Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS www.esab.edu.br 3 Sumário 1. Apresentação I........................................................................04 2. Diferentes Formas de Poluição ............................................. 06 3. Impactos Humanos Sobre o Mundo Natural ......................... 15 4. Os Grandes Eventos Mundiais .............................................. 23 5. Organizações Não Governamentais (ONGs).........................32 6. Desenvolvimento Sustentável: Por Que e Para Que? .......... 38 7. Resumo I ............................................................................... 45 8. Apresentação II.......................................................................48 9. Agenda 2030 para o desenvolvimento Sustentável .............. 49 10. Gestão Ambiental e Desenvolvimento e Sustentável.............56 11. Desenvolvimento da Qualidade de Vida nas Cidades............63 12. Atitudes Indivíduais, Benefícios Coletivos..............................70 13. Sustentabilidade em Larga Escala ........................................ 78 14. Resumo II...............................................................................86 15. Apresentação III.....................................................................88 16. Meio Ambiente e Sociedade: Os Desafios Para o Ensino da Educação Ambiental no Brasil................................................89 17. Educação em Ação: Planejamento e Execução.....................97 18. Atividades de Educação Ambiental Urbana.........................105 19. Unidades de Conservação como Fontes de Preservação...123 20. A Carta da Terra e a Ecopedagogia.....................................129 21. Resumo III............................................................................135 22. GLOSSÁRIO ....................................................................... 137 23. BIBLIOGRAFIA .................................................................... 141 www.esab.edu.br 4 APRESENTAÇÃO A CRISE AMBIENTAL O agravamento dos problemas ambientais deu-se com a Revolução industrial, trazendo consigo a urbanização e a industrialização. Com a consolidação do capitalismo, propiciado por este momento histórico, o incentivo à produção e acúmulo de riquezas, aliada à necessidade aparente de se adquirir produtos novos a todo o momento, fez com que a ideia de progresso surgisse ligada à exploração e destruição de recursos naturais. Com isso, diferentes formas de poluição (do ar, da água, química, sonora e visual) levam à degradação continuada do mundo natural, tendo efeito somatório e resultados negativos para os seres vivos: agravamento do efeito estufa e do aquecimento global, aumento do desmatamento e aceleração do processo de desertificação e destruição da camada de ozônio são alguns exemplos de consequências deletérias que podem ser geradas. As rápidas mudancas que a Terra vem sofrendo nas últimas décadas refletem em problemas de cunho ambiental (altos índices de perda de biodiversidade, degradação do solo, mudanças hidrológicas, atmosféricas e climáticas), mas afetam também o sistema de interelacionamento dos humanos, os quais estão sujeitos a perder sua diversidade cultural por conta do processo desenfreado de globalização. Todos esses fatores levam a perdas significativas da qualidade de vida. Nesse cenário, a partir dos anos 40, importantes eventos e documentos de grande influência passaram a ser reconhecidos a nível mundial, demonstrando os impactos das atividades humanas sobre o mundo natural. Marcos cruciais da história ambiental foram definidos, a ponto de que a problemática socioambiental saiu de pequenas manifestações localizadas de alguns “ecologistas” e “ambientalistas” e ganhou espaço na mídia, nas instituições governamentais, nos centros de pesquisa, nas universidades, nos partidos políticos e na sociedade como um www.esab.edu.br 5 todo. Grande parte dos países do mundo passaram a ratificar planos estratégicos de cooperação para amenizar os impactos negativos criados pelos mesmos. Dentro da sociedade civil, as pessoas tem se conscientizado sobre a necessidade cotidiana de preservação do meio ambiente, visto que esse é um tema fundamental na preservação do planeta e na manutenção da vida. Com isso, muitos se organizam na forma de Organizações Não- Governamentais (ONGs), que são entidades que não têm fins lucrativos e que realizam serviços assistenciais de interesse público. www.esab.edu.br 6 Conforme consta na Lei nº 6.938/81 a legislação brasileira, define- se poluição como “degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população; criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; afetem desfavoravelmente a biota; afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos”. De acordo com a Lei 9.605/98, causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana ou que provoquem a mortalidade de animais ou a destruição significativa da flora, passa a ser crime ambiental. Haverá aumento da pena se ocorrer dano ambiental grave ou irreversível. A legislação brasileira é clara quanto à regulamentação e penalidades, porem o grande desafio é promover uma fiscalização eficiente, a ponto de ser cumprida pelas empresas, pelas indústrias, pelo poder público e também pelos consumidores. De acordo com suas origens, pode classificar a poluição em: - Poluição do ar Também chamada de poluição atmosférica, refere-se à contaminação do ar por gases, líquidos e partículas sólidas em suspensão, material biológico e até mesmo energia. De acordo www.esab.edu.br 7 com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a poluição do ar é responsável por mais de sete milhões de mortes por ano no mundo - matando mais que a AIDS e a Malária. Existem várias atividades e fatores que são causas da poluição do ar. Essas fontes podem ser dividas em duas categorias: fontes naturais e fontes antropogênicas (causadas pelo homem). Dentre as fontes naturais, pode-se destacar a poeira de áreas naturais, como os desertos; fumaça e monóxido de carbono emitido nas queimas naturais; decomposição de matéria orgânica; decai- mento radioativo dos minerais que formam as rochas; atividade microbiológica nos oceanos, liberando gases sulfurosos; atividade vulcânica, que emite diversos poluentes como dióxido de carbono (CO2), dióxido de enxofre (SO2) e cinzas em grandes quantidades, podendo assim causar danos terríveis; metano emitido no proces- so de digestão dos animais. Esta última atividade tem sua emis- são aumentada pela ação do homem devido ao grande número de animais criados para a alimentação, como o gado, por exemplo, que corresponde a uma grande parte das emissões de metano no meio ambiente. Dentre as fontes antropogênicas, pode-se citar as fábricas, usinas de energia, incineradores e fornalhas, que utilizam a queima de combustíveis fósseis ou de biomassa, como madeira; queimadas controladas na agricultura e no gerenciamento de florestas; aerossóis, tinta, sprays de cabelo e outros solventes; emissão de amônia pelo uso de fertilizantes; atividade mineradora; veículos automotores, como carros, motos, caminhões e aviões, sendo que o transporte contribui com cerca de metade das emissões de monóxido de carbono (CO) e óxido de nitrogênio (NO), que são gases altamente poluentes e tóxicos à saúde humana. Nove em cada dez pessoas respiram ar contaminado no mundo de acordo com o mais recente relatório da Organização Mundial http://www.dw.com/pt-br/nove-em-cada-dez-pessoas-no-mundo-respiram-ar-polu%C3%ADdo-diz-oms/a-43620928 www.esab.edu.br 8 da Saúde, publicado em 2018. A agência da ONU estima que sete milhões de pessoas morram anualmente em decorrência da má qualidade do ar, sendo que no Brasil, há cerca de 50 mil mortespor ano. As mortes ocorrem principalmente devido à inalação dos gases e à exposição a partículas finas que penetram profundamente nos pulmões e no sistema cardiovascular, podendo causar acidentes vasculares cerebrais (AVC), doenças cardíacas, câncer de pulmão, doenças pulmonares obstrutivas crônicas e infecções respiratórias, incluindo pneumonia. - Poluição química Esse tipo de poluição refere-se principalmente à contaminação ambiental do solo e das águas, normalmente gerada pelo descarte incorreto de produtos químicos. Dentre os produtos que geram poluição química, pode-se citar os esgotos domésticos, resíduos industriais e agrotóxicos. Os poluentes químicos podem ser classificados em: • Biodegradáveis: aqueles que são decompostos pela ação de bactérias após determinado tempo. Alguns exemplos são os detergentes, inseticidas e fertilizantes. • Persistentes: são produtos que se mantêm por longos períodos no meio ambiente e nos organismos. Estes poluentes podem causar graves problemas como a contaminação de peixes e crustáceos e outros alimentos. São exemplos de poluentes persistentes o DDT (dicloro- difenil-tricloroetano), o mercúrio, etc. Os impactos da poluição química para a saúde humana são enormes. Tosse, ardência nos olhos, nariz e garganta e dificuldades respiratórias são alguns dos sintomas recorrentes. Dependendo do tipo de poluente e da intensidade do contato, as pessoas podem desenvolver câncer e ter os seus sistemas reprodutores e www.esab.edu.br 9 imunológicos danificados. Na natureza, o enxofre acidifica o ar, agravando o risco de chuva ácida. Gases liberados por queima de combustíveis e derivados de carvão e petróleo também são uma poluição química, desestabilizando a camada de ozônio e causando o efeito estufa, levando ao degelo das calotas polares. Dentre os prejuízos causados pela poluição química, além de muitas vezes tornar impróprios para a vida os ambientes onde o resíduo químico foi incorretamente depositado, há a possibilidade de contaminar organismos de outros ambientes por meio da cadeia alimentar, uma vez que esses poluentes podem se acumular nos organismos. Esse