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Nara Ramos Dourado Medicina 2º/2022.1 APG 22: SERÁ QUE NÃO VAI DESCER? DESCREVER A EMBRIOLOGIA, HISTOLOGIA, ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA GENITAL MASCULINO (VASCULARIZAÇÃO DOS TESTÍCULOS) ANATOMIA EMBRIOLOGIA As gônadas começam a se desenvolver durante a 5ª semana como massas de MESODERMA INTERMEDIÁRIO- cristas gonadais. Os ductos mesonéfricos (de Wolff), os futuros ductos masculinos, desenvolvem-se medialmente aos ductos paramesonéfricos (de Müller), os futuros ductos femininos. Nara Ramos Dourado Medicina 2º/2022.1 Nesse momento, diz -se que o embrião se encontra no estágio sexualmente indiferenciado, pois a crista gonadal e os ductos são estruturalmente idênticos em ambos os sexos. Na semana seguinte ao aparecimento das cristas gonadais, as células germinativas primordiais migram para elas a partir do saco vitelino e semeiam o desenvolvimento das gônadas com células germinativas destinadas a se transformar em espermatogônias masculinas ou ovogônias femininas. Após a migração dessas células germinativas, as cristas gonadais diferenciam-se em testículos ou ovários, com base na presença ou ausência de um sinal indutor masculino, chamado proteína SRY, proveniente do epitélio que reveste a crista. Nos embriões masculinos, essa diferenciação começa na sétima semana Nara Ramos Dourado Medicina 2º/2022.1 HISTOLOGIA Testículo: Nara Ramos Dourado Medicina 2º/2022.1 Nara Ramos Dourado Medicina 2º/2022.1 FISIOLOGIA FORMAÇÃO DO ESPERMA: Cada espermatozoide é formado por uma cabeça e uma cauda. Na cabeça, encontra-se o núcleo condensado da célula. Na parte externa dos dois terços anteriores da cabeça está o acrossomo, formado, principalmente, pelo aparelho de golgi. O acrossomo contém várias enzimas, incluindo hialuronidase e enzimas proteolíticas. Essas enzimas têm papel importante, possibilitando que o esperma entre no óvulo e fertilize. A cauda, chamada de flagelo, possui cílios para que ele se mova através do trato genital feminino, em busca do óvulo e mitocôndrias, para que forneça adenosina trifosfato (ATP), emergia para que esse processo ocorra. FATORES HORMONAIS QUE ESTIMULAM A ESPERMATOGÊNESE: 1- TESTOSTERONA: secretada pelas células de Leydig, no interstício do testículo, essencial para o crescimento e divisão das células germinativas. 2- LH: secretado pela hipófise anterior, estimula as células de Leydig a secretar testosterona. 3- FSH: secretado pela hipófise anterior, estimula as células de Sertoli, sem essa estimulação, a conversão das espermátides em espermatozoides não ocorre. 4- ESTRÔGENIOS: são formados a partir da testosterona, essenciais para a espermiogênese. Nara Ramos Dourado Medicina 2º/2022.1 5- HORMÔNIO DO CRESCIMENTO: ele controla o metabolismo basal dos testículos. Ele promove a divisão precoce das espermatogônias, em sua ausência, como no caso de anões hipofisários, a espermatogênese é deficiente ou ausente, podendo causar infertilidade. MATURAÇÃO DOS ESPERMATOZOIDES NO EPIDÍDIMO: Os espermatozoides são formados no túbulo seminífero e vai para o túbulo do epidídimo. Após permanecerem no epidídimo de 18 a 24 horas, ele desenvolve a capacidade de mobilidade. ESTOCAGEM DO ESPERMATOZOIDE NOS TESTÍCULOS: Os dois testículos do adulto formam até 120 milhões de espermatozoides por dia. A maioria dos espermatozoides é estocada no epidídimo, embora uma pequena quantidade seja estocada no canal deferente. Eles podem ser mantidos por pelo menos um mês e durante esse tempo eles são inativos, reprimidos por múltiplas substâncias inibitórias, presentes nas secreções dos ductos. Após a ejaculação eles se tornam moveis e capazes de fertilizar o óvulo, processo chamado de maturação. As células