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Anne Karolyne Morato – P3 Tutoria Introdução: Contexto do problema: → Relatos do paciente: Pálpebras caídas Linhas de expressão facial evidentes Pele ressecadas Não sente mais o gosto da comida Vive empachado Levanta com dificuldade e dá passos curtos → “Envelhecimento biológico do paciente não era compatível com o envelhecimento psicológico” → Processo de senescência → Ao exame físico e história clínica: Atrofia da mucosa oral Leve cifose torácica Redução da complacência da parede torácica Redução dos reflexos ortostáticos Passos curtos ao deambular Redução da força muscular Diminuição da motilidade intestinal Tempo de sono reduzido Redução das cartilagens e da massa óssea Leve déficit sensorial → Hábitos de vida do paciente: Sempre praticou atividade física Peso estável ao longo dos anos Evitava alimentos gordurosos Consumia uma taça de vinho diariamente Namorava com certa regularidade com a esposa Sempre realizou check-up anual e nunca se descuidou da saúde Termos desconhecidos: → Disgeusia: Definida como uma alteração da sensação de paladar, afetando as percepções dos sabores. → Xerostomia: Sensação crônica e subjetiva de boca seca. → Canície: Embranquecimento dos cabelos, fenômeno natural e progressivo que ocorre pela diminuição ou perda da atividade dos melanócitos (células que produzem o pigmento melanina). Compreender a fisiologia do envelhecimento: Senescência X Senilidade: → Senescência é o processo fisiológico do envelhecimento. Resulta do somatório de alterações orgânicas, funcionais e psicológicas que são próprias do envelhecimento normal. → Senilidade abrange os processos patológicos. É caracterizada por modificações determinadas por mecanismos fisiopatológicos, podendo Mt3 – envelhecimento Anne Karolyne Morato – P3 ser decorrentes de doenças crônicas, interferências ambientais, medicamentos, entre outros. → Conhecer a diferença entre esses dois processos é de extrema importância para saber quando e como intervir no processo de envelhecimento. Geriatria X Gerontologia: → Geriatria é o ramo da medicina que se ocupa com o processo de envelhecimento; a prevenção, o diagnostico e o tratamento de problemas de saúde nos indivíduos idosos; as condições socioeconômicas que afetam a atenção a saúde dos idosos. → Gerontologia é o termo mais amplo que significa o estudo do idoso e os fatores relacionados ao envelhecimento, tanto humano como dos demais seres vivos. Engloba, por tanto, a geriatria e faz interface com as diversas ciências que estudem a grande diversidade dos determinantes dessa evolução. Assim, podemos falar em gerontologia social, citogerontologia ou epidemiologia gerontológica. Envelhecimento físico X psicológico: → O processo de envelhecimento é, portanto, absolutamente individual, variável, cuja conquista se dá dia após dia, desde a infância. A velhice bem- sucedida é consequência de uma vida bem-sucedida. → O envelhecimento físico/biológico é implacável, ativo e irreversível, causando mais vulnerabilidade do organismo as agressões externas e internas. É caracterizado por diversas alterações orgânicas, como a redução do equilíbrio, da mobilidade, das capacidades fisiológicas (respiratória e circulatória) e modificações psicológicas. → O conceito de idade psicológica, refere- se à relação que existe entre a idade cronológica e as capacidades, tais como percepção, aprendizagem e memória. Representa, do ponto de vista psíquico, a conquista da sabedoria e da compreensão plena do sentido da vida. Fisiologia: → O envelhecimento humano está sujeito a influencias intrínsecas, como a constituição genética individual responsável pela longevidade máximo e os fatores extrínsecos condizentes as exposições ambientais a que o individuo sofreu (tipo de dieta, sedentarismo, poluição, entre outros), os quais proporcionam uma grande heterogeneidade no envelhecimento. → Segundo Cunha e Jeckel-Neto (2002), pode-se caracterizar