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Análise do filme Bacurau

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Apresentação Geral do Enredo 
O filme “Bacurau” produzido por Kleber Mendonça Filho e Juliano Domelles, foi lançado em 23 de agosto de 2019. Neste sentido, o filme conta a história de Bacurau, uma cidade do Nordeste, esquecida e apagada do mapa. Em algumas cenas, seu Plínio, o professor, tenta localizar a cidade no mapa para mostrar aos seus alunos, mas não a encontra, sendo a única alternativa ser mostrado em formato artesanal, o que mostra o carinho que os moradores sentiam pela sua região. Nesta perspectiva, a ausência da cidade no mapa poderia ser um aviso do que tentariam fazer com ela. 
O filme apresenta diversos símbolos, metáforas, alegorias, referencias e inúmeros significados históricos e atuais, trazendo diversas reflexões sobre a realidade brasileira, marcada por desigualdades sociais. Podemos considerar a obra como uma denúncia a desigualdade econômica e social, a violência física e simbólica, abandono e descaso do Poder público com as políticas públicas direcionadas a educação, saúde, segurança, e a resistência de um povo estigmatizado e dizimado. 
A seguir, serão apresentadas análises do filme, a partir do referencial teórico a tese de Luciete Valota Fernandes (2015), intitulada “O processo grupal como resistência ao sofrimento e ao adoecimento docente: um estudo a luz da perspectiva histórico dialética”, com destaque ao tópico 3.2 “Psicologia Social e Processo Grupal.”
2 - Articulações possíveis com os conteúdos da perspectiva histórico-dialética dos grupos humanos abordados na disciplina 
A tese “O processo grupal como resistência ao sofrimento e ao adoecimento docente: uma estudo a luz da perspectiva histórico dialética”, de Fernandes (2015), investiga como o processo grupal pode ser considerado um instrumento de resistência ao sofrimento, ao adoecimento e a alienação na relação com o trabalho docente, a partir da Psicologia Histórico-Cultural e Histórico-dialética dos grupos humanos. Embora o público-alvo seja à docência, é possível fazer uma análise de outros grupos, com destaque as cenas do filme “Bacurau.”
Como evidenciado na introdução, o filme apresenta diversas simbologias e nuances fundamentais para refletir sobre os grupos humanos, com base nas obras de Sílvia Lane, Martín-Baró, considerando o grupo em sua historicidade, movimento e como síntese de múltiplas determinações.
As primeiras cenas do filme já denunciam o descaso e abandono do Governo. No caminhão pipa, dirigindo rumo a Bacurau, dois personagens observam as precariedades do lugar, dentre elas, a destruição de uma escola. Em seguida, o motorista pergunta o motivo de Teresa, moradora da região, estar usando jaleco e ela responde que “O jaleco é um sistema de proteção.” Diante da fala, é possível refletir sobre o preconceito e violência, como se o jaleco fosse um escudo que a protegeria, se reafirmando como mulher negra, mas médica, e não bandida. Quando a personagem chega a seu destino “Bacurau”, ela tira o jaleco, como se ali estivesse segura fazendo parte de seu grupo, sem segregação. 
Com base na leitura, compreende-se que Martin Baró, psicólogo social, compreende o grupo como uma estrutura social que consiste em canal de necessidades pessoais e interesses coletivos. Portanto, “Existem grupos condicionados primordialmente por interesses pessoais de seus membros e outros mais determinados pelas exigências coletivas, sociais ou de classe.” (FERNANDES, 2015, p. 77)
O filme representa esses dois modelos de grupos: O grupo dos moradores de Bacurau, determinado pelas exigências coletivas, sociais ou de classe, e o grupo dos forasteiros, baseados em interesses pessoais de seus membros. Além disso, Fernandes (2015) ressalta que Martín Baró utiliza três parâmetros nucleares para analisar o funcionamento do grupo, dentre eles, a identidade, o poder e a atividade.
Identidade
Com relação a identidade, é válido destacar que não se relaciona aos traços similares existentes, mas se refere a uma totalidade própria diante dos outros grupos sociais, ou seja, uma totalidade que se diferencie de outras totalidades. Nesta perspectiva, a identidade pode ser caracterizada a partir de três conceitos: “1) A formalização organizativa; 2) As relações com os outros grupos; 3) A consciência de seus membros.” (FERNANDES, 2015, p. 78).
1) Formalização Organizativa: 
Em síntese, Fernandes (2015) explica que a formalização organizativa se relaciona aos aspectos operacionais existentes do respectivo grupo, ou seja, define as partes que são determinantes da estrutura grupal. A seguir, serão aspectos do filme com base neste conceito.
