Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Questão 1Respondida Sobre os domínios discursivos, documental e jurídico, avalie as asserções a seguir e a relação entre elas: I – O domínio documental constitui-se de textos que podem compor um processo judicial. PORQUE II – O domínio jurídico constitui-se de textos que compõem um processo judicial e seus atores têm necessariamente representação jurídica. A respeito das asserções citadas, assinale a alternativa correta: • I e II são verdadeiras, mas II não justifica I. • A asserção I é verdadeira, pois o domínio jurídico é formado pelos textos que compõem um processo judicial e seus atores têm necessariamente representação jurídica. A asserção II não justifica I, pois trata-se de textos que podem compor um processo judicial, como uma prova. Nesse caso os atores que fazem parte do processo não precisam estar investidos de autoridade judicial. Questão 2Respondida Leia o excerto a seguir: As sociedades humanas não definem seus padrões de interação em função das tecnologias de informação de que dispõem, mas pelos princípios de interação que lhes são peculiares. Isto é, pelos dispositivos simbólicos ou sistêmicos acionados para engendrar, validar e reproduzir os conhecimentos técnicos, mandatos morais e valores motivacionais da ação social. (RÜDIGER, Francisco. Capítulo 1: Fundamentos gerais da problemática teórica da comunicação. In: ______. As teorias da comunicação. Porto Alegre: Penso, 2011, p. 24.) Neste excerto, observamos uma crítica que opõe duas perspectivas teóricas sobre a comunicação. Quais são essas duas perspectivas? • Linguística funcionalista e paradigma informacional. • Perspectiva culturalista e paradigma informacional. • Estudos enunciativos e linguística estruturalista. • Linguística funcionalista e perspectiva culturalista. • Estudos enunciativos e paradigma informacional. O paradigma informacional, depois de reinar por um tempo como modelo ideal para os estudos da comunicação, passou a ser questionado por estudos de ordem cultural, ou pela perspectiva culturalista, que defendia que a comunicação é um fenômeno que vai além da transmissão de informação, pois ela é determinada pelos sistemas simbólicos humanos, bem como pela sociedade de que faz parte. Questão 3Respondida Complete a frase: Os domínios documental e jurídico englobam textos cuja finalidade é desencadear ou registrar alguma ação que tenha valor legal. Eles são geralmente realizados em suportes específicos, como papéis timbrados e formulários, por pessoas que foram investidas de autoridade pela sociedade para realizar atos ____________. Agora, assinale a alternativa que completa corretamente a lacuna: • Jurídicos. • Judiciais. • Processuais. • Públicos. • Administrativos. Questão 4Respondida Considerando a teoria da comunicação, complete as lacunas a seguir: A concepção ____________ postula que só se pode conhecer a realidade e a verdade por meio da razão. Nesse sentido, a racionalidade seria o instrumento necessário para o desenvolvimento do saber. Por isso, nessa perspectiva, há uma ____________ da ____________ e uma confiança no raciocínio matemático, considerado inequívoco. Agora, assinale a alternativa com a ordem correta das palavras escritas nas lacunas: • Objetiva, racionalidade, primazia. • Racional, objetividade, teoria. • Comunicativa, primazia, objetividade. • Racionalista, primazia, objetividade. • Teórica, racionalista, primazia. Questão 5Respondida Roman Jakobson foi um dos primeiros linguistas a se preocupar com a relação entre comunicação e linguagem, sendo, inclusive, muitas vezes chamado de 'linguista da comunicação";. Em seu trabalho Linguagem e comunicação (2003), publicado originalmente na década de 1960, ele afirma que a comunicação é constituída dos seguintes elementos: remetente, contexto, mensagem, contato, código e destinatário. Dessa forma, ao