evento é chamado de magnificação trófica ou biomagnificação. Este fenômeno se dá devido ao acúmulo progressivo de substâncias de um nível trófico para outro, ao longo de uma cadeia alimentar. Dessa forma, a substância terá sua maior concentração nos indivíduos que ocupam níveis tróficos mais distantes dos produtores; ou seja, consumidores são mais afetados. Para que ocorra a biomagnificação, as substâncias devem ser lipossolúveis (solúveis em lipídios) e, dessa forma, aderirem-se aos tecidos vivos. Uma outra característica das substâncias que sofrem biomagnificação é que elas, de um modo geral, não são biodegradáveis ou não são metabolizadas pelo organismo. O fenômeno é bastante comum com metais pesados (chumbo e mercúrio) e com certos compostos orgânicos, como, por exemplo, o inseticida DDT. - Poluição da água A água é um recurso finito essencial para a manutenção da vida no planeta. Através de atividades antrópicas relacionadas ao descarte indevido de efluentes, uso inadequado de substâncias químicas, extração de recursos e modificação de condições físico- químicas, causamos a redução na qualidade da água, poluindo-a e gerando consequências negativas tanto para os demais componentes da biosfera quanto para a própria sociedade humana. www.esab.edu.br 10 A problemática da contaminação das fontes de água superficiais (rios, lagos, lagoas e represas) e subterrâneas (lençóis freáticos) deve-se às grandes concentrações urbanas, que necessitam de volumes de água em quantidades enormes – milhares de metros cúbicos por hora – e também produzem resíduos em grande escala, que poluem os corpos d’água. Os recursos hídricos poluídos por descargas de resíduos humanos e de animais transportam grande variedade de patógenos, entre eles bactérias, vírus, protozoários ou organismos multicelulares, que podem causar doenças gastrintestinais (TUNDISI; TUNDISI, 2009). A poluição de rios, lagos, oceanos e aquíferos pode ser pontual (quando ocorre através de uma única fonte identificável) ou não- pontual/difusa. A primeira é a forma mais fácil de ser combatida, uma vez que a origem dos poluentes pode ser rastreada e limitada. Um exemplo seria o despejo de esgoto através de canos. Para evitar que estes poluam os corpos d’água, os encanamentos de esgoto doméstico e industrial devem passar por estações de tratamento de esgoto antes de serem direcionados para o ambiente. Dependendo da origem do poluente, são necessárias etapas adicionais de descontaminação a fim de remover metais pesados, substâncias tóxicas, patógenos e reduzir a concentração de matéria orgânica presente na água. As fontes difusas são mais difíceis de serem combatidas e geralmente seu tratamento envolve uma maior logística e uso de recursos financeiros. O uso de pesticidas e fertilizantes nas zonas rurais é um exemplo de fonte não-pontual de contaminação aquática pois estas substâncias penetram no solo e são carreadas para rios e aquíferos através de muitos quilômetros de extensão. Nestes casos, a melhor abordagem seria limitar o uso de pesticidas e fertilizantes ou estipular uma distância de segurança em relação aos corpos hídricos próximos às plantações. www.esab.edu.br 11 Um efeito comum da poluição de lagos é a eutrofização. Quando poluentes com altas concentrações de fósforo e nitrogênio se acumulam em ambientes de águas mais calmas (como lagos e lagoas), eles causam o crescimento descontrolado de algumas espécies de cianobactérias. Este crescimento, conhecido como florações ou bloom, causa a formação de um tapete de algas na superfície da água, reduzindo a entrada de luz e oxigênio. Ao mesmo tempo, o acúmulo anormal de matéria orgânica aumenta a taxa de decomposição, agravando o quadro de anóxia (falta de oxigênio), o que causa uma alta mortandade de peixes e outros organismos aquáticos. A fim de evitar a degradação dos recursos hídricos, são necessárias medidas preventivas relacionadas ao tratamento de poluentes e constante monitoramento dos corpos d’água seguindo protocolos estabelecidos. Para reduzir a contaminação da água, deve-se tratar os resíduos domiciliares, industriais e agrícolas em estações de tratamento, manter a vegetação nativa nas margens de rios e lagos, reduzir o uso de compostos químicos de difícil degradação, tratar de forma especial os resíduos contendo metais pesados, controlar a produção de resíduos das atividades industriais e de mineração, construir sistemas de escoamento das águas da chuva e aperfeiçoar práticas mais sustentáveis (como o uso de materiais biodegradáveis, a rotação de cultivos agrícolas, plantações orgânicas e reciclagem). - Poluição visual A poluição visual se dá quando as informações visuais estão em excesso, ou algum fator que cause estresse estético no ambiente que afeta a qualidade de vida dos seres humanos. A poluição visual é encontrada em áreas urbanas, principalmente em áreas comerciais pelo excesso de propagandas, as quais modificam as www.esab.edu.br 12 paisagens, podendo causar acidentes automobilísticos devido às distrações ao volante. Além das propagandas, outra fonte de poluição visual são os cabos entrelaçados a postes e as pichações, que acarretam na desvalorização do valor histórico de vários prédios e monumentos históricos desviando a atenção da população. Pichações, além de serem consideradas poluição, são consideradas crime ambiental e vandalismo, além de afetar a microeconomia local com os seus reparos. A pichação é a única poluição visual que é considerada crime pela legislação brasileira. A exposição prolongada à poluição visual afeta a saúde humana, provocando desconforto visual, estresse e até transtornos a saúde mental. Em casos de muita repetição da mesma propaganda, há o incentivo ao consumo excessivo, que acarreta obesidade, tabagismo, alcoolismo eaumento em produção de lixo e resíduos, principalmente no descarte dos materiais utilizadas na produção de tais propagandas. No Brasil, fica explícita a poluição visual em período de eleição, no qual se encontra, além das propagandas consumistas e de serviços, as propagandas eleitorais em muros de casas, em carros, postes e placas de utilidades públicas, além dos panfletos de propaganda eleitoral espalhados pelos chãos em vias e estabelecimentos públicos, acarretando em outros tipos de poluição e desmatamento. Os municípios são os responsáveis pela fiscalização da poluição visual de acordo com a lei 6.938/81. - Poluição sonora Poluição sonora remete a qualquer ruído que possa prejudicar a saúde, um som com o volume extremamente alto ou a um ruído ou barulho que interfira negativamente na qualidade de vida. Em relação ao ouvido humano, segundo a Organização Mundial da Saúde, há prejuízos à saúde de acordo com o nível de barulho exercido. www.esab.edu.br 13 Segundo as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), cada tipo de ambiente tem um nível máximo aceitável de decibéis diferentes. Em áreas hospitalares e dormitórios, o limite é de 45 decibéis (dB); em ambientes educacionais, 50 dB; em casas de espetáculos e esportes fechados, 60 dB; em escritórios: 65 dB. Quando o nível excede 50 dB, as pessoas já começam a aparecer dificuldades cognitivas, de concentração e tensão. Acima dos 65 dB, os indivíduos podem apresentar colesterol elevado, diminuição do sistema imunológico e aumento dos índices de morfina, podendo torná-lo quimicamente dependente. Acima de 70 dB, há abalo da saúde mental, ocasionando incidências de zumbidos, tontura, aumentam as chances de infartos, além de começar a afetar as estruturas de audição, progressivamente levando a perdas auditivas, podendo chegar a surdez. A poluição sonora afeta também outros animais, expondo-os a estado de extremo estresse, atrapalhando seus instintos de caça, sua reprodução e interferindo em sua comunicação. Os mais afetados são os animais marinhos. Como os ambientes subaquáticos não são habitados por seres humanos e o som se propaga com mais rapidez, o nível de ruídos é extremamente alto devido a motores de barcos e navios, plataformas petrolíferas, entre outros, afetando principalmente os golfinhos e baleias que têm como comunicação os sonares. Em relação às plantas, o volume excessivo de ruídos atrapalha o seu crescimento devido aos tremores que as fazem perder água. Medidas podem ser tomadas no intuito de diminuir e/ou evitar as consequências da poluição sonora em relação a saúde: evitar áreas barulhentas, evitar buzinar, usar de equipamento acústico devidamente apropriado nas indústrias e construções, não escutar músicas em volume muito alto, não acelerar automóveis sem estar em movimento. www.esab.edu.br 14 Acesse o link abaixo: http://bdpi.usp.br/bitstream/handle/BDPI/40293/ S 1 8 0 6 - 3 7 1 3 2 0 1 2 0 0 0 5 0 0 0 1 5 . pdf?sequence=1&isAllowed=y e leia o artigo de revisão “A poluição do ar e o sistema respiratório”para entender um pouco mais sobre os efeitos nocivos da poluição atmosférica sobre o corpo humano. http://bdpi.usp.br/bitstream/handle/BDPI/40293/S1806-37132012000500015.pdf?sequence=1&isAllowed=y http://bdpi.usp.br/bitstream/handle/BDPI/40293/S1806-37132012000500015.pdf?sequence=1&isAllowed=y http://bdpi.usp.br/bitstream/handle/BDPI/40293/S1806-37132012000500015.pdf?sequence=1&isAllowed=y www.esab.edu.br 15 Por volta de 1970, governos e entidades começaram a dar atenção às consequências de suas ações no meio ambiente. Quatro décadas depois ainda existem dificuldades para controlar a exploração desenfreada dos recursos naturais. O modelo capitalista de desenvolvimento, cada vez mais arraigado nas sociedades atuais, exerce uma pressão muito forte sobre o meio ambiente, o que culminou em uma crise ambiental global. Segundo o relatório “Panorama Ambiental Global (Geo-5)”, divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) durante o Rio+20, poucos avanços ocorreram em algumas metas criadas em 1992 para reduzir os efeitos das crises