Por que Bacurau? O nome escolhido faz uma simbologia a um pássaro, considerado forte, assim como o grupo de moradores da região que possuem sua própria identidade. Na cena, a forasteira pergunta a uma moradora se este pássaro já não estaria extinto, respondendo que não está extinto, e está vivo, só saindo a noite. Neste momento, é possível associar a uma metáfora a própria cidade, onde existem moradores sendo ignorados e excluídos do mapa, literalmente, pelo Poder Público e também por um grupo que busca extinguir a população, como se fosse um jogo de vídeo game e por pura diversão. 
No entanto, a cidade pode ser uma representação e alegoria do Brasil. Um lugar subdesenvolvido e conectado. O filme quebra o estereotipo de que o Nordeste não há tecnologias e mostra os que os moradores da região, apesar de suas condições, estão inseridos na era tecnológica atual e a utilizam como cooperação. 
A partir da leitura, compreende-se que dentre os aspectos que organizam o grupo, podemos entender que o grupo pode estar associado aos cangaceiros, um grupo de moradores que age em defesa de sua própria sobrevivência. Com relação as regras e distribuição de tarefas, para entrar em bacurau, é necessário tomar a semente, como se fosse um ritual. O psicotrópico pode representar a essência dos moradores da região, a coragem, respeito e resistência. Como também, na entrada da cidade há uma placa avisando “Se for, vá na paz.”
Relacionando ao filme, as tarefas do grupo são estruturadas e divididas entre os membros. Assim, o personagem principal não é o indivíduo, mas a comunidade. É fundamental notar como coletivamente as pessoas se organizam para tentar solucionar problemas sociais. O foco se baseia na organização social da cidade e como um grupo consegue se organizar politicamente por algo que é necessidade comum a todos: sobrevivência. 
Em diversos momentos do filme, é possível observar que o grupo de moradores demonstra organização, respeito e cooperação, dentre eles, o cuidado de todos com a mala vermelha contendo os medicamentos, a reunião em momentos de perdas como o velório de Carmelita, figura importante para os moradores, além de reuniões para distribuir as doações, lutas e resistências com relação ao falsas promessas do prefeito e a violência dos forasteiros. Considerando a realidade social, a totalidade das singularidades.
2 - As relações com outros grupos: 
Sobre as relações com os outros grupos, Fernandes (2015), destaca que a identidade de um grupo depende de um jogo de forças sociais entre os grupos em sociedade. O casal sulista que entra em Bacurau se demonstra superior aos moradores da região. No decorrer do filme, evidencia que eles fazem parte de um grupo que tem como foco extinguir aquela região do mapa, exterminando aquelas vidas.
Outra cena, eles negam que os moradores da Bacurau são também brasileiros e buscam se assemelharem aos estrangeiros, pois também são brancos, justificando que o Sul é uma região rica, diferente da região Nordeste, estigmatizada. Então, observa-se o filme faz uma analogia a divisão entre os sulistas e os nordestinos aos conflitos existentes no contexto histórico brasileiro, dentre eles, o Colonialismo.
3 - A consciência de pertencer ao grupo:
Sobre a consciência de seus membros, Fernandes (2015, p. 79), ressalta que “A pertença subjetiva a um grupo pressupõe que o indivíduo tome o grupo como referência para sua identidade ou vida.” No filme, o sentimento de pertencer ao grupo é evidenciado,com destaque, a cena em que a forasteira pergunta “Quem nasce em Bacurau é o que?”, e um menino responde “É gente.” Eles sabem quem são, se reconhecem nas obras do museu histórico da cidade, conduzindo o compromisso profundo com as pessoas do grupo e preocupações com a sobrevivência. 
O museu histórico de Bacurau evidencia o poder da identidade do grupo, o seu patrimônio e a sua resistência. No museu, o grupo se reconhece e luta para continuar existindo, representando a resistência do povo nordestino contra a opressão. Portanto, a memória coletiva é construída no museu, pois o grupo reconhece sua força e colaboração mutua. Exemplo disso, a cena de limpeza do museu: “Deixar as marcas na parede para se lembrarem”, a parede suja de sangue virou objeto museológico, o que representa a força do povo estampada.
Poder
Além da identidade, outro parâmetro fundamental na análise do grupo, é o poder. Com relação ao poder, Fernandes (2015, p. 80) destaca que “O poder social pode determinar o comportamento das pessoas e dos grupos de forma imediata e mediata.” Além disso, a autora destaca uma tendência ao ocultamento e naturalização do poder, não sendo questionado pelo grupo. Com o intuito de entender como ocorre o poder, Martin Baró apresenta três características fundamentais: 
1) Ocorre nas relações sociais:
2) Baseia-se na posse de recursos
3) Produz um efeito nas relações pessoais
 De modo geral, nota-se que, no filme, o grupo de moradores de Bacurau se une em diversos momentos como forma de lutarem por seus direitos. Exemplo disso, a cena em que os moradores são avisados, antecipadamente, por pessoas que informam se existem forasteiros em direção a Bacurau. Em virtude disso, os moradores são notificados pelo próprio grupo que o prefeito de Serra Verde, Tony Junior, realizaria a visita à região. 
