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DIREITO CIVIL 1 DIREITO DAS COISAS Conceito: direito das coisas são direitos que incidem sobre as coisas. Coisas são todos os bens que possuem conteúdo econômico e que podem ser objeto de negócios jurídicos. Bens é tudo aquilo que existe na natureza e as coisas, por sua vez, é apenas aquilo que possuem valor econômico, passível de negócio jurídico. O legislador divide o direito das coisas em: a) Posse; b) Direitos reais. Conceito²: assim, pode-se entender que, para o legislador, a posse não é um direito real. Direitos reais são aqueles assim considerados pelo legislador, regidos pelos princípios da: A. taxatividade (artigo 1225 do Código Civil): há um rol taxativo dos direitos reais; B. tipicidade: a lei confere aos direitos reais um tratamento jurídico específico para cada um deles. POSSE Fundamento legal: artigo 1196 do Código Civil. Conceito: a posse é o exercício aparente de um ou de alguns dos atributos da propriedade. Ainda que sejam institutos distintos, a posse e a propriedade se confundem. Propriedade é a soma de alguns atributos que uma pessoa pode exercer sobre uma coisa, a saber: A. gozar: é o direito de retirar fruto da coisa; B. reaver: ir atras da coisa e de proteger para que se mantenha sua; C. usar: usufruir. D. dispor: vender, transmitir. MACETE: G ozar ou fruir; R eaver; C. U so; D. D ispor. DIREITO CIVIL 2 Conceito²: a posse é o exercício aparente de um ou de alguns atributos da propriedade (agindo como se dono fosse). CISÃO DA POSSE Conceito: é o desmembramento da posse em: A. Posse direta (imediata): é aquela exercida por quem está utilizando a coisa. Exemplos: locatário; comodatário; devedor-fiduciante. B. posse indireta (mediata): é aquela exercida a distância por quem cedeu a posse ou o uso do bem a outrem, a título de direito real ou obrigacional. Exemplo: credor fiduciário; locador; comodante. Comentários: a cisão da posse serve para que ambos os possuidores possam exercer a proteção possessória (interditos possessórios) contra terceiros ou até mesmo entre si (possuidor direito e indireto). Exemplo: locador que entra no imóvel locado sem a autorização do locatário, durante prazo de vigência do contrato. ATENÇÃO: comodato por prazo indeterminado, para o comodante reaver a posse, deve haver a notificação para desocupação em prazo razoável, se ingressar com ação direta, perderá a ação, visto que o comodatário não é invasor. Após o prazo da notificação, se o comodatário não sair, aí sim poderá o ingresso da ação de reintegração de posse, em razão da posse ter se tornado injusta. DETENÇÃO Conceito: é aquilo que não é posse (parece, mas não é). É um instituto residual da posse. Espécies: A. fâmulo da posse (artigo 1198 do Código Civil): é o exercício da posse de outrem em cumprimento de ordens e ou instruções; Exemplo: motorista; caseiro. DIREITO CIVIL 3 B. invasão de bem público: não é passível de usucapir e não tem direito a indenização por benfeitorias; TEORIAS EXPLICATIVAS DA POSSE A. teoria objetiva da posse (adotada pelo nosso código civil): posse é "corpus' é a exteriorização de um dos atributos da propriedade, criada por Ihering; B. teoria subjetiva da posse: posse é o "corpus" e o "animus domini", ou seja, a exteriorização da propriedade e a intenção de ser dono, criada por Savigny. POSSE JUSTA E INJUSTA A. Posse justa: é aquela que não é injusta (conceito por exclusão); B. posse injusta: é aquela que é adquirida de forma violenta (física ou moral, sempre uma situação aparente); clandestina (adquirida de forma oculta) e/ou precária (obtida mediante abuso de confiança exemplo: comodatário que não desocupa no prazo do contrato ou da notificação). POSSE DE BOA-FÉ E MÁ-FÉ Posse de boa-fé: é aquela exercida por quem tem a firme crença de ser o legítimo possuidor, por quem ignora a existência de qualquer vício; defeito; irregular na sua posse; Exemplo: pessoa que comprou o imóvel de um estelionatário. Posse de má-fé: é aquele que tem a ciência do defeito; vício; irregularidade da sua posse. Exemplo: invasor de imóvel. Comentários: o possuidor de boa-fé tem direito aos frutos, a indenização e retenção (enquanto não houver indenização ele retém a coisa) pelas benfeitorias necessárias e úteis e o direito de levantamento das benfeitorias voluptuárias. O possuidor de má-fé não tem direito aos frutos e somente tem direito às indenizações pelas benfeitorias necessárias.
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