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Visando como uma diminuição da Razão de Mortalidade Materna (RMM) dentro da população brasileira, viu-se a necessidade de implementar o pré-natal para todas as gestantes. Essa mortalidade materna pode ser classificada em: Obstétricas diretas (resultam de complicações surgidas durante a gravidez, parto ou puerpério) e Obstétricas indiretas (advém de doenças preexistentes). CURIOSIDADE → A idade fértil segundo o Ministério da Saúde é entre 10 - 49 anos O que é avaliação pré-concepcional? Consulta que o casal fez antes de uma gravidez com objetivo de preparo e orientações, incluindo anamnese e exame físico, com exame ginecológico e alguns exames laboratoriais. ● Administração preventiva de ácido fólico no período pré-gestacional, para a prevenção de anormalidades congênitas do tubo neural, especialmente nas mulheres com antecedentes desse tipo de malformações (5mg, VO/dia, durante 60 a 90 dias antes da concepção); ● Testagem de rubéola, hepatite B, toxoplasmose, HIV/Aids e sífilis IMPORTANTE → Exame preventivo deve ser feito uma vez no ano, e após dois exames normais, deve ser realizado a cada 3 anos, principalmente na faixa etária de 25-64 anos. CURIOSIDADE → existe uma regulação do planejamento familiar no Brasil, por meio da Lei n° 9.263/96 1 PRÉ-NATAL - Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o número adequado seria igual ou superior a 6 (seis). - Deve se iniciar no 1° trimestre - Cadastro e ficha do SisPreNatal 1.1 ACOLHIMENTO (i) se apresentar; (ii) chamar os(as) usuários(as) pelo nome; (iii) prestar informações sobre condutas e procedimentos que devam ser realizados; (iv) escutar e valorizar o que é dito pelas pessoas; (v) garantir a privacidade e a confidencialidade das informações; (vi) incentivar a presença do(a) acompanhante, entre outras iniciativas semelhantes. *CURIOSIDADE: O(a) acompanhante pode ser alguém da família, amigo(a) ou a doula, conforme preconiza a Lei nº 11.108, de 7 de abril de 2005. 1.2 DIAGNÓSTICO DA GRAVIDEZ - por intermédio da Rede Cegonha, incluiu o Teste Rápido de Gravidez nos exames de rotina do pré-natal - Teste imunológico de Gravidez [TIG] (toda mulher com atraso menstrual de mais de 15 dias) - O ßHCG pode ser detectado no sangue periférico da mulher grávida entre 8 a 11 dias após a concepção. Os níveis plasmáticos aumentam rapidamente até atingir um pico entre 60 e 90 dias de gravidez. - Se o atraso menstrual for superior a 12 semanas , o diagnóstico de gravidez poderá ser feito pelo exame clínico e torna-se desnecessária a solicitação do TIG. - Comprimento cabeça–nádega para determinar a idade gestacional, entre a 10° e 13° semana - Diâmetro biparietal determina a idade gestacional a partir da 15° semana Sinais de presunção - Atraso menstrual; - Manifestações clínicas (náuseas, vômitos, tonturas, salivação excessiva, mudança de apetite, aumento da frequência urinária e sonolência); - Modificações anatômicas (aumento do volume das mamas, hipersensibilidade nos mamilos, tubérculos de Montgomery, saída de colostro pelo mamilo, coloração violácea vulvar, cianose vaginal e cervical, aumento do volume abdominal). Sinais de probabilidade - Amolecimento da cérvice uterina, com posterior aumento do seu volume; - Paredes vaginais aumentadas, com aumento da vascularização (pode-se observar pulsação da artéria vaginal nos fundos de sacos laterais); - Positividade da fração beta do HCG no soro materno a partir do oitavo ou nono dia após a fertilização. Sinais de certeza - Presença dos batimentos cardíacos fetais (BCF), que são detectados pelo sonar a partir de 12 semanas e pelo Pinard a partir de 20 semanas; - Percepção dos movimentos fetais (de 18 a 20 semanas); - Ultrassonografia: o saco gestacional pode ser observado por via transvaginal com apenas 4 a 5 semanas gestacionais e a atividade cardíaca é a primeira manifestação do embrião com 6 semanas gestacionais. 