contrário do que alguns modelos comunicacionais afirmavam, Jakobson conclui que a linguagem não se restringe à função de informar, pois, dependendo do elemento da comunicação que é focalizado, a linguagem desempenha outras funções. Considerando, então, esses elementos, de acordo com Jakobson (2003), quais seriam as funções da linguagem? • Expressiva, informacional, poética, comunicativa, linguística e imperativa. • Emotiva, referencial, poética, fática, metalinguística e conativa. • Emotiva, informacional, conteudista, comunicativa, metalinguística e conativa. • Expressiva, contextual, literária, interlocutória, linguística e imperativa. • Poética, informativa, literária, comunicativa, metalinguística e interlocutória. Entre essas figuras estão: antonomásia, perífrase, ironia e metáfora. • Antonomásia: é a substituição de um nome próprio por um nome comum ou expressão equivalente que apele para alguma característica daquilo que é nomeado. É o realce de uma característica específica que dá força argumentativa para esta figura, identificando o referente. Por exemplo, quando se faz referência a Margaret Thatcher, ex-primeira-ministra do Reino Unido, pela alcunha “Dama de ferro”, há aí uma força argumentativa que reforça sua característica de ser autoritária e de ter implementado políticas econômicas consideradas severas. • Perífrase: é similar à antonomásia, pois na perífrase também ocorre a substituição do nome próprio, porém, neste caso, o que substitui o nome próprio é um sintagma mais complexo. São exemplos de perífrase: cidade-luz (Paris), país do futebol (Brasil), a grande dama do teatro brasileiro (Fernanda Montenegro) etc. Veja que falar simplesmente Brasil e falar “o país do futebol” são coisas totalmente distintas, uma vez que, no segundo caso, se define uma perspectiva sobre o país, logo, argumenta-se que o Brasil é o lugar do futebol por excelência, devido à qualidade de seus jogadores, à paixão de seus torcedores etc. • Ironia: é a forma pela qual se exprime o contrário do que se quer dizer. Olhando essa definição, a ironia parece ser algo complicado, mas não é, e a prova disso é que você utiliza e compreende essa figura argumentativa de forma natural, desde criança. Pense na seguinte situação: a mãe sai por uns instantes do quarto e, quando volta, surpreende seu filho rabiscando o espelho com um dos batons dela. No flagrante, a primeira coisa que ela diz é: “Bonito, hein?”. Você pode perceber que ela, quer dizer exatamente o contrário, que a atitude do filho é uma atitude “feia” ou “ruim”. Sendo assim, no caso, a mãe produz um enunciado irônico. Há diversos elementos que contribuem para a construção da ironia: o riso na enunciação de uma ironia, expressões já fixadas na língua (como ocorre na situação acima), tom de voz, gestos etc. • Metáfora: é a figura por meio da qual se faz uma comparação entre dois elementos que apresentam pontos em comum, considerando que o termo utilizado na metáfora é usado em um campo semântico que não é o seu campo original ou habitual. Por exemplo, quando dizemos “suas mãos são uma seda”, utilizamos um termo do campo semântico dos tecidos (seda) para qualificar algo que está num outro campo semântico (partes do corpo). O ponto em comum entre mãos e seda, nesse caso, é a suavidade. Você pode pensar: “mas então por que não se diz simplesmente suas mãos são suaves?” porque é mais forte argumentativamente dizer que as mãos são uma seda do que dizer simplesmente que elas são suaves, levando em consideração que a seda é um tecido considerado luxuoso, glamoroso, desejado. • Amplificação: por meio dessa figura, o orador faz um desenvolvimento pormenorizado de uma ideia, enumerando detalhes ou particularidades. A acumulação ou congérie é um tipo de amplificação que se dá pela enumeração. Vocabulário Congérie: é o termo utilizado para se referir à acumulação de