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1 Tutoria I | Débora Sousa | 1º semestre | 21/05/2020 Problema 3 M3 – Tutoria 3 PROBLEMA 3 – “QUANTOS PROBLEMAS!” Paciente D.I.U, 45 anos, sexo masculino, 1,72m de altura, atualmente com 150 kg, comparece em consulta de rotina em PSF, referindo dificuldade em realizar atividades diárias devido ao cansaço e às dores articulares, apresentando desejo de realizar cirurgia bariátrica. Cita que possui diagnósticos prévios de diabetes mellitus tipo 2 há 2 anos, e HAS há 5 anos, afirma que não é muito fiel aos tratamentos para nenhuma das duas doenças. Conta que mantém médias das glicemias capilares de 200 mg/dl. Traz alguns exames solicitados há 6 meses por outro profissional, com o qual não fez seguimento adequado, e mostra os seguintes resultados: triglicérides= 800mg/dl, HDL=20mg/dl, LDL=325 mg/dl, glicemia jejum=400 mg/dl, hemoglobina glica=8,0% e USG abdominal com esteatose hepática moderada. O médico, ao olhar os exames, mostrou-se assustado e preocupado com o paciente, iniciando o acompanhamento. INSTRUÇÃO Como relacionar do ponto de vista fisiopatológico as morbidades apresentadas pelo paciente? TERMOS DESCONHECIDOS: → Cirurgia Bariátrica: Cirurgia de redução do estômago. É, literalmente, a plástica do estômago que tem como o objetivo reduzir o peso de pessoas com o IMC muito elevado. → Esteatose hepática: Popularmente conhecida como "Gordura no Fígado", é um problema de saúde que acontece quando as células do fígado são infiltradas por células de gordura. → Morbidade: Em epidemiologia, morbidade ou morbilidade é a taxa de portadores de determinada doença em relação à população total estudada, em determinado local e em determinado momento. → PSF: Programa de Saúde da Família, (Postos de saúde dos bairros). → HAS: Hipertensão Arterial Sistêmica. → Glicemias capilares: É um exame sanguíneo que oferece resultado imediato acerca da concentração de glicose nos vasos capilares da polpa digital, através do aparelho atualmente utilizado no HU- UFSC Accu Chek Active, com fitas que fazem captação elétrica da gota de hemoglobina. DEFINIÇÃO DO PROBLEMA: A dificuldade de interpretar e relacionar o mecanismo fisiológico das doenças com os exames complementares CHUVA DE IDEIAS: ❖ O termo Síndrome Metabólica descreve um conjunto de fatores de risco metabólico que se manifestam num indivíduo e aumentam as chances de desenvolver doenças cardíacas, derrames e diabetes. A Síndrome Metabólica tem como base à resistência à ação da insulina, daí também ser conhecida como síndrome de resistência à insulina. Isto é: a insulina age menos nos tecidos, obrigando o pâncreas a produzir mais insulina e elevando o seu nível no sangue. Alguns fatores contribuem para o aparecimento: os genéticos, excesso de peso (principalmente na região abdominal) e a ausência de atividade física. ❖ Fatores de Risco: → Grande quantidade de gordura abdominal - Em homens cintura com mais de 102 cm e nas mulheres maior que 88 cm. → Baixo HDL ("bom colesterol") - Em homens menos que 40mg/dl e nas mulheres menos do que 50mg/dl. → Triglicerídeos elevados (nível de gordura no sangue) - 150mg/dl ou superior → Pressão sanguínea alta - 135/85 mmHg ou superior ou se está utilizando algum medicamento para reduzir a pressão → Glicose elevada - 110mg/dl ou superior. ❖ O estresse emocional aumenta o risco de desenvolver diabetes por várias razões. A primeira razão tem causa hormonal: o estresse crônico aumenta o nível do hormônio cortisol, que ocasiona dentre outras coisas o aumento da gordura abdominal e que por sua vez aumenta o risco de diabetes. ❖ Pela análise dos dados do paciente do problema constatou-se que: possuía DM2, com taxas de glicemia altas, Esteatose hepática grau 2 ou 3, Triglicerídeos