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Funcionamento da Educacao Brasileira e Politicas Publicas

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UNIDADE 1 
SEÇÃO 1 
FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO 
BRASILEIRA E POLÍTICAS 
PÚBLICAS 
Marcio de Cassio Juliano 
CONHECENDO A DISCIPLINA 
Seja bem-vindo à disciplina Funcionamento da Educação Brasileira e 
Políticas Públicas. 
Vamos iniciar nosso estudo com algumas questões que nortearão nossa 
caminhada: Qual o papel das Políticas na organização da Educação 
Nacional? Como o Estado pode atuar na organização do Sistema 
Educacional? O momento histórico influencia na forma de se pensar e 
conceituar a Educação? Quais leis norteiam o trabalho educacional no 
Brasil? Existem diretrizes que orientam a prática pedagógica na atualidade? 
São muitas as reflexões incitadas por meio dessas questões. Assim, 
objetivando contribuir para seu aprendizado, esta disciplina abordará uma 
ampla variedade de temas. 
Na Unidade 1, denominada ―Políticas Públicas e Legislação 
Educacional‖, você entrará em contato com aspectos conceituais, 
históricos e legais que compõem a ação do Estado em termos de Políticas 
Públicas voltadas à Educação. Conversaremos sobre as Políticas e suas 
características, focando nas políticas educacionais e no impacto que 
promovem no trabalho pedagógico. Nesse sentido, apresentaremos os 
antecedentes históricos da Legislação Educacional e as leis educacionais 
em vigor, bem como sua forma de organização em termos de instâncias 
administrativas (federal, estadual e municipal). 
A Constituição Federal de 1988 e sua influência na educação brasileira e a 
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996 (LDB nº 
9394/1996) e seu papel na estruturação da educação básica serão foco de 
nosso estudo. 
Na Unidade 2, intitulada ―Educação Básica‖, adentraremos no universo 
das Políticas e Legislação Educacional para a Educação Básica e 
conversaremos sobre o Plano Nacional de Educação, o Financiamento da 
Educação Brasileira, as Políticas de Gestão e sobre as diretrizes da 
Educação Especial na Educação Básica. Nessa unidade, abordaremos as 
Políticas voltadas à primeira infância, olhando para os referenciais da 
Educação Infantil e os Programa de Alfabetização voltados ao Ensino 
Fundamental, bem como as Políticas voltadas ao Ensino Médio. 
A penúltima unidade (Unidade 3) desta disciplina, intitulada ―Educação de 
Jovens e Adultos, Educação Profissional e outros campos da 
educação‖, focaliza as formas de organizarmos as experiências educativas 
voltadas ao público jovem e adultos, olhando para os programas de 
alfabetização na Educação de Jovens e Adultos (EJA), para as ações 
voltadas à educação profissional, para a educação em contextos 
quilombolas e para as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação 
Escolar Indígena na Educação Básica. 
Por fim, a última unidade (Unidade 4) desta disciplina, ―Formação de 
Professores‖, apresentará as políticas voltadas à formação de professores, 
os programas de educação continuada e os planos de valorização do 
magistério. 
Diante do que apresentamos aqui, você, futuro pedagogo, percebe a 
importância de conhecer a organização do Estado Brasileiro, as concepções 
de políticas públicas, o histórico da Educação no Brasil, além dos seus 
processos organizacionais e legais para compreender as propostas 
educacionais que se apresentam na atualidade? 
O objetivo desta disciplina é possibilitar que você compreenda a 
organização da sociedade brasileira: Estado, Governo e Política, as 
reformas educacionais a partir da década de 1990, a legislação que orienta a 
organização da Educação Nacional, assim como a ação da Base Nacional 
Comum Curricular (BNCC) e o seu impacto no currículo e práxis 
educacional. 
Assim, o foco está em oportunizar conhecimentos que lhe permitam 
distinguir a legislação e as políticas educacionais brasileiras, compreender 
suas implicações e seus impactos na organização social brasileira da 
educação e reconhecer a importância das políticas educacionais para a 
formação dos professores. 
Como futuro educador, esperamos que você utilize os conhecimentos aqui 
trabalhados acerca do Funcionamento da Educação Brasileira e das 
Políticas Públicas para assumir a postura de cidadão crítico e 
transformador e principalmente de um profissional da educação que 
valoriza sua profissão e reflete sobre sua prática educativa. 
Bom estudo! 
 
 
NÃO PODE FALTAR 
POLÍTICAS PÚBLICAS E 
LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL – 
AS POLÍTICAS PÚBLICAS 
Sueli Helena de Camargo Palmen 
 
Fonte: Shutterstock. 
CONVITE AO ESTUDO 
Seja bem-vindo à primeira unidade desta disciplina. 
A primeira unidade (Unidade 1), intitulada ―Políticas Públicas e 
Legislação Educacional‖, tem como foco apresentar aspectos conceituais, 
históricos e legais que compõem a ação do Estado em termos de Políticas 
Públicas voltadas à Educação. 
Assim, na primeira seção desta unidade, ―As Políticas Públicas‖, 
conversaremos sobre as Políticas e suas características, focando as políticas 
educacionais e o impacto que promovem no trabalho pedagógico. Nesse 
contexto, é fundamental conhecer a Legislação Educacional e a forma de 
organização do Estado e suas ações promotoras de políticas públicas. 
Na segunda seção, ―A Legislação Educacional Brasileira‖, 
conversaremos sobre a hierarquia da Legislação no Brasil, de forma a 
compreender a normas legais quanto a tramitação da legislação educacional 
e o compartilhamento de responsabilidades entre Estados, municípios e 
federação. 
A Constituição Federal de 1988 e sua influência para a educação brasileira 
e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996 (LDB nº 
9394/1996) e seu papel na estruturação da educação básica serão foco de 
nosso estudo. Assim, na terceira seção, ―as Políticas e Legislação 
Educacional‖, apresentaremos a Constituição Federal de 1988 e sua 
influência para a educação do Brasil, assim como a ação dos organismos 
internacionais nos anos de 1990 e sua influência nas reformas educacionais 
e na homologação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em 
1996, buscando apresentar a estrutura da Educação Básica brasileira. 
Enfim, o grande desafio desta disciplina está em apresentar os fundamentos 
da Educação Nacional colaborando com sua formação e reflexão enquanto 
ser social e político e, principalmente, como futuro educador. Portanto, é 
muito importante compreender a legislação educacional e analisar o 
conjunto de valores socialmente acordados que permeiam as ações 
educacionais vigentes em nosso país. 
Vale destacar que, ao final desta disciplina, espera-se que você compreenda 
o atual conceito de Estado e Políticas Pública, bem como o papel da 
legislação educacional para estruturação e funcionamento da Educação 
Nacional, favorecendo a reflexão acerca da ação educativa. 
O material didático está à sua disposição. Invista em seu aprendizado, olhe 
para os contextos de aprendizagem, para as situações-problemas e busque 
retomar os conhecimentos que foram tratados nesta disciplina. 
É muito importante que você, futuro educador, seja o gestor de sua 
aprendizagem e invista em sua formação, portanto, é fundamental conhecer 
a ação do Estado como promotor das Políticas Públicas, enfim, das 
Políticas Educacionais. 
PRATICAR PARA APRENDER 
Olá! Nesta unidade conversaremos sobre a ―Políticas Públicas e 
Legislação Educacional‖, percorrendo aspectos conceituais e históricos 
importantes para compreendermos as políticas educacionais e o papel da 
legislação em sua normatização. 
Assim, a primeira seção desta unidade, intitulada ―As Políticas Públicas‖, 
contribuirá para que você compreenda o papel do Estado na promoção de 
políticas públicas entre as quais estão as políticas educacionais, olhando 
para o Estado Brasileiro 
Mas você sabe qual são as principais leis que regulamentam a Educação 
Brasileira? 
Como futuro educador, é muito importante conhecer a Legislação 
Educacional e as diretrizes que normatizam o trabalho pedagógico, ou seja, 
que regulamentama Educação Nacional. 
Portanto, nesta seção iniciaremos essa conversa. 
Lembre-se da importância da postura analítica, crítica e ética do 
profissional da educação, realize as leituras indicadas e anote suas 
observações acerca dos conteúdos aqui trabalhados. 
Eles serão fundamentais na sua trajetória formativa! 
O contexto de aprendizagem apresentado busca aproximar você da 
realidade de seu campo de trabalho. Lembre-se que, embora seja uma 
narrativa hipotética, o contexto de aprendizagem é um exercício que 
mobiliza conhecimentos promovidos nesta disciplina conectando-os com as 
situações da prática educacional, tornando-os mais compreensíveis e 
significativos. 
João é um jovem estudante de Pedagogia que estava estagiando numa 
escola particular nos anos iniciais do ensino fundamental, contudo ele 
conseguiu entrar num programa estadual que possibilita ao estudante 
trabalhar numa escola estadual aos finais de semana e assim ter a isenção 
da mensalidade na Universidade Particular, durante o período de seu 
estágio, em seu curso de formação para professor. 
Cabe destacar que João nunca trabalhou em escola pública e desconhece as 
políticas públicas voltadas à melhoria da Educação pública. Como atuará 
aos finais de semana com esse público, é muito importante que se inteire 
das Políticas Educacionais e Sociais das quais pode indicar ou lançar mão 
durante sua atividade. 
