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Status nutricional do Araça amarelo

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VII Simpósio de Pós-Graduação em Ciências Florestais VIÇOSA/MG – 17 a 19 de setembro de 2012 
1 
 
Status nutricional de Araçá amarelo (Psidium cattleianum) 
plantado em área de preservação permanente - APP 
Joel Carvalho dos Santos
1
, Mauro Valdir Schumacher
2
, Vicente G. Lopes
3
, Fernando Zancan 
Pissinin
4
,Carol Weimann
5
,Simone Martini Salvador
6 
1
Universidade Federal de Santa Maria - UFSM (joelufsm@hotmail.com); 
2
UFSM 
(mvschumacher@gmail.com); 
3
UFSM (viguilopes@yahoo.com.br); 
4
UFSM 
(fzancan@yahoo.com.br); 
5
 UFSM (carolineweimann@yahoo.com.br); 
6
 UFSM 
(simone.ufsm@yahoo,com.br). 
Resumo: A nutrição mineral de espécies arbóreas nativas em Áreas de 
Preservação Permanente (APP) deve ser considerada na implantação e 
condução. O presente trabalho teve como objetivo avaliar a concentração de 
macronutrientes da espécie Psidium cattleianum plantada num solo de baixa 
fertilidade natural no município de Santa Maria - RS. Aos 17 meses de idade, 
amostras de folhas maduras foram coletadas na porção média da copa em pontos 
de maior maturidade fisiológica, preparadas e analisadas quanto aos teores de 
macronutrientes. Os teores médios de N e S (9,96 e 0,81 g kg-1) apresentaram-se 
abaixo do limite para um bom crescimento das plantas, devido principalmente as 
condições do solo em que se encontravam. Os teores médios de P, K, Ca, e Mg, 
encontraram-se dentro dos limites adequados para um bom crescimento da 
espécie Araçá amarelo. 
Palavras-chave: Nutrição florestal; Análise foliar; Solos florestais. 
1. Introdução 
Vários parâmetros fisiológicos podem caracterizar uma planta saudável, 
como: cor da folha, tamanho, densidade da copa, e entre outros (HARRIS, 1992). 
Na fase inicial do crescimento, a maior parte dos nutrientes encontra-se 
nas folhas. Segundo Koslowski e Pallardy (1996), isto pode ser justificado porque 
ali se encontram a maioria das células vivas, associadas aos processos de 
transpiração e fotossíntese. Conforme Taiz e Zeiger (1998), nas folhas são onde 
ocorre a maior atividade metabólica. 
A idade fisiológica das folhas de acordo com Campos (1991), afeta o teor 
de nutrientes em função da redistribuição de determinados nutrientes móveis para 
outros órgãos como folhas novas, órgãos de reserva e regiões de crescimento, 
antes da abscisão. Para Miller (1984), essa é uma maneira pela qual a planta 
conserva parte dos nutrientes absorvidos. 
 
VII Simpósio de Pós-Graduação em Ciências Florestais VIÇOSA/MG – 17 a 19 de setembro de 2012 
2 
 As diferenças que ocorrem no teor de nutrientes nas folhas estão 
relacionadas à posição que estas ocupam na copa (BELLOTE; SILVA, 2000). De 
acordo com Malavolta et al., (1989), os elementos têm diferentes graus de 
mobilidade, uns se redistribuindo mais, outros praticamente nada; isto faz com 
que os sintomas de um elemento móvel apareçam em primeiro lugar nas folhas 
mais velhas se houver deficiência; ao contrário, os nutrientes imóveis causam 
sintomas de carência nas folhas novas em primeiro lugar. 
A espécie estudada é Psidium cattleianum (Araçá amarelo), da família 
Myrtaceae. Conforme Reitz et al., (1983) trata-se de uma espécie de pequeno 
porte ocorrente principalmente na vegetação arbustiva da restinga litorânea e nos 
campos do planalto preferindo solos úmidos e compactados. 
Objetivou-se determinar a concentração média dos macronutrientes foliares 
na espécie Psidium cattleianum, plantada em Área de Preservação Permanente 
em Santa Maria - RS. 
2. Material e métodos 
A área de estudo está localizada em área do Departamento da Polícia 
Federal de Santa Maria, região central do Rio Grande do Sul. 
O clima da região é do tipo subtropical temperado, “Cfa 2”, segundo a 
classificação de köppen (MORENO, 1961), caracterizada por temperatura média 
anual de 18ºC. As chuvas são bem distribuídas ao longo do ano com precipitação 
média anual em torno de 1700 mm. 
O solo (Tabela 1) pertencente à Unidade de Mapeamento Santa Maria, é 
classificado como Argissolo Vermelho-Amarelo de textura média com relevo 
suavemente ondulado (STRECK et al., 2008). Na Tabela 1, podem ser 
verificados os atributos químicos do solo na área de estudo. 
TABELA 1: Atributos químicos do solo, na profundidade 0-20 cm, na área de estudo no município 
de Santa Maria-RS. 
Ag =Argila; MO = Matéria Orgânica; V=Saturação de Bases; m=Saturação por Alumínio; * Extrator Mehlich-I 
pH 
(H2O) 
Ag MO m V P* K* Al Ca Mg Al+H 
 
