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TECNICAS DE BEM ESTAR ANIMAL EM TODOS OS ASPECTOS DA CRIAÇÃO

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Curso: MEDICINA VETERINÁRIA - 1º Período /2022 
Nome: GÉLIA CRIS GARCIA DE OLIVEIRA Mat.: 2022 432984 
Disciplina: DEONTOLOGIA E BIOÉTICA 
Profa. Dra. CRISTINA AMARANTE 
TÉCNICAS DE BEM-ESTAR ANIMAL 
EM TODOS OS ASPECTOS DA CRIAÇÃO . 
 
 
 
2 
 
TÉCNICAS DE BEM-ESTAR ANIMAL EM TODOS OS ASPECTOS DA CRIAÇÃO 
 
INTRODUÇÃO:....................................................................................................................................................................... 5 
 
A) SUINOCULTURA ................................................................................................................................................................ 7 
 
B) BOVINO CULTURA DE CORTE ........................................................................................................................................... 8 
BEM-ESTAR ANIMAL E SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE ................................................................................. 8 
1. COMPORTAMENTO ................................................................................................................................................. 8 
 TAXA DE MORBIDADE ............................................................................................................................................................ 8 
 TAXA DE MORTALIDADE......................................................................................................................................................... 8 
 ALTERAÇÕES NO PESO E CONDIÇÃO CORPORAL .................................................................................................................. 8 
 EFICIÊNCIA REPRODUTIVA ..................................................................................................................................................... 8 
 ASPECTO FÍSICO ...................................................................................................................................................................... 9 
 RESPOSTAS AO MANEJO ........................................................................................................................................................ 9 
COMPLICAÇÕES DEVIDO À PROCEDIMENTOS DE ROTINA DE MANEJO ................................................................................. 9 
2. RECOMENDAÇÕES PARA O BEM-ESTAR ANIMAL ...................................................................................................... 9 
Biossegurança e saúde animal ........................................................................................................................................... 9 
 Biossegurança e prevenção de doenças ................................................................................................................................ 9 
 Gestão da saúde animal ....................................................................................................................................................... 10 
Aspectos Ambientais ....................................................................................................................................................... 11 
 Ambiente Térmico ................................................................................................................................................................ 11 
 Iluminação ............................................................................................................................................................................ 11 
 Qualidade do Ar .................................................................................................................................................................... 11 
 Ruídos.................................................................................................................................................................................... 12 
 Nutrição ................................................................................................................................................................................ 12 
 Piso, camas, superfícies de descanso e áreas ao ar livre .................................................................................................... 13 
 Ambiente social .................................................................................................................................................................... 13 
 Densidade populacional ....................................................................................................................................................... 14 
 Proteção contra predadores ................................................................................................................................................ 14 
Manejo .......................................................................................................................................................................... 14 
 Seleção genética ................................................................................................................................................................... 14 
 Manejo Reprodutivo ............................................................................................................................................................ 14 
 Colostro ................................................................................................................................................................................. 15 
 Desmame .............................................................................................................................................................................. 15 
 Práticas de manejo dolorosas .............................................................................................................................................. 15 
 Castração: ............................................................................................................................................................................. 16 
 Descorna (e eliminação do botão germinal) ....................................................................................................................... 16 
 Esterilização (ovariectomia) ................................................................................................................................................. 16 
 
 
 
3 
 
 Caudectomia ......................................................................................................................................................................... 16 
 Identificação ......................................................................................................................................................................... 17 
 Manejo e inspeção Bovinos de corte................................................................................................................................... 17 
 Formação/treinamento de pessoal ..................................................................................................................................... 18 
 Planos de emergência .......................................................................................................................................................... 18 
 Localização, construção e equipamento ............................................................................................................................. 18 
 Sacrifício humanitário .......................................................................................................................................................... 19 
 
C) AVICULTURA DE POSTURA ............................................................................................................................................. 20 
RECOMENDAÇÕES GERAIS PARATODOS OS SISTEMAS DE CRIAÇÃO .................................................................................. 20 
 1 - Instalações e equipamentos ........................................................................................................................................... 20 
 2- Temperatura ..................................................................................................................................................................... 20 
 3 - Alimentação e nutrição ................................................................................................................................................... 21 
 4 - Manejo geral .................................................................................................................................................................... 21 
 5- Debicagem ........................................................................................................................................................................ 22 
 6 - Muda forçada .................................................................................................................................................................. 22 
 7 - Programas de luz ............................................................................................................................................................. 23 
 8. Biosseguridade ................................................................................................................................................................. 23 
 9 Planejamento sanitário ..................................................................................................................................................... 23 
 10 Eutanasia e Sacrificio ....................................................................................................................................................... 23 
 11. Padrões recomendados para sistemas de criação em gaiolas ..................................................................................... 24 
 12 Padrões recomendados para sistemas de criação em piso com cama ......................................................................... 24 
 13 Manejo de cama .............................................................................................................................................................. 24 
 14 Ninhos .............................................................................................................................................................................. 25 
 15 Poleiros ............................................................................................................................................................................ 25 
 16 Avaliação e verificação de não conformidade ............................................................................................................... 25 
 
D) AVICULTURA DE CORTE ................................................................................................................................................. 26 
PROTOCOLO DE BEM-ESTAR PARA FRANGOS DE CORTE ........................................................................................................ 26 
1 GENERALIDADES: .................................................................................................................................................. 26 
2. APLICAÇÃO: .......................................................................................................................................................... 26 
3. PLANEJAMENTO, EDUCAÇÃO E CAPACITAÇÃO: ....................................................................................................... 26 
 Instalações e equipamentos ................................................................................................................................................ 26 
 Condições ambientais e de higiene ..................................................................................................................................... 27 
 Densidade ............................................................................................................................................................................. 27 
 Alimentação e nutrição ........................................................................................................................................................ 27 
 Programa de Luz ................................................................................................................................................................... 27 
 Apanha .................................................................................................................................................................................. 27 
 Transporte ............................................................................................................................................................................ 28 
 
 
 
4 
 
 Descanso pré-abate .............................................................................................................................................................. 28 
 Recepção ............................................................................................................................................................................... 29 
 Pendura ................................................................................................................................................................................. 29 
 Insensibilização Elétrica – Eletronarcose ............................................................................................................................. 29 
 Sangria................................................................................................................................................................................... 30 
 Biosseguridade ..................................................................................................................................................................... 30 
 Sacrifício Emergencial .......................................................................................................................................................... 30 
 Treinamento ......................................................................................................................................................................... 30 
4. AVALIAÇÃO DO PROGRAMA DE BEM-ESTAR ........................................................................................................... 31 
 
E) BUBALINOCULTURA ( BÚFALOS) ....................................................................................................................................... 32 
RECOMENDAÇÕES TÉCNICAS PARA A CRIAÇÃO DE BÚFALOS ............................................................................................. 32 
 Caracterização do produtor ................................................................................................................................................. 32 
 Melhoramento e manejo do rebanho ................................................................................................................................. 32 
 Instalações ............................................................................................................................................................................ 32 
 Aguadas ................................................................................................................................................................................. 32 
 Estábulos ............................................................................................................................................................................... 33 Sala do leite........................................................................................................................................................................... 33 
 Bezerreiro ............................................................................................................................................................................. 33 
 Sala de ração ......................................................................................................................................................................... 33 
 Escritório ............................................................................................................................................................................... 34 
 Curral ..................................................................................................................................................................................... 34 
 Estrumeira ou esterqueira ................................................................................................................................................... 34 
 Saleiro ................................................................................................................................................................................... 34 
 Cerca ..................................................................................................................................................................................... 34 
A IMPORTÂNCIA DO BEM-ESTAR NA BUBALINOCULTURA ...................................................................................................... 34 
PRINCÍPIOS, CRITÉRIOS E MEDIDAS DE AVALIAÇÃO PARA O BEM-ESTAR DE BÚFALAS. ............................................................. 35 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
INTRODUÇÃO: 
Considerando que o bem-estar mental está relacionado com sua vida psicológica, expressa nos 
seus processos mentais, nas suas capacidades cognitivas e na sua consciência. Os sentimentos que o 
animal experimenta (senciência), especialmente as emoções negativas (medo, angústia, tristeza, aflição, 
irritação e tédio, entre outros) e o sofrimento (estado emocional não prazeroso ou desagradável) (Duncan 
& Dawkins, 1983), afetam a sua saúde mental e física (McMillan, 2005). 
Também o bem-estar fica comprometido quando as capacidades cognitivas do animal como a 
memória, a solução de problemas, a aprendizagem, a formação de conceitos, as expectativas, a intenção e 
a tomada de decisão estão afetadas (Calderón Maldonado & Garcia, 2015) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Historicamente uma das primeiras estratégias para avaliar o bem-estar dos animais de produção 
foram as cinco Liberdades. 
Criado para a avaliação por meio da inspeção e observação o conceito das Cinco Liberdades 
permite avaliar qualitativamente os aspectos físicos, mentais e naturais do bem-estar. De acordo com tal 
conceito o animal deve estar livre de dor, lesão e enfermidades; livre de desconforto (estresse ambiental); 
livre de fome, sede e desnutrição; livre de medo e angústia (estresse mental); e livre para expressar seu 
comportamento natural. Um conceito que complementa as cinco liberdades, publicado primeiramente em 
1993 e posteriormente mencionado e discutido em 2009, foi o conceito das 5 liberdades e suas provisões 
do bem-estar animal, a saber: 
1. Livre de sede, fome e desnutrição pelo pronto acesso à água fresca e uma dieta para manter a plena 
saúde e vigor; 
2. Livre de desconforto, propiciando um ambiente adequado, incluindo abrigo e uma confortável área de 
descanso; 
3. Livre de dor, lesões, doenças e prevenção ou diagnóstico rápido e tratamento; 
4. Liberdade para expressar comportamento normal, fornecendo espaço suficiente, instalações 
adequadas e companhia de animais da própria espécie; 
5. Livre de medo e distresse, assegurando condições que evitem o sofrimento mental. 
 Identificando quatro princípios para a avaliação do bem-estar de animais de produção, conforme 
indicado no quadro abaixo. 
 