altos. OBJETIVOS: O1: Descrever a homeostase do controle do metabolismo das gorduras. (EX.: Lipólise, lipogênese e gliconeogênse) DIGESTÃO DE LIPÍDEOS 1. Emulsificação: ácidos biliares secretados pela bile emulsificam as partículas de gordura, para facilitar digestão (diminuem as dimensões, aumentam solubilidade e superfície de contato) 2 Tutoria I | Débora Sousa | 1º semestre | 21/05/2020 2. Lipólise: quebra dos triglicerídeos em glicerol e ácidos 3. Absorção: os ácidos graxos e glicerol penetram nos enterócitos, onde os triglicerídeos são ressintetizados e juntamente com colesterol e proteínas formam os quilomícrons, que são absorvidos. Estes lipídios estão geralmente sob forma de triglicerídeos (TG). O armazenamento de ácidos graxos na forma de TG é o mais eficiente e quantitativamente mais importante do que o de carboidratos na forma de glicogênio. Quando hormônios sinalizam a necessidade de energia metabólica, promove-se a liberação destes TG com o objetivo de convertê-los em ácidos graxos livres, os quais serão oxidados para produzir energia. No entanto, outras formas de lipídios fazem parte da dieta diária, como os fosfolipídios, o colesterol e as vitaminas lipossolúveis. TAGs: triagliceróis DAGs: diagliceróis MAGs: monoagliceídeos AGL: Ácidos Graxos Livres https://pt.wikipedia.org/wiki/Triglicer%C3%ADdeos https://pt.wikipedia.org/wiki/Dieta https://pt.wikipedia.org/wiki/Fosfolip%C3%ADdios https://pt.wikipedia.org/wiki/Colesterol https://pt.wikipedia.org/wiki/Vitaminas_lipossol%C3%BAveis 3 Quebra de lipídeos -> Acetil-CoA -> precisa de oxaloacetato disponível - Na falta de glicose há consumo dos intermediários do ciclo de Krebs, como o oxaloacetato, que pode ser desviado pra fazer gliconeogênese; - Acetil-CoA não entra no ciclo de Krebs -> o corpo faz desvio metabólico -> transforma o aumento de Acetil- CoA em corpos cetônicos (acetona, actoacetato e beta- hidroxibutirato) - Aumento de corpos cetônicos no sangue quando há excesso de lipólise (jejum longo; paciente diabético, devido quebrar lipídeos por não fazer uso da glicose dentro da célula- tem muita no sangue) - LIPÓLISE: quebra dos triglicerídeos em glicerol e ácidos graxos, realizada pela lipase pancreática, processo oposto ao da lipogênese, e é promovida sobretudo pela secreção de glucagon, o hormônio contrarregulatório da insulina. - GLICONEOGÊNESE: o fígado, por meio de etapas com reações irreversíveis forma glicose, principalmente a partir de aminoácidos (exceto leucina e lisina, que são cetogênicos). os produtos da decomposição de gorduras, proteínas e outras substâncias podem ser levados ao fígado pelo sangue para a reconversão em glicose. - LIPOGÊNESE: processo metabólico em animais que converte açúcares simples em ácidos graxos e sintetiza triacilgliceróis através da reação de ácidos graxos com glicerol, regulada por vários fatores, entre os quais estão os elementos nutricional, hormonal e genético. Após a lipogênese, os triacilgliceróis são empacotados em lipoproteínas de densidade muito baixa e secretados pelo fígado, e ajudam a transportar lipídios e colesterol por todo o corpo. A molécula de acetil-CoA inicia a lipogênese no citoplasma das células do corpo. Um complexo de enzimas conhecidas coletivamente como sintetase de ácidos graxos completa a síntese de ácidos graxos. A insulina e os hormônios contra-reguladores glucagon, adrenalina, glicocorticóides e hormônio do crescimento desempenham papel central no controle hormonal do metabolismo. A ação coordenada desses hormônios é necessária para a manutenção do nível sanguíneo fisiológico de glicose. Taxas elevadas de glicose no sangue estimulam secreção pancreática de insulina, o que resulta em aumento da captação de glicose pelos tecidos muscular e adiposo, inibição