de Sertoli e o epitélio do epidídimo secretam liquido nutriente especial, que e ejaculado junto com o espermatozoide. Esse líquido contém hormônio, enzimas e nutrientes especiais, essenciais para a maturação dos espermatozoides. FISIOLOGIA DO ESPERMATOZOIDE MADURA: A atividade do espermatozoide é muito aumentada em meio neutro ou ligeiramente alcalino, como o existente no sêmen ejaculado, mas e muito deprimida em meio ligeiramente ácido. A expectativa de vida do espermatozoide ejaculado, no trato genital feminino, é somente de 1 a 2 dias. FUNÇÃO DAS VESÍCULOS SEMINIAS: Cada vesícula seminal é um tubo tortuoso, revestido de epitélio secretor que secreta material mucoso contendo frutose, ácido cítrico, bem como prostaglandinas e fibrinogênio. A prostaglandinas auxiliam: 1- Reagindo com o muco cervical feminino, tornando-o mais receptivo ao movimento do espermatozoide; 2- Possivelmente induzindo contrações peristálticas reversas para trás, no útero nas trompas de falópio, movendo os espermatozoides ejaculados em direção aos ovários. FUNÇÃO DA PRÓSTATA: A próstata secreta liquido fino, que contém cálcio, íon citrato, íon fosfato, uma enzima de coagulação e uma pró-fibrinolisina. Levemente alcalino, para facilitar a fertilização do ovulo, uma vez que o liquido do canal deferente é relativamente ácido. Nara Ramos Dourado Medicina 2º/2022.1 As secreções vaginais também são acidas (pH de 3,5 a 4,0) e o espermatozoide só adquire mobilidade em pH próximos de 6,0 a 6,5. SÊMEN: Composto do líquido e espermatozoide do canal deferente (10%), liquido das vesículas seminais (60%), liquido prostático (30%) e pequenas quantidades de líquido das glândulas mucosas, em especial das glândulas bulbouretrais. O último liquido ejaculado é o da vesícula seminal e serve para arrastar os espermatozoides ao longo do ducto ejaculatório e da uretra. Uma enzina coaguladora do líquido prostático também faz com que o fibrinogênio do liquido da vesícula seminal forme um coagulo fraco de fibrina, que mantem o sêmen nas regiões profundas da vagina, onde se situa o colo uterino. O coagulo então é dissolvido nos próximos 15 a 30 min, devido a sua ruptura pela fibrinolisina formada da pró-fibrinolisina prostática. Nos primeiros minutos o esperma fica imóvel e a medida que o coagulo vai se dissolvendo, ele fica muito móvel. Quando ejaculados no sêmen, a expectativa de vida do espermatozoide é de 24 a 48 h, à temperatura corporal. A “CAPACITAÇÃO” DOS ESPERMATOZOIDES É NECESSÁRIA PARA A FERTILIZAÇÃO DO ÓVULO: Quando lançados inicialmente no sêmen, os espermatozoides são incapazes de fertilizar o óvulo. No entanto, ao entrar em contato com os líquidos do trato genital feminino, ocorrem múltiplas mudanças que ativam o espermatozoide para os processos finais de fertilização. Essas alterações são chamadas de capacitação do espermatozoide, normalmente, requer de 1 a 10 horas. SECREÇÃO DE TESTOSTERONA PELAS CÉLULAS INTERTICIAIS DE LEYDIG NOS TESTÍCULOS: Os testículos secretam androgênios, incluindo testosterona, dihidrotestosterona e androstendiona. A testosterona é mais abundante, embora a maioria da testosterona seja, por fim, convertida, nos tecido- alvo, no hormônio mais ativo, a di-hidrotestosterona. A testosterona é formada células intersticiais de Leydig, situadas no interstício entre os túbulos seminíferos, mas apenas quando estimuladas pelo LH O FSH liga aos receptores específicos nas células de sertoli nos túbulos seminíferos e estimulam o inicio da espermatogênese. As células de Leydig são praticamente inexistentes nos testículos durante a infância, mas elas são numerosas nos recém-nascido masculino nos primeiros meses de vida e no homem adulto após a puberdade. Nara Ramos Dourado Medicina 2º/2022.1 Função