Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Resposta Imune contra bactérias, vírus, parasitas e fungos Envolve a resposta imune inata e a resposta imune específica. A resposta imune difere conforme o patógeno. Os patógenos diferem enormemente nos seus padrões de invasão e colonização (diferentes mecanismos efetores). Patogenicidade e a sobrevivência são influenciadas pela capacidade do patógeno evadir (escapar) ou resistir aos mecanismos efetores da imunidade. A resposta imune pode causar dano tecidual e doença (imunopatologia). A resposta imune é direcionada aos antígenos e seus epítopos: • A resposta não é ao microrganismo inteiro, e sim ao seu epítopo; • Resposta mediada para vários epítopos reconhecidos no vírus; • Alguns antígenos são mais imunogênicos que os outros. RESPOSTA IMUNE CONTRA BACTÉRIAS • Bactérias extracelulares – toxigênicas ou invasivas. Se multiplica externamente; • Bactérias intracelulares – se multiplica dentro de células. Anticorpos não atuam, ADCC é uma exceção. Anticorpos não são intracelulares (Igs). Bactérias extracelulares: Induzem inflamação e podem conter, produzir e secretar toxinas. Células inflamatórias – macrófagos, neutrófilos e eosinófilos (em menor grau). Toxinas: • Endotoxinas – estruturais, existem nas G- (LPS muito tóxico, pode levar ao choque séptico). • Exotoxinas – secretadas após a lise celular. São citotóxicas ou interferem nas funções celulares. RESPOSTA IMUNE INATA • Fagocitose – neutrófilos, macrófagos e células dendríticas; o Fagocitose eficiente requer opsoninas; o Anticorpos são essenciais para a fagocitose de bactérias com cápsula (protege da deposição por C3b – desliga o complemento). Essas células reconhecem a bactéria pelos PAMPs, pelos receptores (de manose) e fazem a fagocitose. Pode ser favorecida se o patógeno estiver opsonizado (C3b e IgG). Se a bactéria tiver Ac é mais facilmente capturada e fagocitada. LPS só existe em bactérias gram negativas. Células dendríticas faz fagocitose para apresentar Ag para os Linfócitos, não destroem. Neutrófilos e macrófagos destroem os patógenos, por intermédio dos lisossomos (enzimas lisossomais). São células eficientes, mas vivem pouco. Destruição após a fagocitose: • Ocorre no fagolisossoma; • Independente de oxigênio – enzimas lisossomais e pH; • Dependente de oxigênio: o Produção de intermediários do oxigênio reativo. Pode ocorrer, também, a ativação do sistema complemento. • Animal sem anticorpos – via clássica e da lectina; • Ao ativar a cascata, gera: o C3a – atrai células inflamatórias; o C3b – opsonização; o C5a – inflamação; o MAC - lise de microrganismos. RESPOSTA IMUNE ESPECÍFICA • A imunidade humoral é uma das principais respostas imunes protetoras. Bloqueia a infecção, elimina os microrganismos e neutraliza toxinas; • Bactéria chega aos órgãos linfoides periféricos, como o linfonodo, próximos ao local da infecção; • LB se transforma num plasmócitos e secreta anticorpos; • Esses anticorpos fazem neutralização (IgM, igG e IgA) = bloqueia o microrganismo e suas toxinas; • Anticorpos que opsonizam são mais eficientes (IgG). Quando o Ac se liga, a região Fc fica exposta e sinaliza, fagócitos tem receptores para essa região e fazem fagocitose; • Ativação do sistema complemento pela via clássica = IgM e IgG. Quando o IgM se liga, faz com que as regiões que se ligam ao C1 do sistema complemento fiquem expostas, sejam ligadas e comece a cascata. Resposta imune humoral = anticorpos – são fundamentais para combater essas bactérias. Tétano é transmitido pelo Clostridium tetani, animal infectado pelas toxinas liberadas pela bactéria – utiliza anticorpos (vacina). Se retirar o agente causador, não acaba com a condição, é preciso eliminar as toxinas. Humoral – imunidade duradoura. 