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Aborto

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Aborto 
Grupo a favor 
Matéria: Saúde da mulher Modulo IV 
Profª: Victoria Lemos 
RESUMO: O aborto se trata de uma interrupção gestacional que pode ser 
realizada com segurança até 22 semanas de gestação, o aborto não pode ser 
confundido com o trabalho de parto Pré maturo. Segundo os artigos 
124,125,126,127 o aborto é explicitamente ilegal no brasil, exceto em casos de 
estupro, feto anencéfalo ou gestação de alto risco. 
Os principais sintomas são: dor nas costas, dor pélvica, dor na vagina, 
sangramento com coágulos e etc. 
Em diversas pesquisas mostram que a maioria das mulheres que realizam 
aborto ilegal são mulheres negras, de 19 a 24 anos, já com filhos e grau de 
ensino fundamental ou médio. 
O aborto quando legalizado é realizado com Misoprostol (Cytotec), ou 
aspiração intrauterina ou curetagem. Existem orientações hospitalares para 
médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem como atender a paciente com 
complicações de forma segura independente se o aborto for espontâneo ou 
não, por regra não podemos denunciar a paciente, apesar de já ter ocorrido 
denuncia de médicos. 
Após o aborto devemos indicar a paciente métodos contraceptivos que podem 
ser realizados. 
As mortes por aborto estão muito relacionadas com as condições que o aborto 
é realizado, geralmente clinicas clandestinas sem preparo registram mais 
complicações e óbitos. 
EXEMPLO DE CASO: aborto negado por juíza em caso de abuso sexual 
infantil. 
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define abortamento como interrupção da 
gravidez antes das 22 semanas de gestação, ou um feto < 500g, ou 16,5 cm. 
É importante fixar este conceito para não confundir abortamento com situações de 
trabalho de parto prematuro extremo, por exemplo. Aproximadamente 10-15% das 
gestações apresentam hemorragias, de modo que o abortamento se enquadra 
naquelas que ocorrem na 1ª metade da gestação, sendo este enfatizado neste 
resumo. 
Vale ressaltar que, no Brasil, o aborto é considerado crime salvo em 3 situações 
específicas: quando a gravidez representa risco de vida para a gestante, quando a 
gravidez é resultado de um estupro ou quando o feto for anencéfalo. Logo, diante de 
uma situação de aborto, é importante que os profissionais de saúde tenham uma 
prática destituída de julgamentos arbitrários e rotulações. 
Definição Abortamento: Aborto é toda interrupção da gravidez antes das 22 
semanas de gestação ou em que o feto pesa < 500g ou mede 16,5 cm. No Brasil, o 
aborto não é considerado crime em 3 situações: gravidez representa com risco de vida 
para a gestante, quando é resultado de um estupro ou em casos de anencefalia. 
 
Lei do abortamento: A Lei nº 12.845/2013 refere que o atendimento da pessoa em 
situação de violência nos serviços de saúde dispensa a apresentação de Boletim de 
Ocorrência (BO). A realização de abortamento não se condiciona a decisão judicial 
que sentencie se ocorreu estupro ou violência sexual. 
De modo que, a Lei Penal brasileira não exige a apresentação de nenhum documento 
(alvará/autorização judicial, BO, etc.) para a realização de abortamento em caso de 
gravidez decorrente de violência sexual. Logo, não há sustentação legal para que os 
serviços de saúde neguem o procedimento caso a mulher não possa apresentar 
documentos comprobatórios. 
Epidemiologia do Abortamento: A magnitude do abortamento no mundo é 
desconhecida, uma vez que em diversos países ocorre ilegalidade parcial ou total para 
a realização do mesmo. Os dados epidemiológicos acerca do aborto são subclínicos 
devido a muitas vezes acontecerem sem que a mulher reconheça que está abortando 
ao confundir a expulsão do concepto com um sangramento menstrual. Já os 
clinicamente reconhecidos chegam a incidência de 10-15%, destes, 80% ocorrem 
antes das 12 semanas. Porém, a existência de testes altamente sensíveis de hCG 
permite notar que a magnitude de perda gestacional após a implantação é de 62%. 
É importante ressaltar que o risco de abortamento é maior em mulheres com idade ≥ 
35 anos e tal risco se eleva se o homem tiver ≥ 40 anos. 
Classificação do Abortamento 
Precoce ou tardio 
O abortamento é considerado precoce se ocorre até a 12ª semana e tardio se ocorre 
entre a 13ª e 20ª semana. 
Espontâneo ou provocado 
O espontâneo ocorre sem nenhum tipo de intervenção externa, podendo ser causado 
por doenças da mãe ou anormalidades do feto. O provocado decorre de uma 
interrupção externa e intencional que acarreta na interrupção da gestação. Esta 
representa custos altos para o Sistema Único de Saúde em consequência das suas 
complicações, principalmente quando há evolução para aborto infectado o qual 
explicaremos melhor a seguir. 
Esporádico ou habitual 
A separação em aborto esporádico e habitual nos auxilia na melhor compreensão das 
etiologias do abortamento. Os abortamentos esporádicos têm como principal causa as 
anormalidades cromossômicas que chegam a abranger 50-80% dos abortamentos 
esporádicos, sendo as aneuploidias aquelas que representam maior frequência, 
seguidas das triploidias e tetraploidias. Dentre as aneuploidias, a trissomia 
autossômica possui 52% de frequência e a síndrome de Turner 19%. 
Chama-se abortamento habitual aquele que ocorre 3 vezes ou mais na mesma 
gestante, neste caso, as principais causas são a incompetência istmo cervical e 
síndrome do anticorpo antifosfolípide (SAAF), as quais abordaremos a seguir. 
https://www.sanarmed.com/abortamento 21 de jul. de 2019 - Acesso em 18/06/2022 
 
Aborto legal 
No artigo 128 do Decreto Lei nº 2.848 de 07 de Dezembro de 1940 está claro 
que aborto é considerado legal quando a gravidez é resultado de abuso sexual 
ou põe em risco a saúde da mulher. Além disso, em 2012, um julgamento do 
Supremo Tribunal Federal (STF) estabeleceu que é permitido interromper a 
gestação quando se nota que o feto é anencéfalo, ou seja, não possui cérebro. 
 