 
 
6 
 
 Os critérios refletem o que é significativo para os animais, sob o entendimento da ciência do bem-
estar animal. Cada princípio (Quadro 1) envolve dois ou mais critérios que são independentes um do outro 
e estão relacionados com as questões que se seguem: 
• Boa nutrição: Os animais estão sendo alimentados e supridos apropriadamente com alimento e água? 
• Bom alojamento: os animais estão apropriadamente alojados? 
• Boa saúde: os animais estão saudáveis? 
• Comportamento apropriado: Os comportamentos dos animais refletem um estado emocional positivo. 
 
 Quadro 1 – Princípios e critérios bases dos Protocolos de Avaliação do Welfare Quality (2009). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
A) SUINOCULTURA 
 A implicação do bem-estar na saúde de Suínos. 
 São animais particularmente sensíveis ao comprometimento de seu bem estar. A resposta do 
animal a isso é o estresse, que é um conjunto de respostas fisiológicas e comportamentais a uma ameaça 
(JONG et al., 2002). 
Em curto prazo, o estresse provoca ativação do Sistema Nervoso Autônomo (SNA) e, facilitando as 
respostas de luta e fuga. A estimulação da porção simpática do SNA provoca, entre outras alterações, 
aumento da frequência cardíaca, da pressão arterial e da frequência respiratória. 
Além disso, o stress pode levar os animais a desenvolverem estereotipias, ou seja, 
comportamentos anormais ou inadequados na criação, como mordida de caudas (tail-biting), pressionar 
bebedouro sem beber água (drinker-biting), movimento de mastigação (sham-chewing), vocalização 
excessiva (vocalise), esfregar a cabeça (headrubbing) ou permanecer deitado (lying-down), sentado (sit) 
e/ou sem movimentação (freeze) (FRASER & BROOM, 1990). Já os suínos produzidos sem as mínimas 
condições de bem-estar podem apresentar desde hematomas a ossos fraturados (portas de entrada para 
patógenos), além de quadros mais crônicos de estresse, com diminuição do ganho de peso, problemas 
reprodutivos ou mesmo morte do animal. 
De uma maneira ampla, o estudo do bem-estar animal objetiva utilizar os conceitos relacionados 
ao bem-estar na produção animal de maneira objetiva, de modo a contribuir em termos de sanidade. Bem-
estar na maternidade O leitão recém-nascido possui os sistemas de termo regulação e imunitário pouco 
desenvolvido, assim tornam-se necessários alguns cuidados especiais, tais como: enxugar os leitões, corte 
e desinfecção do umbigo, corte dos dentes, reanimação dos leitões aparentemente mortos, fornecimento 
de calor, auxílio nas primeiras mamadas após o parto, corte do ultimo terço da cauda, aplicação de 
medicamentos contra anemia ferropriva, fornecimento de água e ração pré-inicial aos leitões de seis dias 
de idade, castração e desmame dos mesmos. 
A falta ou a realização indevida dessas práticas promove um maior prejuízo à suinocultura e ao 
bem-estar dos suínos. A manutenção das famílias (não mistura de lotes) do nascimento ao abate dos 
suínos é uma das práticas de manejo com ênfase ao bem-estar dos animais. 
O aspecto negativo mais importante na produção de suínos na fase de maternidade é a 
mortalidade de leitões, cujas causas principais são o esmagamento e a inanição. Além disso, as diarreias, 
principalmente a coccidiose e a colibacilose neonatal, são importantes, pois prejudicam o desenvolvimento 
dos leitões e, às vezes, também provocam mortes, como é o caso da colibacilose. 
As maternidades devem promover bem-estar e conforto tanto para os leitões como as porcas. 
Características ideais da Maternidade estão listadas abaixo: 
• Acesso fácil pelo traseiro da porca para facilitar o manejo (porca e leitões); 
• Cela parideira com barra de proteção, para evitar esmagamentos; 
• Fonte de aquecimento com regulagem; 
• Piso com capacidade isolante para evitar perda de calorpor contato pelo leitão; 
• Piso confortável para a porca e leitões, evitando lesões de casco e articulações; 
• Manter até um máximo de 24°C para a porca, e um mínimo de 32°C para o leitão recém nascido; 
• Limpeza diária com retirada dos excrementos, no mínimo, uma vez pela manhã e outra pela 
tarde. O protocolo de bem-estar exige que as baias de parição tenham espaço suficiente para permitir que 
a porca se levante e se movimente (2m de largura por 5 m de comprimento). As baias da maternidade 
podem possuir quintais com área coberta e sombra. O espaço diminui o estresse dos animais, porém a 
mortalidade por esmagamento pode aumentar, por isso é importante a presença de abrigos para os 
leitões. 
 
 
 
8 
 
B) BOVINO CULTURA DE CORTE 
 
BEM-ESTAR ANIMAL E SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE 
Os seguintes critérios baseados em resultados, especificamente aqueles mensuráveis no animal, 
podem ser indicadores úteis de bem-estar animal. 
A utilização desses indicadores e os limites adequados devem ser adaptados às diferentes 
situações de manejo do gado de corte. Da mesma foram deve-se ter em conta o sistema de produção. 
 
1. COMPORTAMENTO 
 Certos comportamentos podem indicar problemas de bem-estar animal. 
 Por exemplo: a diminuição da ingestão de alimentos, aumento da frequência respiratória ou 
respiração ofegante (avaliada pela condição corporal), e a demonstração de comportamento 
estereotipado, agressivo, depressivo ou outros comportamentos anormais. 
 TAXA DE MORBIDADE 
 Taxas de morbidade, incluindo as relacionadas com: doenças, claudicação, complicações pós-
procedimento, frequência de lesões, quando encontradas acima dos limites reconhecidos, podem ser 
indicadores diretos ou indiretos do estado de bem-estar animal de todo o rebanho. 
 Compreender a etiologia da doença ou da síndrome é importante para detectar potenciais problemas 
de bem-estar animal. Sistemas de pontuação, tais como os graus de claudicação, podem fornecer 
informações adicionais. O exame post-mortem é útil para estabelecer as causas de morte em bovinos. 
 A patologia clínica e exames post-mortem podem ser utilizados como indicadores de doença, lesões e 
outros problemas que podem comprometer o bem-estar animal. 
 TAXA DE MORTALIDADE 
 As taxas de mortalidade, assim como as taxas de morbidade, podem ser indicadores diretos ou 
indiretos do estado de bem-estar animal. Dependendo do sistema de produção, as estimativas de taxas de 
mortalidade podem ser obtidas por meio da análise das causas de morte, bem como o padrão de 
frequência e a distribuição tempo-espacial da mortalidade. 
 As taxas de mortalidade devem ser registradas regularmente, ou seja, diariamente, mensalmente, 
anualmente ou quando ocorrerem as principais atividades de manejo dentro do ciclo de produção. 
 ALTERAÇÕES NO PESO E CONDIÇÃO CORPORAL 
Nos animais em crescimento, o ganho de peso pode ser um indicador da saúde e bem-estar animal. 
Má condição corporal e perda de peso significativa podem ser indicadores de que o bem-estar animal 
está comprometido. 
 EFICIÊNCIA REPRODUTIVA 
Eficiência reprodutiva pode ser um indicador do estado de saúde e bem-estar animal. Baixo 
desempenho reprodutivo pode indicar problemas de bem-estar animal. 
São exemplos de baixo desempenho reprodutivo: 
 anestro ou intervalo pós-parto prolongado, 
 baixas taxas de concepção, 
 
 
 
9 
 
 altas taxas de aborto, 
 altas taxas de distocia. 
 ASPECTO FÍSICO 
O aspecto físico pode ser um indicador da saúde e bem-estar animal, bem como das condições de 
manejo. 
Os atributos do aspecto físico que podem indicar o bem-estar comprometido incluem: 
 presença de ectoparasitas, 
 cor ou textura anormal na pelagem, ou sujeira excessiva com os excrementos, lama ou sujeira, 
 desidratação, 
 emagrecimento. 
 RESPOSTAS AO MANEJO
 O manejo incorreto pode resultar em medo e sofrimento em bovinos. Os indicadores para avaliar as 
respostas ao manejo podem incluir: 
 velocidade de saída da manga do curral ao brete de contenção, 
 tipo de comportamento na manga ou brete de contenção, 
 percentagem de animais que escorregam ou caem, 
 percentagem de animais deslocados com um aguilhão elétrico, 
 percentagem de animais em feridos em cercas ou portões, 
 percentagem de animais feridos durante o manejo (chifres e pernas quebrados e lacerações), 
 percentagem de animais vocalizam durante a contenção. 
 
