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RESUMO FARMACO - Anticoagulantes

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Moisés Santos|@eumoisesantos_ Odontologia UFPE – Farmacologia IV – 2020.2 
Anticoagulantes e 
antiplaquetários 
 São os fármacos uteis 
no tratamento dos 
distúrbios da hemostasia. 
No caso da trombose, tem-
se a formação de um 
coagulo nos vasos 
sanguíneos; eles podem 
desencadear infartos 
agudos do miocárdio, 
trombose venosa profunda, 
embolia pulmonar e 
acidente vascular 
encefálico isquêmico 
agudo; essas condições 
são tratadas com 
anticoagulantes e 
fibrinolíticos. 
Tombo x Êmbolo 
Um coágulo que adere a parede do vaso é 
denominado trombo, e um coágulo intravascular 
que flutua no sangue é denominado êmbolo. 
Quando o trombo se desprende, ele é considerado 
um êmbolo. Eles podem ocluir o vaso, não 
permitindo que haja a passagem de oxigênio e 
nutrientes. 
A trombose arterial ocorre com maior 
frequência em vasos de tamanho médio tornados 
trombogênicos por aterosclerose; em geral, 
consiste em um coágulo rico em plaquetas. Por 
outro lado, a trombose venosa é iniciada pela 
estase sanguínea ou pela ativação imprópria da 
cascata da 
coagulação; 
envolve um 
coágulo que é 
rico em fibrina, 
com menos 
plaquetas do que 
as observadas 
no coágulo 
arterial. 
Resposta plaquetária à lesão vascular 
Os traumas provocados ao sistema vascular, 
inicia uma série complexa de interações entre 
plaquetas, células endoteliais e a cascata da 
coagulação. Essas interações levam à hemostasia 
ou à interrupção na perda de sangue por vasos 
sanguíneos danificados. 
As plaquetas são fundamentais nesse 
processo. A priori, para prevenir a perda de sangue 
excessiva, o vaso danificado gera um vasoespamo, 
sem seguida, tem-se a formação do tampão de 
fibrina e plaquetas no local da lesão 
OBS.: a criação de um trombo indesejado envolve várias das 
mesmas etapas da coagulação normal, exceto que o estímulo 
disparador é uma condição patológica no sistema vascular, em vez 
de um traumatismo físico externo. 
• Plaquetas em repouso 
As plaquetas atuam como sentinelas vasculares, 
monitorando a integridade do endotélio. Na 
ausência de lesão, as plaquetas em repouso 
circulam livremente, pois a sinalização química 
indica que o sistema vascular não está lesado. 
1. Mediadores químicos sintetizados pelas 
células endoteliais: Mediadores químicos, 
como prostaciclinas e óxido nítrico, são 
sintetizados pelas células endoteliais 
intactas e atuam como inibidores da 
aglutinação das plaquetas. As prostaciclinas 
(prostaglandina I2) atuam ligando-se a 
receptores de membrana plaquetários que 
estão acoplados à síntese de monofosfato 
cíclico de adenosina (AMPc), um 
mensageiro intracelular. Níveis elevados de 
AMPc estão associados à diminuição no 
cálcio intracelular. Isso evita a aglutinação 
das plaquetas e a subsequente liberação de 
fatores de agregação plaquetária. As células 
endoteliais lesadas sintetizam menos 
prostaciclina do que as células saudáveis, 
resultando em níveis mais baixos de 
prostaciclina. Como há menos prostaciclina 
para ligar receptores de plaquetas, menos 
AMPc intracelular é sintetizado, o que leva à 
aglutinação das plaquetas. 
 
Moisés Santos|@eumoisesantos_ Odontologia UFPE – Farmacologia IV – 2020.2 
2. Papéis da trombina, do tromboxano e do 
colágeno: A membrana da plaqueta contém 
também receptores que podem fixar 
trombina, tromboxanos e colágeno exposto. 
No vaso intacto, os níveis de trombina e 
tromboxano circulantes são baixos, e o 
endotélio intacto cobre o colágeno nas 
camadas subendoteliais. Os receptores das 
plaquetas correspondentes estão, portanto, 
desocupados e, como resultado, não ocorre 
ativação ou agregação de plaquetas; quando 
ocupados, cada um desses tipos de 
receptores inicia uma série de reações que 
leva à liberação de grânulos intracelulares 
pelas plaquetas na circulação, assim 
estimulando a aglutinação das plaquetas. 
 