A gestante que estiver em um desses três casos tem direito de realizar 
gratuitamente o aborto legal por meio do SUS (Sistema Único de Saúde). 
Se tratando de gravidez que ponha em risco a vida da mulher ou feto 
anencéfalo não há limite de semanas de gestação para realizar o aborto. Em 
caso de abuso sexual o tempo limite são 20 semanas de gestação, ou 22 caso 
o feto pese menos de 500 gramas. 
A legislação não exige que a mulher apresente provas ou boletim de ocorrência 
que foi vítima de abuso sexual para realizar o aborto. 
Fora dessas situações, interromper a gravidez é crime no Brasil. Fazer um 
aborto induzido pode acarretar em detenção de um a três anos para a mulher 
ou que dê permissão para que outra pessoa o cometa o aborto. Neste último 
caso, a pessoa que realizou o procedimento pode pegar de um a quatro anos 
de prisão. Quando o aborto induzido e provocado sem o consentimento da 
mulher, a pessoa que o provocou pode pegar de três a dez anos de reclusão. 
https://www.brasildefato.com.br/2020/08/17 Acesso 18/06/2022 
Brasil de Fato | São Paulo (SP) | 17 de Agosto de 2020 às 15:04 
No Brasil, o abortamento é crime previsto pelo Código Penal nos artigos 124, 125 e 
126, com penalidades para a mulher e para o médico que o praticam 
“Art. 1º Esta Lei altera o Decreto-Lei nº 2.848, de 1940. 
https://www.sanarmed.com/abortamento
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848.htm
https://www.brasildefato.com.br/2020/08/17
Art. 2º O art. 124 do Decreto-Lei nº 2.848, de 1940, passa a vigorar com a seguinte redação: 
“Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem o provoque: Pena - 
reclusão, de três a seis anos.” 
(NR). Art. 3º Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação. 
Art. 125. Provocar aborto, sem o consentimento da gestante: Pena - reclusão, de três a dez 
anos. 
Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante: (Vide ADPF 54) 
Pena - reclusão, de um a quatro anos. 
 
Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, 
em conseqüência do aborto ou dos meiosempregados para provocá-lo, a gestante sofre 
lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe 
sobrevém a morte.” CAPITÃO AUGUSTO - DEPUTADO FEDERAL - PR-SP 
https://www.camara.leg.br PROJETO DE LEI N.º 1.006, DE 2019 Acessado em 18/06/2022 
ABORTO ESPONTÂNEO: O QUE É, AS CAUSAS E 
PRINCIPAIS SINTOMAS 
14 set 2021 
Entenda o aborto espontâneo 
O aborto espontâneo é quando o corpo expulsa o conteúdo de dentro do útero, 
um óvulo fecundado. As causas podem ser diversas e envolvem mudanças no 
sistema imunológico, idade da mulher e doenças causadas por vírus ou 
bactérias. Fatores comportamentais como estresse, uso de cigarro e drogas. 
É considerado um aborto precoce, quando ocorrer até a 12a semana de 
gestação e tardio, quando ocorre entre a 13a e a 20a semana. 
Existem classificações para o tipo de aborto espontâneo, de acordo com o grau 
de expulsão do conteúdo uterino. 
• Incompleto: quando parte do conteúdo é expelido ou quando há um 
ruptura das membranas; 
• Completo: quando todo o conteúdo é expulso naturalmente; 
• Retido: se o conteúdo fica preso no útero – morte fetal – por um 
período superior a 4 semanas. 
Há diferença entre aborto espontâneo e menstruação de fluxo intenso? 
Em alguns casos, quando a gravidez não estava confirmada, pode ser um 
pouco difícil identificar. No entanto, se observadas algumas características do 
sangramento e o contexto, é possível determinar. Dá uma olhada nas dicas: 
https://www.camara.leg.br/
https://drogariasantoremedio.com.br/sintomas-aborto-espontaneo/
Avalie o risco de gravidez 
Analise se houve relação sexual com penetração vaginal sem proteção, 
camisinha ou pílula anticoncepcional, que possa ter ocasionado uma gravidez. 
Quais os sintomas manifestados 
Sintomas sugestivos de gravidez, como enjoo, sensibilidade nos seios, inchaço 
e atraso menstrual, tendem a diminuir e até desaparecer depois do 
sangramento. 
Características do sangramento 
Quando o aborto espontâneo é precoce, o sangramento é moderado ou intenso 
e há cólicas menstruais, muito parecido com a menstruação. 
No aborto tardio, as diferenças são maiores. 
Sintomas de aborto espontâneo 
Os sintomas clássicos do aborto espontâneo são dor na região abdominal, 
parecido com cólicas menstruais, e sangramento. Eles, juntos, já acendem um 
alerta. 
Outros sintomas comuns: 
• dor nas costas; 
• dor pélvica – baixo abdômen – que irradia até os ombros; 
• dor na vagina; 
• sangramento com coágulos; 
• perda de líquido, como água; 
• corrimento amarronzado com odor forte; 
• eliminação de restos embrionários – pedaços do feto; 
• mal estar, fraqueza ou desmaios; 
• febre. 
O que fazer? 
A primeira coisa, após identificar os sintomas, é procurar atendimento 
ginecológico-obstétrico. Um exame clínico, para avaliação do quadro de saúde, 
e complementares como um teste de gravidez beta HCG e ultrassonografia 
para monitorar o útero e o conteúdo presente nele. 
Caso o feto não tenha sido expelido totalmente, um procedimento chamado 
curetagem é feito para remover resíduos fetais ainda presentes no útero. A 
curetagem, realizada apenas em ambiente hospitalar, é essencial para que o 
conteúdo orgânico, sem vida e função dentro do corpo, seja retirado, evitando 
assim infecções. 
https://www.gestacaobebe.com.br/fotos-teste-gravidez-positivo-negativo/
https://drogariasantoremedio.com.br 
ARGUMENTOS A FAVOR DO ABORTO: 
https://scholar.google.com.br/scholar?hl=pt-
BR&as_sdt=0%2C5&q=argumentos+a+favor+do+aborto&lr=lang_pt&oq=Argum
entos+a+ 
“A luta pela legalização do aborto pouco tem avançado no Brasil. O artigo observa a 
importância política da questão. Por um lado, é um índice da laicidade do Estado, que, por 
sua vez, é condição necessária para a vigência da democracia. Por outro, na ausência 
desse direito a cidadania das mulheres é incompleta. O forte peso da Igreja Católica na 
vida política brasileira não é suficiente para explicar a paralisia no que se refere à 
questão.” Luis Felipe Miguel 
https://www.scielo.br/j/ref/a/dDYjxr9Q5R5Q4qx7JSWM6BL/?lang=pt 
“ O artigo analisa os argumentos contrários ao direito da mulher à interrupção voluntária da 
gravidez, fundamentando assim sua posição em defesa do direito ao aborto. A análise das 
contradições nos discursos do "direito à vida" ultrapassa as situações nas quais há risco 
de morte da mãe ou nas quais a gravidez decorreu de estupro. A consideração da mãe 
como pessoa moral inclui, na posição sustentada no texto, o direito a assegurar a própria 
vida e a escolher como esta vida será vivida. Nesta análise, o aborto é discutido em suas 
implicações políticas, morais e filosóficas.” Judith Jarvis Thomson 
https://www.scielo.br/j/rbcpol/a/ZWJH9c6HvsJ5rJrbvLpnGxx/?lang=pt 
”O aborto é um tema delicado e difícil para se discutir, uma vez que envolve questões 
religiosas e filosóficas, como por exemplo, em que momento se inicia a vida. Em razão 
da complexidade do tema, o aborto não tem ocupado espaço de discussões em 
escolas e demais espaços sócio-educativos. A interrupção voluntária da gravidez é um 
grave problema de saúde pública, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), 
uma vez que muitas mulheres, sobretudo as de baixa classe social, têm sua saúde 
física e psíquica comprometida, chegando, muitas vezes a um alto índice de morte.” 
A FAVOR E CONTRA http://www.sies.uem.br/anais/pdf/direito_e_sexualidade/2-
01.pdf 
Itinerários e métodos do aborto ilegal em cinco 
capitais brasileiras 
Metodologia 
A fase de entrevistas estruturadas da PNA (PNA-entrevistas) buscou conhecer 
o itinerário percorrido pelas mulheres para a realização do aborto (em particular 
os métodos e suas redes de cuidado). Os dados foram coletados entre agosto 
de 2010 e fevereiro de 2011. A PNA-entrevistas foi realizada com 122 mulheres 
entre 18 e 39 anos, residentes nas cidades de Belém, Brasília, Porto Alegre, 
Rio de Janeiro e Salvador. 
 