1.3 Classificação de risco gestacional A classificação de risco é um processo dinâmico de identificação dos pacientes que necessitam de tratamento imediato, de acordo com o potencial de risco, os agravos à saúde ou o grau de sofrimento. Tabela no fim. 1.4 Consultas Até 28ª semana – mensalmente; Da 28ª até a 36ª semana – quinzenalmente; Da 36ª até a 41ª semana – semanalmente; 1º Trimestre: Uma consulta 2º Trimestre: Duas consultas 3º Trimestre: Três consultas *IMPORTANTE: Quando o parto não ocorre até a 41ª semana, é necessário encaminhar a gestante para avaliação do bem-estar fetal, incluindo avaliação do índice do líquido amniótico e monitoramento cardíaco fetal. 1.4.1 Primeira consulta - Deve-se pesquisar os aspectos socioepidemiológicos, os antecedentes familiares, os antecedentes pessoais gerais, ginecológicos e obstétricos, além da situação da gravidez atual. - Pesquisa de sintomas relacionados a gravidez - Preencher o cartão da gestante, verificar situação vacinal, solicitar exames de rotina e orientações. (i) data precisa da última menstruação; (ii) regularidade dos ciclos; (iii) uso de anticoncepcionais; (iv) paridade; (v) intercorrências clínicas, obstétricas e cirúrgicas; (vi) detalhes de gestações prévias; (vii) hospitalizações anteriores; (viii) uso de medicações; (ix) história prévia de doença sexualmente transmissível; (x) exposição ambiental ou ocupacional de risco; (xi) reações alérgicas; (xii) história pessoal ou familiar de doenças hereditárias/malformações; (xiii) gemelaridade anterior; (xiv) fatores socioeconômicos; (xv) atividade sexual; (xvi) uso de tabaco, álcool ou outras drogas lícitas ou ilícitas; (xvii) história infecciosa prévia; (xviii) vacinações prévias; (xix) história de violências. Deve ser realizado: - Exames físico geral - Exame físico específico: Palpação obstétrica; Medida e avaliação da altura uterina; Ausculta dos batimentos cardiofetais; Registro dos movimentos fetais; Teste de estímulo sonoro simplificado (Tess); Exame clínico das mamas; Exame ginecológico (inspeção dos genitais externos, exame especular, coleta de material para exame colpocitopatológico, toque vaginal). - Exame complementar: Devem ser solicitados na primeira consulta os seguintes exames complementares: *IMPORTANTE: A ultrassonografia não é considerado um exame obrigatório pelo Ministério da Saúde, mas possui maior acurácia para determinação da idade gestacional quando feita no 1º trimestre, especialmente entre 6 e 13 semanas. Exceto “quando houver impossibilidade de determinação da idade gestacional correta e na presença de intercorrências clínicas ou obstétricas, assim como detecção precoce de gestações múltiplas e retardo de crescimento intrauterino. Cálculo de idade gestacional: É o método de escolha para se calcular a idade gestacional em mulheres com ciclos menstruais regulares e sem uso de métodos anticoncepcionais hormonais. Conhece a DUM? Sim, some o número de dias do intervalo entre a DUM e a data da consulta, dividindo o total por sete (resultado em semanas); Conhece a DUM? Mais ou menos, considere início, meio e fim do mês (5, 15 e 25) Conhece a DUM? Não, utiliza-se da altura uterina ou de outros métodos de imagem• Até a 6ª semana, não ocorre alteração do tamanho uterino; • Na 8ª semana, o útero corresponde ao dobro do tamanho normal; • Na 10ª semana, o útero corresponde a três vezes o tamanho habitual; • Na 12ª semana, o útero enche a pelve, de modo que é palpável na sínfise púbica; • Na 16ª semana, o fundo uterino encontra-se entre a sínfise púbica e a cicatriz umbilical; • Na 20ª semana, o fundo do útero encontra-se na altura da cicatriz umbilical; Cálculo da data provável do parto: Avaliação do estado nutricional e do ganho de peso gestacional REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Saúde. Atenção ao pré-natal de baixo risco . Brasília: Ministério da Saúde, 2012. Freitas et al . Rotinas em obstetrícia .6ª edição - Porto Alegre: Artmed, 2011.
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