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S1P1 Diabetes tipo 1

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Leticia Morais 
Diabetes Mellitus tipo 1 
Introdução 
O diabetes é considerado fator de risco, 
principalmente devido aos distúrbios importantes 
causados no metabolismo de lipídeos. O diabetes 
mellitus é uma síndrome de comprometimento do 
metabolismo dos carboidratos, das gorduras e das 
proteínas, causada pela ausência de secreção de 
insulina ou por redução da sensibilidade dos 
tecidos à insulina. Um aspecto característico desta 
doença consiste na resposta secretora defeituosa 
ou deficiente de insulina, que se manifesta na 
utilização inadequada dos carboidratos (glicose), 
com conseqüente hiperglicemia. O diabetes está 
associado ao aumento da mortalidade e ao alto 
risco de desenvolvimento de complicações micro 
e macro-vasculares, como também de 
neuropatias. 
Fisiopatologia 
Inicialmente, devemos lembrar que a homeostase 
do nosso organismo depende de um conjunto de 
reações responsáveis pela síntese (anabolismo) e 
degradação (catabolismo) de proteínas, 
carboidratos e lipídios a que chamamos de 
metabolismo intermediário. E para regular 
essas reações de anabolismo e catabolismo, 
nosso organismo desenvolveu dois grupos 
hormonais principais que se "revezam" em suas 
funções de acordo com as necessidades: a 
insulina e os hormônios contrainsulínicos. 
 
■ Insulina: promove a entrada de glicose nas 
células, além de estimular a sua utilização como 
principal substrato energético para a célula. A 
insulina também deflagra o anabolismo, ou seja, a 
síntese de macromoléculas, como glicogênio, 
proteínas e triglicerídeos. Aliás, é por isso que 
insulina "engorda"... A insulina, naturalmente, 
possui uma secreção basal pelas células 
betapancreáticas, mas o principal estímulo para 
sua secreção é o aumento da glicemia que ocorre 
após as refeições (estado pós-prandial). 
■ Hormônios contrainsulínicos: No caso do 
metabolismo intermediário, antagonizando os 
efeitos da insulina, temos quatro hormônios 
principais. São eles: 
Glucagon: produzido pelas células alfa das 
ilhotas do pâncreas; 
Adrenalina: produzida pela medula suprarrenal; 
Cortisol: produzido pelo córtex suprarrenal; 
GH: produzido na adeno-hipófise. 
Os hormônios contrainsulínicos são todos 
hiperglicemiantes. Eles provocam a hiperglicemia 
ao estimular a produção hepática de glicose, 
através de uma reação bioquímica –a 
GLICONEOGÊNESE!! A gliconeogênese hepática 
é um processo que transforma os produtos não 
glicídicos do catabolismo (glicerol, aminoácidos) 
em glicose que, por sua vez, é liberada na corrente 
sanguínea. No jejum prolongado, a 
gliconeogênese é essencial, sendo a responsável 
por manter os níveis glicêmicos após se 
esgotarem as reservas de glicogênio (após 12-48h 
do jejum). Embora no estado de jejum, os ácidos 
graxos, provenientes do catabolismo lipídico 
(LIPÓLISE), possam ser utilizados na maioria das 
células como substrato energético, os neurônios 
precisam da glicose para manter a sua função. Por 
conta disso, dizemos que estes hormônios 
também deflagram o catabolismo, ou seja, a 
"quebra" das macromoléculas, liberando 
substratos, como glicose, glicerol, ácidos graxos e 
aminoácidos, necessários ao organismo durante o 
jejum prolongado e o estado de estresse, clínico 
ou cirúrgico. O efeito desses hormônios só é 
percebido quando há deficiência na ação 
insulínica. 
 