https://drogariasantoremedio.com.br/
https://scholar.google.com.br/scholar?hl=pt-BR&as_sdt=0%2C5&q=argumentos+a+favor+do+aborto&lr=lang_pt&oq=Argumentos+a
https://scholar.google.com.br/scholar?hl=pt-BR&as_sdt=0%2C5&q=argumentos+a+favor+do+aborto&lr=lang_pt&oq=Argumentos+a
https://scholar.google.com.br/scholar?hl=pt-BR&as_sdt=0%2C5&q=argumentos+a+favor+do+aborto&lr=lang_pt&oq=Argumentos+a
https://www.scielo.br/j/ref/a/dDYjxr9Q5R5Q4qx7JSWM6BL/?lang=pt
https://www.scielo.br/j/rbcpol/a/ZWJH9c6HvsJ5rJrbvLpnGxx/?lang=pt
http://www.sies.uem.br/anais/pdf/direito_e_sexualidade/2-01.pdf
http://www.sies.uem.br/anais/pdf/direito_e_sexualidade/2-01.pdf
 
As mulheres foram entrevistadas por seis pesquisadoras de campo que percorreram 
as cinco cidades, em grupos de três entrevistadoras por cidade. Cada mulher foi 
entrevistada uma única vez, por apenas uma pesquisadora em local e horário definido 
pela participante e sem a presença de terceiros. No total, foram abordadas 198 
mulheres que declararam ter realizado aborto, mas somente 122 foram entrevistadas 
para o cumprimento das cotas etárias e educacionais. Além disso, foram eliminadas as 
entrevistas de mulheres que declararam ter abortado espontaneamente, por estupro 
ou risco de vida (esses dois últimos são casos de permissivos legais). 
As características mais comuns das mulheres que fazem um primeiro aborto é 
idade de até 19 anos, cor negra e com filhos. A gravidez é certificada por meio 
de um teste de urina de farmácia e o aborto iniciado por um regime de chás, 
líquidos e ervas combinado com cytotec vaginal e oral. A dose mais comum é 
de quatro comprimidos, aplicados por via vaginal e oral, e a finalização do 
aborto é feita no hospital. O aborto é iniciado à noite e a internação ocorre na 
manhã seguinte. 
No segundo aborto predominam mulheres com atributos semelhantes, cor 
negra e idade até 19 anos. O primeiro aborto é feito aos 18 anos com uso de 
chás e cytotec, sendo finalizado em hospital; o segundo aborto, aos 19 anos, é 
realizado com regime semelhante de métodos e também finalizadoem hospital. 
Esses dados dizem respeito às mulheres entrevistadas e não há como 
extrapolar para a população feminina como um todo. 
 