o envelhecimento como uma das etapas sequenciais da vida, apresentando-se como um Anne Karolyne Morato – P3 processo lento, progressivo e inevitável, caracterizado por diversas modificações morfológicas, funcionais, bioquímicas e psicológicas, que contribuem para o aumento da vulnerabilidade e incidência dos processos patológicos no organismo. → No envelhecimento, há perda de funcionalidade progressiva com a idade, com o consequente aumento da susceptibilidade e incidência de doenças. Teorias biológicas doe envelhecimento: → Teorias genéticas: Apresentam especulações e evidencias sobre a identidade de genes responsáveis pelo envelhecimento, acumulações de erros na estruturação genética, senescência programada e telômeros. Defende a ideia de que o envelhecimento é resultado de alterações bioquímicas programadas pelo próprio genoma, o qual poderia regular a expectativa de vida por meio de diferentes genes, dessa forma, cada ser vivo apresentaria uma duração de vida estipulada pelo seu padrão genético, algo que tenta ser comprovado pela realização de varias pesquisas acerca da longevidade, somadas as constatações na pratica clinica dos envelhecimentos precoces, doenças que estariam relacionadas a deficiências de enzimas controlados por genes autossômicos recessivos. Outro mecanismo genético considerado seria o encurtamento do telômero, estrutura localizada no final dos cromossomos de células eucarióticas, como fator determinante no desencadeamento do envelhecimento, uma vez que é responsável pela proteção os cromossomos e replicação do DNA cromossomal. Segundo Cunha e Jeckel-Neto (2002), o encurtamento dos telômeros também traria como consequência perdas de informações genéticas e instabilidades genômicas no decorrer da vida. Contudo, a avaliação experimental desta teoria é lenta pelo fato da existência de grande numero de variáveis e a limitação dos métodos experimentais. Nessa teoria entendesse como se cada indivíduo apresentasse uma duração de vida estipulada devido ao seu padrão genético. Tentam comprovar essa teoria pela realização de pesquisa sobre a longevidade nas patologias que apresentam como característica o envelhecimento precoce. • Exemplo: a síndrome de Hutchinson-Gilford (ou progeria), é uma desordem genética rara, na qual os sinais da doença costumam se manifestar no 18º mês de vida da criança e se Anne Karolyne Morato – P3 caracteriza pelo envelhecimento precoce até 10x mais rápido que o esperado. • Outro exemplo: síndrome de Werner, outra síndrome rara e hereditária, caracterizada pelo envelhecimento prematuro, mas se inicia na 3ª década de vida. → Teorias bioquímicas: Estão focadas no metabolismo energético, na geração de radicais livres e na taxa de sobrevida associada a saúde mitocondrial. → Teoria dos radicais livres: Introduzida pela primeira vez em 1956 pelo médico norte-americano Denham Harman e adquirido somente a partir da década de 80. • Radicais livres são espécies químicas que podem ser átomos, moléculas ou fragmentos de moléculas., que possuem um ou mais elétrons (ímpar) que fica instável em sua camada mais externa. • Eles podem ser eletricamente neutros, terem cargas positivas ou negativas. Incluem as espécies reativas do oxigênio e de nitrogênio. Essa teoria postula que a maior parte das mudanças fisiológicas relacionadas com a idade podem ser atribuídas a danos intracelulares aleatórios causados por radicais livre, moléculas instáveis e reativas, que atacariam as diferentes biomoléculas do organismo em busca de estabilidade. • Exemplo: uma célula esta saudável, acontece o ataque pelosradicais livres e ela entra em apoptose. Como os átomos e as moléculas agem como imas, cagas opostas se atraem, uma carga positiva vai facilmente se ligar a qualquer átomo ou molécula com o elétron adicional negativo Ou seja, devido a sua alta reatividade os RLs, buscam, rapidamente, extrair um elétron de qualquer partícula, molécula ou átomo em sua vizinhança, a fim