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Direito Internacional dos Direitos Humanos - Aulas

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Aula 02 - Direito Internacional dos Direitos Humanos
Leitura Básica para hoje: pp. 25-70 `Teoria Geral dos DH`s na Ordem Internacional`
	O foco dessa matéria é diferente do DIP normal, já que se localiza no indivíduo. 
	1- Antecedentes Históricos
A) Proteção Diplomática: É um instituto consuentudinário pelo qual danos causados a um estrangeiro, ou seja, uma conduta que viole um tratamento mínimo internacionalmente fixado em relação ao indivíduo estrangeiro, pode dar origem a uma demanda do Estado Patrial contra o Estado Hospedante, caso o Estado Patrial assim o queira.
	Existe, portanto, um standard mínimo frente ao estrangeiro. Não existe nenhum tratado que estabeleça isso, para descobrir qual é o standard mínimo, tem-se que verficar a prática dos Estados. Temos muitas decisões arbitrais sobre isso. O estrangeiro que tem os seus direitos ferido, solicita ao seu Estado o endosso, aí o Estado patrial decide se dará continuidade a um contencioso ou não. No Século XIX, era permitido o uso da força. Temos os casos feitos pelos europeus e pelos americanos na América Latina. Aquele caso do Reino Unido bombardear o RJ é um exemplo disso. 
	Duas características: Foco no indivíduo; os países alvo da proteção diplomática introduziram uma condição, o esgotamento dos recursos internos. 
	Esse esgotamento será absorvido pelo DIDH. É a chamada subsidiariedade da jurisdição internacional.
	O que diferencia a proteção diplomática dos DIDH é que ela é um direito do Estado e não do indivíduo.
	O Brasil, como grande parte dos países latino americanos, vê com maus olhos a proteção diplomática. Não criou um conflito internacional no caso do cidadão brasileiro acusado de tráfico na Indonésia e no caso do Jean Charles. 
B) Direitos Esparços Séc XIX: Caso do tráfico de escravos. Há alguns tratados esparços visando o combate ao tráfico. 
C) Direitos Trabalho (OIT, 1919): Na mesma linha do constitucionalismo social, iremos ver no Direito Internacional. No mesmo caldo de cultura da Constituição Mexinca de 1917 e da Constituição de Weimar, surge esses direitos no âmbito internacional. Isso se deu com o Tratado de Versalhes, que acabou com a 1ª Guerra e criou a OIT. São os direitos dos trabalhadores que foram internacionalizados. Com uma série de restrições, porque a Convenção é discutida, mas tem que ser ratificada, e isso ocorre muito no Brasil. 
D) Proteção, Tratados de Minorias: Com o fim da Primeira GM, acabam os Impérios Centrais. Com essa dissolução, surgem Estados com fortes componentes de minorias. Minoria nesse contexto significa um agrupamento numéricamente inferior com características culturais distintas, especialmente idiomas. Não é a mesma concepção que iremos encontrar, p. ex., na convenção sobre direito das mulheres. Mulheres, nesse caso, é uma situação de vulnerabilidade e não de quantidade. Na Polônia, 20% da população era germânica. Havia forte interesse das potências vencedoras de que as minorias não servissem de gatilho para o surgimento de uma 2ª GM. 
 O direito das minorias eram tratados internacionais específicos contendo direitos: protecão da identidade cultural. Tratado Germano-Polonês (23). A Sociedade das Nações cria um orgão de monitoramento. 
 Temos duas características importantes posterioremnte para o DIDH: Tratados Internacionais e uma certa Vigilância Internacional. 
Temos um caso do parecer sobre a proibição de escolas gregas na Albânia. A Corte Permanente disse que isso não podia. Não importa o que a constituição local afirme (pois há Tratados Internacionais). 
 Esses tratados acompanharam o fracasso da Liga das Nações. Ela não gerou o efeito pretendido, que era o fim das guerras entre as potências. A minoria germânica na Polônia simplesmente foram convidados a se retirar do Estado. Temos casos na Corte Européia, no século XXI, para tratar de direitos amesquinhados nesse caso. A Corte Européia fez um tratamento coletivo desse caso. Portanto, esse é um exemplo do fracasso da proteção dos direitos das Minorias
	2 - DIDH
A) Conceito: É um ramo do Direito Internacional. Conjunto de normas internacionais que asseguram direitos essenciais do indivíduo e conta com garantias internacionais institucionalizadas para sua implementação (vigilância internacional). Aqui iremos perceber um pouco da contribuição dos antecendentes históricos, direito dos indivíduos. Ele não contempla passivamente a atuação dos Estados, ele conta com as garantias internacionais institucionalizadas, ou seja, podemos pensar num misto do Antecedente A com o Antecedente D. Ou seja, a visão do litígio/controvérsia presente no item A, e no Item D sobre os pareces consultivos da Corte Permanente, ou seja, uma vigilância.
	Consquências: Quando falamos de direitos dos indivíduos e não direitos dos nacionais. Então a nacionalidade não importa no DIDH. É uma característica ímpar dessa disciplina. Temos acesso desse indivíduo a mecanismos internacionais.
B) Marcos
	- Carta da ONU (1945): Temos as reuniões do Big Three, quando começa a se desenhar a nova ordem internacional. Em Dubarton-Oaks, fixa-se o consenso da introdução da temática dos Direitos Humanos na Conferência que seria realizada em 1945. Há muita resitência, mas a visão dos EUA acabou prevalecendo. Prevaleceu de uma maneira dentro dos limites da época. Temos direitos essencias, temos o objetivo das Nações Unidas de garantir esses direitos. Mas algo bem genérico. Sem contar que temos um artigo na Carta da ONU afirmando que nada na Carta da ONU poderia servir de pretexto para a interferência em questões internas dos Estados.
 Por que foi introduzida a proteção dos DHs? Por conta da posição muito forte dos EUA na Conferência. Eles sediam a Conferência. A única superpotência do mundo, até 48 o único Estado a ter o poder de produzir e transportar uma bomba atômica. Essa internacionalização levaria essa visão norte-americana a outros países, portanto, essa introdução dos DH`s não afetaria a soberania norte-americana.
 No discurso do Roosevelt ao Congresso, em 41, a prioridade é assegurar 4 liberdades, religião, expressão, livre da miséria, livre do medo (são mesmo esses 4?). 
 Apesar desse paradoxo, presença da não-intervenção e de direitos essenciais na Carta da ONU, fica a Carta da ONU como marco inicial.
	- DUDH (1948): Eleonor Roosevelt e René Cassan são os patrocinadores. Comporta direitos tanto direito civis e políticos clássicos quanto direitos sociais (art. 26, condições materiais mínimas de sobrevivência). É um texto enxuto, mas extremamente atualizado. 
Foi aprovado pela Resolução 217 A (III) da AGNU. Aí começa um pouco o conflito político da guerra fria. Esperava-se um tratado universal único de direitos essenciais. Mas como não havia esse consenso, foi adotado sobre a forma de Resolução. As Resoluções da AGNU sobre direitos humanos são aquilos que denominamos de Soft Law, ou seja, direito em formação. Ela não vincula, seria uma exortação aos Estados. 
 Por que então nos preocupamos se não vincula? Pois a soft law tem certa contribuição na ordem internacional, é direito em formação, ela indica um caminho, se a prática dos Estados aceitarem esse caminho, podemos ter um costume.
 A prova do costume pode ser feita de várias maneiras, inclusive através de um ato internacional não vinculante, ou seja, se os Estados adotam uma prática reiterada com convicção de juridicidade, uma Resolução pode tornar-se espelho de costume internacional. Por isso alguns esvaiem-se em sangue para que sejam aprovadas Resoluções na AGNU. Ela pode servir depois para que os Estados vejam essa declaração como espelho do costume internacional.
 A natureza política ou jurídica da DUDH é extremamente complexa. Qual seria a natureza jurídica? O aluno deve iniciar a resposta reconhecendo que ela foi adotada sob a forma de resolução não vinculante, entretanto, a prática dos Estados, ao longo desses 60 anos, reconhece parte desses Direitos como espelho do costume internacional. A prática internacional reconhece, por exemplo, liberdade. Prática Internacional é desdeos atos dos Estados, mas também decisões arbitrais internacionais. Caso dos Reféns Norte-Americanos em Teerã, em 1979. A Corte condenou o Irã por violar CVPD, mas condenou o Irã também pela violação da liberdade, do direito de ir e vir dos diplomatas, direito previsto na DUDH. 
C) Normas de DIDH: 
C.1 Tratados: Carta de São Francisco foi o ponta pé inicial. Pactos de 66. Convenção contra a Tortura. 
C.2 Costume Internacional: A prática internacional irá reconhecer o costume de Direitos Humanos. 
C.3 Princípios Gerais de DI
	3 - Características do DIDH
Natureza Objetiva: Natureza singalagmática do direito internacional. Prestação e contraprestação. Eu celebro um tratado pois estou interessado na contraprestação. Esse reciprocidade tradicional dos Tratados não enxergaremos aqui. Não é natureza sigalagmática. É natureza objetiva. É um direito do indivíduo, o Estado não tem um direito como contraprestação e sim um dever. 
Jus Cogens: Em geral, não há hierarquia entre as normas internacionais. A Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados já introduz o conceito de jus cogens. Conjunto de normas internacionais que contem os valores essenciais da comunidade internacional como um todo. Não existe um Tratado Internacional que mostre isso. A DUDH não é jus cogens, mas parte da DUDH é jus cogens. Igualdade perante a lei (país que adote escravidão ou apertheid), tortura. Norma de jus cogens é tão obrigatória tanto quanto qualquer norma internacional. Ela tem uma qualidade de superioridade normativa. Entre cumprir um Tratado qualquer e o Jus Cogens, prevalece o Jus Cogens. Caso da Bélgica, que implemetnou uma resolução vinculante do CSNU, uma resolução anti-terror. Essa resolução era direcionada a indivíduos, a lista suja de terroristas. Você não pode viajar, não pode trabalhar numa Usina Nuclear, todos seus bens estão congelados. Não tem acesso ao procedimento que tinha gerado a sua inserção como terrorismo e também não tinha direito a questionar, não tinha direito a ampla defesa, etc. A Bélgica, ao cumprir essa resolução, foi acusada de violar o Pacto de Direitos Civis e Políticos. E o resultado? 
Obrigação erga omnes: Jus Cogens e obrigações erga omnes são circulos concêntricos. A comunidade internacional como um todo pode exigir a implementação de direitos essenciais. Os Estados da comunidade tem direito de implementar a norma. No caso do golpe militar em Honduras, os golpistas disseram que era uma questão interna, o Brasil, querendo fazer valer a democracia, tem esse interesse. A Carta da OEA estabelece que a democracia é um pilar fundamental da comunidade americana. É exigir a preservação desses valores essenciais, direitos políticos e democracia. A obrigação erga omnes é uma possibilidade de fazer valer os direitos essenciais do JUS COGENS ou outros direitos humanos consagrados em tratados. 
4. Soberania e DIDH
	Por que os Estados aceitaram a internacionalização dos DIDH`s? 
	Reposta inicial da doutrina é que direitos humanos seria um tema internacional por si só. Uma tortura numa delegacia em Maputo não importa, a princípio, um aluno como nós. Diferentemente da cooperação jurídica internacional.
	Segunda resposta é uma reação à barbárie nazista. O Brasil abraça os Tratados Internacional dos DHs apenas em 92. Temos inclusive um período de transição de 85 a 92. Convenção Americana, Pactos de 66. O Brasil teria ratificado isso em reação à barbárie nazista? 