da gliconeogênese e glicogenólise e aumento da oxidação de glicose e síntese de glicogênio no fígado, bem como inibição da lipólise no tecido adiposo (SALTIEL; KAHN, 2001). No estado dejejum destacam-se os efeitos dos hormônios contra-reguladores e as fontes energéticas corporais alternam de carboidratos e gorduras para gorduras principalmente, e os ácidos graxos que foram estocados no período pós-prandial são liberados pelos adipócitos. O fluxo de ácidos graxos livres (AGL) é primariamente dependente dos triglicerídeos (TG) armazenados no tecido adiposo, os quais são liberados deste, pelo processo de lipólise, e transportados para os tecidos onde são oxidados para produção de energia, https://pt.wikipedia.org/wiki/Nutricional https://pt.wikipedia.org/wiki/Hormonal https://pt.wikipedia.org/wiki/Gen%C3%A9tico 4 e no caso do fígado, também podem ser incorporados em lipoproteínas (ARNER, 2001). O2: Discorrer sobre a fisiopatologia do diabetes tipo 2, enfatizando o papel do sistema incretina O diabetes tipo 2 é causado pela resistência à insulina e obesidade. Ocorre em pessoas com mais de 40 anos. O pâncreas secreta insulina normalmente, mas sobram insulina e glicose no sangue e células com pouca glicose. O pâncreas libera muita insulina levando as células β a se deteriorarem. Células β destruídas não têm produção de insulina e o indivíduo passa a ter a necessidade de tomar insulina e medicamentos para aumentar a sensibilidade à insulina (GUYTON; HALL, 2002). O diabetes mellitus tipo 2 é uma síndrome heterogênea que resulta de defeitos na secreção e na ação da insulina, sendo que a patogênese de ambos os mecanismos está relacionada a fatores genéticos e ambientais. Sua incidência e prevalência vêm aumentando em varias populações, tornando-se uma das doenças mais prevalentes no mundo (SMELTZER; BARE, 2002). O diabetes está associado ao aumento da mortalidade e ao alto risco de desenvolvimento de complicações micro e macrovasculares, como também de neuropatias, pode resultar em cegueira, insuficiência renal e amputações de membros (GUYTON; HALL, 2002). O diabetes tipo 2 é causado pela redução da sensibilidade dos tecidos-alvo ao efeito da insulina. Essa sensibilidade diminuída à insulina é frequentemente descrita como resistência à insulina. Para superar a resistência à insulina e evitar o acúmulo de glicose no sangue, deve haver um aumento na quantidade de insulina secretada. Embora não se saiba o que causa o diabetes tipo 2, sabe-se que neste caso o fator hereditário tem uma importância bem maior do que no diabetes tipo 1. Também existe uma conexão entre a obesidade e o diabetes tipo 2, embora a obesidade não leve necessariamente ao diabetes (COTRAN; KUMAR; COLLINS, 2000). O DM 2 é considerado um fator de risco independente de DCV, e frequentemente agrega outros fatores de risco CV presentes na síndrome metabólica (SM): obesidade central, dislipidemias (hipertrigliceridemia e baixo HDL). O aspecto de maior relevância no diagnóstico da SM é o risco de desenvolvimento de DM2 e de doença cardiovascular. ºº SINTOMAS DO DM2: Os primeiros sintomas do diabetes estão relacionados aos efeitos diretos da concentração sérica alta de glicose. Quando esta é superior a 160 a 180 mg/dl, a glicose passa para a urina. Quando a concentração aumenta ainda mais, os rins excretam uma maior quantidade de água para diluir a grande quantidade de glicose perdida (NEGRI, 2005). Como os rins produzem um excesso de urina, o indivíduo com diabetes elimina grandes volumes de urina (poliúria), o que acarreta uma sede anormal (polidipsia). Como ocorre uma perda excessiva de calorias pela urina, o indivíduo perde peso. Para compensar o individuo frequentemente sente uma fome excessiva (polifagia). Outros sintomas incluem