de recuperar a estabilidade. Isso significa que os radicais livres “roubam” elétrons das células do corpo. O resultado é uma reação em cadeia: para compensar a sua ausência, a molécula atingida agora pega um elétron de outra molécula. Ela, por sua vez, pega um elétron de outra, e assim por diante. A formação de RLs pode ocorrer tanto no citoplasma, nas mitocôndrias como na membrana celular, e em diferentes situações metabólicas, como por exemplo, na cadeia transportadora de elétrons. Em contrapartida, as fontes exógenas de RLs são representadas pelas radiações gama e ultravioleta, os medicamentos, bebidas alcoólicas, Anne Karolyne Morato – P3 dieta, cigarro e os poluentes ambientais. • Ou seja, os RLs são normalmente formados a partir do oxigênio, de radiação, exposição ao sol, má nutrição, aditivos artificiais usados na indústria alimentícia, exposição a fumaça, produtos químicos tóxicos, contaminação ambiental. São extremamente tóxicos para as nossas células porque atacam os ácidos graxos insaturados componentes da parte lipídica da membrana, o que provoca a sua lesão (entra em apoptose). Paralelamente o organismo desenvolveu mecanismos de proteção antioxidante que são formados por um sistema endógeno enzimático e um sistema exógeno não enzimático. Ambos os sistemas são responsáveis pela manutenção do equilíbrio entre a produção e a neutralização dos RLs, contudo, quando esse equilíbrio é alterado, tem-se uma situação metabólica denominada de estresse oxidativo. Os antioxidantes vão neutralizar os radicais livres e transformar eles em moléculas estáveis/equilibradas. • Esses antioxidantes são capazes de doar um elétron pra uma molécula desequilibrada e deixar ela equilibrada. É como se ela “doasse” elétrons. • Antioxidantes: superóxido dismutase, catalase e glutation peroxidase. Com esse estresse oxidativo, a elevada produção de RLs e sua grande capacidade reativa ocasionariam não somente reações com os componentes nucleares e citoplasmáticos das células (principalmente DNA e RNA) com diminuição de suas funções, como também, reações com proteínas, lipídios, enzimas, colágenos e hormônios induzindo modificações orgânicas que justificariam o envelhecimento. O envelhecimento seria um fenômeno secundário ao estresse oxidativo, em que ocorrem reações de oxidação lipídica, proteica e reações com DNA o que provocariam modificações dos tecidos e código genético, e por consequência ocasionariam as deficiências fisiológicas características do avançar da idade e provenientes desses danos intracelulares provocados pelos RLs. Anne Karolyne Morato – P3 Basicamente o que ocorre com o processo do envelhecimento, é que há uma diminuição da quantidade de antioxidantes e os RL vão causando danos ao organismo. → Teorias fisiológicas: Apresentam explicações para a senescência associadas ao sistema endócrino e o papel dos hormônios na regulação da taxa de envelhecimento celular. Descrever as alterações morfológicas no processo do envelhecimento (por sistema): Pele: → Se torna seca, por diminuição das glândulas sebáceas. → Pele espessada, com papilas dérmicas menos profundas, levando a menor junção entre a derme e a epiderme, facilitando o surgimento de bolhas e lesões. → Na derme, observa-se menor número de fibras elásticas e colágenas, levando a uma perda da resiliência e a formação de rugas. → Diminuição da vascularização, justificando a palidez e a diminuição da temperatura da pele, aumentando a frequência de dermatites. → A pele enruga, torna-se flácida e perde o turgor. → A pele no dorso das mãos e nos antebraços torna-se adelgaçada, frágil, flácida e transparente. → Surgem máculas ou placas arroxeadas, denominadas púrpura actínica, decorrentes do sangue extravasado de capilares com suporte insatisfatório. → Flacidez das pálpebras superiores, leva a uma limitação do campo visual lateral. → Diminuição da secreção lacrimal, flacidez nas pálpebras inferiores, lacrimejamento incomodativo. → Diminuição