	Terceira explicação. Legitimidade interna. Várias governos ratificam para demonstrar internamente que não compactuam, na retórica, de violações diárias de seus povos. Num mundo de polaridades definidas, DHs é um elemento de diálogo. É o chamado soft power. Pensando no Brasil de novo. O Brasil não tem arma nuclear, não tem força armadas, armadas e não tem força aérea. E por que o Brasil quer a cadeira permanente no CSNU? Para afirmar a sua posição perante o mundo, combate à fome, direitos sociais. 
	Quarta motivação. Economicistas. Ficará na próxima aula. 
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Aula 03 - DIDH
Leitura Básica: p. 80 - 99; p. 123 - 143
Soberania e o DIDH
Domínio Reserva do Estado? Tema Relativo
Subsidiriedade da Jurisdição Internacional: A responsabilidade primária por proteger direitos humanos não é do direito internacional. É o esgotamento dos recursos internos como condição de admissibilidade do caso para o Direito Internacional. 
Essência Contramarjoritária do DH`S: São os casos dramáticos que vão para a jurisdição internacional, pelo fato da essência contramarjoritária do DH`s. 
"Dilema de Hamilton" e a Vigilância Internacional dos DH`S: Ele mostra mais um fator que aguça as questões que envolvem a soberania. Dilema de Hamilton diz que nós não podemos incluir direitos na constituição dos EUA pois estmaos criando o federalismo e o coração do Estado federal é a repartição constitucional de competência. A competência dos estados membros é residual e a competência escrita é da União. Se nós incluirmos Direitos Humanos no texto da Constituição Federal possibilitará que a União os interprete de modo que puxe competências dos estados para a União.
	2. Interpretação
Regra -> `pro homine`: Os Tratados são construídos dos direitos dos indivíduos, então, na hora de intepretar, interpretamos em favor do indivíduo.
Regra da Máxima Efetividade: 
Regra da Interpretação Autônoma: Interpretamos a Convenção por si mesma e não a partir da lei interna.
Regra da Interpretação Evolutiva: A interpretação tem que atualizar as normas dos tratados para o contexto atual. Caso dos meninos de rua, quando interpreta o direito à vida, inclui-se os direitos sociais (mesmo com a ausência destes, em grande medida, na Convênção).
Primazia da Norma + Favorável ao Indivíduo: Ela é diferente da A pois é uma regra entre norma internacional e norma internacional ou norma interna e norma internacional. 
Margem de Apreciação Nacional: Criação da Corte Européia. Consiste no reconhecimento de que o Estado tem uma determinada margem de atuação nacional no deslinde de casos polêmicos dos DHs. Não é caso de improcedência. Margem de apreciação nacional seria importante pois evita o intervencionismo, permitindo que as comunidade nacionais escolha os seus próprio estilo. Quem é contra, afirma que assim proceder, a Corte está fazendo relativismo. 
3. Carcaterística
Superioridade Normativa
A1) Conceito 
A2) Fonte
A3) Rol
A4) Deveres dos Estados 
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Aula 04 - DIDH
Leitura: p. 123 - 212
1. As carcaterísticas dos direitos humanos na ordem internacional. Romper paradigma anterior -> Estados -> `Senhores dos Tratados`. 
	Para o Direito Internacional Clássico, a aceitação do tema da aula de hoje representa um rompimento do paradigma. Numa das primeiras aulas, um professor de DIP fará menção às características mais proeminentes do sistema internacional, aonde o Esatado é o produto e o destinatário das normas. Tinhamos um papel maiúsculo, o Estado interpretava os Tratados. O DIDH auxiliou na tarefa de romper esse paradigma. Esse paradigma era uma camisa de força para o crescimento do direito internacional, já que gera uma insegurança juridica muito grande para os demais parceiros. Como aceitar o crescimento das obrigações internacioonais se a outra parte pode interpretar como quiser? Com a necessidade de novas regras intarnacionais e com o afastamento do uso da força na sociedade internacional, o sistemas internacionais de interpretação ganham corpo. Isso afasta o ilusionismo e também fim dos Tratados Internacionais nacionais. 
	Temos duas perguntas que nos acompanharão até o final do curso. São os direitos humanos universais? E qual o papel de um tribunal internacional dos direitos humanos? O tribunal é quem interpreta e dá as características. 
2. Superioridade Normativa
A) Jus Cogens: Normas imperativas do Direito Internacional. A introdução do conceito de jus cogens não é recente na doutrina. No direito positivo, é um pouco mais recente, surge na primeira vez na Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados (1969). `É nulo um tratado que viola norma de jus cogens`. Juscogens consiste num conjunto de normas que contempla valores essenciais da comunidade internacional como um todo. Esse conceito nos auxilia mais do que a Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados, já que ela fala sobre o sintoma e não o porque. 
B) Como reconhecer? Não necessita de unanimidade. Comunidade geral como um todo deve ser interpretado como `união dos elementos representativos da comunidade internacional`. Temos que ter elementos dos países latino americanos, desenvolvidos, árabes, africanos, islâmicos, etc.
C) Rol? A prática dos Estados é que enumera o rol do jus cogens. São poucos exemplos, proibição do uso da força, autodeterminação dos povos (parecer sobre a construção do muro por parte de Israel em terras palestinas; dever de outros Estados que não podem pactuar com a construção do muro em território alheio); igualdade (apertheid é também crime contra a humanidade); proibição da tortura; a CIDH tem posição sobre devido processo legal; 
Parte da doutrina brasileira diz que a DUDH é jus cogens, aí eles provam isso com a citação de 4 doutrinadores europeus.
D) Consequência? O dever dos demais Estados de não pactuar com essa violação. 
3. Indivisibilidade
Teerã (1968): Os direitos sociais não possuía igual grau de proteção dos direitos sociais. O mundo socialista dizia que protegia melhor os direitos sociais enquanto o mundo ocidental protegia os direitos políticos. Isso gerou um ranço na proteção dos direitos sociais.
Isso começa a ser superado na Conferência de Teerã de 1968.
Viena (1993): Isso completou-se na Convenção de Viena de 1993. Hoje, não é mais necessário alterar o Pacto de San José para que ela proteja os direitos sociais, já que foi consagrada a invisibilidade dos Direitos Humanos.
4. Interdependência: Não existir a liberdade de associação sem liberdade de reunião. Não existir liberdade de expressão sem liberdade de imprensa. 
5. Abertura (`não é exaustividade`): A vida digna (do conceito de DHs) exige uma confluência de direitos, mas uma vida digna possui uma abertura. Os DHs serão aquilo que for necessário para uma vida digna, de acordo com a época. Isso também é conhecido como abertura. Por isso, um direito que não consta na Convenção Européia de DH pode ser discutido na Corte de DH. 
Tínhamos falado de duas formas do nascimento de DHs. Parto natural: negociação de tratados e ratificação. Parto por cesariana: extração pela atividade dos órgãos internacionais de interpretação.
A questão do cruxifixo na Itália. A Corte Européia mudou a sua posição diante do desconforto do governo da Itália.
6. Aplicabilidade: A aplicabilidade automática é a forma com que os órgão internacionais tem para fazer os direitos humanos chegaram à vida cotidiana.
7. Exigibilidade: A exigibilidade refere-se ao fato de que se o Estado tiver possibilidade de fazer valer esses direitos. 
8. Eficácia sobre particulares: O DIDH ajudou a inserir no plano interno. Uma vida digna não se dá somente nas relações do indivíduo com o Estado, mas também nas relações intersubjetivas. Essa relação pode ser intermediada pela lei, p. ex., são proíbidos determinados atos discriminatórios. E se não tiver lei? O DIDH baseado na sua força expansiva, reconhece que ele poderá aplicar-se no caso das relações entre indivíduos.Caso da Maria da Penha. Foi o marido da Maria da Penha que tentou violar o direito à vida, e não o Brasil. Entretanto, o Estado tem o dever de garantir os direitos humanos dos indivíduos nas relações particulares, deve tentar prevenir. E caso a prevenção falhe, o Estado deve punir
9. Proibição do Retrocesso: Veda que após determianda concretização dos direitos humanos retorne-se a uma situação anterior. Efeito Piquet, quando a trava entra na rocha, ela não retorna.
10. Limitabilidade: E quando os direitos entram em colizão? Um erro comum no estudo da nossa matéira é o estudo dela de maneira estática. Em virtude da abertura e da expansão, temos várias colizões. 
Quando falamos da eficácia sobre particulares, isso reforça o stress sobre o item 10. Teremos que ter uma argumentação crítica internacional para dizer porque um direito será limitado. 
11. Universalidade: A DUDH foi aprovada sem votos contrários. Esse é um impulso inicial para o debate de se os Direitos Humanos são realmente universais. 
O relativismo pode ser resumido com duas proposições. 1º esses direitos essenciais representam valores. 2ª a sociedade humana é heterogênea, possui vários valores, não temos como considerarmos um superiores aos outros. Alguns com uma visião mais geopolítica. Há autores que vão para uma lógica economicista, apra que esses direitos fossem defendidos, foi necessário um grande desenvolvimento econômico. É necessárioa adquirir certo desenvolvimento para depois garantir certos direitos.
No ponto de vista do professor, esse discurso acaba sendo marcante nos anos 70 e 80 pois o que o DIDH possuia era um conjunto de textos com órgãos internacionais de interpretação ainda engatinhando, a primeira sentença de mérito foi em 89. Ou seja, nessa época, tínhamos um espaço para a interpretação dos próprios Estados, dando razão para os argumentos relativistas. A partir da década de 90, surgiram os órgãos internacionais de interpretacão, fazendo com que os Estados perdessem a possibilidade de praticar o ilusionismo. 
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Aula nº 05 DIDH
Teoria Geral dos DH`s na Ordem Internacional. P. 221-270
* O Brasil e o DIDH
Relação entre o DI e o Direito brasileiro
Como o D. brasileiro vê o DI: A doutrina debruça-se apenas sobre os Tratados, mas não fala sobre o costume nem os princípio gerais.
Como o DI vê o D. brasileiro 
2. Como o Direito brasileiro vê o DI
A) Dualismo (Tripel), Monismo (Kelsen). 
Monismo entende que há apenas um ordenamento jurídico. O fundamento é estruturado por Kelsen. Para os monistas, não há necessidade de incorporação, conquanto há apenas um ordenamento. A norma internacional válida é válida no plano doméstico. E qual a hierarquia? Kelsen diz que a norma internacional prevalece. Temos o monismo internacionalista, que afirma que a norma internacional tem hierarquia maior, mesmo em relação à Constituição. Temos o monismo nacionalista, que dizem que vigia na URSS. Mas monismo nacionalsita é uma contradição em termos, ela é um tipo de dualismo.
Dualismo Tripel afirma que há dois ordenamentos jurídicos. Um nacional e um internacional. As fontes jurídicas são distintas. Há a necessidade de recepção da norma internacional no ordenamento interno. No tocante à hierarquia, como houve a necessidade de recepção, a hierarquia depende da espécie normativa local que incorporou. 
	