coisas. Pode ser sinônimo de acervo, coleção e série. Em retórica, é a figura de linguagem a partir da qual se constrói uma enumeração com o objetivo de reforçar a argumentação. • Anadiplose:trata-se da utilização das mesmas palavras ou grupos de palavras do fim de uma frase e no começo da frase seguinte. Trubilhano e Henriques (2010, p. 92) dão o seguinte exemplo, de Rui Barbosa: “Com o advogado, justiça militante. Justiça imperante no magistrado.” [grifos nossos]. • Anáfora: “consiste na repetição da mesma palavra ou expressão no início das orações” (TRUBILHANO; HENRIQUES, 2010, p. 92). Exemplo: “É pau, é pedra, é o fim do caminho...”. Veja que a repetição do verbo ser neste verso reforça a ideia trabalhada pela canção de Tom Jobim. • Antítese: de acordo com o Dicionário Aulete Digital, esta figura “consiste em usar de modo simétrico palavras ou pensamentos de sentido oposto para intensificar-lhes o contraste”, sendo um importante recurso na argumentação, pois demonstra habilidade do orador em manipular a linguagem. É recorrente nos provérbios: “quem ama o feio, bonito lhe parece”, “quem ri por último ri melhor”, “as melhores essências estão nos menores perfumes”. • Clímax (gradação): é a intensificação de uma ideia para mais (clímax) ou para menos (anticlímax), por meio de uma gradação. Exemplo: “Eu era pobre. Era subalterno. Era nada.” (Monteiro Lobato, grifos nossos). Observe no exemplo que cada oração traz uma qualificação ainda mais negativa que a anterior, reforçando a argumentação [pobre (-) > subalterno (- -) > nada (- - -)] por meio do anticlímax. • Polissíndeto: repetição de conectivos para acrescentar ideias ou ações, reforçando a argumentação. O contrário do polissíndeto é o assíndeto (ausência de conectivo), que também pode ser usado como recurso estilístico, especialmente para dar agilidade ou dinamicidade ao enunciado. Veja, a seguir, os versos de Manuel Bandeira, dados como exemplo de polissíndeto por Cegalla (2008, p. 622): “Vão chegando as burguesinhas pobres, e as criadas das burguesinhas ricas, e as mulheres do povo, e as lavadeiras da redondeza.” • Quiasmo: segundo Trubilhano e Henriques (2010, p. 95), com esta figura, os termos médios e extremos de um enunciado se cruzam com o objetivo de chamar a atenção para os termos mediais, combinando antítese e inversão, funcionando por meio de um espelhamento dos termos do enunciado. Exemplo: A voz do dono e o dono da voz (Chico Buarque, grifos nossos). • Interrogação retórica: nos textos argumentativos, é comum o uso deste tipo de figura. Ao contrário de outros tipos de interrogação, que têm a finalidade de obter uma informação, a interrogação retórica tem como finalidade despertar uma reflexão no interlocutor sobre o assunto discutido. Veja este exemplo, retirado de uma palestra do TED Talks: “Qual a melhor forma de usarmos nosso tempo? Como você gostaria que os promotores usassem o tempo deles? Por que estamos gastando US$ 80 bilhões num sistema carcerário que sabemos ser ineficaz, quando poderíamos utilizar esse dinheiro em educação, em tratamentos psiquiátricos, em tratamentos para viciados e em investimentos nas comunidades, para o desenvolvimento delas?”Assista a palestra completa no site do TED. Veja, a seguir, dois tipos de figuras de comunhão: https://www.ted.com/talks/adam_foss_a_prosecutor_s_vision_for_a_better_justice_system/transcript?language=pt-br • Alusão: a alusão é uma menção a uma ideia ou a um ser conhecido do auditório, que é feita pelo orador para buscar a interação com este auditório ou realizar uma crítica. Essas referências culturais podem ser diretas ou indiretas, não importa. O importante é que elas constituam um conhecimento compartilhado entre orador e auditório. Veja, a seguir, um exemplo da reportagem divulgada pelo G1: “Os golpistas podem ter chefe e vice-chefe assumidos. Não sei direito qual é o chefe e