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cancro mole

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Maria Eduarda Oliveira Prado – Turma 110 
DEFINIÇÃO 
Pode ser chamada de cancroide, cancrela, cancro venéreo simples, ulcera mole, ulcus 
mole, úlcera venérea, cancro ou úlcera de Ducrey e popularmente como cavalo. 
É uma infecção sexualmente transmissível que possui uma evolução aguda. 
Cancro mole é caracterizado clinicamente pela presença de pápulas e ulcerações dolorosas 
que podem ser em números variados, de bordas irregulares e na maioria das vezes 
envoltas por halo eritematoso vivo. Além do aumento dos linfonodos inguinais. Tudo isso 
acaba provocando a supuração (processo ou resultado de formação de pus). Estão 
localizadas em região genital, anal ou anogenital, acompanhadas ou não de adenopatia 
satélite. 
Agente etiológico: Haemophilus ducreyi. Essa bactéria é um cocobacilo Gram-negativo 
curto e delgado com extremidades arredondadas, anaeróbico facultativo, agrupado aos 
pares ou em cadeias com maior coloração nos polos. Essa bactéria possui uma 
sobrevivência breve fora do hospedeiro, do humeno. Além de ser difícil de cultivar e ter 
desenvolvido resistência a vários antimicrobianos. E é um patógeno estritamente humano, 
ou seja, é transmitido de pessoa pra pessoa. 
Patogênese: A infecção por essa bactéria, a H. ducreyi ocorre quando há a ruptura do 
epitélio durante o contato sexual com uma pessoa infectada. Então, após o curto período de 
incubação vai aparecer uma discreta pápula, mácula ou pústula circundada por um halo 
eritematoso. Essa lesão inicial vai evoluir rapidamente para uma lesão ulcerada com bordas 
irregulares, fundo purulento, base mole à compressão, fagedênica (que corrói as carnes) e 
muito dolorosa. 
É transmitida obrigatoriamente por via sexual. Transmissão anal, vaginal e oral. A 
transmissão faz-se exclusivamente através da relação sexual, podendo, por autoinoculação, 
ocorrer lesões nos dedos, conjuntiva e outras áreas. 
Devido a essas características ela possui um grande papel na facilitação da transmissão do 
HIV, principalmente em países de alta prevalência desta infecção. 
EPIDEMIOLOGIA 
Estima-se que ocorram sete milhões de novos casos de cancro mole por ano no mundo, 
especialmente nas regiões mais pobres da África, Ásia e Caribe. Embora observe-se 
declínio geral nos casos notificados de cancroide, sobretudo nos países desenvolvidos, A 
verdadeira incidência de cancróide permanece incerta porque um diagnóstico definitivo 
requer a detecção do organismo causador, Haemophilus ducreyi, e poucos laboratórios têm 
a capacidade de diagnóstico microbiológico adequado (por exemplo, cultura ou teste de 
amplificação de ácido nucleico [NAAT]). Além disso, muitos médicos não tentam 
diagnosticar úlceras genitais causadas por outros patógenos que não o Treponema pallidum 
ou o vírus herpes simplex (HSV). 
Não é comum no nosso meio 
Grupo alvo: Acomete com maior frequência a faixa etária dos 20 aos 30 anos, com intenso 
predomínio do sexo masculino, numa proporção de até 40 casos para cada um feminino. 
Não apresenta distinção de raças, uma vez que a maioria absoluta dos casos está associada 
às condições socioeconômicas, sendo mais frequente nas populações de baixa renda, assim 
como em homens não circuncidados. 
 
Maria Eduarda Oliveira Prado – Turma 110 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
Como falado anteriormente, logo após o período de incubação podemos observar uma 
discreta pápula, mácula ou pústula circundada por um halo eritematoso, evoluindo 
rapidamente para uma lesão ulcerada com bordas irregulares talhadas a pique, com fundo 
purulento, base mole à compressão, fagedênica e muito dolorosa. Em 2/3 dos casos há a 
formação de bubões devido a linfadenopatia inguinal. 
Além de outras lesões ulceradas devido ao mecanismo de autoinoculação. 
Onde ficam essas lesões? 
No homem: na região do frênulo do pênis e sulco balanoprepucial 
Na mulher: na fúrcula (região de fusão dos grandes lábios na região mediana posterior) e na 
face interna dos pequenos e grandes lábios vulvares. 
Menos comuns são as lesões de localização em ânus e boca 
OBS.: No sexo feminino, a queixa de ulceração dolorosa é menos frequente, nesse caso 
pode ser substituída, na dependência da localização da lesão, por dispareunia (dor genital 
associada à relação sexual), sangramento e corrimento vaginal e sangramento retal. 
Temos que levar em conta também que em 40% dos casos observa-se apenas uma lesão, 
isso deve ser considerado quando do diagnóstico e tratamento, não se houver meios 
laboratoriais 
Outro ponto importante é que no período de uma semana após o aparecimento do cancro, 
30 a 50% dos pacientes desenvolvem uma adenite inguinal (inflamação dos gânglios 
linfáticos da virilha), satélite, volumosa, recoberta por pele eritematosa, denominada de 
bubão, unilateral em 75% dos casos, e muito dolorosa, podendo evoluir nos pacientes sem 
tratamento com supuração por um único orifício, drenando um pus espesso (figura 37.3) 
Em poucos casos, cerca de 5%, podemos observar o cancro misto de Rollet que é 
consequência da associação patogênica com o Treponema pallidum, o agente etiológico da 
sífilis. Então, nesses casos vemos inicialmente sintomas de cancro mole seguidas de 
alterações características de cancro duro. 
DIAGNÓSTICO 
Sempre deve ser feito o 
diagnóstico diferencial do cancro 
mole com todas as doenças que 
gerem ulcerações genitais e ou 
adenopatia inguinal, 
principalmente as sexualmente 
transmissíveis. 
 
