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A Guerra Fria Bloco de países capitalistas, liderado pelos Estados Unidos Bloco de países socialistas, sob a hegemonia da União Soviética Guerra Fria Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan): aliança político-militar liderada pelos Estados Unidos Pacto de Varsóvia: aliança militar que reunia os países do Leste europeu, liderada pela União Soviética X Bipolarização político-ideológica após a Segunda Guerra Mundial A Guerra Fria A Guerra Fria Desfile militar na Praça Vermelha, em Moscou, em homenagem ao 60o aniversário da Revolução de Outubro, 7 de novembro de 1977. R IA N O V O S T I/ A F P A política norte-americana Política interna: • Batalha implacável contra as ideias comunistas e a União Soviética. • Perseguição política e desrespeito aos direitos civis nas décadas de 1940 e 1950 → política de “caça às bruxas”, principalmente contra artistas e intelectuais. Na política externa, com o objetivo de combater a influência soviética, os Estados Unidos adotaram várias medidas, entre as quais se destacam: • A Doutrina Truman: formulada em 1947, estabelecia que o comunismo deveria ser combatido a qualquer custo, incluindo a intervenção militar em países “ameaçados” por Moscou. • O Plano Marshall: programa de ajuda econômica, proposto pelo secretário de Estado norte-americano George Marshall, para socorrer os países europeus afetados pela guerra, visando recuperá-los para garantir a manutenção do capitalismo. A política norte-americana Divisão da Alemanha e de Berlim A Conferência de Potsdam, realizada entre julho e agosto de 1945, decidiu a divisão da Alemanha e de Berlim em quatro zonas, administradas por Estados Unidos, Grã-Bretanha, França e União Soviética. Em 1949, concluiu-se a divisão: • Divisão da Alemanha: República Federal Alemã (RFA), capitalista, com capital na cidade de Bonn, e República Democrática Alemã (RDA), socialista, com capital na cidade de Berlim. • Divisão de Berlim: Berlim oriental, socialista, e Berlim ocidental, capitalista. Divisão da Alemanha e de Berlim O Muro de Berlim Erguido em 1961 pelo governo da Alemanha Oriental para evitar a fuga da população para Berlim ocidental, o Muro de Berlim tornou-se o principal símbolo da Guerra Fria. Soldados da Alemanha Oriental constroem o Muro de Berlim, 5 de julho de 1962. G A M M A -K E Y S T O N E /G E T T Y I M A G E S China: nacionalistas versus comunistas 1911: proclamação da república na China. Revolução Russa de 1917 → estimulou a fundação do Partido Comunista Chinês (PCC), tendo Mao Tsé-tung como um de seus principais fundadores. Década de 1920: disputa pelo poder entre o Kuomintang (nacionalista) e o Partido Comunista. Década de 1930: o Japão ocupa regiões da China → formou-se uma frente antijaponesa na China, que uniu provisoriamente antigos rivais — os nacionalistas de Chang Kai-chek e os comunistas de Mao Tsé-tung. A Revolução Chinesa Outubro de 1949: vitória da Revolução Chinesa → fim da aliança provisória entre os nacionalistas e os comunistas. Proclamação da República Popular da China, com capital em Pequim, liderada pelo Partido Comunista Chinês comandado por Mao Tsé-tung. Fuga dos militantes do Kuomintang, Partido Nacionalista liderado por Chang Kai-chek, para a Ilha de Formosa (Taiwan), onde se instalou um governo capitalista apoiado pelos Estados Unidos. A China comunista 1950: o governo comunista invade e incorpora o Tibete. 1950-1953: a China se envolveu na Guerra da Coreia, ao lado da Coreia do Norte, comunista. 1953: estabelecimento do primeiro plano quinquenal com a coletivização das terras e o avanço industrial. 1958: Grande Salto para a Frente: programa desenvolvido para promover o crescimento econômico da China em tempo recorde → desorganizou a economia chinesa, gerando fome e milhões de mortos. A China comunista 1966: Revolução Cultural Proletária → adoção de medidas repressivas contra os opositores do governo. Censura, perseguições, prisões, tortura e execuções. Culto à personalidade de Mao Tsé-tung, o “Grande Timoneiro”. 1976: morte de Mao Tsé-tung. 1978: Deng Xiaoping assume o governo, promove o crescimento econômico com medidas capitalistas e mantém o Estado repressor (abertura econômica com ditadura política). A Guerra da Coreia A Coreia é dividida em 1948: ao norte e ao sul do paralelo 38º. • Coreia do Norte, com governo socialista e capital em Pyongyang. • Coreia do Sul, com governo capitalista e capital em Seul. 1950: a Coreia do Norte invade a Coreia do Sul com o objetivo de unificar o país, iniciando a Guerra da Coreia. Os Estados Unidos intervêm no conflito, apoiando a Coreia do Sul, seguidos da China, apoiando a Coreia do Norte. 1953: a guerra chega ao fim, deixando um saldo de 4 milhões de mortos → a assinatura de um armistício restabeleceu as fronteiras anteriores ao conflito. A Guerra do Vietnã E D D IE A D A M S /A P P H O T O /G L O W IM A G E S Família vietnamita em meio à destruição causada em sua casa durante a Guerra do Vietnã, em janeiro de 1968. A Guerra do Vietnã 1954: encerra-se a Guerra da Indochina, com a derrota da França e a divisão do Vietnã em dois territórios: • Vietnã do Norte, comunista, com capital em Hanói. • Vietnã do Sul, capitalista, com capital em Saigon. Golpe de estado no Vietnã do Sul, apoiado pelos Estados Unidos, instalou uma ditadura militar contrária à reunificação do país. A Guerra do Vietnã 1960: criação da Frente de Libertação Nacional (FNL) pela resistência comunista do Sul, apoiada no movimento guerrilheiro dos vietcongues, para lutar contra o governo golpista do Sul → início da Guerra do Vietnã. 1961: os Estados Unidos se envolvem no conflito → envio de 15 mil conselheiros militares em apoio ao Vietnã do Sul. 1965: os Estados Unidos enviam tropas para o conflito → ataques aéreos no Vietnã do Norte, com o bombardeio da capital, em 1972, e bloqueio dos portos. 1973: derrota norte-americana e cessar-fogo. 1976: reunificação do país, que recebeu o nome de República Socialista do Vietnã, com capital em Hanói. A descolonização da Ásia 1945: a Indonésia conquista independência dos domínios holandês e japonês. 1947: a Índia se liberta do colonialismo da Grã-Bretanha, pressionada pelo movimento pacifista de desobediência civil, liderado por Gandhi e apoiado pelos Estados Unidos. Divisão político-religiosa após a independência: Índia, de maioria hindu; ilha de Sri Lanka (Ceilão), de maioria budista; e Paquistão, de maioria islâmica. Palestina: em 1947, a ONU determinou a criação de dois Estados, o judeu e o palestino → apenas o Estado de Israel se concretizou, dando origem à Questão Palestina, que segue sem solução ainda hoje. A partilha imperialista da África no século XIX gerou divisões e tensões que explodiram, em muitos países, após a independência. África Francesa • Colônias subsaarianas: em 1956, o governo francês propõe uma emancipação negociada → as colônias, com exceção da Guiné, aceitam integrar a Comunidade Francesa → na década de 1960, vários Estados surgem na região. • Argélia: a guerra pela independência começou em 1954, opondo os argelinos, liderados pela Frente de Libertação Nacional (FLN), e as forças metropolitanas → em 1962, a França reconheceu a independência da Argélia → a violência da guerra deixou um saldo de quase 1 milhão de argelinos mortos. A descolonização da África Congo Belga • 1960: o movimento, liderado por Patrice Lumumba, conquistou a independência do Congo, que hoje recebe o nome de República Democrática do Congo. A descolonização da África ANOTAÇÕES EM AULA Coordenação editorial: Maria RaquelApolinário, Eduardo Augusto Guimarães e Ana Claudia Fernandes Elaboração: Leandro Torelli e Gabriel Bandouk Edição de texto: Maria Raquel Apolinário, Vanderlei Orso e Gabriela Alves Preparação de texto: Mitsue Morrisawa Coordenação de produção: Maria José Tanbellini Iconografia: Aline Reis Chiarelli, Leonardo de Sousa Klein e Daniela Baraúna EDITORA MODERNA Diretoria de Tecnologia Educacional Editora executiva: Kelly Mayumi Ishida Coordenadora editorial: Ivonete Lucirio Editoras: Jaqueline Ogliari e Natália Coltri Fernandes Assistentes editoriais: Ciça Japiassu Reis e Renata Michelin Editor de arte: Fabio Ventura Editor assistente de arte: Eduardo Bertolini Assistentes de arte: Ana Maria Totaro, Camila Castro, Guilherme Kroll e Valdeí Prazeres Revisores: Antonio Carlos Marques, Diego Rezende e Ramiro Morais Torres © Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Todos os direitos reservados. EDITORA MODERNA Rua Padre Adelino, 758 – Belenzinho São Paulo – SP – Brasil – CEP: 03303-904 Vendas e atendimento: Tel. (0__11) 2602-5510 Fax (0__11) 2790-1501 www.moderna.com.br 2012 http://www.moderna.com.br/ Governos populistas no Brasil O populismo Fenômeno político ocorrido no Brasil e em outros países da América Latina entre os anos 1930 e 1960, baseado na política de massas, na aproximação dos governantes com a classe trabalhadora por meio de uma prática assistencialista e na dependência do povo em relação ao Estado. O populismo na América hispânica O populismo na América hispânica Argentina Juán Domingo Perón (1946-1955 e 1973-1974) México Lázaro Cárdenas (1934-1940) Cárdenas investiu em educação popular, reforma agrária e nacionalizou a exploração de petróleo Nas décadas de 1940 e 1950, Perón modernizou setores de energia, agricultura e transporte e atrelou por completo o aparato sindical ao Estado O populismo no Brasil No Brasil, considera-se que o populismo teve início nos anos 1930, com Getúlio Vargas, e se encerrou em 1964, com o golpe militar. Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e João Goulart são considerados os presidentes brasileiros mais identificados com uma política populista. O populismo no Brasil O presidente Juscelino Kubitschek, nas comemorações do seu 58o aniversário, visita a Cidade Livre, em Brasília, e é homenageado com o título de "Candango no 1". Na foto, tirada em 12 de setembro de 1960, vê-se o presidente recebendo um envelope com pedidos e sugestões dos moradores do local. A R Q U IV O /O G L O B O O governo Dutra (1946-1951) O general Eurico Gaspar Dutra é eleito presidente do Brasil após a queda de Vargas e o fim do Estado Novo, em 1945. 1946: promulga uma nova Constituição, estabelecendo autonomia dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, eleições diretas e fim da pena de morte. Dutra controlava a classe trabalhadora, proibindo greves e intervindo em sindicatos. No contexto da Guerra Fria, aproximou-se dos Estados Unidos, rompeu relações diplomáticas com a União Soviética e colocou o Partido Comunista na ilegalidade. O governo Vargas (1951-1954) Vargas volta ao governo pelo voto direto em 1950. Seu governo foi marcado por: O governo Vargas (1951-1954) Expansão da indústria nacional: instituição da Comissão de Desenvolvimento Industrial, fundação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE) etc. Nacionalismo: inauguração do BNDE, criação da Petrobras, empresa estatal que detinha o monopólio da exploração do petróleo nacional, proposta de criação da Eletrobras etc. 1953: decreta lei que proíbe a organização de comícios, greves e manifestações sem a autorização da polícia 1954: aumento do salário mínimo, que passou a ser equiparado ao salário do Exército O governo Vargas (1951-1954) O governo Vargas polarizou a sociedade brasileira: de um lado havia os nacionalistas, que defendiam o desenvolvimento econômico do país tendo o Estado como condutor; de outro, os “entreguistas”, favoráveis ao alinhamento do Brasil à política dos Estados Unidos e à não interferência do Estado na economia. A disputa entre a burguesia (ligada ao capital externo) e o Estado nacionalista acirra as tensões. 1953: Panela Vazia, manifestação de protesto contra o alto custo de vida; e greve geral em São Paulo por aumento salarial e pelo controle da inflação. O governo Vargas (1951-1954) 1954: aumento de 100% no salário mínimo gera protestos de empresários e da imprensa. 5 de agosto de 1954: atentado fracassado da Rua Toneleros, contra Carlos Lacerda, o principal inimigo político de Vargas. 24 de agosto de 1954: isolado politicamente, Vargas comete suicídio, deixando uma carta-testamento. O governo Juscelino Kubitschek (1956-1961) O desenvolvimentismo do governo JK (1956-1961) “50 anos de progresso em 5 anos de governo: 50 em 5” Plano de Metas Crescimento das indústrias automobilística, naval e de eletrodomésticos Economia dependente, com forte presença do capital estrangeiro e das multinacionais e aumento da dívida externa do país Expansão dos programas televisivos, possibilitada pela inauguração da primeira emissora de televisão do país, a TV Tupi de São Paulo, em 1950, no governo Dutra Criação da Superintendência para o Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), na tentativa de promover o desenvolvimento econômico dessa região Construção e inauguração de Brasília, a nova capital do Brasil O breve governo de Jânio Quadros (1961) Jânio Quadros assumiu o governo em janeiro de 1961, depois de uma campanha populista centrada no combate à corrupção e na figura simbólica da vassoura. Desenvolve uma política econômica antipopular no combate à inflação, com redução do deficit público, congelamento de salários e restrição do crédito. Política externa mais independente, com relações comerciais tanto com os governos socialistas da China, de Cuba e da União Soviética, quanto com os países capitalistas, como os Estados Unidos. Combate ao colonialismo português na África e Ásia e apoio à Revolução Cubana. O presidente Jânio Quadros e o vice, João Goulart, caminham no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, em 24 de março de 1961. A R Q U IV O /A G Ê N C IA E S T A D O Criticado por suas medidas polêmicas e pela política ambígua no contexto da guerra fria, Jânio Quadros renuncia em agosto de 1961. O breve governo de Jânio Quadros (1961) O governo João Goulart: a fase parlamentarista (1961-1963) Com a renúncia de Jânio, o Congresso Nacional aproveitou a viagem do vice, João Goulart, à China comunista e nomeou o presidente da Câmara para a presidência da república em caráter provisório. Leonel Brizola, governador do Rio Grande do Sul e cunhado de Jango, encabeça a campanha legalista, pelo cumprimento da Constituição e pela posse de Goulart. O Congresso Nacional estabelece o regime parlamentarista. Setembro de 1961: Jango assume o governo sob forte pressão dos setores conservadores, que o identificavam como simpatizante do comunismo. Estabelece o Plano Trienal, para promover o crescimento econômico, combater a inflação e reduzir o deficit público → o plano, porém, fracassa. 1963: plebiscito decide pela volta do presidencialismo ao Brasil. O governo João Goulart: a fase parlamentarista (1961-1963) O presidente João Goulart discursa ao assumir a presidência da república do Brasil, em 7 de setembro de 1961. A R Q U IV O E M /D .A P R E S S O populismo no Brasil As reformas de base: conjunto de iniciativas que incluíam as reformas agrária, tributária, educacional, urbana, bancária e política, apoiadaspor grupos nacionalistas e pela esquerda. Impasse entre as forças conservadoras, contrárias às reformas, e os setores progressistas, favoráveis a elas. Grande comício em 13 de março, na Central do Brasil, no Rio de Janeiro, apoiando o governo e as reformas. O governo João Goulart: a fase presidencialista (1963-1964) Reação conservadora de empresários, burocratas e militares contra o governo, com a realização da Marcha da Família com Deus pela Liberdade, no dia 19 de março, em São Paulo. Golpe militar e deposição de João Goulart em 31 de março de 1964 → início da ditadura militar no país. O governo João Goulart: a fase presidencialista (1963-1964) Coordenação editorial: Maria Raquel Apolinário, Eduardo Augusto Guimarães e Ana Claudia Fernandes Elaboração: Leandro Torelli e Gabriel Bandouk Edição de texto: Maria Raquel Apolinário, Vanderlei Orso e Gabriela Alves Preparação de texto: Mitsue Morrisawa Coordenação de produção: Maria José Tanbellini Iconografia: Aline Reis Chiarelli, Leonardo de Sousa Klein e Daniela Baraúna EDITORA MODERNA Diretoria de Tecnologia Educacional Editora executiva: Kelly Mayumi Ishida Coordenadora editorial: Ivonete Lucirio Editoras: Jaqueline Ogliari e Natália Coltri Fernandes Assistentes editoriais: Ciça Japiassu Reis e Renata Michelin Editor de arte: Fabio Ventura Editor assistente de arte: Eduardo Bertolini Assistentes de arte: Ana Maria Totaro, Camila Castro, Guilherme Kroll e Valdeí Prazeres Revisores: Antonio Carlos Marques, Diego Rezende e Ramiro Morais Torres © Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Todos os direitos reservados. EDITORA MODERNA Rua Padre Adelino, 758 – Belenzinho São Paulo – SP – Brasil – CEP: 03303-904 Vendas e atendimento: Tel. (0__11) 2602-5510 Fax (0__11) 2790-1501 www.moderna.com.br 2012 http://www.moderna.com.br/ Experiências de esquerda na América Latina Cuba se liberta do domínio colonial espanhol em 1898, com o apoio militar dos Estados Unidos, que passaram a intervir diretamente no país. 1902: é promulgada a primeira Constituição cubana, com a incorporação da Emenda Platt. A emenda assegurava aos Estados Unidos o poder de intervir em Cuba para garantir a “independência” da ilha. • A Emenda Platt permitiu a instalação de uma base militar norte-americana permanente na Baía de Guantánamo, que mais tarde passou a ser uma prisão militar. Cuba após a independência Cuba após a independência Regimento de cavalaria da Guerra Hispano- -americana, 1898. M IN N E S O T A H IS T O R IC A L S O C IE T Y /C O R B IS /L A T IN S T O C K O governo de Fulgêncio Batista 1952: o general Fulgêncio Batista lidera um golpe de Estado e implanta uma ditadura em Cuba. Cuba permanece com sua economia agroexportadora, com base no latifúndio produtor de cana-de-açúcar e de tabaco. Subordinação do governo e das elites à política dos Estados Unidos → elevados índices de analfabetismo no país e péssimas condições de vida e de trabalho. A Revolução Cubana Reação contra a ditadura de Fulgêncio Batista Em 1953, um grupo de jovens revolucionários empreende um ataque malsucedido ao Quartel de Moncada, na cidade cubana de Santiago Fidel Castro é preso e, após sua libertação, em 1955, exila-se no México 1956-1958: Fidel Castro, Raúl Castro e Ernesto Che Guevara mobilizam camponeses em Sierra Maestra, região montanhosa de Cuba, para retomar a luta contra a ditadura de Fulgêncio Batista 1959: os revolucionários derrubam Fulgêncio Batista e Fidel Castro assume o governo do país A Revolução Cubana A Revolução Cubana O líder revolucionário Fidel Castro acena para multidão em sua entrada em Havana, após a derrubada do governo de Fulgêncio Batista, em 1959. B E T T M A N N /C O R B IS /L A T IN S T O C K Reação contrarrevolucionária 1961: os Estados Unidos treinam cubanos anticastristas e financiam a invasão da Baía dos Porcos, em Cuba → opositores são derrotados, provocando um dos maiores fracassos na história da política externa norte-americana. Diante da ameaça norte-americana, o governo de Fidel alinha-se com a União Soviética e declara sua adesão ao socialismo. Os Estados Unidos lançam a Aliança para o Progresso, programa de ajuda econômica para os países da América, visando fortalecer o capitalismo na região. 