• Adesão plaquetária 
Quando o endotélio está lesado, as 
plaquetas aderem e praticamente cobrem o 
colágeno exposto do subendotélio. Isso inicia uma 
série complexa de reações químicas, resultando na 
ativação plaquetária. 
• Ativação plaquetária 
Os receptores na superfície das plaquetas 
aderentes são ativados pelo colágeno do tecido 
conectivo subjacente. Isso causa alterações 
morfológicas nas plaquetas e a liberação de 
grânulos de plaquetas contendo mediadores 
químicos, como difosfato de adenosina (ADP), 
tromboxano A2, serotonina, fator de ativação 
plaquetária e trombina. Essas moléculas 
sinalizadoras se ligam aos receptores na 
membrana externa das plaquetas em repouso 
circulantes vizinhas. Esses receptores funcionam 
como sensores, que são ativados pelos sinais 
enviados das plaquetas aderentes. As plaquetas 
previamente dormentes se tornam ativadas e 
iniciam a aglutinação. Essas ações são mediadas 
por vários sistemas mensageiros que, no final, 
resultam na elevação dos níveis de cálcio e na 
diminuição da concentração de AMPc dentro da 
plaqueta. 
• Aglutinação das plaquetas 
O aumento do cálcio citosólico que 
acompanha a ativação decorre da liberação de 
estoques armazenados no interior da plaqueta. Isso 
leva 1) à liberação de grânulos de plaquetas 
contendo mediadores, como ADP e serotonina, que 
ativam outras plaquetas; 2) à ativação da síntese de 
tromboxano A2; e 3) à ativação dos receptores de 
glicoproteínas (GPs) IIb/IIIa que ligam fibrinogênio 
e, finalmente, regulam as interações plaquetas-
plaquetas e a formação do trombo. O fibrinogênio, 
uma GP plasmática solúvel, liga-se 
simultaneamente aos receptores de GP IIb/IIIa de 
duas plaquetas vizinhas, resultando na ligação 
cruzada entre plaquetas e na sua aglutinação. Isso 
leva a uma avalanche de aglutinação plaquetária, 
pois cada plaqueta ativada pode recrutar outras 
plaquetas. 
• Formação do coágulo 
A estimulação local da cascata de 
coagulação pelos fatores teciduais liberados dos 
tecidos lesados e pelos mediadores da superfície 
das plaquetas resulta na formação de trombina 
(fator IIA). A trombina, por sua vez, catalisa a 
hidrólise do fibrinogênio em 
fibrina, que é incorporada no 
coágulo. Ligações cruzadas 
subsequentes das tiras de 
fibrina estabilizam o coágulo 
e formam um tampão fibrina-
plaquetas hemostático. 
• Fibrinólise 
Durante a formação 
do tampão, a via fibrinolítica 
é ativada localmente. O 
plasminogênio é processado 
à plasmina (fibrinolisina) 
enzimaticamente pelos 
ativadores de plasminogênio 
nos tecidos. A plasmina 
limita o crescimento do 
coágulo e dissolve a rede de 
fibrina à medida que ocorre 
a cicatrização. 
 
Moisés Santos|@eumoisesantos_ Odontologia UFPE – Farmacologia IV – 2020.2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Inibidores Plaquetários 
Os inibidores da aglutinação plaquetária 
diminuem a formação de um coágulo rico em 
plaquetas ou diminuem a ação dos sinais químicos 
promotores da aglutinação. Os inibidores da 
aglutinação de plaquetas descritos a seguir inibem 
a cicloxigenase-1 (COX-1) ou bloqueiam os 
receptores de GP IIb/IIIa ou ADP, interferindo, 
assim, no sinal que promove a aglutinação 
plaquetária. Como essas substâncias têm 
diferentes mecanismos de ação, efeitos sinérgicos 
ou aditivos podem ser obtidos quando fármacos de 
classes diferentes são associados. Esses fármacos 
são benéficos na prevenção e no tratamento de 
doenças cardiovasculares oclusivas, na 
manutenção de transplantes vasculares e na 
patência arterial e como auxiliares dos inibidores da 
trombina ou tratamento trombolítico no IAM. 
• Ácido acetilsalicílico 
➢ Mecanismo de ação: a estimulação das 
plaquetas por trombina, colágeno e ADP 
resulta na ativação das fosfolipases de 
membrana das plaquetasque liberam 
ácido araquidônico dos fosfolipídeos da 
membrana. O ácido araquidônico é 
convertido inicialmente em 
prostaglandina H2 pela COX-1, que é 
metabolizada a tromboxano A2, sendo 
liberado no plasma, promovendo o 
processo de aglutinação, que é essencial 
para a rápida formação do tampão 
hemostático. O AAS inibe a síntese do 
tromboxano A2 por acetilação do resíduo 
serina no centro ativo da COX-1, 
inativando irreversivelmente a enzima. 
Isso desloca o equilíbrio dos mediadores 
químicos em favor dos efeitos 
antiaglutinantes da prostaciclina, 
prevenindo a aglutinação plaquetária. O 
efeito inibitório é rápido, e a supressão da 
tromboxano A2 e a consequente 
supressão da aglutinação das plaquetas 
induzida pelo AAS persistem por toda a 
vida da plaqueta, que é 7 a 10 dias 
aproximadamente. 
OBS.: A administração repetida do AAS tem efeito acumulativo na 
função das plaquetas. O AAS é o único fármaco antiplaquetário que 
inibe irreversivelmente a função das plaquetas. 
➢ Usos terapêuticos: o AAS é usado no 
tratamento profilático da isquemia 
cerebral transitória, para reduzir a 
incidência de IAM recorrente e para 
diminuir a mortalidade nas situações de 
prevenção. Ocorre inativação completa 
das plaquetas com 75 mg diários de AAS. 
A dose de AAS recomendada vai de 50 a 
325 mg/dia. 
➢ Farmacocinética: o AAS é absorvido por 
difusão passiva e rapidamente 
hidrolisado a ácido salicílico no fígado. O 
ácido salicílico é biotransformado no 
 
