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meio-ambiente-e-sociedade - ESAB

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SISTEMAS DE
 INFORMAÇÕES 
 GERENCIAIS
www.esab.edu.br 3
Sumário
1. Apresentação I........................................................................04
2. Diferentes Formas de Poluição ............................................. 06
3. Impactos Humanos Sobre o Mundo Natural ......................... 15
4. Os Grandes Eventos Mundiais .............................................. 23
5. Organizações Não Governamentais (ONGs).........................32
6. Desenvolvimento Sustentável: Por Que e Para Que? .......... 38
7. Resumo I ............................................................................... 45
8. Apresentação II.......................................................................48
9. Agenda 2030 para o desenvolvimento Sustentável .............. 49
10. Gestão Ambiental e Desenvolvimento e Sustentável.............56
11. Desenvolvimento da Qualidade de Vida nas Cidades............63
12. Atitudes Indivíduais, Benefícios Coletivos..............................70
13. Sustentabilidade em Larga Escala ........................................ 78
14. Resumo II...............................................................................86
15. Apresentação III.....................................................................88
16. Meio Ambiente e Sociedade: Os Desafios Para o Ensino da 
Educação Ambiental no Brasil................................................89
17. Educação em Ação: Planejamento e Execução.....................97
18. Atividades de Educação Ambiental Urbana.........................105
19. Unidades de Conservação como Fontes de Preservação...123
20. A Carta da Terra e a Ecopedagogia.....................................129
21. Resumo III............................................................................135
22. GLOSSÁRIO ....................................................................... 137
23. BIBLIOGRAFIA .................................................................... 141
www.esab.edu.br 4
APRESENTAÇÃO
A CRISE AMBIENTAL
O agravamento dos problemas ambientais deu-se com a Revolução 
industrial, trazendo consigo a urbanização e a industrialização. 
Com a consolidação do capitalismo, propiciado por este momento 
histórico, o incentivo à produção e acúmulo de riquezas, aliada à 
necessidade aparente de se adquirir produtos novos a todo o 
momento, fez com que a ideia de progresso surgisse ligada à 
exploração e destruição de recursos naturais. Com isso, diferentes 
formas de poluição (do ar, da água, química, sonora e visual) 
levam à degradação continuada do mundo natural, tendo efeito 
somatório e resultados negativos para os seres vivos: agravamento 
do efeito estufa e do aquecimento global, aumento do desmatamento 
e aceleração do processo de desertificação e destruição da 
camada de ozônio são alguns exemplos de consequências 
deletérias que podem ser geradas. As rápidas mudancas que a 
Terra vem sofrendo nas últimas décadas refletem em problemas 
de cunho ambiental (altos índices de perda de biodiversidade, 
degradação do solo, mudanças hidrológicas, atmosféricas e 
climáticas), mas afetam também o sistema de interelacionamento 
dos humanos, os quais estão sujeitos a perder sua diversidade 
cultural por conta do processo desenfreado de globalização. Todos 
esses fatores levam a perdas significativas da qualidade de vida. 
Nesse cenário, a partir dos anos 40, importantes eventos e 
documentos de grande influência passaram a ser reconhecidos a 
nível mundial, demonstrando os impactos das atividades humanas 
sobre o mundo natural. Marcos cruciais da história ambiental 
foram definidos, a ponto de que a problemática socioambiental 
saiu de pequenas manifestações localizadas de alguns 
“ecologistas” e “ambientalistas” e ganhou espaço na mídia, nas 
instituições governamentais, nos centros de pesquisa, nas 
universidades, nos partidos políticos e na sociedade como um 
www.esab.edu.br 5
todo. Grande parte dos países do mundo passaram a ratificar 
planos estratégicos de cooperação para amenizar os impactos 
negativos criados pelos mesmos. Dentro da sociedade civil, as 
pessoas tem se conscientizado sobre a necessidade cotidiana de 
preservação do meio ambiente, visto que esse é um tema 
fundamental na preservação do planeta e na manutenção da vida. 
Com isso, muitos se organizam na forma de Organizações Não-
Governamentais (ONGs), que são entidades que não têm fins 
lucrativos e que realizam serviços assistenciais de interesse 
público.
www.esab.edu.br 6
Conforme consta na Lei nº 6.938/81 a legislação brasileira, define-
se poluição como “degradação da qualidade ambiental resultante 
de atividades que direta ou indiretamente prejudiquem a saúde, a 
segurança e o bem-estar da população; criem condições adversas 
às atividades sociais e econômicas; afetem desfavoravelmente a 
biota; afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio 
ambiente; lancem matérias ou energia em desacordo com os 
padrões ambientais estabelecidos”.
De acordo com a Lei 9.605/98, causar poluição de qualquer 
natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos 
à saúde humana ou que provoquem a mortalidade de animais ou 
a destruição significativa da flora, passa a ser crime ambiental. 
Haverá aumento da pena se ocorrer dano ambiental grave ou 
irreversível. A legislação brasileira é clara quanto à regulamentação 
e penalidades, porem o grande desafio é promover uma fiscalização 
eficiente, a ponto de ser cumprida pelas empresas, pelas indústrias, 
pelo poder público e também pelos consumidores.
De acordo com suas origens, pode classificar a poluição em:
- Poluição do ar
Também chamada de poluição atmosférica, refere-se à 
contaminação do ar por gases, líquidos e partículas sólidas em 
suspensão, material biológico e até mesmo energia. De acordo 
www.esab.edu.br 7
com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a poluição do ar é 
responsável por mais de sete milhões de mortes por ano no mundo 
- matando mais que a AIDS e a Malária.
Existem várias atividades e fatores que são causas da poluição 
do ar. Essas fontes podem ser dividas em duas categorias: fontes 
naturais e fontes antropogênicas (causadas pelo homem). Dentre 
as fontes naturais, pode-se destacar a poeira de áreas naturais, 
como os desertos; fumaça e monóxido de carbono emitido nas 
queimas naturais; decomposição de matéria orgânica; decai-
mento radioativo dos minerais que formam as rochas; atividade 
microbiológica nos oceanos, liberando gases sulfurosos; atividade 
vulcânica, que emite diversos poluentes como dióxido de carbono 
(CO2), dióxido de enxofre (SO2) e cinzas em grandes quantidades, 
podendo assim causar danos terríveis; metano emitido no proces-
so de digestão dos animais. Esta última atividade tem sua emis-
são aumentada pela ação do homem devido ao grande número de 
animais criados para a alimentação, como o gado, por exemplo, 
que corresponde a uma grande parte das emissões de metano no 
meio ambiente.
Dentre as fontes antropogênicas, pode-se citar as fábricas, usinas 
de energia, incineradores e fornalhas, que utilizam a queima de 
combustíveis fósseis ou de biomassa, como madeira; queimadas 
controladas na agricultura e no gerenciamento de florestas; 
aerossóis, tinta, sprays de cabelo e outros solventes; emissão de 
amônia pelo uso de fertilizantes; atividade mineradora; veículos 
automotores, como carros, motos, caminhões e aviões, sendo que 
o transporte contribui com cerca de metade das emissões de 
monóxido de carbono (CO) e óxido de nitrogênio (NO), que são 
gases altamente poluentes e tóxicos à saúde humana.
Nove em cada dez pessoas respiram ar contaminado no mundo 
de acordo com o mais recente relatório da Organização Mundial 
http://www.dw.com/pt-br/nove-em-cada-dez-pessoas-no-mundo-respiram-ar-polu%C3%ADdo-diz-oms/a-43620928
www.esab.edu.br 8
da Saúde, publicado em 2018. A agência da ONU estima que sete 
milhões de pessoas morram anualmente em decorrência da má 
qualidade do ar, sendo que no Brasil, há cerca de 50 mil mortespor ano. As mortes ocorrem principalmente devido à inalação dos 
gases e à exposição a partículas finas que penetram profundamente 
nos pulmões e no sistema cardiovascular, podendo causar 
acidentes vasculares cerebrais (AVC), doenças cardíacas, câncer 
de pulmão, doenças pulmonares obstrutivas crônicas e infecções 
respiratórias, incluindo pneumonia.
- Poluição química
Esse tipo de poluição refere-se principalmente à contaminação 
ambiental do solo e das águas, normalmente gerada pelo descarte 
incorreto de produtos químicos. Dentre os produtos que 
geram poluição química, pode-se citar os esgotos domésticos, 
resíduos industriais e agrotóxicos.
Os poluentes químicos podem ser classificados em:
• Biodegradáveis: aqueles que são decompostos pela ação 
de bactérias após determinado tempo. Alguns exemplos são 
os detergentes, inseticidas e fertilizantes.
• Persistentes: são produtos que se mantêm por longos 
períodos no meio ambiente e nos organismos. Estes 
poluentes podem causar graves problemas como a 
contaminação de peixes e crustáceos e outros alimentos. 
São exemplos de poluentes persistentes o DDT (dicloro-
difenil-tricloroetano), o mercúrio, etc.
Os impactos da poluição química para a saúde humana são 
enormes. Tosse, ardência nos olhos, nariz e garganta e dificuldades 
respiratórias são alguns dos sintomas recorrentes. Dependendo 
do tipo de poluente e da intensidade do contato, as pessoas podem 
desenvolver câncer e ter os seus sistemas reprodutores e 
www.esab.edu.br 9
imunológicos danificados. Na natureza, o enxofre acidifica o ar, 
agravando o risco de chuva ácida. Gases liberados por queima de 
combustíveis e derivados de carvão e petróleo também são uma 
poluição química, desestabilizando a camada de ozônio e 
causando o efeito estufa, levando ao degelo das calotas polares. 
Dentre os prejuízos causados pela poluição química, além de 
muitas vezes tornar impróprios para a vida os ambientes onde o 
resíduo químico foi incorretamente depositado, há a possibilidade 
de contaminar organismos de outros ambientes por meio da cadeia 
alimentar, uma vez que esses poluentes podem se acumular nos 
organismos. Esse evento é chamado de magnificação trófica ou 
biomagnificação. Este fenômeno se dá devido ao acúmulo 
progressivo de substâncias de um nível trófico para outro, ao longo 
de uma cadeia alimentar. Dessa forma, a substância terá sua 
maior concentração nos indivíduos que ocupam níveis tróficos 
mais distantes dos produtores; ou seja, consumidores são mais 
afetados. Para que ocorra a biomagnificação, as substâncias 
devem ser lipossolúveis (solúveis em lipídios) e, dessa forma, 
aderirem-se aos tecidos vivos. Uma outra característica das 
substâncias que sofrem biomagnificação é que elas, de um modo 
geral, não são biodegradáveis ou não são metabolizadas pelo 
organismo. O fenômeno é bastante comum com metais pesados 
(chumbo e mercúrio) e com certos compostos orgânicos, como, 
por exemplo, o inseticida DDT.