1962: o cerco a Cuba é ampliado com o bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos e a expulsão da ilha da Organização dos Estados Americanos (OEA). O socialismo cubano: conquistas e repressão O governo de Fidel Castro promove vários avanços sociais: • Distribuição de terras e de renda. •Investimentos na saúde e na educação, que foram estatizadas. O socialismo cubano, porém, também foi marcado pela repressão política e pela ditadura de partido único. Cuba sem a União Soviética Na década de 1980, a economia cubana, muito dependente da ajuda soviética, sofreu o impacto da redução drástica do auxílio vindo de Moscou. Década de 1990: o fim da União Soviética e a manutenção do embargo norte-americano levaram Cuba a uma terrível crise econômica → permissão a pequenas empresas privadas e investimentos estrangeiros no setor de serviços e no turismo. 2008: Raúl Castro assumiu o governo, após Fidel, muito doente, afastar-se definitivamente do poder. Raúl Castro aprofunda o processo de desestatização da economia, mas mantém o modelo político de partido único. O socialismo chileno 1964-1970: o governo de Eduardo Frei adotou no Chile uma política moderada de reforma agrária e o controle gradual da indústria do cobre. Essas medidas foram ampliadas por Salvador Allende, eleito presidente da república em 1970. Allende, que defendia uma transição pacífica para o socialismo, a chamada “via chilena”, manteve o Estado democrático e pluralista, respeitando as instituições existentes e os princípios de liberdade e de igualdade de direitos. Allende pretendia ampliar a reforma agrária, promover a reestruturação econômica, estatizar o sistema financeiro, controlar a mineração e as empresas de transporte e comunicações e priorizar investimentos na educação e na saúde. O golpe militar e a ditadura de Pinochet Golpe de Estado (11 de setembro de 1973): promovido pelo exército e pela direita chilena, derruba o governo de Allende, que se suicida Allende passa a sofrer forte oposição da elite econômica chilena e dos Estados Unidos O general Augusto Pinochet dá início a um governo ditatorial, que se estenderia até março de 1990 Pinochet fecha o Congresso Nacional Privatiza setores da educação, saúde e previdência social Institui a censura à imprensa Privilegia as relações políticas e comerciais com os Estados Unidos Promove perseguições políticas e torturas aos opositores A ditadura Pinochet Assessores e membros do governo de Salvador Allende são levados por soldados para fora do palácio presidencial de La Moneda durante golpe de Estado no Chile, em 11 de setembro de 1973. R E U T E R S /L A T IN S T O C K A redemocratização do Chile Década de 1980: o processo de redemocratização do Chile começa com a reorganização dos partidos políticos e o plebiscito, em 1988, que nega a Pinochet o direito de continuar no poder. 1989: eleições livres são realizadas e vence o candidato Patricio Aylwin. 1990-1994: Aylwin restabelece as liberdades civis e pune os militares e civis envolvidos com crimes políticos durante a ditadura. 2006: Michelle Bachelet assume a presidência do país → médica, militante socialista torturada pelo regime Pinochet e filha de um ativista morto pela ditadura, foi a primeira mulher a presidir o Chile. A RevoluçãoSandinista na Nicarágua 1926: grupos de oposição ao governo da Nicarágua e à influência norte-americana na economia do país iniciam a luta armada para tomar o poder → a guerrilha é liderada por José María Moncada e César Augusto Sandino. O governo combate os guerrilheiros com o apoio dos fuzileiros dos Estados Unidos → Sandino é assassinado a mando de Anastácio Somoza García, chefe da Guarda Nacional. Somoza assume o governo com o apoio dos Estados Unidos e implanta um regime de perseguição política, torturas e assassinato dos opositores. 1961: é criada a Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN), para combater a ditadura da família Somoza. A FSLN recebe o apoio de estudantes, camponeses, operários e outros setores populares, e realiza trabalho de conscientização política, com criação de sindicatos nas cidades e escolas de alfabetização na zona rural. A Revolução Sandinista na Nicarágua A Revolução Sandinista na Nicarágua 1961: criação da Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN) para combater o governo ditatorial da família Somoza 1978: assassinato do jornalista Pedro Joaquín Chamorro, líder da resistência ao regime ditatorial Início da luta armada da FSLN contra o governo de Anastácio Somoza 1979: rebeldes invadem a sede do governo e tomam o poder Governo sandinista Reforma agrária, melhorias nas áreas de educação e saúde e aproximação dos países socialistas Corte dos investimentos externos, aumento do deficit público e da inflação e ausência de políticas públicas voltadas à população rural e indígena A Revolução Sandinista ANOTAÇÕES EM AULA Coordenação editorial: Maria Raquel Apolinário, Eduardo Augusto Guimarães e Ana Claudia Fernandes Elaboração: Leandro Torelli e Gabriel Bandouk Edição de texto: Maria Raquel Apolinário, Vanderlei Orso e Gabriela Alves Preparação de texto: Mitsue Morrisawa Coordenação de produção: Maria José Tanbellini Iconografia: Aline Reis Chiarelli, Leonardo de Sousa Klein e Daniela Baraúna EDITORA MODERNA Diretoria de Tecnologia Educacional Editora executiva: Kelly Mayumi Ishida Coordenadora editorial: Ivonete Lucirio Editoras: Jaqueline Ogliari e Natália Coltri Fernandes Assistentes editoriais: Ciça Japiassu Reis e Renata Michelin Editor de arte: Fabio Ventura Editor assistente de arte: Eduardo Bertolini Assistentes de arte: Ana Maria Totaro, Camila Castro, Guilherme Kroll e Valdeí Prazeres Revisores: Antonio Carlos Marques, Diego Rezende e Ramiro Morais Torres © Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Todos os direitos reservados. EDITORA MODERNA Rua Padre Adelino, 758 – Belenzinho São Paulo – SP – Brasil – CEP: 03303-904 Vendas e atendimento: Tel. (0__11) 2602-5510 Fax (0__11) 2790-1501 www.moderna.com.br 2012 http://www.moderna.com.br/ A ditadura militar no Brasil O golpe militar de 1964 João Goulart é derrubado pelos militares, em 31 de março de 1964, por meio de um golpe, apoiado por políticos conservadores, representantes do grande capital nacional e estrangeiro e setores conservadores da Igreja católica e da classe média. Tanque do Exército circula pelas ruas do Rio de Janeiro, em 1o de abril de 1964. A R Q U IV O /O G L O B O A edição do AI-1 Logo após o golpe, o presidente da Câmara dos Deputados, Ranieri Mazzilli, assumiu provisoriamente a presidência da república. 9 de abril de 1964: uma junta militar editou o Ato Institucional no 1 (AI-1), que estabelecia: • O poder do presidente da república de suspender os direitos políticos e cassar todos os cargos legislativos. • A suspensão do caráter vitalício e estável dos cargos públicos, que poderiam ser suprimidos em caso de ameaça à ordem estabelecida. Castello Branco assume a presidência Dois dias após a publicação do AI-1, o marechal Humberto Alencar Castello Branco é eleito presidente da república pelo Congresso Nacional → apresenta como principal meta de governo “combater o comunismo e recuperar a credibilidade internacional do Brasil”. 1964: cria o Serviço Nacional de Informação (SNI), com a tarefa de supervisionar e coordenar as atividades de informação visando à garantia da segurança nacional. Castello Branco assume a presidência A repressão: lideranças sindicais, camponesas, estudantis e religiosas foram presas; governadores e outros políticos tiveram seus mandatos cassados. Castello Branco decreta os Atos Institucionais no 2 (1965), no 3 e no 4(1966). O Congresso Nacional promulga a Constituição de 1967, que fortalece o Poder Executivo federal e reduz a autonomia dos estados. Os Atos Institucionais no governo Castello Branco Os Atos Institucionais no governo Castello Branco AI-2 (outubro de 1965): estabelece eleição indireta para presidente da república e extingue os partidos políticos, autorizando a existência apenas da Arena (Aliança Renovadora Nacional) e do MDB (Movimento Democrático Brasileiro) AI-3 (fevereiro de 1966): estabelece eleição indireta para governadores e prefeitos de capitais, consideradas áreas de segurança nacional AI-4 (dezembro de 1966): convoca o Congresso para aprovar o texto da Constituição de 1967, elaborado pelo governo militar A linha dura de Artur da Costa e Silva 1967: O marechal Artur da Costa e Silva assume o governo após a morte de Castello Branco. Inicia a “linha dura” do regime, substituindo funcionários públicos civis por militares em vários cargos estratégicos. Governo marcado pela reação da sociedade civil: • Greves de operários em Contagem (MG) e Osasco (SP), passeatas estudantis desafiavam o regime militar. • Passeata dos Cem Mil pela democracia, em junho de 1968, no Rio de Janeiro, com participação de trabalhadores, intelectuais, políticos, artistas e religiosos. A linha dura de Artur da Costa e Silva