2 BACTÉRIAS INTRACELULARES • Capacidade de sobreviver e ou de se multiplicar dentro dos fagócitos; • Podem migrar para outra sem se expor ao fluido extracelular por meio de protusões ocasionadas na membrana pelo citoesqueleto; • Neutrófilos e macrófagos – as bactérias tendem a resistir a destruição fagocítica; se não são potencializados, se tornam veículos de disseminação; • Células NK – matam bactérias diretamente ou modulam o sistema imunológico via citocinas e interferons. o Interferon gama ativa o macrófago; o Para o sistema imunológico gerar imunidade para bactérias intracelulares é necessário que haja resposta celular (mediada por células). Ativação de macrófagos e LT CD8 (citotóxicos). o Célula (macrófago) apresenta Ag via MHC I ou MHC II, citotóxicos reconhecem; o LT CD4 diferecia-se em LTh 1 secreta interferon gama e ativa o macrófago que estava apresentando ou outros circulantes; o Macrófagos secretam substâncias microbicidas (oxigênio reativo, oxido nítrico, enzimas lisossomais); o A ativação crônica por macrófagos pode resultar em granulomas, necrose e fibrose; o Linfócitos T CD8 (citotóxicas) ativas: destroem células (macrófagos) que estiverem com bactérias em seu citoplasma; o Células T CD4 que ativam macrófagos, e células T CD8+ citotóxicas funcionam cooperativamente contra bactérias intracelulares. As bactérias são fagocitadas e se multiplicam no citoplasma, LT CD8 reconhece e faz apoptose ou o CD4 se torna LTh1 e secreta interferon que ativa os macrófagos. RESPOSTA IMUNE CONTRA VÍRUS • Interferons (IFN): no início de contaminações virais secreta IFN alfa e beta. o INF alfa, INF beta (tipo I) – interferon antiviral, produzido por qualquer célula infectada; o Qualquer célula que capturar esses interferons, dentro dela ativa várias reações bioquímicas que resultam na inibição da tradução, transcrição e degrada RNAm = cessa a multiplicação do virus; o Tratamento para hepatite C – usa-se interferons. • Células NK: o Atua na ausência de MHC I (apresenta Ag para CD8); o São importantes nos primeiros dias de infecção viral; o Realiza ADCC – igual aos CD8, por granenzimas e perfurinas, induzem apoptose. • Sistema complemento: o Estimula reação inflamatória aguda e ativa a fagocitose; o MAC pode destruir envelope viral; o Envelope é lipídico. • Macrófagos e células dendríticas: o Apresenta Ag para LT; o Imunoregulatórios; o Dissemina vírus. RESPOSTA HUMORAL CONTRA VÍRUS – ANTICORPOS • LB reconhecem Ag virais e produzem Ac; • Anticorpos fazem: o Neutralização; o ADCC; o Ativam complemento. RESPOSTA ESPECÍFICA CELULAR CONTRA VÍRUS • LT helper (CD4): o Reconhecem, prolifera (expansão clonal) e começa a secretar citocinas que ativam o CD8; o CD8 secreta perfurinas e granenzimas que induzem apoptose. Muito eficiente! o Geram células de memória. Imunidade inata – INF 1 e NK. Imunidade adaptativa – CD8 (erradicam) e Ac (protegem). RESPOSTA IMUNE INATA CONTRA PROTOZOÁRIOS E HELMINTOS Resposta Imune Variável – depende do tipo de parasita e localização. a) Localização extracelular – de superfícies epiteliais e espaços intersticiais. o Acessíveis as moléculas solúveis do sistema imune; o Complemento e anticorpos. b) Localização intracelular – citoplasmáticos ou vesiculares. Infecções parasitárias crônicas pela imunidade inata fraca e a habilidade dos parasitas de evadir ou resistir a eliminação pelas respostas imunes adaptativas. Muitos fármacos antiparasitários. Intracelulares 3 • Macrófagos produzem reativos intermediários do oxigênio após a fagocitose e óxido nítrico; • Ativação do complemento – destruição, fagocitose, estimula a inflamação; • Tipo Th1 – citocinas ativam macrófagos, CD8 atuam nas células infectadas. Resposta Humoral: • Curta fase