da testosterona: • Responsável pelas características que diferenciam o corpo masculino. • Na vida fetal, são estimulados pela Gonadotrofina Coriônica Humana (hCG), proveniente da placenta, a produzir quantidades moderadas de testosterona por todo o período de desenvolvimento fetal e por 10 semanas ou mais,após o nascimento. • Praticamente não é produzida testosterona na infância, ate cerca de 10 a 13 anos. • Durante a puberdade, a testosterona aumenta rapidamente sob o estimulo dos hormônios gonadotrópicos da hipófise anterior, permanecendo assim pela maior parte do resto da vida, diminuindo rapidamente após os 50 anos e caindo para 20% a 50% dos valores máximos aos 80 anos. FUNÇÃO DA TESTOSTERONA DURANTE A DESENVOLVIMENTO FETAL: A testosterona começa a ser elaborada pelos testículos fetais masculinos por volta da 7ª semana de vida embrionária. A principal diferença funcional entre os cromossomos X e Y é que o cromossomo masculino tem o gene da região determinante do sexo no Y (SRY) que codifica uma proteína chamada fator de determinação testicular ( SRY). A testosterona é secretada incialmente pelas cristas genitais e, posteriormente, pelos testículos fetais, que é responsável pela formação do pênis e do saco escrotal, em vez do clitóris e da vagina. Além disso, a testosterona induz a formação da próstata, das vesículas seminais e dos ductos genitais masculinos, enquanto, ao mesmo tempo, suprime a formação dos órgãos genitais femininos. Ademias, a testosterona estimula a descida dos testículos para o saco escrotal. Geralmente, eles descem nos últimos 2 a 3 meses de gestação. Após a puberdade, quantidades crescentes de secreção de testosterona fazem com que o pênis, o saco escrotal e os testículos aumentem de tamanho, em aproximadamente oito vezes antes dos 20 anos de idade. A testosterona induz o crescimento de pelos no púbis, para cima ao longo da linha alba do abdome, o na face, tórax. A testosterona reduz o crescimento de cabelos no topo da cabeça; homem com testículos não funcionais não fica calvo. Importante lembrar que a calvície é resultado de fatores genéticos e grandes quantidades de hormônios androgênicos. Ela também produz hipertrofia da mucosa laríngea e alargamento da laringe. Nara Ramos Dourado Medicina 2º/2022.1 VASCULARIZAÇÃO A veia direita desemboca na calibrosa veia cava em um ângulo de 45º, a veia testicular esquerda drena para a veia renal esquerda, de menor calibre e com uma angulação de 90º, o que dificulta o escoamento do sangue. As artérias testiculares originam-se da parte abdominal da aorta, imediatamente abaixo das artérias renais. No abdome, também supre a gordura perirrenal, ureter e linfonodos ilíacos. No canal inguinal, supre o músculo cremaster. Atravessam os canais inguinais e entram nos funículos espermáticos para irrigar os testículos. O testículo também recebe sangue do ramo cremastérico e da artéria do ducto deferente . A drenagem é feita por veias que emergem do testículo e do epidídimo. Essas veias formam o plexo venoso pampiniforme (formato de raiz de planta). O plexo pampiniforme faz parte do sistema termorregulador do testículo (Juntamente com os músculos cremaster e dartos). O sistema termorregulador funciona como uma serpentina, para controlar a temperatura dos testículos, resfriando o sangue que chega e esquenta o sangue que sai. As veias de cada plexo pampiniforme convergem superiormente. . CRIPTORQUIDIA Ausência do testículo no seu lugar habitual, a bolsa escrotal. Na maioria dos casos, o testículo desce nos três primeiros meses de vida, mas aqueles que não atingiram a bolsa escrotal até um ano de vida dificilmente o farão naturalmente, sendo necessário tomar alguma medida para que isso ocorra. O tratamento consiste em