COMPLICAÇÕES DEVIDO À PROCEDIMENTOS DE ROTINA DE MANEJO 
Os procedimentos cirúrgicos e não-cirúrgicos são comumente realizados em gado de corte para 
melhorar o desempenho, facilitar o manejo, melhorar o bem-estar animal e a segurança humana, no 
entanto, o bem-estar animal pode ser comprometido se estes procedimentos não forem realizados 
corretamente. Indicadores de tais problemas podem incluir: 
 infecção e inchaço após o procedimento, 
 miíases, 
 mortalidade 
 
2. RECOMENDAÇÕES PARA O BEM-ESTAR ANIMAL 
 Cada recomendação apresentada contém uma lista de critérios relevantes e mensuráveis. 
Tais critérios não excluem outras medidas consideradas adequadas. 
BIOSSEGURANÇA E SAÚDE ANIMAL 
 Biossegurança e prevenção de doenças 
Biossegurança significa o conjunto de medidas destinadas a manter os animais em um estado de 
saúde particular e impedir a entrada ou propagação de agentes infecciosos no rebanho. 
 
 
 
10 
 
 Planos de biossegurança devem ser elaborados e implementados de acordo com o estado de 
saúde desejado e o risco de doenças existentes no rebanho. Com relação às doenças constantes na lista da 
OIE, os planos devem estar em conformidade com as recomendações pertinentes encontradas no Código 
Terrestre. 
Os planos de biossegurança devem ter como finalidade o controle das principais fontes e vias de 
disseminação de patógenos: 
i) bovinos, 
ii) outros animais, 
iii) pessoas, 
iv) equipamento, 
v) veículos, vi) ar, 
vi) abastecimento de água, 
vii)alimentação. 
 
Os critérios mensuráveis baseados em resultados são: taxa de morbidade, taxa de mortalidade, 
eficiência reprodutiva, alterações no peso e condição corporal. 
 Gestão da saúde animal 
Entende-se por gestão da saúde animal o sistema projetado para otimizar a saúde física, 
comportamental e o bem-estar do rebanho bovino. Inclui a prevenção, tratamento, controle de doenças e 
transtornos que afetam o rebanho. Incluem também, quando apropriado, o registo de doenças, lesões, 
mortalidades e tratamentos médicos veterinários. 
Deve haver um programa eficaz para a prevenção e tratamento de doenças e transtornos diversos 
compatíveis com os programas estabelecidos por um veterinário qualificado, conforme seja apropriado. Os 
responsáveis pelo cuidado com o rebanho devem estar cientes dos sinais de problemas de saúde ou de 
estresse, tais como redução na ingestão de água e alimentos, alterações no peso e condição corporal, 
alterações no comportamento ou aspecto físico anormal. 
O rebanho com maior risco de doença ou estresse exigirá inspeção mais frequente pelos 
tratadores. Se os tratadores não forem capazes de corrigir as causas da doença ou o estresse, ou se 
suspeitarem da presença de doença de notificação obrigatória, deverão procurar orientação dos que têm 
formação e experiência, tais como veterinários ou outros profissionais qualificados. 
Vacinações e outros tratamentos administrados aos animais devem ser realizados por pessoas 
qualificadas nos procedimentos e com orientação veterinária ou de outro profissional capacitado. 
Tratadores de animais devem ter experiência em reconhecer e lidar com o rebanho que não pode se 
movimentar, bem como no tratamento de doenças e lesões crônicas. 
Bovinos com paralisia devem ter acesso à água em todos os momentos e a alimentação deve ser 
fornecida pelo menos uma vez ao dia. Eles não devem ser transportados ou movidos a menos que seja 
absolutamente necessáriopara o tratamento ou diagnóstico. Estas movimentações devem ser feitas com 
cuidado e usando métodos que evitem arrastá-los ou elevá-los excessivamente. 
Quando é realizado um tratamento e se considere improvável a recuperação do animal com 
paralisia que se nega a comer e beber, deverá ser feito o sacrifício humanitário. 
 Os critérios mensuráveis baseados em resultados são: taxa de morbidade, a mortalidade, eficiência 
reprodutiva, comportamento, aspecto físico, e alterações de peso e condição corporal. 
 
 
 
 
11 
 
ASPECTOS AMBIENTAIS 
 Ambiente Térmico 
Embora o rebanho possa se adaptar a uma ampla gama de temperatura ambiental, 
particularmente se raças adequadas são utilizadas para as condições previstas, flutuações bruscas de 
temperatura podem causar estresse por calor ou frio. 
 i) Estresse por calor O risco de estresse térmico para o rebanho é influenciado pelos fatores 
ambientais, incluindo: temperatura do ar, umidade relativa e velocidade do vento. Também é influenciado 
pelos fatores inerentes do animal, incluindo raça, idade, condição corporal, taxa metabólica, cor e 
densidade da pelagem. 
 Tratadores de animais devem estar cientes do risco que o estresse por calor representa para os 
animais. Caso possa haver condições que induzam o estresse por calor, as atividades diárias de rotina que 
requerem a movimentação do rebanho devem cessar. Se o risco de estresse por calor atinge níveis muito 
elevados, os tratadores de animais devem instituir um plano emergência que poderia incluir a redução da 
densidade populacional, o fornecimento de sombra, livre acesso à água potável, e arrefecimento pelo uso 
de aspersão de água que penetre no pêlo. Os critérios mensuráveis baseados em resultados são: 
comportamento, incluindo respiração ofegante e frequência respiratória, a taxa de morbidade, mortalidade. 
ii) Estresse por frio Proteção contra condições climáticas extremas devem ser fornecidas quando 
estas condições são susceptíveis de criar um risco grave para o bem-estar dos animais especialmente em 
recém-nascidos e bovinos jovens, e outros que estejam fisiologicamente comprometidos. 
A proteção fornecida deverá ser proporcionada por estruturas de abrigo naturais ou construídas 
pelo homem. Tratadores de animais também devem assegurar que o rebanho tenha acesso a alimentação e 
água adequada durante o estresse causado pelo frio. Durante condições extremas de clima frio, tratadores 
de animais devem instituir um plano emergência para garantir ao rebanho abrigo, alimentação adequada e 
água. Os critérios mensuráveis baseados em resultados são: taxas de mortalidade, aspecto físico, 
comportamento, incluindo posturas anormais, tremores e amontoamento. 
 Iluminação 
 Para bovinos confinados, que não têm acesso à luz natural, deve ser fornecida iluminação 
suplementar seguindo a periodicidade natural suficiente para a sua saúde e bem-estar, a fim de 
facilitar os padrões de comportamento natural e permitir a inspeção adequada do rebanho. 
 Os critérios mensuráveis baseados em resultados são: comportamento, morbidade, aspecto 
físico 
 Qualidade do Ar 
 A boa qualidade do ar é um fator importante para a saúde e o bem-estar do rebanho. Ela é afetada 
pelos constituintes atmosféricos, tais como: gases poeiras e microrganismos. É fortemente influenciada pelo 
manejo, particularmente em sistemas intensivos. 
A composição do ar é influenciada pela densidade da população, o tamanho do rebanho, qualidade 
do piso, cama, gestão de resíduos, projeto de construção e sistema de ventilação. 
 A ventilação adequada é importante para efetiva dissipação do calor em bovinos e para prevenir o 
acúmulo de NH3 e gases efluentes na unidade de confinamento. 
 Má qualidade do ar e ventilação são fatores de risco para doenças respiratórias e desconforto. O 
nível de amônia em recintos fechados não deve exceder 25 ppm. 
 
