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Trabalho Unopar 14

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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO
SERVIÇO SOCIAL
ELDA REJANE CUNHA MELLO
TRABALHO INTERDISCIPLINAR INDIVIDUAL
5º SEMESTRE - CURSO DE SERVIÇO SOCIAL 2014
ITAPERUNA
2014
ELDA REJANE CUNHA MELLO
Título do trabalho
CONSTRUÇÃO DA POLITICA DE SÁUDE
Trabalho apresentado ao Curso Serviço Social da UNOPAR - Universidade Norte do Paraná, para as disciplinas: Ética profissional, Família, cultura e sociedade e Politica Social II.
Profs.:Clarice da Luz Kernkamp, Maria Ângela Santini, Maria Lucimar Pereira.
ITAPERUNA - RJ 2014
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................4 -5
2 DESENVOLVIMENTO.......................................................................................6–7-8
3 CONCLUSÃO...................................................................................................9 
REFERÊNCIAS....................................................................................................10-11
CONSTRUÇÃO DA POLÍTICA DE SAÚDE
INTRODUÇÃO
Para compreendermos a Política de Saúde no Brasil precisamos destacar desde os períodos anteriores à ação estatal na área da saúde até os dias de hoje. É necessário conhecermos um pouco da história da Saúde publica brasileira para entender o Sistema Único de Saúde (SUS) hoje existente.
No período em que o Brasil era colônia de Portugal, a produção econômica atendia às necessidades do comercio internacional. Podemos dizer que naquela época, não existia politica de saúde. O governo se limitava a tentar controlar a comercialização de alimentos e o saneamentos dos portos por onde saiam os produtos para Portugal. Essa medida sanitária era tomada apenas devido à preocupação com o comercio, pois as epidemias traziam grandes consequências para a economia, alguns países não queriam comprar mercadorias do Brasil.
Assim, o foco de atenção da coroa situava-se estrategicamente nos chamados ” espaço de circulação de mercadoria”. Essas medidas de saneamento foram tomadas quando a família real se mudou para o Brasil, em 1808. As classes dominantes da época eram os senhores feudais, os capataz que ocupavam cargos mais importantes da colônia e alguns profissionais liberais esses eram atendidos pelos raros médicos existentes. Os índios, negros escravos ou pobres recorriam à medicina caseira, ficando a mercê de sangradores, curandeiros.
Como podemos perceber no Brasil colônia não havia organização de serviços de saúde no Brasil, oque ocasionava em um grande número de mortes devido a enfermidades. O povo brasileiro era um povo doente e isso, diminuía o número de pessoas disposta a vir para o Brasil. Assim sendo surgiu o movimento sanitarista o povo doente seria tratado por meio de ações de higiene e saneamento básico que retirariam o país do caminho da condenação e do atraso. O governo então viu-se obrigado a adotar algumas medidas para melhorar a situação. Iniciou-se um programa de saneamento e higienização dos portos, fundaram institutos de pesquisa para o desenvolvimento de vacinas. 
O Instituto Soroterápico federal de Manguinhos, no Rio foi criado em 1900, que existe até hoje. Atualmente, é conhecido como Fundação Oswaldo Cruz – FIOCRUZ - Instituição de pesquisa relacionadas à saúde.
As campanhas de vacinação começaram no final do século XIX/XX, sendo obrigatório por lei e caso de polícia, pois invadiam as casas para que as pessoas se vacinassem. O povo assustado, reagiu contra o programa de vacinação, momento histórico que ficou marcado como Revolta da Vacina. 
Em 1923, com a Lei Elói Chaves, foi criado o primeiro embrião do que hoje conhecemos como previdência social: As caixas de Aposentadorias e pensões (CAPs), que proviam assistência médica aos trabalhadores formais. É importante ressaltar que as primeiras formas do sistema de assistência médica no Brasil eram feitas de forma excludente, uma vez que quem não tivesse trabalho formal não teria direito aos cuidados médicos.
No primeiro governo de Getúlio Vargas nos anos 1930, ele transformou as caixas de aposentadoria e pensões(CAPs) em Institutos de Aposentadoria e pensões – IAPs.
A partir dessa mudança, os institutos passam a atender os trabalhadores de determinada profissão e não mais as empresas. Com as CAPS, só alguns trabalhadores de empresas possuíam direito ao benefício, já os IAPs eram categorizados de acordo com a profissão do trabalhador e não de acordo com a empresa . Mas o direito à assistência ainda era exclusivo aos trabalhadores formais que estavam nas cidades e tinham as carteiras assinada.