Moisés Santos|@eumoisesantos_ Odontologia UFPE – Farmacologia IV – 2020.2 
fígado, e parte é excretada inalterada 
com a urina. 
OBS.: A meia-vida do AAS varia de 15 a 20 minutos, e a do ácido 
salicílico é de 3 a 12 horas. 
➢ Efeitos adversos: dosagens mais altas de 
AAS aumentam sua toxicidade, bem 
como a probabilidade de inibir também a 
produção de prostaciclina. O tempo de 
sangramento é alongado com o 
tratamento com AAS, causando 
complicações que incluem aumento da 
incidência de acidente cerebral 
hemorrágico e sangramento 
gastrintestinal (GI), especialmente com 
dosagens mais elevadas. AINES, como o 
ibuprofeno, inibem a COX-1 por 
competição transitória no centro 
catalítico. 
OBS.: O ibuprofeno, se tomado dentro de 2 horas antes do AAS, 
pode impedir o acesso do AAS ao resíduo serina e, assim, 
antagonizar a inibição das plaquetas pelo AAS. Por isso, AAS de 
liberação imediata deve ser tomado no mínimo 60 minutos antes ou 
pelo menos 8 horas depois do ibuprofeno. 
Embora o celecoxibe não interfira na 
atividade antiaglutinante do AAS, há 
alguma evidência de que ele pode 
contribuir para os eventos 
cardiovasculares, deslocando o equilíbrio 
dos mediadores químicos em favor do 
tromboxano A2. 
• Ticlopidina, clopidogrel, prasugrel e 
ticagrelor 
São inibidores do receptor P2Y12 ADP, o 
que também bloqueia a aglutinação das 
plaquetas, por mecanismo distinto do AAS. 
➢ Mecanismo de ação: inibem a ligação do 
ADP aos seus receptores nas plaquetas, 
inibindo a ativação dos receptores de GP 
IIb/IIIa necessários para que as plaquetas 
se liguem ao fibrinogênio e umas às 
outras. O ticagrelor se liga 
reversivelmente ao receptor P2Y12 ADP. 
Os demais ligam-se irreversivelmente. 
OBS.: a inibição máxima da aglutinação das plaquetas é obtida em 
1 e 3 horas com ticagrelor, 2 e 4 horas com prasugrel, 3 e 4 dias com 
ticlopidina e 3 e 5 dias com clopidogrel. 
OBS.: quando o tratamento é suspenso, o sistema plaquetário 
necessita de tempo para recuperação. 
➢ Usos terapêuticos: o clopidogrel é 
aprovado para a prevenção de eventos 
ateroscleróticos em pacientes com IAM 
ou acidente vascular encefálico (AVE) 
recentes e naqueles com doença arterial 
periférica estabelecida. Ele também está 
aprovado para a profilaxia de eventos 
trombóticos na síndrome coronária 
aguda. Além disso, o clopidogrel é usado 
para prevenir eventos trombóticos 
associados com intervenção coronária 
percutânea (ICP) com ou sem stent 
coronário. A estrutura da ticlopidina é 
similar à do clopidogrel. A ticlopidina é 
indicada para a prevenção de ataques 
isquêmicos transitórios (AITs) e AVEs em 
pacientes com evento trombótico 
cerebral prévio. Contudo, devido a 
reações adversas hematológicas 
ameaçadoras à vida, a ticlopidina em 
geral é reservada para pacientes 
intolerantes a outros tratamentos. O 
prasugrel é aprovado para diminuir os 
eventos trombóticos cardiovasculares em 
pacientes com síndromes coronárias 
agudas (angina instável, IAM sem 
elevação ST e IAM com elevação ST 
tratado com ICP). O ticagrelor é aprovado 
para a prevenção do tromboembolismo 
arterial em pacientes com angina instável 
e IAM, incluindo aqueles submetidos a 
ICP. 
➢ Farmacocinética: alimentos interferem 
com a absorção da ticlopidina, mas não 
com os demais. Após ingestão oral, os 
fármacos são extensamente ligados às 
proteínas plasmáticas. Eles sofrem 
biotransformação hepática pelo sistema 
CYP450 a metabólitos ativos. A 
eliminação dos fármacos e seus 
metabólitos ocorrem por via renal e fecal. 
O clopidogrel é um pró-fármaco, e sua 
eficácia terapêutica depende totalmente 
do metabólito ativo produzido via 
biotransformação pela CYP2C19. 
 