Como João tem se mostrado muito comprometido com a qualidade de seu 
trabalho e a ética de sua atuação, logo entrou em contato com você, 
professora-orientadora de estágio, para pedir ajuda com a legislação 
educacional. 
Nesse sentido, o seu papel enquanto professora-orientadora de estágio é 
orientá-lo quanto a essas políticas. Considerando os conteúdos mobilizados 
nesta seção, você julgou importante fazer alguns apontamentos acerca dos 
aspectos das políticas educacionais que se apresentam em forma de 
Programas e Projetos Educacionais e que poderão permear o cotidiano 
profissional de João: 
 Quais orientações você daria para João a fim de lhe esclarecer o 
papel das políticas públicas voltadas à Educação? 
 Quais questionamentos você faria visando nortear sua percepção 
prática quanto às políticas públicas na escola? 
 Quais políticas educacionais chegam à escola pública em forma de 
programas? 
 A educação pública e gratuita é um direito social? 
 Como os professores podem oportunizar aos alunos o acesso às 
políticas públicas? 
Enfim, pense nos apontamentos que você considera fundamental para a 
prática educacional de João durante seu estágio educacional, mas já 
assumindo o papel de futuro educador. 
Você considera que esses conhecimentos auxiliarão na sua atuação dentro 
dos princípios democráticos e promotores do direito à educação? 
Aqui você ocupará esse lugar propositivo! 
Vamos juntos enfrentar esse desafio? 
Bom estudo! 
CONCEITO-CHAVE 
Cidadão 
Tá vendo aquele edifício, moço? 
Ajudei a levantar 
Foi um tempo de aflição 
Era quatro condução 
Duas pra ir, duas pra voltar 
Hoje depois dele pronto 
Olho pra cima e fico tonto 
Mas me vem um cidadão 
E me diz, desconfiado 
Tu tá aí admirado 
Ou tá querendo roubar? 
[...] 
(CIDADÃO: Lúcio Barbosa; Zé Geraldo. Rio de Janeiro: CBS, 1979. LP 
Terceiro mundo.) 
Olá, futuro educador! 
Você já ouviu a música ―Cidadão‖, composta pelo poeta baiano Lúcio 
Barbosa? Essa música nos leva a refletir sobre os direitos sociais que todas 
as pessoas, numa sociedade democrática, deveriam ter acesso por meio das 
Políticas Públicas. 
Assim, neste momento, iremos conversar sobre o que é a Política e o que 
são Políticas Públicas. 
Você sabe de onde vem o termo Política e o que ele significa? 
O termo ―Política‖ se origina da palavra grega ―polis‖, que significa cidade, 
contudo, também era sinônimo de cidade-Estado. A vida na polis podia ter 
duas esferas: uma privada (ligada aos assuntos particulares da casa) e uma 
pública (expressa pelo espaço urbano público e político e suas instituições). 
A política era a forma de normalizar a convivência entre os habitantes das 
cidades e cidades-estados vizinhas. Quando a política era exercida dentro 
de um mesmo Estado era nominada de Política Interna, e quando era 
realizada entre diferentes Estados, de Política Externa. 
Entre os filósofos gregos que discutiam o sentido da palavra Política 
está Aristóteles, o qual se dedicou a escrever um livro nominado ―A 
Política‖. 
De acordo com Aristóteles (2002, p. 64), ―Em todas as ciências e em todas 
as artes, o alvo é o bem; e o maior dos bens acha-se principalmente naquela 
dentre todas as ciências que é a mais elevada: essa ciência é a Política e o 
bem da justiça é a política, isto é a utilidade geral [...]‖. 
No sentido aristotélico, a Política pode ser compreendida como uma ciência 
que tem por objetivo a felicidade humana, pautada na ética, ao olhar para o 
homem individualmente, e na política em si ao olhar para a coletividade. 
Portanto, a Política deve buscar boas ações para o bem-estar tanto 
individual como coletivo. 
Focando o olhar para as sociedades modernas, Saravia (2006) pontua que 
as relações sociais se tornaram complexas, tanto entre seus membros 
quanto entre as instituições que a compõem, pois há uma diversidade de 
interesses, ideias e valores e isso acaba ocasionando a incidência de 
conflitos. Assim, a Política torna-se um meio capaz de administrar essa 
complexidade e, através da tomada de decisões e da ação, levam a 
sociedade a progredir. 
Nessa perspectiva, a Política é 
[...] um fluxo de decisões públicas, orientado a manter o equilíbrio social 
ou a introduzir desequilíbrios destinados a modificar essa realidade. 
Decisões condicionadas pelo próprio fluxo e pelas reações e modificações 
que elas provocam no tecido social, bem como pelos valores, ideias e 
visões dos que adotam ou influem na decisão. É possível considerá-las 
como estratégias que apontam para diversos fins, todos eles, de alguma 
forma, desejados pelos diversos grupos que participam do processo 
decisório. A finalidade última de tal dinâmica – consolidação da 
democracia, justiça social, manutenção do poder, felicidade das pessoas – 
constitui elemento orientador geral das inúmeras ações que compõem 
determinada política. 
(SARAVIA, 2006, p. 28). 
Você, futuro educador, pode ver que a Política é uma forma dos indivíduos 
administrarem as relações entre si, de forma a materializar as intenções em 
ações visando atender às necessidades coletivas, ou seja, para um bem em 
comum. 
É nessa linha que passamos a nos referir às Políticas Públicas, ou seja, às 
ações empreendidas pelo Estado, ou, como diz Höfling (2001), as Políticas 
Públicas são aqui entendidas como o ―Estado em ação‖. 
Para Cunha e Cunha (2002, p. 12), ―as políticas públicas têm sido criadas 
como resposta do Estado às demandas que emergem da sociedade e do seu 
próprio interior, sendo a expressão do compromisso público de atuação 
numa determinada área a longo prazo‖. 
De forma mais concreta, as Políticas Públicas se materializam como um 
conjunto de ações coletivas voltadas para a garantia dos direitos sociais, 
configurando um compromisso público que visa a dar conta de determinada 
demanda, em diversas áreas, e transformando ações privadas em ações 
coletivas no espaço público. 
As Políticas Públicas são voltadas à economia, à educação, à saúde, ao 
meio ambiente, à ciência e tecnologia, ao trabalho, à moradia, entre outras. 
As Políticas Públicas podem assumir quatro tipologias com características 
próprias, conforme especifica Souza (2002): 
 Políticas Distributivas. 
 Políticas Regulatórias. 
 Políticas Redistributivas. 
 Políticas Constitutivas. 
As Políticas Públicas Distributivas, como pontua Souza (2002), possuem 
objetivos pontuais, visando contextos locais e não universais, ofertando 
serviços e equipamentos, focalizando grupos sociais ou regiões em 
detrimentodo todo. Essa modalidade de Política Pública, a distributiva, 
favorece o clientelismo e o patrimonialismo, pois, dentro do jogo político, 
o assistencialismo é utilizado como moeda de troca por apoio político. 
No Brasil, esse tipo de política é comum, como a oferta de pavimentação 
de ruas, cadeiras de rodas para deficientes físicos, principalmente em 
período eleitoral. Entretanto, Souza (2002) alerta que nem toda política 
distributiva pode ser compreendida como assistencialista e clientelista, 
principalmente após a criação da Lei Orgânica de Assistência Social 
(LOAS), em 1988, pois essa legislação regulamentou o acesso aos serviços 
que os cidadãos têm o direito de exigir, de forma autônoma como um 
direito social. 
As Políticas Públicas Regulatórias foram criadas visando regulamentar, 
normatizar e implementar as políticas distributivas e redistributivas, 
portanto se pautam em legislações criadas com essa finalidade. São 
consideradas de ordem burocrática e grupos de interesse pressionam sua 
elaboração. 
De acordo com Souza (2002), as políticas regulatórias funcionam de forma 
diferenciada em cada segmento social, sendo muitas vezes desconhecidas 
do público em geral, o qual somente revela ciência de sua existência 
quando se veem prejudicados pela normatização, como por exemplo, diante 
da limitação de venda de determinados produtos, como os antibióticos por 
exemplo, vendidos somente mediante a receita médica e com controle. 
As Políticas Públicas Redistributivas visam redistribuir não apenas 
finanças, mas também serviços, os quais são disponibilizados pelo governo 
como forma de reduzir as resistências sociais. O financiamento dessas 
políticas acaba sendo feito pelas pessoas que possuem uma renda mais alta, 
em favorecimento às pessoas com rendas menores, chamadas de 
beneficiários. 
As políticas públicas redistributivas são vistas como direitos sociais. 
Podemos citar como exemplo os programas de habitação popular voltado à 
população de baixa renda, os quais dão subsídios aos seus beneficiários que 
são compensados através da arrecadação de outros impostos. 
Ainda no caso da habitação, vale dar o exemplo da isenção do IPTU para 
cidadãos de baixa renda, enquanto o aumento desse imposto é realizado 
para os demais cidadãos, compensando a não cobrança a esse público 
específico. 
Já as Políticas Públicas Constitutivas estabelecem e distribuem a 
responsabilidade entre municípios, estados e Governo Federal e estipulam 
competências e formas de participação social nessas ações, regulando a 
criação das Políticas Públicas em si. 
