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Farmacologia II – Ana Clara Aguilar de Almeida – Set. 2021. 1 Anticoagulantes - Primeira etapa da coagulação tem relação com o tampão plaquetário. - Nos Fármacos tem os fibrinolíticos que atuam desfazendo o coágulo inicialmente formado. Coagulo é formado com intuito de regeneração tecidual e após o coágulo deve ser desfeito. - Fármacos anticoagulantes têm aplicações em problemas cardiovasculares (prótese, bradicardia, ICC, IAM, doença valvular). Mas não são as únicas situações em que são utilizados. - Distúrbios Tromboembólicos: Elevada mortalidade e morbidade. Complicação de outras patologias (Câncer, Insuficiência cardíaca, Infarto Agudo do Miocárdio, Doença valvular reumática, aterosclerose coronária, cerebral e arterial periférica e de veias varicosas). Fatores de risco = tabagismo (aumenta síntese dos fatores de coagulação, aumenta a produção de radical livre, altera o endotélio vascular), gravidez (alteração hormonal), trauma, cirurgias (Contraindicação para trombolíticas – cirurgia recente), imobilizações prolongadas, uso de contraceptivos orais (chance pequena). - Coagulabilidade normal do sangue depende de 3 fatores: Endotelio vascular (participa ativamente desse processo, importante se manter integro. Paicente diabético por ex tem mais chances de ter problemas por não ter o endotélio tao integro) Plaquetas (são anucleares. Alguns fármacos que se ligam de maneira covalente, vao manter uma ação prolongada – 7 a 10 dias, que é o tempo que a plaqueta vive. Ela demora a se originar novamente por não ter núcleo. É originada dos megacariócitos). Cascata de Coagulação (o fígado produz os fatores da cascata de coagulação. Se a pessoa tem problema hepático agudo avalia AST/ALT que são substancias que são produzidas em menor tempo pelo fígado, já o problema hepático crônico avalia substancias que o fígado produz que fica mais tempo na coagulação – ex. albumina, tempo de protrombina) - TROMBOSE: Estado patológico em que se tem ativação inapropriada de processos hemostáticos, ou oclusão trombótica de um vaso após resposta exacerbada. Após ativada, a coagulação deve ser restrita ao local da lesão vascular. Predisposição à trombose – Tríade de Virchow 1. Lesão ao endotélio vascular (Ex. tabaco) 2. Estase venosa (Diminuição no fluxo sanguíneo) 3. Alterações na constituição do sangue (hipercoagulabilidade) - CASCATA DE COAGULAÇÃO: FORMAÇÃO DO TAMPÃO PLAQUETÁRIO Plaqueta normalmente esta em repouso dentro do vaso sanguíneo. O que a mantem em repouso são algumas substancias que estão no interior do vaso sanguíneo como o óxido nítrico e a prostaciclina. Prostaciclina é uma substancia produzida pela via que faz vasodilação e inibe agregação plaquetária. Quando atua na membrana da plaqueta, ativa a proteína Gs. O aumento de AMPciclico mantém a plaqueta em repouso. Óxido nítrico atua via GMP, vasodilatação. Tromboxano é produzido na plaqueta e tem ação de estimular agragação plaquetária e fazer vasoconstrição. Ativa o receptor Gi e ele inibe o aumento de AMPciclico, portanto tem ação contrária da Prostaciclina. Vem da mesma via da Prostaciclina. Plaqueta está em repouso, teve uma lesão endotelial. A partir do momento que endotélio se rompe há exposição da fibra de colágeno que tem fator de Von Willebrand. A partir do momento da lesão vascular, há exposição de sitio de ligação para a plaqueta ligada e ser ativada. A adesão plaquetaria Depende da turbulência do fluxo e adesão das plaquetas à fatores subendoteliais. Farmacologia II – Ana Clara Aguilar de Almeida – Set. 2021. 