 
 
12 
 
 Os critérios mensuráveis baseados em resultados são: taxa de morbilidade, comportamento, taxa 
de mortalidade, alterações no peso e condição corporal. 
 Ruídos 
 Bovinos são adaptáveis a diferentes níveis e tipos de ruído, no entanto, a exposição do rebanho a 
ruídos repentinos ou altos (estampidos, por exemplo) deve ser minimizada sempre que possível para evitar 
o estresse e reações de medo. 
Ventiladores, máquinas de alimentação ou outros equipamentos no interior ou exterior devem ser 
construídos, instalados, operados e mantidos de forma a causar o mínimo possível de ruído. O critério 
mensurável baseado em resultado é: comportamento. 
 Nutrição 
 As exigências nutricionais de gado de corte estão bem definidas. Conteúdo energético, proteína, 
minerais e vitaminas contidos na dieta são os principais fatores que determinam o crescimento, eficiência 
alimentar, eficiência reprodutiva e composição corporal. 
O rebanho deve ter acesso a quantidade e qualidade apropriada de alimentação balanceada, 
adaptada qualitativa e quantitativamente, e que atenda às suas necessidades fisiológicas. Onde o rebanho 
for mantido em condições extensivas, a exposição de curto prazo a extremos climáticos pode impedir o 
acesso à alimentação que atenda às suas necessidades fisiológicas diárias. 
Em tais circunstâncias, se o bem-estar está em risco de ser comprometido, o tratador de animais 
deve assegurar que o período de restrição alimentar não seja prolongado e que as estratégias de mitigação 
sejam implementadas. Tratadores de animais devem ter um conhecimento adequado da condição corporal 
apropriada para seu rebanho e não devem permitir que a condição corporal ultrapasse a faixa aceitável. 
Se a alimentação suplementar não estiver disponível, devem ser tomadas medidas para evitar o 
jejum, incluindo o abate, venda, transferência do gado, ou o sacrifício. Alimentos e ingredientes para 
alimentação animal devem possuir qualidade satisfatória para atender suas necessidades nutricionais. 
Quando for apropriado, ingredientes alimentares e alimentos para animais devem ser testados para a 
presença de substâncias que teriam impacto adverso sobre a saúde animal. 
 O rebanho em sistemas de produção intensivo normalmente consome dietas que contêm uma 
elevada proporção de grãos (milho, sorgo, cevada, subprodutos de grão) e uma menor proporção de 
volumoso (feno, palha, silagem, cascas, etc.). As dietas com volumoso insuficiente podem contribuir para o 
comportamento oral anormal em bovinos de terminação, tais como o excessivo movimento da língua. Na 
medida em que a quantidade de grãos na dieta aumenta, eleva-se também o risco relativo de problemas 
digestivos no gado. 
 Tratadores de animais devem compreender o impacto do tamanho, da idade do gado, dos fatores 
climáticos, da composição da dieta e das mudanças dietéticas súbitas em relação a problemas digestivos, 
bem como suas consequências negativas (acidose, timpanismo, abscesso hepático, laminite). 
 Quando for apropriado, os produtores de gado de corte devem consultar um nutricionista 
especializado para assessoramento sobre formulação de rações e programas de alimentação. 
 Os produtores de gado de corte devem familiarizar-se com as deficiências potenciais ou excessos 
de micronutrientes para sistemas de produção intensiva e extensiva em suas respectivas áreas geográficas 
e, quando necessário, usar suplementos formulados adequadamente. 
 Todo o rebanho precisa de fornecimento adequado e acesso à água palatável, que atenda às suas 
necessidades fisiológicas e que seja livre de contaminantes nocivos para sua saúde. 
 
 
 
13 
 
 Os critérios mensuráveis baseados em resultados são: as taxas de mortalidade, morbidade, 
comportamento, alterações no peso e condição corporal, eficiência reprodutiva. 
 Piso, camas, superfícies de descanso e áreas ao ar livre 
 Em todos os sistemas deprodução de bovinos é necessário um lugar bem drenado e confortável 
para o descanso dos animais. Todos os bovinos em um grupo devem ter espaço suficiente para se deitarem 
e descansarem ao mesmo tempo. 
 A gestão do piso do curral em sistemas intensivos de produção pode ter impacto significativo no 
bem-estar do animal. Áreas que não são adequadas para o descanso, tais como, as que apresentam água 
em excesso e acúmulo de fezes, não devem compreender toda a área útil disponível para o rebanho e 
também não devem ser de profundidade que possa comprometer o bem-estar animal. 
 Os currais devem possuir declividade para permitir que a água escoe longe dos comedouros e 
não se acumule excessivamente. Currais devem ser limpos sempre que as condições o justifiquem e, no 
mínimo, uma vez após cada ciclo de produção. 
 Se o bovino é mantido em um chão de ripas, a largura das ripas e os espaços entre elas devem 
ser adequados ao tamanho do casco para prevenir lesões. Sempre que possível, o bovino no piso ripado 
deve ter acesso a uma área com cama. 
Deve ser realizada a manutenção na cama de palha ou de outros sistemas de descanso para 
fornecer ao bovino lugar seco e confortável para deitar. 
Superfícies de concreto devem ser sulcadas ou texturizadas de forma adequada para fornecer 
equilíbrio adequado para o animal. 
Os critérios mensuráveis baseados em resultados são: as taxas de morbidade (por exemplo, 
claudicação, úlceras de pressão), de comportamento, alterações no peso e condição corporal e aspecto 
físico. 
 Ambiente social 
O manejo de bovinos deve considerar o ambiente social, no que se refere ao bem-estar animal, 
especialmente em sistemas intensivos. Os aspectos que resultam em problemas incluem: sexualidade 
exacerbada, comportamento de intimidação, mistura de novilhas e novilhos, alimentação de animais de 
diferentes tamanhos e idades nos mesmos currais, alta densidade dada população, espaço insuficiente nos 
comedouros, o acesso insuficiente à água e mistura de touros. 
O manejo de bovinos em todos os sistemas deve levar em conta as interações sociais dentro dos 
grupos. O tratador dos animais deve compreender a hierarquia de dominação que se desenvolvem dentro 
de diferentes grupos e se concentrar em animais de alto risco, tais como os muito jovens, muito velhos, 
pequenos ou grandes em relação ao grupo, prestando atenção a assédio e comportamento de sexualidade 
exacerbada. 
O tratador de animais deve compreender os riscos de aumento de disputas entre os animais, em 
particular depois de misturar grupos. O bovino que manifesta de comportamento de intimidação ou 
excessivo comportamento de monta deve ser separado do grupo. 
Bovinos com e sem chifres não devem ser misturados devido ao risco de acontecerem lesões. 
Cercas adequadas devem ser providenciadas para minimizar quaisquer problemas de bem-estar animal que 
possam ser causados pela mistura inadequada de grupos de bovinos. 
Os critérios mensuráveis baseados em resultados são: comportamento, aspecto físico, alterações 
no peso e condição corporal, taxas de morbidade e mortalidade. 
 
 
 
 
14 
 
 Densidade populacional 
Densidades populacionais elevadas podem aumentar a ocorrência de lesões e causar efeito 
adverso sobre a taxa de crescimento, eficiência alimentar e no comportamento. 
Alterações no comportamento podem estar relacionadas com a locomoção, repouso, alimentação 
e ingestão de água. 
A densidade populacional deve ser gerida de tal forma que a aglomeração não afete 
negativamente o comportamento normal do rebanho. Isto inclui a capacidade de se deitar livremente, sem 
o risco de lesões, mover-se livremente ao redor do curral e ter acesso à alimentação e água. A densidade 
populacional também deve ser gerida de tal forma que o ganho de peso e a duração do tempo de descanso, 
não sejam afetados negativamente pela aglomeração. 
 Se o comportamento anormal é observado, devem ser tomadas medidas corretivas, tais como, a 
redução de densidade populacional. Em sistemas extensivos a densidade populacional deve ser ajustada de 
acordo com a disponibilidade de alimentação. 
Os critérios mensuráveis baseados em resultados são: comportamento, taxa de morbidade, 
mortalidade, alterações no peso, condição corporal e aspecto físico. 
 Proteção contra predadores 
O rebanho deve ser protegido tanto quanto possível dos predadores. 
 Os critérios mensuráveis baseados em resultados são: taxa de mortalidade, morbidade (taxa de 
lesões), o comportamento, aspecto físico. 
 MANEJO 
 Seleção genética 
Além da produtividade, aspectos de bem-estar animal e saúde devem ser levados em conta ao 
escolher uma raça ou subespécies para um local ou sistema de produção específico. 
Exemplos destes aspectos incluem a manutenção da exigência nutricional, resistência a 
ectoparasitas e tolerância ao calor. 
Animais pertencentes a uma raça podem ser geneticamente selecionados para obtenção de 
progenie que apresente características benéficas para a saúde animal e o bem-estar, tais como, instinto 
maternal, facilidade de parto, peso ao nascer, capacidade de amamentar, conformação corporal e 
temperamento. 
Os critérios mensuráveis baseados em resultados são: taxa de morbidade, a mortalidade, 
comportamento, aspecto físico, eficiência reprodutiva. 
 Manejo Reprodutivo 
 A distócia pode ser um risco de bem-estar para o gado de corte. 
Novilhas não devem ser emprenhadas antes que estejam suficientemente maduras fisicamente 
de forma a garantir a saúde e o bem-estar das parturientes e do bezerro ao nascer. O reprodutor exerce um 
efeito altamente transmissível em relação tamanho final do bezerro e, como tal, pode ter um impacto 
significativo sobre a facilidade de parto. 
A escolha de touros deve, por conseguinte, levar em conta a maturidade e o tamanho da fêmea. 
Novilhas e vacas não devem receber embriões, serem inseminadas ou cruzadas de tal maneira que os 
resultados da progenie aumentem o risco de bem-estar da parturiente e do bezerro. 
 