Temos como principal 
diagnostico diferencial o cancro 
duro 
Diagnóstico do cancro mole é 
eminentemente clínico, mesmo 
sendo de baixa especificidade. Isso porque os exames complementares disponíveis nos 
laboratórios e serviços especializados são de baixa sensibilidade. 
Maria Eduarda Oliveira Prado – Turma 110 
BACTERIOSCOPIA: Observam-se os cocobacilos 
gram-negativos aglomerados em forma de “cardume 
de peixe” ou “paliçada” intracelular, principalmente 
extracelularmente. Sensibilidade e especificidade 
baixas. 
CULTURA: A positividade define o diagnóstico. O 
isolamento do H. ducreyi só é obtido em 50 a 80% e 
não é usado como rotina, mas apenas em trabalhos de pesquisas. Alta sensibilidade, mas de 
difícil realização devido as características do bacilo. 
HISTOPATOLÓGICO: toda úlcera genital com mais de quatro semanas deve ser biopsiada, 
entretanto, não é recomendada porque não confirmar a doença 
PCR MULTIPLEX (M-PCR): método diagnóstico de maior sensibilidade e especificidade 
(padrão ouro), possibilita ainda detecção simultânea do Treponema pallidum e HSV-1 e 2. 
Técnica cara e pouco disponível. E nenhum teste foi aprovado pelo FDA (food and drug 
administration). 
Outros: 
Outros exames com alta especificidade e sensibilidade ainda não se encontram disponíveis 
nos ambulatórios e laboratórios das redes públicas, por exemplo: ■ imunofluorescência (IF); 
■ sonda de ácido nucleico; ■ testes sorológicos; ■ métodos de espectrometria. 
Mas o que que o CDC (centers for disease control ande prevention) recomenda para o 
diagnóstico? 
• Presença de úlceras dolorosas e linfadenopatia típicas de cancro mole 
• Exclusão de infecção por T. pallidum (sífilis) e HSV (herpes) 
TRATAMENTO 
1. A limpeza local e compressa com soro fisiológico a 0,9% ou com água boricada a 
2%, três vezes ao dia, 
2. Uso tópico de antibióticos, tais como ácido fusídico e bacitracina, nas lesões 
ulceradas, com o objetivo de acelerar a cicatrização e reduzir o risco de infecções 
secundárias. 
3. Quando presente o bubão, requer indicação de repouso. 
Naqueles que se apresentem muito dolorosos ou volumosos, a aspiração deve ser 
realizada, por agulha grossa, através de uma área de pele normal, evitando assim a 
formação de fístula posteriormente. Enfatiza-se que incisão e drenagem do bubão são 
contraindicadas, pois retardam a cicatrização e possibilitam a difusão local da infecção 
4. Para dor local: analgésicos ou anti-inflamatorio não hormonal 
Os esquemas indicados,segundo o Ministério da Saúde (MS), Centers for Disease Control 
(CDC) e European Guideline for The Management of Chancroid (EG), são: 
 
Maria Eduarda Oliveira Prado – Turma 110 
Estudos clínicos com tianfenicol, espectinomicina e fleroxacina mostram resultados 
satisfatórios. 
Nos pacientes coinfectados pelo HIV e homens não circuncidados: os esquemas 
terapêuticos mais longos são recomendados. 
Falhas terapêuticas por resistências aos medicamentos são mais frequentes nos pacientes 
HIV infectados. 
Gestantes: 
- Pq gestantes ou crianças não podem usar quinolona (ex ciproflaxacino)? 
Pode causar na gestante efeitos teratogênicos no feto 
Nas crianças: pode promover a soldadura precoce da diáfise óssea 
- Devem ser tratadas com eritromicina ou ceftriaxone nas posologias anteriormente 
referendadas. Devem ser evitados ciprofloxacina (durante toda a gestação e lactação), 
tianfenicol (no primeiro trimestre) e as sulfas (nas últimas semanas).

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