2 Plaqueta ativada libera tudo que ela tem: Grânulos de tromboxano A2, ADP, serotonina e PAF. Liberadas para formar uma “rede”. Primeiro tem a adesão plaquetária, depois ativação plaquetária e depois Aglutinação plaquetária (Tampão Plaquetário). Tromboxano A2 estimula a liberação de grânulos de cálcio que são essenciais para o processo de coagulação. Cálcio vai promover liberação de mais grânulos ainda. Tromboxano A2 estimula a expressão de receptores na membrana da plaqueta. Receptor de fibrinogênio que ajuda uma plaqueta se ligar na outra. A cascata de coagulação ativa o fibrinogênio em fibrina, deixando rígido. Cascata de coagulação esta acontecendo junto da agregação plaquetária. O tampão precisa ser dissolvido após o processo, pelo Plasminogênio que se transforma em plasmina. Quando o endotélio é lesionado ele expõe tanto o fator tecidual (que inicia a cascata de coagulação) quanto o Fator de von Willebrand. Tromboxano A2 atua no receptor da plaqueta em repouso acoplado a proteína Gq, ativa a via da proteína Gq (ativaão da fosfolipase C – DAG – Ativa proteína quinase C – ativa outra fosfolipase que faz com que o receptor da membrana seja expresso). Tromboxano A2 estimula a expressão do receptor na membrana da plaqueta. ADP estimula a agregação plaquetária. A diminuição do AMP cíclico ativa plaqueta. Pode ser ativado pela proteína Gi. O ADP atua diminuindo o nível de AMP cíclico para a plaqueta ficar ativada. Trombina tem ação na cascata de coagulação, na fibrinólise e agregação plaquetária. Ela é multifuncional. Cascata de coagulação tem duas vias: - Via Extrínseca: precisa acontecer dentro do corpo para não ter lesão tecidual. Acionada pela lesão tecidual que expõe o fator tecidual que ativa o fator 7 e fator 7a, ativa o fator 10. - Via Intrínseca: acontece dentro e consegue acontecer fora do corpo. Ativa os fatores 12, 12a, 11, 11a, 8 e 8a. Começa no próprio sangue. Fibrina é insolúvel e não consegue ser dissolvida na circulação. Para dissolver ela, precisa da ativação do plasminogênio tecidual. Hemostasia: fatores anticoagulantes e fatores coagulantes que trabalham com conjunto. - Trombina na cascata de coagulação: Converte o fibrinogênio em fibrina, mas para isso a trombina precisa ser ativada pela cascata de coagulação. Consegue fazer essa ativação. Ativa o fator 8, aumentando a estabilidade. Amplifica a cascata de coagulação ao catalisar a ativação dos fatores VIII e V por retroalimentação. Ativa plaquetas (plaquetas tem trombina). Ela libera grânulos contendo tromboxano, fazendo com que a plaqueta exponha receptor para tromboxano. - Fatores que limitam a formação de Trombo: Prostaciclina PGI2: substancia produzida a partir do fosfolipídeo de membrana, Produzida fisiologicamente. É vasodilatadora, antiagregante (atua em uma proteína Gs). Proteína C e proteína S – proteínas dependentes da vitamina K (fundamentação no papel de coagulação sanguínea, vitamina lipossolúvel). Inativação dos fatores de coagulação Va e VIIIa. Proteinas que são anticoagulantes dependem da vitamina K para serem produzidas. Vitamina K ajuda na síntese nos fatores de coagulação e antigoagulação – Hemostasia. Fator que inibe o fator residual. Antitrombina III: inibe ação da trombina (substancia coagulante). Inativa apropria trombina e alguns fatores de coagulação. Ela Farmacologia II – Ana Clara Aguilar de Almeida – Set. 2021. 3 não consegue fazer isso sozinha, precisa de um co-fator – Heparina. Heparina é armazenada dentro de grânulos dentro de mastócitos, e ela aumenta a atividade da antitrombina. Se o paciente tem alguma hemofilia (não produz heparina), não adianta dar antitrombina para esse paciente. Há um anticoagulante injetável – Heparina que não interfere em resultados de exames, medicação tranquila de ser trabalhada por já ser fisiológico. Tem heparina não fracionada (alto peso molecular) e mais outros dois tipos. Ativador de plasminogênio tecidual – consegue degradar a rede de fibrina. Clivagem proteolítica da fibrina em produtos de degradação da fibrina. Tem aplicação farmacológica– Trombolisar FARMACOS QUE ATUAM NA CASCATA DE COAGULAÇÃO (nem todos são anticoagulantes): - Antiplaquetários – inibidores de ciclo-oxigenase (COX), fosfodiesterase, da via do receptor ADP e antagonistas da GPIIb-IIIa. Prevenção formação de trombos; - Anticoagulantes – varfarina, heparinas não fracionada e de baixo peso molecular; - Trombolíticos – quebra o trombo. Utiliza em situações onde tem obstrução, abrir a luz do