 
Esses resultados não são diretamente comparáveis aos encontrados na PNA-
urna, cuja faixa etária dominante para o último aborto foi entre 20 e 24 anos. A 
diferença entre os resultados das duas etapas da pesquisa provavelmente se deve a 
dois fatores. Primeiro, à utilização de perguntas diferentes, pois a identificação da 
idade ao abortar na fase da técnica de urna foi restrita ao último aborto, com a 
finalidade de controlar erros de memória. Segundo, ao fato de a elevada frequência de 
adolescentes no primeiro aborto poder ser uma peculiaridade da amostra não 
probabilística da PNA-entrevistas. 
Itinerário do Aborto 
O itinerário do aborto corresponde ao percurso adotado pelas mulheres para a 
realização de um aborto ilegal. A Tabela 4 apresenta os principais marcos do 
itinerário, considerando todas as mulheres. Entre o atraso menstrual e os 
cuidados pós-aborto, há uma série de ritos largamente compartilhados entre as 
mulheres entrevistadas. São diferentes regimes, práticas e saberes que 
regulam a negociação moral entre atraso menstrual, métodos para a regulação 
do ciclo e medidas para a concretização do aborto. O uso de chás, líquidos e 
ervas para a regulação menstrual integra a cultura feminina reprodutiva, tendo 
sido feito por uma em cada três mulheres, com maior concentração entre as 
mulheres das cidades de Rio de Janeiro e Salvador. Das onze mulheres que 
utilizaram como método único a combinação de chás, líquidos e ervas, quatro o 
finalizaram sozinhas, sem recurso à internação hospitalar, e sete haviam 
realizado exames diagnósticos para se certificar da gravidez (beta-HCG sérico 
e teste de urina de farmácia). As fórmulas utilizadas variaram de mulher para 
mulher: coca-cola no sereno com sonrisal, pimenta, sena e cidreira; buchinha-
do-norte; amargosa; quina; mistura de ervas; mal-com-tudo; arruda; melão-de-
são-caetano; rosas branca e vermelha com cravo e canela. A combinação de 
chás, líquidos e ervas seguida de finalização em hospital foi um percurso típico 
das adolescentes negras, com baixa escolaridade (ensino fundamental), cuja 
idade mais frequente foi 16 anos. 
 
 
https://www.scielosp.org/article/csc/2012.v17n7/1671-1681/#t4
A ineficácia dos chás, líquidos e das ervas altera o ritmo de espera pela 
"descida da menstruação" e medicaliza o diagnóstico da gravidez. Esse é o 
momento em que a mulher sai de casa e procura auxílio médico ou 
farmacêutico. As mulheres utilizaram diversos meios diagnósticos para 
assegurar se o atraso menstrual é gravidez, sendo os mais comuns o exame 
de sangue beta-HCG (43%, 52), o teste de urina de farmácia (37%, 45) e o 
ultrassom (25%, 30). Um dado que merece ser investigado em estudos futuros 
é a relação entre a realização de exames diagnósticos seguros e os riscos 
decorrentes do aborto ilegal. A ausência de exames diagnósticos foi referida 
por 15 mulheres, com uma concentração entre as mulheres negras com baixa 
escolaridade (80%, 13), para quem a confirmação da gravidez se deu pelos 
sinais corporais. Não há evidências de que elas tenham realizado o aborto 
mais tardiamente que as mulheres que medicalizaram os exames, pois a 
memória sobre a idade gestacional foi um dado pouco confiável nas 
entrevistas. 
Grande parte das mulheres contavam o atraso da última menstruação em 
meses, sendo a resposta mais comum "menos de dois meses". Não houve 
relato de mulheres que tenham abortado com mais de 14 semanas, sendo o 
mais comum o aborto com oito semanas. No entanto, a forma como as 
mulheres contavam as semanas de atraso menstrual nas entrevistas não 
segue um padrão, o que impede uma sistematização segura dessa informação: 
algumas falavam em semanas, outras, em meses, e outras tentavam fazer 
cálculos durante a entrevista. Metade das mulheres que não realizou exames 
diagnósticos recorreu à internação hospitalar para a finalização do aborto. 
Debora DinizI; Marcelo MedeirosII 
https://www.scielosp.org/article/csc/2012.v17n7/1671-1681/ 
 
O ABORTO NO BRASIL HOJE 
Atualmente, o aborto no Brasil é crime, com três exceções. A lei permite que 
uma mulher interrompa a gravidez apenas nos seguintes casos: 
• Vítimas de estupro; 
• Quando há risco de vida à mulher; 
• Anencefalia do feto (ausência ou má formação do sistema cerebral). 
Nesses casos, a mulher pode procurar um dos hospitais da rede de referência 
que realiza o aborto legal. Há 176 hospitais cadastrados no Ministério da 
Saúde como provedores de serviço de aborto legal para vítimas de estupro no 
Brasil, segundo o Mapa do Aborto Legal. Mas ainda assim existem dificuldades 
para conseguir o atendimento, conforme mostramos nessa reportagem. 
É importante saber que vítimas de estupro não precisam apresentar boletim de 
ocorrência para ter direito ao procedimento. A Norma Técnica de Atenção 
Humanizada ao Abortamento, do Ministério da Saúde, informa que o Código 
Penal não exige qualquer documento para a prática do abortamento nos casos 
https://www.scielosp.org/article/csc/2012.v17n7/1671-1681/
de estupro e que a mulher não é obrigada a noticiar o fato à Polícia. “Deve-se 
orientá-la a tomar as providências policiais e judiciais cabíveis, mas, caso ela 
não o faça, não lhe pode ser negado o abortamento”, orienta o Ministério da 
Saúde. 
Em todas as demais situações, fazer um aborto ou ajudar em um aborto é 
crime previsto no Código Penal brasileiro e pode ser punido com prisão de um 
a três anos para a mulher que aborta e de até 10 anos para quem realiza o 
procedimento. 
COMO É FEITO O ABORTO QUANDO ELE É LEGALIZADO 
Para direcionar as políticas públicas nos países que permitem a interrupção da 
gravidez, a Organização Mundial da Saúde conta com uma orientação técnica 
para abortamento seguro que trata de tudo: desde os procedimentos para a 
interrupção até orientações sobre contracepção que devem ser dadas à mulher 
após o procedimento. 
O médico ginecologista e professor da Faculdade de Saúde Pública da USP, 
Jefferson Drezett, explica que o aborto legal no Brasil é feito de acordo com 
essas orientações. Ele dirigiu por 24 anos o hospital Pérola Byington, em São 
Paulo, referência em realização de aborto legal no país. 
A mulher que busca um aborto legal aqui no Brasil tem a possibilidade de fazer 
uma aspiração intrauterina ou tomar o Misoprostol (mais conhecido como 
Cytotec, seu nome comercial), dependendo da idade gestacional e de outros 
fatores de saúde. Entenda como é usado cada protocolo. 
 
