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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Professor Me. José Manoel da Costa GRADUAÇÃO Unicesumar C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; COSTA, José Manoel da. Análise das Demonstrações Contábeis. José Manoel da Costa. Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017. Reimpresso em 2021. 216 p. “Graduação - EaD”. 1. Análise. 2. Demonstrações Contábeis. 3. EaD. I. Título. ISBN 978-85-459-0878-4 CDD - 22 ed. 657 CIP - NBR 12899 - AACR/2 Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828 Impresso por: Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi NEAD - Núcleo de Educação a Distância Diretoria Executiva Chrystiano Minco� James Prestes Tiago Stachon Diretoria de Design Educacional Débora Leite Diretoria de Graduação e Pós-graduação Kátia Coelho Diretoria de Permanência Leonardo Spaine Head de Produção de Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza Filho Gerência de Produção de Conteúdo Diogo Ribeiro Garcia Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila Toledo Supervisão Operacional de Ensino Luiz Arthur Sanglard Coordenador de Conteúdo Juliana Moraes da Silva Designer Educacional Kaio Vinicius Cardoso Gomes Projeto Gráfico Jaime de Marchi Junior José Jhonny Coelho Arte Capa Arthur Cantareli Silva Ilustração Capa Bruno Pardinho Editoração Kleber Ribeiro da Silva Qualidade Textual Silvia Caroline Gonçalves Cintia Prezoto Ferreira Ilustração Marta Sayuri Kakitani Marcelo Yukio Goto Em um mundo global e dinâmico, nós trabalhamos com princípios éticos e profissionalismo, não so- mente para oferecer uma educação de qualidade, mas, acima de tudo, para gerar uma conversão in- tegral das pessoas ao conhecimento. Baseamo-nos em 4 pilares: intelectual, profissional, emocional e espiritual. Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos de graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de 100 mil estudantes espalhados em todo o Brasil: nos quatro campi presenciais (Maringá, Curitiba, Ponta Grossa e Londrina) e em mais de 300 polos EAD no país, com dezenas de cursos de graduação e pós-graduação. Produzimos e revisamos 500 livros e distribuímos mais de 500 mil exemplares por ano. Somos reconhecidos pelo MEC como uma instituição de excelência, com IGC 4 em 7 anos consecutivos. Estamos entre os 10 maiores grupos educacionais do Brasil. A rapidez do mundo moderno exige dos educa- dores soluções inteligentes para as necessidades de todos. Para continuar relevante, a instituição de educação precisa ter pelo menos três virtudes: inovação, coragem e compromisso com a quali- dade. Por isso, desenvolvemos, para os cursos de Engenharia, metodologias ativas, as quais visam reunir o melhor do ensino presencial e a distância. Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária. Vamos juntos! Pró-Reitor de Ensino de EAD Diretoria de Graduação e Pós-graduação Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está iniciando um processo de transformação, pois quando investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou profissional, nos transformamos e, consequentemente, transformamos também a sociedade na qual estamos inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportu- nidades e/ou estabelecendo mudanças capazes de alcançar um nível de desenvolvimento compatível com os desafios que surgem no mundo contemporâneo. O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens se educam juntos, na transformação do mundo”. Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógica e encontram-se integrados à proposta pedagógica, con- tribuindo no processo educacional, complementando sua formação profissional, desenvolvendo competên- cias e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal objetivo “provocar uma aproximação entre você e o conteúdo”, desta forma possibilita o desenvolvimento da autonomia em busca dos conhecimentos necessá- rios para a sua formação pessoal e profissional. Portanto, nossa distância nesse processo de cresci- mento e construção do conhecimento deve ser apenas geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. Ou seja, acesse regularmente o Studeo, que é o seu Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe das dis- cussões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe de professores e tutores que se encontra disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranqui- lidade e segurança sua trajetória acadêmica. A U TO R Professor Me. José Manoel da Costa Mestrado em Metodologias para o Ensino de Linguagens e suas Tecnologias (UNOPAR, 2014/2016). Especialização em Contabilidade Geral e Auditoria (UEL, 1994/1995). Graduação em Ciências Contábeis (UEL, 1987/1993). Atua como coordenador dos Cursos Superior de Tecnologia em Gestão Financeira e em Marketing na UNICNEC CEAD a partir de abr-2018. Ex-coordenador dos cursos Bacharelado em Ciências Contábeis e Superior de Tecnologia em Gestão Financeira do Núcleo de Educação a Distância da UNICESUMAR - Maringá de dez-2014 a mar-2018.Ex-coordenador (graduação) do Curso Bacharelado em Ciências Contábeis, ex-coordenador (pós-graduação) dos cursos Especialização em Contabilidade, Perícia e Auditoria e MBA em Finanças Empresariais (UNOPAR, 2007-2014). Professor e autor de mais de 20 livros didáticos de diversas disciplinas nas áreas contábil e administrativa, tais como: Contabilidade Básica, Contabilidade Geral, Contabilidade Introdutória, Contabilidade Empresarial e Trabalhista, Contabilidade Industrial, Análise das Demonstrações Contábeis, Administração Financeira e Orçamentária, Ética e Legislação Profissional, etc. Atua na área contábil administrativa desde 1983 em empresas de diversos ramos de atividades econômicas: cooperativa agropecuária, indústria cervejeira e moveleira, usina de açúcar e álcool, concessionária de veículos, comércio, agropecuária etc. Tem experiência na área de Administração, com ênfase em Contabilidade e Finanças, atuando principalmente nos seguintes temas: indústria, ensino, tecnologia, comércio e prestação de serviços. Palestrante de Finanças Pessoais. http://lattes.cnpq.br/8720424420446751 SEJA BEM-VINDO(A)! Caro(a) aluno(a), este será o nosso material de estudo. Ele não é exclusivo aos alunos de contabilidade, mas é importante que você já tenha estudado os conceitos fundamen- tais de contabilidade, o processo contábil e as demonstrações financeiras ou contábeis. Além dos profissionais da contabilidade, todos os demais envolvidos na gestão, princi- palmente a gestão financeira, precisam saber interpretar e analisar as demonstrações para que a tomada de decisões seja feita de forma assertiva, contribuindo na gestão empresarial. Para rever os conteúdos já estudados sobre as demonstrações e facilitar o desenvolvi- mento deste estudo, vamos trazer, na Unidade I, os conceitos e fundamentos das de- monstrações obrigatórias e a estrutura para análise dos aspectos práticos das demons- trações Balanço Patrimonial e Demonstrações de Resultados, visto que a continuidade dos estudos tratará destas demonstrações como base para cálculos e contextualização prática. No Balanço Patrimonial, vamos encontrar informações para realizar, além das análisesvertical e horizontal, os estudos sobre a situação financeira e patrimonial da em- presa, e as informações das Demonstrações de Resultados serão utilizadas para analisar a situação econômica. Assim, todo o estudo sobre a saúde financeira, estrutura patrimo- nial e resultado econômico poderão ser estudados com demonstração prática dos cál- culos e interpretação dos índices tomando como base as demonstrações da Unidade I. Na Unidade II, vamos comentar sobre as principais técnicas de análise utilizadas, tendo em vista que há diversos indicadores de análise e técnicas. Entretanto, mais relevante é a utilidade da informação aos usuários internos e externos, já que cada um deles tem uma necessidade específica ao analisar as demonstrações: enquanto o acionista se preocupa mais com o retorno, as instituições financeiras, por sua vez, volta-se à condição da em- presa em pagar seus compromissos. Nesta unidade, vamos conceituar análise vertical e horizontal e utilizar as demonstrações da Unidade I para calcular tais análises, realizan- do, também, uma análise conjunta, misturando a vertical e horizontal. Um ponto importante na análise empresarial é a análise da própria gestão, isto é, aná- lise da empresa feita pelos seus gestores. O objetivo principal da análise da gestão dos recursos é verificar se o planejado está sendo realizado, pois tal prática serve para medir a eficiência e eficácia da gestão empresarial. Na Unidade III, faremos a análise da gestão dos recursos, calculando o giro dos recursos e os prazos médios de realização. O objetivo principal é calcularmos o ciclo operacional e financeiro, pois, dessa forma, podemos saber se o planejamento estratégico está sen- do operacionalizado como planejado. Ao chegarmos na Unidade IV, vamos ao ponto focal na análise empresarial: a análise pelos índices econômico-financeiros, mas sem desconsiderar os estudos das outras uni- dades, uma vez que cada uma tem a sua finalidade neste estudo. É nesta unidade que vamos radiografar detalhadamente a empresa para verificarmos se existe o equilíbrio ideal dos recursos em três aspectos primordiais: a situação financeira, APRESENTAÇÃO ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS a situação patrimonial e a situação econômica. Se houver deficiência em um destes pilares, o equilíbrio ideal da empresa estará comprometido. É possível encontrar- mos, por