qual é o vice- chefe. Um deles é a mão, não tão invisível assim que conduz com desvio de poder e abusos inimagináveis o processo de impeachment. O outro esfrega as mãos e ensaia a farsa do vazamento de um pretenso discurso de posse. Cai a máscara dos conspiradores. O Brasil e a democracia não merecem tamanha farsa.” No trecho do discurso de Dilma, realizado em 12 de abril de 2016, a presidente se refere pela primeira vez aos principais personagens do impeachment, acusando de conspiradores apenas por uma alusão, ou seja, por uma qualificação que, ao mesmo tempo em que os identifica, faz uma forte crítica, sendo argumentativamente mais forte do que simplesmente a citação dos nomes. • Apóstrofe: utilizando esta figura, o orador interrompe seu discurso ou raciocínio para se dirigir a um interlocutor, seja ele real ou fictício e esteja ele presente ou não. O objetivo é reforçar a argumentação, chamando a atenção do auditório. Na escrita, ela deve aparecer entre vírgulas. Já na oralidade, deve-se marcar uma pausa de alguma forma (alterando o tom de voz, fazendo um gesto ou mesmo anunciando um “parêntese” explicitamente). Veja o seguinte exemplo apresentado por Cegalla (2008, p. 626): “Abre-se a imensidade dos mares, e a borrasca enverga, como o condor, as foscas asas sobre o abismo. Deus te leve a salvo, brioso e altivo barco, por entre as vagas revoltas...” (José de Alencar, grifos nossos). • Há quatro tipos de proposição categórica, representados pelas quatro primeiras vogais: http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2016/04/sem-citar-nomes-dilma-acusa-temer-e-cunha-de-traicao-e-conspiracao.html http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2016/04/sem-citar-nomes-dilma-acusa-temer-e-cunha-de-traicao-e-conspiracao.html • Não há racismo no Brasil x inda á racismo no Brasil. Isso nos leva a perceber que a linguagem humana não funciona exatamente de acordo com os princípios da lógica clássica. Considerando essa divergência, a lógica se divide em duas: formal e material. A lógica formal, como vimos, está interessada em explicar o raciocínio. Mais especificamente, na prática, ela tem como objetivo demonstrar a validade de um raciocínio ou ainda de um argumento, o que pode ser feito em diferentes áreas, inclusive na área jurídica. Seu objeto de estudo é, então, o raciocínio dedutivo, que é aquele que parte de uma ideia geral para uma ideia particular. A lógica material, como vimos no início desta aula, tem como objetivo produzir um conhecimento científico sobre um dado objeto ou fenômeno. Vamos pensar juntos de que forma ela pode chegar a este resultado? Por exemplo, se um grupo de pesquisa deseja saber se determinado alimento (alimento x) influencia no aumento de peso, provavelmente irá reunir uma amostra razoável de pessoas e dividi-la em dois grupos. Os dois grupos seguirão a mesma dieta, porém, um deles irá comer também o alimento pesquisado, enquanto o outro, não. Se houver aumento de peso desse grupo que comeu o alimento x, então os cientistas poderão afirmar que este alimento contribui para o aumento de peso; se as pessoas desse grupo não engordarem ou engordarem na mesma proporção que o grupo que não consumiu o alimento x, então os pesquisadores poderão afirmar que o alimento x não contribui para o aumento de peso. O que fundamenta a indução é o princípio da identidade, pois é necessário que aquilo que se aplica corretamente às várias partes enumeradas de uma totalidade se aplique corretamente também a essa totalidade. Ou seja, se o alimento x engordou um grupo de humanos, pelo princípio da identidade, ele também deve engordar os humanos em geral. Ainda que a indução seja regida por este princípio, não há garantias da certeza lógica na conclusão. Ela pode, inclusive, nos levar a construir generalizações incorretas ou ruins, que, especialmente, acabam por manifestar certos