 
 
15 
 
 Vacas e novilhas devem ser acompanhadas durante a prenhez, de modo a não se tornarem nem 
muito gordas nem muito magras. O ganho de peso excessivo aumenta o risco de distócia, e tanto o ganho 
quanto a perda de peso aumentam o risco de doenças metabólicas ao final da prenhez ou após o parto. 
Sempre que possível, vacas e novilhas devem ser monitoradas quando estão próximas do parto. Vacas que 
forem observadas como tendo dificuldade no parto devem ser assistidas por um tratador competente o 
mais rápido possível assim que os sinais forem detectados. 
Os critérios mensuráveis baseados em resultados são: taxa de morbidade (taxa de distócia), taxa 
de mortalidade (vaca e bezerro), eficiência reprodutiva. 
 Colostro 
Imunidade conferida pelo colostro geralmente depende de o quanto antes o bezerro o recebe, 
bem como da qualidade e do volume ingeridos. Os tratadores de animais devem, sempre que possível, 
garantir que os bezerros recebam colostro suficiente dentro de 24 horas após o nascimento. 
Os critérios mensuráveis baseados em resultados são: taxa de mortalidade, morbidade, alterações 
no peso. 
 Desmame 
O desmame significa a fase da vida do bezerro na qual há mudança da fase de dieta láctea para 
dieta fibrosa. No sistema de produção de gado de corte o desmame é um período estressante na vida do 
animal. 
Bezerros devem ser desmamados apenas quando seu trato digestório apresenta desenvolvimento 
suficiente para manter seu crescimento e bem-estar. Existem várias estratégias de desmames utilizadas no 
sistema de produção de gado de corte. 
São elas: separação brusca da mãe, separação por meio de cerca e uso de aparelho no focinho para 
desencorajar a sucção do leite. 
 Cuidados especiais devem ser adotados se a separação brusca da mãe for seguida por situações 
adicionais de estresse como o transporte, pois os bezerros estão maissuscetíveis a doenças nessa fase. Se 
necessário, os criadores devem buscar aconselhamento técnico sobre a época mais apropriada e o método 
de desmama para seu tipo de rebanho e sistema de produção. 
 Os critérios mensuráveis baseados em resultados são: taxas de morbidade e mortalidade, 
comportamento, aspecto físico, alterações no peso e condição corporal. 
 Práticas de manejo dolorosas 
Práticas de manejo que têm potencial de causar dor são rotineiramente praticadas no bovino por 
razões de eficiência produtiva, saúde, bem-estar animal e segurança ao homem. Esses procedimentos 
devem ser realizados de modo a causar o mínimo de dor e estresse ao animal. 
 Tais procedimentos devem ser praticados o mais cedo possível ou fazer uso de anestesia ou 
analgesia sob a recomendação ou supervisão do médico veterinário. 
Opções que podem melhorar o bem-estar do animal no futuro em relação aos procedimentos 
são: suspensão do procedimento e revisão da necessidade de tais atos por meio de novas estratégias de 
manejo; melhoramento genético que resulte em animais que dispensem esses procedimentos; substituição 
dos procedimentos atuais por uma alterativa não cirúrgica que aumente o bem-estar. 
São exemplos de práticas dolorosas: castração, descorna, esterilização (ovariectomia), corte de 
cauda e identificação. 
 
 
 
 
16 
 
 Castração: 
 A castração em gado de corte é realizada em vários sistemas de produção para reduzir agressão 
entre animais, aumentar a segurança do homem, evitar o risco de prenhez não planejada no rebanho e 
aumentar a eficiência produtiva. Quando for necessário realizar castração, os produtores devem procurar 
assessoramento veterinário para escolher o melhor método e a época mais adequada considerando o 
sistema de produção e a raça do animal. 
Os métodos de castração utilizados em gado de corte incluem remoção cirúrgica dos testículos, 
métodos que produzem isquemia e destruição do cordão espermático. Quando for possível, os bezerros 
devem ser castrados antes dos três meses de idade, ou na primeira oportunidade que surgir após essa idade 
usando métodos que causem a menor dor ou sofrimento ao animal. 
Produtores devem procurar aconselhamento veterinário sobre uso da analgesia ou anestesia em 
bovinos de corte, sobretudo para animais mais velhos. Os operadores da castração devem ser treinados no 
procedimento utilizado. 
Além disso, devem ser capazes de reconhecer sinais de complicações. 
 Descorna (e eliminação do botão germinal) 
Gado de corte geralmente é descornado com o objetivo de reduzir acidentes que causam uns aos 
outros, lesões no couro, aumentar a segurança do homem, diminuir danos às instalações e para facilitar o 
manejo e o transporte. 
Quando for conveniente e apropriado ao sistema de produção, a seleção de bovino mocho é 
preferível. Quando a descorna for necessária, os produtores devem buscar assessoramento veterinário para 
utilizar o método mais adequado e saber qual é o melhor método e momento para seu tipo de animal e 
sistema de produção. Quando conveniente, a descorna deve ser realizada na fase inicial do desenvolvimento 
dos chifres (botão germinativo) ou na primeira oportunidade de manejo após essa fase. 
A intervenção desta forma implica em menor trauma aos tecidos porque o desenvolvimento dos 
chifres está em sua fase inicial e ainda não estão com sua base inserida no crânio. 
Métodos de descorna na fase inicial incluem remoção do botão germinal com uma faca, 
cauterização térmica do botão ou aplicação de cauterização química. 
 Métodos de descorna após a fase inicial, em idade mais avançada, implica na remoção dos chifres 
com uso de serra para cortar a inserção do chifre na base do crânio. Os produtores devem procurar 
assessoramento veterinário sobre a disponibilidade e conveniência de aplicar analgesia ou anestesia para a 
descorna dos animais, principalmente nos mais velhos, quando o chifre está mais desenvolvido. 
Os operadores encarregados da descorna devem receber formação, demonstrar sua competência 
no procedimento utilizado e ser capazes de reconhecer sinais de complicações. 
 Esterilização (ovariectomia) 
A esterilização de novilhas é utilizada para evitar gestações não desejadas em condições de 
pastejo extensivo. O veterinário ou operador bem treinado deve realizar a esterilização cirúrgica. 
Os produtores devem buscar assessoramento veterinário sobre aplicação de analgesia ou 
anestesia para a esterilização de novilhas. O uso de analgésicos ou anestésicos deve ser encorajado. 
 Caudectomia 
A caudectomia no gado de corte é realizada para prevenir necrose da ponta de cauda nas 
operações de confinamento. 
 
 
 