Discurso do deputado federal do MDB pelo estado da Guanabara, Márcio Moreira Alves, defende o boicote ao desfile do Dia da Independência. Publicação do Ato Institucional no 5 (AI-5), em 13 de dezembro de 1968: é o golpe dentro do golpe. Cem mil protestam contra a ditadura Passeata dos Cem mil: o então líder estudantil Vladimir Palmeira discursa para os estudantes na Cinelândia, Rio de Janeiro. Ao lado dele, José Domingos Teixeira Neto, 26 de junho de 1968. A R Q U IV O /O G L O B O A ditadura escancarada A ditadura escancarada Ato Institucional no 5 (13 de dezembro de 1968) Executivo com poderes para fechar o Congresso Nacional Suspensão das garantias constitucionais O presidente pode cassar mandatos e direitos políticos O governo ganha o poder de suspender o direito de habeas corpus Rigorosa censura aos meios de comunicação A ditadura escancarada A luta armada contra a ditadura (1968-1974) • Setores da esquerda, influenciados pelas ações guerrilheiras na América Latina, iniciam a luta armada para derrubar o regime: PC do B (dissidência do PCB), Aliança Libertadora Nacional (ANL), de Carlos Marighella, Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), liderada pelo capitão Carlos Lamarca, Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8), entre outros. • A guerrilha promove assaltos a banco e sequestros para financiar a luta contra o regime e negociar a libertação de prisioneiros políticos. A ditadura escancarada O regime endurece a repressão • 1969: cria, com o apoio de empresários e políticos civis, a Operação Bandeirante (Oban) e o Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), este último organizado em cada estado. Os “anos de chumbo” (1969-1974) O general Emílio Garrastazu Médici assume a presidência em outubro de 1969 e intensifica a repressão aos opositoresdo regime ditatorial. Seu governo realiza prisões sumárias, tortura e execuções. Policiais prendem 920 estudantes durante congresso clandestino da UNE (União Nacional dos Estudantes), na cidade de Ibiúna (SP), em 11 de outubro de 1968. A R Q U IV O /O G L O B O Os “anos de chumbo” (1969-1974) O governo Médici destacou-se por ser o mais repressivo. Período de grande ufanismo patriótico, destacado pela propaganda oficial (“Brasil: ame-o ou deixe-o”; “Ninguém segura este país”) e pela conquista do tricampeonato mundial de futebol, em 1970, utilizado pelo regime como símbolo da grandeza do país. O “milagre econômico”: crescimento do PIB, que chegou, em 1973, a 13%; construção de grandes obras públicas; criação de estatais; aumento do consumo da classe média. Pilares do crescimento econômico: • Crescimento da dívida externa, arrocho salarial e repressão política. Resistência cultural ao regime Durante os “anos de chumbo”, a resistência ao regime militar também se manifestou no campo cultural, com ações na música, no teatro e no cinema. • Composições musicais afrontavam e questionavam o regime, destacando-se as obras de Geraldo Vandré e Chico Buarque de Hollanda. • O teatro como arte de crítica social e política: Teatro de Arena, fechado pela ditadura; Teatro Oficina, de José Celso Martinez Corrêa; Grupo Opinião, formado a partir do Centro Popular de Cultura (CPC), da União Nacional dos Estudantes (UNE). • O Cinema Novo, de Glauber Rocha e Nelson Pereira dos Santos, entre outros, engajado em denunciar os problemas sociais do país. Geisel e a abertura política (1974-1979) O general Ernesto Geisel dá início ao processo “lento, gradual e seguro” de abertura política, chamado distensão → avanços e retrocessos na liberalização do regime. 1974: a sociedade anseia por mudanças, e candidatos do MDB são vitoriosos nas eleições parlamentares. 1976: o governo reage e cria a Lei Falcão, que proibia candidatos de se apresentarem ao vivo no rádio e na TV durante a propaganda eleitoral gratuita. Geisel e a abertura política (1974-1979) 1977: visando enfraquecer a oposição, o governo lança o Pacote de Abril: • Fecha o Congresso Nacional. • O presidente passa a governar por meio de decretos. • Um terço do Senado passa a ser indicado pelo presidente: são os senadores conhecidos como “biônicos”. 1977-1978: estudantes lutam pela anistia e pelo fim da ditadura; metalúrgicos das fábricas do ABC paulista fazem greve por melhores salários. O general João Baptista Figueiredo assume o governo, em 1979, sob protesto popular. Em março de 1979, mais de 80 mil metalúrgicos do ABC paulista entraram em greve, desafiando a polícia e o regime militar. Cresce a articulação e luta da sociedade: estudantes, professores, bancários e outras categorias lutam por melhores salários, por mais verbas para a educação e pelo fim da ditadura. Junho de 1979: o Congresso aprova a Lei de Anistia, beneficiando os dirigentes e os torturadores do regime militar e permitindo a volta dos exilados e a libertação dos prisioneiros políticos. Figueiredo e o fim do regime (1979-1985) Figueiredo e o fim do regime (1979-1985) Novembro de 1979: uma reforma política permite o pluripartidarismo: surgem o PT, o PMDB, o PDS e o PDT, entre outras legendas. 1982: nas eleições diretas para governadores, prefeitos, deputados e senadores, os partidos da oposição elegem candidatos em vários estados. Mobilização popular e as Diretas Já Mobilização popular e as Diretas Já 1983: oposições lançam a campanha pelas Diretas Já, que exige a volta das eleições diretas e livres para a presidência da república em 1985 1984: a campanha ganha força com a participação de partidos políticos de centro e esquerda recém-criados, assim como de jornalistas, intelectuais e artistas em comícios pelo país Abril de 1984: a emenda que estabelecia as eleições diretas é rejeitada na Câmara dos Deputados 15 de janeiro de 1985: Tancredo Neves é eleito, no Colégio Eleitoral, presidente da república 15 de março de 1985: Tancredo Neves adoece e seu vice, José Sarney, é empossado como presidente interino. Com a morte de Tancredo, em abril, Sarney assume definitivamente o cargo Mobilização popular e as Diretas Já A L B E R T O E S C A L D A /E M /D .A P R E S S Manifestação popular na campanha Diretas Já, em Belo Horizonte, 24 de fevereiro de 1984. ANOTAÇÕES EM AULA Coordenação editorial: Maria Raquel Apolinário, Eduardo Augusto Guimarães e Ana Claudia Fernandes Elaboração: Leandro Torelli e Gabriel Bandouk Edição de texto: Maria Raquel Apolinário, Vanderlei Orso e Gabriela Alves Preparação de texto: Mitsue Morrisawa Coordenação de produção: Maria José Tanbellini Iconografia: Aline Reis Chiarelli, Leonardo de Sousa Klein e Daniela Baraúna EDITORA MODERNA Diretoria de Tecnologia Educacional Editora executiva: Kelly Mayumi Ishida Coordenadora editorial: Ivonete Lucirio Editoras: Jaqueline Ogliari e Natália Coltri Fernandes Assistentes editoriais: Ciça Japiassu Reis e Renata Michelin Editor de arte: Fabio Ventura Editor assistente de arte: Eduardo Bertolini Assistentes de arte: Ana Maria Totaro, Camila Castro, Guilherme Kroll e Valdeí Prazeres Revisores: Antonio Carlos Marques, Diego Rezende e Ramiro Morais Torres © Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Todos os direitos reservados. EDITORA MODERNA Rua Padre Adelino, 758 – Belenzinho São Paulo – SP – Brasil – CEP: 03303-904 Vendas e atendimento: Tel. (0__11) 2602-5510 Fax (0__11) 2790-1501 www.moderna.com.br 2012 http://www.moderna.com.br/ O fim do socialismo real O modelo de socialismo implantado na Rússia depois da guerra civil (1918-1921) e consolidado na era de Stalin era centralizador → as decisões eram tomadas pela burocracia dirigente do Partido Comunista. A União Soviética e o socialismo real A União Soviética e o socialismo real O regime soviético Excessiva centralização político- -administrativa Militarização e produção bélica consumiam grande parte dos recursos do Estado Falta de inovação tecnológica e baixa produtividade nas atividades agropecuárias Ineficiência do setor público e atraso tecnológico para a produção de bens e serviços Crise econômica e incapacidade de competir com as economias ocidentais Diante da baixa produtividade, da falta de inovação tecnológica e da estagnação econômica, entre outros fatores, Mikhail Gorbachev, secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética, inicia, a partir de 1985, um programa de mudanças políticas e econômicas para modernizar o Estado soviético. As reformas de Mikhail Gorbachev As reformas de Mikhail Gorbachev Perestroika (“reconstrução” ou “reestruturação”) – reformas econômicas visando à modernização do Estado soviético: • Liberdade para a iniciativa privada na produção de bens de consumo. • Redução dos gastos com armamentos. • Retirada das tropas soviéticas do Afeganistão. Glasnost (“transparência”) – medidas de abertura política visando renovar e sanear o Partido Comunista, combater a corrupção e definir os poderes e os limites do Estado soviético: • Liberdade de imprensa. • Liberdade de expressão política. • Libertação dos presos políticos. Dificuldades e oposição à perestroika As reformas colocadas em prática por Gorbachev foram alvo de oposição por parte tanto de setores conservadores quanto de setores reformistas da União Soviética. Nomenklatura: grupo formado por burocratas do Partido Comunista, que temiam as reformas de Gorbachev e não queriam perder seus privilégios no partido. Reformistas liberais: grupo liderado por Boris Yeltsin, ex-secretário-geraldo Partido Comunista em Moscou, que criticava a “lentidão” das