Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS Prof. Dr. Daniel Pinto Fernandes Disciplina: Propriedade das Rochas Assunto: Compressibilidade COMPRESSIBILIDADE A porosidade das rochas sedimentares é função do grau de compactação das mesmas, e as forças de compactação são funções da máxima profundidade em que a rocha já se encontrou. O efeito da compactação natural sobre a porosidade pode ser visualizado na figura 1: COMPRESSIBILIDADE COMPRESSIBILIDADE Esse efeito é devido à arrumação dos grãos, resultante da compactação. Assim, sedimentos que já estiveram a grandes profundidades apresentam menores valores de porosidade que aqueles que nunca foram tão profundamente enterrados. Três tipos de compressibilidade devem ser distinguidos nas rochas: a) Compressibilidade da rocha matriz: é a variação fracional em volume do material sólido da rocha, com a variação unitária da pressão; COMPRESSIBILIDADE b) Compressibilidade total da rocha: é a variação fracional do volume total da rocha, com a variação unitária da pressão; c) Compressibilidade dos poros: é a variação fracional do volume poroso da rocha com a variação unitária da pressão. Quando fluidos são produzidos de uma rocha-reservatório, o esgotamento dos mesmos do espaço poroso faz com que haja uma variação da pressão interna da rocha e com isso ela fica sujeita a tensões resultantes diferentes. COMPRESSIBILIDADE Essa variação de tensões provoca modificações nos grãos, nos poros e algumas vezes no volume total da rocha. De maior importância nas Propriedades da Rocha é a variação do volume poroso, devida à chamada compressibilidade efetiva da formação ou dos poros, definida como: onde Vp é o volume poroso da rocha e p a pressão interna. Eq. (1) COMPRESSIBILIDADE Da definição de porosidade pode-se escrever uma expressão para o volume poroso: Considerando que o volume total da rocha é constante e derivando a expressão do volume poroso em relação à pressão obtém-se: Substituindo as Eqs. (2)e (3) na Eq. (1) resulta em: Eq. (2) Eq. (3) Eq. (4) COMPRESSIBILIDADE Conforme apresentado no livro de Earlougher (1977), em geral é impossível correlacionar valores de compressibilidade de rocha, de tal maneira que a compressibilidade deve sempre ser medida para o reservatório que estiver sendo estudado. As correlações fornecem, na melhor das hipóteses, apenas uma ordem de magnitude dos valores de compressibilidade. Na ausência de valores medidos, no entanto, a correlação de Hall (1953), apresentada na figura, pode ser usada para a estimativa da compressibilidade efetiva de uma rocha-reservatório. COMPRESSIBILIDADE Hall investigou o comportamento da compressibilidade efetiva cf à pressão externa (peso das camadas) constante; E, utilizando dados de diversos campos, construiu um gráfico de porosidade (Φ) versus compressibilidade efetiva da rocha (cf); Este gráfico vai permitir que o valor da compressibilidade seja inferido por meio da porosidade da rocha. COMPRESSIBILIDADE Fig. 2 COMPRESSIBILIDADE Exemplo: Um reservatório de petróleo possui as seguintes características Forma ..................................................................................... Paralelepipédica Camadas.................................................................................. Horizontais Área em planta......................................................................... 2 km2 Espessura................................................................................. 10,0 m Porosidade............................................................................... 16% Saturação de água (irredutível)................................................. 20% COMPRESSIBILIDADE Exemplo: Um reservatório de petróleo possui as seguintes características: Pressão original........................................................................ 150,0 kgf/cm2 Pressão atual............................................................................ 120,0 kgf/cm2 Pressão de bolha....................................................................... 110,0 kgf/cm2 Densidade do óleo na pressão de bolha..................................... 0,75 Temperatura do reservatório..................................................... 200 oF Coeficiente de compressibilidade médio da água...................... 3,0×10−6 psi−1 COMPRESSIBILIDADE Calcular o volume de óleo produzido, medido em condições de reservatório, sabendo que a saturação de água (Swi) é o quociente entre o seu volume e o volume poroso da rocha. COMPRESSIBILIDADE COMPRESSIBILIDADE COMPRESSIBILIDADE COMPRESSIBILIDADE Em 1959, van der Knaap propôs uma outra correlação para a estimativa da compressibilidade de calcários; Posteriormente, Newman (1973) apresentou outras correlações para a estimativa da compressibilidade de calcários e de arenitos consolidados, friáveis e não consolidados, conforme podem ser vistas nas figuras 3,4,5,6 seguintes; Nessas figuras a pressão litostática é definida como a pressão obtida (psi) ao se multiplicar a profundidade do reservatório (ft) por 1 psi/ft. COMPRESSIBILIDADE COMPRESSIBILIDADE COMPRESSIBILIDADE COMPRESSIBILIDADE COMPRESSIBILIDADE Em algumas dessas figuras estão incluídas as correlações de Hall e de van der Knaap. Observa-se que essas correlações não são aplicáveis em muitos dos casos analisados por Newman. Nota-se também que há em todos os gráficos uma grande dispersão dos pontos, indicando que nenhuma correlação representa uma boa descrição do comportamento da compressibilidade para o grande número de amostras consideradas no estudo. COMPRESSIBILIDADE Na verdade, algumas das figuras, como a Figura 6, por exemplo, mostram que não há nenhuma correlação