ambientais. Nas duas últimas décadas, houve agravamento do desmatamento das florestas, da pesca excessiva, da poluição do ar e da água, além das emissões de gases causadores do efeito estufa, causando alterações climáticas, desertificação e secas. Alguns destes fenômenos serão analisados separadamente para compreensão da sua dimensão. - Efeito estufa e aquecimento global O efeito estufa é um fenômeno natural e possibilita a vida humana na Terra. Parte da energia solar que chega ao planeta é refletida diretamente de volta ao espaço e parte penetra na Terra, promovendo o seu aquecimento. Uma parcela desse calor que entra é irradiada de volta ao espaço, mas é bloqueada pela presença de gases como o gás carbônico (CO2), o metano (CH4) e o vapor d’água (H2O), que funcionam como uma cortina de gás www.esab.edu.br 16 que vai da superfície da Terra em direção ao espaço, impedindo que a energia do sol absorvida pela Terra durante o dia seja emitida de volta para o espaço. Sendo assim, parte do calor fica “aprisionado” próximo da Terra, o que faz com que a temperatura média do nosso planeta seja em torno de 15°C. A esse fenômeno de aquecimento da Terra dá-se o nome de efeito estufa. Se não existisse o efeito estufa, a temperatura média na Terra seria em torno de –15°C e não existiria água na forma líquida, nem vida. O balanço entre a energia solar incidente e a energia refletida na forma de calor pela superfície terrestre mantém praticamente inalterado. Entretanto, isso pode ser alterado devido ao aumento da quantidade de energia refletida de volta ao espaço, devido a mudanças na concentração de gases de efeito estufa na atmosfera, o que pode ocorrer em função do aumento das emissões desses gases pelas atividades humanas: na agricultura, por meio da preparação da terra para plantio e aplicação de fertilizantes; na pecuária, por meio do tratamento de dejetos animais e pela fermentação entérica do gado; no transporte, pelo uso de combustíveis fósseis, como gasolina e gás natural; no tratamento dos resíduos sólidos, pela forma como o lixo é tratado e disposto; nas florestas, pelo desmatamento e degradação de florestas; e nas indústrias, pelos processos de produção, como cimento, alumínio, ferro e aço, por exemplo. Embora o clima tenha apresentado mudanças ao longo da história da Terra, a atualidade mostra aspectos distintos. A concentração de CO2 na atmosfera observada em 2005 excedeu, e muito, a variação natural dos últimos 650 mil anos, atingindo valor recorde de 379 partes por milhão em volume (ppmv). Enquanto as mudanças do clima no passado decorreram de fenômenos naturais, nos últimos 50 anos, a maior parte tem sido atribuída às atividades humanas. A principal evidência dessa mudança atual www.esab.edu.br 17 do clima é o aquecimento global. Nos últimos 140 anos, a temperatura do planeta aumentasse em média 0,76oC. Pode parecer pouco, mas esse aumento já foi suficiente para abalar o clima do planeta. As projeções sugerem que o aumento de temperatura para o final do século XXI pode ser em média de 1,8 a 4ºC. Se a emissão de gás carbônico continuar aumentando na mesma velocidade dos últimos anos, a temperatura do planeta poderá aumentar tanto que os desastres previstos são muito grandes. Por exemplo, o gelo das regiões polares poderá derreter, causando inundações de grande parte da costa dos continentes, sendo que cidades litorâneas inteiras poderão desaparecer. As correntes oceânicas poderão ser afetadas de forma a alterar a distribuição de calor na Terra, grandes regiões agrícolas poderão se tornar desertos, e tempestades violentas poderão ocorrer com mais frequência por causa das variações climáticas. Um efeito dramático já perceptível do aquecimento global é o branqueamento de corais, que ocorre quando algum estresse, principalmente mudançasbruscas de temperatura, que faz o coral expulsar as algas microscópicas que vivem em simbiose com ele. Essas algas, chamadas zooxantelas, são a principal fonte de alimento do coral e lhe dão cor. Quando o mar esquenta demais, elas vão embora. Assim, o coral passa fome e fica mais suscetível a doenças, podendo morrer. De acordo com Hughes e colaboradores (2018), os corais estão a morrer a um ritmo inédito, pois o branqueamento está cinco vezes maior que em 1980. - Desmatamento e desertificação O desmatamento consiste no processo contínuo de remoção da vegetação superficial de uma grande área. Uma retirada aleatória e esporádica de uma árvore no meio de uma vasta floresta não pode ser considerada desmatamento, pois, nesse caso, a floresta continua existindo e mantém-se em equilíbrio. Remover a vegetação, mais do que simplesmente derrubar árvores, é diminuir www.esab.edu.br 18 ou extinguir o habitat de diferentes espécies, desproteger o solo e também gerar impactos sobre os cursos d’água. Dentre as consequências do desmatamento, pode-se citar: extinção de espécies, sobretudo as endêmicas, pois florestas são habitats e fontes de alimento; alteração ou até eliminação de cursos d’água, que dependem das florestas para o controle do assoreamento de seus leitos e também para a manutenção de suas margens, evitando ou diminuindo os casos de erosão; problemas climáticos, haja vista que muitas florestas emitem uma grande quantidade de umidade para a atmosfera, de forma que a sua retirada acarreta menores quantidades de chuva e interferência nas médias de temperatura em várias outras regiões que costumam receber essa umidade; exposição do solo aos agentes intempéricos, o que eleva os casos de erosão e, em regiões de clima árido e semiárido, até a intensificação do processo de desertificação. A desertificação é o estágio final da degradação do solo, quando a perda de nutrientes e microrganismos o torna incapaz para as atividades produtivas. A desertificação caracteriza-se pela redução da vegetação e da capacidade produtiva do solo. O seu desenvolvimento é mais propício em regiões áridas, semiáridas e pouco úmidas, podendo ser desencadeado por fatores naturais (variações climáticas) ou pela ação humana. O principal fator que incide no aumento da desertificação é a utilização inadequada do solo por meio das atividades humanas. A retirada da vegetação nativa para implementação de pastos e lavouras ou para uso como fonte de energia (lenha e carvão) deixam os solos descobertos e expostos à erosão. A agropecuária intensiva, realizada sem descanso e sem técnicas de conservação do solo, provoca erosão e compromete a produtividade, pois pode torná-lo compacto e pouco permeável, até a área tornar-se improdutiva. A irrigação www.esab.edu.br 19 mal planejada também provoca a salinização dos solos, inviabilizando seu uso em pouco tempo. O Mar de Aral, localizado na Ásia entre o Uzbequistão e o Cazaquistão constitui um exemplo do planejamento inadequado de irrigação de um local. Aquele que já foi considerado o quarto maior mar interior da Terra, sofreu com o desvio de águas de seus dois principais afluentes, os rios Amu Daria e Sir Daria. Projetos de irrigação mal feitos, que perdiam até 75% da água captada em vazamentos e evaporação, consumiram 90% do recurso que chegava ao Mar de Aral para suprir as plantações de algodão. Como resultados negativos, destacam-se a formação do Aralkum, um grande deserto de sal e poluentes sólidos que se formou a partir da seca do mar; a salinidade quase quintuplicou e matou a maior parte da flora e fauna naturais, sendo que a eliminação dos peixes levou à falecia da indústria pesqueira e das cidades ao longo das margens, aumentando o desemprego; as águas que sobraram ficaram poluídas, sobretudo por conta dos testes com armamentos e projetos industriais, e o uso maciço de pesticidas e fertilizantes. Como consequências da desertificação, observa-se a intensificação do processo de erosão e de salinização do solo; redução da disponibilidade de águas subterrâneas; perda da biodiversidade; redução das terras agricultáveis e, consequentemente, da produção agrícola; desenvolvimento de fluxos migratórios do campo para a cidade, pois as familias migram para as zonas urbanas em busca de melhores condições de vida. Por esses motivos, é importante intensificar as políticas de combate e controle do desmatamento, criminalizando mais enfaticamente o processo de retirada ilegal de madeira, ampliando a fiscalização e melhorando os sistemas de vigilância. Além disso, o www.esab.edu.br 20 reaproveitamento de produtos feitos de madeira ou a substituição dessa matéria-prima por outros tipos, reduzindo o consumo, também são formas de solucionar esse problema. - Destruição da camada de ozônio Em volta da Terra, há uma frágil camada de um gás chamado ozônio (O3), que protege animais, plantas e seres humanos dos raios ultravioleta emitidos pelo Sol. Na superfície terrestre, o ozônio contribui para agravar a poluição do ar das cidades e a chuva ácida. Mas, nas alturas da estratosfera (entre 25 e 30 km acima da superfície), é um filtro a favor da vida. Sem ele, os raios ultravioleta poderiam eliminar todas as formas de vida no planeta. Diversas substâncias químicas acabam destruindo o ozônio quando reagem com ele. Tais substâncias contribuem também para o aquecimento do planeta, conhecido como efeito estufa. Os óxidos nítricos e nitrosos expelidos pelos exaustores dos veículos, o CO2 produzido pela queima de combustíveis fósseis, como o carvão e o petróleo, e sobretudo o grupo de gases chamado clorofluorcarbonos (CFCs) são as principais fontes de destruição da camada de ozônio. Depois de liberados no ar, os CFCs (usados como propelentes em aerossóis, como isolantes em equipamentos de refrigeração e para produzir materiais plásticos) levam cerca de oito anos para chegar à estratosfera onde, atingidos pela radiação ultravioleta, se desintegram e liberam cloro. Por sua vez, o cloro reage com o ozônio que, consequentemente, é transformado em oxigênio (O2). O