- Poluição da água
A água é um recurso finito essencial para a manutenção da vida 
no planeta. Através de atividades antrópicas relacionadas ao 
descarte indevido de efluentes, uso inadequado de substâncias 
químicas, extração de recursos e modificação de condições físico-
químicas, causamos a redução na qualidade da água, poluindo-a 
e gerando consequências negativas tanto para os demais 
componentes da biosfera quanto para a própria sociedade humana.
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A problemática da contaminação das fontes de água superficiais 
(rios, lagos, lagoas e represas) e subterrâneas (lençóis freáticos) 
deve-se às grandes concentrações urbanas, que necessitam de 
volumes de água em quantidades enormes – milhares de metros 
cúbicos por hora – e também produzem resíduos em grande 
escala, que poluem os corpos d’água. Os recursos hídricos 
poluídos por descargas de resíduos humanos e de animais 
transportam grande variedade de patógenos, entre eles bactérias, 
vírus, protozoários ou organismos multicelulares, que podem 
causar doenças gastrintestinais (TUNDISI; TUNDISI, 2009). 
A poluição de rios, lagos, oceanos e aquíferos pode ser pontual 
(quando ocorre através de uma única fonte identificável) ou não-
pontual/difusa. A primeira é a forma mais fácil de ser combatida, 
uma vez que a origem dos poluentes pode ser rastreada e limitada. 
Um exemplo seria o despejo de esgoto através de canos. Para 
evitar que estes poluam os corpos d’água, os encanamentos de 
esgoto doméstico e industrial devem passar por estações de 
tratamento de esgoto antes de serem direcionados para o 
ambiente. Dependendo da origem do poluente, são necessárias 
etapas adicionais de descontaminação a fim de remover metais 
pesados, substâncias tóxicas, patógenos e reduzir a concentração 
de matéria orgânica presente na água. 
As fontes difusas são mais difíceis de serem combatidas e 
geralmente seu tratamento envolve uma maior logística e uso de 
recursos financeiros. O uso de pesticidas e fertilizantes nas zonas 
rurais é um exemplo de fonte não-pontual de contaminação 
aquática pois estas substâncias penetram no solo e são carreadas 
para rios e aquíferos através de muitos quilômetros de extensão. 
Nestes casos, a melhor abordagem seria limitar o uso de pesticidas 
e fertilizantes ou estipular uma distância de segurança em relação 
aos corpos hídricos próximos às plantações.
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Um efeito comum da poluição de lagos é a eutrofização. Quando 
poluentes com altas concentrações de fósforo e nitrogênio se 
acumulam em ambientes de águas mais calmas (como lagos e 
lagoas), eles causam o crescimento descontrolado de algumas 
espécies de cianobactérias. Este crescimento, conhecido como 
florações ou bloom, causa a formação de um tapete de algas na 
superfície da água, reduzindo a entrada de luz e oxigênio. Ao 
mesmo tempo, o acúmulo anormal de matéria orgânica aumenta 
a taxa de decomposição, agravando o quadro de anóxia (falta de 
oxigênio), o que causa uma alta mortandade de peixes e outros 
organismos aquáticos.
A fim de evitar a degradação dos recursos hídricos, são necessárias 
medidas preventivas relacionadas ao tratamento de poluentes e 
constante monitoramento dos corpos d’água seguindo protocolos 
estabelecidos. Para reduzir a contaminação da água, deve-se 
tratar os resíduos domiciliares, industriais e agrícolas em estações 
de tratamento, manter a vegetação nativa nas margens de rios e 
lagos, reduzir o uso de compostos químicos de difícil degradação, 
tratar de forma especial os resíduos contendo metais pesados, 
controlar a produção de resíduos das atividades industriais e de 
mineração, construir sistemas de escoamento das águas da chuva 
e aperfeiçoar práticas mais sustentáveis (como o uso de materiais 
biodegradáveis, a rotação de cultivos agrícolas, plantações 
orgânicas e reciclagem). 
- Poluição visual
A poluição visual se dá quando as informações visuais estão em 
excesso, ou algum fator que cause estresse estético no ambiente 
que afeta a qualidade de vida dos seres humanos. A poluição 
visual é encontrada em áreas urbanas, principalmente em áreas 
comerciais pelo excesso de propagandas, as quais modificam as 
www.esab.edu.br 12
paisagens, podendo causar acidentes automobilísticos devido às 
distrações ao volante. Além das propagandas, outra fonte de 
poluição visual são os cabos entrelaçados a postes e as pichações, 
que acarretam na desvalorização do valor histórico de vários 
prédios e monumentos históricos desviando a atenção da 
população. Pichações, além de serem consideradas poluição, são 
consideradas crime ambiental e vandalismo, além de afetar a 
microeconomia local com os seus reparos. A pichação é a única 
poluição visual que é considerada crime pela legislação brasileira. 
A exposição prolongada à poluição visual afeta a saúde humana, 
provocando desconforto visual, estresse e até transtornos a saúde 
mental. Em casos de muita repetição da mesma propaganda, há 
o incentivo ao consumo excessivo, que acarreta obesidade, 
tabagismo, alcoolismo eaumento em produção de lixo e resíduos, 
principalmente no descarte dos materiais utilizadas na produção 
de tais propagandas. No Brasil, fica explícita a poluição visual em 
período de eleição, no qual se encontra, além das propagandas 
consumistas e de serviços, as propagandas eleitorais em muros 
de casas, em carros, postes e placas de utilidades públicas, além 
dos panfletos de propaganda eleitoral espalhados pelos chãos em 
vias e estabelecimentos públicos, acarretando em outros tipos de 
poluição e desmatamento. Os municípios são os responsáveis 
pela fiscalização da poluição visual de acordo com a lei 6.938/81.
- Poluição sonora
Poluição sonora remete a qualquer ruído que possa prejudicar a 
saúde, um som com o volume extremamente alto ou a um ruído 
ou barulho que interfira negativamente na qualidade de vida. Em 
relação ao ouvido humano, segundo a Organização Mundial da 
Saúde, há prejuízos à saúde de acordo com o nível de barulho 
exercido.
www.esab.edu.br 13
Segundo as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas 
(ABNT), cada tipo de ambiente tem um nível máximo aceitável de 
decibéis diferentes. Em áreas hospitalares e dormitórios, o limite 
é de 45 decibéis (dB); em ambientes educacionais, 50 dB; em 
casas de espetáculos e esportes fechados, 60 dB; em escritórios: 
65 dB. Quando o nível excede 50 dB, as pessoas já começam a 
aparecer dificuldades cognitivas, de concentração e tensão. Acima 
dos 65 dB, os indivíduos podem apresentar colesterol elevado, 
diminuição do sistema imunológico e aumento dos índices de 
morfina, podendo torná-lo quimicamente dependente. Acima de 
70 dB, há abalo da saúde mental, ocasionando incidências de 
zumbidos, tontura, aumentam as chances de infartos, além de 
começar a afetar as estruturas de audição, progressivamente 
levando a perdas auditivas, podendo chegar a surdez.
A poluição sonora afeta também outros animais, expondo-os a 
estado de extremo estresse, atrapalhando seus instintos de caça, 
sua reprodução e interferindo em sua comunicação. Os mais 
afetados são os animais marinhos. Como os ambientes 
subaquáticos não são habitados por seres humanos e o som se 
propaga com mais rapidez, o nível de ruídos é extremamente alto 
devido a motores de barcos e navios, plataformas petrolíferas, 
entre outros, afetando principalmente os golfinhos e baleias que 
têm como comunicação os sonares. Em relação às plantas, o 
volume excessivo de ruídos atrapalha o seu crescimento devido 
aos tremores que as fazem perder água.
Medidas podem ser tomadas no intuito de diminuir e/ou evitar as 
consequências da poluição sonora em relação a saúde: evitar 
áreas barulhentas, evitar buzinar, usar de equipamento acústico 
devidamente apropriado nas indústrias e construções, não escutar 
músicas em volume muito alto, não acelerar automóveis sem estar 
em movimento.
www.esab.edu.br 14
Acesse o link abaixo:
http://bdpi.usp.br/bitstream/handle/BDPI/40293/
S 1 8 0 6 - 3 7 1 3 2 0 1 2 0 0 0 5 0 0 0 1 5 .
pdf?sequence=1&isAllowed=y
e leia o artigo de revisão “A poluição do ar e o 
sistema respiratório”para entender um pouco mais 
sobre os efeitos nocivos da poluição atmosférica 
sobre o corpo humano.
http://bdpi.usp.br/bitstream/handle/BDPI/40293/S1806-37132012000500015.pdf?sequence=1&isAllowed=y
http://bdpi.usp.br/bitstream/handle/BDPI/40293/S1806-37132012000500015.pdf?sequence=1&isAllowed=y
http://bdpi.usp.br/bitstream/handle/BDPI/40293/S1806-37132012000500015.pdf?sequence=1&isAllowed=y
www.esab.edu.br 15
Por volta de 1970, governos e entidades começaram a dar atenção 
às consequências de suas ações no meio ambiente. Quatro 
décadas depois ainda existem dificuldades para controlar a 
exploração desenfreada dos recursos naturais. O modelo 
capitalista de desenvolvimento, cada vez mais arraigado nas 
sociedades atuais, exerce uma pressão muito forte sobre o meio 
ambiente, o que culminou em uma crise ambiental global. Segundo 
o relatório “Panorama Ambiental Global (Geo-5)”, divulgado pelo 
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) 
durante o Rio+20, poucos avanços ocorreram em algumas metas 
criadas em 1992 para reduzir os efeitos das crises ambientais. 