preconceitos sociais. Isso porque nós tendemos a criar generalizações que nos convenham, seja por razões afetivas ou ideológicas. Por isso, é necessário ter cuidado com a amostra que se utiliza, ela deve ser realmente representativa de uma classe para que a conclusão possa, de fato, ter força e legitimidade. De acordo com Fiorin (2015), há dois tipos de indução: a completa e a amplificante.Segundo o autor, a primeira enumera a totalidade de certos fenômenos ou objetos para que, a partir dela, se extraia uma lei geral. O segundo tipo de sofisma de indução é aquele a partir do qual se procura explicar um acontecimento a partir de outro acontecimento anterior, ou seja, um acontecimento x é a causa para um acontecimento y, pois y ocorreu depois de x. Esse tipo de raciocínio indutivo está presente principalmente no campo das superstições. Por exemplo, é bastante comum que um torcedor use, em todos os jogos do seu time, a mesma roupa que estava usando em um jogo que seu time ganhou ou foi campeão, pois ele acredita que seu time só venceu porque ele estava usando aquela roupa. Questão 1Correta Sobre o raciocínio lógico, complete as lacunas: O pensamento é ____________ quando relaciona duas ideias tomando uma como premissa e a outra como conclusão. Se uma ideia serve de ponto de partida para outra, se a sustenta, a fundamenta, então esse vínculo tem uma característica própria. A ideia fundamentadora, chamada ____________, implica a ideia fundamentada, e esta é denominada ____________. Assinale a alternativa com as palavras que preenchem corretamente as lacunas: Sua resposta Raciocínio, premissa, conclusão. A lógica é um dos campos de estudo mais antigos da história da humanidade, tendo sido trabalhada inicialmente por Aristóteles, na Grécia Antiga. A palavra lógica origina-se do termo grego lógos, que significa 'razão"; ou 'raciocínio";, referindo-se, assim, à capacidade de raciocinar, ou seja, a uma forma de estruturar o conteúdo de nossos pensamentos. Isso não significa que pensamento seja igual a raciocínio, como se acredita, afinal, o raciocínio é apenas uma das formas de se estruturar o pensamento, que pode estabelecer outras relações de sentido possíveis que não a implicação, típica do raciocínio. Questão 2Correta Acerca do raciocínio dedutivo, analise as afirmativas a seguir: I. Sócrates considera o silogismo como o tipo perfeito de raciocínio dedutivo. II. A lógica formal, na prática, tem como objetivo demonstrar a validade de um raciocínio ou de um argumento, o que pode ser feito em diferentes áreas, inclusive na área jurídica. III. A lógica jurídica procura seguir a coerência da lógica formal, no entanto, ela não é totalmente determinada por esta, uma vez que trabalha com proposições possíveis, e não puramente formais, sendo, portanto, mais influenciada pela lógica material. IV. A lógica formal tem como objetivo produzir um conhecimento científico sobre um dado objeto ou fenômeno. Considerando que o raciocínio dedutivo é aquele que parte de uma ideia geral para uma ideia particular, é correto o que se afirma em: Sua resposta II e III, apenas. A afirmativa I está incorreta, pois é Aristóteles quem considera o silogismo como o tipo perfeito de raciocínio dedutivo, e não Sócrates, como afirma a alternativa. A afirmativa IV está incorreta, pois é a lógica material que tem como objetivo produzir um conhecimento científico sobre um dado objeto ou fenômeno, e não a lógica forma, como garante a alternativa. Questão 3Errada Leia o excerto a seguir, a introdução de um texto argumentativo, procurando identificar o modo como ele foi estruturado, ou seja, o tipo de raciocínio empregado. A sociedade brasileira, nos últimos anos, tem assistido à perda de alguns valores morais, antes considerados essenciais, mas que hoje parecem não ter qualquer importância. Com o desenvolvimento econômico e o crescimento da participação