Moisés Santos|@eumoisesantos_ Odontologia UFPE – Farmacologia IV – 2020.2 
OBS.: O polimorfismo genético da CYP2C19 leva a respostas 
clínicas diminuídas em pacientes que são “maus biotransformadores” 
de clopidogrel. 
OBS.: outros fármacos que inibem a CYP2C19, como omeprazol e 
esomeprazol, não devem ser administrados junto com o clopidogrel. 
➢ Efeitos adversos: Estes fármacos podem 
prolongar o tempo de sangramento, para 
o que não existe antídoto. A ticlopidina é 
associada com graves reações 
hematológicas que limitam seu uso, 
como granulocitose, agranulocitose, 
púrpura trombocitopênica trombótica 
(PTT) e anemia aplástica. O clopidogrel 
causa menos efeitos adversos, e a 
incidência de neutropenia é menor. O 
prasugrel é contraindicado em pacientes 
com histórico de AIT ou AVE. Prasugrel e 
ticagrelor têm advertência na bula e na 
embalagem para o risco sangramentos. 
OBS.: o ticagrelor tem advertência para diminuição de eficácia 
quando é usado concomitante com AAS em dose acima de 100 mg. 
• Abciximabe, eptifibatida e tirofibana 
➢ Mecanismo de ação: O receptor GP 
IIb/IIIa desempenha papel fundamental 
na estimulação da aglutinação das 
plaquetas. O anticorpo monoclonal 
quimérico abciximabe inibe o complexo 
receptor GP IIb/IIIa. Ligando-se ao GP 
IIb/IIIa, o abciximabe bloqueia a ligação 
do fibrinogênio e do fator de von 
Willebrand e, consequentemente, não 
acontece a aglutinação. Eptifibatida e 
tirofibana atuam de modo similar ao 
abciximabe bloqueando o receptor GP 
IIb/IIIa. O eptifibatida é um peptídeo 
cíclico que se liga ao GP IIb/IIIa no local 
que interage com a sequência arginina-
glicina-ácido aspártico do fibrinogênio. O 
tirofibana não é um peptídeo, mas 
bloqueia o mesmo local que a 
eptifibatida. 
➢ Usos terapêuticos: são administrados por 
via IV, junto com heparina e AAS, como 
um auxiliar da ICP para a prevenção de 
complicações cardíacas isquêmicas. 
➢ Farmacocinética: O abciximabe é 
administrado em bólus intravenoso (IV), 
seguido de infusão IV, alcançando o pico 
de inibição das plaquetas em 30 minutos. 
O mecanismo de ação do abciximabe é 
desconhecido. Quando a infusão IV de 
eptifibatida ou tirofibana é interrompida, 
ambos são rapidamente depurados do 
plasma. A eptifibatida e seus metabólitos 
são excretados pelos rins. A tirofibana é 
excretada, principalmente inalterada, 
pelos rins e nas fezes. 
➢ Efeitos adversos: O principal efeito 
adverso destes fármacos é o 
sangramento, especialmente se forem 
usados com anticoagulantes. 
• DipiridamolÉ um vasodilatador coronário, aumenta os 
níveis intracelulares de AMPc inibindo o 
nucleotídeo cíclico fosfodiesterase, resultando, 
assim, em diminuição da síntese de tromboxano 
A2. Ele pode potencializar o efeito da prostaciclina 
no antagonismo da adesividade das plaquetas e, 
assim, diminuir sua aderência às superfícies 
trombogênicas. 
É usado para prevenção de AVEs e 
geralmente é administrado com AAS. Ele tem 
biodisponibilidade variável por administração oral e 
liga-se extensamente às proteínas. Sofre 
biotransformação hepática, por glicuronidação, e é 
excretado principalmente com as fezes. 
OBS.: Pacientes com angina instável não usam dipiridamol devido à 
sua propriedade vasodilatadora, o que pode agravar a isquemia. 
OBS.: O dipiridamol comumente causa cefaleia e pode causar 
hipotensão ortostática (especialmente na administração IV). 
• Cilostazol 
É um antiplaquetário de uso oral que tem 
também atividade vasodilatadora, seus metabólitos 
ativos inibem a fosfodiesterase tipo III que previne 
a degradação do AMPc, aumentando, assim, os 
seus níveis nas plaquetas e nos tecidos vasculares. 
O aumento nos níveis de AMPc nas plaquetas e nos 
vasos previne a aglutinação das plaquetas e 
promove a vasodilatação, respectivamente. 
O cilostazol altera de modo favorável o perfil 
lipídico, causando diminuição nos triglicerídeos 
plasmáticos e aumentando a lipoproteína de alta 
densidade colesterol (HDL). A via primária de 
 