B) Brasil A CF/88 não é explicita sobre essa relação. Art. 47, 102, 49, I; 44 VIII.
Segundo o STF, no Brasil nós temos o dualismo moderado
b1) Incorporação: Assinatura do Tratado => Mensagem Presidencial dirigida ao Parlamento => Fase da Aprovação Congressual, finda com o Decreto Legislativo => Ratificação. Até a ratificação, esse tratado pode ser um tratado que esteja em vigor há 100 anos, mas não é tratado para o Brasil. A melhor denominação é `fases de formação da vontade`. E temos também o decreto presidencial (decreto de promulgação). Ele é essencial pois inova a ordem jurídica. 
O Brasil adota o dualismo haja vista a necessidade de incorporação do tratado. 
b2) Hierarquia semelhante Lei Ordinária federal: Art. 47, 105, 102. O STF afirma que prevalecerá a lei mais recente. Usa-se a data de promulgação do decreto e a data da lei. 
Em geral, um tratado que colida com a Constituição, prevalece a Constituição. Esse tratado seria inconstitucional, e seria inválido (não pertence ao ordenamento jurídico). Por isso não existe o monismo nacionalsita, pois o tratado seria inválido nacionalmente, mas válido internacionalmente. Haverá dois mundos. 
Dualismo moderado: O Brasil não exige lei, basta o decreto. 
C) No caso dos tratados de DH`s 
c1) 1988 -> 2008 -> STF -> = aos demais tratados. Nessa época, os tratados de direitos humanos seriam equivalentes à lei ordinária federal.
c2) 2008 ->R.E 466.343/SP -> `duplo estatuto`. Ela aconteceu inspirada na EC45/04. Ela alterou dois textos da constituição, introduziu o §3º do art. 5º. Os tratados que forem aprovados em 3/5, com 2 turnos em cada casa do Congresso, tera estatuto constitucional. Esse é o primeiro estatuto. Exemplo, Convenção da ONU sobre direito das pessoas com deficiência. Os demais tratados, antes dessa Emenda, será supralegal.
O RE 466.343/SP leading case com voto do Gilmar Mendes.
3. Como o DI vê o Direito Interno: O Direito Internacional vê como mero fato. Só reconhecida a natureza jurídica quando próprio direito internacional fizer remissão ao direito interno. 
Caso Wimbledon (CPJI): Primeiro caso contencioso da CPJI. Debateu-se se a Alemanha deveria cumprir a Constituição de Weimar ou o Tratado de Versalhes. O último.
B) OC nº 14 da Corte IDH: Foi a primeira opinião consultiva que o Brasil exerceu o direito de manifestar-se. O Brasil manifestou-se dizendo que dependeria da legislação interna, se o tratado fosse inferior à lei, ficaria a lei, se o tratado fosse superior, ele ficaria. O Brasil ganhou apenas experiência. 
4. Perspectivas
Novo contexto do DI e do Direito brasileiro
No plano internacional, essa discussão não é tão forte pois eles já estão acostumados a chamar para si a superioridade. Já os constitucionalistas começam a se debruçar sobre isso agora. Isso fica forte na Europa e nos EUA nas décadas de 80 e 90. Por que?
A1 `Constituicionalização do DI`: Ocorre um adensamento de juridicidade do direito internacional. É uma constitucionalização do direito internacional, mimetizando institutos que eram do direito interno, tribunais internacionais. 
A2 `Internacionalização do D. Constitucional`: Expressão doutrinária. Abertura do direito constitucional ao direito internacional. Blocos de constitucionalidade originados dos fenômenos de globalização.
Os dois itens reforçam-se. Os países que querem um direito internacional mais robusto, não querem o direito internacional tradicional, no qual o Estado é o próprio intérprete, conquanto é um modelo que gera muita incerteza. 
B) Pluralidade de Ordens Jurídicas
	Qual a interação entre as diferentes ordens jurídicas? Teoria dos pontos cegos, uma ordem olha o ponto cego do outro. Alguns autores falam que na hora do conflito, há que haver o diálogo, o professor não concorda isso. Sabendo dos itens A1 e A2, o próximo passo é aceitar a interpretação internacionalista.
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Aula 06 - Direito Internacional dos DH`s
	Leitura Básica: Processo Internacional dos DH`s, p. 25-66 e p. 185-247
1. Universalização em Concreto
	Partindo do abstrato, das normas consuentudinários e dos tratados para a aplicação na prática pelos Estados.
2. Processos ou Mecanismos Internacionais de DH`s
Conceito: Conjunto de normas que apura violações e extrai consquências no âmbito internacional. 
B) Classificação
b1) Origem: Unilateral: Apreciação Realizada por Único Estado. Ele é político por natureza. 
		Coletivo: Apreciação Organizacão Internacional
b2) Natureza: Político: Apreciação política, sem natureza jurídica. Pode ser coletivo, é o CSONU. 
		Judiciário: Segue o devido processo legal, contraditório. 
b3)Tipo de Resultado/Finalidade: Recomendações: Conselho de DH`s. 
				 Decisões: Vinculante. Sentença da Corte Interamericana. 
b4) Sujeição Passiva: Aqueles que sujeitam apenas o Estado: Corte Interamericana
			 Outros sujeitam o indivíduo: TPI
3. Aspectos Comuns
A) Subsidiariedade: O dever primário de proteger os direitos humanos é do Estado. Duas obrigações primárias do EStado são respeito e garantia. OBrigação de respeito, o Estado não pode violar os direitos protegidos. A segunda obrigação, de garantia, o Estado não pode deixar de agir e deixar que terceiros violem direitos protegidos. 
O DIDH`s age na falha do Estado, quando o Estado descumpre uma dessas obrigações. O descumprimento dessas obrigações nos leva a um instituto específico do Direito Interancional, que é a
B) Responsabilidade Interancional por violação dos DH`s: Responsabilidade internacional consiste no dever de reparação por danos causados pelo descumprimento anterior de uma obrigação internacional. Não só por descumprimento pelo Estado, mas também por fato de terceiro.
b1) Obrigações Primárias: Obrigação de respeito e garantia.
b2) Atos imputados ao Estado: (i) Atos do Poder Executivo, ato aqui é toda conduta comissiva ou omissiva; (ii) Ato do Poder Legislativo; Ato do Poder Judiciário, quer na omissão (delonga) quer na atitudide comissiva (decisão judicial injusta, uma decisão que interpretou os DHs de forma divergente, que é o caso da lei da anistia); (iii) Ato de particular (quem tentou matar a Sra. Maria da Penha?). O Brasil não é garante universal dos direitos humanos. Ele é responsabilizado por sua conduta perante a violação do DHs. O Brasil não responde pela tentativa de assassinato da Sra. Maria da Penha e sim por não previnir a violação, e quando ocorreu, o Brasil não reprimiu; (iv) Ato de Ente Federado
C) Reparação
c1) Restituição na Íntegra: É a espécie de reparação mais privilegiada na nossa cabeça. Entretanto, há casos em que a restituição na íntegra não tem possibilidade material, violação à vida.
c2) Indenizacão
c3) Satisfação: É uma espécie de reparação que inicialmente visava recompor o chamado dano imaterial, como o pedido de desculpas. O DIDH`s absorveu do DIP isso e expandiu, com a publicação da sentença em jornal de grande circulação; declaração de pesar; dia em homenagem às vítimas
c4) Garantias de Não Repetição: Elas são interessante pois cumprem aquela obrigação de garantia. O DIDH`s, aqui, apóia o Direito Penal. É a investigação e a punição. A prevenção específica e geral contribui para a proteção dos DIDH`s. A cultura de impunidade estimula a violação
D) Sanção: Conjunto de medidas de coerção voltadas a reparação dos danos causados. É um dos aspectos que o direito internacional menos evoluiu. A sanção no direito internacional tem efeitos nefastos quando aplicados na violação dos DH`s, embargo econômico, p. ex., quem sofre é a população e não o ditador. 
4. Mecanismo Unilateral: O Direito Internacional ainda convive com a apreciação. O fundamento normativo é que os direitos humanos compõe costume internacional, e, especialmente, porque esses direitos humanos representam obrigações erga omnes. O contraponto da obrigações erga omnes são as obrigações stricto sensu (ou seja, só quem tem interesse jurídico pode demandar o descumprimento). As obrigações erga omnes são aqueles consagradas pela CIJ, ou seja, obrigações erga omnes advem da interpretação jurisprudencial. Teríamos a Comunidade Internacional com interesse jurídico.
O que significa zelar pelas obrigações erga omnes? Temos duas posições: 1) Zelar pela submissão à CIJ, negociação direta. Aí o Estado diz que não irá reparar. Aí, surge a autotutela. Não há uma jurisdição internacional compulsória (há exceção). O Estado lesado requer reparação do Estado infrator e se não for feita a reparação, o Estado lesado sanciona. 2) A obrigação erga omnes gera uma actio popularis que é o direito de qualquer Estado processar perante a CIJ. O problema é que a própria CIJ impõe obstáculos (ela recuou no caso Portugal vs Austrália, a obrigação erga omnes não obriga o reconhecimento da jurisdição internacional da CIJ).
	Os mecanismos coletivos limitam a atuação do mecanismo unilateral. Resposta do Brasil aos EUA. Os EUA analisam os DIH em todos os países do mundo. A resposta do Brasil é que nós nos viculamos a sistemas regionais e multilaterais e se eles quiserem que nos processem na OEA, mas os EUA não se vinculam.
	