ANTES DO ABORTO 
Antes de tudo, é preciso fazer um exame de sangue Beta-HCG quantitativo 
para confirmar a gravidez. Além disso, a OMS recomenda fazer um ultrassom 
para ver o tempo de gravidez e também se o feto está no útero. 
Caso seja identificado que a mulher tem uma gravidez ectópica (quando o feto 
está fora do útero), ela não é viável e representa um risco à vida da mulher, 
portanto a interrupção da gestação é assegurada pela lei. O procedimento deve 
ser feito por um médico, pois o uso de medicamentos nesse caso é perigoso. 
Se o feto estiver no útero, o aborto pode então ser feito por meio da aspiração 
intrauterina ou com remédios. 
Onde o aborto é legal, as mulheres sempre passam por uma conversa com 
psicólogo antes para: 
• Explicar o que vai ser feito e os riscos envolvidos; 
• Ter certeza de que ela quer fazer o procedimento; 
• Garantir que ela não está sendo forçada a abortar – se alguém estiver 
forçando a mulher a abortar, no Brasil, ela pode ligar para o 180 e fazer 
uma denúncia. 
ABORTO COM REMÉDIOS 
O aborto com remédios, se feito de forma correta, é um método seguro. A OMS 
indica duas possibilidades para o aborto com remédio. O primeiro é feito com o 
uso combinado de dois remédios, o Misoprostol e a Mifepristone. No entanto, 
como a Mifepristone não é encontrada em todo lugar, existe um protocolo da 
OMS também seguro para aborto com o uso somente do Misoprostol.No 
Brasil, nem para o aborto legal a Mifepristone está disponível. 
Também conhecido como Cytotec (nome comercial com o qual era vendido no 
passado no Brasil), “o Misoprostol deixa o colo do útero mais macio e fácil de 
se abrir, ao mesmo tempo em que produz contração, para a expulsão da 
gestação por um colo mais preparado”, explica o médico Jefferson Drezett. 
Além da interrupção da gravidez, o Misoprostol é usado no SUS para indução 
do parto, tratamento de hemorragia uterina e amolecimento cervical antes do 
parto. Segundo dados obtidos via Lei de acesso à Informação pela Revista 
AzMina, o Ministério da Saúde gastou R$ 18 milhões na compra de Misoprostol 
em 2018. A venda dele, no entanto, é feita somente para o Ministério da Saúde 
no país. 
A compra do Misoprostol por mulheres no Brasil acontece somente por meio do 
mercado ilegal ou de algumas ONGs internacionais que enviam o medicamento 
para mulheres que solicitam, como Women Help Women, Women on Web e 
Safe2Choose. 
Drezett reforça a importância do Misoprostol, um medicamento usado 
anteriormente para o tratamento de doenças gastrointestinais. “O Misoprostol 
quando chegou ao Brasil, primeiro de maneira legal com o Cytotec, e agora de 
maneira clandestina, ele foi responsável por uma dramática (a palavra é essa) 
redução de complicações por aborto inseguro”, diz o especialista. 
Segundo ele, utilizar um comprimido, ainda que sem orientação médica, é 
melhor do que outros métodos primitivos e perigosos que são usados em 
abortos clandestinos, como inserção de sonda e outros objetos dentro do útero 
ou uso de ervas e substâncias tóxicas. 
A médica Debora Anhaia explica em vídeo que o remédio tem menos riscos de 
infecção do que um procedimento cirúrgico, principalmente considerando o 
cenário das clínicas clandestinas no Brasil. 
AS RECOMENDAÇÕES PARA TOMAR MISOPROSTOL 
Segundo o manual da OMS, o Misoprostol pode ser tomado com segurança 
por mulheres de até 23 semanas de gestação, depois disso não há dados 
suficientes. O ideal é que o procedimento tenha a orientação e 
acompanhamento de um profissional de saúde. 
A OMS recomenda o uso do remédio isolado (sem a Mifepristone) de duas 
formas: sublingual ou vaginal. O sublingual é feito colocando os comprimidos 
debaixo da língua e esperando meia hora para engolir. O uso vaginal consiste 
em inserir o comprimido no fundo do canal vaginal, bem onde ele encontra o 
útero, e esperar meia hora deitada. 
A organização Women on Web, que ajuda mulheres ao redor do mundo a 
abortar, reforça que na vagina o Misoprostol leva até quatro dias para se 
dissolver e podem ser encontrados restos do remédio caso a mulher tenha 
complicações e tenha que recorrer a um hospital. 
A quantidade de remédio varia de acordo com o tempo de gestação e nem toda 
mulher pode fazer uso do Misoprostol. Drezett explica que mulheres com 
problemas circulatórios e cardíacos podem ter complicações, assim como 
aquelas que possuem cicatriz no útero de cesárea ou outra cirurgia anterior ou 
fazem uso de anticoagulantes. 
As dosagens de Misoprostol que a OMS recomenda. As pílulas podem ser 200 
μg (microgramas), 400 μg ou até 800 μg. As pílulas costumam ser brancas e 
têm formato circular ou hexagonal. 
Até 12 semanas: até 3 doses de 800ug de 3 em 3 horas 
De 12 a 23 semanas: até 5 doses de 400ug de 3 em 3 horas 
Após 23 semanas: não é indicado 
OS EFEITOS DO MISOPROSTOL NO CORPO 
Se tudo correr bem, a mulher que tomar o Misoprostol vai sentir cólicas fortes e 
ter um sangramento mais intenso que o de uma menstruação. A Fundação 
Orientame, que realiza abortos legais na Colômbia, explica que é comum ter 
enjoo, diarreia, calafrios, vômito e dor de cabeça durante o abortamento. 
Segundo Drezett, o processo até a expulsão completa do feto pode levar até 
dois dias. Para controlar a dor, é recomendado uso de Ibuprofeno uma hora 
antes de começar a tomar o Misoprostol e novas doses a cada três horas se a 
dor persistir. 
COMO SABER SE DEU CERTO? 
É normal que o sangramento moderado (como uma menstruação) e as cólicas 
durem por alguns dias, podendo chegar até 20 dias. Nesse cenário, o ideal é 
fazer um ultrassom sete dias após tomar os remédios para verificar se o aborto 
foi completo. 
No caso do aborto incompleto, sem sintomas de hemorragia ou febre, Jefferson 
Drezett diz que a mulher pode repetir a dose do medicamento ou fazer um 