Moisés Santos|@eumoisesantos_ Odontologia UFPE – Farmacologia IV – 2020.2 
eliminação é renal. Os efeitos adversos mais 
comuns com cilostazol são cefaleia e sintomas GI 
(diarreia, fezes anormais, dispepsia e dor 
abdominal). 
Coagulação do sangue 
O processo de coagulação que gera 
trombina consiste em duas vias interrelacionadas: 
os sistemas extrínseco e intrínseco. O sistema 
extrínseco inicia com ativação do fator de 
coagulação VII pelo fator tecidual (também 
denominado tromboplastina). O fator tecidual é uma 
proteína de membrana que normalmente é 
separada do sangue pelas células endoteliais que 
revestem os vasos. Contudo, em resposta a uma 
lesão no vaso, o fator tecidual fica exposto ao 
sangue. Ali, ele pode se ligar e ativar o fator VII, 
iniciando a via extrínseca. O sistema intrínseco é 
iniciado pela ativação do fator de coagulação XII, e 
isso acontece quando o sangue entra em contato 
com o colágeno na parede lesada de um vaso 
sanguíneo. 
• Formação da fibrina 
O sistema extrínseco e o intrínseco 
envolvem uma cascata de reações enzimáticas que 
transformam sequencialmente vários fatores 
plasmáticos (pró-enzimas) em suas formas ativas 
(enzimas). Ao final, é produzido o fator Xa, o qual 
converte protrombina (fator II) em trombina (fator 
IIa). A trombina tem função central na coagulação 
porque é responsável pela produção de fibrina que 
forma a malha matriz do coágulo. Se não se forma 
trombina ou se sua função é impedida (p. ex., pela 
antitrombina III), a coagulação é inibida. 
• Inibidores da coagulação 
É importante que a coagulação fique restrita 
ao local da lesão vascular. Endogenamente, 
existem vários inibidores dos fatores de 
coagulação, incluindo proteína C, proteína S, 
antitrombina III e inibidor da via do fator tissular. O 
mecanismo de ação dos vários anticoagulantes, 
incluindo heparina e fármacos relacionados à 
heparina, envolve a ativação desses inibidores 
endógenos (primariamente antitrombina III). 
Anticoagulantes 
Os anticoagulantes inibem a ação dos 
fatores de coagulação (p. ex., heparina) ou 
interferem com a síntese dos fatores de coagulação 
(p. ex., antagonistas da vitamina K, como a 
varfarina). 
• Heparina e heparinas de baixo peso 
molecular: 
A heparina é um anticoagulante injetável de 
ação rápida, usado com frequência para 
interferir agudamente na formação de 
trombos. A heparina normalmente ocorre 
como uma macromolécula complexada com 
histamina nos mastócitos, onde sua função 
fisiológica é desconhecida. A heparina não 
fracionada é uma mistura de 
glicosaminoglicanos aniônicos de cadeias 
retas, com uma ampla faixa de massas 
moleculares. Ela é muito ácida devido à 
presença de sulfato e grupos de ácido 
carboxílico. 
➢ Mecanismo de ação: a heparina atua em 
inúmeros alvos moleculares, mas seu 
efeito anticoagulante é consequência da 
ligação à antitrombina III, com a rápida 
inativação subsequente dos fatores de 
coagulação. A antitrombina III é uma α-
globulina que inibe serinoproteases da 
trombina (fator IIa) e fator Xa. Na 
ausência de heparina, a antitrombina III 
interage lentamente com a trombina e o 
fator Xa. Quando a heparina se liga à 
antitrombina III, ocorre uma alteração 
 
Moisés Santos|@eumoisesantos_ Odontologia UFPE – Farmacologia IV – 2020.2 
conformacional que catalisa a inibição da 
trombina cerca de mil vezes. 
➢ Usos terapêuticos: a heparina e as 
HBPMs limitam a expansão dos trombos, 
prevenindo a formação de fibrina. Esses 
fármacos são usados no tratamento do 
tromboembolismo venoso agudo (DVT ou 
PE). A heparina e as HBPMs são usadas 
também na profilaxia da trombose 
venosa pós-cirúrgica em pacientes que 
serão operados e naqueles com IAM. A 
heparina e as HBPMs são os 
anticoagulantes de escolha para o 
tratamento da gestante, pois não 
atravessam a placenta, devido ao grande 
tamanho e à carga negativa. As HBPMs 
não exigem a mesma monitoração 
intensa que a heparina, poupando custos 
laboratoriais e tempo de enfermagem. 
Essas vantagens tornam as HBPMs úteis 
para pacientes hospitalizados e 
ambulatoriais. 
➢ Farmacocinética: a heparina precisa ser 
administrada por via subcutânea (SC) ou 
IV, pois não atravessa membranas com 
facilidade. As HBPMs são administradas 
por via SC. A heparina com frequência é 
administrada por via IV em bólus para 
obter anticoagulação imediata. Isso é 
seguido de doses menores ou infusão 
contínua de heparina, titulando a dose de 
forma que o tempo de tromboplastina 
parcial ativado (TTPa) seja 1,5-2,5 vezes 
o do controle normal. Ao passo que o 
efeito anticoagulante com heparina 
ocorre minutos após a administração IV 
(ou em 1-2 horas após injeção SC), a 
atividade antifator Xa máxima das 
HBPMs ocorre cerca de 4 horas após a 
injeção SC. No sangue, a heparina se fixa 
em várias proteínas que neutralizam sua 
atividade, causando farmacocinética 
imprevisível. Embora geralmente restrita 
à circulação, a heparina é captada pelo 
sistema monócitos/macrófagos e sofre 
despolimerização e dessulfatação a 
produtos inativos. 
➢ Efeitos adversos: a principal complicação 
da heparina e das HBPMs é o 
sangramento. É necessária uma 
monitoração cuidadosa do paciente e das 
variáveis laboratoriais para minimizar 
sangramentos. O sangramento 
excessivo pode ser controlado 
interrompendo o uso da heparina ou 
administrando sulfato de protamina. É 
muito importante que a dosagem de 
sulfato de protamina seja titulada 
cuidadosamente, pois o sulfato de 
heparina é um anticoagulante fraco, e 
seu excesso pode iniciar sangramento ou 
piorar a hemorragia. Possíveis reações 
adversas incluem calafrios, febre, 
urticária e choque anafilático. A 
trombocitopenia induzida por heparina 
(TIH) é uma condição grave na qual o 
sangue circulante tem uma quantidade 
anormalmente baixa de plaquetas. Essa 
reação é imunomediada e traz risco de 
embolismo venoso e arterial. O 
tratamento com heparina deve ser 
interrompido em pacientes que 
apresentam trombocitopenia acentuada. 
OBS.: no caso de TIH, a heparina pode ser substituída por outro 
anticoagulante, como a argatrobana. 
• Argatrobana 
É um anticoagulante sintético parenteral 
derivado da L-arginina. É um inibidor direto da 
trombina. A argatrobana é usada preventivamenteno tratamento da trombose em pacientes com TIH 
e aprovada para uso durante ICP em pacientes que 
apresentam ou estão sob risco de TIH. Como com 
os outros anticoagulantes, o principal efeito adverso 
é a hemorragia. 
• Bivalirudina e desirudina 
São anticoagulantes parenterais análogos à 
hirudina, um inibidor da trombina derivado da saliva 
da sanguessuga. Esses fármacos são inibidores 
diretos seletivos da trombina e inibem 
reversivelmente o centro catalítico da trombina livre 
e da ligada ao coágulo. A bivalirudina é uma 
alternativa à heparina em pacientes que serão 
submetidos a ICP que têm ou poderão ter risco de 
 