exemplo, empresas com a situação financeira favorável, mas com a patri- monial e econômica deficitárias. Desse modo, os índices servirão para mostrar os pontos a serem melhorados, a fim de que o equilíbrio se restabeleça; caso contrário, a continuidade dos negócios, em pouco tempo, ficará comprometida. Isso também pode acontecer em quaisquer outras situações deficitárias, como a situação econô- mica favorável e a financeira e patrimonial deficitárias. Vamos estudar, na Unidade V, além dos índices-padrão, a consolidação dos índices já calculados e analisados. É como se colocássemos à mesa diversos exames labo- ratoriais de um mesmo paciente para verificarmos a correlação entre eles e, então, identificarmos as necessidades de medicação ou intervenção cirúrgica para viabili- zar a ele uma saúde plena. Para isso, uma ferramenta muito importante é a fórmula Dupont de análise empresarial; ela não traz um índice novo, mas uma nova forma de analisar a empresa com os índices já calculados. Em sua utilização original, ana- lisamos o ROA por enfoques diferentes, e na utilização ajustada é feita a análise do ROE para que todos os aspectos relacionados aos recursos econômicos, financeiros e patrimoniais sejam minuciosamente verificados. Nesta unidade, estudaremos, também, o termômetro de Kanitz, o qual é fruto de um estudo feito há mais de quatro décadas, mas que nos dá uma boa base para analisarmos estatisticamente a empresa por meio da análise discriminante, na qual é feita a ponderação de uma cesta de índices para encontrarmos um índice novo, um índice geral da empresa. Para finalizarmos a Unidade V, estudaremos a análise financeira dinâmica, que nos dará informações importantes sobre a empresa por meio do Capital Circulante Lí- quido, Investimento Operacional em Giro e Saldo de Tesouraria. Assim, você terá conteúdos que o levará ao aprendizado completo sobre a análise das demonstra- ções financeiras ou contábeis, iniciando com a estrutura das principais demonstra- ções, passando pela análise vertical e horizontal, análise das situações financeira, patrimonial e econômica e finalizando com os cálculos de índices-padrão e análise financeira dinâmica. Vamos aos estudos? Sucesso sempre! APRESENTAÇÃO SUMÁRIO 09 UNIDADE I DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS OU FINANCEIRAS: ESTRUTURA E ADEQUAÇÕES 15 Introdução 16 Balanço Patrimonial 25 Demonstrações de Resultados 30 Outras Demonstrações 40 Adequações para Análise 44 Considerações Finais 51 Referências 52 Gabarito UNIDADE II VISÃO GERAL DA ANÁLISE EMPRESARIAL 55 Introdução 56 O Que é a Análise das Demonstrações? 60 Análise Vertical 67 Análise Horizontal 77 Visão Conjunta: Av-Ah 82 Considerações Finais 87 Referências 88 Gabarito SUMÁRIO 10 UNIDADE III GESTÃO DOS RECURSOS: CICLO OPERACIONAL E FINANCEIRO 91 Introdução 92 Giro dos Recursos 98 Prazos Médios 107 Ciclo Completo de Atividades 117 Considerações Finais 123 Referências 124 Gabarito UNIDADE IV ÍNDICES ECONÔMICO-FINANCEIROS: O EQUILÍBRIO IDEAL 127 Introdução 128 Situação Financeira 137 Situação Patrimonial 149 Situação Econômica 164 Considerações Finais 170 Referências 171 Gabarito SUMÁRIO 11 UNIDADE V TÓPICOS ESPECIAIS DA ANÁLISE EMPRESARIAL 175 Introdução 176 Índices-Padrão 185 Relatório da Análise 191 Fórmula Dupont 196 Análise Financeira Dinâmica 207 Considerações Finais 213 Referências 214 Gabarito 215 CONCLUSÃO U N ID A D E I Professor Me. José Manoel da Costa DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS OU FINANCEIRAS: ESTRUTURA E ADEQUAÇÕES Objetivos de Aprendizagem ■ Apresentar a estrutura do BP para entender os grupos de contas. ■ Entender o resultado da empresa por meio do conhecimento da estrutura da DRP e da DRA. ■ Considerar as demais demonstrações contábeis na análise empresarial. ■ Conhecer as principais necessidades de adequações das demonstrações para fins de análise. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ Balanço Patrimonial ■ Demonstrações de Resultados ■ Outras Demonstrações ■ Adequações para Análise INTRODUÇÃO Caro(a) aluno(a), vamos começar os estudos sobre a análise das demonstrações financeiras ou contábeis por meio desta unidade, a qual é dedicada a rever alguns conceitos e dar um enfoque prático sobre as principais demonstrações que ser- vem de base para a análise. Na contabilidade, utilizamos os fatos contábeis como matéria-prima, os quais são processados de acordo as normas contábeis para chegarmos ao produto final da contabilidade: as demonstrações ou relatórios contábeis, que visam evidenciar a situação financeira, patrimonial e econômica de uma organização empresarial. No meio empresarial, o produto final de uma indústria, muitas vezes, é a matéria-prima de outra. Na contabilidade, as demonstrações - produto final do processo contábil - são matérias-primas (dados) para a análise empresarial. As demonstrações financeiras ou contábeis são utilizadas por diversos usuários, cada um com o seu objetivo, devendo proporcionar informações relevantes e fide- dignas sobre a situação patrimonial - ativos, passivos e patrimônio líquido - e sobre a situação econômica - receitas, custos, despesas e o resultado do período. Todos os gestores precisam entender as demonstrações financeiras ou contá- beis para utilizá-las da forma correta nas tomadas de decisões. A contabilidade, as demonstrações e a análise das demonstrações não são temas restritos aos estu- dantes e profissionais da contabilidade, mas são indicados a todos os gestores,principalmente os da área financeira, que devem compreender as demonstrações para fazerem a interpretação e análise correta da situação financeira, patrimo- nial e econômica. Abordaremos, nesta primeira unidade, aspectos conceituais e práticos sobre as principais demonstrações utilizadas para análise. Iremos aprender, também, a ajustar valores nas demonstrações, preparando-as para a análise de acordo com a necessidade de cada usuário. Os valores das demonstrações que utiliza- remos têm como base uma empresa real, no entanto, fizemos alguns ajustes para melhorar o aspecto didático. Vamos em frente? Bom estudo! Introdução Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 15 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS OU FINANCEIRAS: ESTRUTURA E ADEQUAÇÕES Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E16 BALANÇO PATRIMONIAL O Balanço Patrimonial é uma demonstração financeira obrigatória, segundo a Lei 6.404/76 (BRASIL, 1976), com alterações posteriores, que corresponde a um dos relatórios mais importantes no processo decisório, podendo ser comparado, de forma figurativa, à “fotografia” de uma empresa em uma determinada data. O Balanço Patrimonial reflete a posição da estrutura patrimonial em deter- minada data. É um relatório que informa a situação dos elementos patrimoniais do ativo, passivo e patrimônio líquido. Podemos defini-lo como a representação estática do patrimônio de uma entidade. O fato de o Balanço Patrimonial evidenciar o valor do patrimônio em uma determinada data implica que, no momento seguinte, um fato relevante sub- sequente poderá alterar este balanço, positiva ou negativamente, por isso a necessidade de elaborar demonstrações mensalmente. Ao avaliar se um item se enquadra na definição de ativo, passivo ou patrimô- nio líquido, deve-se atentar para a sua essência subjacente e realidade econômica e não apenas para sua forma legal. Assim, por exemplo, no caso do arrendamento mercantil financeiro, a essência subjacente e a realidade econômica são a de que o arrendatário adquire os benefícios econômicos do uso do ativo arrendado pela Balanço Patrimonial Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 17 maior parte da sua vida útil, em contraprestação de aceitar a obrigação de pagar por esse direito um valor próximo do valor justo do ativo e o respectivo encargo financeiro. Dessa forma, o arrendamento mercantil financeiro dá origem a itens que satisfazem a definição de ativo e de passivo e, portanto, devem ser reconhe- cidos como tais no balanço patrimonial do arrendatário. ATIVO De forma simples, podemos afirmar que os bens e direitos compõem os ativos de uma empresa, sendo assim, dinheiro em caixa, saldo em bancos, mercadorias em estoques, contas a receber, veículos, móveis, imóveis, máquinas e outros bens e direitos formam os ativos, mas, conceitualmente, na NBC TG - ESTRUTURA CONCEITUAL, aprovada pela Resolução CFC nº 1.374/11, vemos que “ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se espera que resultem futuros benefícios econômicos para a entidade” (CFC, 2011). Uma característica do ativo é o fato de ser resultado de eventos passados. DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS OU FINANCEIRAS: ESTRUTURA E ADEQUAÇÕES Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E18 Normalmente, uma entidade obtém ativos por meio de sua compra ou produ- ção, mas um bem móvel ou imóvel recebido em doação, seja de pessoas físicas ou jurídicas ou de ente governamental também é exemplo de eventos passados. A principal característica que se pode visualizar em um ativo é o benefício futuro que pode advir desse bem ou direito. Quando dizemos que para ser con- siderado um ativo devemos ter expectativa de futuros benefícios econômicos, estamos nos referindo ao potencial que um determinado elemento patrimonial tem em contribuir, direta ou indiretamente, na geração de caixa para a entidade, esse potencial pode ser produtivo ou na capacidade de reduzir saídas de caixa ou reduzir os custos de produção. O lado esquerdo do balanço patrimonial mostra a aplicação dos recursos à disposição da gestão, no