esvaziamento do útero por meio de aspiração ou curetagem. 
No entanto, outros sintomas não são normais: febre alta, desmaios, tontura, 
cheiro ruim e sangramento muito intenso. Eles podem ser sinal de um aborto 
incompleto, infecção ou hemorragia. Se houver algum desses sintomas, é 
importante procurar um hospital ou médico de confiança urgentemente. 
O ATENDIMENTO PÓS-ABORTAMENTO NO BRASIL 
Os hospitais brasileiros devem atender mulheres que dão entrada com 
complicações por aborto, seja ele espontâneo ou não. Vale lembrar que tudo 
que é dito ao profissional de saúde está sujeito a sigilo médico, por isso 
médicos e enfermeiros não podem fazer denúncia de mulheres que fizeram 
aborto ilegal – no entanto, existem casos de mulheres denunciadas por 
médicos no Brasil. 
A norma técnica do Ministério da Saúde orienta o atendimento humanizado a 
todas as mulheres que buscam serviços de saúde após um aborto (seja ele 
espontâneo ou não). Nela é explicado como proceder caso haja um aborto 
incompleto, infecção e hemorragia, sem julgamento ou preconceitos com a 
mulher. 
Apesar dessas orientações, mulheres ainda encaram uma realidade diferente 
ao buscar ajuda. A enfermeira e epidemiologista Emanuelle Goes estudou 
como é o atendimento às mulheres que buscam atendimento pós abortamento 
nos serviços de saúde. “Independentemente do tipo de aborto, elas são 
maltratadas, passavam por dificuldade no atendimento. Meu estudo fez uma 
observação entre mulheres negras e brancas e mesmo sendo o aborto um 
estigma que atinge todas as mulheres, atinge de forma mais potente as 
mulheres negras, sobretudo as pretas”, conta. 
A ASPIRAÇÃO MANUAL INTRAUTERINA 
O aborto cirúrgico só pode ser feito até 12 semanas de gestação e a OMS 
recomenda a aspiração manual intrauterina (AMIU) como procedimento, pois é 
considerada mais segura que a curetagem. No procedimento da aspiração, 
cânulas de plástico são inseridas dentro do útero e usadas para esvazia-lo. É 
usada anestesia local ou apenas remédios para dor. A OMS não recomenda 
anestesia geral para esse procedimento. 
“O procedimento é feito pela manhã, no almoço ela pode ir pra casa. Não tem 
dor, recebe anestesia, é muito seguro e tem ótima recuperação”, explica o 
médico Jefferson Drezett. 
Outro método conhecido é a curetagem, que não é recomendado pela OMS, 
por ser mais perigoso. Drezett explica que a curetagem é um processo mais 
agressivo e demorado que a aspiração. 
No entanto, a curetagem ainda é feita no Brasil e como o aborto é crime, fora 
dos casos de aborto legal é difícil ter certeza de qual método uma clínica 
clandestina vai usar e isso pode colocar a vida da mulher em risco. 
DEPOIS DO ABORTO, PREVENIR GRAVIDEZ 
O manual da OMS tem também orientações para depois do aborto. Além de 
indicar remédios para evitar dor, explicar os sintomas possíveis e os sinais de 
alerta, os médicos devem orientar as mulheres a não terem relações sexuais, 
nem inserir objetos na vagina, até que pare o sangramento. 
Outra recomendação é de que as mulheres recebam na hora informações 
sobre métodos contraceptivos para evitar uma nova gravidez indesejada, como 
foi o caso de Rebeca Mendes, que colocou o implante contraceptivo já na 
clínica. 
Para abortos realizados ainda no primeiro trimestre e sem complicações, a 
OMS considera seguras as seguintes opções de contraceptivos: 
Pílula, 
Adesivo anticoncepcional, 
Anel anticoncepcional, 
DIU, 
Anticoncepcional injetável, 
Anticoncepcional, 
Implante anticoncepcional, 
DIU de cobre e hormonal, 
Camisinha, 
Diafragma. 
https://azmina.com.br/reportagens/como-e-feito-um-aborto-seguro/INTRODUÇÃO 
O aborto provocado expõe a mulher a riscos e complicações severas. Tais riscos variam 
consideravelmente, de acordo com as circunstâncias nas quais é feito o aborto. Ao mesmo 
tempo, as pesquisas médicas mostram que, quando realizado em boas condições, o risco 
de complicações do aborto torna-se muito pequeno (Tietze & Henshaw, 1986). Do 
contrário, se realizado na clandestinidade, chega a representar um grande perigo. 
https://azmina.com.br/reportagens/como-e-feito-um-aborto-seguro/
As complicações do aborto clandestino incluem perfuração do útero, retenção de 
restos de placenta, seguida de infecção, peritonite, tétano, e septicemia. As 
seqüelas ginecológicas incluem a esterilidade e também inflamações das trompas e 
sinéquias uterinas.O risco e a gravidade das complicações crescem com o avanço da 
gestação. 
Tietze & Henshaw (1986) afirmaram que a incidência das complicações do aborto está 
relacionada com a forma como ele é realizado. Entretanto, existe pouca informação 
concreta que mostre esta relação, exceto a experiência internacional que aponta a 
redução das complicações quando o aborto é legalizado, ou o aumento das mesmas, 
quando torna-se ilegal. 
As complicações resultantes de abortos malfeitos podem levar à morte,tanto quanto 
podem afetar as subsequentes gestações, aumentando o risco de prematuridade, gravidez 
ectópica, abortamento espontâneo, e baixo peso ao nascer (Schor, 1991). O controle de 
tais complicações constitui um problema sério, principalmente para as mulheres residentes 
em comunidades pobres, com poucos serviços médicos disponíveis (Ladipo, 1987). 
No Brasil, apesar do muito que se fala do assunto, não se encontram evidências, na 
literatura nacional, que confirmem a relação entre complicações do aborto ilegal e as 
condições de sua prática. Os estudos brasileiros que fazem referência às complicações 
apresentam informações obtidas de mulheres hospitalizadas por abortamento provocado. 
Consequentemente, descrevem as características de mulheres com complicações que não 
podem ser comparadas com aquelas que não foram hospitalizadas. 
https://www.scielo.br/j/csp/a/WgZjYMgg5kYvDCsy6KyLdMM/? 
 