Nas duas últimas décadas, houve agravamento do desmatamento 
das florestas, da pesca excessiva, da poluição do ar e da água, além 
das emissões de gases causadores do efeito estufa, causando 
alterações climáticas, desertificação e secas. Alguns destes 
fenômenos serão analisados separadamente para compreensão 
da sua dimensão.
- Efeito estufa e aquecimento global
O efeito estufa é um fenômeno natural e possibilita a vida humana 
na Terra. Parte da energia solar que chega ao planeta é refletida 
diretamente de volta ao espaço e parte penetra na Terra, 
promovendo o seu aquecimento. Uma parcela desse calor que 
entra é irradiada de volta ao espaço, mas é bloqueada pela 
presença de gases como o gás carbônico (CO2), o metano (CH4) 
e o vapor d’água (H2O), que funcionam como uma cortina de gás 
www.esab.edu.br 16
que vai da superfície da Terra em direção ao espaço, impedindo 
que a energia do sol absorvida pela Terra durante o dia seja emitida 
de volta para o espaço. Sendo assim, parte do calor fica 
“aprisionado” próximo da Terra, o que faz com que a temperatura 
média do nosso planeta seja em torno de 15°C. A esse fenômeno 
de aquecimento da Terra dá-se o nome de efeito estufa. Se não 
existisse o efeito estufa, a temperatura média na Terra seria em 
torno de –15°C e não existiria água na forma líquida, nem vida.
O balanço entre a energia solar incidente e a energia refletida na 
forma de calor pela superfície terrestre mantém praticamente 
inalterado. Entretanto, isso pode ser alterado devido ao aumento 
da quantidade de energia refletida de volta ao espaço, devido a 
mudanças na concentração de gases de efeito estufa na atmosfera, 
o que pode ocorrer em função do aumento das emissões desses 
gases pelas atividades humanas: na agricultura, por meio da 
preparação da terra para plantio e aplicação de fertilizantes; na 
pecuária, por meio do tratamento de dejetos animais e pela 
fermentação entérica do gado; no transporte, pelo uso de 
combustíveis fósseis, como gasolina e gás natural; no tratamento 
dos resíduos sólidos, pela forma como o lixo é tratado e disposto; 
nas florestas, pelo desmatamento e degradação de florestas; e 
nas indústrias, pelos processos de produção, como cimento, 
alumínio, ferro e aço, por exemplo. 
Embora o clima tenha apresentado mudanças ao longo da história 
da Terra, a atualidade mostra aspectos distintos. A concentração 
de CO2 na atmosfera observada em 2005 excedeu, e muito, a 
variação natural dos últimos 650 mil anos, atingindo valor recorde 
de 379 partes por milhão em volume (ppmv). Enquanto as 
mudanças do clima no passado decorreram de fenômenos 
naturais, nos últimos 50 anos, a maior parte tem sido atribuída às 
atividades humanas. A principal evidência dessa mudança atual 
www.esab.edu.br 17
do clima é o aquecimento global. Nos últimos 140 anos, a 
temperatura do planeta aumentasse em média 0,76oC. Pode 
parecer pouco, mas esse aumento já foi suficiente para abalar o 
clima do planeta. As projeções sugerem que o aumento de 
temperatura para o final do século XXI pode ser em média de 1,8 
a 4ºC. Se a emissão de gás carbônico continuar aumentando na 
mesma velocidade dos últimos anos, a temperatura do planeta 
poderá aumentar tanto que os desastres previstos são muito 
grandes. Por exemplo, o gelo das regiões polares poderá derreter, 
causando inundações de grande parte da costa dos continentes, 
sendo que cidades litorâneas inteiras poderão desaparecer. As 
correntes oceânicas poderão ser afetadas de forma a alterar a 
distribuição de calor na Terra, grandes regiões agrícolas poderão 
se tornar desertos, e tempestades violentas poderão ocorrer com 
mais frequência por causa das variações climáticas.
Um efeito dramático já perceptível do aquecimento global é o 
branqueamento de corais, que ocorre quando algum estresse, 
principalmente mudançasbruscas de temperatura, que faz o coral 
expulsar as algas microscópicas que vivem em simbiose com 
ele. Essas algas, chamadas zooxantelas, são a principal fonte 
de alimento do coral e lhe dão cor. Quando o mar esquenta demais, 
elas vão embora. Assim, o coral passa fome e fica mais suscetível 
a doenças, podendo morrer. De acordo com Hughes e colaboradores 
(2018), os corais estão a morrer a um ritmo inédito, pois o 
branqueamento está cinco vezes maior que em 1980.
- Desmatamento e desertificação 
O desmatamento consiste no processo contínuo de remoção da 
vegetação superficial de uma grande área. Uma retirada aleatória 
e esporádica de uma árvore no meio de uma vasta floresta não 
pode ser considerada desmatamento, pois, nesse caso, a floresta 
continua existindo e mantém-se em equilíbrio. Remover a 
vegetação, mais do que simplesmente derrubar árvores, é diminuir 
www.esab.edu.br 18
ou extinguir o habitat de diferentes espécies, desproteger o solo e 
também gerar impactos sobre os cursos d’água.
Dentre as consequências do desmatamento, pode-se citar: 
extinção de espécies, sobretudo as endêmicas, pois florestas são 
habitats e fontes de alimento; alteração ou até eliminação de 
cursos d’água, que dependem das florestas para o controle do 
assoreamento de seus leitos e também para a manutenção de 
suas margens, evitando ou diminuindo os casos de erosão; 
problemas climáticos, haja vista que muitas florestas emitem uma 
grande quantidade de umidade para a atmosfera, de forma que a 
sua retirada acarreta menores quantidades de chuva e interferência 
nas médias de temperatura em várias outras regiões que costumam 
receber essa umidade; exposição do solo aos agentes 
intempéricos, o que eleva os casos de erosão e, em regiões de 
clima árido e semiárido, até a intensificação do processo de 
desertificação.
 
A desertificação é o estágio final da degradação do solo, quando 
a perda de nutrientes e microrganismos o torna incapaz para as 
atividades produtivas. A desertificação caracteriza-se pela redução 
da vegetação e da capacidade produtiva do solo. O seu 
desenvolvimento é mais propício em regiões áridas, semiáridas e 
pouco úmidas, podendo ser desencadeado por fatores naturais 
(variações climáticas) ou pela ação humana. O principal fator que 
incide no aumento da desertificação é a utilização inadequada do 
solo por meio das atividades humanas. A retirada da vegetação 
nativa para implementação de pastos e lavouras ou para uso como 
fonte de energia (lenha e carvão) deixam os solos descobertos e 
expostos à erosão. A agropecuária intensiva, realizada sem 
descanso e sem técnicas de conservação do solo, provoca erosão 
e compromete a produtividade, pois pode torná-lo compacto e 
pouco permeável, até a área tornar-se improdutiva. A irrigação 
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mal planejada também provoca a salinização dos solos, 
inviabilizando seu uso em pouco tempo. 
O Mar de Aral, localizado na Ásia entre o Uzbequistão e o 
Cazaquistão constitui um exemplo do planejamento inadequado 
de irrigação de um local. Aquele que já foi considerado o quarto 
maior mar interior da Terra, sofreu com o desvio de águas de seus 
dois principais afluentes, os rios Amu Daria e Sir Daria. Projetos 
de irrigação mal feitos, que perdiam até 75% da água captada em 
vazamentos e evaporação, consumiram 90% do recurso que 
chegava ao Mar de Aral para suprir as plantações de algodão. 
Como resultados negativos, destacam-se a formação do Aralkum, 
um grande deserto de sal e poluentes sólidos que se formou a 
partir da seca do mar; a salinidade quase quintuplicou e matou a 
maior parte da flora e fauna naturais, sendo que a eliminação dos 
peixes levou à falecia da indústria pesqueira e das cidades ao 
longo das margens, aumentando o desemprego; as águas que 
sobraram ficaram poluídas, sobretudo por conta dos testes com 
armamentos e projetos industriais, e o uso maciço de pesticidas 
e fertilizantes. 
Como consequências da desertificação, observa-se a intensificação 
do processo de erosão e de salinização do solo; redução da 
disponibilidade de águas subterrâneas; perda da biodiversidade; 
redução das terras agricultáveis e, consequentemente, da 
produção agrícola; desenvolvimento de fluxos migratórios do 
campo para a cidade, pois as familias migram para as zonas 
urbanas em busca de melhores condições de vida.
Por esses motivos, é importante intensificar as políticas de combate 
e controle do desmatamento, criminalizando mais enfaticamente o 
processo de retirada ilegal de madeira, ampliando a fiscalização e 
melhorando os sistemas de vigilância. Além disso, o 
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reaproveitamento de produtos feitos de madeira ou a substituição 
dessa matéria-prima por outros tipos, reduzindo o consumo, 
também são formas de solucionar esse problema.
- Destruição da camada de ozônio
Em volta da Terra, há uma frágil camada de um gás chamado 
ozônio (O3), que protege animais, plantas e seres humanos dos 
raios ultravioleta emitidos pelo Sol. Na superfície terrestre, o 
ozônio contribui para agravar a poluição do ar das cidades e a 
chuva ácida. Mas, nas alturas da estratosfera (entre 25 e 30 km 
acima da superfície), é um filtro a favor da vida. Sem ele, os raios 
ultravioleta poderiam eliminar todas as formas de vida no planeta.
Diversas substâncias químicas acabam destruindo o ozônio 
quando reagem com ele. Tais substâncias contribuem também 
para o aquecimento do planeta, conhecido como efeito estufa. Os 
óxidos nítricos e nitrosos expelidos pelos exaustores dos veículos, 
o CO2 produzido pela queima de combustíveis fósseis, como o 
carvão e o petróleo, e sobretudo o grupo de gases chamado 
clorofluorcarbonos (CFCs) são as principais fontes de destruição 
da camada de ozônio. Depois de liberados no ar, os CFCs (usados 
como propelentes em aerossóis, como isolantes em equipamentos 
de refrigeração e para produzir materiais plásticos) levam cerca 
de oito anos para chegar à estratosfera onde, atingidos pela 
radiação ultravioleta, se desintegram e liberam cloro. Por sua vez, 
o cloro reage com o ozônio que, consequentemente, é transformado 
em oxigênio (O2). O problema é que o oxigênio não é capaz de 
proteger o planeta dos raios ultravioleta. Uma única molécula de 
CFC pode destruir 100 mil moléculas de ozônio.