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desenvolver TIH, e também pacientes com angina 
instável a ser submetidos a angioplastia. A 
desirudina é indicada para prevenção da TVP em 
pacientes que serão submetidos a cirurgia de 
substituição de bacia. Como os outros, a 
hemorragia é o principal efeito adverso desses 
fármacos. 
• Fondaparinux 
É um pentassacarídeo anticoagulante 
derivado sinteticamente. Esse fármaco inibe 
seletivamente apenas o fator Xa. Ligando-se 
seletivamente à antitrombina III, o fondaparinux 
potencializa a neutralização inata do fator Xa pela 
antitrombina III. Ele é bem absorvido pela via SC 
com perfil farmacocinético previsível e, por isso, 
exige menos monitoramento do que a heparina. O 
fondaparinux é eliminado com a urina 
principalmente inalterado, com meia-vida de 
eliminação entre 17 a 21 horas. É contraindicado 
em pacientes com insuficiência renal grave. 
Hemorragia é o principal efeito adverso do 
fondaparinux. TIH é menos provável com 
fondaparinux do que com heparina, mas é uma 
possibilidade. 
• Etexilato de dabigatrana 
➢ Mecanismo de ação: o etexilato de 
dabigatrana é o pró-fármaco da molécula 
ativa dabigatrana, que é um inibidor 
direto de trombina de uso oral. A trombina 
livre e a ligada ao coágulo são inibidas 
por dabigatrana. 
➢ Usos terapêuticos: ele é aprovado para a 
prevenção de AVE e embolismo 
sistêmico em pacientes com fibrilação 
atrial não valvar. Devido à sua eficácia, à 
biodisponibilidade oral e a propriedades 
farmacocinéticas previsíveis, a 
dabigatrana pode ser uma alternativa à 
enoxaparina para a tromboprofilaxia em 
cirurgias ortopédicas. 
➢ Farmacocinética: é administrado por via 
oral. Devido à hidrólise do produto e à 
redução da potência quando exposto à 
umidade, as cápsulas devem ser 
armazenadas na embalagem original e 
ingeridas inteiras. Ele é hidrolisado ao 
fármaco ativo, dabigatrana, pelas várias 
esterases do plasma. O sistema CYP450 
não tem função na biotransformação da 
dabigatrana. 
➢ Efeitos adversos: o principal efeito 
adverso é a hemorragia, como com 
outros anticoagulantes. A dabigatrana 
deve ser usada com cautela na 
insuficiência renal ou em pacientes com 
mais de 75 anos, pois o risco de 
hemorragia é maior nesses grupos. A 
dabigatrana não requer monitoração de 
rotina da relação internacional 
normalizada (INR) e, comparada com a 
varfarina, tem poucas interações com 
outros fármacos. Efeitos adversos GI são 
comuns com este fármaco e podem 
incluir dispepsia, dor abdominal, 
esofagite e sangramento GI. A 
interrupção abrupta deve ser evitada, 
pois os pacientes estarão sob risco de 
eventos trombóticos. 
• Rivaroxabana e apixabana 
➢ Mecanismo de ação: rivaroxabana e 
apixabana são inibidores do fator Xa, de 
uso oral. Ambos se ligam ao centro ativo 
do fator Xa, prevenindo, assim, sua 
habilidade de converter protrombina em 
trombina 
➢ Usos terapêuticos: rivaroxabana é 
aprovado para o tratamento e a 
prevenção da TVP, do EP e do acidente 
vascular em fibrilação atrial não valvar. 
Apixabana é usada para prevenção do 
AVE na fibrilação atrial não valvar. 
➢ Farmacocinética: ambos os fármacos são 
adequadamente absorvidos por 
administração oral e amplamente ligados 
a proteínas. 
➢ Efeitos adversos: O sangramento é o 
efeito adverso mais grave dos inibidores 
do fator Xa. Não há antídoto disponível 
para reverter a hemorragia causada por 
rivaroxabana ou apixabana. Ambzs são 
eliminados por via renal. Função renal 
insuficiente pode prolongar o efeito 
desses fármacos e, assim, aumentar o 
risco de hemorragia. Nenhuma das duas 
 