Sempre que uma demanda social surge e se caracteriza como parte de 
uma agenda política, como um problema a ser resolvido por meio da 
constituição de uma nova Política Pública, a ―Política Pública Constitutiva‖ 
é a responsável pela discussão do problema, sua constituição enquanto 
agenda passível de discussão, e formulação e implementação enquanto 
Política. 
Ao falarmos na Política Pública Constitutiva acabamos falando sobre as 
etapas da Política, ou seja, no processo de formulação das Políticas 
Públicas, também chamado de ciclo das Políticas Públicas (HAM; HILL, 
1993). 
Como apresentam Ham & Hill (1993), o ciclo das Políticas é composto por 
fases, como você pode ver no esquema a seguir. 
 
Figura 1.1 | Fases da Política 
 
Fonte: elaborada pela autora. 
A primeira fase é a formação da agenda, que se caracteriza pelo 
planejamento e percepção dos problemas que merecem maior atenção, por 
meio da análise da situação e sua emergência, bem como recursos para sua 
resolução. 
A segunda fase é a formulação da política, portanto é quando se define o 
objetivo da política, seus programas e suas linhas de ação. É nessa fase que 
as ideias devem se organizar e desenhar a Política com o objetivo de 
resolver o problema em questão e os resultados que visa alcançar, 
elencando as estratégias que serão utilizadas. 
A terceira fase é o processo de tomada de decisão, no qual se define quais 
serão as ações adotadas, os recursos e os prazos para cada ação política. 
A quarta fase, a implementação da política, é quando se põe os planos em 
prática, se direciona os recursos financeiros, tecnológicos, materiais e 
humanos para executar a política. 
Por fim, a quinta fase, a avaliação, que contribui para o acompanhamento 
da Política visando o sucesso da ação. Para isso, é muito importante que a 
avaliação aconteça em todas as fases da Política, visando os melhores 
resultados, corrigindo as possíveis falhas ao longo do processo de 
efetivação (HAM & HILL, 1993). 
Assim, o Estado age por meio das Políticas Públicas visando atender às 
demandas sociais em termos de distribuição de bens e serviços sociais, 
podendo sua abrangência acontecer no âmbito federal, estadual e 
municipal. 
Você, futuro educador, sabe qual é a diferença entre Estado e Governo? 
É muito importante compreendermos essa diferenciação, pois é comum 
confundirmos Estado e Governo. 
A palavra ―Estado‖ como a compreendemos hoje, passou a ser utilizada no 
século XVI, conforme pontua Bobbio (2004). Se origina da palavra latina 
―status‖, utilizada para denominar o conjunto de instituições e pessoas que 
tinham o domínio sobre um território e seus habitantes (BOBBIO, 2004). 
Segundo Rocha (2008), podemos dizer que Estado é toda a sociedade 
política, incluindo o governo. O Estado possui as funções executiva, 
legislativa e judiciária. 
O Governo faz parte do Estado e pode ser identificado pelo grupo político 
que está no seu comando. Contudo, uma Política de Estado é 
regulamentada por leis e tem uma duração ampla, independente do grupo 
político no poder. 
Um exemplo de Política de Estado é o Plano Nacional de Educação 
(PNE). Sua duração é para uma temporalidade de 10 anos e estabelece 
metas a serem atingidas pelos municípios, estados e federação, 
independente dos grupos que estão em seu governo. 
Já uma Política de Governo dura o tempo que determinado grupo se 
mantém no comando. Dentro das políticas municipais de educação infantil, 
por exemplo, a cada quatro anos costuma-se haver novas normatizações na 
forma de conduzir a educação em creches e pré-escolas a nível local, 
entretanto, as Políticas de Estado devem ser cumpridas independente do 
governo local, sendo normatizadas por uma legislação. 
Como resume Rocha (2008, p. 141), 
O Estado é um conjunto de órgãos responsáveis pelo desempenho de suas 
funções. Os órgãos do Estado fazem o que é do seu interesse, pois exercem 
o poder do Estado, não possuem vontade própria, por isso são órgãos. As 
funções são a executiva, a legislativa e a judiciária. 
Nesse contexto, apresentamos a seguir como estão constituídos os poderes 
do Estado e suas funções. 
A administração pública compõe a função executiva, como organização da 
burocracia estatal, e o governo que representa um conjunto de órgãos 
decisórios. 
Podemos considerar a organização e estrutura do Estado sob três aspectos: 
forma de governo, sistema de governo e forma de Estado. 
Quadro 1.1 | Organização e Estrutura do Estado 
FORMA DE 
GOVERNO 
SISTEMA DE 
GOVERNO 
FORMA DE 
ESTADO 
República Presidencialismo Estado Unitário 
Monarquia Parlamentarismo Federação 
Fonte: elaborado pela autora. 
O Brasil adotou a Federação como forma de organização do Estado. Como 
coloca Pinho (2012), a Federação é uma aliança de Estados para a 
formação de um Estado único, em que as unidades federadas preservam 
autonomia política, enquanto a soberania é transferida para o Estado 
Federal. São características de um Estado Federal: 
 As atribuições da União e as das unidades federadas são fixadas na 
Constituição, por meio de uma distribuição de competências (União, 
Estados e Municípios). 
 Cada esfera de competência se atribui renda própria. 
 Opoder político é compartilhado pela União e pelas unidades 
federadas. 
 Os cidadãos do Estado que aderem à federação adquirem a cidadania 
do Estado Federal e perdem a anterior. 
 A base jurídica da Federação é uma Constituição e não um tratado. 
 Não existe o direito de secessão. 
 O indivíduo é cidadão do Estado Federal e não da unidade em que 
nasceu ou reside. (PINHO, 2012) 
É importante destacar que o governo possui a discricionariedade, ou seja, 
tem liberdade de ação dentro dos limites da legalidade, entretanto, o Estado 
possui princípios que limitam a opção ideológica dos governos, lembrando 
que no Brasil nos referimos a um Estado democrático, onde o voto popular 
determina a escolha política. 
O poder legislativo é realizado por colegiados com distribuição de 
representatividades, visando discussões amadurecidas com foco na 
resolução dos problemas sociais. A função legislativa, conforme afirma 
Vieira (2007), é a essência do poder. 
O poder judiciário tem a função de controle sobre os atos públicos e 
privados para a garantia da legalidade. Além de identificar a legalidade das 
ações na sociedade, o poder judiciário também deve preencher as lacunas 
que aparecem nas leis através de ações decisórias (VIEIRA, 2007). 
Visando afirmar que o Estado democrático de direitos deve responder a 
princípios que garantam a todos os cidadãos o mesmo tratamento perante a 
lei, não possibilitando favorecimentos, Rocha (2008, p. 142) destaca que 
No Estado de Direito, as funções do Estado, caracterizadas na forma de 
poder, devem ser separadas para não caracterizar o benefício do poder para 
o indivíduo que a ocupa, segundo a teoria de freios e contrapesos. É neste 
sentido que as funções do Estado não devem também se confundir com os 
ocupantes do governo. 
Nesse contexto, vale resgatar que quando falamos em Políticas Sociais, 
estamos falando em decisões políticas que são tomadas pelo Estado, 
visando atender às demandas sociais, ou seja, olhando para a coletividade. 
Quando falamos especificamente da Política Educacional, estamos nos 
referindo a uma política social voltada à educação, portanto, às decisões 
que o Poder Público, ou seja, o Estado, toma em relação à educação 
(SAVIANI, 2008). 
Segundo Vieira (2007, p. 56), a Política Educacional pode ser considerada 
como uma aplicação da Ciência Política ao estudo do setor educacional e, 
por sua parte, as políticas educacionais como ―políticas públicas que se 
dirigem a resolver questões educacionais‖. 
As iniciativas do Poder Público, em suas diferentes instâncias (União, 
Estados, Distrito Federal e Municípios), voltadas à Educação acabam 
influenciando diretamente o desenvolvimento das ações pedagógicas nas 
escolas e sua organização. 
Um exemplo dessa influência pode ser verificado ao analisarmos o papel da 
nossa legislação brasileira, a Constituição Federal de 1988, na 
regulamentação da Educação Nacional. 
Na Constituição Federal se estabelece que a gestão da educação deve ser 
pautada no princípio democrático, assim, os estabelecimentos de ensino, 
sejam estaduais, federais ou municipais, devem se adequar à legislação 
nacional ao organizarem a gestão escolar, por exemplo. 
Na atualidade, podemos destacar duas legislações que impactam 
diretamente nas Políticas Educacionais brasileiras. São elas: a Constituição 
Federal (CF), de 1988, e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 
(LDB – Lei nº 9394/1996), pois são leis maiores que normatizam o 
funcionamento das instituições e se referem aos direitos e deveres dos 
cidadãos em termos educacionais. 
Futuro educador, na próxima seção estaremos conversando de forma mais 
aprofundada sobre a legislação educacional, explicitando sua constituição e 
ação social. Contudo, cabe destacar que as Políticas Educacionais se 
amparam em regulamentações legais, as quais impactam diretamente no 
trabalho pedagógico realizado pelas escolas. 