reformas de Gorbachev. Dificuldades de implantar as reformas No final da década de 1980, a baixa produção de bens de consumo na União Soviética causava sérios problemas de abastecimento e longas filas para a compra de produtos essenciais, como alimentos. Ao mesmo tempo, o problema das nacionalidades ressurgiu com a crise econômica e a abertura do regime, colocando em xeque a frágil unidade do Estado soviético. Uma onda autonomista se espalhou e as repúblicas, uma a uma, declararam a soberania das leis nacionais sobre as leis do Estado soviético. Mikhail Gorbachev, secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética, discursa em conferência do Partido Comunista, em Moscou, Rússia, em 1988. R IA N O V O S T I/ A F P O fim da União Soviética 8 de dezembro de 1991: os presidentes da Rússia, Ucrânia e Bielorrússia declaram o fim da União Soviética e a criação da Comunidade dos Estados Independentes (CEI) O fim da União Soviética 1990: Gorbachev assume a presidência do país e, no ano seguinte, sofre um golpe de Estado, organizado por setores conservadores do Partido Comunista Agosto de 1991: Boris Yeltsin organiza a população de Moscou e Leningrado em defesa de Gorbachev e frustra o golpe Junho de 1991: Yeltsin é eleito presidente da Rússia, o primeiro a ser eleito democraticament e desde a criação da União Soviética em 1922 25 de dezembro de 1991: Gorbachev anuncia, em rede nacional, sua renúncia ao cargo de presidente da União Soviética O Muro de Berlim, construído em 1961, separava Berlim ocidental, capitalista, de Berlim oriental, socialista. Manifestações pró-democracia e fugas em massa de alemães orientais para o lado ocidental levaram o Partido Comunista da República Democrática Alemã (Alemanha Oriental) a tomar medidas de abertura política. O governo do país é substituído em outubro de 1989, e em novembro cai o Muro de Berlim. A queda do Muro de Berlim A queda do muro abriu espaço para a retomada das negociações para a reunificação alemã. A unificação das duas Alemanhas ocorre em 1990 e gera várias dificuldades para o governo único: desemprego, recessão, atentados neonazistas e clima social tenso, resultados do distanciamento físico, político e econômico causado pelos anos de separação. A queda do Muro de Berlim Na Polônia, a crise econômica iniciada no final da década de 1970 e a repressão política levaram o sindicato independente Solidariedade a promover greves nas cidades portuárias do Mar Báltico e nas minas de carvão da Silésia, sob a liderança de Lech Walesa. A União Soviética intervém e coloca o general Wojciech Jaruzelski, ex-ministro da Defesa da Polônia, na presidência do país. Jaruzelski decreta a Lei Marcial, torna ilegal o Solidariedade e prende seus dirigentes. Crise e transição política na Polônia As manifestações e protestos continuam a ocorrer e, no final da década de 1980, Jaruzelski inicia uma política de distensão: reconhece o sindicato Solidariedade, inicia uma gradual desestatização da economia e realiza a transição política que dará fim ao socialismo, com a eleição de Lech Walesa para presidente da Polônia em 1989. Crise e transição política na Polônia Lech Walesa discursa para trabalhadores durante greve no estaleiro de Gdansk, na Polônia, em 8 de agosto de 1980. R E U T E R S /L A T IN S T O C K Bulgária No poder desde 1954, Todor Jivkov desenvolve uma política que melhora o padrão de vida da população e, na década de 1980, adota medidas liberalizantes em sintonia com as reformas propostas por Gorbachev na União Soviética. Em 1991 a União das Forças Democráticas vence as eleições e põe fim ao regime socialista. O fim do socialismo na Bulgária e na Hungria Hungria 1956: medidas liberais tomadas pelo presidente Imre Nagy, como o fim da censura e a abertura de fronteiras, levam o país a ser ocupado por tropas soviéticas, que sufocaram a revolução democrática. 1988: Károly Grósz, simpatizante da glasnost soviética, assume o governo e inicia um processo de reformas, culminando com a vitória eleitoral do Fórum Democrático Húngaro no início dos anos 1990, que restabelece, aos poucos, o capitalismo no país. O fim do socialismo na Bulgária e na Hungria Após a Segunda Guerra Mundial, a Romênia passou a integrar o bloco soviético. • Desde meados da década de 1960, o país vivia sob a ditadura de Nicolau Ceausescu, responsável pelo massacre de minorias étnicas. Cansados de repressão política e afetados pela grave crise econômica dos anos 1980, a população romena realiza várias manifestações, que culminaram na insurreição popular de 1989: Ceausescu e sua esposa foram executados por populares e um novo governo foi eleito, que conduziu o processo de restauração capitalista no país. A queda do socialismo na Romênia 1968: na Tchecoslováquia, as reformas democráticas lideradas pelo comunista moderado Alexander Dubcek e conhecidas como a Primavera de Praga, foram brutalmente interrompidas pela União Soviética, que invadiu o país e restabeleceu a linha dura de Moscou. Década de 1980: foram colocadas em prática, com orientação de Gorbachev, algumas reformas políticas, na chamada Revolução de Veludo. 1990: o democrata Václav Havel foi eleito presidente e promoveu o ingresso do país na economia de mercado. 1992: a Tchecoslováquia é dividida em dois países independentes: República Tcheca e Eslováquia. A queda do socialismo na Tchecoslováquia Guerras e fim da Iugoslávia Guerras étnicas e o fim da Iugoslávia 1945: o comunista croata Josie Broz, conhecido como Tito, proclama a República Socialista da Iugoslávia 1980: Tito morre. Os anos seguintes foram marcados por uma grave crise econômica e pela eclosão dos movimentos nacionalistas Desintegração de Iugoslávia: reconhecimento da independência da Bósnia em 1995, de Montenegro em 2006 e de Kosovo em 2008 1991-1992: a Eslovênia declara sua independência e, no ano seguinte, a Bósnia- -Herzegovina, gerando uma violenta reação sérvia, a Guerra da Bósnia Limpeza étnica: expulsão de bósnios muçulmanos, massacre de civis e aprisionament o de croatas e bósnios em campos de concentração Formada por Sérvia, Croácia, Eslovênia, Bósnia-Herzegovina, Montenegro, Macedônia e as repúblicas autônomas de Voivodina e Kosovo Intervenções da Otan e da ONU ANOTAÇÕES EM AULA Coordenação editorial: Maria Raquel Apolinário, Eduardo Augusto Guimarães e Ana Claudia Fernandes Elaboração: Leandro Torelli e Gabriel Bandouk Edição de texto: Maria Raquel Apolinário, Vanderlei Orso e Gabriela Alves Preparação de texto: Mitsue Morrisawa Coordenação de produção: Maria José Tanbellini Iconografia: Aline Reis Chiarelli, Leonardo de Sousa Klein e Daniela Baraúna EDITORA MODERNA Diretoria de Tecnologia Educacional Editora executiva: Kelly Mayumi Ishida Coordenadora editorial: Ivonete Lucirio Editoras: Jaqueline Ogliari e Natália Coltri Fernandes Assistentes editoriais: Ciça Japiassu Reis e Renata Michelin Editor de arte: Fabio Ventura Editor assistente de arte: Eduardo Bertolini Assistentes de arte: Ana Maria Totaro, Camila Castro, Guilherme Kroll e Valdeí Prazeres Revisores: Antonio Carlos Marques, Diego Rezende e Ramiro Morais Torres © Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Todos os direitos reservados. EDITORA MODERNA Rua Padre Adelino, 758 – Belenzinho São Paulo – SP – Brasil – CEP: 03303-904 Vendas e atendimento: Tel. (0__11) 2602-5510 Fax (0__11) 2790-1501 www.moderna.com.br 2012 http://www.moderna.com.br/ Brasil: da redemocratização aos diasatuais Abril de 1984: a emenda Dante de Oliveira, que previa a realização de eleição direta para a escolha do próximo presidente, é derrotada na Câmara dos Deputados. Janeiro de 1985: Tancredo Neves, pela coligação conhecida como Aliança democrática, vence Paulo Maluf, candidato apoiado pelo governo militar, na eleição indireta para a presidência da república, realizada no Colégio Eleitoral. Março de 1985: Tancredo adoece e seu vice, José Sarney, é empossado interinamente na presidência da república. 21 de abril de 1985: Tancredo morre e Sarney assume o cargo como titular. Sarney e o início da redemocratização (1985-1990) Sarney promove várias mudanças que dão início ao processo de redemocratização do país. • Facilita o registro de partidos políticos, o que permite a legalização do PCB e do PC do B. • O Congresso aprova eleições diretas para as prefeituras das capitais e de outras cidades consideradas de segurança nacional. • O presidente convoca a Assembleia Constituinte, encarregada de elaborar uma nova Constituição para o país. Para conter a inflação, que chegava a 200% ao ano, o governo cria o Plano Cruzado, em janeiro de 1986. Sarney e o início da redemocratização (1985-1990) O cruzeiro, moeda brasileira na época, perde três zeros e vira cruzado. Estabelece o congelamento de preços e salários. Determina o reajuste salarial sempre que a inflação atingisse 20%. Lança outros planos econômicos: o Plano Cruzado II (1986), o Plano Bresser (1987) e o Plano Verão (1989). Sarney e o início da redemocratização (1985-1990) A Constituição de 1988 A Constituição de 1988 (Constituição Cidadã) Voto facultativo aos analfabetos, jovens entre 16 e 18 anos e maiores de 70 anos O racismo e a tortura tornam-se crimes inafiançáveis e imprescritíveis Inclusão das principais conquistas trabalhistas desde a CLT Jornada de trabalho de 44 horas semanais, direito de greve, adicional de 1/3 do salário nas férias etc. Criação de medidas de proteção ao meio ambiente, aos grupos