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devem ser usadas em disfunção renal 
grave (depuração de creatinina menor do 
que 15 mL/min). A interrupção abrupta 
deve ser evitada. 
• Varfarina 
Os anticoagulantes cumarínicos devem sua 
ação à habilidade de antagonizar a função de 
cofator da vitamina K. O único anticoagulante 
cumarínico terapeuticamente relevante é a 
varfarina. A varfarina tem um índice terapêutico 
estreito. Por isso, é importante que a INR seja 
mantida dentro da faixa ideal o máximo possível, 
podendo ser necessário monitorar com frequência. 
➢ Mecanismo de ação: os fatores II, VII, IX 
e X precisam da vitamina K como um 
cofator para sua síntese pelo fígado. 
Esses fatores sofrem uma modificação 
pós-translacional dependente de 
vitamina K, na qual alguns de seus 
resíduos de ácido glutâmico são 
carboxilados para formar resíduos de 
ácido γ-carboxiglutâmico. Os resíduos de 
γ-carboxiglutamil ligam íons cálcio, que 
são essenciais para a interação entre os 
fatores de coagulação e as membranas 
das plaquetas. Nas reações de 
carboxilação, a carboxilase dependente 
de vitamina K fixa CO2 para formar os 
novos grupos COOH no ácido glutâmico. 
O cofator vitamina K reduzido é 
convertido em epóxido de vitamina K 
durante a reação. A vitamina K é 
regenerada do epóxido pela vitamina K 
epóxido redutase, a enzima que é inibida 
pela varfarina. O efeito anticoagulante da 
varfarina pode ser anulado com a 
administração de vitamina K. Contudo, a 
reversão após a administração da 
vitamina K demora 24h. 
➢ Usos terapêuticos: a varfarina é usada na 
prevenção e no tratamento da TVP e da 
EP, na prevenção do AVE e do AVE na 
condição de fibrilação ventricular e/ou 
válvulas cardíacas prostéticas, na 
deficiência de proteína C e S e na 
síndrome antifosfolipídica. 
OBS.: Ela é também usada para a prevenção do tromboembolismo 
venoso durante cirurgias ortopédicas ou ginecológicas. 
➢ Farmacocinética: é rapidamente 
absorvida após administração via oral. 
Os fármacos que tenham maior afinidade 
pelo local de ligação da albumina, como 
as sulfonamidas, podem deslocar os 
anticoagulantes e levar a um aumento 
transitório da atividade. Fármacos que 
afetam a ligação da varfarina às 
proteínas plasmáticas causam 
variabilidade na resposta terapêutica à 
varfarina. A varfarina atravessa 
facilmente a placenta. Após conjugação 
ao ácido glicurônico, os metabólitos 
inativos são excretados na urina e nas 
fezes. Os fármacos que afetam a 
biotransformação da varfarina podem 
alterar seus efeitos terapêuticos. 
➢ Efeitos adversos: o principal efeito 
adverso da varfarina é a hemorragia, e as 
embalagens advertem para o risco. Por 
isso, é importante monitorar com 
frequência a INR e ajustar a dosagem do 
fármaco. Pequenos sangramentos são 
controlados com a suspensão da 
varfarina ou com a administração de 
vitamina K1 por via oral, mas 
sangramentos graves exigem doses 
maiores da vitamina K administrada por 
via IV. Sangue total, plasma congelado e 
concentrados plasmáticos dos fatores 
sanguíneos também podem ser usados 
para reverter a ação da varfarina 
rapidamente. 
Trombolíticos 
A doença tromboembólica aguda em 
determinados pacientes pode ser tratada com a 
administração de fármacos que ativam a conversão 
de plasminogênio em plasmina, uma 
serinoprotease que hidrolisa fibrina e, assim, 
dissolve coágulos. 
A estreptoquinase,um dos primeiros desses 
fármacos aprovados, causa um estado fibrinolítico 
sistêmico que pode levar a problemas de 
sangramento. A alteplase atua mais 
 