extracelular; • Opsonização, ativação do complemento e ADCC; • Neutralização. Resposta Imune Inata contra parasitas Helmintos: • Fagocitose – são resistentes a fagocitose e podem se replicar no interior; • Moléculas citotóxicas secretadas por neutrófilose macrófagos – tegumento espesso o torna resistente; • Eosinófilos – liberam o conteúdo dos grânulos que são capazes de destruir os tegumentos de vermes; • Alguns helmintos ativam a via alternativa do complemento, embora pareçam ter desenvolvido a lise mediada pelo complemento. • Acontece resposta Th2 – secreta citocinas (IL4 e IL5): o IL4 – nos LB, produz IgE e IgG; o IL5 – ativa eosinófilos e mastócitos. LT reconhece Ag solúveis do helminto, o helper secreta citocinas que produz IgG e IgE. Esses Ac se ligam as proteínas do sistema complemento e se ligam a porção Fc e desgranulam. Eosinófilos lesam a cutícula do helminto. Sistema complemento pela via alternativa pode ser ativado. Quando chegam Ag dos helmintos ao IgE, desgranula o mastócito, liberando aminas vasoativas (alergia, choque anafilático), leva a expulsão do parasita. Fazem vasodilatação, edema, aumenta produção do muco, aumenta a contratilidade da musculatura lisa. Resposta Imune contra Helmintos: • Fase aguda – IgE e eosinófilos mediam inflamação. • Exposição crônica: o Th2/Aumento da produção de IgE, do número de mastócitos e eosinófilos ativados – inflamação; o Th1/ativação de macrófagos – granulomas (HS tipo IV). RESPOSTA INATA CONTRA FUNGOS • Eficiente; • Neutrófilos – substâncias fungicidas; • Infecções acontecem somente em condições de umidade e calor favoráveis; • Macrófagos – destroem fragmentos e esporos, não são eficientes na destruição da parede celular dos fungos (quitina). Resposta Imune específica contra infecções fúngicas: • Somente contidas por resposta imune específica celular via linfócitos Th1 (T CD4+ e CD8 cooperam); • As respostas Th1 podem causar uma inflamação granulomatosa que causa importante lesão tecidual. RESUMO B extracelulares – anticorpos (neutralização) humoral B intracelulares – celular (macrófagos e LT citotóxicos) Vírus específica – humoral e celular Parasitas – Th2 (IgE, eosinófilos e mastócitos) Fungos – Th1 (inata é mais eficiente). Imunocromatografia Ou teste imunocromatográfico de fluxo lateral (teste rápido) ou imunoensaio de fluxo lateral. Características: • Qualitativo; • Teste de triagem; • Simples; • Rápido; • Baixo custo; • Fácil interpretação; • Leitura é feita a olho nu; • Apresenta sensibilidade e especificidade variada conforme particularidades do patógeno. Princípio: • Utiliza-se uma membrana de nitrocelulose ligada a uma tira de acetato transparente; • Para detectar antígeno, emprega-se um anticorpo de captura, ligado a matriz e um anticorpo marcado específico ao antígeno pesquisado; • Para detectar Ac, utiliza-se Ag específico ligado a matriz e um anticorpo anti-imunoglobulina narrado; Tem uma área redonda para colocar a amostra clínica para ver se tem o agente ou o Ac. Tem uma área teste e outra controle. 4 Para detecção de antígenos, tem a área de conjugado com Ac específicos para o antígeno em questão com ouro ou prata coloidal. Área controle – anticopos anti-anticorpos mobilizados. Anticorpos humanos são diferentes de animais. E esses anticorpos são proteínas, caso injete em cavalo, produz anticorpos contra os anticorpos humanos. Servem para detectar anticorpos. Quando se coloca a amostra, ela migra por capilaridade, sobe pelo teste. Exemplo – FelV • Resultado positivo; • Na área de amostra coloca-se a amostra clínica – sangue, saliva, soro, plasma, secreção de nasofaringe, urina, fezes, etc.; • Dependendo da doença se usa um tipo de amostra; • FelV – sangue; • Ao atingir a área do conjugado – se