a visão borrada, a sonolência, a náusea e a diminuição da resistência durante o exercício (OLIVEIRA; et al, 2004). Além disso, os indivíduos com diabetes mal controlados são mais suscetíveis às infecções, por causa da gravidade do déficit de insulina, os indivíduos com diabetes tipo 1 quase sempre perdem peso antes de serem submetidos a um tratamento. A maioria dos indivíduos com diabetes tipo 2 não perde peso. Nos indivíduos com diabetes tipo 1, os sintomas começam de modo abrupto e podem evoluir rapidamente para uma condição denominada cetoacidose diabética (SANTOS; SILVEIRA; CAFFARO, 2006). Apesar da concentração sérica elevada de glicose, a maioria das células não consegue utilizar o açúcar sem a insulina e, consequentemente, elas voltam-se para outras fontes de energia. As células adiposas começam a se decompor, produzindo cetonas, as quais são compostos químicos tóxicos que podem tornar o sangue ácido (cetoacidose). Os sintomas iniciais da cetoacidose diabética incluem a sede e a micção excessivas, a perda de peso, a náusea, o vômito, a fadiga e, sobretudo, nas crianças, dores abdominais. A respiração tende a tornar-se profunda e rápida à medida que o organismo tenta corrigir a acidez do sangue (CERCATO; MANCINI; ARGUELLO, 2004). Os indivíduos com diabetes tipo 2 podem permanecer assintomáticos durante anos ou décadas. Quando a deficiência de insulina progride, os sintomas podem ocorrer. No início, os aumentos da micção e da sede são discretos e pioram gradualmente ao longo de semanas ou meses (BATISTA; et al, 2005). A cetoacidose é rara, quando a concentração sérica de açúcar torna-se muito alta (frequentemente excedendo 1000 mg/dl), normalmente decorrente da sobreposição de algum estresse (p. ex. infecção) ou de drogas, o indivíduo pode apresentar uma desidratação grave, a qual pode acarretar confusão mental, sonolência, convulsões e uma condição denominada coma hiperglicêmico hiper osmolar não-cetótico (NEGRI, 2005). 5 ºº COMPLICAÇÕES DO DM2: No decorrer do tempo, a concentração sérica alta de glicose lesa os vasos sanguíneos, os nervos e outras estruturas internas. Substâncias complexas derivadas do açúcar acumulam-se nas paredes dos pequenos vasos sangüíneos, provocando espessamento e ruptura dos mesmos. Ao espessarem, esses vasos transportam cada vez menos sangue, especialmente para a pele e os nervos. O mau controle da concentração sérica de glicose tende a produzir aumento da concentração sérica de substâncias gordurosas (lipídeos), acarretando uma aterosclerose (formação de placas nos vasos sangüíneos) acelerada. A aterosclerose é 2 a 6 vezes mais comum nos indivíduos diabéticos que nos não diabéticos e ocorre igualmente em homens e mulheres (GUYTON; HALL, 1997). A má circulação, seja através dos vasos sangüíneos pequenos seja através dos grandes, pode lesar o coração, o cérebro, os membros inferiores, os olhos, os rins, os nervos e a pele e, além disso, retardar a cura das lesões. Por todas essas razões, os indivíduos diabéticos podem apresentar muitas complicações graves a longo prazo. Os infartos do miocárdio e os acidentes vasculares cerebrais são as mais comuns (SMELTZER ; BARE, 2002). O mau suprimento sangüíneo para a pele também pode acarretar a formação de úlceras e todas as feridas cicatrizam lentamente. As úlceras dos pés podem tornar-se tão profundas e infectadas e cicatrizar tão mal que pode ser necessária a amputação de uma parte do membro inferior. Evidências recentes revelam que as complicações do diabetes podem ser evitadas, postergadas ou retardadas através do controle da concentração sérica de glicose. Outros fatores desconhecidos, incluindo os genéticos, também determinam a evolução subseqüente dos eventos (LEHNINGER; NELSON; COX, 1995). A freqüência das