do número das glândulas sudoríparas. → Embranquecimento dos cabelos, ocorre pela perda progressiva de melanócitos nos bulbos capilares. → O crescimento longitudinal das unhas diminui, elas se tornam mais quebradiças e frágeis. → Perda de cabelo, geneticamente determinada. → Perda normal de pelos em todo o corpo – tronco, região púbica, axilas e membros. Anne Karolyne Morato – P3 Sistema osteomuscular: → A massa muscular diminui quase 50% entre os 20 e 90 anos. → A força muscular também diminui. → A redução ocorre tanto em numero quanto volume das fibras. → Ocorre reabsorção de cálcio do osso. → Perdas sutis de altura. → Adelgaçamento dos discos intervertebrais e encurtamento ou mesmo colapso dos corpos vertebrais em decorrência de osteoporose, que resulta em cifose e aumento do diâmetro anteroposterior do tórax. Sistema cardiovascular: → O envelhecimento compromete severamente algumas partes do sistema cardiovascular enquanto outras são mantidas sem alterações. → No coração do idoso ocorre perda progressiva dos miócitos, devido a um declínio progressivo da habilidade de duplicação das células-tronco cardíacas. → Diminuição da capacidade contrátil, causa um aumento do coração que esconde a atrofia das células contrateis. → Redução progressiva do número de células do nódulo sinusal. → Perda de fibras na bifurcação do feixe de His – dai a maior chance de arritmias cardíacas. → Hipertrofia do ventrículo esquerdo, provocando aumento da pressão arterial dependente da idade, aumento médio de 1 g/ano em homens e 1,5 g/ano nas mulheres. → Volume diastólico final diminui somente nas mulheres e, por tanto não está correlacionado com a idade. → Aumento no numero e na espessura das fibras colágenas presentes no miocárdio. → Massa ventricular esquerda pode diminuir, provavelmente devido ao extremo sedentarismo. → Aumento da rigidez da parede arterial, o que faz com que as artérias aumentem de diâmetro e espessura. Anne Karolyne Morato – P3 → Elasticidade bem diminuída após os 60 anos, aumentando a impedância do fluxo sanguíneo durante a sístole. → Aumento da velocidade da onda de pulso aórtico e a diminuição da pressão diastólica, consequências da rigidez aórtica. → Frequência cardíaca de repouso é modulada pelo equilíbrio entre a inervação simpática e parassimpática, sendo esta última dominante. → Frequência cardíaca máxima durante o exercício vai diminuído com o avanço da idade (formula: 220 – idade). → Sensibilidade do sistema nervoso autônomo não é uniforme no organismo podendo estar preservada em um local e comprometida em outro. → Diminuição na resposta do sistema cardiovascular a estimulação beta- adrenérgica com consequente diminuição da frequência cardíaca máxima. → Piora do enchimento ventricular esquerdo com maior compensação da sístole atrial, o que explica, em parte, por que a fibrilação atrial pode precipitar a insuficiência cardíaca e a presença da 4ª bulha (achado normal no exame físico de idosos acima de 75 anos, em ritmo sinusal). Sistema respiratório: → Concorrem para o declínio da capacidade respiratória os maus hábitos de vida, a poluição do local de moradia e o trabalho e as doenças concomitantes. → Os pulmões se tornammais volumosos, os ductos e os bronquíolos se alargam e os alvéolos se tornam flácidos, com perda do tecido septal. A consequência é o aumento de ar nos ductos alveolares e diminuição do ar alveolar com piora da ventilação e perfusão. → Há falha no controle central (medula e ponte) e nos quimiorreceptores carotídeos e aórticos com diminuição da sensibilidade a PCO2 (pressão parcial de gás carbônico – CO2 – no sangue arterial), PO2 (pressão parcial de O2 dissolvida no sangue arterial) e ao pH, limitando a adaptação da pessoa idosa ao exercício físico. → A maioria dos músculos sobre um certo grau de sarcopenia, daí a capacidade de função pulmonar piorar em algumas pessoas pela diminuição da força e da Anne Karolyne Morato – P3 resistência da musculatura