ligam, acontece uma reação; • Ao atingir a área teste – prendem os vírus nessa região; • Anticorpos não mobilizados atingem a área de controle – anti-anticorpo se liga ao conjugado. Se enxerga uma linha no controle e no teste; • Controle – não é controle de presença do vírus, e sim, do conjugado. Falso negativo → carga viral baixa. • Negativo; • Nada se liga ao conjugado; • Só liga ao anti-anticorpo. FIV: • Resultado positivo; • Plasma, soro, sangue; • Tubo com anticoagulante – sedimenta hemácias; • Tubo sem anticoagulante – coagula as hemácias; • Plasma tem fatores de coagulação, soro não; • Conjugado, se tiver Ac reage com o Ag; • Atingem a área teste com Ac específicos para o Ag; • Área de anti-anticorpos ocorre a reção; • FIV e FELV – bolinhas. Imunocromatografia para detecção de IgM – significa que foi infectado recentemente. Se detectar IgG – infecção a mais tempo. Detecção em fezes – coleta uma amostra e dilui. Ontogenia do Sistema Imune e Imunologia Neonatal Ontogenia – formação ou desenvolvimento do sistema imunológico. Neonato necessita de experiência antigênica para que ocorra maturação do sistema imune, isso demanda tempo. Imunidade passiva – transferida via colostro ou via placenta. Sistema imunológico do recém-nascido está completamente completo? Do ponto de vista anatômico está completo, só não está totalmente funcional (imaturo). PROVA Introdução: • Após o nascimento, o animal emerge do útero para um ambiente onde é exposto a numerosos microrganismos; • Neonatos são vulneráveis a infecção nas primeiras semanas de vida; • O desenvolvimento do sistema imune depende da estimulação antigênica; • Transferência passiva é essencial nas primeiras semanas de vida. Desenvolvimento do Sistema Imunológico: • Desenvolvimento do SI no feto segue um padrão consistente e ocorre em diversas etapas; • O feto é capaz de responder aos diferentes antígenos após o desenvolvimento dos órgãos linfoides; • A falta de exposição aos antígenos estranhos poderia explicar a limitação na diversidade de receptores de células T e produção de citocinas. • Se dividir o desenvolvimento da imunidade em três partes, no terço final ele já pode responder; Desenvolvimento da Imunidade Inata: • É essencial para a sobrevivência nas primeiras semanas de vida (sistema complemento, NK, fagócitos, mediadores de inflamação, etc.); • Produzem diversificada quantidade de moléculas antimicrobianas (lisozima, defensinas, etc.); • TLRs estão presentes e funcionais em neonatos. Sistema Imune e infecção uterina: • O SI fetal não responde as infecções da mesma forma que animais adultos imunocompetentes; • Infecções brandas ou imperceptíveis nas mães podem ser severas ou letais no feto; 5 • Presença de Igs no soro do neonato, antes da ingestão de colostro, é indicativo de infecção intrauterina. Consequências da infecção de fêmeas boinas prenhes pelo BVD: • Se a fêmea se infectar no final da gestação, bezerro nasce soropositivo; • Se ocorrer infecção nos primeiros 30 a 40 dias, ocorrem efeitos na fertilização, implantação → tratador observa retorno ao cio; • Se ocorrer infecção aos 40 dias, pode ocorrer aborto, lesões de retina e cegueira, lesões no SNC, embriões muito susceptíveis; • Pode ocorrer imunotolerância (40-120 dias), o feto entende que o vírus é dele (pela faixa de desenvolvimento do sistema imune), tolerando o vírus não ocorrendo resposta. O animal nasce com o vírus sendo parte dele, segue liberando na natureza (animal persistentemente infectado). Resposta imune em neonatos: • A resposta imunológica de neonatos ocorre em um período prolongado e com baixa concentração de anticorpos; • Citocinas do perfil Th1 causam danos a placenta – são inflamatórias; • Em geral, a RI é direcionada para as células