É uma doença autoimune, por uma interação de 
fatores (genéticos, ambientais e imunológicos), 
deflagra-se uma resposta necroinflamatória nas 
ilhotas pancreáticas, levando à destruição 
progressiva de praticamente todas as células 
betapancreáticas. É o tipo mais agressivo, causa 
emagrecimento rápido. Ocorre na infância e 
adolescência. Causa destruição autoimune das 
células β das Ilhotas de Langerhans. 
Autoanticorpos contra as células β contra insulina, 
contra os tecidos glutâmico descarboxilase, contra 
tirosina fosfatase. O indivíduo não tem produção 
de insulina, a glicose não entra nas células e o 
nível de glicose no sangue fica aumentado. 
Caracteriza-se por deficiência absoluta de 
produção de insulina no pâncreas; causando 
assim dificuldades ao fígado de compor e manter 
os depósitos de glicogênio que é vital para o 
organismo, com isso acumulando no sangue 
açúcar, levando a hiperglicemia quer dizer, alto 
nível de glicose no sangue. Assim a eficiência das 
células fica reduzida para absorver aminoácidos e 
outros nutrientes necessários, necessitando do 
uso exógeno do hormônio de forma definitiva. 
pode se dizer que no diabetes melitus tipo 1 ocorre 
uma auto-agressão imunitária determinando a 
destruição das células β pancreáticas, produtoras 
e secretoras de insulina. Contribuem na 
etiopatogênia, fatores genéticos e ambientais. As 
infecções virais (caxumba, sarampo etc), 
constituem ao fator ambiental mais reconhecido, 
havendo uma predisposição genética, relacionada 
a um sistema de histocompatibilidade HLA – DB – 
HLA-DR. A alteração da freqüência de 
determinados antígenos do sistema HLA (sistema 
de histocompatibilidade dos antígenos 
Leticia Morais 
leucocitários humanos), somada a infecções virais 
(agressão ambiental), em respostas imunes 
inadequadas determinam a destruição auto-imune 
das células β pancreáticas. Quando o açúcar no 
sangue excede o limite, esse excesso é eliminado 
pela urina. Nota-se quando o diabético ao urinar 
no vaso sanitário, algum respingo no chão fica 
com aparência pegajosa de água. O corpo perde 
líquido por excesso de micção e a consequência é 
a sede do diabético. Também é notada a 
modificação do apetite e o indivíduo sente mais 
fome. 
A maioria dos indivíduos com diabetes tipo 1 
apresentam a doença antes dos 30 anos. Os 
cientistas acreditam que um fator ambiental 
(possivelmente uma infecção viral ou um fator 
nutricional na infância ou no início da vida adulta) 
faz com que o sistema imune destrua as células 
produtoras de insulina no pâncreas. Para que isto 
ocorra, é muito provável que seja necessária 
alguma predisposição genética. Qualquer que seja 
a causa, no diabetes tipo 1 mais de 90% das 
células produtoras de insulina (células betas) do 
pâncreas são destruídas de modo permanente. 
 
Diagnóstico 
Na história natural do DM, alterações 
fisiopatológicas precedem em muitos 
anos o diagnóstico da doença. A condição 
na qual os valores glicêmicos estão acima 
dos valores de referência, mas ainda 
abaixo dos valores diagnósticos de DM, 
denomina-se pré-diabetes. A resistência 
à insulina já está presente e, na ausência 
de medidas de combate aos fatores de 
risco modificáveis, ela evolui 
frequentemente para a doença 
clinicamente manifesta e associa-se a 
risco aumentado de doença 
cardiovascular e complicações. Na 
maioria dos casos de pré-diabetes ou 
diabetes, a condição é assintomática e o 
diagnóstico é feito com base em exames 
laboratoriais. 
As categorias de tolerância à glicose são 
definidas com base nos seguintes exames: 
 
• Glicemia em jejum: coletada em sangue 
periférico após jejum calórico de no 
mínimo 8 horas; 
 