da mulher no mercado de trabalho, observa-se que os pais passam cada vez menos tempo com os filhos, relegando exclusivamente à escola o papel de educá-los e ouvi-los. Estes, por sua vez, têm apresentado um comportamento mais agressivo e pouco disciplinado, não respeitando qualquer autoridade. Diante desta realidade, cabe refletir sobre a seguinte questão: será que a ausência dos pais na maior parte do tempo da vida dos filhos tem contribuído para a formação de uma geração que se vê abandonada e, por isso, se expressa pela indisciplina? Podemos dizer que este excerto é um exemplo de raciocínio: Sua resposta Analítico. RACIOCINIO DEDUTIVO No excerto foi utilizado o raciocínio dedutivo, pois parte-se da ideia geral 'perda de alguns valores morais na sociedade brasileira"; para a ideia específica 'perda do respeito pela autoridade e aumento da indisciplina entre os jovens";, ou seja, a 'perda da disciplina";. Questão 4Errada Uma comunicação argumentativa pode focalizar um dos três elementos do ato retórico, ou seja, a imagem do orador (seu éthos), a imagem do auditório (o páthos) e a própria argumentação (lógos). Considerando essa questão, analise o seguinte trecho: Faço essa reflexão porque a Câmara dos Deputados aprovou a liberação da fosfoetanolamina, droga que teria propriedades antineoplásicas, sem que nenhum estudo tenha sido submetido à apreciação da Anvisa, o órgão brasileiro encarregado de avaliar a atividade de medicamentos antes da comercialização. [...] A USP foi conivente com essa aberração durante dez anos. Só quando o professor se aposentou, a universidade tomou conhecimento daquela anomalia intramuros e proibiu a produção da droga em suas instalações. Foi um pandemônio. Compreensivelmente, famílias desesperadas entraram na Justiça. Um ministro do Supremo concedeu uma liminar que obrigava a USP a fornecer a droga para um paciente. Veio uma enxurrada de ações legais, que forçaram a universidade a fabricar um remédio de atividade não comprovada, sem passar pelo crivo da Anvisa. [...] Na época, fiz uma intervenção no "Fantástico", chamando a atenção para esse absurdo. Expliquei que não é essa a forma de descobrir novos medicamentos e insisti que nunca existiu nem existirá um remédio que cure ou seja útil em todos os casos de câncer, lamentavelmente. O que chamamos de câncer é um grupo de mais de cem doenças, que em comum têm apenas a célula maligna. A diferença entre um câncer de próstata e outro de pulmão é tão grande quanto a existente entre insuficiência renal e insuficiência auditiva. [...] Tomo a liberdade de sugerir aos senhores senadores que se deem ao trabalho de procurar um único oncologista no Brasil que esteja a favor da liberação dessa ou de qualquer outra droga sem avaliação científica prévia. Seríamos todos nós, que passamos a vida cuidando de doentes com câncer, mercantilistas vis, insensíveis ao sofrimento e à morte das pessoas de quem tratamos? (VARELLA, Drauzio. Ignorância populista. Folha de S. Paulo, 19 mar. 2016. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/colunas/drauziovarella/2016/03/1751544-ignorancia- populista.shtml>. Acesso em: 9 jun. 2016.) Que elemento do ato retórico tem destaque neste trecho? Sua resposta A argumentação subjetiva, baseada no que pensa o orador. ORADOR Neste texto, a argumentação de Drauzio Varella focaliza a sua imagem enquanto orador, uma vez que ele já tem uma imagem consolidada de médico competente, sendo bastante conhecido em todo o Brasil. Ao emitir sua opinião, Drauzio Varella produz um efeito de verdade no texto, afinal, quem poderia questionar um médico sobre o seu conhecimento acerca do câncer? Isso torna a argumentação de seu texto mais forte. Questão 5Correta Pense na seguinte situação: Ana é diretora de uma escola de ensino médio e, no último ano, observou que houve um aumento da evasão de meninas que engravidaram