Th2; • Ex: potros neonatos não montam respostas Th1 Qual a diferença entre bactéria intracelular e celular? PROVA SÍLVIA Transferência passiva da imunidade: • A via pela qual os Ac maternos chegam ao feto é determinada pela estrutura da placenta: o Hemocorial – humanos e primatas; o Endoteliocorial – cães e gatos; parcialmente passa Igs pela placenta; o Sindesmocorial – ruminantes; o Epiteliocorial – equinos e suínos. Ruminantes, equinos e suínos– espécies totalmente dependentes de colostro. Transferência passiva de imunidade: PROVA • Colostro: o rico em IgG (65-90%) e IgA; o rico em citocinas (IL-1, IL-6, TNF-a e IFN-y). • Em neonatos, a atividade proteolítica no trato digestivo é baixa; mais o anticorpo fica livre para ser absorvido; • Presença de inibidores da tripsina (proteolítica) no colostro; • Igs se ligam a receptores Fc (FcnR) em enterócitos; à medida que o tempo vai passando, estes receptores vão sumindo; • Em geral, a permeabilidade intestinal é maior logo após o nascimento e declina gradativamente após 6h; • Secreção muda gradualmente de colostro para leite. Que momento o animal deve mamar o colostro? Quanto mais cedo melhor! De 4 a 6 horas a absorção está mais alta. Devem ter ingerido em até 12 horas. PROVA Silagem de colostro – é vantajoso pois não precisa congelar, a palatabilidade é diminuída (tem que tornar mais consumível pelo animal). Tem altíssima concentração de anticorpos na silagem. Banco de colostro – colostro congelado. Falha na transferência passiva: • Existem 3 razões principais: o Falha de produção – não foi produzido colostro, pode ocorrer por: desnutrição, morte da mãe, mastite, qualquer tipo de infecção será prejudicial, idade do animal (muito jovem ou muito velha); o Falha de ingestão – quando o neonato não consegue fazer a sucção, como: defeito anatômico (na mãe ou no neonato), primeira cria, animal fraco, parto prematuro (falha de produção e ingestão); o Falha de absorção – tempo em que ocorreu a ingestão, permeabilidade intestinal, goteira esofágica. • Lembrar: absorção de IgG do colostro é necessária para proteção contra doenças septicêmicas. O consumo contínuo de IgA ou IgG1 a partir do leite é necessária para proteção contra doenças entéricas. Diagnóstico de falha na transferência passiva: • Teste de turbidez pelo sulfato de zinco (>400mg/dL); • Imunodifusão radial simples; • Aglutinação em látex; • ELISA; • Refratometria. Tratamento de falhas na transferência passiva: • Exemplo em potros: o Ideal é concentração de IgG acima de 800mg/dL; o Potros com concentrações plasmáticas inferiores a 200mg/dL ou que não foram assistidos dentro de 6h após o nascimento, devem receber colostro adicional; o 2-3 litros de colostro de boa qualidade devem ser administrados por via oral ou tubo nasogástrico; o Importante monitorar todos os potros que receberem colostro ou plasma como suplementação. Considerações sobre a vacinação de animais jovens: 6 • Anticorpos maternos podem interferir com a vacinação; • A duração da imunidade é determinada pelo nível de anticorpos transferidos via placenta e ou colostro; • Vacinas vivas recombinantes ou de DNA podem estimular o sistema imune na presença de imunidade materna; • Quando vacina o animal na presença de imunidade passiva, inibe o efeito da vacinação. Desenvolvimento da imunidade adquirida em neonatos: • Imunidade local – os tecidos linfoides intestinais dos neonatos respondem rapidamente aos antígenos ingeridos; • Imunidade sistêmica – interferência dos anticorpos maternos. Janela de Susceptibilidade: PROVA • Quanto o animal nasce a imunidade ativa dele é zero; • À medida que o tempo vai passando, ele vai recebendo vacinas, exposto a antígenos; • Se ele mamou direito, tem imunidade passiva alta e com