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............................................................................................................................... PROCESSO GERENCIAIS - DIREITO TRABALHISTA E PREVIDENCIÁRIO DIREITO TRABALHISTA E PREVIDENCIÁRIO ESTUDO DE CASO ....................................................................................................................................... Guarulhos 2022 Leili de Oliveira Amadeu DIREITO TRABALHISTA E PREVIDENCIÁRIO ESTUDO DE CASO Trabalho apresentado ao Curso Processos Gerenciais do Centro Universitário ENIAC para a disciplina Direito Trabalhista e Previdenciário. Prof. Guarulhos 2022 Respostas .................................................................................................................... ESTUDO DE CASO A empresa Coma Muito, em grande ascensão no mercado alimentício, acabou de se instalar na cidade de Extrema/MG, atualmente atuando em 3 turnos de 8 horas. Com a mudança da sua matriz para a nova cidade vai precisar ampliar seu quadro de funcionários, que até o momento, conta com 80 colaboradores. Neste novo cenário contrataram de início 10 novos funcionários para compor três áreas, sendo duas vagas para segurança do trabalho (novo departamento), quatro para linha de produção (Turno manhã e tarde), dois colaboradores para área de recursos humanos, um para o departamento financeiro e o último para departamento jurídico, com a missão de cuidar diretamente dos assuntos relacionados ao sindicato local. ATIVIDADE PROPOSTA João recebeu o desafio de analisar as particularidades que a nova CLT trouxe para as atualizações das relações trabalhistas contemporâneas, que ajudou sua empresa a passar pela pandemia do covid 19. Neste mesmo período (janeiro 2020 e dezembro 2021), foram aprovadas algumas Mp’s (medidas provisórias) que afetaram diretamente as relações de trabalho. O desafio de João é explicar o que é, e para que servem as medidas provisórias, e analisar quais foram as medidas que afetaram a relação trabalhista entre empregado/empregador. Resposta: MEDIDA PROVISÓRIA Medidas Provisórias são normas com força de lei, publicadas pelo Presidente da República em caso de relevância ou urgência, podendo ser utilizadas em várias ações como liberação de recurso em caráter emergencial, dispensa de licitação, dentre outras. As Medidas Provisórias estão previstas no artigo 62 da Constituição Federal, e têm seus efeitos de início imediato com validade por 120 dias, caso não sejam aprovadas pela Câmara e pelo Senado durante esse período elas perdem a sua validade. Para ser transformada em lei a Medida Provisória depende da aprovação da Câmara e do Senado, primeiro as Medidas Provisórias passam por uma análise pela comissão mista com deputados e senadores, nesse processo são apresentados sugestões de mudanças que chamamos de emenda, a comissão mista aprova um parecer que será submetido aos plenários da Câmara e do Senado. A votação no Plenário é igual ao de uma votação de projeto de lei ordinária e precisa da maioria dos votos em turno único, caso o texto da Medida Provisória sofra alterações, ela retorna ao presidente da República para sanção ou veto, podendo o veto ser parcial ou total, os vetos precisam ser votados pelo Congresso, e para que o veto seja rejeitado é necessário a maioria dos votos dos deputados e senadores. Se a Medida Provisória for aprovada sem nenhuma alteração ela será promulgada pelo Congresso. MEDIDAS PROVISÓRIAS QUE AFETOU A RELAÇÃO ENTRE EMPREGADO E EMPREGADOR EM ÉPOCA DE PANDEMIA (2020, 2021) Em função da chegada da pandemia do Covid-19 e o decreto de estado de calamidade pública pelo Congresso Nacional, algumas Medidas Provisórias tiveram que ser adotadas em regime de urgência para possibilitar a continuidade das atividades do Poder Público e das empresas, medidas que promoveram alterações temporárias nos contratos de trabalho. A primeira Medida Provisória editada pelo Presidente após o pronunciamento da pandemia foi a MP 927 em 22 de março de 2020, causando