Apesar de a camada de ozônio absorver a maior parte da radiação 
ultravioleta, uma pequena porção atinge a superfície da Terra. É 
essa radiação que acaba provocando o câncer de pele, que mata 
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milhares de pessoas por ano em todo o mundo. Os seres humanos 
não são os únicos atingidos pelos raios ultravioleta. Todos as 
formas de vida, inclusive plantas, podem ser debilitadas. Acredita-
se que níveis mais altos de radiação podem diminuir a produção 
agrícola, o que reduziria a oferta de alimentos. A vida marinha 
também está ameaçada, especialmente o plâncton (plantas e 
animais microscópicos) que vive na superfície do mar. Esses 
organismos minúsculos estão na base da cadeia alimentar marinha 
e absorvem mais da metade das emissões de dióxido de carbono 
(CO2) do planeta.
Na década de 80, a Nasa identificou um buraco de cerca de 7 
milhões de km2 sobre a Antártida, o qual, em 1995, já chegava a 
10 milhões de km2. Uma série de fatores climáticos faz da 
estratosfera sobre a Antártida uma região especialmente suscetível 
à destruição do ozônio. Toda primavera, no Hemisfério Sul, 
aparece um buraco na camada de ozônio sobre o continente. Os 
cientistas observaram que o buraco vem crescendo e que seus 
efeitos têm se tornado mais evidentes. Médicos da região têm 
relatado uma ocorrência anormal de pessoas com alergias e 
problemas de pele e visão. 
No Hemisfério Norte, também foi identificado um buraco em 1992, 
o qual também vem crescendo. Os Estados Unidos, a maior parte 
da Europa, o norte da China e o Japão já perderam 6% da proteção 
de ozônio. O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente 
(PNUMA) calcula que cada 1% de perda da camada de ozônio 
cause 50 mil novos casosde câncer de pele e 100 mil novos casos 
de cegueira, causados por catarata, em todo o mundo.
O principal acordo internacional relacionado à proteção da Camada 
de Ozônio é o Protocolo de Montreal, que entrou em vigor em 
1989, cujo objetivo é prevenir e regular as emissões mundiais das 
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substâncias responsáveis pela degradação da camada de ozônio. 
Segundo este documento, deveria haver uma redução no consumo 
de CFCs de 20% até 1994 e de 50% até 1999, tomando como 
referência os níveis de consumo de 1986. Como alternativa aos 
CFCs, surgiram os HCFCs (Hidroclorofluorcarbonos), que 
possuem um potencial de destruição da camada de ozônio menor. 
Apesar disso, a Emenda de Viena, criada em 1995, também definiu 
restrições ao uso dos HCFCs, estabelecendo uma redução de 
90% de consumo até 2015 e uma suspensão total até 2040. Isso 
porque esses gases contribuem para o efeito estufa e são regulados 
pelo Protocolo de Kyoto para terem sua emissão reduzida.
O rio São Francisco é um dos mais importantes cursos d'água 
do Brasil, o qual passa por cinco estados e 521 municípios, 
sendo sua nascente localizada em Minas Gerais e sua foz no 
estado de Alagoas, onde o deságue ocorre no Oceano Atlântico. 
O projeto de transposição deste rio prevê o desvio da água 
para sanar essa deficiência hídrica na região do Semi-Árido 
através da transferência de água do rio para abastecimento de 
açudes e rios menores na região Nordeste, diminuindo a seca 
no período de estiagem. A partir da visualização do vídeo 
(https://globoplay.globo.com/v/6297898/), reflita: a partir do que 
aconteceu no Mar de Aral, na Ásia, será que o Rio São Francisco 
tem vazão de água suficiente para sustentar tal projeto? As 
populações assoladas pela seca podem esperar ainda mais 
por uma solução? 
https://globoplay.globo.com/v/6297898/
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Ao longo de várias décadas, a humanidade vem consumindo os 
recursos naturais de forma descontrolada e poluindo diferentes 
ambientes, tais como águas, ar e solo, ocasionando a degradação 
severa do meio ambiente. A interdependência entre o homem e os 
demais seres vivos já é sabida há tempos e foi evidenciada por 
Thomas Huxley em 1863, em seu ensaio Evidências sobre o lugar 
do homem na natureza. Além disso, o diplomata George Perkin 
publicou o livro O homem e a natureza: o a geografia física 
modificada pela ação do homem, demonstrando que os recursos 
naturais do planeta estavam sendo esgotados e que as populações 
modernas entrariam em colapso, caso não houvesse mudanças.
Diante da clara relação entre humanos e natureza, em 1869, 
Ernest Haeckel propôs o termo “ecologia” para definir as relações 
existentes entre as espécies umas com as outras e destas em 
relação ao meio ambiente. Ainda no século XIX, é criado o primeiro 
parque nacional do mundo, o Parque de Yellowstone, localizado 
nos EUA. Patrick Geddes, um botânico escocês considerado o 
Pai da Educação Ambiental, preocupava-se com os efeitos da 
Revolução Industrial, iniciada em 1779, na Inglaterra, pelo 
desencadeamento do processo de urbanização e suas 
consequências para o ambiente natural. O intenso crescimento 
econômico do pós-guerra acelerou a urbanização, e os sintomas 
da perda da qualidade ambiental começavam a aparecer em 
diversas partes do mundo. Apesar disso, apenas em 1945 começa-
se a utilizar a expressão “estudos ambientais” por alguns 
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profissionais de ensino da Grã-Bretanha. Em 1947, surge a União 
Internacional para a Conservação da Natureza (sigla em inglês: 
IUCN) na Suíça. Essa instituição é a autoridade global sobre o 
status do mundo natural e as medidas necessárias para protegê-
lo.
A primeira grande catástrofe ambiental ocorreu em 1952, quando 
o ar densamente poluído de Londres provocaria a morte de 1.600 
pessoas, desencadeando o processo de sensibilização sobre 
qualidade ambiental na Inglaterra. Isso culminou com a aprovação 
da “Lei do Ar Puro” pelo parlamento inglês, em 1956. Esse fato 
desencadeou uma série de discussões em outros países, 
estimulando o surgimento do ambientalismo nos Estados Unidos 
a partir de 1960.
A década de 60 começava exibindo ao mundo as consequências 
do modelo de desenvolvimento econômico adotado pelos países 
ricos, traduzido em níveis crescentes de poluição atmosférica nos 
grandes centros urbanos, perda da cobertura vegetal da terra e, 
consequentemente, perda da fertilidade do solo, assoreamento 
dos rios, inundações e pressões crescentes sobre a biodiversidade. 
Assim, em 1962, o livro “Primavera Silenciosa”, da jornalista 
americana Rachel Carson, alertava sobre os efeitos danosos de 
inúmeras ações humanas sobre o ambiente, como por exemplo o 
uso de pesticidas. Esta publicação viria a se tornar um clássico na 
história do movimento ambientalista mundial, desencadeando 
inquietação internacional e suscitando discussões em diversos 
foros. 
Enquanto os governos não conseguiam definir os caminhos do 
entendimento, a sociedade civil movimentava-se em todo o mundo. 
Em março de 1965, durante a Conferência em Educação na 
Universidade de Keele, Grã-Bretanha, surgia o termo Environmental 
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Education – Educação Ambiental. Na ocasião, foi aceito que a 
Educação Ambiental deveria tornar-se uma parte essencial da 
educação de todos os cidadãos. Nesse mesmo ano, o filósofo e 
médico alemão Albert Schweitzer ganhou o Prêmio Nobel da Paz, 
em reconhecimento ao seu trabalho de popularização da ética 
ambiental.
O Clube de Roma, criado em 1968 por um grupo de trinta 
especialistas de diversas áreas liderado pelo industrial Arillio 
Peccei e pelo químico inglês Alexander King, tinha como objetivo 
promover a discussão da crise atual e futura da humanidade. Em 
1971, essa entidade encomenda ao Instituto de Tecnologia de 
Massachussets (sigla em inglês: MIT), nos Estados Unidos da 
América, um estudo sobre a situação do Planeta. O Clube de 
Roma publica em 1972 o relatório “Os limites do crescimento”, o 
qual buscava demonstrar que o crescente consumo exagerado 
levaria a população a um limite de crescimento e, provavelmente, 
a um colapso. Inicialmente, o conteúdo do documento fora ignorado 
por políticos, embora tenha alertado sobre os perigos da expansão 
desenfreada, e hoje é um dos clássicos da literatura mundial sobre 
o movimento ambientalista. 
A partir da década de 70, o cenário envolvendo a temática ambiental 
torna-se mais movimentado. Em 1972, impulsionada pelas 
informações do relatório do Clube de Roma, a Organização das 
Nações Unidas (ONU) promoveu em junho, na Suécia, a 
Conferência da ONU sobre o Ambiente Humano, a qual ficou 
popularmente conhecida como Conferência de Estocolmo. Nela, 
reuniram-se representantes de 113 países – inclusive o Brasil – a 
fim de estabelecer uma visão global e princípios comuns que 
servissem de inspiração e orientação à humanidade para 
preservação e melhoria do ambiente.
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Esta Conferência é considerada um marco político internacional 
para o surgimento de políticas de gestão ambiental. Ali foram 
propostos novos conceitos como o do Ecodesenvolvimento, uma 
nova visão das relações entre o meio ambiente e o desenvolvimento; 
a criação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente 
(PNUMA), com sede em Nairóbi, Quênia; gerados documentos 
relevantes como a Declaração sobre o Meio Ambiente Humano ou 
Declaração de Estocolmo, que expressa a convicção de que “tanto 
as gerações presentes como as futuras, tenham reconhecidas 
como direito fundamental, a vida num ambiente sadio e não 
degradado”, e a recomendação de que se criasse o Programa 
Internacional de Educação Ambiental (PIEA), conhecida como 
“Recomendação 96”. A Recomendação 96 sugere que “se promova 
a Educação Ambiental como uma base de estratégias para atacar 
a crise do meio ambiente”. A Conferência também constituiu o Dia 
Mundial do Meio Ambiente, que passou a ser comemorado no dia 
05 de junho de cada ano. A partir desse evento, a atenção mundial 
foi direcionada paraas questões ambientais, especialmente para 
a degradação ambiental e a poluição interfronteiras, popularizando 
o conceito da dispersão, de grande importância para evidenciar o 
fato de que a poluição não reconhece limites políticos ou geográficos 
e afeta países, regiões e pessoas para muito além do ponto em 
que foi gerada.