o tempo vai caindo gradativamente; • Acontecem duas curvas, imunidade passiva caindo e a imunidade ativa sobe; • Um período, em que as duas imunidades coincidem, é a janela de susceptibilidade. Necessita de cuidado! • O ideal da vacinação é que seja realizada neste período, quando a imunidade passiva decai. Imunidade Passiva em Aves: • Igs séricas são transferidas do soro da galinha para a gema enquanto o ovo ainda se encontra no ovário (FcRY); • À medida que o ovócito fertilizado passa pelo oviduto, IgM e IgA são adquiridas juntamente com a albumina; • Embrião absorve IgY da gema (IgY no soro); IgY vai para a circulação; • IgA e IgM se difundem no líquido amniótico e são posteriormente “engolidas” pelo embrião (IgA e IgM intestinais). Comente sobre imunidade passiva em aves. PROVA Prática Elisa Elisa direto: • Ensaio imunoenzimático; • Detecta anticorpo ou antígeno de uma determinada enfermidade; • Padroniza no laboratório; • Teste feito com placas – com afinidade por proteína; • Por exemplo, no teste para detecção do vírus da BVD, a amostra utilizada é o soro (anticorpos). Passo a passo: I. Etapa 1 – sensibilização com Ag da BVD; II. Etapa 2 – bloqueio → proteínas inespecíficas (leite em pó desnatado). Tem que se ligar no antígeno e não na placa; III. Etapa 3 – adiciona o soro; amostra (anticorpos) = anticorpo primário bovino; IV. Etapa 4 – lavagem = tudo que não é Ac (inespecíficos) saem da placa; V. Etapa 5 – conjugado ou Ac secundário = reconhece o primeiro anticorpo (Ac anti bovino); a. Vem conjugado com a enzima (peroxidase, fosfatase alcalina). VI. Etapa 6 – lavagem = retira Ac secundários que não se ligaram aos primários; VII. Etapa 7 – substrato = muda de cor; VIII. Etapa 8 – stop = solução de parada da reação. A coloração é subjetiva: • Lê-se no espectrofotômetro = número da densidade óptica; • Quanto maior o número = maior a densidade; • Quando maior a densidade = maior o Ac primário. Elisa sanduíche: Usado para detectar antígenos. Etapas do teste: I. Coloca anticorpo; II. Lavagem; III. Anticorpo primário; IV. Conjugado; V. Lavagem; VI. Substrato; VII. Stop. Vacinas Introdução: • Método efetivo de prevenção e controle de doenças infecciosas em humanos e animais; 7 • Varíola humana foi erradicada por meio da vacinação, tem alto nível de letalidade; • A tecnologia de produção e a prática da vacinação tem como base os princípios básicos de imunologia; • A proteção conferida pela vacinação é mediada por mecanismos efetores da imunidade natural e adquirida; imunização ativa artificial (vacina); • Tecnologia de produção de vacinas tem avançado pelo uso de técnicas de biologia molecular; • Vacinação é um procedimento médico que envolve riscos e benefícios, devendo ser avaliado criteriosamente pelo médico veterinário; • A imunidade ativa sempre ativa uma resposta específica e que gera memória; • A imunidade passiva tem especificidade, mas não tem memória, é curta. Vacina ideal: • Prevenção da infecção/reinfecção; • Prevenção à doença clínica; • Atenuação da doença clínica e consequências; • Proteção fetal; • Proteção dos neonatos; • Redução da excreção do agente infeccioso; • Erradicação do agente na população; • Compatível com discriminação sorológica. Objetivos da vacinação: • Estimulação de células apresentadoras de antígenos e liberação de citocinas; • Estimulação de LT (CD4+ e CD8+); • Estimulação e proliferação de LB; • Gerar células de memória. Tipos de vacinas: • Convencionais: o Vacina replicativa/viva; o Inativadas ou “mortas”; o Subunidades; o Toxóides. • Nova geração: o Proteínas recombinantes; o DNA e RNA; o Peptídeos sintéticos; o Vetorizadas. Vacinas monovalentes e polivalentes. Vacinas “vivas” ou “vivas atenuadas”: • Contêm o agente variável com