vaso. Prevenção de formação de trombos primária (primeiro evento, paciente hipertenso, obstrução arterial, prevenir eventos trombóticos) ou secundária (paciente que já infartou, prevenir eventos subsequentes). Quando paciente esta infartando, da um antiagregante plaquetário (AAS), para ter o objetivo de inibir a agregação plaquetária que esta se formando. Impedir que isso progrida. Plaquetas são os primeiros elementos hemostáticos nos locais de injúria vascular. Participam nas tromboses patológicas: Infarto do miocárdio, trombose vascular periférica, derrame cerebral e na púrpura trombótica trombocitopenica (TTP). Esses medicamentos são utilizados como marco no tratamento de doenças cardiovasculares. - ACIDO ACETIL SALICÍLICO (AAS – ASPIRINA): Inibidor do Tromboxano A2. Utilizado no manejo de distúrbios cardiovasculares. Interferem na síntese dos eicosanóides , bloqueando a produção de tromboxano A2 (agregador plaquetário e vasoconstritor) ao inativar a COX 1. Mecanismo de ação: provoca inativação completa da COX1 na dose de 160mg/dia; doses superiores inibem as prostaciclinas e prostaglandinas. Lipoxigenase – importante na asma. Ciclooxigenase (COX) – via importante do ponto de vista fisiológico e também patológico. Há dois tipos: tipo 1 (fisiológica) e tipo 2 (produzida por indução do processo inflamatório). A vasodilatação renal, anti- inflamatório diminui, é causada por uma COX 1, fisiológica. O muco do estômago que protege, é produzido pela ação da COX1. COX transforma o ácido araquidônico em prostaglandina (via comum). Dessa prostaglandina, no final dessa via pode ter ou prostaciclina, ou tromboxano ou prostaglandina, para determinar o produto final vai depender do conteúdo enzimático. Na plaqueta é produzido o Tromboxano, quando essa via ocorre no interior da plaqueta, neste caso vai ser produzido tromboxano, que é produzida a partir da COX1. Farmacologia II – Ana Clara Aguilar de Almeida – Set. 2021. 4 Aspirina (ac. Acetil salicílico) é um AINES (anti- inflamatório não esteroidal). Essa ação de inibição antiplaquetária é meio que geral de todos os antiinflamatórios. Mas neste caso, a aspirina se liga à COX 1 dentro da plaqueta, assim ela não consegue produzir tromboxano. Sem tromboxano, não terá o receptor superfície da plaqueta para agregação. Dessa forma ele será antiagregante por causa disso. AAS para manejo cardiovascular é a dose pediátrica – 160 ate 325mg/dia. Isso ocorre por que em doses baixas tem seletividade pela COX1, dessa forma sendo melhor utilizada para evitar a agregação. Sem a seletividade, também haverá inibição da COX2 que não é o interesse neste caso. Sem a COX2, diminui prostaciclina no endotélio vascular, perde um pouco do efeito de antiagregação. A ligação do AAS com a COX1 é covalente, irreversível. Problema é que a plaqueta é anucleada, e não conseguirá mais produzir tromboxano, então o efeito dura o tempo que a plaqueta estiver na circulação (7 a 10 dias), sendo importante na clinica. Cuidado para o paciente não ter hemorragia – principal efeito colateral. Pode ter salicilismo, alteração do equilibro ácido básico, síndrome de REYE (encefalopatia fulminante em crianças). Aspirina é Um dos únicos medicamentos que diminuem mortalidade e morbidade. - DIPIRIDAMOL: Inibidor da Fosfodiesterase (enzima que degrada AMPc e GMPciclicico). Mantém a plaqueta em repouso. Mecanismo de ação: aumenta a concentração de AMPc que inibe PAF (fator de agregação plaquetária), bloqueio de captação de adenosina pelas hemáceas. Uso: administração oral associado a aspirina reduz isquemia. Estudo com associação com a aspirina, tem potencial para diminuir isquemia, entretanto há maior chance do paciente ter Trombocitopenia (diminuição das plaquetas pela metade, abaixo de 150.000). - TICLOPIDINA e CLOPIDOGREL: Bloqueadores de Receptores de Adenosina. Fármaco importante junto com a Aspirina (potencializa o efeito – utilizado no pós infarto). Há estudos que demonstram que aumentam a vida do paciente. Receptor para adenosina (ADP) é o P2Y e o