Vieira (2007) destaca que os estabelecimentos de ensino funcionam com 
base nas legislações em vigor as quais orientam as Políticas Educacionais, 
devendo elaborar e executar suas propostas educacionais de maneira 
articulada com as orientações presentes nas Políticas em vigor, 
administrando seu pessoal, os recursos materiais e financeiros, cumprindo 
os dias letivos, articulando-se com as famílias e comunidades de forma a 
executar sua proposta pedagógica, como determina a Lei de Diretrizes e 
Bases da Educação Nacional (LDB - Art. 12, Incisos I a VII – VIEIRA, 
2007, p. 61). 
Como uma lei específica e voltada à Educação, a LDB regulamenta todas 
as ações educacionais e junto com a Constituição Federal devem zelar pelo 
direito à educação de todos os cidadãos, desde o nascimento, visando 
garantir o direito à Educação desde a educação básica até o ensino 
superior. 
Nessa perspectiva, cabem aos formuladores de política e aos gestores 
concentrarem esforços na tarefa de fazer chegar às escolas os instrumentos 
para operacionalizarem o desafio do sucesso do ensino e da aprendizagem. 
Esta tarefa sem trégua está posta para todos. A ela não podem se furtar a(s) 
política(s) e a gestão da educação básica. 
 (VIEIRA, 2007, p. 68) 
Para finalizar esta seção, cujo objetivo foi apresentar as Políticas Públicas, 
compreendê-las conceitualmente e conhecer como funciona a Política 
voltada à Educação, ou seja, a Política Educacional, deixamos aqui dois 
exemplos de Políticas Públicas direcionadas às ações educacionais, 
visando ilustrar essa ação do Estado. São elas a EJA e o Prouni – 
Programa Universidade para Todos. 
A EJA é um exemplo de Política Pública redistributiva ligada à educação, 
que tem sua origem na Pedagogia de Paulo Freire e destina-se a erradicar o 
analfabetismo da população brasileira. 
O Prouni é um programa do Ministério da Educação (MEC) que oferece 
bolsas de estudos totais e parciais a estudantes da rede pública de ensino 
que foram aprovados em universidades privadas de ensino. O critério para 
a aquisição da bolsa se pauta na questão financeira da família (rendimento 
médio) e na pontuação no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), 
classificando os estudantes que demandarem a referida bolsa. 
ASSIMILE 
1. Atores das Políticas Públicas: chamamos de atores os grupos 
que integram o Sistema Político, apresentando reivindicações ou 
executando ações que serão transformadas em Políticas Públicas. 
Podemos dizer que existem dois tipos de atores: os estatais e os 
privados. 
o Os estatais são oriundos do Governo ou do Estado e 
exercem funções públicas, são eleitos pela sociedade para um 
cargo por tempo determinado (os políticos), ou atuam de 
forma permanente, como os servidores públicos (que operam a 
burocracia). 
o Os privados são oriundos da Sociedade Civil e não possuem 
vínculo direto com a estrutura administrativa do Estado. 
Exemplo: a imprensa; os centros de pesquisa; os movimentos 
sociais; os representantes comerciais; os sindicatos e outras 
entidades representativas da Sociedade Civil. 
2. Plano diretor: é uma lei municipal obrigatória para municípios 
com população superior a vinte mil habitantes, que integram regiões 
metropolitanas, ou ainda, que estejam situados em áreas de 
influência de empreendimentos ou atividades com significativo 
impacto ambiental, visando estabelecer as diretrizes de ocupação da 
cidade. Em outras palavras, ele define o que pode e o que não pode 
ser feito em um município, orientando as ações do Poder Público e as 
tomadas de decisão. 
3. Programas: no contexto das Políticas Públicas, programas nada 
mais são do que as ações previstas no planejamento estratégico 
detalhadas em projetos. Para que um projeto esteja completo é 
preciso que ele contenha não apenas os objetivos, mas um plano de 
ação dividido em várias fases (como em um cronograma) com os 
resultados esperados. Exemplo: Programa Dinheiro Direto na Escola 
(PDDE). 
REFLITA 
A participação social influênciano bom desempenho das Políticas 
Públicas? 
Os atores sociais são capazes de pressionar o Estado quanto à elaboração 
de Políticas Públicas? 
EXEMPLIFICANDO 
Quando falamos em Gestão democrática na escola é fundamental 
pensarmos na participação das famílias, alunos e comunidade em geral em 
sua gestão, participando dos processos decisórios, acompanhando as ações 
tomadas pela escola, de forma a favorecer a gestão escolar de forma 
eficiente, ou seja, garantindo o bom uso dos recursos para a promoção de 
uma qualidade educacional. 
Você está caminhando rumo ao resultado de aprendizagem desta unidade, 
compreendendo a construção de uma legislação educacional e das Políticas 
Educacionais, sua hierarquia e os impactos na educação brasileira e 
refletindo sobre os desafios da formação de professores. 
Até aqui você pôde ver que as Políticas Públicas influenciam diretamente a 
Educação, principalmente ao estabelecer em lei o direito à educação, o 
direito ao seu acesso e permanência, questões que ainda são grandes 
desafios no Brasil. 
Bom trabalho! 
FAÇA VALER A PENA 
Questão 1 
O termo ―Política‖ se origina da palavra grega ―polis‖ que significa cidade, 
contudo, também era sinônimo de cidade-Estado. A vida na polis podia ter 
duas esferas: uma privada (ligada aos assuntos particulares da casa) e uma 
pública (expresso pelo espaço urbano público e político e suas instituições). 
Considerando esse contexto, analise as seguintes afirmativas: 
I. A política era a forma de normalizar a convivência entre os 
habitantes das cidades e cidades-estados vizinhas. 
II. Quando a política era exercida dentro de um mesmo Estado, era 
nominada de Política Interna e quando era realizada entre diferentes 
Estados, de Política Externa. 
III. A Política deve buscar boas ações para o bem-estar tanto individual 
como coletivo, priorizando o clientelismo e o patrimonialismo 
político. 
a. As afirmações I e II estão corretas. 
b. As afirmações I e III estão corretas. 
c. As afirmações II e III estão corretas. 
d. Apenas a afirmação I está correta. 
e. Apenas a afirmação III está correta. 
Questão 2 
No sentido aristotélico, a Política pode ser compreendida como uma ciência 
que tem por objetivo a felicidade humana, pautada na ética, ao olhar para o 
homem individualmente, e na política em si, ao olhar para a coletividade. 
Portanto, a Política deve buscar boas ações para o bem-estar tanto 
individual como coletivo. 
Considerando o sentido da palavra Política proposta por Aristóteles, analise 
o excerto a seguir, completando suas lacunas. 
Em todas as ____________ e em todas as artes, o alvo é o ____________; 
e o maior dos bens acha-se principalmente naquela dentre todas as ciências 
que é a mais elevada: essa ciência é a ____________ e o bem da justiça é a 
política, isto é a utilidade geral [...] (ARISTÓTELES, 2002, p.64) 
Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas. 
a. matérias / dinheiro / Biologia. 
b. disciplinas / aprendizado / Vida. 
c. ciências / bem / Política. 
d. escolas / trabalho / Matemática. 
e. pesquisas / lucro / Economia. 
Questão 3 
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As Políticas Públicas são as ações empreendidas pelo Estado, ou seja, 
podemos dizer que as Políticas Públicas são o ―Estado em ação‖. Vale 
destacar que as Políticas Públicas podem assumir tipologias, apresentando 
cada uma delas características próprias. 
Assim, podemos dizer que as Políticas Públicas podem ser classificadas 
em: 
I. Políticas Distributivas. 
II. Políticas Regulatórias. 
III. Políticas Redistributivas. 
IV. Políticas Constitutivas. 
V. Políticas Administrativas. 
a. I, II, III e V estão corretas. 
b. I, II, III e IV estão corretas. 
c. I, IV e V estão corretas. 
d. II, III, IV e V estão corretas. 
e. III, IV e V estão corretas. 
REFERÊNCIAS 
ARISTÓTELES. Política. Trad. Torrieri Guimarães. São Paulo: Martin 
Claret. 2002. Disponível em: https://bit.ly/3qnC4Yr. Acesso em: 29 set. 
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VIEIRA, S. L.; ALBUQUERQUE, M. G. M. Política e planejamento 
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FOCO NO MERCADO DE TRABALHO 
POLÍTICAS PÚBLICAS E 
LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL – 
AS POLÍTICAS PÚBLICAS 
Sueli Helena de Camargo Palmen 
 
Fonte: Shutterstock. 
SEM MEDO DE ERRAR 
Como professora-orientadora de estágio, você pode orientar João a acessar 
o site do Ministério de Educação para acessar os Programas Educacionais 
que se encontram em vigor a fim de que ele conheça os programas e 
projetos decorrentes das Políticas Educacionais na atualidade. Cada 
programa tem um objetivo específico e busca responder a uma demanda 
específica, por isso é muito importante conhecer seu objetivo e o público 
alvo. 
Entre as Políticas Educacionais que chegam na escola em forma de 
programa está o Programa de Inovação Educação Conectada, que tem por 
objetivo levar a todas as escolas de Educação Básica, ou seja, Educação 
Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio, o acesso à internet com 
qualidade, permitindo pesquisas e novos conteúdos educacionais. 
Políticas de incentivo à leitura também chegam às escolas através de 
Programas. Por exemplo, o Programa Nacional de Alfabetização tem o 
projeto ―Conta pra Mim‖, que visa a literacia familiar, ou seja, o incentivo 
à leitura para a criança sendo realizada pela família. Há também o 
Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), que é uma forma de 
garantir o material didático a todos os alunos. Esse programa tem sua 
versão literária, a qual fornece livros de literatura para bibliotecas escolares 
e visando o incentivo à leitura. 