capacidade replicativa; • Manutenção das características antigênicas do agente; • Atenuação do agente reduz a virulência; • Não resultam em dano tecidual ou doença clínica significativa; • Parvo, cinomose, DVB, herpes, febre amarela, pólio (oral); • Reação vacinal = quer dizer que o sistema imune está respondendo; • Vacina oral = vírus entra no trato gástrico e estimula a nível intestinal (atenuada); • Vacinas vivas/atenuadas – uma dose só, superior, imunidade dura mais. Vacinas diferenciais/”Marker vacines”: • Vírus mutante; • Analisando o genoma, se analisou que se retirar a glicoproteína E (gE), causa doença mais branda noanimal; • Gerou um vírus recombinante que não tem a glicoproteína E, se tornou uma vacina; • Quando vacina o animal com o vírus modificado, responde a todas as proteínas do vírus menos gE; • No teste de ELISA tem a gE, infectados com o vírus selvagem dão positivo, animais vacinados dão resultado negativo; • Vacina importante para detectar os indivíduos infectados, para encontrar a fonte de infecção, ajuda a controlar novos casos da doença. Vetores vacinais: vacina viva. • Vírus naturalmente ou artificialmente atenuados carreando gene(s) de outros vírus = VETOR; • Vacina da cinomose – proteínas H e F, de superfície, induzem anticorpos e linfócitos; • Isolou os genes da proteína H e F, clonou os genes dentro de um poxvírus de ave (canário); • Poxvírus – vetores mais estudados hoje; pode utilizar a vacina como alternativa a imunidade passiva; • Quando o poxvírus infecta as células caninas, se multiplica (causa nódulo cutâneo) e induz alto nível de anticorpos contra H e F; protege contra a cinomose; • Multivalente – mais de uma dose. Por que uma vacina de vetor ou atenuada é melhor? Os níveis são maiores, uma dose é o suficiente. Se comparar uma viva ou inativada, geralmente, a viva tem nível maior de anticorpos e dura mais tempo que a outra. PROVA Vacinas virais inativadas: • Contém o agente íntegro, porém sem capacidade de replicação ou multiplicação; • Eliminação irreversível da infectividade por processos químicos e/ou físicos; • Seguras, muito utilizadas em medicina veterinária; • Várias doses; • Imunidade tipicamente humoral. Vacinas de subunidade: 8 • Contém proteínas ou epítopos/ determinantes antigênicos; • Proteínas são purificadas e utilizadas para imunização; • Seguras, desprovidas de capacidade replicativa. Vacinas de proteínas recombinantes: • Proteína de interesse é produzida em organismos recombinantes (bactérias, leveduras, ...); • Seguras, baixo custo; • Ex.: vacinas contra HB, papilomavírus humano (HPV), FelV; • Para não utilizar o vírus inteiro, utiliza-se pedaços dele (gene, RNA), transforma em DNA complementar, pega o gene de interesse e implanta em bactéria ou levedura; • A bactéria/levedura produz grande quantidade da proteína escolhida, há técnicas de purificação da proteína e utiliza-se como vacina. Vacinas bacterianas vivas: • Vacinas que contém bactérias vivas; o Ex.: vacina contra a brucelose (cepas B19 e RB51) e vacinas contra alguns tipos de Salmonella sp. • Emulsão de bactérias mortas ou inativadas: o Vacina contra erisipela, s. equi, etc. Toxóides: • Vacinas que contém toxinas inativadas; • Vacina contra o tétano e botulismo; • Durante a castração pode realizar a vacinação, mas não é o recomendado; usa-se soro. Anaculturas: • Vacinas que contém toxóide + bacterina; • Vacinas contra Clostrididioses. Vacinas polivalentes: • Praticidade; • Exigem resposta simultânea do SI contra uma grande quantidade de antígenos; • Presença de antígenos imunodominantes; • Alguns tipos de vacinas contêm agentes imunossupressores e mesclam agentes “vivos” e inativados. Vacinas contra fungos e parasitas: • Poucas vacinas estão disponíveis