5. OEA. Em 1948, os EUA e seus aliados aceitam criar uma organizacão regional com objetivos simalres à ONU. Por que? Por causa da Guerra Fria. Os EUA queriam evitar o risco desses países serem atraídos para a órbita soviética. 
Em 1948, na Colômbia, temos a Carta da OEA. Temos também uma declaração de direitos. Não havia nenhum órgão específico para a proteção dos DHs. Foi necessárioesperar até 1959, para que uma reunião de ministros da OEA, aceitassem criar um órgão, que é a Comissão Interamericana de DHs. Essa comissão deveria zelar pela promoção de DH`s previstos no art. 3º da Carta e tambeem previstos na Declaração Interamericana (temos deveres também). 
Em 1967, pelo Protoclo de Buenos Aires, a Comissão Intermaericana ganha um estatuto adicional e ela é incorporada à Carta da OEA. O Protocolo de Buenos Aires também prevê a assinatura de uma Convenção Americana de Direitos Humanos. Isso é feito 2 anos depois, na Conferência de Direitos Humanos de San José. 
A Comissão Interamericana convive com outro órgão da OEA que é o Conselho Interamericano de Desenvolimento Integral, que é uma espécie de ECOSOC.
Canadá, EUA e Cuba não ratificaram a (??), a Comissão pode apurar petições particulares para a defesa da Carta da OEA. Faz isso por recomendações, não vinculantes.
Temos a Carta (ou Resolução?) de 2001 (qual?) que estabelece o conteúdo democrático, com o direito de votar e a implementação de direitos sociais.
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Direito Internacional de DH`s - Aula 07
Leitura Básica: Processo Internacional DH`s p. 185-247
	Após a adoção do texto Convenção Interamericana, nenhum país ratificou. Só entra em vigor 10 anos depois. O primeiro caso só terá sentença de mérito em 1989. 
	