A Conferência de Estocolmo também gerou controvérsias: 
representantes dos países em desenvolvimento acusaram os 
países industrializados de quererem limitar seus programas de 
desenvolvimento, usando as políticas ambientais de controle de 
poluição como um meio de inibir a sua capacidade de competição 
no mercado internacional – o chamado “desenvolvimento zero”. 
Os países do chamado Terceiro Mundo defendiam a posição de 
que todas as nações tinham direito ao crescimento econômico, 
mesmo sendo as custas de grandes degradações ambientais, 
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desde que o resultado fosse o aumento do seu Produto Interno 
Bruto – o que ficou conhecido como “desenvolvimento a qualquer 
custo”. Nessa época, o Brasil estava sob vigência do regime 
militar e em pleno milagre econômico, em que os investimentos 
governamentais em grandes obras (como a Rodovia 
Transamazônica, a Ponte Rio-Niterói, a Usina de Energia Nuclear 
de Angra dos Reis), eram considerados prioritários, pois ampliavam 
a infraestrutura que, por sua vez, possibilitava o crescimento 
desenfreado que exigia ainda mais infraestrutura de base. Dessa 
forma, à época, os representantes brasileiros não reconheceram 
a gravidade dos problemas ambientais.
Três anos mais tarde, em 1975, em resposta às recomendações 
da Conferência de Estocolmo, a UNESCO promoveu em Belgrado 
(Iugoslávia) um Encontro Internacional em Educação Ambiental, 
congregando especialistas de 65 países. No encontro, foram 
formulados princípios e orientações para um Programa 
Internacional de Educação Ambiental (PIEA), segundo os quais 
esta deveria ser contínua, multidisciplinar, integrada às diferenças 
regionais e voltada para os interesses nacionais. A discussão 
sobre as disparidades entre os países do Norte e do Sul, à luz da 
crescente perda de qualidade de vida, gerou nesse encontro a 
“Carta de Belgrado”, na qual se expressava a necessidade do 
exercício de uma nova ética global, que proporcionasse a 
erradicação da pobreza, da fome, do analfabetismo, da poluição e 
da dominação e exploração humana. A carta preconizava que os 
recursos do mundo deveriam ser utilizados de um modo que 
beneficiasse toda a humanidade e proporcionasse a todos a 
possibilidade de aumento da qualidade de vida.
Nessa época, no Brasil não havia nenhum apoio à Educação 
Ambiental, por conta do desinteresse dos políticos dominantes e 
da ausência de uma politica educacional definida para o País. 
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Porém, diante da urgência ditada pela perda de qualidade 
ambiental, amplamente discutida na comunidade internacional, os 
órgãos estaduais brasileiros de meio ambiente tomaram a iniciativa 
de promover a Educação Ambiental no Brasil. Começariam a 
surgir as parcerias entre as instituições de meio ambiente e as 
Secretarias de Educação dos Estados. Por pressão dos órgãos 
ambientais, a disciplina “Ciências Ambientais” tornou-se obrigatória 
nos cursos de engenharia, e vários cursos voltados à área 
ambiental foram criados nas universidades brasileiras.
Em 1977, ocorreu o evento mais importante para a Educação 
Ambiental no mundo. Havia uma grande confusão sobre o que 
realmente era “Educação Ambiental”. Defendiam-se conceitos e 
abordagens bem diferenciados em função das diversas visões, 
condicionadas ao interesse de cada país ou bloco de países. A fim 
de se resolver esse impasse, foi realizada a Primeira “Conferência 
Intergovernamental sobre Educação Ambiental”, organizada pela 
UNESCO em colaboração com o PNUMA. A Conferência de Tbilisi 
– como ficou conhecida – reuniu especialistas de todo o mundo e 
contribuiu para definição dos conceitos da Educação Ambiental, 
seus princípios, objetivos e características, formulando 
recomendações e estratégias pertinentes aos planos de ação 
regional, nacional e internacional. Para o desenvolvimento da 
Educação Ambiental, foi recomendado que se considerassem 
todos os aspectos que compõem a questão ambiental, ou seja, 
aspecto políticos, econômicos, científicos, tecnológicos, culturais 
e éticos. A Educação Ambiental deveria ter caráter interdisciplinar, 
crítico, ético e transformador.
Dez anos após a Conferência de Tbilisi, foi realizado o Congresso 
Internacional sobre Educação e Formação Ambiental, promovido 
pela UNESCO e apoiado pelo PNUMA, a fim de avaliar os avanços 
sobre Educação Ambiental desde Tbilisi. O Conselho Federal de 
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Educação do Brasil aprovou o parecer 226/87, que considerava 
necessária a inclusão da Educação Ambiental nas propostas 
curriculares das escolas de 1º e 2º graus. Apesar da medida, o 
Brasil nada conseguiu apresentar no Congresso, e o vexame teve 
repercussões mundiais negativas sobre o País.
Em 1992, a ONU promoveu no Rio de Janeiro a Primeira 
“Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente”, 
oficialmente denominada de “Conferência de Cúpula da Terra” e 
informalmente de Eco-92 ou Rio-92, que reuniu representantes de 
172 países e contou com a participação da sociedade civil. Tal 
evento lançou as bases para os países empreenderem ações para 
melhoria das condições social e ambiental, tanto em nível local, 
quanto planetário. Durante a Eco-92, foi aberto espaço para um 
encontro paralelo das organizações não governamentais (ONGs), 
em que se firmou um “Tratado de Educação Ambiental para 
Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global”, documento 
que reforçou os princípios orientadores da Educação Ambiental e 
chamou atenção para o modelo de desenvolvimento econômico e 
social vigente, chamada de economia marrom. A Eco-92 gerou os 
seguintes documentos: “Declaração do Rio”, também chamada de 
“Carta da Terra”, um conjunto de princípios por meio dos quais 
deveria ser conduzida a interação dos seres humanos com o 
planeta; “Declaração de Princípios sobre Florestas”, um um 
documento que faz uma série de recomendações para a 
conservação e o desenvolvimento sustentável florestal; 
“Convenção sobre Diversidade Biológica” (CDB), que trata da 
conservação da biodiversidade, o seu uso sustentável e a 
distribuição justa e equitativa dos benefícios advindos do uso 
econômico dos recursos genéticos, respeitada a soberania de 
cada nação sobre o patrimônio existente em seu território; 
“Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças 
Climáticas” (CQNUMC ou UNFCCC em inglês) e a “Agenda 21”, 
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um plano de ação global para o século XXI, que visa à 
sustentabilidade da vida na Terra e que reforça a importância de 
cada país em pensar globalmente e agir localmente. A Conferência 
das Partes (COP) é o órgão supremo da CQNUMMC, sendo uma 
associação de todos os países membros (ou “Partes”) signatários 
da Convenção, que passaram a se reunir anualmente a partir de 
1995 para avaliar a situação das mudanças climáticas no planeta 
e propor mecanismos a fim de garantir a efetividade da Convenção.
Em tempos mais recentes, foi realizada em junho de 2012 na 
cidade do Rio de Janeiro a Conferência das Nações Unidas sobre 
o Desenvolvimento Sustentável (CNUDS), mais conhecida como 
Rio+20, em alusão aos 20 anos decorridos desde a Eco-92. Este 
evento, que contou com a participação de representantes de 193 
países, teve como objetivo a renovação do compromisso político 
com o desenvolvimento sustentável, por meio da avaliação do 
progresso e das lacunas na implementação das decisões adotadas 
pelos países. Abordou também as temáticas da economia verde 
no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da 
pobreza e a estrutura institucional para o desenvolvimento 
sustentável. O documento resultante da Rio+20, intitulado “O 
Futuro que Queremos”, destaca os resultados da Conferência, 
sobretudo aqueles relacionados ao compromissoassumido pelos 
Estados com a erradicação da pobreza extrema, o lançamento de 
processo intergovernamental para a criação dos Objetivos de 
Desenvolvimento Sustentável (ODS), a criação do Foro Político 
de Alto Nível sobre Desenvolvimento Sustentável e o incentivo ao 
fortalecimento do Programa das Nações Unidas para o Meio 
Ambiente (PNUMA). Paralelamente, aconteceu a Cúpula dos 
Povos por Justiça Social e Ambiental, que envolveu movimentos 
sociais para debater sobre a falência do sistema capitalista e seu 
modo de produção, e as consequências disso sobre o meio 
ambiente.
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Por fim, em setembro de 2015, ocorreu em Nova York, na sede da 
ONU, a Cúpula de Desenvolvimento Sustentável. Nesse encontro, 
todos os países da ONU definiram os novos Objetivos de 
Desenvolvimento Sustentável (ODS) (Figura 1) como parte de 
uma nova agenda de desenvolvimento sustentável com prazo 
para 2030 - conhecida como a Agenda 2030 para o Desenvolvimento 
Sustentável. 
Figura 1. Objetivos de Desenvolvimento Sustentável integrantes 
da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Fonte: 
www.itamaraty.gov.br/pt-BR/politica-externa/desenvolvimento-
sustentavel-e-meio-ambiente/134-objetivos-de-desenvolvimento-
sustentavel-ods
A partir do vídeo que demonstra a inter-relação 
entre os 17 ODS (https://www.youtube.com/
watch?v=_3ejiX6AvLY), pense em propostas 
que possam ser trabalhadas em sala de aula 
com seus alunos para alcançar o 
desenvolvimento sustentável e, assim, 
contribuir para uma mudança global a partir 
de ações locais.
http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/politica-externa/desenvolvimento-sustentavel-e-meio-ambiente/134-objetivo
http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/politica-externa/desenvolvimento-sustentavel-e-meio-ambiente/134-objetivo
http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/politica-externa/desenvolvimento-sustentavel-e-meio-ambiente/134-objetivo
https://www.youtube.com/watch?v=_3ejiX6AvLY
https://www.youtube.com/watch?v=_3ejiX6AvLY
www.esab.edu.br 32
Terceiro Setor é um termo que se refere às instituições privadas 
sem fins lucrativos e que prestam serviços de caráter público. 