 	A elite e o governo consideravam os trabalhadores urbanos como fundamentais para o crescimento econômico do país, esses trabalhadores tinham voz e lutavam por seus direitos que nem sempre eram respeitados. Os direitos que eles já haviam conquistado eram carteira assinada e a assistência a saúde. A saúde pública não era a grande preocupação do governo, tanto que nem havia um Ministério próprio para as questões de saúde.
No campo da saúde pública, destaca-se a atuação do serviço Especial de saúde Pública – Sesp- criado em 1942 em decorrência de acordo com os Estados Unidos. O SEsp visava, principalmente, a assistência médica dos trabalhadores recrutados para auxiliar na produção de borracha na Amazônia que estavam sujeitos à malária . A produção de borracha era necessária ao esforço de guerra dos aliados na Segunda Guerra. 
Em 1945 a 1964 caracterizou-se pela crise do regime populista e pela tentativa de implantação de um projeto de desenvolvimento econômico industrial. 	 
AS condições de saúde da maioria da população piorava, surgiram proposta por parte do movimento social, no inicio dos anos 60, reivindicando reformas de base imediatas, mas a reação politica do setor conservador levou ao golpe militar de 1964.
Desenvolvimento
A criação do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) aconteceu em 1966, com a unificação de todos os IAPs. Essa mudança não foi muito bem aceita pelos contribuintes que pagavam os impostos mais altos, como os bancários. Antes esses trabalhadores pagavam mais caro para ter melhores serviços na área da saúde, mas com o INPS todos passaram a ter os mesmos direitos. 
Mesmo com a criação do INPS , as ações de saúde continuavam excluindo a população que não tinham trabalho e não pagavam os impostos. 
Assim os excluídos eram atendidos através da filantropia de hospitais, casa de Misericórdia, que normalmente eram administrada pela igreja católica. Essas instituições prestavam assistência a pessoas que não podiam pagar pelos serviços e eram chamados de indigentes.
Nessa época , prevalecia a prática assistencial curativa, embasada na construção de hospitais com forte tendência privatizante. Acreditava-se que a solução seria de criação de convênios entre a iniciativa privada e o estado.
A partir desse momento, a assistência de saúde no Brasil começou a se tornar cada mais mas dividida. Essa divisão era conveniente para o estado , naquele momento se preocupava mais com as questões econômicas do que com as sociais. A saúde foi transformada em mercadoria, uma mercadoria que a maior parte da população não podia comprar.
Ao permitir essa crescente privatização, o governo deixou para terceiros a responsabilidade de prestar tal serviço a toda população.
Em 1967, foi promulgado o Decreto-Lei 200, que estabelece as normas para a organização da administração federal. O governo inclui as responsabilidades do Ministério da saúde, que se fundamentava basicamente no Controle de drogas e medicamentos, responsabilidade pelas ações preventivas( campanhas de vacinação ) vigilância sanitária , controle de alimentos e controle dos portos. 
A partir do mesmo ano foi criado o SINPAS (Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social), que passa a reunir todos os órgãos de assistência médica no INAMPS (Instituto Nacional de Assistência Médicae Previdência Social), e todos os órgãos de aposentadorias e pensões no INPS (Instituto Nacional d Previdência Social). A administração dos recursos financeiros e o sistema passa a ser controlada pelo Instituto de Administração Financeira da Previdência e Assistência Social (IAPAS).
 De 1980 a 1992 surgiram vários projetos que pretendiam estender a cobertura dos serviços de saúde pública.
Em 1987 foi aprovado o SUDS(Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde),que surgiu com a reforma do INMPS com as Secretarias de saúde. Entretanto estes convênios passaram a ser um forte instrumento politico, pelo qual o governo começa a reagir ao assinar o convênio com determinados municípios por vários motivos políticos.
A saúde, neste período, contou com a participação de novos sujeitos sociais na discussão das condições de vida da população brasileira e das governamentais apresentadas para o setor, contribuindo para um amplo debate que permeou a sociedade civil. A saúde deixou de ser interesse apenas dos técnicos para assumir uma dimensão politica, estando estreitamente vinculada à democracia . 
Dos personagens que entraram em cena nesta conjuntura, destaca-se: os profissionais de saúde, representados pelas suas entidades, que ultrapassaram o corporativismo, defendendo questões mais gerais como a melhoria da situação saúde e o fortalecimento do setor público; o movimento sanitário, tendo o Centro Brasileiro de Estudo de Saúde (CEBES) como veículo de difusão e ampliação do debate em torno da Saúde e Democracia e elaboração de contra proposta; os partidos políticos de oposição, que começaram a colocar nos seus programas a temática e viabilizaram debates no Congresso para discussão da política do setor e os movimentos sociais urbanos, que realizaram eventos em articulação com outras entidades da sociedade civil.