Até aqui, conhecemos três Programas que fazem parte da Política 
Educacional Brasileira: 
 Programa de Inovação Educação Conectada. 
 Programa Nacional de Alfabetização, com seu projeto ―Conta pra 
Mim‖. 
 PNLD e sua versão literária. 
João poderá promover o acesso às salas de informática a fim de oportunizar 
o acesso a essa Política Pública a todos os alunos que frequentam a escola 
aos finais de semana, mostrando que o acesso à uma educação de qualidade 
a todos é um direito social. 
O empréstimo de livros da biblioteca também é uma forma de oportunizar 
um direito educacional, incentivando a leitura. 
Enfim, a partir dessas orientações João pode verificar quais politicas já se 
fazem presente em sua escola e quais podem ser implementadas, visando 
promover o direito à educação. 
Conhecer a equipe gestora e pensar em meios de participação de todos os 
profissionais e da comunidade e alunos e uma forma de deixar a gestão 
democrática e transparente aproximando a todos aos direitos sociais, entre 
os quais está o direito à Educação. 
Essas são apenas algumas dicas a serem dadas a João! 
AVANÇANDO NA PRÁTICA 
NUNCA É TARDE PARA APRENDER 
Dona Jussara tem 50 anos e trabalha na Escola como servente. Nunca 
comentou com ninguém que sabe escrever apenas o nome, pois treinou 
muito e acabou decorando sua grafia, contudo não sabe ler nem escrever. 
João, estagiário de Pedagogia, começou a conversar com dona Jussara e em 
um determinado momento ela acabou contando que não sabia ler. Logo 
ficou envergonhada, afinal, trabalha dentro de uma escola. 
João comentou com dona Jussara que também tem uma origem social 
bastante difícil: foi criado pela mãe e é o primeiro na família a cursar o 
ensino superior. Se você fosse João, como motivaria Dona Jussara a estudar 
para que ela finalmente aprenda a ler e escrever? 
RESOLUÇÃO 
A mãe de João só aprendeu a ler e a escrever depois que os filhos estavam 
maiores, num curso de EJA – Educação de Jovens e Adultos. 
Esse programa visa garantir o direito à educação a quem não teve 
oportunidade na idade certa, por isso é uma política redistributiva que visa 
corrigir uma distorção do passado. 
João incentivou dona Jussara a se matricular e explicou que na EJA ela 
encontrará pessoas com sua faixa etária e com experiência de vida muito 
parecida. Além de aprender a ler e escrever, fará amizades e ampliará seu 
repertório social, afinal, a EJA busca olhar para as trajetórias de vida e 
promover aprendizagens significativas respeitando a faixa etária de seu 
público. 
Dona Jussara ficou muito feliz, principalmente por saber que, no período 
noturno, no centro social do bairro há uma sala de EJA e aceita matrículas, 
assim, seu acesso é possível e lhe permitirá realizar seu grande sonho: 
aprender a ler e a escrever. 
Todos têm direito à educação, como declara a Constituição Federal do 
Brasil. 
SEÇÃO 2 
 
NÃO PODE FALTAR 
POLÍTICAS PÚBLICAS E 
LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL – 
A LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL 
BRASILEIRA 
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Sueli Helena de Camargo Palmen 
 
Fonte: Shutterstock. 
PRATICAR PARA APRENDER 
Olá! Nesta seção estaremos conversando sobre A Legislação Educacional 
Brasileira, abordando a hierarquia da Legislação no Brasil, as normas 
legais quanto à tramitação da legislação educacional e compartilhamento de 
responsabilidades entre entes federados, ou seja, entre Distrito Federal, 
Estados, municípios e federação, relativos à implementação das Políticas 
Educacionais. 
Aqui estaremos retomando a trajetória histórica da educação brasileira, 
visando demonstrar o quanto os aspectos sociais, políticos e econômicos 
influenciam na concepção da educação e o quanto influenciam na 
elaboração de leis que norteiam as Políticas Públicas. 
Nesta seção, focalizaremos os aspectos legais atuais que orientam e 
regulamentam o Sistema Educacional brasileiro, com destaque para a 
Constituição Federal (CF), de 1988, e sua influência na educação brasileira, 
e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 1996, (LDB nº 
9394/1996) e o seu papel na estruturação da educação básica. 
Vale destacar que, ao final desta seção, espera-se que você compreenda o 
papel da legislação educacional para a organização e o funcionamento da 
Educação Nacional, favorecendo a reflexão acerca da ação educativa. 
Qual a visão de Educação presente em nossa atual Constituição Federal? 
Você já parou para fazer essa análise e verificar sua relação com as 
Políticas Educacionais que temos vivenciado? 
Como você está se preparando para ser um futuro educador, é fundamental 
conhecer mais sobre o funcionamento da Educação no Brasil, por isso, 
adote a postura deum educador pesquisador e busque conhecer nossa 
legislação educacional, com destaque para a Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional, de 1996. 
O contexto de aprendizagem apresentado busca aproximar você da 
realidade de seu campo de trabalho. Lembre-se de que, embora seja uma 
narrativa hipotética, é um exercício que mobiliza conhecimentos 
promovidos nesta disciplina, conectando-os com as situações da prática 
educacional e tornando-os mais compreensíveis e significativos. 
Em um final de semana, João estava na escola pública de ensino 
fundamental ―Construindo o Futuro‖, onde está estagiando, e enquanto 
organizava os espaços para a utilização da comunidade, recebeu um grupo 
de pais preocupados com alguns boatos que estão circulando na 
comunidade. Ouviram dizer que a escola será municipalizada e estão 
preocupados com o destino de seus filhos. Muitos professores têm 
comentado que no próximo ano letivo talvez não estejam mais na escola e 
não sabem se as turmas serão mantidas, ou se haverá alguma 
reestruturação, portanto, o futuro dos empregos também é incerto, o que 
tem ocasionado grande insegurança e a mobilização da comunidade. Diante 
dos comentários, os pais procuraram João para verificar essas informações 
e juntos pensarem numa mobilização. 
Durante a conversa com João, alguns pais acabam expondo que estão 
inseguros, pois temem que a escola feche no bairro, além de não 
acreditarem que o município consiga manter a escola funcionando no 
mesmo padrão que o Estado. 
João ouve todas as dúvidas da comunidade para, em um segundo momento, 
poder orientar e propor ações. 
Entre as principais dúvidas pontuadas pelos pais estão: 
 Com a municipalização corre o risco da escola do bairro fechar? 
 A qualidade do ensino será mantida pelo município? De onde virá o 
dinheiro para a manutenção da escola? 
 Os professores perderão o emprego? E os demais funcionários da 
escola? 
 Por que o Estado não quer mais assumir o ensino nesta escola? 
Nesse momento, você, futuro educador, deve ocupar o lugar de João e 
propor ações para resolver essa situação-problema apresentada. Descreva 
hipoteticamente quais seriam as possíveis ações de João. 
Vamos juntos conhecer mais sobre o histórico e funcionamento da 
Educação no Brasil? 
Um excelente estudo! 
CONCEITO-CHAVE 
Olá! Vamos conversar nesta seção sobre a Legislação Educacional 
brasileira recuperando, de forma breve, o percurso histórico da educação no 
Brasil, focando o papel das regulamentações para sua organização e 
funcionamento. 
Na atualidade, quando falamos em Educação, logo nos vem à mente a ideia 
de um projeto de sociedade e de formação humana, assim, analisamos 
aspectos que a influenciam como: a cultura, a economia e a política em 
vigor. 
A partir da visão de Educação e do contexto sociopolítico, teremos 
Legislações que regulamentaram sua implementação. 
Hierarquia da Legislação no Brasil 
Pensando na hierarquia das leis, cabe destacar que, no Brasil, vigora o 
princípio da Supremacia da Constituição, ou seja, as normas constitucionais 
estão num patamar de superioridade em relação às demais leis, servindo de 
fundamento de validade para estas. 
Pensando na normatização e nessa hierarquia, Bittencourt e Clementino 
(2012) pontuam que podemos pensar em três grupos de normas legais: 
 Normas constitucionais. 
 Normas infraconstitucionais. 
 Normas infralegais. 
Quadro 1.2 | Normas legais 
Normas 
constitucionais 
 Constituição Federal (05/10/88) 
 Ato das Disposições 
Constitucionais Transitórias 
(ADCT) 
 Emendas Constitucionais (nem 
tudo pode ser alterado, sendo que 
devem ser respeitadas as cláusulas 
Pétreas) 
 Tratados e Convenções 
internacionais sobre Direitos 
Humanos 
Normas 
infraconstitucionais 
 Lei Complementar – as hipóteses 
de regulamentação da constituição 
por meio de lei complementar estão 
taxativamente previstas na CF. 
 Lei Ordinária – o campo por elas 
ocupado é residual, ou seja, tudo o 
que não for regulamentado por lei 
complementar, decreto legislativo, 
resoluções, será regulamentado por 
lei ordinária. 
 Lei Delegada – é a espécie 
normativa utilizada nas hipóteses de 
transferência da competência do 
Poder Legislativo para o Poder 
Executivo. 
