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SISTEMA VESTIBULAR

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@anabea.rs | Ana Beatriz Rodrigues 
 
SISTEMA VESTIBULAR 
 
FISIOLOGIA DO EQUILÍBRIO 
Existem dois tipos de equilíbrio. O equilíbrio estático se refere à manutenção da posição do corpo (principalmente a 
cabeça) em relação à força da gravidade. Os movimentos corporais que estimulam os receptores do equilíbrio estático 
incluem girar a cabeça e a aceleração e a desaceleração lineares, como experimentado quando o corpo é movido dentro 
de um elevador ou em um carro que acelera ou desacelera. O equilíbrio dinâmico é a manutenção da posição corporal 
(principalmente da cabeça) em resposta a movimentos súbitos como a aceleração ou a desaceleração rotacionais. 
Coletivamente, os órgãos receptores para o equilíbrio são chamados de aparelho vestibular; que incluem o sáculo, o 
utrículo e os ductos semicirculares. 
SISTEMA VESTIBULAR 
O ouvido interno é dividido em labirinto anterior e posterior. 
O labirinto posterior é composto por dois sistemas de cavidades ósseas: os canais semicirculares e o vestíbulo. Localiza-
se no osso temporal e contém em seu interior o labirinto membranoso. 
O aparelho vestibular funciona continuamente, inclusive durante o sono, de forma inconsciente. A assimetria da resposta 
labiríntica, seja pela estimulação excessiva ou pela hipoestimulação, leva a vertigem, nistagmo e reflexo vagal que são 
sensações conscientes. 
FUNÇÕES 
− Transformar as forças provocadas pela aceleração da cabeça e da gravidade em um sinal biológico. 
− Informar os centros nervosos sobre a velocidade da cabeça e sua posição no espaço. 
− Iniciar alguns reflexos necessários para a estabilização do olhar, da cabeça e do corpo. 
Todas essas funções são importantes para o equilíbrio (capacidade de manter a postura apesar de circunstâncias 
adversas). Além do aparelho vestibular periférico, o equilíbrio é também determinado pelos olhos, com sua percepção 
das relações espaciais, pelos interoceptores (músculos, tendões, articulações, vísceras,...) e pelos exteroceptores da pele. 
VESTÍBULO MEMBRANOSO 
O vestíbulo é uma pequena cavidade entre a cóclea e os canais semicirculares. É composto por duas vesículas, o 
utrículo e o sáculo, também chamados de órgãos otolíticos. O utrículo é maior e ocupa a parte superior do vestíbulo, o 
sáculo é inferior e menor. Uma pequena área de revestimento do utrículo e do sáculo se diferencia em órgão sensorial, 
a mácula. A mácula do utrículo é chamada lápilus, e a do sáculo, rágata. O lápilus fica na superfície inferior do utrículo, 
quase horizontal e desempenha um papel importante na determinação da orientação da cabeça quando a pessoa esta 
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ereta, enquanto a rágata está localizada no plano vertical e é importante para o equilíbrio quando a pessoa está em 
decúbito. 
As máculas apresentam células ciliadas sensoriais intercaladas por células de sustentação. Cada mácula é recoberta por 
uma camada gelatinosa, na qual estão mergulhados os otólitos, formações de carbonato de cálcio. As milhares de células 
ciliadas projetam cílios para dentro da camada gelatinosa. O peso dos otólitos inclinará os cílios em direção a força da 
gravidade. 
O sáculo é ligado ao ducto coclear pelo canalículo de Hensen. 
Do utrículo e do sáculo originam-se ductos que vão se unir para formar o ducto endolinfático. Este atravessa o aqueduto 
vestibular (um estreito canal ósseo) e termina no saco endolinfático, uma pequena dilatação em fundo cego recoberta 
por Dura-mater. O saco endolinfático tem duas funções: equilibrar a pressão entre sistema vestibular e sistema nervoso 
central e absorver endolinfa. 
LÍQUIDOS DO LABIRINTO 
A endolilinfa é incolor, semelhante aos líquidos intracelulares (rica em K+, 120 a 150 mmol/l, e pobre em Na+, 1 a 2 
mmol/l, além de possuir glicose e proteínas) e preenche o labirinto membranoso. Sua secreção é feita em algumas regiões 
do epitélio labiríntico, especialmente na estria vascular, com possível controle hormonal. 
A perilinfa localiza-se entre o labirinto membranoso e o ósseo com função de amortecer as vibrações ósseas. Sua 
composição é semelhante a do líquido extracelular, sendo o Na+ o principal cátion e Cl- o principal ânion. 
ÓRGÃOS OTOLÍTICOS | SÁCULO E UTRÍCULO 
As paredes tanto do utrículo quanto do sáculo contêm uma região pequena e espessa chamada de mácula. As duas 
máculas, que são perpendiculares uma à outra, são os receptores do equilíbrio estático. Elas fornecem informação 
sensorial a respeito da posição da cabeça no espaço e são essenciais para a manutenção da postura e do equilíbrio 
adequados. As máculas também detectam aceleração e desaceleração lineares – por exemplo, as sensações que você 
percebe enquanto está dentro de um elevador ou de um carro que acelera ou desacelera. 
As máculas são formadas por dois tipos de células: as células ciliadas, que são os receptores sensitivos, e as células de 
sustentação. As células ciliadas possuem em sua superfície entre 40 e 80 estereocílios (microvilosidades) de altura 
gradual, além de um cinocílio, um cílio convencional ancorado firmemente em seu corpo basal e que se estende além 
do estereocílio mais longo. Os estereocílios estão conectados pelas ligações de extremidade. Coletivamente, os 