comercialmente; • O conhecimento exato dos mecanismos efetores da imunidade contra fungos e parasitas são essenciais ao desenvolvimento de vacinas mais eficazes. Adjuvantes: • Substâncias capazes de potencializar a resposta imune de vacinas ativadas, proteínas recombinantes ou subunidades; • Adjuvantes de depósito – sais de alumínio; • Adjuvantes particulados – ISCOMs, lipossomos e micropartículas; • Adjuvantes imunoestimulantes – LPS, saponinas e dextrano; • Adjuvantes combinados; • Retém o antígeno e libera devagar, potencializa a resposta. Vias de aplicação: • Administração parenteral – intramuscular, intravenosa, subcutânea, intradérmica; • Administração oral – via água e alimentos; • Administração em mucosas – intranasal, intravaginal, intraconjuntival; • Administração por aerossóis, imersão, via ovo. Distribuição da resposta imunológica protetora em uma população de animais vacinados: • Maioria dos animais respondem adequadamente; • Uma parcela não responde – é normal; • O que não pode acontecer é a maioria não responder; • Alguns não respondem por variação individual. Falha vacinal: • Falhas da vacina: o Cepa incorreta; o Pouco antígeno; o Antígeno não-protetor; o Pouco adjuvante/adjuvante incorreto. • Falhas na conservação/administração: o Conservação inadequada; o Administração inadequada; o Animal com imunidade passiva; o Animal já infectado. • Falhas do animal: o Imunidade passiva; o Animal já infectado; o Animal imunodeprimido; o Animal doente; o Variação individual. 9 Reação de Aglutinação Anticorpos juntam antígenos = vistos em forma de grumo. Teste rápido (minutos) – basta misturar as partículas ao soro do animal. É qualitativo – tem ou não tem anticorpos. Custo baixo. Sensibilidade e especificidade medianas. Teste oficial do controle da brucelose e tuberculose bovina (PNCEBT) – triagem. Brucelose: zoonose. Sintomas – causa problemas reprodutivos (aborto, repetição de cio, orquite). Transmissão pelo leite e derivados do leite. Governo determinou vacinação obrigatória (fêmeas bovinas na idade de até 8 meses de idade). Vacina controla a circulação da brucela e reduz impacto reprodutivo, o objetivo é erradicar a doença. Quando detecta animal positivo = abate. Diagnóstico feito para brucelose bovina, salmonelose aviária e micoplasmose aviária. Programa de sanidade avícola (PSA). Aves – teste por amostragem, se der positivo, todo o lote é eliminado. O teste detecta anticorpos. Indiretamente diz que houve infecção. Vacina – produz uma boa resposta. Imunidade protetora para a brucela é célular (desparece conforme o tempo). Quando se infectou recentemente, tem muito anticorpo, muitos deles se ligam em uma mesma partícula – não enxerga o grumo = falso negativo. Caso tiver pouco anticorpo, ocorre falso negativo. Quando tem excesso de anticorpos = efeito pró-zona. Como o teste é feito? • Feito em placas de vidro onde se colocam as amostras; • Uma gota (~50L) de soro e uma gota de antígeno; • Mistura; • Leitura após ~4 minutos. Utilizado para fazer tipagem sanguínea e teste de compatibilidade (transfusão). Importante fazer: gatos, cães e equinos. Reação incompatível – indivíduo tem anticorpos contra as hemácias (se ligam) e há lise de hemácias por reação de hipersensibilidade (H2). Se tivesse reação – tem que fazer acompanhamento, uso de dexametasona, manter o animal em fluidoterapia (fisiológico = hemoglobina é tóxico e compromete os rins). Dexametasona – combate o processo inflamatório. Gatos – maioria tem sangue tipo A, quem for B tem anticorpos para o tipo A. Teste maior: • Soro do receptor e mistura com as hemácias do doador; • Se faz o contrário também. Também utilizado para a tipagem sanguínea humana = hemácias tem antígenos na sua superfície.
Compartilhar