 Medida provisória. 
 Decreto Legislativo. 
 Resolução. 
Normas infralegais  Decretos – são expedidos pelo 
Presidente de República, para dar 
fiel execução a uma lei já existente. 
 Portaria – é o instrumento pelo 
qual Ministros ou outras 
autoridades de alto escalão 
expedem instruções sobre 
procedimentos relativos à 
organização e ao funcionamento de 
serviços e, ainda, podem orientar 
quanto à aplicação de textos legais. 
 Instrução Normativa 
 Fonte: adaptado de Bittencourt e Clementino (2012) 
É fundamental destacar que não há hierarquia entre as normas de um 
mesmo grupo, o que existe é campo de atuação diferenciado, específico 
entre essas normas que compõem o mesmo grupo. 
O que existe também é hierarquia entre os grupos, sendo que as normas 
constitucionais são hierarquicamente superiores às normas 
infraconstitucionais, que são hierarquicamente superiores às normas 
infralegais. 
Pensando na organização e no funcionamento da educação brasileira, o 
caminho histórico que constituiu nossa realidade educacional é longo e 
pautado em leis que revelam cenários sociais, políticos e econômicos. 
Antecedentes históricos da Legislação Educacional e Políticas Públicas 
Neste momento, futuro educador, resgataremos o histórico da educação 
brasileira para compreendermos sua forma de organização e 
funcionamento, compreendendo o momento em que a Legislação 
Educacional passou a compor sua história. 
De acordo com Freitag (1980), para compreendermos melhor a organização 
da Educação brasileira podemos dividi-la em três períodos históricos, cada 
qual com uma perspectiva política e que revela interesses sociais e 
econômicos do período em que abrangem. São eles: 
 1º período: de 1500 a 1930, envolvendo a Colônia, o Império e a 
Primeira República. 
 2º período: de 1930 a 1960. 
 3º período: de 1960 em diante. 
1º período (1500 a 1930) 
Podemos dizer que o 1º período da história da Educação Brasileira iniciou-
se com a chegada dos jesuítas no Brasil, no período colonial português, 
sendo ―Regimentos‖ o primeiro documento que marcou a política 
educacional daquele momento, assinado por Dom João III, em 1548. 
Quando Manuel da Nóbrega chegou no Brasil, em 1549, iniciou-se o 
ensino na colônia, sendo este pautado na catequese, sob o comando dos 
jesuítas e com a manutenção financeira da coroa portuguesa. 
Já em 1564, foi criado o primeiro sistema de cobrança de impostos que 
previa a aplicação de 10% da arrecadação para a manutenção dos colégios 
jesuíticos, ou seja, para a Educação na colônia, a qual se caracterizava 
como religiosa, sendo o ensino ministrado pelos jesuítas. Embora os 
recursos financeiros fossem de origem pública, a infraestrutura, os 
materiais pedagógicos, os agentes educacionais (jesuítas), as normas 
disciplinares e diretrizes pedagógicas eram de domínio privado, ou seja, 
sob o controle dos jesuítas. 
Em 1759, o Marquês de Pombal rompe com os jesuítas da Companhia de 
Jesus, dando início a uma nova fase na educação brasileira, marcada pela 
―Reforma Pombalina‖, que vigorou de 1759 a 1827, fase a qual podemos 
considerar como um ensaio da educação pública estatal. 
Quando os jesuítas foram expulsos do Brasil, apenas uma ínfima parcela da 
população acessava as escolas, pois o acesso era restrito. Como pontua 
Marcílio (2005, p. 3), ―estavam excluídas as mulheres (50% da população), 
os escravos (40%), os negros livres, os pardos, filhos ilegítimos e crianças 
abandonadas‖. 
Com o fechamento dos colégios jesuíticos em 1759, iniciaram-se as ―aulas 
régias‖ mantidas pela Coroa e para as quais se criouum novo imposto em 
1772, o ―subsídio literário‖. Em termos educacionais, cabe destacar que as 
reformas pombalinas romperam com as ideias religiosas, baseando-se em 
ideias laicas em termos de instrução, iniciando uma nova forma de 
―educação pública estatal‖ (SAVIANI, 2008). 
Com a vinda da família real portuguesa para o Brasil, em 1808, foi preciso 
implementar o Ensino Superior com o intuito de garantir o acesso aos 
serviços que anteriormente tinham na Europa: assim nasce o ensino 
superior baseado no modelo de instituto isolado e de natureza 
profissionalizante, elitista, apenas para atender aos filhos da aristocracia 
colonial, que não mais tinham acesso às academias europeias, sendo 
forçados a cursar estudos superiores por aqui mesmo, no Brasil. A primeira 
faculdade de medicina é criada em Salvador, em 1808: FAMEB – 
Faculdade de Medicina da Bahia (SOUZA, 1997). 
Com a independência do Brasil em 1822, instaurou-se o Primeiro Império, 
política esta que estabeleceu, a partir de 1827, uma nova diretriz 
educacional que instituiu as escolas de primeiras letras em todas as cidades, 
vilas e lugares mais populosos. Em 1834, o Ato Adicional à Constituição 
do Império colocou o ensino primário sob a responsabilidade das 
Províncias, desobrigando o Estado Nacional a cuidar desse nível de ensino. 
É possível ver que desde os primeiros tempos de nossa história, a 
consolidação de uma Educação Nacional tem sido um desafio, 
principalmente em termos de educação pública e sua responsabilização 
como um bem nacional. Cabe destacar que as províncias não apresentavam 
estrutura financeira para financiar o ensino de forma local. 
De 1889 a 1930, ou seja, durante a Primeira República, o ensino no Brasil 
continuou estagnado, com grande número de analfabetismo, 
correspondendo a mais da metade da população brasileira. Cabe destacar 
nesse período, como retoma Freitag (1980), foram criadas escolas 
superiores e escolas primárias e secundárias, o que ampliou o número de 
estabelecimentos, mas não o número de oportunidades educacionais, 
mantendo o sistema educacional elitista e excludente. 
O grande marco expansionista e de investimentos foi sentido no ensino 
superior, pois muitas escolas superiores foram criadas nesse momento de 
nossa história, focando a formação de profissionais liberais, atendendo aos 
interesses da classe dominante visando sua manutenção no poder. 
Em termos econômico, político e social, é importante recuperarmos que 
durante a Primeira República o Brasil vivenciou um momento de 
efervescência cultural que marcou as transformações sociais do século XX. 
Em 1922, a Semana da Arte Moderna foi um marco para a cultura 
brasileira. As inovações apresentadas naquele momento histórico geraram 
um entusiasmo em termos educacionais, levando a um ―otimismo 
pedagógico‖. 
A partir disso, as reflexões acerca da escola primária aumentaram, contudo, 
somente após a Primeira Guerra Mundial que a política educacional passou 
a ser revista no Brasil. 
2º período (1930 a 1960) 
Nos anos de 1930, surge um movimento conhecido como ―Movimento 
Escolanovista‖ formado por educadores como Anísio Teixeira, Lourenço 
Filho, Fernando de Azevedo e Francisco Campos, que juntos buscavam 
renovar o ensino, organizando um manifesto, o qual seria conhecido mais 
tarde como ―Manifesto dos Pioneiros da Educação‖. 
Esse manifesto denunciava o atraso do sistema educacional brasileiro e 
evidenciava a necessidade de ampliação da educação para toda a 
população, dando destaque à educação escolarizada. Enfim, o Manifesto 
dos Pioneiros da Escola Nova surgiu em 1932 contendo uma nova proposta 
pedagógica e trazendo em seu bojo uma proposta de reconstrução do 
sistema educacional brasileiro, demandando por uma Política Educacional 
do Estado (PIANA,2009). 
Cabe recuperar aqui que, em 1929, a economia mundial sofreu com a 
quebra da Bolsa de Nova Iorque, e no Brasil a crise foi sentida em 1930, 
pois como nossa economia era agrícola, a superprodução do café, nosso 
principal produto de exportação, fez com que os preços sofressem uma 
queda no mercado internacional, o que ocasionou um colapso em nossas 
finanças públicas. 
Nesse momento de nossa história republicana, o governo de Getúlio Vargas 
adotou medidas para diminuir o prejuízo dos cafeicultores em decorrência 
da crise e restringiu as importações dos bens de consumo, o que favoreceu 
e fortaleceu nossa produção industrial. 
Portanto, somente no 2º período da História de Educação brasileira, ou seja, 
de 1930 a 1960, com o avanço da industrialização e urbanização que a 
pressão para uma maior escolarização se tornou uma demanda política e 
social, exigindo uma nova condição em termos de investimentos. 
Você, futuro educador, consegue perceber, a partir dessa contextualização 
histórica, o quanto a economia pode influenciar nos rumos das Políticas 
Educacionais? 
De um país agroexportador, o Brasil passa a se configurar também como 
um país com potencial industrial, da qual emergiu um novo grupo 
econômico: a burguesia urbano-industrial. 
O País foi assumindo desta forma, uma política de industrialização e, 
consequentemente, esta mudança evidenciou uma reestruturação no seio da 
sociedade política e da sociedade civil, pois ao lado dos aristocratas e 
latifundiários do café, emergiu a burguesia financeira e industrial, e o 
operariado também sofreu ampliações. 