estereocílios e os cinocílios são chamados de feixe piloso. Espalhadas entre as células ciliadas encontram-se as células 
de sustentação colunares que provavelmente secretam a camada espessa e gelatinosa de glicoproteínas, chamada de 
membrana dos estatocônios, que se encontra sobre as células ciliadas. Uma camada de cristais densos de carbonato de 
cálcio, chamados de estatocônios, se estende sobre toda a superfície dessa membrana. 
Como a membrana dos estatocônios se encontra em cima da mácula, se você inclinar a cabeça para frente, a membrana 
(juntamente com os estatocônios) é tracionada pela gravidade. Ela desliza “para baixo” sobre as células ciliadas na 
direção dos feixes pilosos que se dobraram. Entretanto, se você está sentado ereto em um carro que acelera subitamente, 
a membrana dos estatocônios fica para trás em relação ao movimento da cabeça, puxa os feixes pilosos, fazendo com 
que eles se dobrem em outra direção. O dobramento dos feixes pilosos em uma direção estica as ligações de extremidade, 
que tracionam os canais de transdução, produzindo potenciais receptores despolarizantes; o dobramento na direção 
oposta fecha os canais de transdução e produz a hiperpolarização. 
Conforme as células ciliadas despolarizam e repolarizam, elas liberam um neurotransmissor em uma taxa mais rápida 
ou mais lenta. As células ciliadas formam sinapses com neurônios sensitivos de primeira ordem na parte vestibular do 
nervo vestibulococlear (VIII). Esses neurônios disparam impulsos em um ritmo lento ou rápido, dependendo da 
quantidade de neurotransmissor presente. Neurônios motores também formam sinapses com as células ciliadas e com 
os neurônios sensitivos. Evidentemente, os neurônios motores regulam a sensibilidade das células ciliadas e dos 
neurônios sensitivos. 
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DUCTOS SEMICIRCULARES 
Os três ductos semicirculares agem sobre o equilíbrio dinâmico. Os ductos se encontram em ângulos retos um em 
relação aos outros em três planos: os dois ductos verticais são os ductos semicirculares anterior e posterior e o ducto 
horizontal é o ducto semicircular lateral. Esse posicionamento permite a detecção da aceleração e da desaceleração 
rotacionais. Na ampola, a parte dilatada de cada ducto, encontra-se uma pequena elevação chamada de crista. Cada crista 
contém um grupo de células ciliadas e de células de sustentação. Recobrindo a crista encontra-se uma massa de material 
gelatinoso chamada de cúpula. Quando você move sua cabeça, os ductos semicirculares vinculados e as células ciliadas 
se movem concomitantemente. Entretanto, a endolinfa dentro da ampola não está vinculada e fica para trás. Conforme 
as células ciliadas se movendo sofrem atrito contraa endolinfa estacionária, os ramos ciliares se dobram. O dobramento 
dos ramos ciliares produz potenciais receptores. Por sua vez, os potenciais receptores causam impulsos nervosos que 
passam pela parte vestibular do nervo vestibulococlear (VIII). 
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VIAS DO EQUILÍBRIO 
A curvatura dos feixes pilosos das células ciliadas nos ductos semicirculares, no utrículo ou no sáculo promove a 
liberação de um neurotransmissor (provavelmente glutamato), gerando impulsos nervosos nos neurônios sensitivos que 
inervam as células ciliadas. Os corpos celulares dos neurônios sensitivos estão localizados nos gânglios vestibulares. 
Impulsos nervosos são transportados pelos axônios desses neurônios, que formam a parte vestibular do nervo 
vestibulococlear (VIII). A maior parte desses axônios forma sinapses com os neurônios sensitivos nos núcleos 
vestibulares, os principais centros de integração com o equilíbrio, localizados no bulbo e na ponte. Os núcleos 
vestibulares também recebem informações dos olhos e dos proprioceptores, especialmente os localizados nos músculos 
do pescoço e dos membros, que indicam a posição da cabeça e dos membros. Os axônios restantes entram no cerebelo 
através dos pedúnculos cerebelares inferiores. Vias bidirecionais conectam o cerebelo e os núcleos vestibulares. 
Os núcleos vestibulares integram informações provenientes dos receptores vestibulares, visuais e somáticos e enviam 
comandos para: 
1. os núcleos dos nervos cranianos – oculomotor (III), troclear (IV) e abducente (VI) – que controlam os 
movimentos coordenados dos olhos e da cabeça, ajudando a manter o foco no campo visual; 
2. os núcleos dos nervos acessórios (XI), que ajudam a controlar os movimentos da cabeça e do pescoço para a 
manutenção do equilíbrio; 
3. o trato vestibulospinal, que transmite impulsos para a medula espinal para a manutenção do tônus muscular nos 
músculos esqueléticos, ajudando a manter o equilíbrio; 
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4. o núcleo ventral posterior do tálamo e, então, para a área vestibular no lobo parietal do córtex cerebral (área 
somatossensorial primária) que nos fornece a percepção consciente da posição e dos movimentos da cabeça e 
dos membros. 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 
FISIOLOGIA VESTIBULAR. Disponível em: https://forl.org.br/Content/pdf/seminarios/seminario_33.pdf. 
 
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de anatomia e fisiologia. 14a. edição. Guanabara Koogan. Rio de 
Janeiro, 2016. 
 
https://forl.org.br/Content/pdf/seminarios/seminario_33.pdf

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