indígenas e às comunidades remanescente s de quilombos Igualdade de direitos e obrigações entre homens e mulheres Membros da Assembleia Nacional Constituinte promulgam a Constituição, em 5 de outubro de 1988. C L A U D IO V E R S IA N I/ E D IT O R A A B R IL A Constituição de 1988 Depois de 29 anos, eleições diretas para presidente são realizadas em 1989, e Fernando Collor de Mello é eleito, no segundo turno, presidente da república. Assim que assume o governo, em 1990, o novo presidente lança o Plano Brasil Novo, conhecido como Plano Collor. A moeda circulante foi substituída pelo cruzeiro. • Depósitos em contas correntes e aplicações financeiras superiores a 50 mil cruzeiros (pouco mais de mil dólares na época) foram bloqueados por 18 meses. • Foram estabelecidos o congelamento de preços e salários e a redução de impostos para importados, entre outras medidas para promover a abertura do mercado brasileiro ao capital internacional. O governo Collor (1990-1992) Cria o Programa Nacional de Desestatização (PND) e inicia a privatização de empresas estatais, extingue órgãos e empresas públicas, provocando a demissão de milhares de funcionários. Abre o mercado brasileiro às importações e à entrada de capital estrangeiro, promove a modernização da indústria nacional e favorece a fusão ou a quebra de várias empresas brasileiras menores, que não estavam preparadas para competir no mercado mundial. As medidas econômicas de Collor tiveram efeito recessivo, causando demissões e o aumento do desemprego. O governo Collor e a liberalização econômica Denúncias de negociações desonestas envolvendo ministros e amigos de Collor dão origem à chamada “República das Alagoas”, em que se destacava o tesoureiro da campanha eleitoral de Collor, Paulo César (PC) Farias. Pedro Collor, irmão do presidente, denuncia na imprensa o esquema de fraude eleitoral, suborno, sonegação de impostos, proteção a empresários e falsificação de concorrência pública, dirigido por PC Farias. Os “caras-pintadas” e a queda de Collor Maio de 1992: a Câmara Federal instala uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as acusações sobre o chamado “esquema PC”. Em protesto contra o governo, estudantes saem vestidos de preto e com os rostos pintados, originando o movimento dos “caras-pintadas”. Setembro de 1992: a Câmara vota a abertura do processo de impeachment e Collor é afastado da presidência até a conclusão dos trabalhos. Dezembro de 1992: antes de o Senado votar o impeachment, Collor renuncia à presidência. Mesmo assim, é julgado e tem seus direitos políticos cassados por oito anos. Os “caras-pintadas” e a queda de Collor Estudantes que ficaram conhecidos como os "caras-pintadas" realizam manifestação pedindo o impeachment do presidente da república, Fernando Collor de Mello. Porto Alegre, 23 de agosto de 1992. C A R L O S R O D R IG U E S /A G Ê N C IA E S T A D O Os “caras-pintadas” e a queda de Collor Abril de 1993: convoca o plebiscito, previsto na Constituição de 1988, para que a população decidisse sobre a forma de governo (monarquia ou república) e o sistema de governo (presidencialismo ou parlamentarismo) → vencem a república e o presidencialismo. Itamar Franco (1992-1994) Julho de 1994: Itamar anuncia o Plano Real, plano de estabilização econômica criado pela equipe do ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso (FHC). • O Brasil ganhou uma nova moeda, o real, em paridade com o dólar. • Forte redução na emissão de moeda. • Elevação das taxas de juros e restrição das vendas a prazo. • Privatização de empresas estatais e abertura da economia às importações. Resultado imediato do Plano Real: queda da inflação, que passou de 47% em junho de 1994 para 3% no final do ano. Itamar Franco (1992-1994) O primeiro governo FHC (1995-1998) O sucesso do Plano Real garantiu a vitória de Fernando Henrique nas eleições presidenciais de 1994, derrotando, no primeiro turno, o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva. O primeiro governo FHC (1995-1998) Reformas econômicas: privatização de empresas estatais, reforma constitucional que permitiram a quebra de monopólio estatal na exploração do petróleo e das telecomunicações Controle da inflação e manutenção de uma das maiores taxas de juros do mundo para atrair o capital estrangeiro 1o de janeiro de 1995: criação do Mercosul, reunindo Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai 1997: aprovação da emenda constitucional que garante a possibilidade de reeleição do presidente da república, governadores e prefeitos Baixíssimos índices de crescimento econômico e elevada taxa de desemprego O segundo governo FHC (1999-2002) Obtém melhoria em alguns indicadores sociais com a redução do analfabetismo e da mortalidade infantil. Programas como o de combate à aids e a lei de incentivo aos medicamentos genéricos resultaram, respectivamente, na queda drástica das mortes causadas pelo vírus HIV e no barateamento de muitos remédios. Inúmeras organizações não governamentais (ONGs) de defesa dos direitos humanos são constituídas no país. Aprova a Lei 8.685 (Lei do Audiovisual), que permite às empresas destinar parte dos impostos devidos à União à produção de obras cinematográficas. O segundo governo FHC (1999-2002) Enfrenta crise no setor de energia elétrica em 2001, com o “apagão”, e posterior política de racionamento de energia, que prejudicou a indústria nacional. Dificuldades no cenário econômico internacional levaram o governo a assinar um acordo com o FMI, que impôs um programa austero de cortes dos gastos públicos → as taxas de juros aumentaram,reduzindo a atividade econômica no país. Enfrentando um quadro de desemprego e baixos salários, Fernando Henrique terminou o seu mandato com um índice de aprovação de apenas 23%, não conseguindo eleger seu candidato à sucessão. O primeiro governo Lula (2003-2006) O primeiro governo Lula (2003-2006) Política interna Indicação de Henrique Meirelles para a presidência do Banco Central: manutenção da política econômica de seu antecessor Cria e reformula programas sociais Fome Zero: vigente até 2003, atendia 1,5 milhão de famílias carentes com R$ 50 ao mês Bolsa Família: criado em 2003, o programa estabelece a concessão de um benefício mensal a famílias carentes Política externa Entrada do Brasil no G-20, ampliação das relações diplomáticas com a África e o Oriente Médio e início da campanha para a inclusão do Brasil no Conselho de Segurança da ONU como membro permanente O primeiro governo Lula (2003-2006) Cerimônia de posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ao lado de Lula, o vice José Alencar, em Brasília, 1o de janeiro de 2003. JO E L S IL V A /F O L H A P R E S S A crise política causada pelas denúncias de corrupção envolvendo o alto escalão do governo e membros da base aliada não impediu a reeleição de Lula, que derrotou, no segundo turno, o candidato Geraldo Alckmin, do PSDB. Manutenção da política econômica e criação do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em 2007 → investimentos em infraestrutura (portos, aeroportos, estradas, energia) por meio de parceria com a iniciativa privada. Lançamento do Programa Pré-Sal, visando explorar petróleo em águas marinhas profundas → descobertas de grandes reservas. O segundo governo Lula (2007-2010) Surgem novas denúncias de corrupção envolvendo aliados do governo no Congresso. Mesmo com alguns reflexos no Brasil da crise financeira internacional, que veio à tona em 2008, Lula terminou seu mandato com um altíssimo índice de aprovação, que lhe permitiu eleger Dilma Rousseff, do PT, à sucessão presidencial. O segundo governo Lula (2007-2010) Dilma Rousseff foi a primeira mulher a ser eleita para a presidência do Brasil. • Em 2011, eleva a taxa de juros para conter o aumento da inflação e manter a economia estabilizada diante dos resquícios da crise econômica gerada nos Estados Unidos. • Denúncias de corrupção envolvendo ministros do governo levaram à troca de sete ministros, dificultando uma ação coesa do governo. • Em 2012, foi criada a Comissão Nacional da Verdade, com a tarefa de investigar violações de direitos humanos ocorridas na história recente do país. • O aprofundamento da crise econômica e financeira na zona do euro e a queda dos investimentos externos no Brasil levaram o governo a reduzir as taxas de juros e a adotar medidas para estimular o consumo e a produção industrial. O governo Dilma (início em 2011) Dilma Rousseff e Michel Temer sobem a rampa do Palácio do Planalto e são recebidos pelo presidente Lula e a primeira-dama Marisa Letícia, em Brasília, 1o de janeiro de 2011. A L A N M A R Q U E S /F O L H A P R E S S O governo Dilma (início em 2011) ANOTAÇÕES EM AULA Coordenação editorial: Maria Raquel Apolinário, Eduardo Augusto Guimarães e Ana Claudia Fernandes Elaboração: Leandro Torelli e Gabriel Bandouk Edição de texto: Maria Raquel Apolinário, Vanderlei Orso e Gabriela Alves Preparação de texto: Mitsue Morrisawa Coordenação de produção: Maria José Tanbellini Iconografia: Aline Reis Chiarelli, Leonardo de Sousa Klein e Daniela Baraúna EDITORA MODERNA Diretoria de Tecnologia Educacional Editora executiva: Kelly Mayumi Ishida Coordenadora editorial: Ivonete Lucirio Editoras: Jaqueline Ogliari e Natália Coltri Fernandes Assistentes editoriais: Ciça Japiassu Reis e Renata Michelin Editor de arte: Fabio Ventura Editor assistente de arte: Eduardo Bertolini Assistentes de arte: Ana Maria Totaro, Camila Castro, Guilherme Kroll e Valdeí Prazeres Revisores: Antonio Carlos Marques, Diego Rezende e Ramiro Morais Torres © Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Todos os direitos reservados. EDITORA MODERNA Rua Padre Adelino, 758 – Belenzinho São Paulo – SP – Brasil – CEP: 03303-904 Vendas e atendimento: Tel. (0__11) 2602-5510 Fax (0__11) 2790-1501 www.moderna.com.br 2012 http://www.moderna.com.br/ Conflitos regionais e a economia globalizada 1948: a Organização das Nações Unidas (ONU) determina a divisão da Palestina em duas partes: a dos judeus e a dos palestinos. Porém, apenas o Estado de Israel, judaico, concretiza-se. 1948-1949: países árabes rejeitam a partilha e entram em guerra contra o Estado de Israel → Israel vence o conflito e amplia seus territórios na Palestina. 