Neste momento, nota-se a união entre os moradores de serem avisados e recusarem recebê-lo. Em época de eleição, o prefeito de Serra Verde, Tony Junior, chega a Bacurau com promessas sem fundamentos para ganhar votos e alguns recursos como livros, alimentos vencidos e remédios, dentre eles, inibidores de humor (Tarja preta). O trecho da música “Olha o Tony Junior que está chegando, caminhando no meio do povo (...), enquanto na realidade ele sem o apoio e confiança da população. 
	Na realidade, considerando não ter apoio do povo, o prefeito joga os livros na porta da escola, leva alimentos, remédios e pede para ser filmado, na tentativa de ser validado o seu inadequado trabalho realizado e ganhar votos. No entanto, nota-se que no decorrer do filme, ele já havia vendido a alma do povo de bacurau para o turismo sangrento e sabia que o massacre ia acontecer. 
 Nesse contexto, nota-se que o poder é um fenômeno social, portanto, acontece nas relações. O filme retrata o poder e o controle exercido pelo prefeito da cidade. Os conflitos e problemas apresentados são repetições históricas e as cenas relatadas refletem a realidade brasileira em que a burguesia detém a posse dos recursos dos indivíduos e grupos, culminando nas desigualdades sociais, oposições e conflitos.
No filme, o prefeito busca se manter poderoso nas relações, persuadindo o voto do povo mediante a utilização de recursos somente em época eleitoral, como os livros, alimentos vencidos há meses e remédios inibidores, com foco no controle.
	Com relação aos medicamentos, a médica Domingas se reúne aos moradores na tentativa de alertá-los sobre os riscos dos medicamentos. Não há o desinteresse e o conformismo da população, não se satisfazem com as migalhas, sabendo que estão sendo negligenciados. Portanto, eles se identificam e tem consciência sobre o pertencimento do grupo e as decisões são pensadas coletivamente. 
Como também o poder envolvendo aos estrangeiros, no filme, que acreditam que possuem o poder de extinguir uma população. O drone em formato de Ovni remete ao desconhecido e a imposição do medo como forma de controle, a recusa a frequentar o museu também são aspectos que evidenciam o desprezo deles ao grupo de moradores da região, sua identidade, atividade. O confronto dentro da escola também chama a atenção do telespectador, o curioso é que a escola não é atingida, fazendo uma simbologia como se ali estivesse o poder do conhecimento. 
Portanto, Fernandes (Ano, p. 81) explica que “O poder produz um efeito concreto nas relações”, sendo assim destacados os efeitos de “passividade, submissão, obediência e autoridade.”
Atividade
	Outro aspecto importante para a análise grupal, é a atividade. Fernandes (2015) destaca que as atividades grupais possuem duas dimensões: externa, que se relaciona com a sociedade e/ou outros grupos, de modo que afirme sua identidade e a interna, que se relaciona aos membros do próprio grupo, que possuem objetivos em comum.
No filme, quando a mala vermelha chega ao vilarejo, o grupo se une e transporta com cuidado para ser entregue os medicamentos em segurança. A morte de Carmelita, de 94 anos, figura importante para a população de Bacurau, que possui vários descendentes espalhados por todo o Brasil, faz com que o grupo se reúna e juntos cantam até o sepultamento. Assim, observa-se que o grupo possui objetivos em comum.
Na perspectiva de Martín-Baró, Fernandes (2015) destaca, ainda, que os grupos humanos são classificados em primários, funcionais e estruturais. Nesta perspectiva, os grupos primários se relacionam a satisfação de necessidades essenciais e a identidade, exemplificando a família. Fernandes (Ano, p. 84) ressalta que “Os grupos funcionais são construídos na base da divisão social e técnica do trabalho na sociedade classista.” Enquanto que os grupos estruturais são compreendidos como “Separação mais patente dos indivíduos segundo os interesses originados da propriedade privada, estruturante do capitalismo,” (FERNANDES, 2015, p. 85)
 Relações com a atuação do psicólogo escolar com grupos 
Diante das análises realizadas, entende-se que o processo grupal supera o individualismo. Sendo assim, necessário o desenvolvimento de um trabalho comunitário com o objetivo de desenvolver a consciência social e autonomia dos indivíduos.