qual é possível ver o que foi feito com o dinheiro ou onde os recursos da empresa estão. Quadro 1 - Balanço Patrimonial - Lado esquerdo ATIVO x3 x2 x1 Ativo Circulante 2.963.415 3.319.459 3.365.369 Caixa e Equivalentes 202.452 590.400 391.763 Títulos e Valores Mobiliários 566.954 497.623 450.979 Clientes 419.616 430.549 616.585 Estoques 1.336.954 1.343.741 1.465.553 Partes relacionadas 51.078 88.140 93.895 Tributos a Recuperar 291.719 333.475 295.205 Outros ativos Circulantes 94.642 35.531 51.389 Ativo Não Circulante 2.208.610 2.238.114 1.892.003 Realizável a Longo Prazo 745.925 755.647 516.168 Investimentos 439.669 440.930 364.397 Imobilizado 558.193 577.811 565.358 Intangível 464.823 463.726 446.080 TOTAL DO ATIVO 5.172.025 5.557.573 5.257.372 Fonte: o autor. Balanço Patrimonial Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 19 Circulante Representa todos os bens e direitos considerados como ativo da empresa e que possam ser transformados em dinheiro no chamado curto prazo, ou seja, até doze meses após a data do balanço. Esse grupo também é conhecido como “Capital de Giro” da entidade e, como o próprio nome expressa, contribuirá para o giro, a realização das atividades necessárias da entidade. O Ativo Circulante pode ser classificado em quatro subgrupos: ■ Disponibilidades: ■ Recursos (dinheiro) em caixa. ■ Recursos em contas correntes bancárias. ■ Recursos em aplicações de resgate imediato. ■ Outros equivalentes. ■ Créditos: ■ Valores a receber de clientes. ■ Valores pagos antecipadamente a fornecedores. ■ Valores adiantados aos empregados. ■ Valores de impostos a compensar. ■ Outros equivalentes. ■ Estoques: ■ Produtos produzidos pela empresa. ■ Produtos em produção. ■ Materiais a utilizar na produção ou consumo. ■ Mercadorias para revenda. Pensando que o ativo é formado por bens e direitos, como você classificaria os recursos em contas correntes bancárias? São bens ou direitos? Por quê? DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS OU FINANCEIRAS: ESTRUTURA E ADEQUAÇÕES Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E20 ■ Outros: ■ Pagamentos antecipados diversos. ■ Juros a apropriar em períodos seguintes. Mais à frente, vamos classificar os valores do Ativo Circulante em Financeiro e Operacional. Não Circulante Representa todos os Bens e Direitos considerados como Ativo da empresa e que possam ser transformados em dinheiro no chamado longo prazo, ou seja, após doze meses da data do balanço, os valores que constam como Ativo Não Circulante, subgrupo Realizável a Longo Prazo no Balanço Patrimonial levan- tado em 31/12/2017, tem a expectativa de realização, conversão em dinheiro, a partir de 01/01/2019. Além dos valores recebíveis a longo prazo, no Ativo Não Circulante são classificados os recursos não recebíveis, os recursos aplicados para manutenção da atividade da entidade, os investimentos permanentes em outras empresas, os bens que serão utilizados na produção ou na manutenção das ati- vidades empresariais e os ativos intangíveis. Assim sendo, a classificação do Ativo Não Circulante é feita da seguinte forma: ■ Realizável a Longo Prazo. ■ Investimentos. ■ Imobilizado. ■ Intangível. Balanço Patrimonial Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 21 PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO Tanto o Passivo quanto o PatrimônioLíquido representam origens de recursos para a atividade empresarial: enquanto o patrimônio líquido representa os recursos de propriedade dos sócios ou acionistas investidos na empresa, o passivo representa os recursos de terceiros que são por ela utilizados. Os valores dos bens que estarão no subgrupo Imobilizado estão líquidos, o custo de aquisição menos a depreciação acumulada até a data de elabora- ção das demonstrações. O controle e a depreciação dos bens deverão ser feitos por cada item do ativo Imobilizado com custo significativo, não sendo recomendável agrupar itens que necessitem de controle específico. Para calcular a depreciação, é necessário ter duas informações: valor depre- ciável e vida útil do bem. O primeiro é obtido a partir do valor do bem, de- duzindo se seu valor residual e a vida útil podem ser estimadas em função da recomendação técnica do fabricante, histórico de bem similar ou pela determinação da receita federal. Para fins de cálculo, a depreciação se inicia quando o bem estiver disponível para uso em condições plenas de funcio- namento e se encerra quando o bem for baixado ou transferido para o Ativo Circulante como mantido para venda. Fonte: o autor. DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS OU FINANCEIRAS: ESTRUTURA E ADEQUAÇÕES Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E22 Passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos passados, cuja liquidação se espera que resulte na saída de recursos da entidade capazes de gerar benefícios econômicos (CFC, 2011). Portanto, o passivo é composto por dívidas que devem ser pagas aos credores, independentemente do resultado do negócio. De outra forma, o Patrimônio Líquido – que também representa origem de recursos, mas não pode ser considerado uma dívida (ou passivo), pois depende do resultado do negócio e da saída de recursos para sua liquidação – aconte- cerá somente em caso de dissolução da sociedade. “Patrimônio Líquido é o interesse residual nos ativos da entidade depois de deduzidos todos os seus pas- sivos” (CFC, 2011). Quadro 2 - Balanço Patrimonial - Lado direito PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO x3 x2 x1 Passivo Circulante 2.924.425 2.859.611 2.820.630 Empréstimos e Financiamentos 980.727 568.220 591.051 Fornecedores 1.522.038 1.885.251 1.784.902 Obrigações Sociais e Trabalhistas 181.837 150.419 164.739 Obrigações Fiscais 31.642 29.497 44.008 Partes Relacionadas 94.109 110.186 143.082 Outras Contas a Pagar 114.072 116.038 92.848 Passivo Não Circulante 1.551.292 2.035.750 1.682.275 Fornecedores 519.234 550.910 315.866 Empréstimos e Financiamentos 773.305 1.254.830 1.120.184 Outras Obrigações 258.753 230.010 246.225 Patromônio Líquido 696.308 662.212 754.467 Capital Social 606.505 606.505 606.505 Reservas de Capital 17.914 14.567 10.103 Reservas de Lucro 76.400 52.342 159.316 Outros Resultados Abrangentes 1.386 -1.628 -1.262 (-) Ações em Tesouraria -5.897 -9.574 -20.195 TOTAL DO PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO 5.172.025 5.557.573 5.257.372 Fonte: o autor. Balanço Patrimonial Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 23 Passivo Circulante No Passivo Circulante são classificadas as dívidas a pagar a curto prazo, isso quer dizer: vencíveis ou exigíveis no período de até 12 meses da data de elabo- ração das demonstrações. Exemplificando: os valores que constarem no Passivo Circulante no Balanço Patrimonial elaborado em 31/12/2017 são dívidas com vencimento até 31/12/2018. O Passivo Circulante pode ser classificado em quatro subgrupos: ■ Obrigações por Financiamento: ■ Recursos obtidos junto às instituições financeiras. ■ Obrigações por Funcionamento: ■ Valor das compras de materiais e mercadorias para pagamento a prazo. ■ Consumo de água, luz e outros a serem pagos no período seguinte. ■ Aluguel de espaço utilizado no período que será pago no mês seguinte. ■ Outros equivalentes. ■ Obrigações Trabalhistas e Sociais: ■ Salários a pagar. ■ Encargos (INSS e FGTS) a pagar. ■ Outras obrigações trabalhistas e sociais. ■ Obrigações Fiscais: ■ Impostos a recolher. ■ Imposto de renda a pagar. ■ Contribuições a pagar. ■ Outras obrigações fiscais. ■ Provisões: ■ Provisão para o 13º salário. ■ Provisão para as férias. Mais à frente, vamos classificar os valores do Passivo Circulante em Financeiro e Operacional. DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS OU FINANCEIRAS: ESTRUTURA E ADEQUAÇÕES Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E24 Passivo não Circulante Neste grupo de contas são registradas as dívidas com vencimento após o perí- odo de 12 meses, posteriormente à elaboração das demonstrações. Portanto, os valores que constarem como Passivo Não Circulante no Balanço Patrimonial de 31/12/2017 são dívidas com vencimento a partir de 01/01/2019. Os subgrupos que formam o Passivo Não Circulante são os mesmos que compõem o Passivo Circulante; a diferença está no vencimento da dívida. Se a empresa comprar mercadorias a prazo, com vencimento até 365 dias após a elaboração das demonstrações, deverá constar como Fornecedores no Passivo Circulante. No entanto, se a mesma mercadoria for comprada com um prazo de 367 dias ou mais, deverá constar como Fornecedores no Passivo Não Circulante. O valor mais representativo do Passivo Não Circulante, normalmente, refe- re-se a Empréstimos e Financiamentos, pois não é comum compras com mais de 12 meses para pagar. A cada período, uma parte da dívida a longo prazo deve ser reclassificada para o Passivo Circulante, por passar a ser de curto prazo. Por isso, os pagamen- tos são feitos no circulante, salvo se houver uma liquidação antecipada. Patrimônio Líquido O Patrimônio Líquido representa os recursos próprios da empresa, ou seja, aqueles valores remanescentes de suas atividades que pertencem aos seus sócios. Exatamente pelo pertenci- mento desses valores aos proprietários das entidades, tal patrimônio também é conhecido como Capital Próprio ou Obrigações não Exigíveis. É como se uma empresa (pessoa jurídica) tivesse uma dívida com os seus sócios (pessoas físicas), mas, uma vez que essa empresa pertence a seus sócios, não podemos considerar dívidas, pois estes não poderão Demonstrações de Resultados Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 25 exigir os recursos de volta, haja vista que tal prática representaria a dissolução da sociedade (não existe sociedade sem sócios, nem empresa sem dono). As contas pertencentes ao Patrimônio Líquido estão distribuídas nos seguin- tes grupos: ■ Capital social. ■ Reservas de capital. ■ Reservas de lucros. ■ Ações em tesouraria. ■ Prejuízos acumulados. DEMONSTRAÇÕES DE RESULTADOS O resultado de uma empresa deve ser demonstrado de acordo com as nor- mas brasileiras de contabilidade. O resultado da atividade empresarial deve ser demonstrado na Demonstração do Resultado do Período, mas, em algumas empresas, existem Outros Resultados Abrangentes; neste caso, é necessário publi- car, também, a Demonstração do Resultado Abrangente. DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS OU FINANCEIRAS: ESTRUTURA E ADEQUAÇÕES Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E26 A maioria das pequenas e médias empresas não têm outros resultados abran- gentes; neste caso, o resultado apurado na Demonstração do Resultado do Período será igual ao resultado apurado na Demonstração do Resultado Abrangente. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO PERÍODO A Demonstração do Resultado do Período, como o próprio nome já evidencia, tem a função primordial de apresentar a situação econômica de uma institui- ção, seja Lucro ou Prejuízo. Trata-se de um relatório contábil apurado de forma vertical, por meio do qual são deduzidas,das vendas brutas da empresa, todas as estimativas pertinentes (custos e despesas) para apurar o resultado líquido. Quadro 3 - Demonstração do Resultado do Período APURAÇÃO DO RESULTADO DO PERÍODO x3 x2 x1 RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS 9.204.103 8.872.845 9.692.286 (-) Custos das Vendas -6.379.561 -6.369.372 -7.066.328 (=) LUCRO BRUTO 2.824.542 2.503.473 2.625.958 (-) DESPESAS / RECEITAS OPERACIONAIS -2.457.883 -2.194.264 -2.165.359 Despesas com Vendas -1.523.575 -1.711.504 -1.737.443 Despesas Gerais e Administrativas -945.896 -431.100 -417.997 Depreciação e Amortização -72.372 -155.795 -136.443 Resultado de Equivalência Patrimonial 61.708 88.948 102.010 Outras Despesas/Receitas Operacionais 22.252 15.187 24.514 (=) RESULT. OPERAC. ANTES RES. FINANCEIRO 366.659 309.209 460.599 (+) Receitas Financeiras 111.495 145.359 124.982 (-) Despesas Financeiras -349.024 -435.264 -296.548 (=) RESULTADO OPERAC. ANTES IRPJ/CSLL 129.130 19.304 289.033 (-) Imposto de Renda sobre Lucro -13.451 -7.331 -52.730 (-) Contribuição Social sobre Lucro Líquido -8.070 -4.214 -24.766 (=) RESULT. LÍQ. DAS OPER. CONTINUADAS 107.609 7.759 211.537 (=/-) Result. Líq. das Operações Descontinuadas (=/-) Resultado Líq. Mensuração ao Valor Justo (=) RESULTADO LÍQUIDO DO PERÍODO 107.609 7.759 211.537 Fonte: o autor. Demonstrações de Resultados Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 27 A gestão empresarial utiliza o resultado, seja bruto, operacional ou líquido, como forma de avaliar o desempenho dos gestores. O resultado líquido tam- bém servirá de base para o cálculo do retorno dos ativos totais e o retorno do investimento dos sócios. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO ABRANGENTE A NBC TG 26 (R4) – Apresentação das Demonstrações Contábeis, que define sobre as características das demonstrações contábeis – deixa claro sobre as ter- minologias corretas para demonstrar a situação econômica de uma entidade. Vamos ver algumas delas (CFC, 2016a): Resultado abrangente é a mutação que ocorre no patrimônio líquido durante um período que resulta de transações e outros eventos que não derivados de transações com os sócios na sua qualidade de proprietários. Resultado abrangente compreende todos os componentes da “demonstração do resultado” e da “demonstração dos outros resultados abrangentes”. Resultado do período é o total das receitas deduzido das des- pesas, exceto os itens reconhecidos como outros resultados abrangentes no patrimônio líquido. Outros resultados abrangentes compreendem itens de receita e despesa (incluindo ajustes de reclassificação) que não são reco- nhecidos na demonstração do resultado como requerido ou permitido pelas normas, interpretações e comunicados técni- cos emitidos pelo CFC. Os componentes dos outros resultados abrangentes incluem: a. variações na reserva de reavaliação quando permitidas legalmente (ver a NBC TG 27 – Ativo Imobilizado e a NBC TG 04 – Ativo Intangível); b. ganhos e perdas atuariais em planos de pensão com benefício definido reconhecidos conforme item 93A da NBC TG 33 – Benefícios a Empregados; DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS OU FINANCEIRAS: ESTRUTURA E ADEQUAÇÕES Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E28 c. ganhos e perdas derivados de conversão de demons- trações contábeis de operações no exterior (ver a NBC TG 02 – Efeitos das Mudanças nas Taxas de Câmbio e Conversão de Demonstrações Contábeis); d. ganhos e perdas na remensuração de ativos financeiros disponíveis para venda (ver a NBC TG 38 – Instrumen- tos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração); e. efetiva parcela de ganhos ou perdas de instrumen- tos de hedge em hedge de fluxo de caixa (ver também a NBC TG 38). Deste modo, podemos dizer que: [...] a demonstração do resultado e outros resultados abrangentes (de- monstração do resultado abrangente) devem apresentar, além das se- ções da demonstração do resultado e de outros resultados abrangentes: a. o total do resultado (do período); b. total de outros resultados abrangentes; c. resultado abrangente do período, sendo o total do resultado e de outros resultados abrangentes (CFC, 2016a). Como no item anterior, já temos a Demonstração do Resultado que deduziu os custos e despesas das receitas para apurar o resultado (lucro) líquido do período (R$107.609,00 em x3). Vamos agora, na Demonstração do Resultado Abrangente, partir desse lucro já apurado e adicionar detalhadamente os Outros Resultados Abrangentes (R$1.386,00 em x3), para chegarmos ao Resultado Abrangente do Período (R$108.995 em x3). Demonstrações de Resultados Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 29 Quadro 4 - Demonstração do Resultado Abrangente APURAÇÃO DO RESULTADO ABRANGENTE x3 x2 x1 RESULTADO LÍQUIDO DO PERÍODO 107.609 7.759 211.537 OUTROS RESULTADOS ABRANGENTES 1.386 -1.628 -1.262 Variações na reserva de reavaliação Ganhos e perdas atuariais em planos de pensão Ganhos e perdas derivados de conversão de demonstrações contábeis de opera- ções no exterior Ganhos e perdas na remensuração de ativos financeiros disponíveis para venda 1.386 -1.628 -1.262 Ativos Financeiros disponíveis para a venda provinientes de investimento de período anterior. -2.959 -2.103 -2.740 Efeitos Fiscais Ativos Financeiros disponíveis para a venda provenientes de investimento de período anterior. 1.331 841 1.096 Ativos Financeiros disponíveis para a venda provenientes de investimento do período. 5.480 -856 637 Efeitos Fiscais Ativos Financeiros disponíveis para a venda provenientes de investimento do período. -2.466 490 -255 Parcela efetiva de ganhos ou perdas advindos de instrumentos de hedge em operação de hedge de fluxo de caixa. (=) RESULT. ABRANGENTE DO PERÍODO 108.995 6.131 210.275 Fonte: o autor. DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS OU FINANCEIRAS: ESTRUTURA E ADEQUAÇÕES Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E30 OUTRAS DEMONSTRAÇÕES Todas as demonstrações são igualmente importantes para comunicar a situa- ção geral da empresa aos usuários das informações. Neste material de estudo, no entanto, a ênfase dada é maior ao Balanço Patrimonial e as Demonstrações de Resultado, pois são elas que embasam a análise econômica-financeira – objeto deste estudo – isto não quer dizer que o analista deva desprezar as outras demonstrações, muito ao contrário, para fazer um boa análise, o analista deve considerar todas as demonstrações, inclusive as Notas Explicativas e outras infor- mações subjetivas adicionais. Vamos, aqui, rever os conceitos de algumas outras demonstrações, sem, no entanto, explorar o aspecto prático das mesmas. Então temos: DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO - DMPL É a demonstração que vai comunicar aos usuários o que ocorreu com as con- tas que compõem o Patrimônio Líquido, para que o saldo do início do período Outras Demonstrações Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 31 mudasse para o saldo do final do período. Em outras palavras, quais foram as mudanças (mutações) que ocorreram durante o período que motivaram a alte- ração do saldo das contas. Como já vimos, as principais contas (ou subgrupos de contas) do Patrimônio Líquido são: ■ Capital social; ■ Reservas de capital; ■ Reservas de lucros; ■ Ações em tesouraria; ■ Prejuízos acumulados; Então, são as mutações dos saldos dessas contas que a DMPL deve mostrar. Somente para exemplificar, no Balanço Patrimonial que estamos utilizando, temos os seguintes saldos das contas do Patrimônio Líquido: Quadro 5 - Patrimônio Líquido Subgrupos x3 x2 x1 Capital Social 606.505 606.505 606.505 Reservas de Capital 17.914 14.567 10.103Reservas de Lucro 76.400 52.342 159.316 Outros Resultados Abrangentes 1.386 -1.628 -1.262 (-) Ações em Tesouraria -5.897 -9.574 -20.195 TOTAL DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO 696.308 662.212 754.467 Fonte: o autor. A DMPL, de acordo com o item 106 da NBC TG26(R4), deve conter as seguin- tes informações (CFC, 2016a): a. o resultado abrangente do período, apresentando separada- mente o montante total atribuível aos proprietários da entidade controladora