(FREITAG, 1980, p. 50) 
Esse período foi marcado por grandes transformações no campo 
educacional brasileiro, pois se desenhou uma possibilidade de 
democratização no ensino, fruto das ideias dos ―Escola Novistas‖: Anísio 
Teixeira, Lourenço Filho, Fernando de Azevedo e Francisco Campos, 
pautados na concepção de ―escola ativa‖ de Dewey. 
Não podemos deixar de frisar que em 1930 criou-se o Ministério da 
Educação e Saúde, com a função de orientar e coordenar as reformas 
educacionais que aconteceriam adiante, entre as quais estavam a Reforma 
Francisco Campos, que integrou as escolas primária, secundária e superior 
e elaborou o estatuto da universidade brasileira. Através da Reforma 
Francisco Campos, a Política Educacional brasileira introduziu o ensino 
primário gratuito e obrigatório e o ensino religioso facultativo. 
A Constituição de 1937 incorporou as indicações dessa reforma 
educacional e, visando fortalecer a industrialização nacional, introduziu o 
ensino profissionalizante na lei como obrigatório para as indústrias e 
sindicatos, os quais deveriam criar escolas na esfera de sua especialidade 
para os filhos de seus operários ou associados a fim de prepará-los para o 
trabalho nas indústrias. 
É nesse cenário político e legalista que no ano de 1942 foi criado o Serviço 
Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e, em 1946, o Serviço 
Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC). 
Outra reforma que marcou a história da educação brasileira foi a Reforma 
Capanema, em 1942, relativa ao ensino secundário (PIANA, 2009). 
3º período (1960 em diante) 
Em 1946 foi promulgada uma nova Constituição, e juntamente com esse 
novo cenário político marcado pela redemocratização do Brasil, pós-
Segunda Guerra Mundial (1945), baseado num Estado populista 
desenvolvimentista, é que surgem, no campo da educação, movimentos em 
favor da escola pública, universal e gratuita que culminam, em 1961, na 
promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional no 
Brasil: Lei nº 4.024/1961. 
Essa foi nossa primeira LDB – Lei de Diretrizes e Bases. De acordo com 
essa lei, o ensino no Brasil de nível primário poderia ser ministrado pelo 
setor público e privado, extinguindo a obrigatoriedade do ensino gratuito, o 
que permitia a subvenção estatal de estabelecimentos de ensinos 
particulares através de bolsas de estudo e empréstimos. 
Dentroda Política Educacional brasileira, a LDB se configurou como uma 
das medidas que marcou os rumos da educação no Brasil. Vale destacar 
que entre 1961 a 1963, o Brasil foi marcado por várias mudanças no campo 
político, social e econômico que, por sua vez, impactaram na educação 
nacional, considerando que o índice de analfabetos revelava as 
desigualdades, não apenas educacionais, mas também sociais e 
econômicas. 
Com o início da ditadura militar, em 1964, o Estado ampliou o sistema de 
ensino, inclusive o superior e estendeu o ensino obrigatório de quatro para 
oito anos. Contudo, cabe destacar que nesse período os movimentos sociais 
passam a se organizar para demandar a implementação de Políticas que 
respondessem suas necessidades enquanto Políticas Públicas. 
Quanto ao problema do analfabetismo, é nesse período de nossa história da 
Educação que desponta o educador Paulo Freire, que, com seu método 
pedagógico de alfabetização, compreendia a Educação como prática da 
libertação e da conscientização política por meio da prática da leitura e da 
escrita, como veremos mais adiante. 
Legislação Educacional 
As forças sociais tiveram um papel preponderante para o retorno da 
democracia enquanto política brasileira. Durante o período da transição do 
autoritarismo para a democracia, as propostas educacionais foram foco de 
discussão entre diferentes setores sociais, os quais funcionaram como 
grupos de pressão para a formulação da Constituição de 1988, que, por sua 
vez, expressa a política educacional do Brasil contemporâneo. 
A Constituição Federal de 1988, promulgada após amplo movimento de 
redemocratização do País, marca um novo período. Ampliam-se as 
responsabilidades do Poder Público e da sociedade em geral para com a 
educação, a partir das novas demandas do mundo moderno e globalizado, 
em atendimento ao ideário neoliberal. Essa Lei apresenta o mais longo 
capítulo sobre a educação de todas as Constituições Brasileiras, pois 
apresenta dez artigos específicos (art. 205 a 214) que detalham a matéria, 
que também figura em quatro artigos do texto constitucional (Art. 22, 
XXIV; 23, V; 30, VI e Art. 60 e 61 das Disposições Transitórias. 
(PIANA, 2009, p.73) 
Com promulgação da Constituição Federal, em 5 de outubro de 1988, 
temos uma nova realidade brasileira pautada numa ordem política que 
declara, como um de seus princípios, a descentralização político-
administrativa garantindo à sociedade o direito de formular e de controlar 
políticas, redimensionando relações entre Estado e sociedade civil. Entre as 
conquistas afirmadas na referida legislação estão: 
 A concepção da educação como direito público subjetivo (Art. 208 § 
1°). 
 O princípio da gestão democrática do ensino público (Art. 206, VI). 
 O dever do Estado em prover creche e pré-escola às crianças de 0 a 5 
anos de idade (Art. 208, IV). 
 A oferta de ensino noturno regular (Art. 208, VI). 
 O ensino fundamental obrigatório e gratuito inclusive para os que a 
ele não tiveram acesso em idade própria (Art. 208, I). 
A Constituição Federal de 1988 fez emergir também a ideia de Plano 
Nacional de Educação, apontando sua necessidade. 
A ideia de um ―Plano Educação‖ existia desde a década de 1930 no Brasil, 
porém, apenas planos menores e pontuais aconteceram desde então. A ideia 
de um Plano Nacional de Educação ganhou força com a Constituição de 
1988, que em seu artigo 214 destacou: 
Art. 214. - A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de duração 
decenal, com o objetivo de articular o sistema nacional de educação em 
regime de colaboração e definir diretrizes, objetivos, metas e estratégias de 
implementação para assegurar a manutenção e desenvolvimento do ensino 
em seus diversos níveis, etapas e modalidades por meio de ações integradas 
dos poderes públicos das diferentes esferas federativas que conduzam a: 
I – Erradicação do analfabetismo; 
II – Universalização do atendimento escolar; 
III – Melhoria da qualidade do ensino; 
IV – Formação para o trabalho; 
V – Promoção humanística, científica e tecnológica do País. 
VI – Estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em 
educação como proporção do produto interno bruto. 
(BRASIL, 1988) 
A regulamentação da previsão constitucional do Plano Nacional de 
Educação (PNE) aconteceu em 1996, com a promulgação da Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9394/1996. 
Vale destacar aqui que o PNE é um plano de Estado, não um plano de 
governo, portanto, seu processo de elaboração pode acontecer em 
diferentes instâncias: federal, estadual e municipal, originando os Planos 
Estaduais e Municipais em conexão com o PNE, cuja vigência no Brasil é 
de dez anos. 
De acordo com a LDB nº 9.394/1996, o PNE seria elaborado pela União, 
com colaboração dos demais entes federativos (estados, municípios e 
Distrito Federal), pois, segundo a Constituição Federal brasileira, a 
Educação é responsabilidade compartilhada. O artigo 211 da CF reforça 
essa ideia. 
Conforme pontua o referido artigo, cabe aos Municípios prioritariamente o 
ensino fundamental e a educação infantil; aos Estados e ao Distrito Federal 
compete prioritariamente o ensino fundamental e médio; e destaca ainda 
que a verba destinada à educação será redistribuída entre a União e os entes 
federativos. 
O Quadro 1.3 apresenta a organização e o funcionamento da Educação 
Nacional com a LDB. 
Quadro 1.3 | Organização e funcionamento da LDB 
LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 
9394/1996 Níveis e Modalidades de ensino 
EDUCAÇÃO BÁSICA Educação Infantil: creche e pré-
escola 
Ensino Fundamental 
Ensino Médio 
 
ENSINO SUPERIOR Graduação 
Pós-Graduação 
Fonte: adaptado de Brasil (1996). 
Vale retomar que a primeira LDB foi promulgada em 1961 (Lei nº 
4.024/1961) e apresentava outra configuração em termos organizacionais. 
Pela Lei nº 9.394/1996, o governo passou a assumir a política educacional 
como tarefa de sua competência, descentralizando sua execução para 
Estado e municípios. A Política de Avaliação da Educação em todos os 
níveis de ensino também passou a ser exercida, buscando um ―controle‖ do 
sistema escolar. 
Assim, nos anos de 1990, o tema ―descentralização‖ ganhou um local de 
destaque na Educação brasileira, acompanhado da ―gestão democrática‖, 
no sentido de possibilitar a participação de diferentes atores no processo 
educativo, inaugurando, como pontua Piana (2009), o sentido democrático 
da prática social da educação. 
No quadro a seguir, você, futuro educador, pode rever alguns marcos da 
História da Educação no Brasil, apresentados nesta seção, visando 
favorecer a compreensão acerca do processo histórico que tem permeado as 
Políticas Educacionais e as legislações que fundamentaram em nosso país. 
Quadro 1.4 | Marcos na História da Educação no Brasil – ―linha do tempo‖ 
Período 
Jesuítico 
(1549–
 Em 1549, chega ao Brasil o primeiro grupo de 
padres jesuítas, chefiados por Manoel da 
Nóbrega. 