Plantas medicinais proibidas na gravidez 
De acordo com os resultados de vários estudos, existem plantas que devem 
ser evitadas durante a gravidez por apresentarem substâncias com potencial 
para afetar a gestação, mesmo que não exista comprovação. Já outras, são 
completamente proibidas por existirem relatos de aborto ou malformações após 
seu uso. 
Na tabela seguinte é possível identificar as plantas a evitar, ou consumir com 
moderação, assim como as que são comprovadamente proibidas (a negrito) 
pela maioria dos estudos: 
Agnocasto Camomila Ginseng Prímula 
Alcaçuz Canela Guaco Quebra-pedra 
Alecrim Carqueja Hera Romã 
https://www.scielo.br/j/csp/a/WgZjYMgg5kYvDCsy6KyLdMM/
Alfafa Cáscara sagrada Hibisco Ruibarbo 
Angélica Castanha-da-índia Hidraste Saião 
Arnica Catuaba Hortelã Salsaparrilha 
Aroeira Cavalinha Inhame 
selvagem 
Salsinha 
Arruda Cidreira Jarrinha Sene 
Artemísia Cúrcuma Jurubeba Tanaceto 
Ashwagandha Damiana Kava-kava Tanchagem 
Babosa Dedaleira Losna Trevo 
vermelho 
Boldo Erva-de-santa-
maria 
Macela Urtiga 
Borragem Erva-doce Milefólio Uva-ursina 
Buchinha Espinheiro-alvar Mirra Vinca 
Café Feno Grego Noz moscada Zimbro 
Cálamo Funcho Passiflora 
 