	A parte primeira da Convenção são direitos e deveres, a parte II são a estrutura (dois órgãos) e a parte III são disposições gerais. Essa estrutura tem mecanismos de supervisão e controle. 
	Quais são os dois órgãos? 
	Uma delas já era existente, que é a Comissão (criada juntamente com a OEA). É a mesma comissão, que então exercerá um papel dúplice. Quando analisa de acordo com a Carta da OEA, é o órgão da OEA, e quando analisa algo da Convenção, é órgão da Convenção. A Comissão é órgão principal, porém autônomo.
	O Brasil assinou a Convenção em 1969, ele encaminhou a mensagem presidencial solicitação a aprovação em 1985. Somente em 1992 o Congresso aprova. Nesse ano, o Brasil ratifica e há o decreto presidencial. Porém, o art. 62 da Convenção fala que o Estado deve realizar uma declaração específica caso queira reconhecer a jurisdição obrigatória da Convenção. Os motivos são nebulosos, o Brasil não esteria preparado para reconhecer a jursidição de uma corte de direitos humanos. Em 1998, o Presidente solicita ao Congresso para o reconhecimento da jurisdição obrigatória. O que mudou para ter esse reconhecimento? O Brasil passou por uma transição lenta, em 1985 ainda tínhamos senadores biônicos. O último ministro do STF indicado durante a ditadura para se aposentar foi o Prof. Moreira Alves em 2003. 
	Ações graves de violaçãos de direitos humanos ocorreram no governo FHC. Para mostrar que o Brasil não coadunava com essas violações, o Brasil reconheceu a jurisdição obrigatória. O Brasil está, então, plenamente vinculado. 
	A Convenção foi ratificada por 24/35 países. Dentro desses 24, 21 aceitam a jurisdição obrigatória. Os que não aceitaram a jurisdição são pequenas ilhas caribenhas.
	Na primeira parte da Convenção, temos os direitos civis e políticos e as obrigações e garantias. Temos direitos sociais (acho que é art. 26). Mas é uma menção muito pobre aos direitos sociais, por isso, foi necessário a adoção de um protocolo adicional, é o Protocolo de San Salvador (1988, que entrou em vigor em 1999). Há também mecanismos que toda democracia possui para impedir que o liberticida aproveita da democracia para destruí-la (no Brasil, é o estado de sítio e o estado de defesa). Em tese, a Convenção estabelece restrições a nossos estados de emergência. 
Segunda Parte - Mecanismos de Supervisão e controle
	17 artigos regem a Comissão e 17 artigos regem a Corte. Os indicados nacionais tem imunidade diplomática. A intenção de dar a mesma dignidade para a Comissão e para a Corte, hoje em dia, a Comissão perde cada vez mais a sua importância. De 1969 para cá a ascenção e queda da Comissão. 
	Cláusula de pré-aviso é o período de tempo no qual o Estado denunciante obriga-se a manter os mesmos compromissos após a denúncia. O pré-aviso da Convenção é um ano. Trindade e Tobago pediu para sair.
	