problema é que o oxigênio não é capaz de proteger o planeta dos raios ultravioleta. Uma única molécula de CFC pode destruir 100 mil moléculas de ozônio. Apesar de a camada de ozônio absorver a maior parte da radiação ultravioleta, uma pequena porção atinge a superfície da Terra. É essa radiação que acaba provocando o câncer de pele, que mata www.esab.edu.br 21 milhares de pessoas por ano em todo o mundo. Os seres humanos não são os únicos atingidos pelos raios ultravioleta. Todos as formas de vida, inclusive plantas, podem ser debilitadas. Acredita- se que níveis mais altos de radiação podem diminuir a produção agrícola, o que reduziria a oferta de alimentos. A vida marinha também está ameaçada, especialmente o plâncton (plantas e animais microscópicos) que vive na superfície do mar. Esses organismos minúsculos estão na base da cadeia alimentar marinha e absorvem mais da metade das emissões de dióxido de carbono (CO2) do planeta. Na década de 80, a Nasa identificou um buraco de cerca de 7 milhões de km2 sobre a Antártida, o qual, em 1995, já chegava a 10 milhões de km2. Uma série de fatores climáticos faz da estratosfera sobre a Antártida uma região especialmente suscetível à destruição do ozônio. Toda primavera, no Hemisfério Sul, aparece um buraco na camada de ozônio sobre o continente. Os cientistas observaram que o buraco vem crescendo e que seus efeitos têm se tornado mais evidentes. Médicos da região têm relatado uma ocorrência anormal de pessoas com alergias e problemas de pele e visão. No Hemisfério Norte, também foi identificado um buraco em 1992, o qual também vem crescendo. Os Estados Unidos, a maior parte da Europa, o norte da China e o Japão já perderam 6% da proteção de ozônio. O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) calcula que cada 1% de perda da camada de ozônio cause 50 mil novos casosde câncer de pele e 100 mil novos casos de cegueira, causados por catarata, em todo o mundo. O principal acordo internacional relacionado à proteção da Camada de Ozônio é o Protocolo de Montreal, que entrou em vigor em 1989, cujo objetivo é prevenir e regular as emissões mundiais das www.esab.edu.br 22 substâncias responsáveis pela degradação da camada de ozônio. Segundo este documento, deveria haver uma redução no consumo de CFCs de 20% até 1994 e de 50% até 1999, tomando como referência os níveis de consumo de 1986. Como alternativa aos CFCs, surgiram os HCFCs (Hidroclorofluorcarbonos), que possuem um potencial de destruição da camada de ozônio menor. Apesar disso, a Emenda de Viena, criada em 1995, também definiu restrições ao uso dos HCFCs, estabelecendo uma redução de 90% de consumo até 2015 e uma suspensão total até 2040. Isso porque esses gases contribuem para o efeito estufa e são regulados pelo Protocolo de Kyoto para terem sua emissão reduzida. O rio São Francisco é um dos mais importantes cursos d'água do Brasil, o qual passa por cinco estados e 521 municípios, sendo sua nascente localizada em Minas Gerais e sua foz no estado de Alagoas, onde o deságue ocorre no Oceano Atlântico. O projeto de transposição deste rio prevê o desvio da água para sanar essa deficiência hídrica na região do Semi-Árido através da transferência de água do rio para abastecimento de açudes e rios menores na região Nordeste, diminuindo a seca no período de estiagem. A partir da visualização do vídeo (https://globoplay.globo.com/v/6297898/), reflita: a partir do que aconteceu no Mar de Aral, na Ásia, será que o Rio São Francisco tem vazão de água suficiente para sustentar tal projeto? As populações assoladas pela seca podem esperar ainda mais por uma solução? https://globoplay.globo.com/v/6297898/ www.esab.edu.br 23 Ao longo de várias décadas, a humanidade vem consumindo os recursos naturais de forma descontrolada e poluindo diferentes ambientes, tais como águas, ar e solo, ocasionando a degradação severa do meio ambiente. A interdependência entre o homem e os demais seres vivos já é sabida há tempos e foi evidenciada por Thomas Huxley em 1863, em seu ensaio Evidências sobre o lugar do homem na natureza. Além disso, o diplomata George Perkin publicou o livro O homem e a natureza: o a geografia física modificada pela ação do homem, demonstrando que os recursos naturais do planeta estavam sendo esgotados e que as populações modernas entrariam em colapso, caso não houvesse mudanças. Diante da clara relação entre humanos e natureza, em 1869, Ernest Haeckel propôs o termo “ecologia” para definir as relações existentes entre as espécies umas com as outras e destas em relação ao meio ambiente. Ainda no século XIX, é criado o primeiro parque nacional do mundo, o Parque de Yellowstone, localizado nos EUA. Patrick Geddes, um botânico escocês considerado o Pai da Educação Ambiental, preocupava-se com os efeitos da Revolução Industrial, iniciada em 1779, na Inglaterra, pelo desencadeamento do processo de urbanização e suas consequências para o ambiente natural. O intenso crescimento econômico do pós-guerra acelerou a urbanização, e os sintomas da perda da qualidade ambiental começavam a aparecer em diversas partes do mundo. Apesar disso, apenas em 1945 começa- se a utilizar a expressão “estudos ambientais” por alguns www.esab.edu.br 24 profissionais de ensino da Grã-Bretanha. Em 1947, surge a União Internacional para a Conservação da Natureza (sigla em inglês: IUCN) na Suíça. Essa instituição é a autoridade global sobre o status do mundo natural e as medidas necessárias para protegê- lo. A primeira grande catástrofe ambiental ocorreu em 1952, quando o ar densamente poluído de Londres provocaria a morte de 1.600 pessoas, desencadeando o processo de sensibilização sobre qualidade ambiental na Inglaterra. Isso culminou com a aprovação da “Lei do Ar Puro” pelo parlamento inglês, em 1956. Esse fato desencadeou uma série de discussões em outros países, estimulando o surgimento do ambientalismo nos Estados Unidos a partir de 1960. A década de 60 começava exibindo ao mundo as consequências do modelo de desenvolvimento econômico adotado pelos países ricos, traduzido em níveis crescentes de poluição atmosférica nos grandes centros urbanos, perda da cobertura vegetal da terra e, consequentemente, perda da fertilidade do solo, assoreamento dos rios, inundações e pressões crescentes sobre a biodiversidade. Assim, em 1962, o livro “Primavera Silenciosa”, da jornalista americana Rachel Carson, alertava sobre os efeitos danosos de inúmeras ações humanas sobre o ambiente, como por exemplo o uso de pesticidas. Esta publicação viria a se tornar um clássico na história do movimento ambientalista mundial, desencadeando inquietação internacional e suscitando discussões em diversos foros. Enquanto os governos não conseguiam definir os caminhos do entendimento, a sociedade civil movimentava-se em todo o mundo. Em março de 1965, durante a Conferência em Educação na Universidade de Keele, Grã-Bretanha, surgia o termo Environmental www.esab.edu.br 25 Education – Educação Ambiental. Na ocasião, foi aceito que a Educação Ambiental deveria tornar-se uma parte essencial da educação de todos os cidadãos. Nesse mesmo ano, o filósofo e médico alemão Albert Schweitzer ganhou o Prêmio Nobel da Paz, em reconhecimento ao seu trabalho de popularização da ética ambiental. O Clube de Roma, criado em 1968 por um grupo de trinta especialistas de diversas áreas liderado pelo industrial Arillio Peccei e pelo químico inglês Alexander King, tinha como objetivo promover a discussão da crise atual e futura da humanidade. Em 1971, essa entidade encomenda ao Instituto de Tecnologia de Massachussets (sigla em inglês: MIT), nos Estados Unidos da América, um estudo sobre a situação do Planeta. O Clube de Roma publica em 1972 o relatório “Os limites do crescimento”, o qual buscava demonstrar que o crescente consumo exagerado levaria a população a um limite de crescimento e, provavelmente, a um colapso. Inicialmente, o conteúdo do documento fora ignorado por políticos, embora tenha alertado sobre os perigos da expansão desenfreada, e hoje é um dos clássicos da literatura mundial sobre o movimento ambientalista. A partir da década de 70, o cenário envolvendo a temática ambiental torna-se mais movimentado. Em 1972, impulsionada pelas informações do relatório do Clube de Roma, a Organização das Nações Unidas (ONU) promoveu em junho, na Suécia, a Conferência da ONU sobre o Ambiente Humano, a qual ficou popularmente conhecida como Conferência de Estocolmo. Nela, reuniram-se representantes de 113 países – inclusive o Brasil – a fim de estabelecer uma visão global e princípios comuns que servissem de inspiração e orientação à humanidade para preservação e melhoria do ambiente. www.esab.edu.br 26 Esta Conferência é considerada um marco político internacional para o surgimento de políticas de gestão ambiental. Ali foram propostos novos conceitos como o do Ecodesenvolvimento, uma nova visão das relações entre o meio ambiente e o desenvolvimento; a criação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), com sede em Nairóbi, Quênia; gerados documentos relevantes como a Declaração sobre o Meio Ambiente Humano ou Declaração de Estocolmo, que expressa a convicção de que “tanto as gerações presentes como as futuras, tenham reconhecidas como direito fundamental, a vida num ambiente sadio e não degradado”, e a recomendação de que se criasse o Programa Internacional de Educação Ambiental (PIEA), conhecida como “Recomendação 96”. A Recomendação 96 sugere que “se promova a Educação Ambiental como uma base de estratégias para atacar a crise do meio ambiente”. A Conferência também constituiu o Dia Mundial do Meio Ambiente, que passou a ser comemorado no dia 05 de junho de cada ano. A partir desse evento, a atenção mundial foi direcionada paraas questões ambientais, especialmente para a degradação ambiental e a poluição interfronteiras, popularizando o