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localizadamente na fibrina trombótica para produzir 
fibrinólise. A uroquinase é produzida naturalmente 
nos rins humanos e converte diretamente 
plasminogênio em plasmina ativa. 
• Características comuns dos 
trombolíticos 
➢ Mecanismo de ação: os trombolíticos 
apresentam algumas características 
comuns. Todos atuam direta ou 
indiretamente convertendo 
plasminogênio em plasmina, que, então, 
hidrolisa a fibrina, hidrolisando, assim, os 
trombos. Estratégias para evitar a 
formação de coágulos e trombos incluem 
a administração de antiplaquetários, 
como AAS, ou antitrombóticos, como 
heparina. 
➢ Usos terapêuticos: usados originalmente 
para o tratamento de TVP e EP grave, os 
trombolíticos hoje são usados menos 
frequentemente para essas condições. 
Para o IAM, a aplicação intracoronariana 
do fármaco é a forma mais confiável em 
termos de obter a recanalização. Assim, 
os trombolíticos são administrados em 
geral por via IV. 
➢ Efeitos adversos: Os trombolíticos não 
diferenciam entre a fibrina de um trombo 
indesejado e a fibrina de um tampão 
hemostático benéfico. Assim, a 
hemorragia é o principal efeito adverso. 
Esses fármacos são contraindicados em 
gestantes e pacientes com ferimentos em 
cicatrização, histórico de AVE, tumor 
cerebral, traumatismo na cabeça, 
sangramento intracranial e câncer 
metastático. 
• Alteplase, reteplase e tenecteplase 
Alteplase, é uma serinoprotease originalmente 
derivada de cultura de células de melanoma 
humano. Reteplase é um derivado menor de APt 
recombinante, engenhado geneticamente. 
Tenecteplase é outro APt recombinante com meia-
vida mais longa e maior afinidade pela fibrina do 
que a alteplase. A alteplase tem baixa afinidade 
pelo plasminogênio livre no plasma, mas ativa 
rapidamente o plasminogênio que está ligado a 
fibrina em um trombo ou um tampão hemostático. 
Sendo, em doses baixas, considerada seletiva para 
fibrina. Ela é aprovada para o tratamento de IAM, 
EP massiva e AVE isquêmico agudo. Reteplase e 
tenecteplase são aprovados somente para uso em 
IAM, embora reteplase possa ser usada extrabula 
na TVP e na EP massiva. A alteplase pode causar 
angiedema orolingual, e o risco desse efeito 
aumenta quando há associação com inibidores da 
enzima conversora de angiotensina (IECAs). 
• Estreptoquinase 
É uma proteína extracelular purificada de 
caldos de cultura de estreptococos β-hemolíticos do 
grupo C. Ela forma um complexo ativo um-a-um 
com plasminogênio. Esse complexo é 
enzimaticamente ativo e converte o plasminogênio 
não complexado na enzima ativa plasmina. Além da 
hidrólise dos tampões de fibrina, o complexo 
também catalisa a degradação do fibrinogênio, bem 
como dos fatores V e VII de coagulação. 
• Uroquinase A uroquinase 
É produzida naturalmente no organismo, 
pelos rins; ela hidrolisa diretamente a ligação 
arginina-valina do plasminogênio, formando 
plasmina. A uroquinase só está aprovada para a lise 
de êmbolos pulmonares. Usos extrabula incluem o 
tratamento de IAM, tromboembolismo arterial, 
trombose artéria coronária e TVP. 
Anti-hemorrágicos 
Os problemas de sangramentos podem ter 
sua origem em condições patológicas de ocorrência 
natural, como a hemofilia, ou resultar de estados 
fibrinolíticos que aparecem depois de cirurgia GI ou 
prostatectomia. O uso de anticoagulantes também 
pode originar hemorragias. Preparações 
concentradas desses fatores estão disponíveis a 
partir de doadores humanos. 
• Ácido aminocaproico e ácido 
tranexâmico 
Os estados fibrinolíticos podem ser 
controlados pela administração de ácido 
aminocaproico ou ácido tranexâmico. Ambos são 
fármacos sintéticos, ativos por via oral, excretados 
 
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na urina, e que inibem a ativação do plasminogênio. 
O ácido tranexâmico é dez vezes mais potente do 
que o ácido aminocaproico. O efeito adverso 
potencial é trombose intravascular. 
• Sulfato de protamina 
Antagoniza o efeito anticoagulante da 
heparina. A protamina de cargas positivas interage 
com a heparina de cargas negativas, formando um 
complexo estável sem atividade anticoagulante. Os 
efeitos adversos da administração da protamina 
incluem hipersensibilidade, bem como dispneia, 
rubor, bradicardia e hipotensão, quando injetada 
rapidamente. 
• Vitamina K 
A administração de vitamina K1 (fitonadiona) 
pode interromper o sangramento devido a varfarina, 
aumentando a oferta de vitamina K1 ativa e 
inibindo, assim, o efeito da varfarina. A vitamina K1 
pode ser administrada por via oral, SC ou IV. 
 
 
 
 
Referências: 
EDITORIA DE WANNMACHER, Lenita; 
FERREIRAS, Maria Beatriz Cardoso 
(editora). Farmacologia clínica para dentistas. 
3.ed. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. 
545. p 
GOODMAN & GILMAN. As Bases 
Farmacológicas da Terapêutica. 12ª Ed. Rio de 
Janeiro; Editora Guanabara Koogan. 2012. 
WHALEN, K.; FINKEL, R.; PANAVELIL, T. 
A. Farmacologia ilustrada. 6. ed. Porto Alegre: 
Artmed, 2016.

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