Nele, incluem-se associações comunitárias, fundações, entidades 
filantrópicas e organizações não-governamentais (ONGs). O 
Primeiro Setor é formado pelos governos municipal, estadual e 
federal e o Segundo Setor é formado por entidades privadas.
Segundo Salamon e Anheier (1992), o Terceiro Setor difere-se 
dos demais por cinco características: são formalmente constituídas; 
têm estrutura básica não-governamental; gestão própria; sem fins 
lucrativos; faz uso significativo de mão de obra voluntária. 
De uma forma geral, ONGs têm as seguintes características:
•	 Agrupamento formal de pessoas em torno de interesses e 
objetivos comuns.
•	 Realização de ações solidárias, de ajuda mútua e 
filantrópicas.
•	 Autonomia, livre adesão e participação voluntária dos 
associados.
•	 Iniciativas privadas não orientadas para o lucro.
•	 Iniciativas na esfera pública não realizadas pelo Estado.
•	 Atuação política e social, fundamentadas nos princípios e 
valores pactuados por todos os seus integrantes/associados.
As ONGs exercem atividades que auxiliam os governos, 
desempenhando um papel social importante ao oferecer projetos 
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e serviços, embora não tenham nenhuma natureza jurídica. Há 
ONGs para combater a destruição do meio ambiente, tem as que 
trabalham com crianças de rua, com portadores de deficiências, 
as que lutam pela reforma agrária, as de economia solidária, as 
que defendem os sem-teto, as que lutam pela garantia dos direitos 
humanos, pelos direitos dos animais, que tratam de dependentes 
químicos, de idosos, as que luta, pelos direitos dos deficientes, de 
pessoas de baixa renda, dos homossexuais, dos indígenas, das 
crianças e das mulheres, pela humanização no trânsito, da saúde, 
etc. Perceba, porém, que todas estas responsabilidades são 
responsabilidades do Estado que foram transferidas para a 
sociedade civil.
Por isso, as ONGs devem ser respeitadas e valorizadas. As ONGs 
podem realizar atividades de ajuda, como: oferecimento de 
serviços, orientação jurídica e psicológica, acolhimento, educação, 
profissionalização e encaminhamento para outros órgãos de 
atendimento, de acordo com as necessidades dos casos. Esse 
tipo de organização é mantida por doações e por financiamento 
privado. Os governos podem enviar recursos financeiros para as 
ONGs, através da assinatura de contratos de parceria. Mas, 
mesmo nessas situações, elas mantêm a sua autonomia de 
funcionamento.
Toda ONG pode tornar-se uma Organização da Sociedade Civil 
de Interesse Público (OSCIP), que é uma qualificação 
jurídica atribuída a diferentes tipos de entidades privadas atuando 
em áreas típicas do setor público com interesse social, que podem 
ser financiadas pelo Estado ou pela iniciativa privada sem fins 
lucrativos. Ou seja, as entidades típicas do terceiro setor. Por ser 
uma qualificação, e não uma forma de organização em si mesma, 
vários tipos de instituições podem solicitar a qualificação como 
OSCIP. De maneira geral, as organizações não-governamentais 
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(ONGs) são as entidades que mais se encaixam no perfil para 
solicitar a qualificação de OSCIP.
Uma OSCIP está prevista no ordenamento jurídico brasileiro como 
forma de facilitar parcerias e convênios com todos os níveis de 
governo e órgãos públicos (federal, estadual e municipal) e permite 
que doações realizadas por empresas possam ser descontadas 
no imposto de renda. A grande diferença entre ONG e OSCIP está 
no fato de a primeira não ser reconhecida oficialmente pelo 
ordenamento jurídico brasileiro.
As ONGs começaram a aparecer na década de 60 e, até a década 
de 80, tinham caráter essencialmente politico, pois visavam ser 
instrumentos de organização popular para promover transformação 
social e mudanças nas estruturas de poder. Algumas ONGs, 
principalmente as que surgiram nos anos 70, tornaram-se meios 
de expor as insatisfações do coletivo com o progresso desenfreado 
do setor industrial. 
No Brasil, as primeiras lutas ecológicas começam a aparecer na 
década de 70, e nos anos 80, devido à abertura política e à 
redemocratização devido à saída dos governos militares, surgem 
os novos movimentos sociais com características contestatórias. 
Aparecem então os movimentos ecológicos que exigiam do 
governo uma estrutura institucional que controlasse, via legislação, 
a emissão de gases poluidores. O movimento ecológico brasileiro 
adquiriu feições diferentes dos movimentos ecológicos de outros 
países. Por aqui, a luta social local se transformou em causa 
ecológica internacional. A preservação da Amazônia, por exemplo, 
necessária à sobrevivência dos seringueiros e das populações 
que vivem da exploração sustentável dos seus recursos, é o 
melhor exemplo do que estamos falando. A luta dos seringueiros, 
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liderados por Chico Mendes, ganhou expressão internacional e 
levou os problemas enfrentados por esta população para o mundo 
inteiro.
Enquanto os movimentos sociais das décadas de 70 e 80 se 
organizavam de forma essencialmente voluntária e quase não 
dispunham de estrutura e aporte financeiro, a maioria das ONGs 
surgidas a partir da década de 90 funcionam por terem uma 
estrutura financeira que extrapola, e muito, o voluntarismo. Isso 
porque muitas ONGs passaram a receber, pelo menos em parte, 
aporte financeiro de instituicões que realizam atividades 
contraditórias aos princípios das organizações.
Apesar disso, no Brasil, muitos são os casos de sucesso de ONGs 
ambientais que colaboraram e que ainda continuam a colaborar 
de maneira exemplar para com o meio ambiente. Além disso, as 
ONGs ambientais têm desempenhado um importante papel no 
processo de aprofundamento e expansão das ações de educação 
ambiental não formal e, muitas vezes, impulsionam iniciativas 
governamentais e dão apoio às organizações da iniciativa privada 
interessadas no desenvolvimento de projetos na área. 
Aliás,é muito importante ressaltar que no Brasil, devido à falta de 
leis mais severas e também de fiscalizações de fato efetivas para 
as causas ambientais, o trabalho das ONGs ambientais é de 
enorme importância, ajudando tanto a conservar como a 
conscientizar a população. 
Dentre as ONGs ambientais que obtiveram sucesso no país estão 
a WWF Brasil, que está vinculada a WWF Suíça, sendo fundada 
em 1996 em Brasília. Essa organização tem como lema a 
conservação da biodiversidade no mundo e, ao mesmo tempo, 
empenha esforços para conscientizar a população quanto ao uso 
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racional dos recursos naturais. Dentre os muitos projetos de 
sucesso encabeçados e apoiados pela WWF – Brasil estão o 
Projeto Tamar – de conservação das tartarugas marinhas, e o 
programa de conservação do Mico-Leão-Dourado – espécie 
ameaçada de extinção.
A Fundação SOS Mata Atlântica é uma ONG ambiental brasileira 
criada em 1986, que atua na promoção de políticas públicas para 
a conservação da Mata Atlântica por meio do monitoramento do 
bioma, produção de estudos, projetos demonstrativos, diálogo 
com setores públicos e privados, aprimoramento da legislação 
ambiental, comunicação e engajamento da sociedade em prol da 
recuperação da floresta, da valorização dos parques e reservas, 
de água limpa e da proteção do mar. 
Também há a Fundação Biodiversitas, criada em 1989 e sediada 
em Belo Horizonte – MG. Esta tem como objetivo a promoção de 
ações técnico-cientificas voltadas para a conservação da nature-
za, buscando maneiras de conciliar o uso inteligente de recursos 
naturais juntamente com o desenvolvimento socioeconômico.
Além dessas, a Conservação Internacional Brasil, criada em 1990, 
contribui para a criação, execução, monitoramento e implementa-
ção de novas políticas relacionadas ao meio ambiente e o desen-
volvimento. É uma das ONGs ambientais brasileiras com vasto 
foco de atuação, nas regiões de Escudo das Guianas, Tapajós, 
Centro de Endemismo Belém, BR-319, Três Fronteiras, Costa 
Equatorial, Matopiba, Bacia do Paraguaçu, Abrolhos Terra e 
Mar e Mega Rio.
O Instituto Socioambiental (ISA) é uma organização da Sociedade 
Civil de Interesse Público, sem fins lucrativos, com sede em São 
https://www.sosma.org.br/
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Paulo, mas atua também em Brasília, Manaus, Boa Vista, São 
Gabriel da Cachoeira, Canarana e Altamira. Essa é uma das 
poucas ONGs ambientais brasileiras que além de cuidar da 
natureza, procura preservar também a vida e cultura indígena 
brasileira.
Já a Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres 
(Renctas) foi fundada em 1999, com sede em Brasília. Esta 
procura estabelecer parcerias com a iniciativa privada, o poder 
público e o terceiro setor, atuando na promoção da conscientização 
ambiental da sociedade, apoio e incentivo de criação de políticas 
públicas, apoio aos órgãos de controle e fiscalização ambiental, e 
favorece a conservação das espécies silvestres.
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Durante a Conferência de Estocolmo, em 1972, a utilização do 
termo Ecodesenvolvimento trazia a perspectiva da preocupação 
com o meio ambiente aliado às questões sociais, econômicas, 
culturais, de gestão participativa e ética.
Como uma derivação do conceito, surgiu a ideia de desenvolvimento 
sustentável. Em 1987, a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente 
e Desenvolvimento (CMMAD), presidida pela médica Gro Harlem 
Brundtland, trouxe a público o conceito de Desenvolvimento 
Sustentável em seu relatório “Nosso Futuro Comum”, também 
conhecido como Relatório Brundtland:
“O desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento que encontra 
as necessidades atuais sem comprometer a habilidade das futuras 
gerações de atender suas próprias necessidades.”
“Um mundo onde a pobreza e a desigualdade são endêmicas 
estará sempre propenso à crises ecológicas, entre outras… O 
desenvolvimento sustentável requer que as sociedades atendam 
às necessidades humanas tanto pelo aumento do potencial 
produtivo como pela garantia de oportunidades iguais para todos.”