complicações crônicas do DM do tipo 2 varia de acordo com as populações estudadas. Os pacientes com DM 2 têm uma propensão duas a quatro vezes maiores de morrerem por doença cardíaca em relação a não diabéticos, e quatro vezes mais chance de ter doença vascular periférica (DPV) e acidente vascular cerebral (AVC). O DM 2 é apontado como uma das principais causas de cegueira entreadultos com idade de 20 a 74 anos. Em alguns levantamentos, após 15 anos de diagnóstico de DM 2, a retinopatia diabética (RD) esteve presente em 97% dos usuários de insulina e em 80% dos não usuários. A prevalência de neuropatia diabética (ND) varia de !0% a 40% e a neuropatia sem diabetes (NSD) de 60 a 70%. Entre os fatores envolvidos na etiologia das complicações crônicas do DM do tipo 2 destacam-se a hiperglicemia, a hipertensão arterial sistêmica, a dislipidemia e o tabagismo. Além destes, outros fatores de risco não convencionais têm sido descritos: disfunção endotelial, estado pré-trombótico e inflamação (SCHEFFEL; et al, 2004) FISIOPATOLOGIA DO DM2: A fisiopatologia da hiperglicemia observada no DM2 está relacionada: à resistência periférica a insulínica, à deficiente secreção de insulina pelo pâncreas, e ao aumento da produção de glicose pelo fígado (Glicogenólise hepática). Estudos em autópsia demonstraram que a massa de célula beta é reduzida em DM2 apesar da capacidade de replicação e neogênese da célula beta. Dentro da molécula de proglucagon existem vários peptídeos interligados em série: proglucagon, peptídeo relacionado com a glicentina, peptídeo-1 semelhante ao glucagon (GLP-1) e peptídeo-2 semelhante ao glucagon (GLP-2). Inúmeras alternativas para a terapêutica do DM2 são desenvolvidas, aproveitando as vantagens das ações dos hormônios incretinas GLP-1 e GIP na célula beta pancreática. ºº INCRETINAS: As incretinas são hormônios produzidos pelo trato gastrointestinal e liberadas quando da entrada de nutrientes no intestino. Uma vez liberadas, as incretinas estimulam a secreção de insulina. O conceito dessa ação da incretina baseou-se em estudos que constataram que a resposta de insulina à glicose ingerida excedia a das quantidades equivalentes de glicose por via intravenosa. A hipótese do conceito de incretina foi criada a partir de estudos que relataram maior resposta da insulina à glicose oral, contra uma concentração equivalente de glicose intravenosa. Postulou-se que as substâncias derivadas do intestino, liberadas quando há consumo de nutrientes por via oral, foram secretagogos de insulina em potencial, que aumentaram a liberação de insulina. Em 1986, Nauck et al. estudaram o efeito da incretina (resposta da insulina à glicose oral X intra- venosa), administrando 25, 50 e 100 g de glicose por via oral ou intravenosa aos indivíduos do estudo e medindo as concentrações de peptídeo de conexão (peptídeo C), que é usado como marcador da produção endógena de insulina. Esses pesquisadores constataram que o grau de secreção de incretina dependia da quantidade de glicose ingerida e que as incretinas eram responsáveis por aproximadamente 75% da resposta de insulina depois da ingestão de 50g de glicose. Os dois principais hormônios incretina são o polipeptídeo inibitório gástrico (GIP), também conhecido como polipeptídeo trópico insulínico dependente de glicose, e peptídeo 1 tipo glucagon (GLP-1). O conhecimento de sua secreção e ações levou ao desenvolvimento de terapias baseadas em incretina para diabetes tipo 2. 