	Como a Convenção Americana analisa o cumprimento do Estado dos direitos ali previstos? Ela analisa de forma judiciária. Ela prevê petições de vítimas. Vítimas irão processar Estados. 
	Temos um sistema bifásico. Temos um procedimento indispensável na Comissão. O segundo momento é perante a Corte. A analogia é que na Comissão teríamos uma fase equivalente ao nosso inquérito. Sete comissários, sede em Whasington, atualmente, nenhum representante brasileiro.
1ª Etapa: 
A) Petição
A1) Peticionamento do Indivíduo / Representante / 3º Interessados (a convenção americana, num continente assolado pela pobreza, aceita 3ª interessados, que seriam as ONGs de segunda geração que levam os casos até o sistema interamericano). Aqui são as demandas individuais. 
A2) Peticionamento do EStado, que seria a demanda interesetatal. 
	
B) Admissão: Petição Escrita; Esgotamento dos Recursos Internos; Ausência de Litispendência Internacional; 6 meses do esgotamento prévio dos recursos internos; Ausência de Coisa Julgada Internacional. 
Temos vários casos de ausência da necessidade de esgotamento dos recursos internos. Quando a ação é ilegítimo, p. ex., desaparecimento forçado (não adianta habeas corpus), quando o recurso é inútil (a suprema corte local já decidiu sobre tema igual), quando o recurso é moroso, quando não há defesa, temos outra exceção, que eu não consegui anotar. 
Se a Comissão enteder que não é legítima, acaba o caso e não tem recurso. Se for aceita, temos
C) Solução Amistosa: A Argentina, por exemplo, concilia em praticamente todos os casos. Já o Brasil vai para o combate. O Estado e a vítima vão para a conciliação e a Comissão fiscaliza.
O Brasil aceitou a primeira solução amistosa no caso dos meninos esmasculados do Maranhão. Durante mais de 10 anos, houve uma série de assassinatos (28 apurados) de meninos entre 8 e 15 que foram encontrados com os órgãos genitais estirpados. O Brasil falhou em prevenção e falhou na repreensão. O Brasil fez um acordo interessante, o Brasil autorizou o Maranhão a negociar. Quem participou da negociação foram os representantes, as ONGs, o Maranhão e a Comissão.
Se não houver conciliação
D) Comissão IDH Decide. Pode ser improcedência, aí acaba, não tem recurso.
Pode ser procedência. O Primeiro informe é confindencial. O Estado tem até três meses para dizer se irá cumprir as deliberações. A Comissão coloca um número imenso de deveres. O EStado pode alegar que não tem condição de responder nesse prazo. Aí o Estado pede o aumento do prazo. 
Por que esse prazo de 3 meses? Se o Estado reconheceu a jurisdição obrigatória, a Comissão tem 3 meses para processar o EStado. Se não reconheceu, a Comissão edita o segundo informe e torná-lo público. Ela encaminha esse informe para a Assembléia Geral da OEA. 
Exceção que nunca ocorreu na prática: O sistema permitiria que, por maioria absoluta, a Comissão decidir que não iria processar, mesmo no caso de reconhecimento da jurisdição obrigatória e na constatação, pela Comissão, de violação de direitos humanos. 
O papel da Comissão é estratégico. De 1998 a 2012, a Comissão propôs 5 ações contra o Brasil. Isso mostra que a Comissão é um filtro. 
O sistema europeu quase que extinguiu a Comissão Européia de Direitos Humanos. A Comissão Européia propõe o primeiro caso em 59/60, até 98, a Corte Européia julgou 900 casos (em 38 anos). Extingue-se a Comissão e coloca-se o acesso direito, hoje, temos quase 200 mil casos.
Ao eliminar a Comissão Interamericana, quantos casos teria contra o Brasil? 
A Comissão interpretou a Convenção e criou para si um poder. São as medidas cautelares da comissão. O regulamento da Comissão de 2009 prevê medidas cautelares para previnir danos irreparáveis. Temos também medidas cautelares no complexo de Tatuapé. O Brasil não cumpre as medidas cautelares, dizendo que isso não está previsto na Convencão. 
Nos CasoUrso Branco, Caso da Febem de São Paulo, a Comissão pediu essas medidas perante a Corte. Mas a Corte decidiu que a Comissão não tem esse poder. 
Quem pode levar um caso para a Corte? A Comissão ou o Estado. De 200 casos, os Estados nunca proporam caso. É o efeito bulmerangue ou todo mundo tem telhado de vidro. 100% dos casos foram promovidos pela Comissão.
CORTE INTERAMERICANA
	Ela não é órgão vinculado à OEA, mas recebe contribuicão da OEA. Ela é uma instituição judicial autônoma criada pela Convenção. A Convenção somente entrou em vigor em 1978. Em 79, foi feita a primeira sessão da corte. Em 79, a Costa Rica ofereceu uma sede permanente, em 81, a Costa Rica celebrou acordo de sede. Mandato de 7 anos dos juízes e uma renovação. Tivemos apenas o Cançado Trindade como juiz.
	Temos a possibilidade do juiz ad hoc, que é tradição no DIP e consta na Convenção. É mais um fator de convencimento do Estado. O art. 55 foi interpretado pela Opinião Consultiva 20 da Corte e esse juiz ad hoc funcionaria apenas para demandas interestatais, a partir de 2010. Nas demandas individuais não haveria juiz ad hoc. E o juiz da nacionaldiade do Estado infrator não pode participar. 
	Tanto a Comissão quanto a Corte trabalha com o conceito de sessões periódicas. Não é permanente.
	
2ª ETAPA: Corte IDH
	Até 2010 => Autor: Comissão (100%) ou Estado vs Réu: Estado Réu. Ação de responsabilidade internacional promovida pela Comissão.
	
	Depois de 2010: Temos um contexto de intensa insatisfação da Corte com a Comissão. A Comissão propôs em 2009, contra todos os 24 Estados, apenas 12. A Comissão alega que eles não tem infraestrutura. A Comissão tem que ditar a agenda. Ela tem que escolher quais são as suas prioridades, ela recebe milhares de petições do ano e entra apenas com 12.
A Corte não porte degolar a Comissão sem os Estados, e os Estados nunca irão fazer isso. Então, a Corte engendra uma mudança no seu regulamento. 
Temos regulamento novo a partir de 2010 => Autor: Vítima/Representante Réu: Estado; Comissão: Fiscal da lei.
As vítimas elaboram a petição. 
IMPORTÂNCIA DO PRIMEIRO INFORME: O primeiro informe estabelece os limites subjetivos (falei que era 60 vítimas, não pode aparecer outro, mesmo que existam) e objetivos (não inventar novos fatos) da demanda.
PROVAS: 
O ônus da prova é do Estado violador e não da Comissão/Vítima.
Todo meio de prova é aceito.
 
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Aula n. 08
	Leitura básica: `Processo Internacional dos DH`s` pp. 221-247
	Leitura do dia 21/05: `Processo Internacional dos DH`s`, pp. 75-94; Texto no xerox `ADPF n. 153 e o Caso Gomes Lund`
	Corte IDH: Primeira sessão em 79, o primeiro julgado foi em 86. O Brasil reconheceu a jurisdição obrigatório em 1998. O Brasil assina a Convenção em 69; em 88 temos a Mensagem Presidencial encaminhando para o Congresso, em 1992 temos a celebração da Convenção, depois da aprovação do Congresso.
	