17 
 
 Estudos realizados mostram que maior espaço por animal com uso de cama adequada são 
eficazes para prevenir a necrose. Portanto, a caudectomia desses animais não é recomendada. 
 Identificação 
Do ponto de vista do bem-estar animal, marcação com brinco ou cortes na orelha, tatuagem, 
marcação com nitrogênio ou microchips são os métodos recomendados para marcação de gado de corte. 
Entretanto, em algumas situações, a marcação com ferro quente pode ser o único método de identificação 
prático de ser utilizado. 
Este método, se não puder ser evitado, deve ser realizado por operador experiente, de forma 
rápida e com utilização de equipamento apropriado. Os sistemas de identificação devem estar de acordo 
com os dispostos. 
 Os critérios mensuráveis baseados em resultados são: taxas de complicações pós-procedimento, 
taxa de morbidade, comportamento, aspecto físico, alterações de peso e condição corporal. 
 Manejo e inspeção Bovinos de corte 
Devem ser inspecionados em intervalos apropriados, de acordo com o sistema de produção e os 
riscos para a saúde animal e bem-estar. 
Em sistemas intensivos, os animais devem ser inspecionados pelo menos uma vez ao dia. A 
inspeção com maior frequência pode ser benéfica às seguintes categorias: bezerros recém-nascidos, vacas 
em terço final de gestação, bezerros recém-desmamados, e animais submetidos a estresse ambiental ou 
procedimentos dolorosos e no pós-cirúrgico. 
Os tratadores devem ser capazes de reconhecer sinais clínicos de saúde, doença e bem-estar. 
Além disso, devem ser em número suficiente ao tamanho do rebanho que cuidam para garantir a saúde e o 
bem-estar animal. Os bovinos que estiverem doentes ou machucados deverão receber tratamento 
apropriado na primeira oportunidade por tratadores capacitados. 
Se forem incapazes de proporcionar o tratamento adequado, deverá ser procurado auxílio 
veterinário. Caso o animal tenha mal prognóstico com pouca chance de recuperação, o sacrifício 
humanitário deverá ser realizado o mais breve possível. 
Quando o gado de corte de criação extensiva é arrebanhado para as instalações, ele deve ser 
conduzido tranquilidade e com calma respeitando o passo do animal mais lento. 
Condições climáticas devem ser levadas em consideração e os animais não devem se 
arrebanhados em situações climáticas extremas de frio ou calor. 
Não se deve levar os animais aos limites de sofrimento. 
 Em situações na qual o agrupamento e manejo de animais leve a situações estressantes, devem 
ser evitados procedimentos múltiplos, de maneira que os procedimentos necessários sejam executados em 
uma sequência única. 
Quando o manejo não implica em situações de estresse, os procedimentos devem ser realizados 
por etapas para evitar o acúmulo de estresse advindos da aplicação de múltiplos procedimentos. Cães bem 
treinados podem ajudar no agrupamento dos bovinos. 
 O rebanho se adapta bem a diferentes entornos visuais. Entretanto, a exposição a movimentos 
súbitos, persistentes ou contrastes visuais deve ser minimizada, na medida do possível, para evitar estresse 
e reação de medo. 
A eletroimobilização não deve ser utilizada. 
Os critérios mensuráveis baseados em resultados são: resposta ao manejo, taxas de morbidadee 
mortalidade, comportamento, eficiência reprodutiva, alterações no peso e condição corporal. 
 
 
 
18 
 
 Formação/treinamento de pessoal 
Todos os responsáveis pelo rebanho devem ter a capacitação necessária de acordo com suas 
responsabilidades. Também devem possuir conhecimentos sobre criação de bovinos, comportamento 
animal, biossegurança, sinais clínicos de doenças. 
 Devem ainda estar familiarizados com os indicadores de ausência de bem-estar dos animais, tais 
como estresse, dor, desconforto e sobre a forma de como aliviá-los. 
A capacitação pode ser adquirida por meio de educação formal ou experiência prática. 
Os critérios mensuráveis baseados em resultados são: resposta ao manejo, taxas de morbidade e 
mortalidade, comportamento, eficiência reprodutiva, alterações de peso e condição corporal. 
 Planos de emergência 
Os produtores de bovinos de corte devem ter planos de emergência para cobrir eventuais falhas 
no abastecimento de energia, água e alimento que venham a comprometer o bem-estar de seus animais. 
Estes planos devem conter dispositivos de alarme que informem as falhas para detectar disfunções, 
geradores elétricos de segurança, acesso a serviços de manutenção, capacidade de armazenamento de água 
nas instalações, recursos de entrega de água em domicílio, armazenamento adequado de alimentos na 
propriedade ou substituição alternativa de alimentos. 
Planos de emergência devem ser implementados para minimizar e mitigar os efeitos de desastres 
naturais ou condições climáticas extremas, tais como, calor excessivo, seca, vendavais, incêndios e 
enchentes. 
 O sacrifício humanitário de animais doentes ou feridos deve fazer parte do plano de emergência. 
Em períodos de seca, as decisões quanto ao manejo do rebanho devem ser tomadas o mais cedo possível, 
contemplando inclusive a possibilidade da redução do número de animais. 
Os planos de emergência também devem abranger a gestão das instalações em caso de foco de 
doenças, consistente com programas sanitários nacionais e com as recomendações dos serviços 
veterinários, conforme o caso. 
 Localização, construção e equipamento 
Propriedades com bovinos de corte devem possuir localização geográfica apropriada que 
beneficie a saúde, bem-estar e produtividade dos animais. 
Todas as instalações devem ser construídas, mantidas e operadas para minimizar os riscos ao 
bem-estar dos animais. Equipamentos para manejo e contenção de bovinos de corte só devem ser usados 
de modo que minimizem os riscos de lesões, dor ou sofrimento. 
Os animais mantidos em sistemas intensivos ou extensivos de produção devem ter espaço 
suficiente para satisfazer suas necessidades de conforto e socialização. Os animais que são mantidos 
amarrados devem mantidos de tal forma que consigam deitar-se e, se amarrado ao ar livre, ser capaz de 
virar-se e andar. 
Em sistemas de produção intensivos, os comedouros devem ser amplos o suficiente para que os 
animais tenham acesso adequado aos alimentos. 
Também devem ser limpos e livres de alimentos estragados, azedos, não-palatáveis ou mofados. 
Os animais devem ter acesso livre à água a qualquer momento. O piso das instalações onde os animais são 
alojados, deve ser drenado adequadamente. 
 Estábulos, mangas e bretes de contenção devem proporcionar tração para impedir que o gado se 
lesione. Currais, bretes e mangas devem ser livres de bordas cortantes ou protrusões, para evitar que os 
animais se lesionem. 
 
 
 
19 
 
Corredores e pontes devem ser projetados e operados de modo a não impedir o movimento dos 
animais. Superfícies escorregadias devem ser evitadas. Concreto sulcado, treliça de arame sem pontas, piso 
de borracha ou areia fofa podem ser utilizadas para evitar escorregões e quedas. O manejo tranquilo é 
fundamental para minimizar os escorregões. Quando pontes são operadas o barulho deverá ser minimizado, 
pois podem causar estresse aos animais. 
O equipamento de contenção hidráulico, pneumático ou manual deve ser ajustado ao tamanho 
dos animais a serem arrebanhados. Os equipamentos hidráulicos e pneumáticos devem ter dispositivos que 
limitam a pressão a ser exercida para prevenir lesões. 
A manutenção e limpeza periódica dos componentes são necessários para assegurar o bom 
funcionamento dos sistemas e a segurança para o animal. 
Aparelhagens mecânicas ou manuais nas instalações devem oferecer segurança para os animais. 
Quando houver instalações para banhos de imersão contra ectoparasitas, elas deverão ser desenhadas e 
operadas dede modo a minimizar o risco de lotação elevada, prevenindo lesões e afogamentos. 
Os critérios mensuráveis baseados em resultados são: resposta ao manejo, taxas de morbidade de 
mortalidade, comportamento, alterações no peso e condição corporal, aspecto físico e claudicação. 
 Sacrifício humanitário 
 Para animais doentes ou feridos, deve ser feito um diagnóstico rápido para determinar se o 
animal deve ser sacrificado de forma humanitária ou receber um tratamento adicional. 
A decisão sobre o procedimento de sacrifício humanitário deve ser tomada por profissional 
capacitado. As razões para o sacrifício humanitário podem ser: 
 i) emaciação severa, animal com debilidade e incapaz de se deslocar ou com risco de não se 
levantar; 
 ii) bovino incapaz de se deslocar, que não pode se levantar, que se recusa beber ou comer e que 
não tenha respondido ao tratamento administrado; 
 iii) deterioração rápida da condição de saúde para qual terapias não foram bem-sucedidas; 
iv) dor severa ou debilitante; 
v) fratura exposta; 
 vi) lesão na medula espinhal; 
vii) doenças do sistema nervoso central; 
viii) infecções articulares múltiplas com perda de peso crônica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
C) AVICULTURA DE POSTURA 
 
