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Imunologia a vírus e bactérias

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Imunologia a vírus e bactérias 1
Imunologia a vírus e bactérias
Imunidade contra vírus 
A imunidade contra vírus é prevenida por IFN-1, pela RI inata, e anticorpos, pela RI adaptativa, além da eliminação de células por 
NK (inata) e CTL (adaptativa).
Os vírus são parasitas intracelulares obrigatórios, sendo reconhecidos por TLR (TLR endossomais) e moléculas RIG 
intracelulares (reconhecem ácido nucleico viral). 
obs.: endossomo → TLR3 = dsRNA, TLR7 e TLR8 = ssRNA, TLR9 = DNA
Com isso, há ativação de MyD88, de fator NF-kB, produção de citocinas (TNF-alfa, IL-1b e IL-6), produção de moléculas de 
adesão (adesinas, e-selectinas e p-selectinas) para diapedese e de coestimulação (CD80, CD86), o que gera inflamação 
aguda e estímulo para RI adaptativa. Ademais, via TRIF, há produção de IFN-1 (alfa e beta) e ativação do estado antiviral. O 
IFN-1 (e o estado antiviral) diminui o metabolismo de células (diminui a expressão de proteínas, inclusive virais, caso 
entrem na célula), aumenta a degradação de RNA viral (via RNAase), inibem da expressão gênica viral e montagem do 
vírion, e inibe a expressão de receptores de membrana e impedem a entrada do vírus, inibindo sua replicação.
obs.: alguns vírus se adaptaram e promovem o MHC I, impedindo a lise da célula infectada por NK
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A morte de células infectadas é realizada por células NK, via degranulação. Célula NK possui receptores inibitórios e de 
ativação. Se o receptor de inibição se liga à célula (MHC I), não há morte celular. No entanto, células infectadas possuem 
menos MHC (para ser menos reconhecida por CTL) e, logo, receptor inibitório não se liga à célula e degranula, 
promovendo a morte celular da célula infectada. Ademais, NK secreta citocinas (IFN-gama) e estimula macrófagos e 
células do padrão Th1.
obs.: RI inata (até 5-7 dias) = IFN-1 e NK
Além disso, há ativação do sistema complemento, TCD8+ e TCD4+ (e células de memória), no padrão TH1 (via IFN-gama). 
Com isso, há ativação mútua de macrófagos (libera citocinas e TNF e recrutamento de células de defesa) e produção de 
IgG.
obs.: ativação mútua de células T e macrófagos é importante para regulação, pois, quando há eliminação do patógeno, macrófago 
param de ativar células T e vice versa
obs.: célula T tem apresentação de antígeno por CD e estimulação por macrófago (IL-12) e NK (IFN-gama); IFN-gama gera uma 
amplificação e promove padrão TH1
Características dos IFN
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Os vírus possuem mecanismos de evasão do sistema complemento, como inibindo a ativação de C1, o fator B, etc.
A imunidade humoral (RI adaptativa) contará com grande produção de IgM (pentamérico) e IgG, de modo que quanto maior for 
o contato do Ig com o antígeno, maior sua afinidade. Logo, é possível saber aproximadamente a quanto tempo a pessoa 
tem a infecção por um exame de ligação com a ureia, em que quanto maior a afinidade, mais ureia é necessária para que 
o anticorpo se solte do antígeno. Assim, infecções crônicas tendem a terem anticorpos com maior afinidade (e maior a 
ligação com a ureia).
obs.: células B com Ig de alta afinidade formam muitas células B de memória - interessante para resposta rápida e eficiente 
em uma reinfecção
Por fim, macrófagos também participam fagocitando partículas virais (M1) e regenerando tecido (M2). 
obs.: HIV → sem TCD4+, não há ativação de linfócitos B e TCD8+, já que dependem de citocinas produzidas por TCD4+
Os anticorpos (imunidade humoral) são importantes na resposta contra os vírus (eficazes apenas em sua fase extracelular) 
por neutralizarem as partículas virais, auxiliarem na ação do sistema complemento (aumenta inflamação e opsonização), 
aumentarem a fagocitose e reconhecer células infectadas. 
obs.: IgM = ativação do complemento; IgG = ativação do complemento, imunidade neonatal, estímulo da fagocitose
obs.: transferência passiva de anticorpos não cria células de memória, mas faz os efeitos da imunidade humoral
Em infecções crônicas, a grande quantidade de anticorpos (não eliminados pelo baço) pode promover a deposição de 
imunocomplexos nos rins e nos vasos, gerando inflamação e lesão tecidual (fibrose). Ex.: insuficiência renal em pacientes 
com hepatite.