respiratória, tornando a tosse menos vigorosa. → A função mucociliar é lenta, prejudicando a limpeza de partículas inaladas e facilitando a instalação de infecções. → O tórax se torna enrijecido devido a calcificação das cartilagens costais e os pulmões distendidos pela diminuição da capacidade de as fibras elásticas retornarem após a distensão na inspiração. Com isso o volume pulmonar e a capacidade ventilatória diminuem. Sistema nervoso: → Há pouco impacto funcional na diferença do tamanho do cérebro de um adulto quando comparado ao de um idoso, que perde de 2 a 3% de seu volume por década após os 50 anos, e 8% de seu peso. → A perde neuronal é mais evidente nos neurônios maiores no cerebelo e no córtex cerebral. → Também pode haver perdas como: No locus ceruleus – neurônios catecolaminérgicos. Substancia negra – neurônios dopaminérgicos. E hipocampo – neurônios colinérgicos. → No hipotálamo, ponte e medula a perda é mínima. → Diminuição das sinapses, alterando a neurotransmissão e consequentemente piorando a comunicação do SN. Em alguns idosos o numero de dendritos diminui, entretanto, em decorrência da plasticidade cerebral pode ocorrer aumento da densidade dos dendritos, assim como seu prolongamento, como uma reação de manutenção da função cerebral. Nos quadros demenciais a perda dendrítica é acentuada e progressiva, diminuindo a plasticidade e a dinâmica dos processos cerebrais. → Essas modificações estão mais ligadas a apoptose do que a processos inflamatórios ou isquêmicos. Novos neurônios são formados ao longo da vida, entretanto, a perda é maior do que sua formação. → Em resposta ao dano neuronal, as células gliais aumentam, esse acumulo dessas células é denominado gliose, representa uma resposta compensatória que protege a função neuronal e a plasticidade. → O número de células da micróglia, pertencentes ao sistema imune, permanece sem mudanças. → Há perdas dos axônios e redução da mielina que cobre esses axônios. Anne Karolyne Morato – P3 → Além das modificações do sistema nervoso central, há também mudança nos nervos periféricos e da musculatura. → As células do corno anterior da medula diminuem. → Ocorre redução da mielina nos nervos sensoriais. A consequência dessas mudanças inclui perda da sensação vibratória, do tato e da dor, assim disfunção autonômica afetando a reatividade pupilar, a regulação da temperatura corporal e o controle vascular cardíaco e periférico. → Parte da cognição pode sofrer certa deterioração nas pessoas idosas saudáveis, como a velocidade do processamento cognitivo, menor destreza para executar movimentos finos e problemas com a memória recente. → Pode haver diminuição de acetilcolina e dopamina. → No cérebro há diminuição da água extracelular e intracelular. → Diminuição da síntese lipídica. → Alterações circulatórias relacionadas a aterosclerose. Diminuição do fluxo sanguíneo cerebral e da utilização da glicose. → Com o envelhecimento a barreira hematoencefálica (protege a entrada de substâncias toxicas do sangue no cérebro) se torna permeável a muitas substancias, podendo ser uma das causas de demência. → As memorias episódica e laborativa e a função executiva são as mais afetadas no envelhecimento. → A velocidade do processamento e função executiva diminuem. → Capacidade de atenção e concentração diminuem. → Capacidade de solucionar problemas e aprender informações diminui. → Fluência verbal fica comprometida após os 70 anos. → A instabilidade postural. → Marcha alterada, hesitação no andar, menor balanço dos braços e passos menores. → Postura típica, porem rígida. → O ciclo sono-vigília se modifica com o envelhecimento. Há tendencia de dormir mais cedo e acordar mais cedo. Queixas de insônia, sonolência diurna, despertares durante a noite e sono pouco reparador. → Com a noite mal dormida ocorre sonolência durante o dia, mau humor, diminuição da memória, cefaleia e até depressão. Anne Karolyne Morato – P3 Sistema digestório: → Boca: Caries dentarias. Mucosa se torna fina, lisa e seca. Perde elasticidade e parece edemaciada. A língua é lisa devido a perda das papilas, podendo trazer alterações no paladar e sensação de queimação. → Glândulas salivares: Mais de 50% dos idosos se queixam de boca seca, comprometendo a mastigação e a deglutição. Entretanto, essas queixas podem ser atribuídas mais aos efeitos colaterais de medicamentos do que pelo próprio envelhecimento. → Orofaringe: Adelgaçamento da camada epitelial da mucosa, retração gengival e exposição das raízes dentarias predispondo caries. O ato de deglutir é bastante complexo, estando envolvidos a boca, faringe e esôfago (coordenados por 6 nervos cranianos). Devido a alteração da musculatura esofágica há um aumento da resistência da passagem dos alimentos pelo esfíncter esofágico superior. Modificações associadas a menos eficiência mastigatória, que aumentam o risco de aspiração. → Esôfago: Hipertrofia da musculatura esquelética do terço superior do esôfago. Diminuição das células ganglionares miontéricas, que coordenam a peristalse. Aumento da espessura da musculatura lisa. → Estomago: Diminuição das células parietais e aumento dos leucócitos intersticiais. Com isso diminui a secreção do ácido clorídrico e de pepsina, dificultando a digestão de alimentos, principalmente, os ricos em proteína. → Intestino delgado: As visolidades que cobrem toda a mucosa intestinal diminuem de altura. A absorção de várias substancias é diminuída, porém a homeostase é mantida. → Intestino grosso: Atrofia da mucosa, anomalia estruturais das glândulas da mucosa, hipertrofia da camada muscular da mucosa e atrofia da camada muscular externa. → Pâncreas: Diminuição do tamanho. Endurecimento, pelo aumento da fibrose. Anne Karolyne Morato – P3 Amarelamento, pelo deposito de lipofucsina. → Fígado: Diminui de volume. Diminui o fluxo sanguíneo. Escurece, pelo deposito da proteína lipofucsina. Sistema endócrino: → As alterações hormonais influenciam o declínio funcional, as incapacidades, as doenças e a longevidade. → Tireoide: T4 e T3 níveis normais baixos. TSH níveis normais altos. → Hipófise: Aumento de volume. As alterações bioquímicas que ocorrem variam de indivíduo para indivíduo. Níveis de melatonina tanto diurnos quanto noturnos diminuem na maioria dos idosos, interferindo no sono. → Pâncreas: Após a ingesta de alimentos a glicemia alcança níveis mais elevados e o tempo de retorno ao normal é mais longo quando comparado com adultos jovens. Os mecanismos que levam ao surgimento da intolerância a glicose com o envelhecimento ainda não estão completamente esclarecidos. Parece haver uma exaustão progressiva do turnover das células. O fato é que ocorre menor resposta dos tecidos a glicose e a insulina. Sistemaurogenital: → Perda do tecido renal. Em seu lugar observam-se tecido gorduroso e fibrose. → Função renal começa a diminuir de maneira progressiva. Anne Karolyne Morato – P3 → Há problema de concentração urinaria devido a diminuição de resposta do túbulo coletor ao ADH. → O padrão do ritmo urinário se apresenta modificado, o idoso passa a eliminar água e eletrólitos mais durante a noite que durante o dia. Alteração conhecida como liúria noturna. → À medida que os homens envelhecem, o interesse sexual é aparentemente conservado, embora a frequência das relações sexuais diminua após os 75 anos de idade. → Redução dos níveis de testosterona. → Ereções tornam-se mais dependentes de estimulação tátil e menos responsivas a sugestões eróticas. → O tamanho do pênis diminui e os testículos ocupam uma posição mais baixa no escroto. os pelos púbicos diminuem e se tornam grisalhos. → Disfunção erétil (dificuldade em manter a ereção) ocorre em aproximadamente 50% dos homens mais velhos → Apenas metade dos homens terá aumento da próstata clinicamente significativo, e, destes, apenas metade relatara sinais/sintomas tais como hesitação urinaria, gotejamento e esvaziamento incompleto. → Nas