conceito da dispersão, de grande importância para evidenciar o fato de que a poluição não reconhece limites políticos ou geográficos e afeta países, regiões e pessoas para muito além do ponto em que foi gerada. A Conferência de Estocolmo também gerou controvérsias: representantes dos países em desenvolvimento acusaram os países industrializados de quererem limitar seus programas de desenvolvimento, usando as políticas ambientais de controle de poluição como um meio de inibir a sua capacidade de competição no mercado internacional – o chamado “desenvolvimento zero”. Os países do chamado Terceiro Mundo defendiam a posição de que todas as nações tinham direito ao crescimento econômico, mesmo sendo as custas de grandes degradações ambientais, www.esab.edu.br 27 desde que o resultado fosse o aumento do seu Produto Interno Bruto – o que ficou conhecido como “desenvolvimento a qualquer custo”. Nessa época, o Brasil estava sob vigência do regime militar e em pleno milagre econômico, em que os investimentos governamentais em grandes obras (como a Rodovia Transamazônica, a Ponte Rio-Niterói, a Usina de Energia Nuclear de Angra dos Reis), eram considerados prioritários, pois ampliavam a infraestrutura que, por sua vez, possibilitava o crescimento desenfreado que exigia ainda mais infraestrutura de base. Dessa forma, à época, os representantes brasileiros não reconheceram a gravidade dos problemas ambientais. Três anos mais tarde, em 1975, em resposta às recomendações da Conferência de Estocolmo, a UNESCO promoveu em Belgrado (Iugoslávia) um Encontro Internacional em Educação Ambiental, congregando especialistas de 65 países. No encontro, foram formulados princípios e orientações para um Programa Internacional de Educação Ambiental (PIEA), segundo os quais esta deveria ser contínua, multidisciplinar, integrada às diferenças regionais e voltada para os interesses nacionais. A discussão sobre as disparidades entre os países do Norte e do Sul, à luz da crescente perda de qualidade de vida, gerou nesse encontro a “Carta de Belgrado”, na qual se expressava a necessidade do exercício de uma nova ética global, que proporcionasse a erradicação da pobreza, da fome, do analfabetismo, da poluição e da dominação e exploração humana. A carta preconizava que os recursos do mundo deveriam ser utilizados de um modo que beneficiasse toda a humanidade e proporcionasse a todos a possibilidade de aumento da qualidade de vida. Nessa época, no Brasil não havia nenhum apoio à Educação Ambiental, por conta do desinteresse dos políticos dominantes e da ausência de uma politica educacional definida para o País. www.esab.edu.br 28 Porém, diante da urgência ditada pela perda de qualidade ambiental, amplamente discutida na comunidade internacional, os órgãos estaduais brasileiros de meio ambiente tomaram a iniciativa de promover a Educação Ambiental no Brasil. Começariam a surgir as parcerias entre as instituições de meio ambiente e as Secretarias de Educação dos Estados. Por pressão dos órgãos ambientais, a disciplina “Ciências Ambientais” tornou-se obrigatória nos cursos de engenharia, e vários cursos voltados à área ambiental foram criados nas universidades brasileiras. Em 1977, ocorreu o evento mais importante para a Educação Ambiental no mundo. Havia uma grande confusão sobre o que realmente era “Educação Ambiental”. Defendiam-se conceitos e abordagens bem diferenciados em função das diversas visões, condicionadas ao interesse de cada país ou bloco de países. A fim de se resolver esse impasse, foi realizada a Primeira “Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental”, organizada pela UNESCO em colaboração com o PNUMA. A Conferência de Tbilisi – como ficou conhecida – reuniu especialistas de todo o mundo e contribuiu para definição dos conceitos da Educação Ambiental, seus princípios, objetivos e características, formulando recomendações e estratégias pertinentes aos planos de ação regional, nacional e internacional. Para o desenvolvimento da Educação Ambiental, foi recomendado que se considerassem todos os aspectos que compõem a questão ambiental, ou seja, aspecto políticos, econômicos, científicos, tecnológicos, culturais e éticos. A Educação Ambiental deveria ter caráter interdisciplinar, crítico, ético e transformador. Dez anos após a Conferência de Tbilisi, foi realizado o Congresso Internacional sobre Educação e Formação Ambiental, promovido pela UNESCO e apoiado pelo PNUMA, a fim de avaliar os avanços sobre Educação Ambiental desde Tbilisi. O Conselho Federal de www.esab.edu.br 29 Educação do Brasil aprovou o parecer 226/87, que considerava necessária a inclusão da Educação Ambiental nas propostas curriculares das escolas de 1º e 2º graus. Apesar da medida, o Brasil nada conseguiu apresentar no Congresso, e o vexame teve repercussões mundiais negativas sobre o País. Em 1992, a ONU promoveu no Rio de Janeiro a Primeira “Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente”, oficialmente denominada de “Conferência de Cúpula da Terra” e informalmente de Eco-92 ou Rio-92, que reuniu representantes de 172 países e contou com a participação da sociedade civil. Tal evento lançou as bases para os países empreenderem ações para melhoria das condições social e ambiental, tanto em nível local, quanto planetário. Durante a Eco-92, foi aberto espaço para um encontro paralelo das organizações não governamentais (ONGs), em que se firmou um “Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global”, documento que reforçou os princípios orientadores da Educação Ambiental e chamou atenção para o modelo de desenvolvimento econômico e social vigente, chamada de economia marrom. A Eco-92 gerou os seguintes documentos: “Declaração do Rio”, também chamada de “Carta da Terra”, um conjunto de princípios por meio dos quais deveria ser conduzida a interação dos seres humanos com o planeta; “Declaração de Princípios sobre Florestas”, um um documento que faz uma série de recomendações para a conservação e o desenvolvimento sustentável florestal; “Convenção sobre Diversidade Biológica” (CDB), que trata da conservação da biodiversidade, o seu uso sustentável e a distribuição justa e equitativa dos benefícios advindos do uso econômico dos recursos genéticos, respeitada a soberania de cada nação sobre o patrimônio existente em seu território; “Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas” (CQNUMC ou UNFCCC em inglês) e a “Agenda 21”, www.esab.edu.br 30 um plano de ação global para o século XXI, que visa à sustentabilidade da vida na Terra e que reforça a importância de cada país em pensar globalmente e agir localmente. A Conferência das Partes (COP) é o órgão supremo da CQNUMMC, sendo uma associação de todos os países membros (ou “Partes”) signatários da Convenção, que passaram a se reunir anualmente a partir de 1995 para avaliar a situação das mudanças climáticas no planeta e propor mecanismos a fim de garantir a efetividade da Convenção. Em tempos mais recentes, foi realizada em junho de 2012 na cidade do Rio de Janeiro a Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável (CNUDS), mais conhecida como Rio+20, em alusão aos 20 anos decorridos desde a Eco-92. Este evento, que contou com a participação de representantes de 193 países, teve como objetivo a renovação do compromisso político com o desenvolvimento sustentável, por meio da avaliação do progresso e das lacunas na implementação das decisões adotadas pelos países. Abordou também as temáticas da economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza e a estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável. O documento resultante da Rio+20, intitulado “O Futuro que Queremos”, destaca os resultados da Conferência, sobretudo aqueles relacionados ao compromissoassumido pelos Estados com a erradicação da pobreza extrema, o lançamento de processo intergovernamental para a criação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), a criação do Foro Político de Alto Nível sobre Desenvolvimento Sustentável e o incentivo ao fortalecimento do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). Paralelamente, aconteceu a Cúpula dos Povos por Justiça Social e Ambiental, que envolveu movimentos sociais para debater sobre a falência do sistema capitalista e seu modo de produção, e as consequências disso sobre o meio ambiente. www.esab.edu.br 31 Por fim, em setembro de 2015, ocorreu em Nova York, na sede da ONU, a Cúpula de Desenvolvimento Sustentável. Nesse encontro, todos os países da ONU definiram os novos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) (Figura 1) como parte de uma nova agenda de desenvolvimento sustentável com prazo para 2030 - conhecida como a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Figura 1. Objetivos de Desenvolvimento Sustentável integrantes da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Fonte: www.itamaraty.gov.br/pt-BR/politica-externa/desenvolvimento- sustentavel-e-meio-ambiente/134-objetivos-de-desenvolvimento- sustentavel-ods A partir do vídeo que demonstra a inter-relação entre os 17 ODS (https://www.youtube.com/ watch?v=_3ejiX6AvLY), pense em propostas que possam ser trabalhadas em sala de aula com seus alunos para alcançar o desenvolvimento sustentável e, assim, contribuir para uma mudança global a partir de ações locais. http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/politica-externa/desenvolvimento-sustentavel-e-meio-ambiente/134-objetivo http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/politica-externa/desenvolvimento-sustentavel-e-meio-ambiente/134-objetivo http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/politica-externa/desenvolvimento-sustentavel-e-meio-ambiente/134-objetivo https://www.youtube.com/watch?v=_3ejiX6AvLY https://www.youtube.com/watch?v=_3ejiX6AvLY www.esab.edu.br 32 Terceiro Setor é um termo que se refere às instituições privadas