1956: Israel declara guerra ao Egito, que tinha nacionalizado o Canal de Suez e fechado o porto de Eilat, usado pelos israelenses como acesso ao Mar Vermelho → Israel vence o conflito. Guerras na Palestina Guerras na Palestina 1964: é criada a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), dirigida por Yasser Arafat, que se transformou no principal porta-voz do povo palestino. 1967: Israel ataca a Jordânia, na chamada Guerra dos Seis Dias → derrota a Síria, o Egito e a Jordânia, ocupa Jerusalém Oriental, a Cisjordânia, a Faixa de Gaza, as Colinas de Golã (da Síria) e a Península do Sinai (do Egito). 1973: Egito e Síria realizam ataque-surpresa a Israel, dando início a outro conflito, conhecido como Guerra do Yom Kippur. Guerras na Palestina 1987: inicia-se a insurreição popular conhecida como Intifada, contra a ocupação israelense e em defesa de um Estado palestino livre e soberano. 2000: inicia-se uma nova Intifada motivada pela construção de colônias judaicas nos territórios palestinos. 2005: Israel retira-se da Faixa de Gaza, mas continua ocupando a Cisjordânia e Jerusalém Oriental com assentamentos de colonos judeus → um muro é construído para isolar os territórios palestinos. Guerras no Líbano 1960-1970: vários grupos religiosos entram em disputa para governar o país, questionando o critério de escolher sempre um cristão maronita para a presidência e um muçulmano sunita para o cargo de primeiro-ministro. As tensões crescem depois da Guerra dos Seis Dias (1967) e o crescimento do contingente de refugiados palestinos em território libanês. 1975: as disputas levam à guerra civil → cristãos contra muçulmanos apoiados por refugiados palestinos. O governo libanês pede a intervenção da Síria para tentar acabar com o conflito → Israel ocupa o sul do Líbano. Guerras no Líbano 1982: o governo israelense de Ariel Sharon autoriza a entrada de milicianos cristãos da Falange nos campos de refugiados palestinos de Sabra e Chatila, no sul do Líbano, território ocupado por Israel. Cerca de 2 mil palestinos, a maioria crianças, idosos e mulheres, são mortos pela Falange cristã. 2000: Israel desocupa o sul do Líbano, pressionado pela resistência do grupo xiita libanês Hezbollah. 2006: Israel entra em guerra contra o Hezbollah e ataca cidades libanesas → o cessar-fogo é assinado com a intervenção da ONU. Guerras no Golfo Pérsico Guerra Irã-Iraque (1980-1988) O Iraque de Saddam Hussein, seguidor do ramo sunita, invade o Irã, uma república islâmica xiita, visando controlar poços de petróleo e consolidar sua liderança regional. O Irã resiste e o conflito se estende por oito anos, deixando mais de 1 milhão de mortos. Guerras no Golfo Pérsico Primeira Guerra do Golfo (1990-1991) Agosto de 1990: o Iraque invade o Kuwait sob a justificativa de proteger suas reservas naturais de petróleo em regiões fronteiriças. Janeiro de 1991: a ONU autoriza uso da força contra o Iraque, e um contingentemilitar composto por 34 países, liderados pelos Estados Unidos, invade o Iraque e faz Saddam Hussein assinar o cessar-fogo. Guerras no Golfo Pérsico Segunda Guerra do Golfo (2003-2011) Os Estados Unidos invadem novamente o Iraque, contrariando a decisão do Conselho de Segurança da ONU e acusando Saddam Hussein de fabricar armas de destruição em massa, o que não se comprovou. Destruição generalizada do Iraque → captura e execução de Saddam Hussein → conflitos étnicos e religiosos pelo controle do país. Dezembro de 2011: as últimas tropas norte-americanas deixam o Iraque. Iraquiana xiita passa por uma patrulha do exército norte-americano no bairro de Al-Showla, Bagdá, em 5 de abril de 2004. P A T R IC K B A Z /A F P Guerras no Golfo Pérsico Conflitos no Afeganistão 1979: o Afeganistão é invadido pela União Soviética. A resistência afegã, formada por grupos guerrilheiros, incluindo o de Osama bin Laden, recebe armas e dinheiro dos Estados Unidos, da China e do Irã. 1988-1989: a União Soviética retira suas tropas do Afeganistão. 2001: nova invasão do Afeganistão, desta vez pelos Estados Unidos, após os ataques aéreos de 11 de setembro de 2001 contra as Torres Gêmeas em Nova York → a justificativa norte-americana era a de capturar e eliminar Osama Bin Laden, líder do grupo fundamentalista islâmico Al Qaeda, acusado de ser o mandante dos atentados. 2010: Osama bin Laden é localizado e morto em uma operação dos Estados Unidos no Paquistão. Conflitos na África O apartheid na África do Sul 1948: descendentes de colonos ingleses e holandeses e integrantes do Partido Nacional (PN), conhecidos como africânderes, estabelecem o apartheid (separação) 1950: reação do Congresso Nacional Africano (CNA) contra o apartheid 1962: Nelson Mandela, líder do CNA, é condenado à prisão perpétua 1984: diante de uma revolta popular, o governo racista da África do Sul decreta a lei marcial contra os negros A comunidade internaciona l e a ONU reagem à medida e a lei marcial é revogada 1992- 1994: é decretado o fim do apartheid e Nelson Mandela é eleito presidente da África do Sul Os não brancos (a maioria negros) são impedidos de participar da vida política e de possuir terras e obrigados a viver separados dos brancos Independência e guerra civil em Angola 1974-1975: a Revolução dos Cravos em Portugal, que derrubou a ditadura salazarista, impulsionou o movimento de independência nas colônias portuguesas na África, entre elas Angola, que se torna independente em 1975. Após a independência, a Angola é tomada por uma violenta guerra civil causada pela disputa entre grupos rivais que desejavam o controle do país: o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), a Frente Nacional para a Libertação de Angola (FNLA) e a União Nacional para a Independência Total de Angola (Unita). 2002: fim do conflito armado, que deixou um saldo de 1 milhão de mortos. Conflitos na América Latina Haiti 1957-1986: o país é submetido à ditadura da família Duvalier. 1990-1991: o democrata Jean-Bertrand Aristide assume o governo e, menos de um ano depois, é deposto por um golpe militar; o país passa a viver uma grave crise institucional, política e econômica. Aristide reassume o poder, mas sofre novo golpe em 2004. 2004: para conter saques e tumultos, uma missão de paz da ONU, liderada pelo Brasil, é destacada para garantir a estabilização do país. 2010: um terremoto devasta o país e agrava a crise da economia haitiana, que ainda está em processo de reconstrução. Conflitos na América Latina Colômbia Desde meados do século XX, a Colômbia é palco de lutas envolvendo o governo, grupos de guerrilha de esquerda, narcotraficantes e milícias paramilitares. Ao longo da década de 1940, teve início a ação de grupos armados de inspiração socialista que defendiam a necessidade urgente de reformas sociais. Surgem três importantes grupos guerrilheiros no país: as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), o Exército de Libertação Nacional (ELN) e o Exército Popular de Libertação (EPL). Conflitos na América Latina Colômbia Álvaro Uribe, eleito em 2002 e reeleito em 2006, negocia a libertação de muitos reféns com guerrilheiros das Farc. Atualmente, o país ainda enfrenta desigualdade social, desemprego e miséria. Política econômica adotada por muitos governos com o objetivo de adequar o liberalismo ao contexto capitalista iniciado no final da década de 1970 Neoliberalismo Estado mínimo: defende a mínima intervenção do Estado na economia Liberdade econômica: defende que o mercado pode se autorregular, sem controle governamental Corte dos gastos públicos: prevê o combate à inflação por meio do controle dos gastos públicos, obtido com o enxugamento da máquina administrativa e a privatização de empresas estatais Combate o assistencialismo do Estado e o excesso de tributação Neoliberalismo Neoliberalismo Os princípios liberais de desregulamentação da economia foram colocados em xeque pelas sucessivas crises financeiras ocorridas desde a década de 1990. A crise financeira de 2008, por exemplo, causada pela especulação financeira e imobiliária desenfreada, só não teve danos mais graves porque os governos dos Estados Unidos e de outros países liberaram trilhões de dólares para salvar empresas e instituições financeiras em dificuldades. A globalização Processo de integração econômica, política e cultural caracterizado pelo intenso intercâmbio de mercadorias, capitais, pessoas e serviços. Condições que possibilitaram e impulsionaram o processo de globalização: • Derrubada de barreiras alfandegárias e criação de novos mercados consumidores. • Facilidade do fluxo mundial de capitais, que podem mudar de um país a outro