 	Legitimidade Passiva: Somente Estados
	Legitimidade Ativa: Comissão, Vítima e Representantes das Vítimas (a partir do Regulamento de 2009 - foi eliminada a petição inicial feita pela Comissão), Estado (nenhum caso até hoje; temos dois casos perante a Comissão, mas não na Corte). 
	Dois Papeis Importantes da Comissão: Começar o contencioso, a partir do 1º Informe; e o 1ª informe estabelece os limites subjetivos (vítimas) e objetivos (fatos) da demanda. As vítimas não podem inovar.
	Fases da Jurisdição Contenciosa: 
A) Postulatória: A posição das vítimas e contestação. Notificação da Corte para que o Estado réu apresenta a defesa.
B) Exceções Preliminares: Nesse momento se vê um desequilíbrio do processo em favor do Estado. Pois temos de novo a análise das condições de admissibilidade. Entretanto, se o Estado não alegou certas questões de admissibilidade perante a Comissão, não poderá alegar perante a Corte (princípio de stoppel). 
A Jurisprudência da Corte tem caminhado à junção (????). Temos sentença única sobre exceções preliminares juntamente com as questões de mérito. 
C) Solução Amistosa: Pode ser obtida logo depois da petição inicial. O Brasil reconheceu o pedido no Caso Damião Ximenes, então, aí acabou. Perante a Comissão, o fiscal da solução amistosa é a própria Comissão. Aqui, na Corte, as vítimas e os representantes entram em contato com o Estado e quem é o fiscal é a Corte. 
D) Probatória: Peritos, testemunha. Vítimas ouvidas como depoentes. Possibilidade de falso testemunho perante Cortes internacionais: a Corte recomenda que haja ação do Estado no sentido de puní-la.
E) Decisória: Não tem a figura do relator. Os sete juízes chegam a um consenso marjoritário. Permite-se votos dissidentes e votos concorrentes (estou de acordo com o dispostivo mas a minha fundamentação é diferente). 
F) Recursal: As sentenças da Corte são irrecorríveis. Salvo correção de erro material e também o caso de recurso de interpretação (nossos embargos de declaração). Não tem efeito infringente. Tem 90 dias.
Conteúdo da Sentença de Procedência. 
	Reparação: Dever do Estado que descumpre uma obrigação internacional e deve realizar, nas mais diversas modalidades, medidas para restituir a situação ou compensar os danos causados e assegurar que isso não mais se repita. 
A) Obrigações de Dar, Fazer e Não Fazer
B) Restituição na íntegra. A impossibilidade tem que ser material (e não jurídica). 
C) Satisfação: Modalidade reparatória, no seu início, assumia o objetivo de reparar o dano imaterial. É o famoso pedido de desculpas. No caso de DH`s, a satisfação pode ser a publicação da sentença em um jornal de grande circulação.
D) Garantias de não repetição: Podem ser obrigações de fazer. Caso Damião Ximenes: criar política pública antimanicomial. Aqui entra a investigação e punição criminal (é uma obrigação de fazer absolutamente pacífica na Corte; estão até nos Casos Hondurenhos - primeiros casos).
Mandado de internacional criminalização implícito e explícito (???)
Implementação Doméstica
	O que acontece se houver divergência entre uma sentença interna e uma sentença internacional. A linha do diálogo, a teoria do ponto cego, etc, são insuficientes. 
O professor acredita no Primus inter partes (primeiro entre os iguais). 
	No Brasil, temos alguns avanços. Aceitamos a questão da indenização. No Congresso nacional temos discussões sobre legislação de implementação (p. 359). Temos um projeto do Marcos Gonim (ou algo assim). Temos o projeto de lei 4667, a proposta é do Ministro Cardozo. Em 2010 esse projeto foi aprovado na Câmara, com substitutivo do deputado do Luis Couto, que repudiou outras alterações. O projeto faz silêncio eloquente sobre vários problemas. 
	A realidade atual é que temos a) A sentença é vinculante (art 68.1). Essas obrigações de fazer ou não fazer se diluem em vários órgãos do governo brasileiro, órgão com estabelecimento autônomo de agenda, etc. 
	Temos também óbices internos em sentido posto. A Corte, no caso Soarez Rosero, fala que um artigo da Constituição do Equador viola direitos humanos. 
	Caso Tamayo. A setença dela transitou em julgado na corte suprema e a Corte determinou que a senhora Tamayo tinha que ser solta.
	
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Aula 09
Leitura Básica: "Processo Internacional dos DH`s" pp. 75-149
* Discussão sobre a ADPF n 153 e o Caso Gomes Lund (Corte IDH)
	ADPF 153
	Objeto da ADPF: STF interprete a lei da anistia restringindo a sua interpretação apenas àqueles que lutaram contra a dituradura, não sustentando a anistia aos agentes da ditadura militar, de modo que esses podem ser investigados ou punidos. Não se discutiu prescrição nem eventual ausência de tipificação penal.
	Argumento da OAB: 
	Eros Grau (Relator): Votou pela improcedência. Quem deveria tratar da lei de anistia era o poder legislativo. Foi um acordo político da época e não poderia ser tratado pelo STF. 
	Gilmar Mendes: Somente por ruptura constitucional, já que a Lei da Anistia estava na Emenda Constitucional que deu o poder constituente originário para a Assembléia Constituinte.
	Os crimes são ou não imprescritíveis. Existe um costume internacionalpenal de imprescritibilidade. 
	Cezar Peluso: Não aceitaria imprescritibilidade. Ele afirma que não o convence qualquer alegação que o costume internacional estabeleça imprescritibilidade. 
	Celso de Mello: Ele menciona a Convenção Americana e à jurisprudência internacional de direitos humanos. Ele resolve a questão com argumento de autoridade de Nilo Batista (o Brasil aceitou a jurisdição da Corte apenas a partir de 2002, por isso, o Brasil não deveria preocupar-se). Ele passa a uma interpretação nacionalista. Ele não aceita costume internacional na área penal. 
	Os direitos humanos são indisponíveis, e um acordo envolve disponibilidade. 
	A prescrição garante o direito à segurança jurídica, por isso ela não apenas erode direitos humanos. A imprescribilidade é uma exceção, direito à vida prescreve, mas ataques contra a humanidade não são prescrevem. A prescritibilidade pode reforçar o direito. Para tribunais internacionais todos aqueles que praticaram atos odiosos, inclusive Nuremberg, sabiam que esses atos seriam crime.
	Lewandowski: Determinar a atrocidade dos meios e também abuso do Estado, ele tenderia a não aceitar a lei da anistia. Dever de investigar e punir nos tratados internacionais e por isso, a depender do caso, aceitaria a investigação.
	Ayres Britto: Como a CF tem um regime especial para crime hediondos, ela não teria recepcionado a lei da anistia.
	Caso Gomes Lund
	Os fatos são de 1972 e 1974 e dizem respeito ao desaparecimento das operação alguma coisa I e II. O caso chega à Comissão de IDH em 1995 e fica até 2008. E em 2009 a Comissão processo o Brasil, fazendo a petição inicial e após a petição inicial os familiares são chamados (em 2010 não seria isso que ocorreria).
	