e o montante correspondente à participação de não controladores; b. para cada componente do patrimônio líquido, os efeitos da aplicação retrospectiva ou da reapresentação retrospectiva, reconhecidos de acordo com a NBC TG 23;[...] DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS OU FINANCEIRAS: ESTRUTURA E ADEQUAÇÕES Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E32 d. para cada componente do patrimônio líquido, a conciliação do saldo no início e no final do período, demonstrando-se sepa- radamente as mutações decorrentes: i. do resultado líquido; ii. de cada item dos outros resultados abrangentes; iii. de transações com os proprietários realizadas na condição de pro- prietário, demonstrando separadamente suas integralizações e as distribuições realizadas, bem como modificações nas participações em controladas que não implicaram perda do controle. Segue um exemplo de DMPL: Quadro 6 - Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido Eventos/Contas Capital Social integralizado Reservas de Capital Reservas de Lucro Preju. Acum. Outros Resultados Abrangentes Ações em Tesouraria Total do Patrimônio Líquido Saldos em 01/01/x2 606.505 10.103 159.316 0 -1.262 -20.195 754.467 Aumento de Capital 0 Ações em Tesouraria Adquiridas 33.272 33.272 Ações em Tesouraria Vendidas -22.651 -22.651 Dividendo 0 Outros Resul- tados Abran- gentes -366 -366 Lucro Líquido do Período 107.609 107.609 Utilização das Reservas -214.583 -214.583 Constituição de Reservas 4.464 4.464 Outras Demonstrações Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 33 Saldos em 31/12/x2 606.505 14.567 52.342 0 -1.628 -9.574 662.212 Aumento de Capital 0 Ações em Tesouraria Adquiridas 18.690 18.690 Ações em Tesouraria Vendidas -15.013 -15.013 Dividendo 0 Outros Resul- tados Abran- gentes 3.014 3.014 Lucro Líquido do Período 7.759 7.759 Constituição de Reservas 3.347 16.229 19.646 Saldos em 31/12/x3 606.505 17.914 76.400 0 1.386 -5.897 696.308 Fonte: o autor. Considerando o nosso PL, na coluna do Capital Social Integralizado, temos o valor de 606.505 na linha “Saldos em 01/01/x2”, “Saldos em 31/12/x2” e na linha “Saldos em 31/12/x3”, pois não houve mutação nesta conta, mas na coluna da Reserva de Capital, na linha “Saldos em 01/01/x2”, temos 10.103, que alterou para 14.567 no final de x2 e para 17.914 no final de x3, essas mutações devem a aumentos ou reduções das reservas durante os períodos. DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA - DFC A Demonstração do Fluxo de Caixa tem o objetivo de evidenciar as saídas e entra- das de recursos no caixa da empresa e mostrar o resultado desse fluxo. A DFC deve ser elaborada classificando as atividades em três grandes áreas: DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS OU FINANCEIRAS: ESTRUTURA E ADEQUAÇÕES Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E34 I. Atividades Operacionais São as movimentações dos fluxos de caixa oriundas do resultado líquido apu- rado com base nas receitas, custos e despesas decorrentes da industrialização, comercialização ou prestação de serviços da empresa. II. Atividades de Investimento São as saídas de recursos dos gastos referentes a aumento no Ativo Não Circulante, seja nos recebíveis a longo prazo ou nos investimentos, imobilizado ou Intangível. Também mostra as entradas oriundas das vendas dos ativos não circulantes. III. Atividades de Financiamento São as entradas dos recursos oriundos de aumento nas contas de Empréstimos e Financiamentos a Curto e Longo Prazo, as outras contas do Passivo Não Circulante e todas as entradas oriundas de aumento do Patrimônio Líquido. Também mos- tra as saídas que correspondem à amortização das dívidas pagas a terceiros e os dividendos e distribuição de lucros aos sócios ou acionistas. O item 111 da NBC TG26(R4) diz que: [...] a informação sobre fluxos de caixa proporciona aos usuários das demonstrações contábeis uma base para avaliar a capacidade da enti- dade para gerar caixa e seus equivalentes e as necessidades da entidade para utilizar esses fluxos de caixa (CFC, 2016a). A NBC TG 03 (R3) – Demonstração dos Fluxos de Caixa – define detalhada- mente as características de cada grupo de atividades (CFC, 2016b). Nesta norma contábil, também vemos que podemos utilizar o método direto ou indireto para elaboração da DFC: Método Direto: segundo o qual as principais classes de recebimentos bru- tos e pagamentos brutos são divulgadas. Método Indireto: segundo o qual o lucro líquido ou o prejuízo é ajustado pelos efeitos de transações que não envolvem caixa, pelos efeitos de quaisquer diferimentos ou apropriações por competência sobre recebimentos de caixa ou Outras Demonstrações Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 35 pagamentos em caixa operacionais, passados ou futuros, e pelos efeitos de itens de receita ou despesa associados com fluxos de caixa das atividades de investi- mento ou de financiamento. Como não temos embasamento para elaboração da DFC, se considerarmos o que estudamos até agora, ficariam muitos itens sem preenchimento. Por isso, retratamos, a seguir, os modelos da DFC método direto e DFC método indireto: Quadro 7 - Demonstração dos Fluxos de Caixa pelo método direto Atividades Operacionais Recebimento de clientes Pagamentos a fornecedores e empregados Caixa gerado pelas operações Juros Pagos Imposto de renda e contribuição social pagos Imposto de renda na fonte sobre dividendos recebidos Atividades de Investimento Compra de ativo imobilizado Recebimento de venda de ativo imobilizado Juros recebidos Dividendos recebido Atividades de Financiamento Recebimento pela emissão de ações Recebimento por empréstimo a longo prazo Pagamento de passivo por arrendamento Dividendos pagos Aumento líquido das disponibilidades Caixa e equivalentes de caixa no início do período Caixa e equivalentes de caixa no fim do período Fonte: o autor. DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS OU FINANCEIRAS: ESTRUTURA E ADEQUAÇÕES Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E36 Quadro 8 - Demonstração dos Fluxos de Caixa pelo método indireto Atividades Operacionais Lucro Líquido antes do IR e CSLL Itens de ajustes do Lucro líquido: Depreciação Perda Cambial Resultado de equivalência patrimonial Despesas de Juros Aumento nas contas a receber Diminuição nos estoques Diminuição nas contas a pagar Caixa gerado pelas operações Juros Pagos Imposto de renda e contribuição social pagos Imposto de renda na fonte sobre dividendos recebidos Atividades de Investimento Compra de ativo imobilizado Recebimento de venda de ativo imobilizado Juros recebidos Dividendos recebidos Atividades de Financiamento Recebimento pela emissão de ações Recebimento por empréstimo a longo prazo Pagamento de passivo por arrendamento Dividendos pagos Aumento líquido das disponibilidades Caixa e equivalentes de caixa no início do período Caixa e equivalentes de caixa no fim do período Fonte: o autor. Outras Demonstrações Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 37 DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO - DVA O Valor Adicionado representa a riqueza criadapela empresa, de forma geral medida pela diferença entre o valor das vendas e os insumos adquiridos de ter- ceiros. A DVA, além de demonstrar o Valor Adicionado, também demonstra a forma de distribuição do Valor Adicionado. Ela está baseada na macroeconomia, apresenta a contribuição que a enti- dade dá para a formação do Produto Interno Bruto (PIB), toma como base as receitas da entidade, deduzindo delas os insumos adquiridos de terceiros que são vendidos ou consumidos; a diferença é o Valor Adicionado pela entidade. O item 9 da NBC TG 09 – Demonstração do Valor Adicionado –, aprovada pela Resolução CFC nº 1.138/08 (CFC, 2008), com alterações aprovadas pela Resolução CFC nº 1.162/09 (CFC, 2009), define alguns termos utilizados na DVA: Valor adicionado representa a riqueza criada pela empresa, de forma geral medida pela diferença entre o valor das vendas e os insumos adquiridos de terceiros. Inclui também o valor adicionado recebido em transferência, ou seja, produzido por terceiros e transferido à entidade. Receita de venda de mercadorias, produtos e serviços repre- senta os valores reconhecidos na contabilidade a esse título pelo regime de competência e incluídos na demonstração do resultado do período. Outras receitas representam os valores que sejam oriundos, principalmente, de baixas por alienação de ativos não-cir- culantes, tais como resultados na venda de imobilizado, de investimentos, e outras transações incluídas na demonstração do resultado do exercício que não configuram reconhecimento de transferência à entidade de riqueza criada por outras enti- dades.