6 ºº MECANISMO DE AÇÃO: GIP e GLP-1 são secretados pelo trato gastrointestinal. GIP é secretado das células K, localizadas principalmente no duodeno e na parte proximal do jejuno. GLP-1 é secretado pelas células L, encontradas principalmente no íleo e no cólon. Embora ambas as incretinas sejam liberadas depois de ingestão oral de nutrientes, as refeições ricas em carboidratos e lipídios, em particular, parecem ser os principais estimulantes da secreção de GIP. Esses peptídeos ligam-se a seis receptores específicos de GIP e GLP-1 e são rapidamente metabolizados pela enzima onipresente dipeptidil peptidase-IV (DPP-IV). Ambas as incretinas estimulam a secreção de insulina e, em modelos de cultura de células, demonstrou-se que estimulam a proliferação de células β. Embora seus efeitos sobre a sensibilidade à insulina não estejam bem definidos, um estudo de seis semanas em pacientes com diabetes tipo 2 relatou que o tratamento com GLP-1 estava associado ao aumento expressivo da sensibilidade à insulina.8 No diabetes tipo 2, o achado de que a secreção de GIP fica preservada enquanto a secreção de GLP-1 se deteriora é essencial para a justificativa da terapia de reposição de GLP-1. Além disso, os pacientes com diabetes tipo 2 têm resposta insulinotrópica deficiente à adminis- tração exógena de GIP, mas têm resposta preservada ao GLP- 1 exógeno. O achado de que as pessoas com diabetes tipo 2 têm baixas concentrações de GLP-1, mas resposta de secreção de insulina preservada sustenta o potencial terapêutico dos tratamentos com GLP-1. Outros efeitos dos hormônios incretina diferem, com evidências que sugerem que o GIP acelera o esvaziamento gástrico; ao contrário, GLP-1 desacelera o esvaziamento gástrico, suprime a secreção de glucagon e reduz o consumo de alimentos. Não há relatos de que GIP afete a secreção de glucagon ou o consumo alimentar em estudos com seres humanos. GLP-1 ativo é rapidamente clivado para uma forma inativada por DPP-IV. Em virtude de seus efeitos sobre a secreção de insulina estimulante, secreção de glucagon supressor, desaceleração do esvaziamento gástrico, melhora da sensibilidade à insulina e redução do consumo alimentar, GLP-1, por fim, leva a uma redução da glicose circulante. O3: Caracterizar síndrome metabólica (OMS, IDF e NCEP) O termo Síndrome Metabólica descreve um conjunto de fatores de risco que se manifestam num indivíduo e aumentam as chances de desenvolver doenças cardíacas, derrames e diabetes. A Síndrome Metabólica tem como base a resistência à ação da insulina (hormônio responsável pelo metabolismo da glicose), daí também ser conhecida como síndrome de resistência à insulina. Isto é: a insulina age menos nos tecidos, obrigando o pâncreas a produzir mais insulina e elevando o seu nível no sangue. Alguns fatores contribuem para o seu aparecimento: os genéticos, excesso de peso (principalmente na região abdominal) e a ausência de atividade física. A síndrome metabólica é uma doença da civilização moderna, associada à obesidade, como resultado da alimentação inadequada e do sedentarismo. A Síndrome Metabólica se caracteriza pela associação num mesmo indivíduo de três dos seguintes fatores: dislipidemia, diabetes mellitus tipo 2 ou intolerância à glicose, hipertensão arterial e excesso de peso ou obesidade. Interligando estas alterações metabólicas está a resistência à insulina (hiperinsulinemia), daí também é conhecida como Síndrome à Insulina. Isto é, a insulina age menos nos tecidos elevando o seu nível no sangue (GUYTON; HALL, 2002). 7 Ter três ou mais dos fatores acima é um sinal da presença da resistência insulínica. Esta resistência significa que mais insulina do que a quantidade normal está sendo necessária para manter o organismo funcionando e a glicose em níveis normais. A maioria das pessoas que tem a Síndrome Metabólica sente-se bem e não tem sintomas. Entretanto, elas estão na faixa de risco para o desenvolvimento de doenças graves, como as cardiovasculares e diabetes. RESOLUÇÃO DO PROBLEMA
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