1759)  Início ―formal‖ da Educação no Brasil. 
Período 
Pombalino 
(1760-
1808) 
 Expulsão dos jesuítas do Brasil, em 1759, e a 
destruição do único sistema de ensino. 
 As Reformas Pombalinas no campo da educação 
introduziram as chamadas ―aulas régias‖: 
estudos autônomos e isolados de Latim, Grego, 
Filosofia e Retórica. 
 Cada disciplina possuía um professor único e as 
matérias não se articulavam uma com as outras. 
Período 
Joanino 
(1808–
1821) 
 Mudança da Família Real para o Brasil em 1808. 
 D. João VI refunda a academia militar que havia 
(atual Academia Militar das Agulhas Negras) e 
cria duas escolas de medicina – uma no Rio de 
Janeiro e outra em Salvador. 
Período 
imperial 
 (1822-
1889) 
 D. João VI volta a Portugal em 1821. 
 D. Pedro I proclama a Independênciado Brasil 
em 1822. 
 A primeira Constituição brasileira é outorga em 
1824. 
 Essa lei dizia que a ―instrução primária é gratuita 
para todos os cidadãos‖. 
 
República 
Velha 
 (1889-
1929) 
 Proclamou-se a República no sistema 
presidencialista em 1889. 
 Na organização escolar, percebe-se como 
princípios orientadores a liberdade 
e laicidade do ensino, como também 
a gratuidade da escola primária. 
Segunda 
República 
(1930-
1936) 
 Revolução de 1930 marca a entrada do Brasil no 
modelo capitalista de produção e o primórdio do 
investimento na produção industrial. 
 Há necessidade de uma mão de obra 
especializada sendo preciso investir na educação. 
 Criação do Ministério da Educação e Saúde 
Pública em 1930. 
 Em 1931, decretos organizam o ensino 
secundário e as universidades brasileiras ainda 
inexistentes. Esses decretos ficam conhecidos 
como ―Reforma Francisco Campos‖. 
Estado 
Novo 
(1937-
1945) 
 Em 1937, a Constituição outorgada com 
tendências fascistas, com orientação político-
educacional para o mundo capitalista: 
o Enfatiza o ensino pré-vocacional e 
profissional. 
o Propõe que a arte, a ciência e o ensino 
sejam livres à iniciativa 
individual tirando do Estado o dever da 
educação. 
o Mantém a gratuidade e a obrigatoriedade 
do ensino primário. 
República 
Nova 
 (1946-
1963) 
 Nova Constituição em 1946. 
 Na área da Educação, determina-se a 
obrigatoriedade de se cumprir o ensino primário 
e volta o preceito de que a educação é direito de 
todos. 
 Lei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961 - 
prevalece as reivindicações da Igreja Católica e 
dos donos de estabelecimentos particulares de 
ensino, confrontando com o dever do Estado 
para a oferta da educação aos brasileiros. 
Ditadura 
Civil-
Militar 
(1964-
1985) 
 Em 1964, o Golpe militar aborta todas as 
iniciativas de se revolucionar a educação 
brasileira. 
 Nesse período, deu-se a expansão das 
universidades no Brasil. 
 Criou-se o Movimento Brasileiro de 
Alfabetização (MOBRAL) visando erradicar o 
analfabetismo. 
 Em 1971, é instituída a Lei nº 5.692: a Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional, 
focando a formação educacional com um cunho 
profissionalizante. 
Nova 
República 
(pós-
ditadura - a 
partir de 
1985) 
 Fim do Regime Militar em 1985. 
 Constituição Federal aprovada em 1988 dentro 
dos princípios democráticos, reconhecendo a 
Educação como direito subjetivo de todos. 
 Declaração Mundial sobre Educação para Todos 
é aprovada, em 1990, na Tailândia. 
 Promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional (LDB nº 9.394/1996), que 
estipulou a formação do docente em nível 
superior e colocou a Educação Infantil na 
posição de etapa inicial da Educação Básica. 
 Entra em vigor o Plano Nacional de Educação 
(2001-2011). 
 Novo Plano Nacional de Educação (2014-2024). 
Fonte: adaptado de Freitag (1980) e Aranha (1989). 
ASSIMILE 
1. Aulas régias: durante o período do Brasil colônia, essa modalidade 
de aula foi implementada e concentrava o ensino correspondente ao 
nível secundário, em especial às classes de latim. A responsabilidade 
do Estado limitava-se ao pagamento do salário do professor e às 
diretrizes curriculares da matéria a ser ensinada, deixando a cargo do 
próprio professor a provisão das condições materiais relativas ao 
local, geralmente sua própria casa, e a sua infraestrutura, assim como 
aos recursos pedagógicos a serem utilizados no desenvolvimento do 
ensino. 
2. Associação Brasileira de Educação (ABE): criada em 1924 
por educadores, intelectuais, políticos e figuras de expressão da 
sociedade brasileira, impulsionou as discussões em torno dos 
problemas educacionais. Por meio dessa organização, eram 
promovidos cursos, palestras, semanas da educação e conferências, 
principalmente as Conferências Nacionais de Educação. Entre 1927 a 
1929, foram realizadas três grandes Conferências Nacionais de 
Educação, ocorridas em Curitiba, Belo Horizonte e São Paulo. Foi 
por meio dessas Conferências que surgiu. em 1932. o Manifesto dos 
Pioneiros da Escola Nova, contendo uma nova proposta pedagógica 
e trazendo em seu bojo uma proposta de reconstrução do sistema 
educacional brasileiro. 
3. Plano Nacional de Educação (PNE): é uma lei brasileira que 
estabelece diretrizes e metas para o desenvolvimento nacional, 
estadual e municipal da educação. O Plano vincula os entes 
federativos às suas medidas e os obriga a tomar medidas próprias 
para alcançar as metas previstas. Também podemos considerar o 
Plano Nacional de Educação como um documento editado 
periodicamente e que compreende desde diagnósticos sobre a 
educação até a proposição de metas, diretrizes e estratégias para o 
desenvolvimento da Educação. 
REFLITA 
Quando falamos em Educação, você considera necessário compreender as 
políticas que a sustentam? 
Você acredita que o cenário econômico determina os rumos das Políticas 
Educacionais? 
EXEMPLIFICANDO 
Quando falamos em PNE, por exemplo, vale destacar que ele é composto 
por várias metas. O atual PNE, Lei nº 13.005 aprovada em 2014, apresenta 
20 metas e tem a duração decenal (2014-2024). 
A meta 1, por exemplo, refere-se à Educação Infantil: ―universalizar, até 
2016, a educação infantil na pré-escola para as crianças de 4 (quatro) a 5 
(cinco) anos de idade e ampliar a oferta de educação infantil em creches de 
forma a atender, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) das crianças de até 
3 (três) anos até o final da vigência deste PNE‖. 
Assim, como apresentamos aqui a meta 1, você pode acessar o Plano 
Nacional e conhecer todas as metas para a Educação Nacional. 
Estamos chegando ao final de mais uma seção da disciplina 
―Funcionamento da Educação Brasileira e Políticas Públicas‖, 
lembrando que nosso foco foi resgatar a trajetória histórica da Educação 
Brasileira, focando a hierarquia das leis e da ação da legislação na 
normatização da Educação Nacional. 
Nesse contexto, vimos o papel da Constituição como lei maior do país 
dentro dos princípios democráticos, embasando as demais legislações em 
termos normativos, bem como pontuando o papel dos entes federados e as 
responsabilidades de cada um na organização da Educação em regime de 
colaboração, como prevê a Carta Magna, ou seja, a Constituição Federal do 
Brasil. 
Seguiremos conversando sobre o cenário político, econômico e social, pois 
vemos o quanto cada um deles interfere na formulação das Políticas 
Públicas, dando ênfase à atual legislação educacional, as quais configuram 
a Política Educacional. 
Conto com você nessa caminhada! Vamos em frente! 
FAÇA VALER A PENA 
Questão 1 
Para falarmos da organização e do funcionamento da Educação é 
importante conhecermos as legislações que a regulamentam e destacar que 
existem hierarquias entre as leis, vigorando o princípio da Supremacia da 
Constituição, ou seja, segundo o qual as normas constitucionais estão num 
patamar de superioridade em relação às demais leis. Pensando na 
normatização e nessa hierarquia, é importante destacarmos que existem três 
grupos de normas legais: Normas constitucionais, Normas 
infraconstitucionais e Normas infralegais. 
Leia as afirmações a seguir e analise se são verdadeiras. 
I. Podemos afirmar que não há hierarquia entre as normas de um 
mesmo grupo, o que existe é campo de atuação diferenciado, 
específico entre essas normas que compõem o mesmo grupo. 
II. Existe hierarquia entre os grupos, sendo que as normas 
constitucionais são hierarquicamente superiores às normas 
infraconstitucionais, que são hierarquicamente superiores às normas 
infralegais. 
III. A organização e o funcionamento da Educação brasileira se 
fundamentam em Normas infralegais. 
Indique a alternativa que apresenta a resposta correta. 
a. As afirmações I e II são verdadeiras. 
b. As afirmações I e III são verdadeiras. 
c. As afirmações II e III são verdadeiras. 
d.

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