 (%) mg dm-3 cmolc dm
-3
 
5,27 18,0 1,77 19,63 52,43 3,70 78,0 0,90 5,63 2,10 5,0 
 
VII Simpósio de Pós-Graduação em Ciências Florestais VIÇOSA/MG – 17 a 19 de setembro de 2012 
3 
A coleta do solo foi realizada com o auxílio do trado de rosca numa 
profundidade de 20 cm e encaminhada para análise em laboratório conforme 
metodologia de Tedesco et al., (1995). 
Em seqüência foi realizado o plantio aleatório das mudas cedida pela 
Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (FEPAGRO) de Santa Maria. A 
adubação foi realizada durante o plantio e 30, 90 e 180 dias após, com uma 
dosagem de 140 g de N-P2O5-K2O, 05-20-20 por planta. 
Aos 17 meses de idade foram coletados amostras de folhas na porção 
média da copa em pontos de maior maturidade fisiológica. Para a realização da 
coleta o experimento foi dividido em três áreas, em cada área foram coletadas 
folhas de cinco árvores da mesma espécie, que foram misturadas e retiradas uma 
amostra composta por área totalizando três repetições no experimento. As 
amostras foram encaminhadas ao laboratório e analisadas conforme metodologia 
de Tedesco et al., (1995). 
2. Resultados e discussão 
Para o N (Tabela 2), a espécie obteve um teor médio de 9,96 g kg-1. 
Larcher (2000) apresenta intervalo geral à necessidade de N nas plantas arbóreas 
de 15-25 g kg-1. Isso significa que o valor encontrado para o Araçá amarelo está 
abaixo do limite inferior definido pelo autor acima. Com bases nestes resultados é 
possível diagnosticara deficiência de N nos tecidos foliares, o que pode causar 
agravos a planta e perda de seu vigor fisiológico. 
TABELA 2: Teores dos macronutrientes nas folhas de Psidium cattleianum, (Araçá amarelo), 
plantado em Área de Preservação Permanente de Santa Maria - RS. 
De acordo com a classificação em Kopinga e Van den Burg (1995), para 
espécies arbóreas em geral, os teores de P são considerados muito baixos 
quando menores que 1,0 g kg-1, baixos entre 1,0 e 1,4 g kg-1, normais entre 1,4 e 
Amostra 
N P K Ca Mg S 
 g kg
-1
 
1 9,52 2,26 10,97 9,09 1,69 0,92 
2 11,24 1,98 9,51 7,49 1,92 0,73 
3 9,13 1,23 13,35 6,18 1,64 0,78 
Média 9,96 1,82 11,27 7,58 1,75 0,81 
 
VII Simpósio de Pós-Graduação em Ciências Florestais VIÇOSA/MG – 17 a 19 de setembro de 2012 
4 
1,9 g kg-1, e altos, acima de 1,9 g kg-1. Com isso verificou-se que o P em questão, 
de acordo com autores acima, encontra-se em um nível normal. 
Para o K foi encontrado 11,27 g kg-1, o que significa que o valor está 
adequado com o teor referência de 10 g kg-1, criado por Epstein e Bloom (2004). 
O K, segundo Brun et al., (2012), em função de suas características de alta 
mobilidade na planta, assim como pela significativa presença no solo, tem 
absorção em quantidades necessárias para as plantas, na grande maioria dos 
casos. 
Schumacher et al., (2008), estudando a arborização de Santa Maria - RS, 
encontrou para a mesma espécie 15,45 g kg-1 de Ca, o que para Larcher (2000), 
está acima do intervalo estabelecido (3,0 – 15,0 g kg-1) para espécies arbóreas. 
Para o estudo em questão o valor foi de 7,58 g kg-1. De acordo com Brum et al., 
(2008), o que se pode inferir a respeito disso, é a deposição de resíduos de 
construções, entre outros, que realizam um suprimento maior do elemento no 
solo, já que o local do estudo situa-se relativamente perto da área urbana. 
Epstein e Bloom (2004) afirmam como teor referência para o Mg nas 
plantas,um valor de 2,0 g kg-1. Já Larcher (2000) relata um intervalo de 
necessidades para as plantas de 1,0 a 3,0 g kg-1. O teor de Mg foi de 1,75 g kg-1, 
considerado para ambos de baixo a médio para um bom desenvolvimento da 
espécie. 
Em relação ao S (0,81 g kg-1), foi detectada uma grande deficiência. Como 
valores de referência para o S nas plantas, Epstein e Bloom (2004) indicam 1,0 g 
kg-1 como sendo adequado e Larcher (2000) afirmam um intervalo de 2,0 a 3,0 g 
kg-1. 
3. Conclusão 
Os teores foliares de N e S para a espécie estudada, foram considerados 
baixos para um bom crescimento de Araçá amarelo, já P, K, Ca e Mg de acordo 
com a literatura citada, foram considerados normais para um bom crescimento 
desta espécie. 
 4. Referências 
 