Resposta primária e secundária❗
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O padrão celular para morte de vírus geralmente é por células TCD8+, que liberam grânulos de perforina e granzima. 
Vale ressaltar que os vírus possuem sistemas de evasão do sistema imune, como inibindo a indução de estado antiviral 
e/ou os mensageiros celulares e/ou aumentando a produção energética etc. 
O vírus POX (varíola), que produz proteínas virais semelhantes a receptores de IFN-gama e IL-1, os quais captam a 
citocina antes que ela ative o estado antiviral e, logo, o vírus consegue se proliferar. Os vírus herpes inibem a proteína 
TAP, impossibilitando a aparesentação de antígeno via MHC. Ademais, os vírus apresentam adaptação e variabilidade de 
cepas, por recombinação genética. Os citomegalovírus inibem a apresentação de antígeno e atividade proteossomal, 
removem moléculas de MHC I do endossomo. Os EBV inibem a apresentação de antígeno e atividade proteossomal.
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Vírus (como o da gripe - influenza) passam por mutações e trocas de materiais genéticos (ex.: H1N1) e necessitam de 
formação de novos anticorpos e células de memória. 
obs.: janela imunológica = tempo para produzir anticorpos (curtos períodos de doença, não pedir testes com anticorpos, mas 
sim com antígenos); latência clínica = tempo com infecções, mas sem sintomas clínicos
Evasão do sistema imune por vírus 
Imunidade contra bactérias extracelulares 
Bactérias circulantes são reconhecidas (via PAMPs bacterianos) por células B, promovendo a produção de anticorpos, para 
neutralização, opsonização, aumento da fagocitose e inflamação e ativação do complemento. Além disso, APC 
apresentam antígenos bacterianos a TCD4+ (ativadas via IL-1, IL-6, TGF-beta, IL-21 e IL-23), ativando o padrão Th17 e, via 
IL-17 e IL-22, geram inflamação, ativam macrófagos e neutrófilos, aumentam a função de barreira e estimulam produção 
de peptídeos antimicrobianos. 
obs.: hemograma → leucocitose e neutrofilia (com possível desvio à esquerda - bastonetes)
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Tais citocinas podem gerar grande resposta imunológica, provocando sepse, com picos altos de TNF-alfa, IL-1 e IL-6, 
aumento da inflamação local, destruição tecidual e efeitos sistêmicos, como febre (hipotálamo, sistema muscular e 
adiposo), aumento da produção de proteínas de fase aguda pelo fígado e elevação da síntese de leucócitos (neutrófilos) 
pela MO. Em casos mais graves, os altos níveis de TNF causam taquicardia, sobrecarga hepática, hipoglicemia e formação 
de trombos por coagulação intravascular disseminada, situações que promovem um aumento da permeabilidade vascular e 
em uma hipovolemia por perda de sangue para o interstício (falência de órgãos), podendo causar óbito por um choque 
séptico. 
Além disso, quando há ligação de superantígenos (grande ativação de células T), há ativação policlonal de células T V-
beta-3+ e expressão exacerbada de citocinas (tempestade de citocinas) e comprometimento sistêmicos.
Uma outra complicação tardia da resposta imune humoral contra a infecção bacteriana pode ser a geração de anticorpos 
produtores de doenças, por meio de mimetismo molecular. Esta relacionado a fatores genéticos e infecções repetidas. São 
exemplos: febre reumática aguda, inflamação de válvulas cardíacas etc.
Anticorpos também podem se depositar em vasos e rim (glomerulonefrite). 
Imunidade contra bactérias intracelulares 
Resposta imune semelhante a vírus. 
Bactérias fagocitadas por macrófagos permanecem em vesículas no citoplasma. Nesse contexto, macrófagos produzem 
IL-12 e são estimulados por IFN-gama (de células NK), e produzem mais EROs para morte do patógeno.
Células infectadas/lesionadas são reconhecidas por NK e induzidas à apoptose.
Ademais, bactérias são apresentadasa TCD4+, via MHC II. TCD4+ são ativadas no padrão Th1, produzindo IFN-gama e 
TNF-alfa para ativação de macrófagos e NK. Padrão TH1 traz melhor prognóstico.
Além disso, TCD8+ respondem aos peptídeos associados ao MHC I e destroem as células infectadas e macrófagos.
Se houver predomínio do padrão TH2, há inibição da via M1 de macrófagos e pior prognóstico. 
Algumas bactérias são difíceis de serem eliminadas e podem formar granulomas.
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Evasão do SI por bactérias extra e intracelulares

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