e, por isso, tiveram que abandonar os estudos. Outro aspecto que a diretora observou foi que houve um aumento do número de brigas entre os meninos. Ela já passou em todas as salas falando da importância de os colegas se respeitarem e resolverem suas diferenças por meio do diálogo, bem como orientou que os professores de biologia fizessem discussões em sala, lembrando da importância de se prevenir contra a gravidez e doenças sexualmente transmissíveis, mas não percebeu qualquer efeito dessas ações. Os alunos não dão ouvidos, pois acham quea diretora está apenas querendo impor um controle sobre o comportamento deles, e não os orientar. Por isso, Ana teve a ideia de realizar uma semana de atividades e palestras com temas que interessam aos adolescentes, entre eles, sexualidade e violência. Considerando que a diretora e os professores não têm conseguido convencer os alunos, ou seja, que o problema comunicativo está no orador, que estratégia retórica seria eficaz nas palestras desse evento no intuito de reverter os dois dados (alto índice de gravidez e de brigas)? Sua resposta Convidar autoridades nesses temas, pessoas das quais os adolescentes gostem ou que eles vêm em uma relação de igualdade, resolvendo, isso. Na situação colocada, está claro que o grande problema na comunicação entre a escola e os alunos está no orador: os alunos não escutam a diretora e os professores, pois sentem que eles querem apenas controlá-los, impor uma disciplina, tal como fazem seus pais. Nesse sentido, seria interessante que a escola focalizasse as argumentações desta semana de debates no orador, ou seja, que convidasse pessoas que são respeitadas pelos adolescentes, pois, assim, além de garantir uma argumentação bem sustentada, já que eles seriam autoridades no assunto, garantiria também a recepção ou aceitação do discurso por parte dos alunos. Questão 1Correta Leia, a seguir, o trecho de uma notícia esportiva: Com uma análise das fotos do Fundos durante a Copa Interligas, a roupa do técnico Silvano Mello, 42 anos, chamou a atenção. Desde a 1ª rodada, ele está vestido com uma camiseta azul, calça jeans e tênis preto. A superstição do técnico da equipe de Biguaçu será mantida na final contra o Estrela Azul neste domingo, às 15h, no bairro Sul do Rio, em Santo Amaro da Imperatriz. [...] ― Quem já jogou futebol sabe como funciona. Quando você faz uma coisa e tem bons resultados, normalmente, repete as mesmas ações. Um pouco de superstição não tem problema − brincou. (SUPERSTIçãO dos pés à cabeça. Disponível em: <http://wp.clicrbs.com.br/amadorfutebolclube/2016/05/27/supersticao-do-pe-a- cabeca/?topo=52,2,18,,284,77>. Acesso em: 11 jun. 2016.) Neste excerto, é possível ver que o foco da notícia é a superstição do técnico de futebol. Essa superstição, assim como todas as outras, se fundamenta em que tipo de raciocínio lógico? Sua resposta Na indução do tipo “depois disso, portanto, por causa disso”. A superstição se fundamenta no raciocínio de indução do tipo “depois disso, portanto, por causa disso”. O indivíduo estabelece uma relação lógica entre dois acontecimentos que ocorreram um em seguida do outro, mas que, na realidade, não guardam qualquer relação lógica, como acontece com o técnico citado na notícia, que associa a vitória nos jogos à roupa que ele usava em sua primeira vitória Questão 2Correta A respeito da comunicação e da argumentação, analise as afirmativas a seguir: I. O direito não pode ser considerado como mediador dos inúmeros conflitos que há na sociedade, como uma ferramenta com a qual os homens estabelecem certas regras para promover uma convivência relativamente harmoniosa na sociedade. II. A comunicação é vista como o meio pelo qual os homens podem se compreender e chegar a acordos. III. Atualmente, no Brasil, podemos dizer que o auditório médio brasileiro tende a ser mais conservador em relação aos direitos