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Pielonefrite and enfisematosa - TRABALHO ACADÊMICO PUBLICADO

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LIGA PARAENSE DE NEFROLOGIA 
LAPNEFRO 
 
 
ARTHUR LUCAS DE SÁ GOÉS 
LÍDIA CRISTINE MACHADO NEGRÃO 
MARCO DAVI DE SOUZA 
SALOMÃO LEAL NAVA 
VIRNA MARIA FERREIRA OLIVEIRA 
 
 
 
 
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E TERAPÊUTICA DA PIELONEFRITE 
ENFISEMATOSA: UMA REVISÃO CRÍTICA DE LITERATURA 
 
 
 
 
 
 
 
 
BELÉM-PA 
2022 
Epidemiological and therapeutic profile of emphysematous pyelonephritis: 
a critical literature review 
Perfil epidemiológico e terapêutica da pielonefrite enfisematosa: uma revisão 
crítica de literatura 
 
RESUMO 
A pielonefrite enfisematosa é uma infecção rara e potencialmente fatal, caracterizada pela 
presença de gás nos sistemas coletores, no parênquima renal ou no tecido perianal. A doença 
comumente evolui com mal prognóstico de modo a causar na maioria dos casos efeitos sistê-
micos como choque e até a morte do paciente. Em vista disso, essa pesquisa objetiva a identi-
ficação dos principais fatores preponentes dessa patologia e a introdução de novas abordagens 
terapêutica com intuito de propiciar uma intervenção satisfatória dessa doença e a identifica-
ção precoce da mesma. A pesquisa trata-se de uma revisão sistemática de literatura, descriti-
va e qualitativa. Para construção do trabalho, utilizou-se 3 bases de dado: Biblioteca Virtual 
de Saúde (BVS) , Periódicos CAPES e PUBMED, onde foi realizado o levantamento de da-
dos referentes e Pielonefrite enfisematosa. Espera-se, agregar mais infamações a cerca dos 
fatores relacionados ao desenvolvimento dessa patologia e atualizar as informações vigentes a 
cerca dos principais métodos terapêuticos utilizados para seu manejo. Confirmou-se que a 
abordagem conservadora mostra-se promissora, contudo essa deve ser utilizada desde que 
considerados os critérios e indicações previstas nas classificações de cada caso. 
Palavras-chave: Pielonefrite; Enfisematosa; Tratamento. 
 
INTRODUÇÃO 
A pielonefrite enfisematosa (PNE) é uma infecção rara, potencialmente fatal e necroti-
zante do parênquima renal e áreas circundantes. O quadro manifesta-se por febre, dor em re-
gião de flanco e piúria, além de prostração, choque ou lesão renal aguda. (ELVAS et al. 
2018). A doença é caracterizada pela presença de gás nos sistemas coletores, no parênquima 
renal ou no tecido perianal, isso se deve a fermentação da glicose por enterobactérias e anae-
robes (MARKET, L. O. et al., 2016). 
A etiologia da doença está associada principalmente á bacilos Gram-negativos como a 
E. coli e a Klebsiella e entre os fatores de risco estão o sexo feminino, diabetes e obstrução 
urinária (ELVAS et al. 2018). Outras situações citadas são a obstrução do trato urinário, abu-
so de drogas, bexiga neurogênica, idade acima de 50 anos, alterações anatômicas e o alcoo-
lismo, et al. a pielonefrite enfisematosa geralmente é unilateral, mas em 10% dos casos po-
dem ser bilaterais (LEGAZA, E. S. et al. 2016). 
A doença é grave e progride rapidamente para sepse com falência múltipla dos órgãos. 
Quanto ao diagnóstico da PNE, o padrão-ouro é a imagem da tomografia computadorizada 
(TC) (VARGAS, H. H et al. 2016). Para MARKET et al. (2016), esse se dá pela observação 
de gás na tomografia computadorizada simples ou contrastada do abdômen, segundo o autor a 
TC ajuda na classificação clínica da doença que ode apresentar 4 graus, sendo os 3 primeiros 
baseados na gravidade da condição e o quarto em casos onde há o envolvimento bilateral ou 
unilateral em pacientes que apresentam apenas um rim. 
Tradicionalmente, a abordagem dessa patologia se dá de forma invasiva, contudo, me-
diante a introdução de novos estudos ao decorrer dos anos estabeleceu-se novas modalidades 
terapêuticas. Entretanto, ainda perdura um paradoxo quanto a conduta mais eficaz. Para 
MARKET et al. (2016), o tratamento consiste no manejo do choque séptico e antibióticotera-
pia. Já LEGAZA et al. (2016) defende que a conduta é fundamentalmente cirúrgica e agressi-
va, podendo associar o uso de antibióticos com a nefréctomia ou drenagem percutânea. 
Nesse viés, o desenvolvimento desta pesquisa justifica-se pela raridade da patologia 
em questão e aos altos índices de mortalidade relacionados ao processo patológico acarretado 
pela doença em questão, nesse sentido, urge a necessidade da identificação precoce de fatores 
predisponentes e atualização quando as principais condutas terapêuticas para um manejo mais 
eficaz dessa patologia. 
 
