de cirrose · Massa em hipocôndrio direito · Metástases: · O resto do fígado · Veia portal · Linfonodos · Pulmão · Osso · Cérebro · Laboratório: · Laboratório de cirrose hepática · Alfa-fetoproteína (AFP) · É um marcador de tumor CHC · Valores superiores a 100 ng/ml são altamente sugestivos de CHC · Elevação observada em mais de 70% dos pacientes · Diagnóstico: · Apresentação clínica · AFP elevada · USG · · Tomografia computadorizada: perfusão arterial muito precoce · · Ressonância · Biópsia · Prognóstico: · Tamanho do tumor · Propagação extra-hepática · Doença hepática subjacente · Status de desempenho do paciente · Critérios de Barcelona: são usados para orientar transplante ou outras abordagens · Lesão em Estado Inicial: · Nódulo Único · Child, bilirrubina e pressão portal normal -> ressecção hepática · Child, bilirrubina e pressão portal aumentado -> transplante · 3 nódulos < 3 cm · Com doenças associadas -> alcoolização, ablação por radiofrequência · Sem doenças associadas -> transplante · Lesão em Estado Intermediário · Nódulos multinodulares -> quimioembolização ou embolização intra-hepática · Lesão em Estado Avançado: · Invasão portal ou metástases -> novos agentes quimioterápicos · Transplante de Fígado: · Melhor tratamento disponível · Remove tumor e fígado · Somente se um único tumor menor que 5cm ou menos de 3 tumores menores de 3cm cada · Taxa de recorrência é baixa · Serviço de referência – Hospital Municipal São José · Ressecção: · Viável para pequenos tumores com função hepática preservada (sem icterícia ou trombose portal) · Taxa de recorrência alta · Ablação local: · Para casos não ressecáveis · Cirrose hepática avançada · Injeção de álcool · Ablação por radiofrequência · Medida temporária, pela natureza da formação das lesões · Quimioembolização: · Injetar quimioterapia seletivamente na artéria hepática · Em seguida, injetar um agente embólico · Paciente com cirrose, como ponte para transplante ou paliação · Quimioterapia sistêmica é pouco efetivo · Carcinoma fibro-lamelar: · Presente em pacientes jovens (5-35 anos) · Não está relacionado à cirrose · ADP é normal · CT mostra cicatriz estelar típica · Tratamento: transplante independente do tamanho se não houver metástases · Metástases secundárias de fígado: · O local mais comum para metástases de disseminação sanguínea · Primárias comuns: cólon, mama, pulmão, estômago, pâncreas e melanoma · Imagem de colestase leve (ALP, LDH) com função hepática preservada · Imagem para diagnóstico ou biópsia · O tratamento depende do câncer primário · Em alguns casos, a ressecção ou quimioembolização é possível Tumores das Vias Biliares: · Colangiocarcinoma (CCA): · O CCA é o 2º tumor hepático primário mais comum após o carcinoma hepatocelular (CHC) · 5-10% de todos os tumores hepáticos primários · Pico na 7ª década · Leve predomínio do sexo masculino · Os colangiocarcinomas podem ser divididos em 3 categorias conforme a altura da via biliar que acometem: · iCCA = intra-hepático · pCCA = proximal · dCCA = distal · · Essas 3 divisões (intra-hepático, proximal e distal), podem ser descritos também como periférico, hilar ou distal (que é uma nomenclatura mais usada na tomografia) · Periférica: · 7-20% · Massa intra-hepática · Cirrose incomum · Etiologia desconhecida · · Hilar (tumor de Klatsckin) · 40-60% · Confluência biliar · Mais comum · · Distal: · 20-30% · 10-15% dos tumores pancreáticos · · Origem dos tumores: · Intrahepáticos -> origem relacionada com canal de Hering e aos ductos biliares · Proximal e distal -> se originam de glândulas peribiliares · Além da divisão quanto a posição do tumor, pode-se dividir em outras 3 categorias quanto a forma de crescimento desse tumor, sendo elas: · Massa · Periducatal · Intraductal -> gerasintomatologia mais precocemente · · Diagnóstico: · Tumor distal geralmente é o que gera sintomatologia mais precoce, sendo que os intra-hepáticos só geram sintomatologia tardiamente · Quanto mais precoce o sintoma, mais cedo costuma ser o diagnóstico e melhor costuma ser o prognóstico · Causas (Etiologia) e fatores de risco conhecidos · Colangite esclerosante primária · Infecção parasitária (Opiisthorcis viverrini, Clonorchis sinesis) · Doença hepática fibropolicística · Cálculos biliares intra-hepáticos · Exposição a carcinógenos químicos · Hepatite viral · Cirrose hepática · Obesidade · Diabetes tipo 2 · > 70% dos casos de CCA no Ocidente NÃO têm fatores de risco conhecidos · Como é diagnosticado: · Sintomas não específicos e ocorrem tardiamente no processo da doença: desconforto, perda de peso, icterícia (principal sintoma), prurido, às vezes urina escura e fezes claras · Imagem: · Ultrassonografia, tomografia