da família. A respeito da comunicação e da argumentação é correto afirmar que: Sua resposta II e III, apenas. A afirmativa I está incorreta porque o direito se coloca como o mediador dos inúmeros conflitos que há na sociedade, como uma ferramenta com a qual os homens estabelecem certas regras para promover uma convivência relativamente harmoniosa na sociedade. Questão 3Errada A antítese é uma importante figura de presença utilizada nas comunicações argumentativas. Ela consiste em organizar de forma paralela duas ideias opostas para intensificar o contraste entre elas. Considerando esta definição, analise os itens a seguir: I. Em clima bastante amistoso, Pelé e Maradona se reencontraram nesta quinta-feira (9) em Paris. Os dois craques participaram de um evento de um dos patrocinadores da Eurocopa e trocaram abraços carinhosos. Na ocasião, Pelé e Maradona foram os 'técnicos"; em um jogo festivo de futebol society realizada no Palais Royal, um dos principais pontos turísticos na Cidade Luz. (Disponível em: <http://esportes.r7.com/futebol/pele-e-maradona-se-reencontram-em-paris-e-trocam- abraco-carinhoso-09062016>. Acesso em: 9 jun. 2016.) II. Quem vê cara não vê coração. (Provérbio) III. Não existiria som se não Houvesse o silêncio Não haveria luz se não Fosse a escuridão A vida é mesmo assim Dia e noite, não e sim (Lulu Santos. Certas coisas.) IV. Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis. (Machado de Assis. Memórias póstumas de Brás Cubas.) São exemplos de antítese apenas os itens: Sua resposta III e IV. II e III No item I, temos o uso de perífrase, pois o nome Paris é reescrito por Cidade Luz. No item II, temos o uso de antítese, pois o provérbio opõe duas ideias: aparência e essência. No item III, também temos o uso de antítese, pois a canção opõe as ideias som e silêncio, luz e escuridão, dia e noite, não e sim. Por fim, no item IV, temos o uso da ironia, pois quando o personagem diz que o amor de Marcela durou 15 contos de réis está dizendo, na verdade, que ela não o amava, apenas tinha interesses materiais na relação que tinha com ele. Questão 4Correta Considerando a imagem a seguir articulada ao título da postagem da Ong SOS Mata Atlântica, responda: (Disponível em: <https://www.sosma.org.br/blog/pelos-nossos-pulmoes- pelas-nossas-florestas-vamos-mobilizar-o-voto-consciente/>. Acesso em: 9 jun. 2016.) Que figura argumentativa foi utilizada nesta imagem? Sua resposta Metáfora, pois as árvores são comparadas aos nossos pulmões, tanto pela sua forma quanto pela sua função. Nesta imagem, observamos o uso da metáfora, pois as árvores são comparadas aos nossos pulmões, tanto pela sua forma quanto pela sua função. A metáfora é utilizada para fortalecer a argumentação em torno da necessidade de se preservar as florestas, pois, assim como nós precisamos dos pulmões para sobreviver, as florestas também precisam das árvores. Questão 5Correta Um argumento inválido é aquele cuja conclusão não pode ser verificada ou validada a partir de suas premissas, ou seja, nele não se estabelece uma relação de inferência, partindo das premissas para a conclusão. Considerando a definição de argumento inválido, assinale a alternativa que traz um exemplo desse tipo de argumento: Sua resposta Toda criança é capaz de aprender; João é capaz de aprender; Logo, João é criança. O argumento Todo professor é esforçado; Pedro é professor; Logo, Pedro é esforçado pode ser tratado como um entimema, pois a primeira premissa não é necessariamente verdadeira, ela pode ser contestada e até omitida, uma vez que há um pressuposto de que os professores sejam geralmente esforçados, porém, isso não pode ser provado e é possível também encontrar professores que não são esforçados. A conclusão de que Pedro é esforçado é, portanto, provável, mas não necessária, caracterizando, assim, este argumento como um entimema.
Compartilhar