[...] Insumo adquirido de terceiros representa os valores relati- vos às aquisições de matérias-primas, mercadorias, materiais, energia, serviços etc., que tenham sido transformados em des- pesas do período. Enquanto permanecerem nos estoques, não compõem a formação da riqueza criada e distribuída. DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS OU FINANCEIRAS: ESTRUTURA E ADEQUAÇÕES Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E38 Depreciação, amortização e exaustão representam os valores reconhecidos no período e normalmente são utilizados para conciliação entre o fluxo de caixa das atividades operacionais e o resultado líquido do exercício. Valor adicionado recebido em transferência representa a riqueza que não tenha sido criada pela própria entidade, e sim por terceiros, e que a ela é transferida, como por exemplo receitas financeiras, de equivalência patrimonial, dividendos, aluguel, royalties etc. Precisa ficar destacado, inclusive para evitar dupla-contagem em certas agregações (CFC, 2008). Na primeira parte, a DVA apresenta de forma detalhada a riqueza criada pela entidade. Na segunda parte apresenta, também de forma detalhada, a distribui- ção da riqueza criada. Como não temos todas as informações para elaboração da DVA, vamos mostrar, a seguir, o seu modelo: Quadro 9 - Demonstração do Valor Adicionado (1) RECEITAS Vendas de Mercadorias, Produtos e Serviços Provisão para créditos duvidosos Outras Receitas e Outras Despesas Não Operacionais (2) INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS Custos dos Produtos das Mercadorias e Serviços Vendidos Materiais, energia, serviços de terceiros e outros Perda/Recuperação de Ativos Outros (3) VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2) (4) RETENÇÕES Depreciação, amortização e exaustão (5) VALOR ADIC. LÍQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4) Outras Demonstrações Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 39 (6) VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA Resultado de equivalência patrimonial Receitas financeiras Outros (7) VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6) (8) DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO Pessoal e encargos Remuneração Direta Benefícios FGTS Impostos, Taxas e Contribuições Federais Estaduais Municipais Remuneração de Capital de Terceiros Juros Aluguéis Outros Remuneração de Capital Próprio Juros sobre capital próprio Dividendos Lucros retidos/Prejuízo do período Fonte: o autor. DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS OU FINANCEIRAS: ESTRUTURA E ADEQUAÇÕES Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E40 ADEQUAÇÕES PARA ANÁLISE As demonstrações contábeis publicadas precisam ser ajustadas para que a análise seja feita. Isto porque as demonstrações são padronizadas por lei para atender ao interesse do usuário externo, seguindo normas contábeis. No entanto, para fins de análise, é necessário deixar as demonstrações com informações adequa- das para que os índices sejam confiáveis. As informações são reagrupadas para melhorar a eficiência das demonstra- ções e a eficácia da análise. A inexistência da reclassificação pode fazer com que a análise fique distorcida em alguns índices importantes para a compreensão da situação geral da empresa. A adequação para análise também é chamada de padronização e tem como objetivo simplificar o trabalho do analista. Quando o analista quer fazer a análise dinâmica do capital, um ajuste obri- gatório é a classificação do ativo e passivo circulante em financeiro e operacional. Neste material de estudo, este ajuste foi feito, pois na Unidade V faremos essa análise. Os outros ajustes mais recomendados se referem a valores que, de acordo com a percepção do analista, precisam ser retirados das demonstrações. Considerando Adequações para Análise Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 41 que o analista observe que nas contas a receber de clientes tem um valor ven- cido, com pequenas possibilidades de recebimento, ele pode decidir pela exclusão deste valor dos ativos, pois o que não vai trazer benefícios futuros para a enti- dade não pode constar nos ativos. Outro ponto de atenção dos analistas está na Demonstração do Resultado. Caso as despesas e receitas financeiras estejam fazendo parte do resultado ope- racional, é necessário ajustar para considerar como não operacional, já que uma empresa tem despesas financeiras por necessidade de capital e tem recei- tas financeiras por sobras de capital; nem uma coisa e nem outra são inerentes às atividades operacionais da empresa. Para fazer ajustes diminuindo ativos, por considerar valores perdidos, é neces- sário ajustar, também, o Patrimônio Líquido. Para exemplificar, suponhamos, como único ajuste, que R$15.000,00 a receber de clientes sejam considerados per- didos. Então, do valor de R$ 419.616,00, diminuímos R$15.000,00, ficando como saldo da conta Clientes o valor de R$ 404.616,00. Ao considerarmos a perda de ativos, temos que diminuir o valor do Patrimônio Líquido, pois os recursos dos sócios serão menores. Para isso, criamos a conta Ajustes para fins de análise; assim, o total do PL passará de R$ 696.308,00 para R$ 681.308,00 com a redu- ção do valor de R$15.000,00. A nova situação do Balanço Patrimonial é o que consta na coluna “Ajustado”. Seguem as demonstrações Balanço Patrimonial e Demonstração de Resultado do Período, somente com o ano X3, no formato específico para adequações. Quadro 10 - Balanço Patrimonial - Lado esquerdo - Ajustes ATIVO X3 PUBLICADO AJUSTES AJUSTADO Ativo Circulante 2.963.415 -15.000 2.948.415 Caixa e Equivalentes 202.452 202.452 Títulos e Valores Mobiliários 566.954 566.954 Partes relacionadas 51.078 51.078 Clientes 419.616 -15.000 404.616 Estoques 1.336.954 1.336.954 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS OU FINANCEIRAS: ESTRUTURA E ADEQUAÇÕES Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E42 Tributos a Recuperar 291.719 291.719 Outros Ativos Circulantes 94.642 94.642 Ativo Não Circulante 2.208.610 0 2.208.610 Realizável a Longo Prazo 745.925 745.925 Investimentos 439.669 436.669 Imobilizado 558.193 558.193 Intangível 464.823 464.823 TOTAL DO ATIVO 5.172.025 -15.0005.157.025 Fonte: o autor. Quadro 11 - Balanço Patrimonial - Lado direito - Ajustes PASSIVO E PATR. LÍQUIDO X3 PUBLICADO AJUSTES AJUSTADO Passivo Circulante 2.924.425 0 2.924.425 Empréstimos e Financiamentos 980.727 980.727 Partes relacionadas 94.109 94.109 Fornecedores 1.522.038 1.522.038 Obrigações Sociais e Trabalhistas 181.837 181.837 Obrigações Fiscais 31.642 31.642 Outras Contas a Pagar 114.072 114.072 Passivo Não Circulante 1.551.292 0 1.551.292 Fornecedores 519.234 519.234 Empréstimos e Financiamentos 773.305 773.305 Outras Obrigações 258.753 258.753 Patrimônio Líquido 696.308 -15.000 681.308 Capital Social 606.505 606.505 Reservas de Capital 17.914 17.914 Reservas de Lucro 76.400 76.400 Outros Resultados Abrangentes 1.386 1.386 (-) Ações em Tesouraria -5.897 -5.897 Ajustes para fins de análise 0 -15.000 -15.000 TOTAL DO PASSIVO + PATR. LÍQUIDO 5.172.025 -15.000 5.157.025 Fonte: o autor. Adequações para Análise Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 43 Na Demonstração do Resultado do Período, já temos o Resultado Operacional antes das despesas e receitas financeiras. Por isso, não faremos nenhum ajuste para fins de análise. Quadro 12 - Demonstração do Resultado do Período APURAÇÃO DO RESULTADO X3 PUBLICADO AJUSTES AJUSTADO RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS 9.204.103 9.204.103 (-) Custos das Vendas -6.379.561 -6.379.561 (=) LUCRO BRUTO 2.824.542 0 2.824.542 (-) DESPESAS/RECEITAS OPERAC. -2.457.883 0 -2.457.883 Despesas com Vendas -1.523.575 -1.523.575 Despesas Gerais e Administrativas -945.896 -945.896 Depreciação e Amortização -72.372 -72.372 Resultado de Equivalência Patrimonial 61.708 61.708 Outras Despesas/Receitas Operacionais 22.252 22.252 (=) RESULT. OPERAC. ANTES RES. FINANC. 366.659 0 366.659 (+) Receitas Financeiras 111.495 111.495 (-) Despesas Financeiras -349.024 -349.024 (=) RESULTADO OPERAC. ANTES IRPJ/CSLL 129.130 0 129.130 (-) Imposto de Renda sobre Lucro -13.451 -13.451 (-) Contribuição Social sobre Lucro Líquido -8.070 -8.070 (=) RESULT. LÍQUIDO DAS OPER. CONTINUA. 107.609 0 107.609 (=/-) Result. Líq. das Operações Descontin. 0 (=/-) Result. Líq. Mensuração ao Valor Justo 0 (=) RESULTADO LÍQUIDO DO PERÍODO 107.609 0 107.609 Fonte: o autor. Fizemos e demonstramos como fazer um ajuste de redução de valor de uma conta do ativo e seu reflexo no Patrimônio Líquido. Nas próximas unidades, ao utilizarmos as técnicas de análise, vamos considerar as demonstrações sem ade- quações, com o intuito de que todos os estudantes cheguem ao mesmo resultado e possam acompanhar e entender os índices, pois se aprofundássemos nas ade- quações, provavelmente cada um teria um resultado diferente. DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS OU FINANCEIRAS: ESTRUTURA E ADEQUAÇÕES Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E44 CONSIDERAÇÕES FINAIS Iniciamos os estudos sobre a análise das demonstrações financeiras ou contá- beis, revimos, nesta unidade, diversos conceitos das demonstrações financeiras e como adequá-las para fins de análise. Para que você possa compreender melhor as demonstrações, além dos conceitos, utilizamos demonstrações para que na prática o aprendizado se complete. Na contabilidade, utilizamos os fatos contá- beis como matéria-prima. Estes fatos são processados de acordo com as normas contábeis para chegarmos ao produto final da contabilidade: as demonstrações ou relatórios contábeis, que visam evidenciar a situação financeira, patrimonial e econômica de uma organização empresarial. Com o estudo cuidadoso dos conteúdos desta unidade, você percebeu a importância das demonstrações: elas devem proporcionar informações rele- vantes e fidedignas sobre a situação patrimonial - ativos, passivos e patrimônio líquido - e sobre a situação econômica - receitas, custos, despesas e o resultado do período -, tendo em vista que a utilização das demonstrações são feitas por diversos usuários, cada um com o seu objetivo. Seja você um futuro profissional contábil ou não, deve entender que todos os gestores precisam conhecer as demonstrações financeiras, pois somente assim poderão tomar decisões assertivas na gestão empresarial. Por isso, afirmamos mais uma vez, sem medo de errar, que a contabilidade, as demonstrações e a análise das demonstrações não são temas restritos aos estudantes e profissio- nais da contabilidade, mas destina-se a todos os gestores, principalmente os da área financeira, os quais devem compreender as demonstrações para fazerem a interpretação e análise correta da situação financeira, patrimonial e econômica. A partir da próxima unidade deste livro, vamos iniciar na prática a análise das demonstrações com base nas informações financeiras, patrimoniais e eco- nômicas que aqui estudamos. Vamos em frente. 