entre os valores obtidos, reforçando o comentário anteriormente feito de que as correlações fornecem, na melhor das hipóteses, apenas uma ordem de grandeza dos valores de compressibilidade. Valores mais representativos devem, preferencialmente, ser medidos em laboratório para cada caso específico. SATURAÇÃO DE FLUIDOS Os espaços vazios de um material poroso podem estar parcialmente preenchidos por um determinado líquido e os espaços remanescentes por um gás. Ou ainda, dois ou três líquidos imiscíveis podem preencher todo o espaço vazio. Nesses casos, de grande importância é o conhecimento do conteúdo de cada fluido no meio poroso, pois as quantidades dos diferentes fluidos definem o valor econômico de um reservatório. SATURAÇÃO DE FLUIDOS A Figura 7 ilustra uma situação em que os poros da rocha-reservatório estão saturados com três fluidos: água, óleo e gás. SATURAÇÃO DE FLUIDOS Define-se saturação de um determinado fluido em um meio poroso como sendo a fração ou a porcentagem do volume de poros ocupada pelo fluido. Assim, em termos de fração: onde Sf é a saturação do fluido, Vf o volume do fluido e Vp o volume poroso. Eq. (5) SATURAÇÃO DE FLUIDOS Em termos de porcentagem: Se o meio poroso contiver um único fluido a saturação deste será 100%. Como é aceito que a rocha-reservatório continha inicialmente água, a qual foi deslocada não totalmente pelo óleo ou pelo gás, na zona portadora de hidrocarbonetos existirão dois ou mais fluidos. A saturação de água existente no reservatório no momento da sua descoberta é chamada de saturação de água inicial ou conata, ou ainda inata; Eq. (6) SATURAÇÃO DE FLUIDOS Por ocasião da descoberta do reservatório, como a pressão é igual ou maior que a pressão de bolha, na zona de óleo só existem água e óleo, cujas saturações somam 100%. Quando um líquido composto por dois ou mais componentes é aquecido, o ponto de bolha é a temperatura (a uma dada pressão) onde a primeira bolha de vapor é formada. Dado que o vapor, provavelmente, terá uma composição diferente do líquido o ponto de bolha (junto com o ponto de orvalho) em diferentes composições são dados úteis no projeto de sistemas de destilação(como em refinarias de petróleo). https://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADquido https://pt.wikipedia.org/wiki/Temperatura https://pt.wikipedia.org/wiki/Press%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/Vapor https://pt.wikipedia.org/wiki/Ponto_de_orvalho https://pt.wikipedia.org/wiki/Destila%C3%A7%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/Refinaria https://pt.wikipedia.org/wiki/Petr%C3%B3leo SATURAÇÃO DE FLUIDOS Essa situação só é modificada quando, devido à produção de óleo, a pressão do reservatório cai abaixo da pressão de bolha, resultando no aparecimento de gás na zona de óleo. Nessa ocasião a saturação média de óleo pode ser obtida mediante o que se chama de balanço de materiais. Considere um reservatório inicialmente sub-saturado (pressão maior ou igual à pressão de bolha), cuja saturação de água conata (Swi) permanece constante. Seja N o volume original de óleo e Np o volume de óleo produzido (ambos medidos em condições-padrão). Então: SATURAÇÃO DE FLUIDOS onde Soi é a saturação média inicial de óleo e Boi o fator volume-formação do óleo à pressão inicial. Após a produção de um volume de óleo Np, o volume restante de óleo (medido em condições-padrão) é dado por: Eq. (7) Eq. (8) SATURAÇÃO DE FLUIDOS onde So é a saturação média atual de óleo e Bo o fator volume-formação do óleo à pressão atual. Por outro lado, tem-se que: Dividindo-se a Eq. (9) pela Eq. (7) obtém-se: Eq. (9) Eq. (10) SATURAÇÃO DE FLUIDOS de onde se pode escrever que: Como Soi = 1 – Swi, tem-se finalmente que: Na capa de gás admite-se normalmente só haver dois fluidos, gás e água, de modo que Sg + Sw = 1. Eq. (11) Eq. (12) SATURAÇÃO DE FLUIDOS – MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DA SATURAÇÃO Os métodos de determinação da saturação de fluidos podem ser diretos ou indiretos. Os métodos indiretos permitem a determinação da saturação pela medida de alguma propriedade física da rocha, como, por exemplo, o que utiliza registros elétricos (perfilagem do poço) ou o que usa medidas de pressão capilar. Nos métodos diretos as saturações dos fluidos são determinadas a partir de amostras da formação. SATURAÇÃO DE FLUIDOS – FATORES QUE AFETAM A SATURAÇÃO Todos os métodos de medição direta são falhos devido ao modo como é feita a amostragem da formação e ao manuseio do testemunho desde o fundo do poço até o laboratório; Como se sabe, o filtrado da lama de perfuração normalmente penetra nos poros da formação e consequentemente altera a distribuição dos fluidos; Também por ocasião da retirada do testemunho para a superfície, devido ao abaixamento de pressão o óleo irá liberar parte do gás que se encontra em solução, bem como haverá uma expansão do óleo, da água e do gás formado, alterando mais uma vez a distribuição original dos mesmos. SATURAÇÃO DE FLUIDOS – FATORES QUE AFETAM A SATURAÇÃO Para evitar a contaminação no trajeto entre o poço e o laboratório é praxe em certos casos se revestir o testemunho com parafina. No caso em que se visa somente à medição da saturação de água, os testemunhos podem ser colocados em recipientes fechados contendo óleo diesel. Para exemplificar as alterações de saturações são apresentados os esquemas na Figura para os casos de lama base-água e lama base-óleo. SATURAÇÃO DE FLUIDOS – FATORES QUE AFETAM A SATURAÇÃO Exemplo de alterações na distribuição da saturação de fluidos (Kennedy, Van Meter & Jones, 1954). SATURAÇÃO DE FLUIDOS SATURAÇÃO DE FLUIDOS Φ = 𝑉𝑝 𝑉𝑡 OBRIGADO!
Compartilhar