METODOLOGIA 
Delineamento do estudo 
 
A pesquisa trata-se de uma revisão sistemática de literatura, descritiva e qualitativa, 
que seleciona e avalia relatos de experiência, estudos primários e ensaios clínicos publicados 
em bases de dados e outros tipos de fonte. 
 
Coletas de dados 
 
A seleção das literaturas realizou-se por meio da busca de artigos nas principais bases 
de dados, BVS (Biblioteca Virtual em Saúde) e PUBMED (motor de busca da base de dados 
medline), Periódicos CAPES com recorte temporal de 2016-2022. Para o levantamento foram 
selecionadas os seguintes descritores em Ciência da Saúde (DeCS) relevantes ao tema abor-
dado: “Pielonefrite”, “Enfisematosa”. 
 
Critérios de inclusão e exclusão 
 
Para construção da pesquisa foram selecionados estudos que antedessem os seguintes 
critérios de elegibilidade: pesquisas publicadas entre o período de 2016 a 2022. Foram excluí-
dos trabalhos publicados que tratem outras variâncias de pielonefrite e não a enfisematosa, 
publicações anteriores ao período estipulado e revisões de literatura. 
 
Etapas do processo de seleção dos estudos 
 
A partir da utilização dos termos do MESH e a combinação “Pielonefrite AND Enfi-
sematosa” foram encontrados 106 artigos. Desses, 94 artigos eram da BVS, 7 do PUBMED e 
5 do Periódicos CAPES. A análise minuciosa dos artigos se deu em etapas, primeiramente foi 
realizada a exclusão de artigos anteriores ao recorte temporal estabelecido (últimos 6 anos), 
resultando em 22 artigos. Posteriormente, foram excluídos os artigos incompletos e de acesso 
restrito, restando 14 artigos na BVS, 1 no Períodicos CAPES e 0 do PUBMED. Por fim, fo-
ram excluído os artigos que tinham relação com o tema proposto ou que tratassem de outro 
tipo de Pielonefrite, restando portanto, 7 artigos. 
 
Aspecto Ético da Pesquisa 
 
Por se tratar de uma pesquisa que faz uso de dados secundários este projeto dispensa 
aprovação e apreciação do Comitê de Ética em Pesquisa, conforme regimentado pela resolu-
ção nº 466/12 do Conselho Nacional de Saúde. 
 
RESULTADOS 
 
 A pesquisa se deu em 3 bases de dado: Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) , Periódicos 
CAPES e PUBMED . Após a realização das buscas, nessas bases de dados, obteve-se um total 
de 8 artigos, 7 na BVS e 1 no Periódicos CAPES. Os artigos científicos incluídos nesta revisão, 
são descritos do Quadro 1. 
 
Quadro 1: Síntese dos artigos incluídos na revisão integrativa. Belém, 2021. 
 
Ano Autor Titulo Plataforma Objetivos Resultados 
2016 
 
SÁN-
CHEZ, 
L. E. et 
al. 
Pielonefritis 
enfisematosa 
derecha con 
absceso pararre-
nal 
BVS Relatar um caso de 
pielonefrite enfisema-
tosa com abscesso 
pararenal. 
A pesquisa respalda 
que a PNE deve ser 
suspeitada em caso de 
Diabetes mal controla-
da e infecção do trato 
urinário com piora da 
função renal. A tomo-
grafia tem um papel 
decisivo nesse diag-
nóstico. 
2016 VAR-
GAS, H. 
H. et al. 
Pielonefritis 
enfisematosa en 
trasplantado 
renal. Reporte 
de un caso 
BVS Descrever um relato 
de caso de pielonefri-
te enfisematosa em 
um pacientes renal 
transplantado. 
 