45 1. O Balanço Patrimonial é uma demonstração financeira obrigatória, segundo a Lei 6.404/76 – Lei das Sociedades por Ações (BRASIL, 1976) – com alterações pos- teriores que correspondem a um dos relatórios mais importantes no processo decisório, podendo ser comparado, de forma figurativa, à “fotografia” de uma empresa em uma determinada data. Escolha a alternativa que descreve ade- quadamente os grupos de contas do passivo. a) Circulante, Não Circulante e Patrimônio Líquido. b) Circulante, Realizável a Longo Prazo e Patrimônio Líquido. c) Circulante, Não Circulante e Capital Social. d) Circulante e Não Circulante. e) Circulante e Realizável a Longo Prazo. 2. O passivo representa origens de recursos de terceiros para a atividade empresa- rial; portanto, são as dívidas que a empresa tem com pessoas que estão fora da sociedade, mas que também contribuem com a atividade. Um grupo importante de recursos são os obtidos junto às instituições financeiras. Sobre esses recursos, analise as afirmações a seguir: I- Estes recursos estão no Balanço Patrimonial com o nome de fornecedores. II- São chamados no Balanço Patrimonial de empréstimos e financiamentos. III- Podem aparecer no Passivo Circulante e no Passivo Não Circulante. IV- Estão no grupo Realizável a Longo Prazo no lado esquerdo do Balanço Pa- trimonial. Assinale a alternativa correta: a) Apenas I e II estão corretas. b) Apenas II e III estão corretas. c) Apenas I está correta. d) Apenas II, III e IV estão corretas. e) Nenhuma das alternativas está correta. 3. O Balanço Patrimonial reflete a posição da estrutura patrimonial em determi- nada data. É um relatório que informa a situação dos elementos patrimoniais do ativo, passivo e patrimônio líquido. Podemos defini-lo como a representação estática do patrimônio de uma entidade. Sobre o conceito de Passivo, analise as afirmações a seguir e assinale Verdadeiro (V) ou Falso (F): 46 ( ) É um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos pas- sados e do qual se espera que resultem futuros benefícios econômicos para a entidade. ( ) É o interesse residual nos ativos da entidade depois de deduzidos todas as dívidas, são os recursos dos sócios investidos no negócio, é a soma do investi- mento inicial com os resultados da atividade. ( ) É uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos passados, cuja liquidação se espera que resulte na saída de recursos da entidade capazes de gerar benefícios econômicos. Assinale a alternativa correta: a) V, V, V. b) V, V, F. c) F, F, V. d) V, F, V. e) F, F, F. 4. A NBC TG 26 (R4) – Apresentação das Demonstrações Contábeis, que define so- bre as características das demonstrações contábeis – deixa claro sobre as ter- minologias corretas para demonstrar a situação econômica de uma entidade. Descreva Resultado do Período, Outros Resultados Abrangentes e Resulta- do Abrangente. 5. Esta demonstração evidencia a riqueza criada pela empresa, de forma geral me- dida pela diferença entre o valor das vendas e os insumos adquiridos de ter- ceiros e também demonstra a formade distribuição dessa riqueza. Sobre qual demonstração o excerto se refere? a) DFC. b) DRA. c) DMPL. d) DRP. e) DVA. 6. As demonstrações contábeis publicadas são padronizadas por lei para atender ao interesse do usuário externo, seguindo normas contábeis, são também audi- tadas, e o relatório da auditoria e as notas explicativas também fazem parte das demonstrações publicadas. Descreva a adequação das demonstrações para fins de análise. Material Complementar MATERIAL COMPLEMENTAR Manual de contabilidade societária: aplicável a todas as Sociedades FIPECAFI Editora: Atlas Sinopse: o Manual de Contabilidade Societária busca orientar as empresas e profissionais da contabilidade sobre os Pronunciamentos, as Interpretações e as Orientações do CPC e conforme as normas internacionais de contabilidade emitidas pelo IASB. É texto complementar para as disciplinas Contabilidade Geral, Contabilidade Comercial, Contabilidade Intermediária, Contabilidade Avançada, Teoria da Contabilidade, Contabilidade Internacional e Estrutura e Análise de Balanços dos cursos de Ciências Contábeis e Administração. Leitura de relevância profissional para consulta e atualização. Comentário: considerada a publicação mais importante no meio contábil, pois traz em uma única obra todas as normatizações sobre a contabilidade no Brasil. O objetivo da NBC TG 26 (R4) é definir a base para a apresentação das demonstrações contábeis e estabelecer requisitos gerais para a apresentação das demonstrações contábeis, diretrizes para a sua estrutura e os requisitos mínimos para seu conteúdo. Para saber mais sobre o assunto, acesse o conteúdo disponível em: <http://www1.cfc.org.br/ sisweb/SRE/docs/NBCTG26R4.pdf>. Acesso em: 12 jun. 2017. 48 Nesta unidade de estudo, verificamos a estrutura das demonstrações contábeis. Considero importante, neste momento, você fazer novamente a leitura da NBC TG ESTRUTURA CONCEITUAL, aprovada pela Resolução CFC nº 1.374/11, principalmente os itens a seguir, que tratam sobre as características da informação contábil financeira. Características qualitativas da informa- ção contábil-financeira útil QC4. Se a informação contábil-financeira é para ser útil, ela precisa ser relevante e representar com fidedignidade o que se propõe a representar. A utilidade da infor- mação contábil-financeira é melhorada se ela for comparável, verificável, tempestiva e compreensível. Características qualitativas fundamentais QC5. As características qualitativas funda- mentais são relevância e representação fidedigna. Relevância QC6. Informação contábil-financeira rele- vante é aquela capaz de fazer diferença nas decisões que possam ser tomadas pelos usuários. A informação pode ser capaz de fazer diferença em uma decisão mesmo no caso de alguns usuários decidirem não a levar em consideração, ou já tiver tomado ciência de sua existência por outras fontes. QC7. A informação contábil-financeira é capaz de fazer diferença nas decisões se tiver valor preditivo, valor confirmatório ou ambos. QC8. A informação contábil-financeira tem valor preditivo se puder ser utilizada como dado de entrada em processos emprega- dos pelos usuários para predizer futuros resultados. A informação contábil-finan- ceira não precisa ser uma predição ou uma projeção para que possua valor preditivo. A informação contábil-financeira com valor preditivo é empregada pelos usuários ao fazerem suas próprias predições. QC9. A informação contábil-financeira tem valor confirmatório se retro-alimen- tar – servir de feedback – avaliações prévias (confirmá-las ou alterá-las). QC10. O valor preditivo e valor confirmató- rio da informação contábil-financeira estão inter-relacionados. A informação que tem valor preditivo muitas vezes também tem valor confirmatório. Por exemplo, a infor- mação sobre receita para o ano corrente, a qual pode ser utilizada como base para predizer receitas para anos futuros, tam- bém pode ser comparada com predições de receita para o ano corrente que foram feitas nos anos anteriores. Os resultados dessas comparações podem auxiliar os usuários a corrigirem e a melhorarem os processos que foram utilizados para fazer tais predições. [...] Representação fidedigna QC12. Os relatórios contábil-financeiros representam um fenômeno econômico em palavras e números. Para ser útil, a informação contábil-financeira não tem só que representar um fenômeno rele- vante, mas tem também que representar com fidedignidade o fenômeno que se 49 propõe representar. Para ser representa- ção perfeitamente fidedigna, a realidade retratada precisa ter três atributos. Ela tem que ser completa, neutra e livre de erro. É claro, a perfeição é rara, se de fato alcan- çável. O objetivo é maximizar referidos atributos na extensão que seja possível. [...] Características qualitativas de melhoria QC19. Comparabilidade, verificabilidade, tempestividade e compreensibilidade são características qualitativas que melhoram a utilidade da informação que é relevante e que é representada com fidedignidade. As características qualitativas de melhoria podem também auxiliar a determinar qual de duas alternativas que sejam considera- das equivalentes em termos de relevância e fidedignidade de representação deve ser usada para retratar um fenômeno. Comparabilidade QC20. As decisões de usuários implicam escolhas entre alternativas, como, por exem- plo, vender ou manter um investimento, ou investir em uma entidade ou noutra. Con- sequentemente, a informação acerca da entidade que reporta informação será mais útil caso possa ser comparada com informa- ção similar sobre outras entidades e com informação similar sobre a mesma enti- dade para outro período ou para outra data. [...] Verificabilidade QC26. A verificabilidade ajuda a assegurar aos usuários que a informação representa fidedignamente o fenômeno econômico que se propõe representar. A verificabili- dade significa que diferentes observadores, cônscios e independentes, podem chegar a um consenso, embora não cheguem necessariamente a um completo acordo, quanto ao retrato de uma realidade econô- mica em particular ser uma representação fidedigna. Informação quantificável não necessita ser um único ponto estimado para ser verificável. Uma faixa de possí- veis montantes com suas probabilidades respectivas pode também ser verificável. [...] Tempestividade QC29. Tempestividade significa ter infor- mação disponível para tomadores de decisão a tempo de poder influenciá-los em suas decisões. Em geral, a informação mais antiga é a que tem menos utilidade. Contudo, certa informação pode ter o seu atributo tempestividade prolongado após o encerramento do período contá- bil, em decorrência de alguns usuários, por exemplo, necessitarem identificar e avaliar tendências. Compreensibilidade QC30. Classificar, caracterizar e apresentar a informação com clareza e concisão tor- na-a compreensível. QC31. Certos fenômenos são ineren- temente complexos e não podem ser facilmente compreendidos. A exclusão de informações sobre esses fenômenos dos relatórios contábil-financeiros pode tor- nar a informação constante em referidos relatórios mais facilmente compreendida. Contudo, referidos relatórios seriam con- siderados incompletos e potencialmente distorcidos (misleading). 