 A importância e a necessidade de elaborar um protocolo de bem-estar para aves poedeiras comerciais 
foram reconhecidas pelos representantes do setor produtivo de ovos e pelo Comitê Técnico de Ovos da UBA 
em suas discussões sobre aspectos de relevância para o setor. O Protocolo de Bem-estar Animal de poedeiras 
foi elaborado para ser utilizado como um documento norteador para as empresas produtoras e indústrias 
processadoras de ovos do Brasil. Junho / 2008 . 
RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA TODOS OS SISTEMAS DE CRIAÇÃO 
 O estabelecimento de postura comercial deve ser registrado e cadastrado no órgão competente. 
Um programa de alimentação controlada pode resultar em um consumo adicional de água, o que afeta 
significativamente o bem-estar das aves. 
 1 - Instalações e equipamentos 
1.1 As aves devem ser criadas sob proteção e conforto adequados. 
As condições de alojamento devem ser apropriadas para proteger as aves de condições adversas, 
oferecendo níveis adequados de temperatura e umidade e proteção contra precipitação, insolação direta e 
ações de animais predadores. 
1.2 As instalações devem impedir o acesso de animais domésticos que possam causar estresse às aves, 
conforme legislação vigente. 
1.3 As instalações devem ser mantidas limpas e organizadas. 
1.4 Verificar periodicamente as instalações para assegurar que não haja materiais que possam ferir as aves. 
1.5 Evitar o uso de gaiolas cuja disposição dos arames ofereça perigo às aves. 
1.6 As instalações elétricas devem ser protegidas, evitando-se o contato das aves com as mesmas. 7.2. 
Condições ambientais e de higiene As condições ambientais dentro dos aviários devem ser manejadas para 
garantir o bem-estar das aves e do trabalhador. 
 2- Temperatura 
2.1 A temperatura e o nível de ventilação dentro do aviário devem ser apropriados ao sistema de criação, 
idade, peso e estado fisiológico das aves, permitindo que estas mantenham sua temperatura corporal 
normal sem dificuldades.. 
• Equipamentos de promoção de eletro-choque (tais como o painel de choque) são permitidos desde que 
possuam a amperagem máximade: 630V – 10mA. 
• Um sistema de registro zoosanitário deve ser estabelecido para cada unidade de produção, 
proporcionando documentação permanente da atividade avícola. 
• Todos os registros realizados na unidade de produção devem estar acessíveis e guardados por, no mínimo 
dois anos. 
 • Deve ser implementado um programa de boas práticas de produção (BPP) para unidade de produção. 
2.2 A instalações devem prover um fluxo continuo de ar fresco para todas as aves, minimizando os níveis de 
gases contaminantes e poeiras. 
2.3 É importante assegurar que haja uma correta renovação de ar no interior do galpão garantindo sua 
qualidade e do material de cama (para os sistemas de criação em piso), bem como os níveis aceitáveis de 
amoníaco, CO2, CO e aerossóis. 
 
 
 
21 
 
2.4 Deve haver um sistema que assegure o funcionamento dos equipamentos elétricos independente de 
falhas que impeçam seu funcionamento normal. 
2.5 As aves não devem ser sujeitas à barulho intenso ou ruído que as perturbem ou ainda, a vibrações e 
estímulos visuais fortes. 
2.6 A provisão de luz deve ser adequada, evitando-se cantos escuros. 
2.7 Os planejamentos de manejo devem incluir um programa para controlar moscas, roedores e outras 
pragas nas proximidades e interior do galpão. 
2.8 A granja deve ter um sistema de monitoramento das condições ambientais como temperatura, umidade, 
ventilação e luminosidade. A temperatura e a umidade devem ser registradas. 
2.9 Recomenda-se que se disponha de termohigrógrafos nos galpões de produção para determinar se a 
temperatura e a umidade estão de acordo com a necessidade das aves. 
2.10 É obrigatória a realização de um programa de biosseguridade por um profissional. 
 3 - Alimentação e nutrição 
 3.1 As aves devem receber alimentação e nutrição apropriadas. 
3.2 É importante que os sistemas de alimentação e de provisão de água permitam o adequado acesso das 
aves aos mesmos. 
3.3 O espaço para alimentação adotado na granja deve ser suficiente para permitir o acesso das aves à 
ração sem induzir a competitividade. 
3.4 A água de bebida deve ser potável e provida em quantidades suficientes. 
3.6 Proteger o depósito externo da água de bebida bem como de sua rede de distribuição, para evitar o 
aquecimento da mesma. 
3.7 Cada galpão deverá ter um medidor para o controle do consumo de água pelas aves. 
3.8 As fábricas de ração devem contar com um programa de Boas Práticas de Fabricação. 
3.9 As amostras dos alimentos utilizados devem ser mantidas por um período mínimo de sessenta dias. 
3.10 Os processos de tratamento da água de bebida devem ser monitorados e os registros devem ser 
mantidos. 
 4 - Manejo geral 
As boas práticas de manejo na granja devem ser seguidas para um correto programa de bem-estar animal. 
4.1 No momento da inspeção, o nível de iluminação deve ser adequado para que a pessoa que observa as 
aves possa visualizá-las apropriadamente. 
4.2 Recomenda-se realizar a inspeção dos lotes ao menos duas vezes ao dia. 
4.3 Deve-se constatar sempre o bom funcionamento dos sistemas de alimentação, de provisão de água de 
bebida, de ventilação e de climatização. 
4.4 Cada vez que as aves são manipuladas, deve-se ter cuidado para evitar injúrias às mesmas. 
4.5 São proibidos maus tratos e abuso aos animais 
4.6 Ao remover a ave da gaiola, devem-se unir ambas as pernas junto a seu corpo, segurando-se as asas, 
para evitar traumatismos. 
4.7 Para as aves alojadas em piso, recomenda-se que a apanha seja feita pelo dorso do animal, procurando-
se manejar as aves sempre em uma posição vertical. A apanha pelas asas ou pescoço não é permitida. 
4.8 As aves devem ser transportadas somente em caixas apropriadas para tal fim. As caixas e veículos de 
transporte devem ser limpos e higienizados. 
 
 
 
22 
 
4.9 A densidade de animais por caixa deve ser tal que permita seu transporte de modo confortável, sem 
haver o amontoamento de uma ave sobre a outra. 
 5- Debicagem 
Debicagem é o processo de corte parcial e cauterização das pontas superior e inferior do bico de galinhas poedeiras. 
O processo evita a bicagem agressiva entre as aves devido ao comportamento natural e por influência de fatores 
como ambiente, nutrição, luz e densidade de alojamento. 
5.1 A equipe responsável pela debicagem deve ser treinada e supervisionada para o controle da qualidade. 
5.2 Todo o equipamento de debicagem, incluindo aparelho, lâminas e fiação elétrica devem ser limpos e 
desinfetados antes e após o processo de debicagem. 
5.3 As mãos do debicador devem estar limpas e desinfetadas antes do processo de debicagem e sempre que 
ele for interrompido. 
5.4 Imobilizar as aves corretamente para o processo de debicagem. Para tanto, deve-se segurar a cabeça do 
pintinho de modo que fique reta, imobilizar as asas e segurar as galinhas pelas pernas e cabeça de modo a 
colocar o dedo debaixo do bico para retrair a língua. 
5.5 A maneira mais adequada para medir a temperatura da lâmina é usar o pirômetro ou termômetro 
apropriado. 5.6 Dois dias antes e dois dias após a debicagem deve ser administrado às aves uma solução de 
eletrólitos e vitaminas, facilitando a cicatrização do bico e diminuindo o estresse da ave. 
5.7 É recomendável que haja um plano de ação corretiva que deve ser acionado caso persista a redução do 
consumo de água e ração, após sete dias da debicagem. 
5.8 É proibido realizar a debicagem em aves ou lotes doentes ou em aves feridas. 
• No caso de mortalidade, a ave deve ser retirada do lote o mais rápido possível. É proibido manter aves 
mortas nas gaiolas por mais de 24 horas. 
• Recomenda-se ajustar a densidade da caixa de acordo com a temperatura local, idade e peso do animal, 
de forma que seja respeitada a densidade de: - em uma caixa de 57 cm L x 77 cm C x 30 cm A, são colocadas 
12 aves brancas, e no caso de vermelhas, 10 aves; - a quantidade de aves pode variar de acordo com o clima 
(quente x frio) e a distância; Protocolo de Bem-Estar para Aves Poedeiras . 
 6 - Muda forçada 
A muda forçada é uma importante ferramenta utilizada pela indústria avícola. Tem como finalidade um novo 
ciclo de produção em aves que iriam ser descartadas em virtude da redução da produtividade, o que poderia 
tornar tal atividade industrial economicamente inviável. 
A muda forçada não é recomendada. Todavia, as seguintes recomendações servem para minimizar 
o sofrimento das aves quando as condições econômicas exigirem a sua realização. 
6.1 O processo de muda dos lotes deve ser feito de maneira que reduza ao mínimo a mortalidade e danos 
ao mesmo. As galinhas de descarte devem ser separadas do lote antes de começar a muda. 
6.2 Não deve ser realizada a muda em lotes com histórico de enfermidades. 
6.3 O lote submetido a muda deve estar em bom estado nutricional e sanitário. 
6.4 A água deve estar sempre disponível durante a muda. 
6.5 A água deve estar disponível sempre durante a muda. 
6.6 A mortalidade e a perda de peso corporal devem ser supervisionadas diariamente durante o período de 
muda. 
 