mulheres, a função ovariana geralmente começa a diminuir. A menstruação cessa entre 45 e 52 anos. → A estimulação estrogênica diminui. → Transtornos do sono e humor lábil são comuns. As mulheres se queixam de ressecamento vaginal, incontinência urinaria de urgência ou dispareunia (dor genital associada a relação sexual). → Pelos púbicos se tornam parsos e grisalhos. → Lábios do pudendo e o clitóris diminuem de tamanho. → A vagina se estreita e se encurta, e a mucosa vaginal torna-se fina, pálida e ressecada, com perda de lubrificação. → O útero e os ovários diminuem de tamanho. → De modo geral, 10 anos após a menopausa, os ovários não são mais palpáveis. → A sexualidade e o interesse sexual frequentemente são conservados, sobretudo quando a mulher não tem problemas com o parceiro, não perdeu o parceiro nem passa por estresse de vida ou profissional incomum. Sistema hematopoiético: → O processo de envelhecimento nas células hematopoiéticas é mais lento, quando comparadas com as outras células. Anne Karolyne Morato – P3 → O potencial proliferativo da maioria das células-tronco hematopoiéticas é limitado e diminui com o envelhecimento. Entender as alterações psicossociais entre idosos e filhos (contexto de vida do problema – hábitos de vida): Atividade fisica: → A atividade física, independentemente da idade, aumenta a força e a velocidade muscular, além de prevenir perda óssea, quedas, hospitalizações e melhorar a função articular. → Os exercícios praticados com regularidade diminuem os fatores de risco para doenças cardíacas, diabetes e alguns tipos de câncer. → Promovem o bem-estar, melhoram o ritmo do sono e alcançam benefícios para além do físico, como maior integração social, ajudando na esfera psicológica. → A prática regular de exercícios físicos é uma forma de driblar essas modificações impostas pela natureza, trazendo ainda benefícios tanto neurológicos quanto mentais, promovendo sensação de bem-estar e de saúde. → Mais recentemente tem-se estudado a relação da vitamina D e a função muscular. → Apesar de não ser consenso, a maior parte dos trabalhos confirmam a hipótese que existe uma significativa associação entre os níveis séricos da 25(OH)D3 e a força muscular nos quatro membros e o desempenho físico (Iolascon et al., 2015). Dieta saudável: → Afinal, a partir dos 55 anos o metabolismo tende a ficar mais lento e o risco de perder músculos e ganhar gordura corporal é maior. → Desta forma, a proteína se torna um alimento muito importante para manter a musculatura e o sistema imunológico. Busque por peixes, aves sem pele, carnes magras, leite desnatado e a clara de ovo são as melhores fontes de proteínas. → á no caso da gordura, consuma com moderação as gorduras saudáveis presentes no azeite de oliva, nas castanhas, no abacate e óleos de peixes marinhos, canola, milho e girassol → O excesso de gordura pode se acumular nos tecidos adiposos aumentando o peso e, consequentemente, o risco de infartos. Anne Karolyne Morato – P3 Qualidade de vida: → Envelhecer com qualidade de vida, significa estar satisfeito com a vida atual e ter expectativas positivas em relação ao futuro. → Alguns fatores são consideráveis nesse caso, como bem-estar físico e psicológico, nível de independência, relações sociais, ótimos momentos de lazer e espiritualidade. → Não é necessário nos esforçar para garantir essa qualidade de vida que desejamos, portanto, observar a vida com olhos mais positivos e ter gratidão por todos os anos de vivência, almejando novas experiências que virão nesta nova fase é um dos maiores bens que podemos carregar conosco. Controle de doenças: → Grande parte das doenças nos idosos podem ser prevenidas com um estilo de vida saudável e tratamentos adequados. Não podemos evitar completamente, por isso é importante privilegiar exames regulares e tratamentos de recuperação que preservem a autonomia, mesmo que limitada, do idoso.
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