P2Y1. Adenosina é liberada fisiologicamente. Utilizada em cardioversão farmacológica, anti-inflamatória, por exemplo. Mecanismo de ação: pró-drogas bloqueadoras irreversíveis do receptor da adenosinadifosfato (ADP), responsável pela alteração do formato das plaquetas e sua agregação. Bloqueiam a ação do ADP e não deixa ele atuar. Farmacocinética: rápida absorção v.o. e biodisponibilidade ; efeitos após 8 a 10 dias da administração; inibição da agregação persiste após alguns dias da retirada São PRÓ-FÁRMACOS, precisa ser metabolizado para ser ativado. Metabolismo hepático. Absorção via oral boa, boa biodisponibilidade. Efeito permanente e fica depois que o medicamento é retirado. Importante em pacientes que vao fazer cirugia, talvez deva ter que aguardar uns 10 dias para evitar hemorragia. Associação do Clopidogrel com aspirina diminui mortalidade. Outra opção é o Ticagrelor, que é melhor que o Clopidogrel. - TIROFIBANA: Se liga ao receptor Glicoproteina (Gb) IIb e IIIa. Análogo de tirosina não peptídico. Subctancia sintética. Aplicável da mesma forma que o Abciximabe. Mecanismo de ação: ocupa o sítio de ligação do fibrinogênio inibindo agregação plaquetária. Farmacologia II – Ana Clara Aguilar de Almeida – Set. 2021. 5 Usos: administração i.v. seguida de infusão por 24hs no tratamento da síndrome coronariana aguda e na angioplastia. - ABCIXIMABE: É um antagonista do receptor da Gb IIb/IIIa. Anticorpo é produzido pelo linfócito B. Anticorpo monoclonal é especifico para um Ag. Na superfície do Ag tem varias estruturas que os Ac conseguem se ligar (epítopo). Quando o LyB vai reconhecer o Ag vai se ligar ao epítopo e produz Ac especifico para aquele sitio. Quando tem um soro para determinado Ag é policlonal (tem vários LyB produzindo Ac de vários tipos). A Abciximabe é um anticorpo multiclonal murino- humano quimérico. Muito caro. Consegue ter uma vasodilatação maior. Ocupação de 50% dos receptores GPIIb-IIIa plaquetários pelo abciximabe diminui significativamente a agregação plaquetária. Tem meia vida de 24h, não sendo vantajoso quando comparado com aspirina. Ligação essencialmente irreversível. FARMACOS ANTICOAGULANTES: - À semelhança dos agentes antiplaquetários, os anticoagulantes são usados tanto para prevenção quanto para tratamento de doenças trombóticas. - Utilizado para prevenção, mas principalmente no processo de cirurfia, pos cirúrgico, situações que não tem problema em formação de trombo. - São dirigidos para vários fatores na cascata de coagulação, interrompendo, assim, a cascata e impedindo a formação de uma rede de fibrina estável (tampão hemostático secundário). - Tem Via oral (ex: Antagonistas Vitamina K), via parenteral (Ex. Heparina). - VITAMINA K: Importante para síntese hepática dos fatores de coagulação II, Vii, IX, X. Tem potencial tanto para coagulação e para anticoagulação. Co-fator para a produção de proteína C e S. Promove a carboxilação de resíduos de glutamato - fundamental para a interação com o cálcio. - ANTICOAGULANTES ORAIS: *Derivados de Hidróxicumarina: VARFARINA DICUMAROL FENINDIONAVarfarina tem vantagens em relação ao custo, mas há inconvenientes. Varfarina é ANTAGOSNISTA DE VITAMINA K, a pessoa não consegue mais sintetizar fatores de coagulação. Se já tiver fatores já pré-formado, ela não consegue atuar. Devido a isso, não utilizar em situações agudas. Inicio de ação tardio, ate 24h. Ideal neste caso é utilizar Heparina e depois a Varfarina como manutenção do efeito que a heparina está causando. Varfarina tem alto peso molecular, liga muito em proteína plasmática (ate 99%). A ligação proteino- plasmática faz com que fique retida dentro do vaso sanguíneo, isso é bom para ação no sangue. Qualquer situação que altere um pouco a ligação da varfarina à albumina, pode causar hemorragia. Se paciente tem hepatopatia, deve ser ajustada a dose. Se há diminuição de proteína, há aumento da fração livre do medicamento. Se há doença renal, rim normalmente não deixa a proteína passar. Se há doença, há proteinuria, assim diminui a quantidade de proteína no sangue e aumenta a fração livre do fármaco. Tem muita interação com o citocromo P450 do fígado. Tem teratogênese e pode causar hemorragia intracraniana no bebê. Medicamento de escolha para gravidas é a Heparina. Farmacologia II – Ana Clara Aguilar de Almeida – Set. 2021. 