Observou-se que ape-
sar do paciente não ser 
diabético, a imunossu-
pressão devido a trans-
plantes renais pode se 
tornar um fator de 
risco para PE. 
2016 MAR-
KET L. 
O. T et 
al. 
Prognostic fac-
tors of morbi-
mortality in 
patients with 
emphysematous 
pyelonephritis 
 
BVS 
Avaliar os fatores 
prognósticosde mor-
bidade e mortalidade 
em pacientes diag-
nosticados com pie-
lonefrite enfisemato-
sa. 
Dos 73 pacientes ava-
liados , 48 eram mu-
lheres. A grande maio-
ria dos casos analisa-
dos apresentavam 
relação com a Diabetes 
e infecção por Escheri-
chia coli. 
2018 ELVAS 
et al. 
Pielonefrite 
Enfisematosa 
Fulminante 
Secundária a 
Neoplasia Uro-
telial com Fístu-
la Renocólica 
BVS Relatar um caso de 
Pielonefrite Enfise-
matosa Fulminante 
Secundária a Neopla-
sia Urotelial com 
Fístula Renocólica 
O trabalho alerta para 
PNE como uma doen-
ça rara, o que pode 
justificar casos de 
sepses sem ponto de 
partida evidente e que 
implicam uma atuação 
médico-cirúrgica 
atempada e concertada. 
2020 GARRO 
& 
IBÁNEZ 
2020. 
Fissemuma 
pyelonephritis 
em rim policís-
tico 
BVS Discorrer sobre um 
caso de PNE em rim 
policístico 
Paciente veio á óbito 
após complicações 
como encefalopatia, 
choque séptico e a 
realização de nefrec-
tomia bilateral. 
 
2020 
 
FLO-
RES, G. 
et al. 
 
Abordaje Percu-
táneo de la Pie-
lonefritis Enfi-
sematosa en 
 
BVS 
 
Compreender melhor 
as opções em estudos 
de imagem para seu 
diagnóstico e as ca-
racterísticas clíni-
Observou-se que 
o tratamento com 
cateter percutâneo foi 
mais adequado para 
reduzir a morbidade e 
Riñón en Herra-
dura 
 
cas de Pielonefrite 
Enfisematosa. 
a mortalidade, preser-
var a massa e a função 
renal do paciente. 
2021 SCHUT
Z A. E. 
et al. 
Emphysematous 
pyelonephritis 
caused by C. 
glabrata 
Períodicos 
CAPES 
Descorrer sobre um 
caso de Pielonefrite 
Enfisematosa causada 
por C. glabrata 
O uso de antifúngico 
mostrou-se promissor 
no controle da C. gla-
brata e no tratamento 
da PNE. 
 
2022 
 
HER-
RERA 
A. et al. 
 
Predictive fac-
tors for morta-
lity and intensi-
ve care unit 
admission in 
patients with 
emphysematous 
pyelonephritis: 
5-year experien-
ce in a tertiary 
care hospital. 
 
 
 
BVS 
 
Determinar fatores-
preditivos para a 
internação de unida-
des de mortalidade e 
terapia intensiva em 
pacientes com pielo-
nefrites enfisemato-
sas. 
 
Foram incluídos 63 
pacientes, dos quais 55 
eram mulheres, com 
média de idade de 
55,5. As comorbidades 
mais comuns foram 
diabetes e hipertensão. 
Escherichia coli foi o 
microrganismo isolado 
mais comum. 
 
2022 
 
TOR-
RES, 
O. L. 
M. 
 
Prognostic fac-
tors of morbi-
mortality in 
patients with 
emphysematous 
pyelonephritis 
 
 
BVS 
 
Avaliar os preditores 
de morbidade e mor-
talidade em pacientes 
diagnosticados com 
EPN. 
 