impactos diretos na vida dos trabalhadores em determinados aspectos como: Teletrabalho, saúde e segurança, convenções e acordos coletivos, férias individuais e coletivas, feriados, bancos de horas, fiscalização. Teletrabalho O teletrabalho também conhecido como home-office é uma modalidade em que o funcionário cumpre suas funções fora das dependências da empresa, a MP 927 permitiu que as empresas alterassem o trabalho presencial em teletrabalho, e com a determinação do isolamento social vários empregadores optaram por realizar essas mudanças, com um comum acordo do empregado retornar ao trabalho presencial no fim do isolamento. Desde 2017, através da reforma trabalhista pela lei 13.467/17 já existia o teletrabalho, mas não era bem visto pelas empresas, mas devido às urgências instituídas pela pandemia se tornou uma alternativa para as empresas. Antecipação das férias A MP 927 também permitiu que as empresas antecipassem as férias individuais de seus funcionários antes deles completarem os 12 meses do período aquisitivo, mas para isso o empregado teria que ser comunicado com 48 horas de antecedência. Com a revogação da Medida Provisória 927 em 19 de julho de 2020, entra em cena novamente a ( CLT) Consolidação da Leis do Trabalhos, porém o fim da validade da MP 927 acaba afetando acordos e convenções negociados entre empregados e empregadores. Em 2021 o Governo Federal publica a Medida Provisória 1.046 que reedita a Medida Provisória 927, que estabelece medidas trabalhistas para o enfrentamento da pandemia do Covid-19. Outra dessas Medidas Provisórias foi a MPV 936 que institui o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e Renda, que posteriormente se converteu na lei 14.020 de 06/07/2020, e possibilitou às empresas a realizarem acordos como a possibilidade da redução proporcional da jornada de trabalho, em 25%, 50% ou 70% pelo período de até 90 dias, em que o trabalhador receberia os salários compatível com a quantidade de horas que efetivamente tivesse trabalhado. Suspensão do contrato de trabalho, a depender do faturamento da empresa e da faixa salarial do empregado, o Governo Federal arcaria entre 70% à 100% do salário que faria jus o empregado, quando fosse receber o seu seguro desemprego. Também estabeleceu regras para o pagamentos do Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda. Com o fim do estado de calamidade pública a lei 14.020/20 perde a sua vigência em 31/12/2020. CONSIDERAÇÕES FINAIS É correto afirmar que as Medidas Provisórias MP 927 e MP 936 veio com o objetivo de contribuir para que as empresas tenham condições de enfrentar os efeitos causados pela pandemia do Covid-19, e em contrapartida preservar o emprego e a renda dos trabalhadores. O corte dos benefícios provocados pela pandemia exige o conhecimento da legislação, pois não é assim tão simples cortar os benefícios em prol a economia de custos, as regras da Medida Provisória, das convenções ou acordos trabalhistas tem que ser respeitado. FONTE Câmara dos Deputados. Assessoria de Imprensa. Disponível em: <https://www2.camara.leg.br/comunicacao/assessoria-de-imprensa/guia-para-jornalis tas/medida-provisoria>Acesso em 20 de maio de 2022 Gov.br. Lei N°14.020, de 06 de julho de 2020. Disponível em: <https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/lei-n-14.020-de-6-de-julho-de-2020-265386938> Acesso em 21 de maio de 2022. Gov.br. Medida Provisória N°927, de 22 de março de 2020. Disponivel em: <https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/medida-provisoria-n-927-de-22-de-marco-de-202 0-249098775> Acesso em 21 de maio de 2022. Gov.br. Medida Provisória N°1.046, de 27 de abril de 2021. Disponível em: <https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/medida-provisoria-n-1.046-de-27-de-abril-de-202 1-316265470> Acesso em 21 de maio de 2022. Planalto. Medida Provisória N°936, de 01 de abril de 2020. Disponivel em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/mpv/mpv936.htm> Acesso em 21 de maio de2022.
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