AS principais propostas debatidas por esses sujeitos coletivos foram a universalização do acesso a concepção de saúde como direito social e dever do Estado; a reestruturação do setor através da estratégia do Sistema Unificado de Saúde visando um profundo reordenamento setorial com um novo olhar sobre a saúde individual e coletiva a descentralização do processo decisório para as esferas estadual e municipal, o financiamento efetivo e a democratização do poder local através de novos mecanismo de gestão, os conselhos de saúde. O fato marcante e fundamental para discussão da questão de saúde no Brasil , ocorreu na preparação e realização da 8ª Conferência Nacional de Saúde, realizada em março de 1986, em Brasília - Distrito Federal. 
Como podemos perceber até então a saúde no Brasil era precária e poucos tinham acesso ao sistema. Após a 8ª Conferência Nacional da Saúde é que ocorreu a aprovação da Reforma Sanitária, e a instituição do SUS (Sistema Único de Saúde) na Constituição de 1988. A Carta Magna de 1988 garante a saúde como direito de todos e dever do Estado, tendo os usuários acesso igualitário e universal às ações de promoção, prevenção e recuperação da saúde. 
As instituições privadas teve sua participação de forma a complementar os serviços do SUS. Seus princípios básicos são a descentralização, com delegação de poderes para os níveis estatal e municipal, tendo o atendimento integral com maior enfoque a atividades preventivas. Uma das etapas para a implementação do SUS no Brasil é a municipalização da saúde, ou seja, que o município se responsabilize em administrar o dinheiro arrecadado e promova ações em saúde.
Entretanto, ainda existe grandes problemas no financiamento para as Políticas de saúde o texto constitucional atende grande parte das reivindicações do movimento sanitário, prejudica os interesses dos empresários do setor hospitalar e não altera nenhum fator para indústria farmacêutica contudo, os artigos 196 a 200 da Constituição Federal de 1988 referem-se à saúde como direito de todos e dever do Estado, garantindo mediante politicas sociais e econômicas que visem à redução do risco doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços passaram a ser de relevância pública, cabendo ao poder público, a ação de regulamentação, fiscalização e controle constituindo uma rede regionalizada e hierarquizada que constituem um sistema único.
Por mais que a mudança no arcabouço jurídico trouxe fortalecimento do setor e a universalização do atendimento, houve pouco impacto na melhoria das condições de saúde da população, pois seria necessário sua operacionalização e não houve.
Conclusão
O Sistema Único de Saúde foi promulgado na Constituição Federal de 1988, porém, conforme nos referimos as dificuldades da sua efetivação são muitas, com isso após um amplo debate e processo de discussão resultou a Norma operacional Básica (NOB-SUS/ 96) que culminou com a assinatura da Portaria Nº 2.203, publicada no Diário Oficial da união de 6 de novembro de 1996.
A Norma Operacional Básica define estratégias e movimentos táticos, para aperfeiçoar a gestão do SUS e a operacionalidade deste sistema, tem por finalidade primordial promover e consolidar os princípios do SUS, com a redefinição das responsabilidades do Estado, do Distrito Federal e da União. Para Nogueira (2008,p. 220) as inovações mais radicais relativas ao modelo de atenção proposto pela legislação do SUS somente teve inicio com essa norma operacional Conforme reza a NOB- SUS/ 96, esta consolidado na Constituição e tem seus princípios posto na Lei Orgânica da Saúde (Lei nº8.080/90), suas Normas Operacionais Básicas, ou seja, Sistema tem sua base pautada na lei, contudo o problema não está no sistema, esta na discrepância entre a lei e a operacionalização, parte da população não consegue ter acesso ao SUS< outra parte aguarda a longa fila de espera para consultas, exames, cirurgia, encaminhamentos para serviços especializados, muitas essa espera demoram anos. Faltam médicos, enfermeiros, medicamentos e até insumos básicos. Os profissionais não estão preparados para atender a população, sem contar que as condições de trabalho e a remuneração são ruins, o atendimento emergencial é falho e inadequado, de acordo com o IDEC o orçamento publico destinado ao SUS é insuficiente, há estados e municípios que descumprem a Constituição e não destina os recursos previstos para a saúde.
A luta pela Construção do Projeto de Reforma Sanitária foi e é de grande valia para toda a sociedade brasileira, pois o Brasil é um dos países do mundo com melhor legislação em relação à saúde e tem posto em lei a conquista da universalidade e da equidade, o aparato legal é extenso, completo e complexo contém a garantia na Constituição Federal e consolida também o Sistema Único de Saúde, além da Norma Operacional Básica e a Lei Orgânica da Saúde. São avanços visíveis para a sociedade, contudo devemos ressaltar que ainda não é o suficiente. 
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