VII Simpósio de Pós-Graduação em Ciências Florestais VIÇOSA/MG – 17 a 19 de setembro de 2012 
5 
BELLOTE, A. F. J.; SILVA, H. D. Técnicas de amostragem e avaliações nutricionais em plantios de 
Eucalyptus spp. In: GONÇALVES, J. L. de M.; BENEDETTI, V. (Ed.) Nutrição e fertilização 
Florestal. Piracicaba: ESALQ/USP, 2000. p. 105-133. 
BRUN, F. G. K.; SZYMCZAK, D. A.; BRUN, E. J.; LONDERO, E. K.; SCHUMACHER, M. V. 
Aspectos nutricionais de exemplares de guabiju (Myrcianthes pungens (Berg) Legrand) 
implantados na arborização viária de SM - RS. Projeto de pesquisa, Santa Maria, 2008, p. 7 
BRUN, E. J.; ROSA, S. F.; ROPPA, C.; SCHUMACHER, M. V.; BRUN, F. G. K. Avaliação 
nutricional de espécies nativas utilizadas na arborização do campus da Universidade Federal de 
Santa Maria - RS. 2012. 23p. Disponível em: 
www.revsbau.esalq.usp.br/artigos_cientificos/artigo179-publicacao.pdf 
CAMPOS, M. A. A. Balanço de biomassa e nutrientes em povoamentos de Ilex 
paraguariensis Avaliação na safra e na safrinha. Curitiba, 1991. 106f. Dissertação (Mestrado 
em Ciências Florestais) – Setor de Ciências Agrárias, Universidade Federal do Paraná. 
EPSTEIN, E.; BLOOM, A. J. Nutrição mineral de plantas: princípios e perspectivas. Londrina: 
Planta. 2004. 2º Edição. 
HARRIS, R. W. Arboriculture: integrated management of landscap trees, shrubs,and vines. 2. ed. 
New Jersey: Prentice Hall, 1992. 674p. 
KOPINGA, J.; VAN DEN BURG, J. Using soil and foliar analysis to diagnose the nutritional status 
of urban trees. Journal of arboriculture, v. 21, n. 1, p. 17-24. 1995. 
KOZLOWSKI, T.T.; PALLARDY, S.G. Physiological of woody.2. ed. San Diego: Academic, 1996. 
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LARCHER, W. Ecofisiologia Vegetal. Sao Carlos: Rima, 2000. 531 p. 
MALAVOLTA, E. Absorção e transporte de íons e nutrição mineral. In: FERRI, M.G. Fisiologia 
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MILLER, H. G. Dynamic of nutrient cycling in plantations ecosystems. Nutrition of plantation 
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MORENO, J. A. 1961. Clima do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Secretaria da Agricultura, 73 p. 
REITZ, R.; KLEIN, M. R.; REIS, A. Projeto Madeira do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: 
SUDESUL. Edição única, 1983. 525 p. 
SCHUMACHER, M. V.; BRUN, J. E.; BRUN, K. G. F.; SZYMCZAK, A. D.; LONDERO, K. E. 
Avaliação do vigor físico e nutricional de espécies arbóreas componentes da arborização do bairro 
camobi. Projeto de pesquisa. Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2008. 238p. 
STRECK, E.V.; KAMPF, N.; DALMOLIN, R.S.D.; KLAMT, E.; NASCIMENTO, P.C.; 
SCHNEIDER,P. Solos do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Emater/UFRGS, 2008. 107p. 
TAIZ, L.; ZEIGER, E. Plant physiology. 2. ed. Massachusetts: Sunderland, 1998. 792p. 
TEDESCO, M. J.; GIANELLO, C.; BISSANI, C. A.; BOHNEN, H.; VOLKWEISS, S. J. Análise de 
solo, plantas e outros materiais. Porto Alegre,Departamento de Solos: UFRGS, 1995. 118 p. 
(Boletim Técnico Nº 5).

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