computadorizada, ressonância magnética (embora os achados não são específicos) · US -> A formação de massa iCCA pode se apresentar como uma massa hipoecoica bem definida ou como uma massa isoecoica heterogênea mal definida (o que dificulta muito o diagnóstico por US) · TC -> demanda uso de contraste para se conseguir visualizar bem o CCA · Biópsia (várias rotas) · Biópsia é muito difícil de ser feita, principalmente as proximais ou intra-hepáticas pelo risco de atingir estruturas do hilo hepático · Marcadores tumorais no sangue – nenhum é muito preciso – CA 19-9 · CA 19-9 – Usos e limitações: · Usos: · > 1000 – correlaciona-se com tumores avançados · > 37 – útil para triagem, mas pouca especificidade · > 100-129 – útil para triagem ou em pacientes com estenose suspeita – monitorar a resposta à terapia · Limitações: · Não pode ser detectado em 5-10% dos pacientes · Pode ser elevado em outras condições: câncer pancreático, colangite aguda ou obstrução biliar · Tratamento: · A ressecção completa é a única terapia eficaz · Resultados após ressecção R0 (ou seja, retira todo o tumor) (possível em 30-40% dos casos) · Sobrevida global em 5 anos de 25-40% · Sobrevida livre de doença de 15-25% · Poucos pacientes são ressecáveis · R1/2 ressecções não são incomuns (ou seja, reoperar o paciente para aumentar as margens) · Questões a responder na indicação cirúrgica: · A ressecção completa (R0) é possível? · Pode ser feito com fígado suficiente, fornecimento adequado de sangue e boa drenagem biliar? · Extensão da doença (TNM) · Envolvimento vascular · Doença metastática · Doença hepática subjacente · Outras comorbidades · Avaliação clínica: CA 19-9, RNM ou colangioRNM, angioTC, volumetria, PET-scan, avaliação de metástases · Mesmo com a ressecção completa, o prognóstico é ruim, com baixas taxas de sobrevida em 5 anos, principalmente pela recidiva e metástases do tumor · · Fatores independentemente associados à melhora da sobrevida: · Tumores únicos < 5 cm · Margens de ressecção livres de tumor · Classificação do tumor bem diferenciada · Ausência de nódulo satélites, envolvimento linfonodal e invasão vascular ou perineural · Nível baixo de CA 19-9 · Conclusão do tratamento quimioterápico adjuvante · Mesmo com ressecção completa, 50% dos pacientes apresentam recidiva com um tempo médio de recorrência de 10-20 meses · Conclusão: · Colangiocarcinomas (CCAs) são um grupo heterogêneo de ductos biliares atualmente classificados como intra-hepáticos (iCCA), peri-hilar (pCCA) e distal (dCCA) · O iCCA é composto por 2 subtipos histológicos principais: adenocarcinoma produtor de mucina e um subtipo misto em que áreas de adenocarcinoma coexistem com áreas de diferenciação hepatocítica e de neoplasia proliferação ductular · Esforços para classificar os subtipos histológicos de CCA podem justificar os perfis moleculares e análises de subgrupos em ensaios clínicos · Nenhum biomarcador específico de soro, urina, biliar ou histológico está atualmente disponível para o diagnóstico de CCA · CEP, vermes hepáticos, cirrose, hepatite B ou C são fatores de risco mais relevantes para o CCA e o iCCA mais frequentemente que o pCCA e o dCCA ocorre em doentes com insuficiência hepática crônica e/ou cirrose; no entanto, a maioria dos CCA ocorre na ausência de fatores de risco conhecidos · Tumores de vesícula biliar: · 1-2% das peças de colecistectomias · Mulheres 3:1 · Idosos (aumenta a incidência com a idade) -> 90% dos casos têm idade superior a 50 anos · Redução com aumento de CVL · Não costuma ter um bom prognóstico por invasão de parênquima hepático · Etiologia: · Litíase biliar · Adenoma de vesícula biliar · Anomalias do ducto biliar e pancreático · Cistos de colédoco (por gerarem estase biliar) · Infecções · Doença inflamatória intestinal · Polipose colônica · Litíase biliar possui uma associação evidente com tumores de vesícula biliar · Observado em 70-98% dos casos de câncer da vesícula · Mais observado nos países mais prevalentes de colelitíase · Colelitíase por período considerável: · Trauma crônico · Inflamação da mucosa · Displasia · Vesícula em porcelana (20% dos casos) · · Dimensão do cálculo (tempo de evolução) · Único (menos sintomas) · Pólipos de Vesícula Biliar: · · Pólipo não gera sombra acústica e não se desloca como o cálculo · Exames de imagem: · Espessamento irregular da parede da vesícula · Colecistite aguda · Formação polipoide irregular · Massa intraluminal imóvel com decúbito · Associação com cálculos · Cálculos fixos no fundo da vesícula · Dilatação biliar intra-hepática sem massa tumoral · Metástase hepática, linfonodos, ascite · Tratamento: ·
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