6 Fármacos que diminuem o metabolismo hepático da Varfarina, assim fica mais tempo ativa (aumentam a chance de sangramento): Hidrato de Cloral, Amiodarona, clopidogrel, etanol, fluconazol, fluoxetina, metronidazol, sulfametoxazol, antibióticos de amplo espectro, esteroides anabolizantes (quadro abaixo). Fatores que potencializam os anticoagulantes orais: 1. Doença: hepatopatia, condições nas quais ocorre elevação da taxa metabólica, como a febre e tireotoxicose (aumento dos hormônios tireoide) 2. Fármacos: cimetidina, imipramina, cotrimoxazol, cloranfenicol, ciprofloxacina, metronidazol, amiodarona e muitos azóis antifúngicos. 3. Farmacos que inibem a função plaquetária: AINES 4. Substancias que diminuem a disponibilidade de vitamina K: ATB de amplo espectro e algumas sulfonamidas. Na varfarina, o cuidadoso equilíbrio - dose que não modifica a coagulação indesejável, e o uso de uma quantidade excessiva, causando hemorragia. Monitorar efeito através da determinação do Tempo de protrombina - expresso como Relação Normalizada Internacional – RNI. Ideal ajustar a dose de acordo com o RNI, entre 2 e 4 de acordo com a situação clinica. Paciente tomando varfarina e começa a sangrar muito (agudo), deve ser feita transfusão (plasma congelado – parte liquida com fibrinogênio – já com fator de coagulação pronto, ou sangue total). - ANTICOAGULANTES INJETÁVEIS (classificação não tão utilizada): HEPARINA Grânulos no interior de mastócitos. Heparina serve como solução anticoagulante. Após liberação aumenta a velocidade em 1000x da ligação entre antitrombina III e trombina agindo como um catalisador na reação de inativação da trombina. Heparina não fracionada (alto peso molecular) – normal: retirada de intestino de porco e pulmão bovino – tecidos ricos em mastócitos. Origem animal. Outra espécie, mas diferente da insulina, não da reação alérgica. Heparina de baixo peso molecular: preparado pelo processo de cromatografia por filtração em gel, e seus pesos moleculares variam de 1 a 5 kDa. Diferença das heparinas é no tamanho e na ação. A heparina não fracionada se liga tanto a antitrombina, quanto ao fator Xa (via comum). A heparina de baixo peso só consegue ligar ao fator Xa. A heparina não fracionada é mais ativa, porque consegue inibir tanto a trombina quanto o fator Xa. Heparina é um co-fator. Precisa da atividade da antitrombina. Se paciente não tem antitrombina por algum motivo (problemas hepáticos, cirrose hepática, síndrome nefrótica e coagulação intravascular disseminada) a heparina não tem efeito. A atividade dela precisa da antitrombina. A heparina é administrada via parenteral (intravenosa – mais rápida, imediata; subcutânea – mais devagar absorção, ação após 1h). Depende da necessidade. Via oral não é absorvida. Dada em dose USP. Heparina sintetizada, a ação dela é confrontada com o padrão. Mede a força da heparina que vem do animal em diminuir a força de coagulação. Farmacologia II – Ana Clara Aguilar de Almeida – Set. 2021. 7 Como a heparina não fracionada se liga muito a proteína plasmática, pode ter variação de absorção, mais difícil de trabalhar com ela. Deve dosar TTPa - tempo de tromboplastina parcial ativada para ajustar a dose (dificuldade). Devido a isso a heparina mais utilizada é a FRACIONADA (baixo peso molecular), devido a facilidade de uso. Tem antidoto para Heparina: SULFATO DE PROTAMINA. Se o paciente esta muito anticoagulado, pode dar o sulfato de protamina para inibir a heparina. Indicações terapêuticas: • na circulação extra-corpórea • na trombose venosa • na profilaxia da trombose venosa (s.c.) • coagulação intravascular disseminada • coágulos na gravidez* - indicar a fracionada. Orientar a paciente 24h antes do parto, parar de tomar a heparina para