levar o testículo para o seu local correto, o que deve ser feito prioritariamente entre os 6 e 18 meses de vida. Esta realocação geralmente é feita cirurgicamente. DESCREVER COMO OCORRE A ESPERMATOGÊNESE Nara Ramos Dourado Medicina 2º/2022.1 • A espermatogênese ocorre nos túbulos seminíferos, durante a vida sexual ativa, devido ao estímulo dos hormônios gonadotrópicos da hipófise anterior, iniciado por volta dos 13 anos. • No 1º estágio as espermatogônias migram entre as células de sertoli em direção ao lúmen central dos túbulos seminíferos. MEIOSE: ao passo que a espermatogônia cruza a barreira ate a camada das células de sertoli, elas são modificadas e alargadas para formar os espermatócitos primários. Cada espermatócito primário passa por uma divisão MEIOTICA e formam dois espermatócito secundário. Em poucos dias os espermatócitos secundários se dividem e formam ESPERMÁTIDES, que são modificadas, transformando- se em ESPERMATOZOIDES. Todo o período de espermatogênese, da espermatogônia ao espermatozoide, dura, aproximadamente, 74 dias. CROMOSSOMOS SEXUAIS: Em cada espermatogônia um dos 23 pares carrega a informação genética que determina o sexo do possível concepto. Esse par é composto por um cromossomo X e um cromossomo Y. Durante a divisão MEIOTICA, o cromossomo X vai para uma espermátide e o cromossomo Y vai para outra espermátide. Nara Ramos Dourado Medicina 2º/2022.1 EXPLICAR A DETERMINAÇÃO SEXUAL E A DIFERENCIAÇÃO DAS GÔNADAS Os cromossomos sexuais que uma pessoa herda determinam o seu sexo genético. As mulheres genéticas são XX e os homens genéticos são XY. O cromossomo Y é essencial para o desenvolvimento dos órgãos reprodutivos masculinos. As estruturas reprodutivas não começam se fiderenciar até a sétima semana de desenvolvimento. Antes da diferenciação os tecidos embrionários são considerados BIPOTENCIAIS. A gônada bipotencial possui um COTÉX E MEDULA. A genitália interna bipotencial tem dois ductos: DUCTOS DE WOLFF (ductos mesonéfricos), derivados do rim embrionário e os DUCTOS DE MULLER (ductos paramesonéfricos). A genitália externa bipotencial é composta por tubérculo genital, pregas uretrais, sulco uretral e eminências labioscrotais. A diferenciação sexual depende da presença ou ausência do gene SRY. Na presença desse gene, a gônada bipotencial se desenvolverá, originando os testículos. Na ausência e sob controle de múltiplos genes específicos da mulher, as gônadas se desenvolverão em ovários. O desenvolvimento testicular NÃO requer hormônios sexuais masculinos, como a testosterona. Nara Ramos Dourado Medicina 2º/2022.1 Uma vez que os testículos se diferenciam, eles começam a secretar três hormônios que influenciam o desenvolvimento da genitália masculina, externa e interna. As células de Sertoli testiculares secretam a glicoproteína hormônio anti-mülleriano. As células intersticiais(Leydig) testiculares secretam androgênios: testosterona e seu derivado, di-hidrotestosterona (DHT). A testosteronae a DHT são os hormônios esteroides dominantes em homens. Nara Ramos Dourado Medicina 2º/2022.1 Nara Ramos Dourado Medicina 2º/2022.1 Nara Ramos Dourado Medicina 2º/2022.1 Referências: HALL, John Edward; GUYTON, Arthur C. Guyton & Hall. Tratado de Fisiologia Médica. 13. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017 SILVERTHORN, Dee U. Fisiologia Humana. Disponível em: Minha Biblioteca, (7ª edição). SOCIEDADE BRASILEIRA DE UROLOGIA, Criptorquidia, São Paulo. Disponível em: https://sbu- sp.org.br MARIEB, Elaine N.; Wilhelm, Patricia Brady; Mallatt, Jon. Anatomia humana. 7. ed. SÃO PAULO: Pearson Education, 2014 Aula de Humberto, anotações de Felipe Barcelos https://sbu-sp.org.br/ https://sbu-sp.org.br/
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