No artigo “Processos grupais e atividade docente: Uma proposta interventiva para a saúde psicológica”, Fernandes (2022), destaca que “O processo grupal pode ser um instrumento de resistência ao sofrimento, ao adoecimento e a alienação no trabalho docente.” Embora a pesquisa tenha sido realizada no ambiente escolar, direcionada aos professores, é possível associar também a outros grupos presentes na sociedade.
	De acordo com Santana, Pereira e Rodrigues (2014), a Psicologia escolar pode ser compreendida como uma área de conhecimento e de atuação profissional que se relaciona aos processos psicológicos e educacionais. Nesta perspectiva, o psicólogo escolar pode desempenhar um papel importante no contexto educacional, sendo assim necessário considerar “Os determinantes sociais e os aspectos subjetivos que constituem os contextos educativos e o processo de ensino-aprendizagem.” (SANTANA, PEREIRA, RODRIGUES, 2014, p. 231)
	Com relação a intervenção do Psicólogo escolar, Marinho Araújo (2016), esclarece que deve estar direcionada a formação pessoal e profissional, considerando a interdependência entre cultura institucional e subjetividade, composta por uma rede de relações entre estudantes, docentes, coordenadores e gestores. Nesse sentido, a função do psicólogo baseia-se na orientação, conscientização e desenvolvimento. 
O psicólogo assume um papel fundamental no contexto escolar. Sendo assim, possível realizar diversas atividades voltadas para os grupos existentes. Podemos destacar os atendimentos em grupo, encontros, entrevistas orientadoras, acolhimentos, palestras, projetos, e o desenvolvimento de um processo grupal.
Com base na leitura e discussão em sala de aula, compreende-se que a atuação do psicólogo escolar deve estar voltada também para o campo da pesquisa sobre os processos grupais, na perspectiva da Psicologia Histórico-cultural e histórico-dialética dos grupos. 
A realização de projetosno espaço escolar também é outra alternativa. Os projetos envolvendo grupos devem considerar as múltiplas determinações das queixas dos estudantes, professores e comunidade. 
Os atendimentos em grupo podem produzir ações reflexivas. Conforme o trabalho realizado por Fernandes (2022), os processos grupais são geradores de novas necessidade e motivos, possibilitando a criação de condições que fortalecem a rede de apoio.
Com base na pesquisa realizada por Fernandes (2022) nota-se que no desenvolvimento de um processo grupal, é necessário conduzir um plano (Com data objetivo, procedimentos e observações gerais), refletindo sobre quais são as atividades temáticas e planejadas a cada encontro, considerando as condições socioeconômicas, os conflitos e as contradições, pois o grupo é uma totalidade que se insere em uma totalidade maior. Portanto, ao trabalhar com grupos, é importante considerar a historicidade, as determinações ideológicas, econômicas e sociais. 
Considerações finais
	Diante das informações apresentadas, nota-se que o filme Bacurau possui diversos elementos para serem analisados. A partir da teoria fundamentada por Martin-Baró, compreende-se que para analisar o processo grupal, é importante considerar três aspectos, que Fernandes (2015) destaca em sua pesquisa: A identidade, o poder e a atividade, que conforme Martins (2003, p. 216) “Estes não podem ser pensados isoladamente, mas intrinsecamente articulados e influindo um no outro.” 
Em virtude disso, foi possível relacionar os parâmetros a algumas cenas evidenciadas no filme de Bacurau, como também refletir sobre o papel do psicólogo no ambiente escolar e no desenvolvimento do processo grupal, considerando a Psicologia Histórico-cultural e Histórico-Dialética. 
O filme Bacurau apresenta diversas cenas surpreendentes que nos faz refletir que o processo grupal pode ser um instrumento de resistência ao sofrimento, ao adoecimento e a alienação. 
Referências
FERNANDES, L. V. O processo grupal como resistência ao sofrimento e ao adoecimento docente: um estudo à luz da perspectiva histórico-dialética. 2015. 270 f. Tese (Doutorado em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano), Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2015.
FERNANDES, L. V. Processos grupais e atividade docente: uma proposta interventiva para saúde psicológica. Obutchénie. Revista de Didática e Psicologia Pedagógica, [S. l.], v. 6, n. 1, p. 106–130, 2022. DOI: 10.14393/OBv6n1.a2022-64387. Disponível em:
https://seer.ufu.br/index.php/Obutchenie/article/view/64387. Acesso em: 24 maio. 2022.
MARTINS, Sueli Terezinha Ferreira. Processo grupal e a questão do poder em Martín-Baró. Psicologia & Sociedade, v. 15, n. 1, p. 201-217, 2003.

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