em segundos, por meio do sistema financeiro. • Facilidade de intercâmbio de produtos, serviços e informações entre os países por meio das novas tecnologias da comunicação e da modernização dos meios de transporte. • Derrubada de custos e preços, barateando a informação e encurtando distâncias por meio de novas tecnologias como a internet. A globalização Consequências da globalização: • Aumento da produtividade, redução de mão de obra e consequente aumento do desemprego em todo o mundo, pois muitas funções tornaram-se arcaicas, fora de uso ou desapareceram. • Valorização da mão de obra qualificada na tecnologia de ponta. • Barateamento de muitos produtos, especialmente os bens de consumo industrializados. • Quebra de muitas empresas nacionais despreparadas para a concorrência mundial. Os blocos econômicos Blocos econômicos no mundo globalizado Apec (Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico) 1989 Mercosul (Mercado Comum do Sul) 1991 UE (União Europeia) 1992 Nafta (Acordo de Livre Comércio da América do Norte) 1994 Países da Ásia, América, Europa e Oceania Brasil, Argentina, Uruguai, Venezuela e Paraguai (suspenso temporariamente) 27 países europeus em 2012 Estados Unidos, Canadá e México Os blocos econômicos Os presidentes Hugo Chávez, da Venezuela, e Dilma Rousseff, do Brasil, conversam durante a cúpula do Mercosul em Montevidéu, no Uruguai, em 20 de dezembro de 2011. R E U T E R S /L A T IN S T O C K A nova ordem geopolítica Com o fim da Guerra Fria, o mundo passa a contar com quatro grandes protagonistas econômicos: Estados Unidos, União Europeia, China e Rússia, todos buscando desempenhar papéis cada vez mais relevantes nos assuntos internacionais. A nova ordem geopolítica Destacam-se ainda outros grupos geopolíticos: • G-7: criado em 1976 pelos países capitalistas mais ricos do mundo (Estados Unidos,Grã-Bretanha, Canadá, Alemanha, França, Itália e Japão), passou a incluir a Rússia em 1997, tornando-se o G-8. • G-20: criado no contexto da crise financeira mundial dos anos 1990, é formado pelos países do G-8, mais Austrália, Turquia, China, Coreia do Sul, Índia, Indonésia, Arábia Saudita, Argentina, Brasil, México, África do Sul e dois representantes da União Europeia. • Bric: formado em 2009 inicialmente por Brasil, Rússia, Índia e China, países que ampliaram sua participação na geração da riqueza mundial. Em 2011, a África do Sul incorporou-se ao grupo, que passou a se chamar Brics. ANOTAÇÕES EM AULA Coordenação editorial: Maria Raquel Apolinário, Eduardo Augusto Guimarães e Ana Claudia Fernandes Elaboração: Leandro Torelli e Gabriel Bandouk Edição de texto: Maria Raquel Apolinário, Vanderlei Orso e Gabriela Alves Preparação de texto: Mitsue Morrisawa Coordenação de produção: Maria José Tanbellini Iconografia: Aline Reis Chiarelli, Leonardo de Sousa Klein e Daniela Baraúna EDITORA MODERNA Diretoria de Tecnologia Educacional Editora executiva: Kelly Mayumi Ishida Coordenadora editorial: Ivonete Lucirio Editoras: Jaqueline Ogliari e Natália Coltri Fernandes Assistentes editoriais: Ciça Japiassu Reis e Renata Michelin Editor de arte: Fabio Ventura Editor assistente de arte: Eduardo Bertolini Assistentes de arte: Ana Maria Totaro, Camila Castro, Guilherme Kroll e Valdeí Prazeres Revisores: Antonio Carlos Marques, Diego Rezende e Ramiro Morais Torres © Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Todos os direitos reservados. EDITORA MODERNA Rua Padre Adelino, 758 – Belenzinho São Paulo – SP – Brasil – CEP: 03303-904 Vendas e atendimento: Tel. (0__11) 2602-5510 Fax (0__11) 2790-1501 www.moderna.com.br 2012 http://www.moderna.com.br/ Desafios sociais e ambientais do século XXI Cidades e suas definições As cidades contemporâneas são sinônimo de núcleo urbano, um aglomerado denso de construções e com a economia baseada no comércio, na indústria e nos serviços (bancos, hospitais, lazer, escolas, energia elétrica, saneamento etc.). Coliseu, em Roma, 2010. T R A V E L P IC T U R E S /A L A M Y /O T H E R I M A G E S Conceito de cidade no Brasil No Brasil o conceito de cidade é administrativo: toda sede de município é considerada área urbana, não importando sua extensão territorial e população. Para a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), um agrupamento humano só é urbano quando 85% da população vive em áreas com densidade demográfica maior que 150 habitantes por quilômetro quadrado. Se esse critério fosse utilizado no Brasil, a maioria das cidades perderia o status de centro urbano, já que sua densidade demográfica está bem abaixo da estabelecida pela OCDE. O processo de urbanização no mundo No início do século XIX, menos de 2% da população mundial vivia em cidades. Em meados do século XX, a população urbana no mundo subiu para 30%. Na primeira década do século XXI, mais da metade da população mundial já reside nas cidades. Segundo projeções da ONU, em 2025, mais de 60% da população mundial estará vivendo em cidades. O processo de urbanização no mundo Nos países desenvolvidos e em grande parte da América Latina e do Caribe, o percentual de urbanização atinge 75%, enquanto na África e na Ásia 60% da população ainda vive em áreas rurais. No Brasil, de 2000 para 2010, houve um acréscimo de 23 milhões de habitantes urbanos e o grau de urbanização passou de 81,2% em 2000 para 84,4% em 2010. A Região Sudeste continua sendo a mais urbanizada do Brasil, com um grau de urbanização de 92,9%. As megacidades Vista aérea da megacidade de Tóquio, no Japão. Foto 2010. JO S E F U S T E R A G A /C O R B IS /L A T IN S T O C K Megacidades 1975: Tóquio, Nova York, Xangai, Cidade do México e São Paulo 2010: 19 cidades 2025 (projeções): 25 cidades Aglomerados urbanos com mais de 10 milhões de habitantes As megacidades Cidades globais Cidades globais Centros financeiros, empresariais e tecnológicos, símbolos de poder e riqueza Cidades com relevância regional e internacional, independentemente de seu contingente demográfico Atualmente: 55 cidades globais no mundo Habitação nas grandes cidades O crescimento acelerado das cidades tem sido acompanhado de uma série de problemas: • Falta de moradias suficientes para toda a população; precárias condições de habitação, que podem ser notadas na expansão de favelas, cortiços e loteamentos clandestinos, muitos em áreas de risco, como morros. • Falta de infraestrutura básica, dificuldade de acesso a hospitais, escolas, espaços culturais etc. • Falta de empregos e crescimento da violência, fruto das tensões sociais existentes nos bairros periféricos das grandes cidades. Habitação nas grandes cidades Palafitas em favela na ilha de Deus, em Recife. Foto de 2010. R O G É R IO R E IS /T Y B A A questão ambiental A partir da Revolução Industrial, nos séculos XVIII e XIX, a expansão da vida nas cidades produziu grande impacto ambiental: consumo em grande escala de recursos naturais, contaminação do ar e da água pelo lixo industrial e doméstico e pela queima de combustíveis fósseis, provocando uma série de doenças. Nos países pioneiros na industrialização, como Inglaterra, França, Alemanha e Estados Unidos, os investimentos públicos, com o tempo, foram capazes de reduzir os danos da expansão urbana e industrial e garantir a infraestrutura mínima necessária para a vida nos centros urbanos. Nos países de industrialização tardia, como os da América Latina, por exemplo, a omissão do poder público e a miséria social transformaram o descaso ambiental também em questão de saúde pública. O aquecimento global Aquecimento global: elevação da temperatura média da Terra, em função do aumento da concentração de gases de efeito estufa na atmosfera. A explicação para o aquecimento global divide a comunidade científica em duas correntes principais: • Antropogênica: seria causado pela ação humana por meio do aumento do desmatamento e da emissão de gás carbônico (CO2), este gerado pela queima de combustíveis fósseis: carvão, petróleo e gás natural. • Natural: a elevação da temperatura média do planeta não seria resultado do aumento das emissões de CO2 pela ação do homem, mas um fenômeno relacionado aos processos físicos internos à própria natureza, como variações na circulação atmosférica e na produção de energia do Sol e o transporte de calor pelas correntes oceânicas. O aquecimento global Em Goiana, zona da mata norte do estado de Pernambuco, o Rio Goiana inundou as cidades ribeirinhas e invadiu a BR-101. Na foto, comunidade de Baldo do Rio, 18 de julho de 2011. A L E X A N D R E G O N D IM /J C I M A G E M Resultados do aquecimento global: degelo das calotas polares, elevação do nível dos oceanos, mudanças na direção das correntes marinhas e nos ventos, inundações, secas, extinção de espécies animais e vegetais etc. Medidas internacionais para conter o aquecimento global As questões ambientais ficaram em evidência na virada do século XX com o aquecimento global e o consumo em grande escala dos recursos naturais, levando os países a adotarem medidas de desenvolvimento sustentável. Criação em 1988 do Painel Intergovernamental sobre Mudanças de Climáticas (IPCC, sigla em inglês), um órgão das Nações Unidas para estudar e acompanhar as mudanças climáticas. Medidas internacionais para conter o aquecimento global Protocolo de Kyoto (1997) Objetivo: reduzir as emissões de gases causadores do aumento do efeito estufa nos países industrializados e promover o desenvolvimento responsável nos países emergentes