	A Defesa Brasileira: Brasil alegou exceções preliminares e defesa de mérito.
As exceções preliminares do Brasil: São 4. 
Cláusula temporal: o Brasil só reconhece a jurisdição para os crimes após o reconhecimento da jurisdição obrigatória. Não estamos a apreciar fatos pretéritos a 98, mas fatos que continuam no tempo, é uma violação permanente. A violação permanente é o sequestro, direito à justiça, etc. 
Falta de interesse processual: Não houve violação porque o Brasil já havia pago indenização, etc. Isso não é exceção preliminar, mas questão de mérito. 
Falta de esgotamento dos recursos internos: Ação ordinária civil (de 1982) para que a União revelasse todos os documentos a respeito da repressão da guerrilha do Araguaia. ADPF 153. A resposta da Corte é que a APDF não é um recurso disponível a todos os indivíduos, somente o Procurador Geral. A Ação ordinária não esgota o assunto, trata só de documentos e não de investigar e punir.
Teoria da 4ª instância: O Brasil disse que o STF já havia julgado o caso e por isso a Corte não deveria apreciar. A teoria da 4ª instância é que um tribunal internacional não poderia comportar-se como revisor da decisão da corte internacional suprema. Corte: Ninguém está apreciando a decisão da Corte, mas a conduta brasileira em relação ao direito internacional. 
	A Comissão acusou o Brasil da violação dos seguintes direitos:
Direito à Justiça à Verdade: O sistema IDH extraiu da Convenção esses direitos. Leitura conjugada dos arts. 1 (dever do Estado de garantir respeito - atos particulares inclusive), 2 (adotar medidas necessárias), 8, 25. Tenho o direito de provocar a jurisdição. O direito à verdade vem dessa provocação da justiça. Quer-se a verdade judicial e não a verdade histórica. Além disso, o direito à jurisdição penal.
Integridade Psíquica dos Familiares: Os familiares nada sabem do paradeiro dos seus entes. 
Desaparecimento Forçado: Desaparecimento de 62 pessoas, que foram aprisionadas e nunca mais tivemos notícias delas. Duas facetas do desaparecimento forçado: nega a liberdade e nega o direito ao reconhecimento da personalidade (negar que essa pessoa está no aparato de repressão, por isso, nega a personalidade das pessoas, ela deixa de ser sujeito de direito, ela não tem possibildiade de entrar com habeas corpus, etc). 
Direito à Informação: Não se sabe o que aconteceu exatamente. 
	A Sentença, por unanimidade, condenou o Brasil a fazer:
Localizar o paradeiro das vítimas
Ação penal para buscar a responsabilidade de cada um
Garantia de não repetição
Prevenção geral, combater a impunidade, mostrar aos ditadores que a era da impunidade acabou.
	O Brasil tem diante de si o dever de cumprimento. Tivemos uma sentença unânime de procedência e o dever de cumprimento.
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Aula 11
Leitura básica: Processo Internacional de DH`s p. 259-300
Matéria Prova Final: Mecanismos Onusianos - Sistema Global. P. 75-148
			 Mecanismo Interamericano
			 Responsabilidade Internacional Individual
	O sujeito passivo é o indivíduo. Temos aqui a responsabilização penal. São tribunais penais internacionais ou Estados julgando indivíduos acusados de violação de direitos humanos. 
	O professor defende o efeito dissuasório do combate penal e também defende que a ausência de punição representa uma quebra na igualdade entre as pessoas (trato igualitário).
	Paralelismo entre os conceitos de obrigação erga omnes e jus cogens com o conceito de punição penal a esses violadores. É o conceito de crimes de jus cogens e o conceito de jurisdição universal.
	Crimes de Jus Cogens: são crimes que contem valores superiores da comunidade internacional. 
	Jurisdição Universal: Tem a ver com o conceito erga omnes. O direito internacional penal pode ter uma aplicação indireta, por meio de um Estado. O direito internacional penal pode ser aplicado por um Estado sem que as condutas ou o indivíduo em tela tenham qualquer vínculo com esse Estado.
Ela é polêmica, pois envolve seletividade, questões políticas. Caso Ierodia (?), é o questionamento da jurisdição universal da Bélgica, ela quis exercer jurisdição universal sob o ministro das relações exteriores do Congo. 
	
	A outra alternativa é a aplicação direta, por meio do TPI ou outros tribunais internacionais. Temos as 4 gerações. Temos a geração de Nuremberg e o Tribunal do Extremo Oriente (foi criado por ato unilateral dos EUA). A origem desse tema está vinculada ao contexto pós 2ª GM, Carta da ONU, DUDH, etc. Anteriormente, houve uma tentativa de julgamento do Kaiser Guilherme pelo Tratado de Versalhes e não vingou. 
	A segunda geração são os dois tribunais criados pelo CSNU que é o Tribunal de Rwanda (Usha) e o Tribunal para Ex-Iuguslávia (Haia) na década de 90. São tribunais ad hoc. Eles foram criados por uma interpretação ampla do conceito de paz (vinculando-o à justiça).
	Esses tribunais ad hoc incentivaram a criação de um tribunal internacional penal permanente. Temos muitas polêmicas, em todos os aspectos. Polêmica sobre a estrutura do tribunal, com a criação de uma promotoria indpendente (os EUA eram veementemente contra; o bloco liderado pela Alemanha queria a promotoria independente e levou a UE junto). Houve também debates sobre pena de morte (países árabes), sendo que acabou ficando a pena perpétua. O Estatuto de Roma tem penas de até 30 anos ou pena de caráter perpétuo. Temos também superamento da coisa julgada absolvitória.
	O Estatuto foi aprovado com uma cláusula de que não admite reserva. Temos 120 países que aceitam a jurisdição, inclusive o Brasil. 
	Parte Material: Crime contra a humanidade, crime de guerra, crime de agressão e crime de genocídio
	Parte Processual: Limites, promotoria, câmara de pré julgamento, câmara de instrução, etc. 
	O TPI tem a função complementar da jurisdição interna. 
	Art. 20. Aquela construção da subsidiariedade com o lado contramarjoritário se vê claramente no art. 20. Somente caso o Estado não queira ou não possa é que surge a jurisdição do TPI. No parágrafo terceiro, temos que cabe ao próprio TPI analisar se o Estado fez bem a sua tarefa. Se for um mero simulacro, o TPI terá jurisdição. Quem decide se foi uma fraude ou não é o TPI. 
	Limites da jurisdição: Um caso pode ser iniciado pelo procurador (a conduta tem que ter sido realizada por um nacional do Estado parte ouno território de um Estado parte), ou o Estado parte inicia o procedimento (autor do crime ser nacional ou ocorrido no território do Estado parte) e o CSNU (não tem qualquer limite. Líbia e Darfur estão no TPI, a despeito de nenhum deles terem ratificado o Estatuto de Roma). Quem não ratificou: Israel, China, EUA (art. 98, saída dos EUA caso o seu soldado vá para Haia). 
	O crime de agressão tem uma redação criada em Kampala em 2010. A proposta do México foi aceita. O crime de agressão é uma conduta contrária à paz e a favor da guerra de conquista. O direito internacional punia o uso da força mas não punia os agentes públicos que há praticavam. O crime de agressão só entrará em vigor em 2017 se tiver aceitação de 2/3.
	
	Contradições entre a CF/88 e o Estatuto de Roma. 
Imunidade absoluta do Congressita no em plenário e o Estatuto de Roma não aceita imunidade. 
	4ª Geração: Tribunais híbridos. Eles comungam de estrutura nacional e internacional, com juízes nacionais e internacionais. São também chamados de tribunais internacionalizados Tribunal de Serra Leoa (Charles Taylor), Líbano e Camboja. 
	
	Na página 286, curiosidade. O TPI tem quase 1000 funcionários. Custa 100 milhões de euros. 6 casos. 3 casos foram acionados pelos próprios Estados (Uganda, Congo, República Centro Africana), Darfur e Líbia (CSNU) e o outro eu não escutei.

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