“Muitos de nós vivemos além dos recursos ecológicos, por 
exemplo, em nossos padrões de consumo de energia… No 
mínimo, o desenvolvimento sustentável não deve pôr em risco os 
sistemas naturais que sustentam a vida na Terra: a atmosfera, as 
águas, os solos e os seres vivos.”
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“Na sua essência, o desenvolvimento sustentável é um processo 
de mudança no qual a exploração dos recursos, o direcionamento 
dos investimentos, a orientação do desenvolvimento tecnológico e 
a mudança institucional estão em harmonia e reforçam o atual e 
futuro potencial para satisfazer as aspirações e necessidades 
humanas.”
Esse novo conceito foi definitivamente incorporado como um 
princípio durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio 
Ambiente e Desenvolvimento - a Cúpula da Terra de 1992 (Eco-
92) - no Rio de Janeiro. Em sua essência, o desenvolvimento 
sustentável também busca o equilíbrio entre proteção ambiental e 
desenvolvimento socioeconômico (Figura 2) e serviu como base 
principal para a formulação do documento Agenda 21 Global, com 
o qual mais de 170 países se comprometeram. 
Figura 2: Princípios do Desenvolvimento Sustentável
Fonte:https://www.todamateria.com.br/desenvolvimento-
sustentavel/
A Agenda 21 é o instrumento construído a partir dessa conferência 
para transformar os debates em ações efetivas para a preservação 
do meio ambiente. Cada país participante do encontro ficou 
incumbido de implementar sua própria Agenda 21 a partir de um 
protocolo geral de diretrizes. No Brasil, as linhas mestras de sua 
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Agenda são a conciliação do investimento em crescimento 
econômico, justiça social e desenvolvimento humano com políticas 
de conservação ambiental e sustentabilidade.
Além disso, a Agenda 21 Brasileira está fundamentada na 
democracia participativa e na cidadania, o que presume envolver 
a sociedade no debate acerca dos problemas ambientais e na 
construção das soluções e caminhos para enfrentá-los. Tem-se, 
portanto, como principal objetivo a elevação do nível de consciência 
da sociedade. Apesar de haver o apoio permanente das políticas 
governamentais de incentivo às práticas econômicas sustentáveis 
e o combate ao desperdício de recursos naturais, o maior foco 
consiste em despertar e consolidar essa consciência, de modo a 
transformá-la em instrumento permanente a serviço da defesa da 
vida.
Outra ação que caminha firmemente em direção à consolidação 
do objetivo principal da Agenda 21 Brasileira foi o programa de 
formação aplicado a 10 mil professores da rede pública de ensino, 
além da formação da Comissão de Política de Desenvolvimento 
Sustentável (CPDS) como câmara de elaboração e implementação 
de políticas públicas voltadas para o meio ambiente.
A sustentabilidade de um sistema é alcançada através do 
Desenvolvimento Sustentável, e para tanto, deve pautar sobre o 
chamado tripé da sustentabilidade, baseado em três princípios: o 
social, o ambiental e o econômico. Esses três fatores precisam 
ser integrados para que a sustentabilidade de fato aconteça.
•	 Social: Engloba as pessoas e suas condições de vida, como 
educação, saúde, violência, lazer, dentre outros aspectos.
•	 Ambiental: Refere-se aos recursos naturais do planeta e a 
forma como são utilizados pela sociedade, comunidades ou 
empresas.
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•	 Econômico: Relacionado com a produção, distribuição e 
consumo de bens e serviços. 
Entende-se que sustentabilidade social é um conjunto de ações 
que tem como propósito melhorar a qualidade de vida da população 
como um todo, visando reduzir as desigualdades sociais e ampliar 
o acesso aos direitos e serviços básicos, como educação e saúde, 
por exemplo. O ponto a ser observado é que não existe sociedade 
igualitária ou justa sem a participação do mercado e das empresas. 
Por isso, diversas ações podem ser adotadas pelas companhias a 
fim de praticar a sustentabilidade social, tais como programas de 
geração de emprego, de ofertade um ambiente profissional 
saudável e seguro e de apoio à formação profissional do 
empregado. Para reforçar essas atitudes, pode-se, também, 
investir em programas voltados às questões ambientais — como 
financiamentos para agricultores e ações de conscientização 
sobre a importância da preservação da água — e às questões 
educativas — participando da construção de uma visão crítica dos 
hábitos de vida e de consumo, a fim de se incutir a noção de uma 
cultura mais igualitária nos estudantes, por exemplo. Também 
pode-se aplicar recursos e esforços na implantação de programas 
voltados para uma maior inclusão social e para projetos educativos 
gratuitos e de qualificação profissional, especialmente direcionados 
à população de baixa renda.
A sustentabilidade ambiental abrange a conservação e a 
manutenção do meio ambiente. Importante notar que, para que a 
sustentabilidade ambiental seja efetivada, as pessoas devem 
estar em harmonia com o meio ambiente, para obterem melhoria 
na qualidade de vida. O objetivo da sustentabilidade ambiental é 
que os interesses das gerações futuras não estejam comprometidos 
pela satisfação das necessidades da geração atual. Para tanto, as 
ações sustentáveis devem ser adotadas pelas pessoas, ocorrendo 
desde indivíduos até o nível global.
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Muitas vezes não nos damos conta dos impactos ambientais de 
nossos hábitos cotidianos, mas deveríamos. Cada um fazer a sua 
parte pode ser tão importante quanto reflorestar áreas desmatadas. 
Pensando em uma escala individual, as pessoas podem adotar 
atitudes sustentáveis cotidianas em seus meios de convivência 
(casa, trabalho, escola...) que podem ter reflexos globais. Por 
menores que sejam essas atitudes, elas trazem muitos benefícios 
para sua rotina e seu bolso, além de contribuir para o futuro das 
próximas gerações. Algumas atitudes sustentáveis práticas para 
reduzir o impacto ambiental no dia a dia incluem:
•	 Economizar água: ficar atento a torneiras abertas sem 
necessidade ou que não tenham sido fechadas direito. 
Conferir de vez em quando se há algum vazamento de água 
e consertá-lo;
•	 Economizar energia: desligar luzes durante o dia e aparelhos 
que consumam energia (mesmo em modo Stand By) quando 
não houver pessoas no recinto. Grande parte do desperdício 
de energia elétrica no Brasil é oriundo do uso residencial.
•	 Preferir consumo de produtos biodegradáveis: eles poluem 
menos o ambiente que os produtos convencionais, pois se 
degradam no meio ambiente em menos tempo;
•	 Cultivar áreas verdes: procure áreas disponíveis e, com a 
orientação de um profissional, plante árvores nativas da 
região, cuidando para que cresçam saudáveis. Ter uma 
horta em casa visando produzir seu próprio alimento também 
é uma atitude sustentável, pois evita o desperdício.
•	 Evitar o transporte individual: dê preferência ao transporte 
público coletivo ou combine caronas com colegas que vão 
para o mesmo local; se possível, utilize bicicletas ou 
desloque-se a pé.
•	 Usar menos papel: não imprima sem necessidade e reutilize 
folhas como rascunho. Usar papel significa consumir 
florestas e ecossistemas inteiros. O reflorestamento não dá 
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conta de resgatar espécies nativas, animais e insetos;
•	 Evitar uso de produtos descartáveis: muita água é usada na 
produção destes e os produtos demoram muito para se 
decompor na natureza. Embora a reciclagem seja um meio 
de diminuir o impacto desses produtos, a coleta seletiva do 
lixo no Brasil não ocorre em todas as regiões.
•	 Diminuir uso de embalagens: evite sacolas plásticas e 
embrulhos, pois a maioria acaba sendo abandonada no 
meio ambiente e demora centenas de anos para ser 
absorvida.
•	 Não desperdiçar alimentos: o processo de decomposição 
dos alimentos libera gases que contribuem para o efeito 
estufa, como o gás carbônico e o metano. Por isso, evite o 
desperdício. Prepare somente a quantidade de comida para 
consumo imediato ou coloque sobras na geladeira ou 
congelador para preservá-las por mais tempo. Faça o 
reaproveitamento das sobras de folhas, talos e cascas de 
hortaliças em receitas criativas, para evitar que essas partes 
nutritivas dos alimentos sejam jogadas fora.
•	 Não criar animais silvestres: é uma prática criminosa que 
contribui para a extinção das espécies. Pense que para 
cada animal silvestre vendido, muitos morreram durante o 
transporte;
•	 Exercer seus direitos: sempre que perceber violações às 
leis ambientais, denuncie. 
O conceito de sustentabilidade econômica traz consigo uma nova 
ética que visa superar a crença de que a economia é um fim em si 
mesma, bem como a noção de que o ser humano é um instrumento 
(substituível e destituído de dignidade). O crescimento pregado é 
o qualitativo e busca o bem-estar do ser humano, que passa a ser 
o centro do processo de desenvolvimento. Da mesma forma, a 
capacidade de regeneração da natureza passa a ser considerada 
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como um bem a ser preservado para a própria continuação da 
atividade econômica.
 
O desenvolvimento sustentável é um caminho trilhado diariamente, 
com respeito mútuo e consciência de que todas as empresas, 
comunidades, pessoas e demais seres são partes integrantes de 
um único ecossistema. Assim, para que haja equilíbrio, é necessário 
que cada parte leve em consideração o todo, entendendo que é 
só uma pequena parte de um universo infinitamente maior, mas 
que pode ser afetado por suas ações.
https://www.teraambiental.com.br/blog-da-tera-ambiental/sustentabilidade-economica-e-ambiental-por-que-elas-devem-seguir-juntas
https://www.teraambiental.com.br/blog-da-tera-ambiental/sustentabilidade-economica-e-ambiental-por-que-elas-devem-seguir-juntas
https://www.teraambiental.com.br/blog-da-tera-ambiental/sustentabilidade-economica-e-ambiental-por-que-elas-devem-seguir-juntas
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Nestas unidades, percebeu-se que os recursos naturais vem 
sendo amplamente explorados pelo homem, ocasionando 
problemas ambientais relacionados à degradação sobre os 
ambientes que este ocupa, seja para estabelecimento de moradias, 
comércio, servicos, produção industrial ou agropecuária. Quanto 
mais rápido o desenvolvimento tecnológico, maior acelerado é o 
ritmo de alterações provocadas no meio ambiente. Desde quando 
o homem começou a conviver em grandes comunidades, ele 
alterou a natureza de forma a assegurar sua sobrevivência e lhe 
proporcionar conforto, transformando assim características do ar, 
águas e solos. 