sem fins lucrativos e que prestam serviços de caráter público. Nele, incluem-se associações comunitárias, fundações, entidades filantrópicas e organizações não-governamentais (ONGs). O Primeiro Setor é formado pelos governos municipal, estadual e federal e o Segundo Setor é formado por entidades privadas. Segundo Salamon e Anheier (1992), o Terceiro Setor difere-se dos demais por cinco características: são formalmente constituídas; têm estrutura básica não-governamental; gestão própria; sem fins lucrativos; faz uso significativo de mão de obra voluntária. De uma forma geral, ONGs têm as seguintes características: • Agrupamento formal de pessoas em torno de interesses e objetivos comuns. • Realização de ações solidárias, de ajuda mútua e filantrópicas. • Autonomia, livre adesão e participação voluntária dos associados. • Iniciativas privadas não orientadas para o lucro. • Iniciativas na esfera pública não realizadas pelo Estado. • Atuação política e social, fundamentadas nos princípios e valores pactuados por todos os seus integrantes/associados. As ONGs exercem atividades que auxiliam os governos, desempenhando um papel social importante ao oferecer projetos www.esab.edu.br 33 e serviços, embora não tenham nenhuma natureza jurídica. Há ONGs para combater a destruição do meio ambiente, tem as que trabalham com crianças de rua, com portadores de deficiências, as que lutam pela reforma agrária, as de economia solidária, as que defendem os sem-teto, as que lutam pela garantia dos direitos humanos, pelos direitos dos animais, que tratam de dependentes químicos, de idosos, as que luta, pelos direitos dos deficientes, de pessoas de baixa renda, dos homossexuais, dos indígenas, das crianças e das mulheres, pela humanização no trânsito, da saúde, etc. Perceba, porém, que todas estas responsabilidades são responsabilidades do Estado que foram transferidas para a sociedade civil. Por isso, as ONGs devem ser respeitadas e valorizadas. As ONGs podem realizar atividades de ajuda, como: oferecimento de serviços, orientação jurídica e psicológica, acolhimento, educação, profissionalização e encaminhamento para outros órgãos de atendimento, de acordo com as necessidades dos casos. Esse tipo de organização é mantida por doações e por financiamento privado. Os governos podem enviar recursos financeiros para as ONGs, através da assinatura de contratos de parceria. Mas, mesmo nessas situações, elas mantêm a sua autonomia de funcionamento. Toda ONG pode tornar-se uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), que é uma qualificação jurídica atribuída a diferentes tipos de entidades privadas atuando em áreas típicas do setor público com interesse social, que podem ser financiadas pelo Estado ou pela iniciativa privada sem fins lucrativos. Ou seja, as entidades típicas do terceiro setor. Por ser uma qualificação, e não uma forma de organização em si mesma, vários tipos de instituições podem solicitar a qualificação como OSCIP. De maneira geral, as organizações não-governamentais www.esab.edu.br 34 (ONGs) são as entidades que mais se encaixam no perfil para solicitar a qualificação de OSCIP. Uma OSCIP está prevista no ordenamento jurídico brasileiro como forma de facilitar parcerias e convênios com todos os níveis de governo e órgãos públicos (federal, estadual e municipal) e permite que doações realizadas por empresas possam ser descontadas no imposto de renda. A grande diferença entre ONG e OSCIP está no fato de a primeira não ser reconhecida oficialmente pelo ordenamento jurídico brasileiro. As ONGs começaram a aparecer na década de 60 e, até a década de 80, tinham caráter essencialmente politico, pois visavam ser instrumentos de organização popular para promover transformação social e mudanças nas estruturas de poder. Algumas ONGs, principalmente as que surgiram nos anos 70, tornaram-se meios de expor as insatisfações do coletivo com o progresso desenfreado do setor industrial. No Brasil, as primeiras lutas ecológicas começam a aparecer na década de 70, e nos anos 80, devido à abertura política e à redemocratização devido à saída dos governos militares, surgem os novos movimentos sociais com características contestatórias. Aparecem então os movimentos ecológicos que exigiam do governo uma estrutura institucional que controlasse, via legislação, a emissão de gases poluidores. O movimento ecológico brasileiro adquiriu feições diferentes dos movimentos ecológicos de outros países. Por aqui, a luta social local se transformou em causa ecológica internacional. A preservação da Amazônia, por exemplo, necessária à sobrevivência dos seringueiros e das populações que vivem da exploração sustentável dos seus recursos, é o melhor exemplo do que estamos falando. A luta dos seringueiros, www.esab.edu.br 35 liderados por Chico Mendes, ganhou expressão internacional e levou os problemas enfrentados por esta população para o mundo inteiro. Enquanto os movimentos sociais das décadas de 70 e 80 se organizavam de forma essencialmente voluntária e quase não dispunham de estrutura e aporte financeiro, a maioria das ONGs surgidas a partir da década de 90 funcionam por terem uma estrutura financeira que extrapola, e muito, o voluntarismo. Isso porque muitas ONGs passaram a receber, pelo menos em parte, aporte financeiro de instituicões que realizam atividades contraditórias aos princípios das organizações. Apesar disso, no Brasil, muitos são os casos de sucesso de ONGs ambientais que colaboraram e que ainda continuam a colaborar de maneira exemplar para com o meio ambiente. Além disso, as ONGs ambientais têm desempenhado um importante papel no processo de aprofundamento e expansão das ações de educação ambiental não formal e, muitas vezes, impulsionam iniciativas governamentais e dão apoio às organizações da iniciativa privada interessadas no desenvolvimento de projetos na área. Aliás,é muito importante ressaltar que no Brasil, devido à falta de leis mais severas e também de fiscalizações de fato efetivas para as causas ambientais, o trabalho das ONGs ambientais é de enorme importância, ajudando tanto a conservar como a conscientizar a população. Dentre as ONGs ambientais que obtiveram sucesso no país estão a WWF Brasil, que está vinculada a WWF Suíça, sendo fundada em 1996 em Brasília. Essa organização tem como lema a conservação da biodiversidade no mundo e, ao mesmo tempo, empenha esforços para conscientizar a população quanto ao uso www.esab.edu.br 36 racional dos recursos naturais. Dentre os muitos projetos de sucesso encabeçados e apoiados pela WWF – Brasil estão o Projeto Tamar – de conservação das tartarugas marinhas, e o programa de conservação do Mico-Leão-Dourado – espécie ameaçada de extinção. A Fundação SOS Mata Atlântica é uma ONG ambiental brasileira criada em 1986, que atua na promoção de políticas públicas para a conservação da Mata Atlântica por meio do monitoramento do bioma, produção de estudos, projetos demonstrativos, diálogo com setores públicos e privados, aprimoramento da legislação ambiental, comunicação e engajamento da sociedade em prol da recuperação da floresta, da valorização dos parques e reservas, de água limpa e da proteção do mar. Também há a Fundação Biodiversitas, criada em 1989 e sediada em Belo Horizonte – MG. Esta tem como objetivo a promoção de ações técnico-cientificas voltadas para a conservação da nature- za, buscando maneiras de conciliar o uso inteligente de recursos naturais juntamente com o desenvolvimento socioeconômico. Além dessas, a Conservação Internacional Brasil, criada em 1990, contribui para a criação, execução, monitoramento e implementa- ção de novas políticas relacionadas ao meio ambiente e o desen- volvimento. É uma das ONGs ambientais brasileiras com vasto foco de atuação, nas regiões de Escudo das Guianas, Tapajós, Centro de Endemismo Belém, BR-319, Três Fronteiras, Costa Equatorial, Matopiba, Bacia do Paraguaçu, Abrolhos Terra e Mar e Mega Rio. O Instituto Socioambiental (ISA) é uma organização da Sociedade Civil de Interesse Público, sem fins lucrativos, com sede em São https://www.sosma.org.br/ www.esab.edu.br 37 Paulo, mas atua também em Brasília, Manaus, Boa Vista, São Gabriel da Cachoeira, Canarana e Altamira. Essa é uma das poucas ONGs ambientais brasileiras que além de cuidar da natureza, procura preservar também a vida e cultura indígena brasileira. Já a Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (Renctas) foi fundada em 1999, com sede em Brasília. Esta procura estabelecer parcerias com a iniciativa privada, o poder público e o terceiro setor, atuando na promoção da conscientização ambiental da sociedade, apoio e incentivo de criação de políticas públicas, apoio aos órgãos de controle e fiscalização ambiental, e favorece a conservação das espécies silvestres. www.esab.edu.br 38 Durante a Conferência de Estocolmo, em 1972, a utilização do termo Ecodesenvolvimento trazia a perspectiva da preocupação com o meio ambiente aliado às questões sociais, econômicas, culturais, de gestão participativa e ética. Como uma derivação do conceito, surgiu a ideia de desenvolvimento sustentável. Em 1987, a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD), presidida pela médica Gro Harlem Brundtland, trouxe a público o conceito de Desenvolvimento Sustentável em seu relatório “Nosso Futuro Comum”, também conhecido como Relatório Brundtland: “O desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento que encontra as necessidades atuais sem comprometer a habilidade das futuras gerações de atender suas próprias necessidades.” “Um mundo onde a pobreza e a desigualdade são endêmicas estará sempre propenso à crises ecológicas, entre outras… O desenvolvimento sustentável requer que as sociedades atendam às necessidades humanas tanto pelo aumento do potencial produtivo como pela garantia de oportunidades iguais para todos.” “Muitos