Calêndula Ginkgo biloba Poejo 
 
Independente desta tabela, é sempre importante consultar o obstetra ou um 
fitoterapeuta antes de tomar qualquer chá. 
https://www.tuasaude.com/plantas-abortivas/ 
Resumos 
O emprego de plantas medicinais refere-se a uma prática milenar, seja na medicina 
alternativa para cura de diversas doenças, ou como método abortivo. No entanto, a 
população em geral desconhece os grandes riscos que a cometem. Neste sentido este 
trabalho teve como objetivo avaliar o índice de consumo de plantas medicinais por 
mulheres de uma Unidade Básica de Saúde (UBS), na tentativa de identificar quais as 
espécies mais frequentemente ingeridas inclusive em período gestacional. Através de um 
questionário de caráter explorativo com 48 mulheres observou-se que a maioria das 
entrevistadas tinha filhos e as plantas medicinais mais citadas foram "boldo" (Peumus 
boldus), "carqueja" (Baccharis trimera) e "sene" (Cassia angustifolia), as quais eram 
empregadas principalmente em dores estomacais ou como digestivos (53%), para 
resfriados (23%), cólicas menstruais (4%) ou para menstruar (2%). Outra parte do trabalho 
constituiu a análise visual e química de espécies de plantas medicinais citadas pelo 
público feminino entrevistado, bem como, outras utilizadas popularmente com 
propriedades abortivas. Análises visuais comparativas de amostras de plantas medicinais 
de quatro estabelecimentos comerciais diferentes denominadas Grupo A-C, mostraram a 
ausência de controle de qualidade com relação às especificações nas embalagens, e 
separação do material vegetal a ser consumido. Através de análises dos perfis químicos 
destas amostras por cromatografia em camada delgada (CCD) e cromatografia líquida de 
alta eficiência (CLAE) indicaram que aquelas pertencentes ao Grupo C diferiram 
significativamente em relação àquelas de mesma identificação, exceto no que se refere ao 
boldo do Chile, cujas amostras apresentaram-se bastante similares com relação à 
constituição química. 
https://www.scielo.br/j/rbpm/a/HpKr6kbcY3zQKzcXnkW6MyQ/?lang=pt 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.tuasaude.com/plantas-abortivas/
https://www.scielo.br/j/rbpm/a/HpKr6kbcY3zQKzcXnkW6MyQ/?lang=pt
Juíza induz menina de 11 anos estuprada em SC a 
impedir aborto, diz reportagem 
Grávida de 22 semanas, menina de 11 anos é mantida em abrigo enquanto tenta 
realizar procedimento médico legal 
A Justiça de Santa Catarina tenta induzir uma menina de 11 anos, grávida após 
ser estuprada, a não realizar um aborto. Ela é mantida em um abrigo há mais de 
um mês, depois de enfrentar a resistência da juíza Joana Ribeiro Zimmer e da 
promotora Mirela Dutra Alberton, que argumentaram contra o procedimento e 
a favor da vida do feto durante a audiência judicial. As informações foram 
reveladas pelo site The Intercept Brasil nesta segunda-feira (20). 
Ainda de acordo com a reportagem, a menina foi atendida por uma equipe 
médica no início de maio de 2022. O hospital teria negado o aborto, já que a 
menina estava na 22ª semana de gravidez e as regras da instituição permitiam o 
procedimento até a 20ª semana. O caso então foi à Justiça. O Código Penal, no 
entanto, permite a interrupção da gravidez em caso de estupro sem impor 
limitação de semanas. Além disso, laudos médicos do caso revelam que ela 
corre maior risco de vida a cada semana de gravidez. 
Dias depois, a promotora do Ministério Público de Santa Catarina Mirela Dutra 
Alberton ajuizou uma ação cautelar pedindo o acolhimento institucional da 
menina em um abrigo. Em 9 de maio, a criança participou de uma audiência 
judicial junto com a mãe, a juíza e a promotora. Na reunião, o grupo se 
comprometeu a evitar que a menina fosse vítima de abuso, mas a juíza e a 
promotora tentam induzi-la a não realizar o aborto. 
“Você suportaria ficar mais um pouquinho?”, questiona a juíza nas imagens. A 
promotora Alberton completa: “A gente mantinha mais uma ou duas semanas 
apenas a tua barriga, porque, para ele ter a chance de sobreviver mais, ele 
precisa tomar os medicamentos para o pulmão se formar completamente”. 
Ela continua e sugere que o aborto faria a criança de 11 anos ver o bebê 
agonizar até a morte: “Em vez de deixar ele morrer – porque já é um bebê, já é 
uma criança –, em vez de a gente tirar da tua barriga e ver ele morrendo e 
agonizando, é isso que acontece...” 
Na audiência, a juíza defende a tese de que o aborto não pode ser realizado 
após o prazo de 22 semanas de gravidez já ter passado. O procedimento após 
esse período, defende Zimmer, "seria uma autorização para o homicídio". A 
juíza insiste naquestão e tem o seguinte diálogo com a vítima de estupro: 
"Qual é a expectativa que você tem em relação ao bebê? Você quer ver ele 
nascer?", pergunta a juíza. 
"Não", responde a criança. 
"Você gosta de estudar?" 
"Gosto." 
"Você acha que a tua condição atrapalha o teu estudo?" 
"Sim." 
"Você tem algum pedido especial de aniversário? Se tiver, é só pedir. Quer 
escolher o nome do bebê?" 
"Não." 
"Você acha que o pai do bebê concordaria pra entrega para adoção?", 
pergunta, referindo-se ao estuprador. 
"Não sei", diz a menina. 
Repercussão 
Depois da publicação da reportagem, o Tribunal de Justiça de Santa Catarina 
ressaltou que o processo está em segredo porque envolve menor de idade, 
"circunstância que impede sua discussão em público", e que a Corregedoria-
Geral da Justiça do estado já instaurou pedido de providências na esfera 
administrativa para investigar os fatos. 
Já a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Santa Catarina manifestou 
preocupação com o caso. "Dentre as situações em que a legislação brasileira 
autoriza a interrupção da gravidez estão a violência sexual e o risco de vida para 
a gestante. Diante disso, estamos buscando junto aos órgãos e instituições com 
atuação no caso todas as informações necessárias para, de forma incondicional, 
resguardarmos e garantirmos proteção integral à vida da menina gestante", 
afirmou a instituição. 
Em entrevista ao R7, especialistas afirmaram que o aborto em caso de estupro 
não precisa de autorização judicial, mas que médicos costumam exigir essa 
documentação. Os outros requisitos são autorização da gestante (ou 
representante legal) e que a gravidez tenha ocorrido a partir do crime. 
"Em tese pode acontecer a qualquer momento [o aborto por causa de estupro], 
não tem um tempo, a lei não fala em tempo. O que acontece é que muitos 
médicos acabam exigindo que se tenha uma autorização judicial e isso faz com 
que a gravidez se prolongue", diz o advogado Matheus Falivene, especialista em 
Direito Penal pela USP (Universidade de São Paulo). 
No entanto, o advogado Leonardo Pantaleão ressalta que existem precedentes 
judiciais que justificam a interpretações como a da juíza Joana Ribeiro Zimmer. 
Contudo, ele ressalta que em caso de risco à grávida não existe prazo de 
gestação para impedir o aborto e o precedente não é válido. 
"Têm se entendido que [é possível o aborto] até a 20ª semana — podendo se 
estender até a 22ª, no máximo — mas desde que o feto não tenha um peso 
superior a 500 gramas (....) Isso não existe em lei, não existe em nada, é uma 
questão de praxe que acabou se estabelecendo", afirma sobre o entendimento. 
 https://noticias.r7.com/cidades/juiza-induz-menina-de-11-anos-
estuprada-em-sc-a-impedir-aborto-diz-reportagem-20062022

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