A ameaça que circunda os ecossistemas se dar por falta de um 
compromisso maior quando da utilização dos recursos naturais. A 
falta de um planejamento adequado levou a uma corrida exagerada 
para a exploração destes recursos, cuja renovação não 
acompanhou o ritmo intenso da produção. O uso dos recursos 
naturais em escala concentrada quebra as cadeias naturais de 
reprodução desses recursos e reduz a capacidade da natureza de 
construir novas situações de equilíbrio. Com a Revolução Industrial 
e o capitalismo em expansão em todo o mundo, a natureza vai 
dando lugar a uma forma de meio ambiente transformado, 
produzido pela ação humana, ou seja, o ambiente natural foi sendo 
modificado pelo homem para atender as “necessidades” da 
sociedade capitalista moderna.
Em meio a essa enxurrada de destruição, diversos eventos 
mundiais foram decisivos para o estabelecimentos de metas e 
compromissos por parte dos Governos na gestão ambiental de 
seus países. Os avanços ao longo dos anos foram significativos: 
surgiu o termo Educação Educação Ambiental em 1965; em 
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Estocolmo em 1972, cunhou-se o termo Ecodesenvolvimento, 
criou-se o PNUMA, instaurou-se o Dia Mundial do Meio Ambiente 
e delimitou-se a Declaração de Estocolmo, em que se reconhece 
que os recursos naturais necessitam de gestão adequada para 
não serem esgotados, e a Recomendação 96, visando maior 
desenvolvimento da Educação Ambiental, considerada como um 
dos elementos fundamentais para poder enfrentar seriamente a 
criseambiental no mundo; a Carta de Belgrado de 1975 pôs em 
xeque a erradicação dos problemas ambientais e sociais; durante 
a Conferência de Tbilisi, em 1977, estabeleceu-se que a Educação 
Ambiental deveria ser interdisciplinar, crítica, ética e transformadora; 
na Eco-92, gerou-se a Carta da Terra, a Declaração de Princípios 
sobre Florestas, a Convenção sobre Diversidade Biológica, a 
Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças 
Climáticas e a Agenda 21. Na Rio+20, em 2012, reafirmou-se a 
necessidade de um desenvolvimento sustentável, sendo que em 
2015 foram traçados 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 
(ODS) como parte da Agenda 2030. 
Na tentativa de alertar a sociedade para a problemática ambiental, 
surgiram as ONGs no século XX, com a finalidade atuar em áreas 
onde o Estado não costumar estar presente, seja por 
impossibilidades legais ou por descaso. Assim, diversas ONGs 
passaram a trabalhar em favor do meio ambiente e, por isso, o 
ambientalismo é uma das frentes mais prestigiadas por essa 
organizações. Além dessa temática, ONGs também costumam 
prestar serviços sociais e de saúde. A Eco-92 foi o primeiro evento 
de grande porte envolvendo a temática ambiental que envolveu a 
participação formal de ONGs.
A somatória dos esforços visa alcançar o desenvolvimento 
sustentável, o qual deve ser um caminho trilhado diariamente, 
com respeito mútuo e consciência de que todas as empresas, 
ONGs, Governos, comunidades, pessoas e demais seres são 
partes integrantes de um único ecossistema. Assim, para que haja 
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equilíbrio, é necessário que cada parte leve em consideração o 
todo, entendendo que é só uma pequena parte de um universo 
infinitamente maior, mas que pode ser afetado por suas ações.
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APRESENTAÇÃO
SUSTENTABILIDADE: A CHAVE PARA O DESENVOLVIMENTO 
CONSCIENTE
O termo “sustentável” significa equilibrar as necessidades de 
consumo do ser humano com a capacidade de renovação da 
natureza. A sustentabilidade é usada para descrever o modo de 
agir sobre os recursos ambientais do nosso planeta. Ela é 
amparada por três pilares: econômico, social e ambiental. Seu 
objetivo é manter a harmonia entre os componentes para garantir 
a integridade do planeta, da natureza e da sociedade no decorrer 
das gerações. Os seres humanos utilizam, desde alguns séculos 
atrás, mais recursos do que realmente são necessários. Então a 
sustentabilidade ajuda a fazer o equilíbrio deste uso. Sem isso, a 
tendência é o esgotamento dos recursos que são fundamentais 
como a água, comprometendo o meio ambiente e as futuras 
gerações. Aliar crescimento e preservação dos recursos naturais 
é o desafio da atualidade. Nesse cenário, redução de consumo, 
reutilização de produtos, reciclagem e destinação correta dos 
resíduos ganham importância e passam a ser fundamentais para 
o desenvolvimento sustentável.
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No ano de 2000, durante a Cúpula do Milênio das Nações Unidas, 
foi adotada a Declaração do Milênio das Nações Unidas, que 
estabeleu oito objetivos internacionais de desenvolvimento até o 
ano de 2015, conhecidos como Objetivos de Desenvolvimento do 
Milênio (ODMs) (Figura 3). Estes impulsionaram os países a 
enfrentarem os principais desafios sociais no início do século XXI.
Figura 3. Objetivos de Desenvolvimento do Milênio estabelecidos 
na Cúpula das Nações Unidas para o desenvolvimento mundial.
Fonte: http://www.agenda2030.com.br/sobre/
Após a Rio+20, um amplo e inclusivo sistema de consulta foi 
empreendido sobre questões de interesse global que poderiam 
compor a nova agenda de desenvolvimento pós-2015. 
Diferentemente do processo dos ODMs, os novos objetivos de 
desenvolvimento sustentável foram construídos envolvendo 
sociedade civil, comunidade científica e sistema das Nações 
Unidas. O objetivo era proporcionar uma diversidade de perspectivas 
e experiências.
http://www.agenda2030.com.br/sobre/ 
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O documento intitulado “Transformando o Nosso Mundo: A Agenda 
2030 para o Desenvolvimento Sustentável” foi concluído em 
setembro de 2015, em Nova York, após debates e reuniões entre 
os delegados dos 193 países membros da ONU. Nele, é reforçado 
o acordo entre as partes envolvidas que se comprometem no 
avanço e estabelecimento de ações rumo ao desenvolvimento 
sustentável em todo o planeta. 
A Agenda 2030 é um documento que objetiva orientar as nações 
do planeta rumo ao desenvolvimento sustentável, além de erradicar 
a pobreza extrema e reforçar a paz mundial. Para que isso 
aconteça, são sugeridos diversos programas e ações a serem 
desenvolvidos pelos países membros da Organização das Nações 
Unidas (ONU), no período de 2016 a 2030. 
O plano indica 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 
(ODS) (Figura 1) e 169 metas, que se constituem em objetivos e 
metas claras, para que todos os países adotem de acordo com 
suas próprias prioridades e atuem no espírito de uma parceria 
global que orienta as escolhas necessárias para melhorar a vida 
das pessoas, agora e no futuro.
Os ODS aprovados foram construídos sobre as bases estabelecidas 
pelos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), de maneira 
a completar o trabalho deles e responder a novos desafios. São 
integrados e indivisíveis, e mesclam, de forma equilibrada, as três 
dimensões do desenvolvimento sustentável: a econômica, a social 
e a ambiental.
A Agenda dos ODS é uma proposta para as pessoas, o planeta e 
a prosperidade, que busca fortalecer a paz universal e erradicar a 
pobreza em todas as suas formas e dimensões. A partir dela, 
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surgem os 5 “P”s para o desenvolvimento sustentável (Figura 4), 
os cinco elementos cruciais para a sustentabilidade do planeta:
1. Pessoas: Pensar em um planeta melhor inclui garantir um 
planeta mais igual às pessoas, de maneira que cada uma 
delas possa viver e se desenvolver com dignidade. A meta é 
acabar com a pobreza extrema e a fome. Considera-se que 
a pessoa vive em pobreza extrema quando possui menos 
de US$ 1,90 por dia. Entre outras metas incluem-se direitos 
iguais aos recursos econômicos, acesso a serviços sociais 
básicos e estabelecer políticas em favor dos pobres e 
sensíveis a gênero. Até 2030 também é garantido que as 
pessoas terão acesso a água potável, saneamento básico e 
higiene adequada.
2. Planeta: Desenvolver-se sustentavelmente requer proteger o 
planeta da degradação e das mudanças climáticas e de firmar 
políticas sobre a conscientização do consumo e da gestão dos 
recursos naturais. As metas relacionadas ao planeta envolvem a 
proteção e restauração dos ecossistemas e recursos hídricos. 
Também será estimulada a produção e o consumo sustentáveis, 
resguardando os recursos naturais. Uma das metas propõe 
promover a implementação da gestão sustentável de todos os 
tipos de florestas, deter o desmatamento, restaurar florestas 
degradadas e aumentar substancialmente o florestamento e o 
reflorestamento globalmente, até 2020.
Entre outras ações estão:
•	 Combater a desertificação;
•	 Evitar a introdução de espécies exóticas invasoras e 
controlar/erradicar as espécies prioritárias;
•	 Restaurar florestas degradadas;
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•	 Evitar a extinção de espécies ameaçadas;
•	 Financiar o manejo florestal sustentável.
3. Prosperidade: Para garantir a sustentabilidade é necessário 
que ocorra uma relação próspera e equilibrada entre a natureza e 
o desenvolvimento dos seres humanos nas esferas econômica, 
social e tecnológica. Nessa área da Agenda 2030, pretende-se 
que todos os seres humanos possam ter uma vida próspera e de 
plena realização pessoal. Além disso, inclui-se que o crescimento 
econômico ocorra de forma harmoniosa com a natureza. Um 
exemplo é que até 2030, todos deverão ter acesso aos serviços 
públicos e habitação segura, adequada e a preço acessível. 
Também deve ser proporcionado acesso ao trabalho público de 
forma segura e com qualidade.
4. Paz: Não pode haver desenvolvimento sustentável sem paz, de 
modo que é preciso promover

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