50 QC32. Relatórios contábil-financeiros são elaborados para usuários que têm conhecimento razoável de negócios e de atividades econômicas e que revisem e analisem a informação diligentemente. Por vezes, mesmo os usuários bem infor- mados e diligentes podem sentir a necessidade de procurar ajuda de con- sultor para compreensão da informação sobre um fenômeno econômico complexo. [...] Fonte: CFC (2011). REFERÊNCIAS BRASIL. Lei 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por Ações. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6404compilada. htm>. Acesso em: 12 jun. 2017. CFC (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE).Resolução nº 1.138, de 21 de no- vembro de 2008. Aprova a NBC TG 09 – Demonstração do Valor Adicionado. Dispo- nível em: <http://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/Res_1138.pdf>. Acesso em: 10 jun. 2017. ______. Resolução 2016/NBC TG 03 (R3), de 19 de agosto de 2016. 2016b. Altera a NBC TG 03 (R2) que dispõe sobre a demonstração dos fluxos de caixa. Disponível em: <http://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/NBCTG03(R3).pdf>. Acesso em: 12 jun. 2017. ______. Resolução 2016/NBC TG 26 (R4), de 19 de agosto de 2016. 2016a. Altera a NBC TG 26 (R3) que dispõe sobre a apresentação das demonstrações contábeis. Disponível em: <http://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/NBCTG26R4.pdf>. Aces- so em: 10 jun. 2017. ______. Resolução nº 1.162, de 27 de março de 2009. Altera o item 3 da NBC T 3.7- Demonstração do Valor Adicionado. Disponível em: <http://www1.cfc.org.br/ sisweb/SRE/docs/RES_1162.pdf>. Acesso em: 12 jun. 2017. ______. Resolução nº 1.374, de 08 de dezembro de 2011. Dá nova redação à NBC TG ESTRUTURA CONCEITUAL – Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro. Disponível em: <http://www1.cfc.org.br/sisweb/ SRE/docs/Res_1374.pdf>. Acesso em: 10 jun. 2017. 51 GABARITO 1. A alternativa correta é a “D”, pois o Passivo, segundo a Lei 6.404 é dividido em dois grupos: Circulante e Não Circulante. 2. A alternativa correta é a “B”, pois os recursos obtidos junto às instituições finan- ceiras são chamados, no Balanço Patrimonial, de empréstimos e financiamentos, e podem aparecer no Passivo Circulante (se o vencimento for até 12 meses após a elaboração das demonstrações) e no Passivo Não Circulante (se o vencimento for após o período de 12 meses após a elaboração das demonstrações). 3. A alternativa correta é a “C”, pois Ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se espera que resultem futuros benefícios econômicos para a entidade. O Patrimônio Líquido é o interesse re- sidual nos ativos da entidade depois de deduzidos todas as dívidas. O Passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos passados, cuja liqui- dação se espera que resulte na saída de recursos da entidade, capazes de gerar benefícios econômicos. 4. Padrão de Resposta: resultado do período é o total das receitas deduzido das despesas, exceto os itens reconhecidos como outros resultados abrangentes no patrimônio líquido. Outros resultados abrangentes compreendem itens de receita e despesa (in- cluindo ajustes de reclassificação) que não são reconhecidos na demonstração do resultado como requerido ou permitido pelas normas, interpretações e co- municados técnicos emitidos pelo CFC. Resultado abrangente é a mutação que ocorre no patrimônio líquido durante um período que resulta de transações e outros eventos que não derivados de transações com os sócios na sua qualidade de proprietários. Resultado abran- gente compreende todos os componentes da “demonstração do resultado” e da “demonstração dos outros resultados abrangentes”. 5. Alternativa correta é a “E” - A DVA evidencia a riqueza criada e distribuída pela empresa, DFC. 6. Padrão de Resposta: as informações que constam nas demonstrações, muitas vezes, precisam ser ajustadas e reagrupadas para melhorar a eficiência das de- monstrações e a eficácia da análise. A inexistência da adequação pode com- prometer a análise distorcendo alguns índices importantes. A adequação para análise também é chamada de padronização e tem como objetivo simplificar o trabalho do analista. U N ID A D E II Professor Me. José Manoel da Costa VISÃO GERAL DA ANÁLISE EMPRESARIAL Objetivos de Aprendizagem ■ Apresentar as técnicas de análise das demonstrações. ■ Verificar a representatividade dos recursos perante o valor referencial. ■ Analisar a evolução dos recursos de um para outro período. ■ Entender as alterações de recursos por meio da utilização conjunta da Análise Vertical e Horizontal. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ O que é a análise das demonstrações? ■ Análise Vertical ■ Análise Horizontal ■ Visão Conjunta: AV-AH INTRODUÇÃO A importância da análise das demonstrações contábeis está, principalmente, em dar condições de transformar os números contidos nas demonstrações contábeis em informações que atendam seus mais diferentes usuários em suas necessida- des de informações e comparações. Nesta unidade, vamos começar descrevendo um pouco sobre a análise das demonstrações, com o objetivo de responder a per- gunta: o que é a análise das demonstrações? Para tanto, precisamos conhecer a estrutura das demonstrações e tam- bém considerar o processo contábil, desde o fato contábil até a publicação das demonstrações, já que agora estas serão dados para gerar novas informações por meio da análise. É importante considerar que as primeiras informações geradas pela análise vêm por meio da análise vertical e da análise horizontal. As informações geradas por essas técnicas apresentam um panorama geral das demonstrações, princi- palmente do Balanço Patrimonial e da Demonstração de Resultado. A análise vertical compara os valores das contas, subgrupos e grupos de con- tas com um valor referencial, que, no caso do lado esquerdo do balanço, é o total do ativo e, no caso do lado direito, pode ser feito com dois enfoques: o total de passivo mais patrimônio líquido em conjunto ou o valor do passivo separado do valor do patrimônio líquido. Nas contas de resultado, o referencial é o valor da receita ou vendas líquidas. A análise horizontal mostra a evolução das contas, subgrupos e grupos de contas entre um período e outro, podendo ser feita de duas formas: considerando sempre o mesmo ano base (em que teremos a evolução sempre a partir de um determinado ano inicial) ou anualmente (em que teremos a evolução ano a ano; assim, cada ano é a base para a evolução até o outro). A partir da estrutura e adequações das demonstrações estudadas na Unidade I, vamos buscar aprender a como analisar as demonstrações. Prontos(as) para este passo importante na análise das demonstrações? Vamos em frente! Introdução Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 55 VISÃO GERAL DA ANÁLISE EMPRESARIAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIU N I D A D E56 O QUE É A ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES? A Análise das Demonstrações Contábeis ou Financeiras representa a consolida- ção das informações contidas nas demonstrações publicadas pelas organizações. Essa consolidação é realizada por meio de técnicas e índices que buscam apresen- tar a empresa em diversos aspectos, principalmente quanto à situação financeira, patrimonial e econômica. Assim como os fatos contábeis são dados que ali- mentam o processo contábil para “produzir” demonstrações, as informações contidas nas demonstrações são dados que alimentam o processo de análise das demonstrações para “produzir” indicadores que retratam as situações financei- ras, patrimonial e econômica da empresa. Dados são números que, no caso das demonstrações, mostram qualitativa e quantitativamente a situação financeira, patrimonial e econômica da empresa, mas, isoladamente, não provocam nenhuma ou pouca reação no leitor. Assim, as demonstrações contábeis ou financeiras apresentam números que, sob a ótica da contabilidade, é uma informação pronta, porém, para a Análise das Demonstrações, esses números são apenas dados, os quais precisarão ser ade- quados, analisados e calculados em comparação com outros números, para que O Que é a Análise das Demonstrações? Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 57 sejam extraídas informações úteis e precisas para conhecer a empresa e tomar decisões que a envolvam. Portanto, analisando
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