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IESC IV_ Hipertensão e diabetes na gestação

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1 DIABETES GESTACIONAL (DMG) 
 Se define como uma alteração no metabolismo dos carboidratos, levando a 
 hiperglicemia, é o problemas mais comum na gestação, e existe um risco 
 aumentado de morbimortalidade com DMG. Além de que, a hiperglicemia pode 
 aumentar a incidência de pré-eclâmpsia na gravidez atual. 
 ● Possíveis comorbidades: macrossomia (> 4,5 kg), associada a hipoglicemia 
 do bebê, icterícia, sofrimento respiratório, policitemia e a hipocalcemia. 
 Sinais clássicos: 4 P’s, polidipsia, polifagia, poliúria e perda involuntária de peso. 
 Outros sintomas: Fadiga, fraqueza, letargia, prurido cutâneo e vulvar, além de 
 possíveis neuropatias. 
 Exame para a diabetes gestacional, quando solicitado, deve ser oferecido na 
 primeira consulta e/ou em 24 a 28 semanas de gestação. Para fechar totalmente o 
 diagnóstico de DMG é melhor o teste oral de tolerância à glicose . 
 - Para a maioria das mulheres, o DMG responde bem a dieta e exercícios 
 físicos; 
 - Algumas mulheres necessitam utilizar insulina para conseguir controlar a 
 DMG; 
 - Uso de corticoides para a maturação pulmonar do feto é feito 
 frequentemente, concomitante a avaliação glicêmica frequente e ajuste das 
 doses de insulina; 
 - 6 semanas após o parto deve-se reavaliar a presença ou não de diabetes de 
 forma crônica. 
 - Uso de tocolíticos para inibir o trabalho de parto prematuro 
 2 SÍNDROMES HIPERTENSIVAS NA GESTAÇÃO 
 A definição de hipertensão na gravidez vela em questão calores de PAS >140 
 mmHg e/ou PAD> 90 mmHg . 
 O aumento de 30mmHg ou mais na pressão sistólica (máxima) e/ou de 
 15mmHg ou mais na pressão diastólica (mínima) , em relação aos níveis 
 tensionais pré-gestacionais e/ou conhecidos até a 16ª semana de gestação, 
 representa um conceito que foi muito utilizado no passado e ainda é utilizado por 
 alguns. 
 Objetivos ao manejar a hipertensão: 
 ● Proteger a mãe dos efeitos deletérios da hipertensão 
 ● Minimizar prematuridade 
 ● Manter uma perfusão útero placentária adequada 
 ● Reduzir a hipóxia 
 ● Crescimento intrauterino restrito 
 ● Óbito perinatal 
 HAS na gestação é classificada nas seguintes categorias: 
 Hipertensão crônica: antes do início da gestação/ até o período da 20° semana 
 de gestação, não está associada a proteinúria nem edema, além de que persiste 
 depois de 12 semanas após o parto. 
 Hipertensão gestacional: aumento da pressão após a 20° semana, perto do 
 parto ou no puerpério imediato, sem proteinúria, a PA se normaliza 12 semanas 
 após o parto. Pode se apresentar transitória ou crônica. 
 Pré-eclâmpsia: apresenta hipertensão, associada com proteinúria (300 mg de 
 proteína 24 hrs) em mulher previamente normotensa. 
 Eclâmpsia: considerada uma pré-eclâmpsia complicada somada a convulsões 
 Pré-eclâmpsia superposta à HAS crônica: elevação aguda da PA associada a 
 proteinúria, trombocitopenia ou anormalidade da função hepática, em idade 
 gestacional superior a 20 semanas. 
 Mas quando a gestante é vista pela primeira vez após 20 semanas? Como saber? 
 ● Se ela não for primigesta, se a gestação for com os mesmo parceiro das 
 outras e se tiver ácido úrico < 4,5 mg/dl, o diagnóstico é de hipertensão 
 arterial crônica. 
 ● Quando houver piora dos níveis pressóricos e aumento da uricemia >6 mg/dl 
 e da proteinúria após a primeira metade da gestação, o diagnóstico é de 
 Pré-eclâmpsia superposta a HAS crônica. 
 *ATENÇÃO!! O ácido úrico eleva-se precocemente na pré-eclâmpsia 
 Existem vários fatores que aumentam a chance de uma gestante ter hipertensão 
 arterial: 
 Primiparidade, DM, gestação gemelar, história familiar de pré-eclâmpsia e 
 eclâmpsia, hipertensão arterial crônica, pré-eclâmpsia sobreposta em gestação 
 prévia, hidropsia fetal (não imune), gestação molar, nova paternidade. Outros 
 fatores com evidência mais fraca: IMC > 25,8; idade materna maior do que 35 
 anos, uso de método anticoncepcional de barreira, aborto prévio, ganho excessivo 
 de peso. 
 *ATENÇÃO com a relação da mulher negras com hipertensão na gestação 
 Na gestação a termo não existem dúvidas: recomenda-se que a 
 intervenção seja considerada em todos os casos a partir da 37ª semana de 
 gravidez . 
 Para o período pré-termo, inferior a 37 semanas , algumas considerações 
 deverão ser feitas: 
 • Mulheres com idade gestacional de 32 a 34 semanas e mais deverão ser 
 consideradas para tratamento conservador em unidades especializadas; 
 • A administração de corticoide está indicada para grávidas pré-eclâmpticas com 
 idade gestacional entre 24 e 34 semanas; 
 • A interrupção da gestação deverá ser sempre considerada nos casos de 
 pré-eclâmpsia grave, independentemente da idade gestacional. 
 - Sugere-se que o tratamento seja instituído mais precocemente quando a PA 
 for > 150/100mmHg. 
 - Gestantes adolescentes com PA anterior à gravidez inferior a 90/75mmHg 
 e em grávidas com sintomas que podem ser atribuídos à HAS, admite-se 
 iniciar o tratamento mais precocemente. 
 • Tratamento agudo: hospitalização, monitoramento intensivo, antecipação do 
 parto e administração parenteral de anti hipertensivos, preferencialmente a 
 hidralazina. Recomenda-se, também, a administração endovenosa de sulfato de 
 magnésio, que é considerado a droga de escolha para a prevenção da eclâmpsia. 
 • Tratamento de longo prazo: pacientes com pré-eclâmpsia com quadro 
 estabilizado, sem necessidade de parto imediato, está indicado tratamento 
 anti-hipertensivo por via oral. 
 *Recomenda-se não prescrever anti-hipertensivo para HAS com valores de PA < 
 150/100mmHg 
 Obs.: A alfametildopa é a droga preferida por ser a mais bem estudada e por não 
 haver evidência de efeitos deletérios para o feto. Outros antagonistas de canais de 
 cálcio (ACC), como nifedipino, anlodipino e verapamil, podem ser considerados 
 drogas alternativas. Os betabloqueadores são considerados seguros na gravidez, 
 embora se atribua a eles redução no crescimento fetal. 
 Síndrome de Hellp: em seu nome o significado de hemólise, somado ao aumento 
 de enzimas hepáticas e plaquetopenia.

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