• TOTG: previamente à ingestão de 
75 g de glicose dissolvida em água, 
coleta-se uma amostra de sangue 
em jejum para determinação da 
glicemia; coleta-se outra, então, 
após 2 horas da sobrecarga oral. 
Importante reforçar que a dieta 
deve ser a habitual e sem restrição 
de carboidratos pelo menos nos 3 
dias anteriores à realização do 
teste. Permite avaliação da 
glicemia após sobrecarga, que 
pode ser a única alteração 
detectável no início do DM, 
refletindo a perda de primeira fase 
da secreção de insulina; 
• Hemoglobina glicada (HbA1c): 
oferece vantagens ao ref letir níveis 
glicêmicos dos últimos 3 a 4 meses 
e ao sofrer menor variabilidade dia 
a dia e independer do estado de 
jejum para sua determinação. 
Vale reforçar que se trata de medida 
indireta da glicemia, que sofre 
interferência de algumas situações, como 
anemias, hemoglobinopatias e uremia, 
nas quais é preferível diagnosticar o 
estado de tolerância à glicose com base 
na dosagem glicêmica direta. Outros 
fatores, como idade e etnia, tambémpodem interferir no resultado da HbA1c. 
A confirmação do diagnóstico de DM requer 
repetição dos exames alterados, idealmente o 
mesmo exame alterado em segunda amostra de 
sangue, na ausência de sintomas inequívocos de 
hiperglicemia. Pacientes com sintomas clássicos 
de hiperglicemia, tais como poliúria, polidipsia, 
polifagia e emagrecimento, devem ser submetidos 
à dosagem de glicemia ao acaso e independente 
do jejum, não havendo necessidade de 
confirmação por meio de segunda dosagem caso 
se verifique glicemia aleatória ≥ 200 mg/dL. 
Fatores de risco 
• IMC >25 
• Obesidade central 
• Sedentarismo 
• HAS 
• Ovarios policísticos 
• Doenças vasculares 
• Acantose nigricans 
• Idade >45 anos 
 
Manifestações Clínicas 
Por conta da própria fisiopatologia de ser uma 
doença autoimune, a DM tipo I acaba se 
manifestando mais cedo, de modo que a grande 
maioria dos pacientes com essa condição são 
Leticia Morais 
diagnosticados ainda crianças ou adolescentes 
(geralmente entre os 10-15 anos). 
E normalmente eles são magros (lembra que a 
obesidade tá relacionada com a resistência 
insulínica da DM 2) e vão desenvolver um quadro 
agudo e clássico, apresentando os típicos 4 Ps 
da diabetes: 
Poliúria (aumento do volume urinário); 
Polidipsia (aumento da sede); 
Polifagia (aumento da fome); 
Perda ponderal. 
Então vamos entender cada um deles. Pensa: se 
o paciente é diabético, ele tem uma hiperglicemia, 
daí, com mais glicose no sangue, mais glicose é 
excretada através da urina. E como ela é uma 
substância osmoticamente ativa, o paciente acaba 
perdendo mais água através do trato urinário 
(poliúria). A partir daí, ele começa a desidratar e 
é isso que explica o aumento da sensação de sede 
(polidipsia). 
Por outro lado, o fato de as células não estarem 
recebendo glicose para produzir energia é 
interpretado pelo corpo como sendo um estado de 
jejum, levando, então, ao aumento da sensação 
de fome (polifagia). Além disso, esse mesmo 
estado de jejum também acaba estimulando os 
hormônios contrainsulínicos que, entre outras 
coisas, promovem a lipólise, levando à perda 
ponderal. É importante nos atentarmos também 
de que por vezes o paciente DM 1 vai ter uma 
destruição grande e rápida das células beta, de 
modo que 1/3 deles podem iniciar o quadro já 
com cetoacidose diabética. 
 
Tratamento 
Tratamento Não Farmacológico 
O tratamento farmacológico corresponde àquela 
velha mudança do estilo de vida (MEV). 
Ele está indicado para todos os pacientes 
diabéticos ou pré-diabéticos e envolve: a) 
adequação alimentar através de dietas com 
baixo nível calórico; b) atividade física (150min/ 
sem); e também c) cessação do tabagismo, já 
que essa prática pode aumentar muitos os riscos 
DM. 
Tratamento Farmacológico 
O tratamento farmacológico, por sua vez, consiste 
na administração de drogas antidiabéticas e ele 
ganha bastante espaço quando a MEV sozinha 
não é suficiente para dar conta de controlar a DM 
e também para manter a estabilização clínica após 
o controle com a insulina. 
Com isso em mente, então, temos que existem 8 
principais classes de medicamentos disponíveis 
para o tratamento da diabetes e para ficar didático, 
vamos dividi-los em 4 grupos com base na ação 
que exercem no corpo: 
 
Sensibilizadores à 
insulina 
Biguanidas 
Glitazonas 
Secretagogos de 
insulina 
independentes da 
glicose 
Biguanidas 
Glitazonas 
Secretagogos de 
insulina 
dependentes de 
glicose 
Inibidores de DPP-IV 
Análogos da GLP-1 
Outros Inibidores de DPP-IV 
Análogos da GLP-1

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