de nós vivemos além dos recursos ecológicos, por exemplo, em nossos padrões de consumo de energia… No mínimo, o desenvolvimento sustentável não deve pôr em risco os sistemas naturais que sustentam a vida na Terra: a atmosfera, as águas, os solos e os seres vivos.” www.esab.edu.br 39 “Na sua essência, o desenvolvimento sustentável é um processo de mudança no qual a exploração dos recursos, o direcionamento dos investimentos, a orientação do desenvolvimento tecnológico e a mudança institucional estão em harmonia e reforçam o atual e futuro potencial para satisfazer as aspirações e necessidades humanas.” Esse novo conceito foi definitivamente incorporado como um princípio durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento - a Cúpula da Terra de 1992 (Eco- 92) - no Rio de Janeiro. Em sua essência, o desenvolvimento sustentável também busca o equilíbrio entre proteção ambiental e desenvolvimento socioeconômico (Figura 2) e serviu como base principal para a formulação do documento Agenda 21 Global, com o qual mais de 170 países se comprometeram. Figura 2: Princípios do Desenvolvimento Sustentável Fonte:https://www.todamateria.com.br/desenvolvimento- sustentavel/ A Agenda 21 é o instrumento construído a partir dessa conferência para transformar os debates em ações efetivas para a preservação do meio ambiente. Cada país participante do encontro ficou incumbido de implementar sua própria Agenda 21 a partir de um protocolo geral de diretrizes. No Brasil, as linhas mestras de sua www.esab.edu.br 40 Agenda são a conciliação do investimento em crescimento econômico, justiça social e desenvolvimento humano com políticas de conservação ambiental e sustentabilidade. Além disso, a Agenda 21 Brasileira está fundamentada na democracia participativa e na cidadania, o que presume envolver a sociedade no debate acerca dos problemas ambientais e na construção das soluções e caminhos para enfrentá-los. Tem-se, portanto, como principal objetivo a elevação do nível de consciência da sociedade. Apesar de haver o apoio permanente das políticas governamentais de incentivo às práticas econômicas sustentáveis e o combate ao desperdício de recursos naturais, o maior foco consiste em despertar e consolidar essa consciência, de modo a transformá-la em instrumento permanente a serviço da defesa da vida. Outra ação que caminha firmemente em direção à consolidação do objetivo principal da Agenda 21 Brasileira foi o programa de formação aplicado a 10 mil professores da rede pública de ensino, além da formação da Comissão de Política de Desenvolvimento Sustentável (CPDS) como câmara de elaboração e implementação de políticas públicas voltadas para o meio ambiente. A sustentabilidade de um sistema é alcançada através do Desenvolvimento Sustentável, e para tanto, deve pautar sobre o chamado tripé da sustentabilidade, baseado em três princípios: o social, o ambiental e o econômico. Esses três fatores precisam ser integrados para que a sustentabilidade de fato aconteça. • Social: Engloba as pessoas e suas condições de vida, como educação, saúde, violência, lazer, dentre outros aspectos. • Ambiental: Refere-se aos recursos naturais do planeta e a forma como são utilizados pela sociedade, comunidades ou empresas. www.esab.edu.br 41 • Econômico: Relacionado com a produção, distribuição e consumo de bens e serviços. Entende-se que sustentabilidade social é um conjunto de ações que tem como propósito melhorar a qualidade de vida da população como um todo, visando reduzir as desigualdades sociais e ampliar o acesso aos direitos e serviços básicos, como educação e saúde, por exemplo. O ponto a ser observado é que não existe sociedade igualitária ou justa sem a participação do mercado e das empresas. Por isso, diversas ações podem ser adotadas pelas companhias a fim de praticar a sustentabilidade social, tais como programas de geração de emprego, de ofertade um ambiente profissional saudável e seguro e de apoio à formação profissional do empregado. Para reforçar essas atitudes, pode-se, também, investir em programas voltados às questões ambientais — como financiamentos para agricultores e ações de conscientização sobre a importância da preservação da água — e às questões educativas — participando da construção de uma visão crítica dos hábitos de vida e de consumo, a fim de se incutir a noção de uma cultura mais igualitária nos estudantes, por exemplo. Também pode-se aplicar recursos e esforços na implantação de programas voltados para uma maior inclusão social e para projetos educativos gratuitos e de qualificação profissional, especialmente direcionados à população de baixa renda. A sustentabilidade ambiental abrange a conservação e a manutenção do meio ambiente. Importante notar que, para que a sustentabilidade ambiental seja efetivada, as pessoas devem estar em harmonia com o meio ambiente, para obterem melhoria na qualidade de vida. O objetivo da sustentabilidade ambiental é que os interesses das gerações futuras não estejam comprometidos pela satisfação das necessidades da geração atual. Para tanto, as ações sustentáveis devem ser adotadas pelas pessoas, ocorrendo desde indivíduos até o nível global. www.esab.edu.br 42 Muitas vezes não nos damos conta dos impactos ambientais de nossos hábitos cotidianos, mas deveríamos. Cada um fazer a sua parte pode ser tão importante quanto reflorestar áreas desmatadas. Pensando em uma escala individual, as pessoas podem adotar atitudes sustentáveis cotidianas em seus meios de convivência (casa, trabalho, escola...) que podem ter reflexos globais. Por menores que sejam essas atitudes, elas trazem muitos benefícios para sua rotina e seu bolso, além de contribuir para o futuro das próximas gerações. Algumas atitudes sustentáveis práticas para reduzir o impacto ambiental no dia a dia incluem: • Economizar água: ficar atento a torneiras abertas sem necessidade ou que não tenham sido fechadas direito. Conferir de vez em quando se há algum vazamento de água e consertá-lo; • Economizar energia: desligar luzes durante o dia e aparelhos que consumam energia (mesmo em modo Stand By) quando não houver pessoas no recinto. Grande parte do desperdício de energia elétrica no Brasil é oriundo do uso residencial. • Preferir consumo de produtos biodegradáveis: eles poluem menos o ambiente que os produtos convencionais, pois se degradam no meio ambiente em menos tempo; • Cultivar áreas verdes: procure áreas disponíveis e, com a orientação de um profissional, plante árvores nativas da região, cuidando para que cresçam saudáveis. Ter uma horta em casa visando produzir seu próprio alimento também é uma atitude sustentável, pois evita o desperdício. • Evitar o transporte individual: dê preferência ao transporte público coletivo ou combine caronas com colegas que vão para o mesmo local; se possível, utilize bicicletas ou desloque-se a pé. • Usar menos papel: não imprima sem necessidade e reutilize folhas como rascunho. Usar papel significa consumir florestas e ecossistemas inteiros. O reflorestamento não dá www.esab.edu.br 43 conta de resgatar espécies nativas, animais e insetos; • Evitar uso de produtos descartáveis: muita água é usada na produção destes e os produtos demoram muito para se decompor na natureza. Embora a reciclagem seja um meio de diminuir o impacto desses produtos, a coleta seletiva do lixo no Brasil não ocorre em todas as regiões. • Diminuir uso de embalagens: evite sacolas plásticas e embrulhos, pois a maioria acaba sendo abandonada no meio ambiente e demora centenas de anos para ser absorvida. • Não desperdiçar alimentos: o processo de decomposição dos alimentos libera gases que contribuem para o efeito estufa, como o gás carbônico e o metano. Por isso, evite o desperdício. Prepare somente a quantidade de comida para consumo imediato ou coloque sobras na geladeira ou congelador para preservá-las por mais tempo. Faça o reaproveitamento das sobras de folhas, talos e cascas de hortaliças em receitas criativas, para evitar que essas partes nutritivas dos alimentos sejam jogadas fora. • Não criar animais silvestres: é uma prática criminosa que contribui para a extinção das espécies. Pense que para cada animal silvestre vendido, muitos morreram durante o transporte; • Exercer seus direitos: sempre que perceber violações às leis ambientais, denuncie. O conceito de sustentabilidade econômica traz consigo uma nova ética que visa superar a crença de que a economia é um fim em si mesma, bem como a noção de que o ser humano é um instrumento (substituível e destituído de dignidade). O crescimento pregado é o qualitativo e busca o bem-estar do ser humano, que passa a ser o centro do processo de desenvolvimento. Da mesma forma, a capacidade de regeneração da natureza passa a ser considerada www.esab.edu.br 44 como um bem a ser preservado para a própria continuação da atividade econômica. O desenvolvimento sustentável é um caminho trilhado diariamente, com respeito mútuo e consciência de que todas as empresas, comunidades, pessoas e demais seres são partes integrantes de um único ecossistema. Assim, para que haja equilíbrio, é necessário que cada parte leve em consideração o todo, entendendo que é só uma pequena parte de um universo infinitamente maior, mas que pode ser afetado por suas ações. https://www.teraambiental.com.br/blog-da-tera-ambiental/sustentabilidade-economica-e-ambiental-por-que-elas-devem-seguir-juntas https://www.teraambiental.com.br/blog-da-tera-ambiental/sustentabilidade-economica-e-ambiental-por-que-elas-devem-seguir-juntas https://www.teraambiental.com.br/blog-da-tera-ambiental/sustentabilidade-economica-e-ambiental-por-que-elas-devem-seguir-juntas www.esab.edu.br 45 Nestas unidades, percebeu-se que os recursos naturais vem sendo amplamente explorados pelo homem, ocasionando problemas ambientais relacionados à degradação sobre os ambientes que este ocupa, seja para