evitar hemorragia intracraniana. Pode gerar Trombocitopenia (plaquetopenia), principalmente nos primeiros dias de uso (transitória, após 2-14 dias de tratamento). Para avaliar se é induzido pelo medicamento, deve dosar a plaqueta antes do inicio do uso do medicamento. Pode ter alteração hepática, osteoporose, diminui síntese de aldosterona. Heparina de Baixo Peso Molecular: ENOXAPARINA DALTEPARINA TINZAPARINA São fragmentos da heparina obtida por despolimerização (1/3 do PM). Adm subcutânea, não prolonga TTPa. Eliminação renal Menor incidência de trombocitopenia induzida por drogas. A HBMM (heparina de baixo peso molecular) não atravessa a placenta e não apresenta efeitos teratogênicos. Interações Medicamentosas: Alterações farmacocinéticas (Amiodarona, cimetidina, fluconazol, metronidazol) – aumentam o efeito anticoagulante. Fondaparinux é um análogo sintético da heparina fracionada, caro. Administração parenteral. Sulfato de protamina não consegue antagonizar o Fondaparinux por ser uma molécula sintética. - Medicamentos Alternativos e Novos Fármacos: Estão no mercado desde 2015. Inibidores diretos da Trombina (IIa): DABIGATRANA É um Pró-fármaco, deve ser metabolizada para ser ativa. Anticoagulante oral. Meia vida menor (vantagem), chance de sangramento menor, possibilidade de manejo em relação às doses. Custo alto como desvantagem. Utilizados em cirurgias de ortopedia e na fibrilação atrial. Início de ação 2h, meia vida de 14 a 17 horas (2 a 3 adm dia). Excreção 80% renal – não é bom para pessoas com problema renal (Apixabana é melhor para paciente com problema renal). Dialisável, consegue retirar o medicamento de quem esta fazendo hemodiálise. Antidoto: Idarucizumabe. Seguro para ser utilizado. Inibidores do Fator Xa: RIVAROXABANA Início de ação 2 a 3 horas – uso oral. Meia vida 5-9 horas (11-13h em idosos). Excreção biliar, bom para pacientes com problemas renais. Interação: cetoconazol, claritromicina, eritromicina (aumentam os níveis 30-100%) Contraindicada em uso associado com anti-micoticos azólicos sistêmicos, inibidores de protease. Farmacologia II – Ana Clara Aguilar de Almeida – Set. 2021. 8 Interações: APIXABANA Melhor opção para paciente problema renal. Inicio de ação 3h. Meia vida 8-14 horas Excreção biliar / fecal (75%), renal (25%). Sem interação medicamentosa significativa. Antídoto: Andexanet alfa (AndexXa) FARMACOS TROMBOLÍTICOS: São utilizados agentes trombolíticos para a lise de coágulos já formados, propiciando, assim, a recanalização do vaso obstruído antes que ocorranecrose tecidual distal. Todos atuam direta ou indiretamente convertendo plasminogênio em plasmina, que, então, hidrolisa a fibrina, lisando, assim, os trombos. - ESTREPTOQUINASE: Proteína produzida por estreptococos β- hemolíticos, como um componente do mecanismo de destruição tecidual desses microrganismos. Mecanismo de ação: liga-se ao plasminogênio (alteração conformacional ) ↑plasmina (digestão da fibrina) Toxicidade: hemorragias (riscos em >75 anos ); anafilaxia e febre. Uso único, a partir da segunda vez pode dar anafilaxia, febre, pois o corpo entenderá que é um antígeno. Hipersensibilidade tipo I. - ATIVADOR DO PLASMINOGÊNIO TISSULAR (tPA): Produzida por técnica de DNA recombinante Principal é a ALTEPLASE. Mecanismo de ação: liga-se a fibrina e ativa conversão plasminogênio em plasmina. Vantagens, pois a estreptoquinase se liga a qualquer trombo (geral), e neste caso da Alteplase ele liga-se a trombos recém-formados (frescos) com alta afinidade, provocando fibrinólise no local do trombo, principalmente no inicio do infarto. Não é antigênico. Eficaz para lisar os trombos durante tratamento do infarto agudo do miocárdio. Uso em IAM e trombose coronariana. Contraindicações: • até 10 dias do pós-cirúrgico • sangramento no TGI últimos 3 meses • antecedente de acidente vascular cerebral • desordens hemorrágicas • paciente hipertenso Não utilizar em pacientes que acabaram de realizar cirurgia, AVC hemorrágico.
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