 
 
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 A mortalidade não deve exceder 1.2% durante todo o período da retirada da alimentação. Se a 
mortalidade exceder este nível, os padrões normais da alimentação e de iluminação devem ser 
retomados imediatamente. 
 Deve ser feita a muda sem a retirada total do alimento e utilizando grãos. Em qualquer caso, a 
alimentação deve ser retornada às aves antes que o peso corporal reduza 25% em relação ao 
peso anterior à muda. 
 Durante a muda, o período de luz deve ser reduzido a 8 horas ou permanecer no período natural 
de luz diário e de acordo com o sistema de criação. 
 7 - Programas de luz 
7.1 Administrar o número de horas de iluminação de acordo com indicação do manual da linhagem e 
baseando-se na idade das aves. 
7.2 A iluminação deve ser uniforme em todo aviário. 
 A intensidade de luz não deve ser abaixo de 10 lux. 
 A redução na intensidadede luz abaixo dos níveis mínimos para controlar o canibalismo é somente 
recomendada depois de empregadas alternativas para controlá-lo e sob recomendações do técnico 
responsável. 
 8. Biosseguridade 
A biosseguridade na produção de aves de corte consiste em medidas para evitar a entrada e propagação de 
doenças no plantel, garantindo a segurança dos alimentos e saúde dos animais, bem como o bem estar dos 
trabalhadores. 
8.1 As empresas devem ter um programa de biosseguridade e boas práticas de produção implementadas 
nas granjas. Este programa deve detalhar as atividades relacionadas com as medidas para evitar a entrada e 
saída de patógenos. 
8.2 O programa de boas práticas deverá detalhar ações relacionadas com as vacinações, controle diário das 
condições das aves, monitoramento da mortalidade, identificação de sinais e comportamentos estranhos 
com medidas para prevenir contra o sofrimento. 
8.3 As pragas devem ser controladas por um Programa de Manejo Integrado de Pragas (MIP). 
8.4 Os dados de consumo de água e ração devem se registrados e armazenados. 
 9 Planejamento sanitário 
9.1 As aves devem ser vacinadas de acordo com um plano contra os desafios de enfermidades aviárias, 
respeitando-se as recomendações do PNSA* PROGRAMA NACIONAL DE SANIDADE AVÍCOLA . 
9.2 Todos os medicamentos devem ser etiquetados e armazenados de acordo com instruções e em lugar 
seguro. 
9.3 A administração de medicamentos às aves deve somente ser realizada por pessoal capacitado. 
9.4 Somente os produtos corretamente licenciados são aprovados para o uso. 
9.5 As aves não devem ser movidas ou expostas a situações de estresse após a vacinação. Recomenda-se 
uma vigilância adicional nos dias que seguem a vacinação. *PNSA: Programa Nacional de Sanidade Avícola. 
 10 Eutanasia e Sacrificio 
10.1 As aves com problemas no crescimento ou que apresentam alguma patologia individual que os cause 
sofrimento, devem ser submetidas à eutanásia pelo deslocamento cervical. 
 
 
 
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10.2 Recomenda-se uma seleção pré-descarte, promovendo a eutanásia de aves que não estejam aptas 
para o transporte. 
 11. Padrões recomendados para sistemas de criação em gaiolas 
 11.1 A densidade de alojamento deve permitir o movimento das aves assim como espaço para que todas 
possam se deitar ao mesmo tempo sem haver o amontoamento de uma sobre a outra. 
11.2 A densidade deve permitir o livre acesso a comedouros e bebedouros. 
11.3 Alterações podem ser realizadas em função dos sistemas de automação. 
• A recomendação de espaço nas gaiolas é de: - 375 cm2 /ave (brancas); - 450 cm2 /ave (vermelhas). 
Baseando-se em uma gaiola com as seguintes medidas: 45 x 50 = 2250 cm² 
• A proporção recomendada de comedouros e bebedouros é de: 
 - Comedouro calha: superior a 10 cm/ave 
 - Bebedouros nipple: 1 p/ 6aves (todas as aves devem ter acesso a no mínimo 2 pontos de bebedouro); 
• A inclinação do piso da gaiola não deve ser superior a 8°ou 13%. 
 12 Padrões recomendados para sistemas de criação em piso com cama 
12.1 Todas as aves nos sistemas de criação com piso devem dispor de espaço suficiente para se 
movimentar, bater asas, empoleirar ou deitar-se sem dificuldade. 
12.2 Comedouros e bebedouros devem estar acessíveis e em quantidades suficientes, sem induzir 
competição entre animais. 
• A recomendação de espaço nas gaiolas é de: 
- 375 cm2 /ave (brancas); - 450 cm2 /ave (vermelhas). 
Baseando-se em uma gaiola com as seguintes medidas: 45 x 50 = 2250 cm² 
• A proporção recomendada de comedouros e bebedouros é de: 
- Comedouro calha: superior a 10 cm/ave 
- Bebedouros nipple: 1 p/ 6aves (todas as aves devem ter acesso a no mínimo 2 pontos de bebedouro); 
• A inclinação do piso da gaiola não deve ser superior a 8°ou 13%. 
 • A densidade recomendada em cama é de: - 10 aves/m2 (brancas) - 8 aves /m2 (vermelhas) 
• A proporção de comedouros e bebedouros recomendada é de: 
-Comedouros calha: 8 cm/ave branca e 10 cm/ave vermelha 
 -Comedouro tubular: 1 p/ 20 aves. 
-Bebedouros pendulares: 1:50 -Bebedouros “nipple”: 1:8 
-Bebedouros calha: 8 cm/ave branca e 10 cm/ave vermelha 
 
 13 Manejo de cama 
13.1 As aves devem ser mantidas em cama de boa qualidade e capacidade de absorção. O material utilizado 
para cama deve der de fonte aprovada, evitando-se a presença de materiais estranhos e contaminantes. 
13.2 O material de cama utilizado no piso dos aviários deve proporcionar conforto e higiene às aves, 
devendo ser mantido seco, solto e limpo. 
13.3 Realizar o manejo da cama, da ventilação e dos bebedouros de tal forma que evite lesões de cochim 
plantar, celulites e enterites das aves. Caso sejam utilizados, os estrados de madeira, alambrados ou plástico 
devem ser mantidos corretamente. 
13.4 Monitorar a cama e providenciar a retirada de aves mortas constantemente, a fim de evitar 
contaminações. 
 
 
 
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• Deve-se monitorar a cama para que a umidade não exceda 35%. 
 14 Ninhos 
 14.1 O sistema de criação em piso deve dispor de ninhos em número adequado, de acordo com a linhagem 
alojada. 
14.2 O material utilizado como cama nos ninhos deve propiciar conforto e higiene às aves. 
14.3 Optar por localização e estruturas de ninhos que favoreçam ao conforto e o comportamento natural 
das aves. 
 • Recomenda-se a provisão de 1 boca de ninho para 4 aves. 
 15 Poleiros 
15.1 Nos sistemas alternativos às gaiolas devem possuir poleiros, os quais devem ser distribuídos 
adequadamente. 
15.2 Os poleiros devem ser posicionados de forma a evitar que fezes das aves nos níveis superiores caiam 
sobre as aves dos níveis inferiores. 
 O espaço médio oferecido para cada ave no poleiro deve ser de no mínimo 15 cm. 
 16 Avaliação e verificação de não conformidade 
16.1 A empresa deve manter um sistema de avaliação do programa de bem-estar para promover melhoras 
contínuas. 
16.2 O comportamento das aves e o comportamento dos trabalhadores em relação às aves devem ser 
monitorados para se detectar possíveis condições desfavoráveis. 
16.3 Os procedimentos adotados pela empresa para garantir o bem-estar das aves devem ser 
documentados. 
16.4 A empresa deve ter um programa de identificação de não conformidades relacionadas com o bem-
estar das aves desde sua chegada na granja até o seu descarte. 
16.5 Toda não-conformidade que interfira no bem-estar das aves deverá ser registrada para que seja 
implementada uma ação corretiva. 
•A verificação das conformidades nas granjas deve obedecer as seguintes freqüências: 
Auditorias internas: - 4 vezes ao ano nos dois primeiros anos; 2 vezes ao ano do segundo ano em diante; 
Auditorias externas: - 2 vezes ao ano nos dois primeiros anos; 1 vez ao ano do segundo ano em diante; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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D) AVICULTURA DE CORTE 
 
 PROTOCOLO DE BEM-ESTAR PARA FRANGOS DE CORTE 
 
 1 GENERALIDADES: 
 Este protocolo especifica os requisitos de bem-estar animal para os sistemas de produção e abate de 
frangos, para que as aves sejam manejadas em condições adequadas de conforto e não sejam submetidas 
a condições de estresse desnecessárias. 
 
 2. APLICAÇÃO: 
Todos os requisitos desta norma são genéricos e devem ser aplicados, indistintamente, aos 
estabelecimentos produtores de frangos de corte (Gallus gallus domesticus L.) e unidades de abate, sem 
considerar o tipo, tamanho e o produto final da propriedade ou empresa. 
 
De acordo com o Código Sanitário para Animais Terrestres da OIE, o termo “bem-estar animal” designa o 
modo como um animal lida com as condições de seu entorno. Um animal está em boas condições de bem-estar se (de 
acordo com comprovação científica) está saudável, confortável, bem alimentado, em segurança e pode expressar seu 
comportamento natural e se não está exposto a sensações desagradáveis de dor, medo e sofrimento.). Logo, a 
adoção de medidas envolvendo o bem-estar animal deve ser baseada

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