estabelecimento de moradias, comércio, servicos, produção industrial ou agropecuária. Quanto mais rápido o desenvolvimento tecnológico, maior acelerado é o ritmo de alterações provocadas no meio ambiente. Desde quando o homem começou a conviver em grandes comunidades, ele alterou a natureza de forma a assegurar sua sobrevivência e lhe proporcionar conforto, transformando assim características do ar, águas e solos. A ameaça que circunda os ecossistemas se dar por falta de um compromisso maior quando da utilização dos recursos naturais. A falta de um planejamento adequado levou a uma corrida exagerada para a exploração destes recursos, cuja renovação não acompanhou o ritmo intenso da produção. O uso dos recursos naturais em escala concentrada quebra as cadeias naturais de reprodução desses recursos e reduz a capacidade da natureza de construir novas situações de equilíbrio. Com a Revolução Industrial e o capitalismo em expansão em todo o mundo, a natureza vai dando lugar a uma forma de meio ambiente transformado, produzido pela ação humana, ou seja, o ambiente natural foi sendo modificado pelo homem para atender as “necessidades” da sociedade capitalista moderna. Em meio a essa enxurrada de destruição, diversos eventos mundiais foram decisivos para o estabelecimentos de metas e compromissos por parte dos Governos na gestão ambiental de seus países. Os avanços ao longo dos anos foram significativos: surgiu o termo Educação Educação Ambiental em 1965; em www.esab.edu.br 46 Estocolmo em 1972, cunhou-se o termo Ecodesenvolvimento, criou-se o PNUMA, instaurou-se o Dia Mundial do Meio Ambiente e delimitou-se a Declaração de Estocolmo, em que se reconhece que os recursos naturais necessitam de gestão adequada para não serem esgotados, e a Recomendação 96, visando maior desenvolvimento da Educação Ambiental, considerada como um dos elementos fundamentais para poder enfrentar seriamente a criseambiental no mundo; a Carta de Belgrado de 1975 pôs em xeque a erradicação dos problemas ambientais e sociais; durante a Conferência de Tbilisi, em 1977, estabeleceu-se que a Educação Ambiental deveria ser interdisciplinar, crítica, ética e transformadora; na Eco-92, gerou-se a Carta da Terra, a Declaração de Princípios sobre Florestas, a Convenção sobre Diversidade Biológica, a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas e a Agenda 21. Na Rio+20, em 2012, reafirmou-se a necessidade de um desenvolvimento sustentável, sendo que em 2015 foram traçados 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) como parte da Agenda 2030. Na tentativa de alertar a sociedade para a problemática ambiental, surgiram as ONGs no século XX, com a finalidade atuar em áreas onde o Estado não costumar estar presente, seja por impossibilidades legais ou por descaso. Assim, diversas ONGs passaram a trabalhar em favor do meio ambiente e, por isso, o ambientalismo é uma das frentes mais prestigiadas por essa organizações. Além dessa temática, ONGs também costumam prestar serviços sociais e de saúde. A Eco-92 foi o primeiro evento de grande porte envolvendo a temática ambiental que envolveu a participação formal de ONGs. A somatória dos esforços visa alcançar o desenvolvimento sustentável, o qual deve ser um caminho trilhado diariamente, com respeito mútuo e consciência de que todas as empresas, ONGs, Governos, comunidades, pessoas e demais seres são partes integrantes de um único ecossistema. Assim, para que haja www.esab.edu.br 47 equilíbrio, é necessário que cada parte leve em consideração o todo, entendendo que é só uma pequena parte de um universo infinitamente maior, mas que pode ser afetado por suas ações. www.esab.edu.br 48 APRESENTAÇÃO SUSTENTABILIDADE: A CHAVE PARA O DESENVOLVIMENTO CONSCIENTE O termo “sustentável” significa equilibrar as necessidades de consumo do ser humano com a capacidade de renovação da natureza. A sustentabilidade é usada para descrever o modo de agir sobre os recursos ambientais do nosso planeta. Ela é amparada por três pilares: econômico, social e ambiental. Seu objetivo é manter a harmonia entre os componentes para garantir a integridade do planeta, da natureza e da sociedade no decorrer das gerações. Os seres humanos utilizam, desde alguns séculos atrás, mais recursos do que realmente são necessários. Então a sustentabilidade ajuda a fazer o equilíbrio deste uso. Sem isso, a tendência é o esgotamento dos recursos que são fundamentais como a água, comprometendo o meio ambiente e as futuras gerações. Aliar crescimento e preservação dos recursos naturais é o desafio da atualidade. Nesse cenário, redução de consumo, reutilização de produtos, reciclagem e destinação correta dos resíduos ganham importância e passam a ser fundamentais para o desenvolvimento sustentável. www.esab.edu.br 49 No ano de 2000, durante a Cúpula do Milênio das Nações Unidas, foi adotada a Declaração do Milênio das Nações Unidas, que estabeleu oito objetivos internacionais de desenvolvimento até o ano de 2015, conhecidos como Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODMs) (Figura 3). Estes impulsionaram os países a enfrentarem os principais desafios sociais no início do século XXI. Figura 3. Objetivos de Desenvolvimento do Milênio estabelecidos na Cúpula das Nações Unidas para o desenvolvimento mundial. Fonte: http://www.agenda2030.com.br/sobre/ Após a Rio+20, um amplo e inclusivo sistema de consulta foi empreendido sobre questões de interesse global que poderiam compor a nova agenda de desenvolvimento pós-2015. Diferentemente do processo dos ODMs, os novos objetivos de desenvolvimento sustentável foram construídos envolvendo sociedade civil, comunidade científica e sistema das Nações Unidas. O objetivo era proporcionar uma diversidade de perspectivas e experiências. http://www.agenda2030.com.br/sobre/ www.esab.edu.br 50 O documento intitulado “Transformando o Nosso Mundo: A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável” foi concluído em setembro de 2015, em Nova York, após debates e reuniões entre os delegados dos 193 países membros da ONU. Nele, é reforçado o acordo entre as partes envolvidas que se comprometem no avanço e estabelecimento de ações rumo ao desenvolvimento sustentável em todo o planeta. A Agenda 2030 é um documento que objetiva orientar as nações do planeta rumo ao desenvolvimento sustentável, além de erradicar a pobreza extrema e reforçar a paz mundial. Para que isso aconteça, são sugeridos diversos programas e ações a serem desenvolvidos pelos países membros da Organização das Nações Unidas (ONU), no período de 2016 a 2030. O plano indica 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) (Figura 1) e 169 metas, que se constituem em objetivos e metas claras, para que todos os países adotem de acordo com suas próprias prioridades e atuem no espírito de uma parceria global que orienta as escolhas necessárias para melhorar a vida das pessoas, agora e no futuro. Os ODS aprovados foram construídos sobre as bases estabelecidas pelos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), de maneira a completar o trabalho deles e responder a novos desafios. São integrados e indivisíveis, e mesclam, de forma equilibrada, as três dimensões do desenvolvimento sustentável: a econômica, a social e a ambiental. A Agenda dos ODS é uma proposta para as pessoas, o planeta e a prosperidade, que busca fortalecer a paz universal e erradicar a pobreza em todas as suas formas e dimensões. A partir dela, www.esab.edu.br 51 surgem os 5 “P”s para o desenvolvimento sustentável (Figura 4), os cinco elementos cruciais para a sustentabilidade do planeta: 1. Pessoas: Pensar em um planeta melhor inclui garantir um planeta mais igual às pessoas, de maneira que cada uma delas possa viver e se desenvolver com dignidade. A meta é acabar com a pobreza extrema e a fome. Considera-se que a pessoa vive em pobreza extrema quando possui menos de US$ 1,90 por dia. Entre outras metas incluem-se direitos iguais aos recursos econômicos, acesso a serviços sociais básicos e estabelecer políticas em favor dos pobres e sensíveis a gênero. Até 2030 também é garantido que as pessoas terão acesso a água potável, saneamento básico e higiene adequada. 2. Planeta: Desenvolver-se sustentavelmente requer proteger o planeta da degradação e das mudanças climáticas e de firmar políticas sobre a conscientização do consumo e da gestão dos recursos naturais. As metas relacionadas ao planeta envolvem a proteção e restauração dos ecossistemas e recursos hídricos. Também será estimulada a produção e o consumo sustentáveis, resguardando os recursos naturais. Uma das metas propõe promover a implementação da gestão sustentável de todos os tipos de florestas, deter o desmatamento, restaurar florestas degradadas e aumentar substancialmente o florestamento e o reflorestamento globalmente, até 2020. Entre outras ações estão: • Combater a desertificação; • Evitar a introdução de espécies exóticas invasoras e controlar/erradicar as espécies prioritárias; • Restaurar florestas degradadas; www.esab.edu.br 52 • Evitar a extinção de espécies ameaçadas; • Financiar o manejo florestal sustentável. 3. Prosperidade: Para garantir a sustentabilidade é necessário que ocorra uma relação próspera e equilibrada entre a natureza e o desenvolvimento dos seres humanos nas esferas econômica, social e tecnológica. Nessa área da Agenda 2030, pretende-se que todos os seres humanos possam ter uma vida próspera e de plena realização pessoal. Além disso, inclui-se que o crescimento econômico ocorra de forma harmoniosa com a natureza. Um exemplo é que até 2030, todos deverão ter acesso aos serviços públicos e habitação segura, adequada e a preço acessível. Também deve ser proporcionado acesso ao trabalho público de forma segura e com qualidade. 4. Paz: Não pode haver desenvolvimento sustentável sem paz, de modo que é preciso promover
Compartilhar