Foram incluídos 73 
registros para análise, 
48 mulheres (65,8 %) e 
25 homens. Diabetes, 
urolithiase, infecção 
por E. coli e choque 
séptico ocorreram em 
68,5, 68,5, 63 e 15,1 
%, respectivamente. 
 
 
Fonte: Dados da Pesquisa, 2022. 
 
Mediante a observação dos artigos estudados e levando em consideração o período temporal 
em que a pesquisa se deu 2016-2022 é perceptível a carência de mais pesquisas sobre o tema em ques-
tão. No que tange as bases utilizadas como mecanismo de busca apenas a plataforma BVS apresentou 
um acervo mais condizente com o que era esperado para construção da pesquisa, contudo, as bases de 
dados Períodicos CAPES e PUBMED, mostraram-se pouco promissoras, sendo a primeira responsável 
pela aquisição de um artigo e a na segunda não se obteve nenhum exemplar, como descrito no quadro 
2. 
 
Quadro 2 :Análise retrospectivas dos artigos encontrados. Belém, 2021. 
 Quantitativos de artigos encontrados por ano 
2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 
 3 0 1 0 2 1 2 
Fonte: Dados da Pesquisa, 2022. 
https://www.sciencedirect.com/topics/medicine-and-dentistry/predictive-factor
https://www.sciencedirect.com/topics/medicine-and-dentistry/predictive-factor
 
 
DISCUSSÃO 
A Pielonefrite Enfisematosa, como citado anteriormente segue uma classificação indi-
cativa que ajuda na escolha da medida terapêutica. Umas das categorizações mais usadas é a 
proposta por Huang, segundo SCHUTZA et al. (2021), esse método é baseado no uso de to-
mografia abdominal e divide a pielonefrite em quatro classes: 1º o gás confinado ao sistema 
coletor, 2º gás confinando ao parênquima renal, 3ºa gás ou abcesso no espaço perirenal, 3ºb 
gás ou abscesso no espaço pararenal e 4º Pielonefrite enfisematosa bilateral ou um único rim. 
Destaca-se que, grandes parte dos casos observados nos estudos estavam entre a classe 3 e 4, 
consequentemente esses apresentaram um pior prognóstico. 
Perfil epidemiológico 
A maior parte dos estudos obtidos relataram fatores predisponentes comuns, entre es-
ses o sexo feminino foi o mais acometido pela PNE, dos artigos observados 100% relataram 
ser a mulher o gênero mais afetado, contudo 50% dos estudos relatavam a pielonefrite em 
homens e associava esse fator à piora da qualidade de vida (Quadro 2). Para LEGAZA (et al. 
2016), a prevalência de PNE em mulheres se dá devido a alta suscetibilidade que elas têm ás 
infeções do trato urinário, em vista de suas peculiaridade fisiológicas e anatômicas. 
Outro fator a se pontuar é a Diabetes mellitus (DM), 75% dos artigos observados rela-
taram associação dessa patologia com a pielonefrite enfisematosa, em segundo lugar ficaram 
as doenças relacionadas ao sistema geniturinário (obstrução urinária, lítio urinário, rim em 
ferradura e bexiga neurogênica), 62,5% e em terceiro a Hipertensão Arterial sistêmica 50% 
(Quadro 2). 
SÁNCHEZ et al. (2016) pontua, que a Diabetes mellitus eleva a suscetibilidade do in-
divíduo ás infecções, pois compromete a resposta imune, devido a ação reduzidas das quimi-
otaxias , além de causar alterações na adesão celular ao epitélio, na ação de neutrófilos e na 
produção de citocinas por macrófagos, levando também ao comprometimento do fornecimen-
to vascular. Todas as situações citadas tornam propicio a ação de patógenos e a o desenvolvi-
mento de lesões renais e consequentemente a pielonefrite enfisematosa. 
Quando analisado o microrganismo causador, 71,5% dos artigos citaram a Escherichia 
coli como principal agente. Outras causas, menos frequentes, foram a Klesiella pneumoniae, 
Proteus spp, Bacterioides fragilis e Clostrdium spp. (LEGAZA, E. S. et al. 2016) e a Sphin-
gomonas (Pseudomonas) paucimobilis , uma causa rara e geralmente associado a um quadro 
de imunossupressão. ELVAS (et al. 2018). Apenas um artigo citou um fungo (C. glabrata ) 
como microrganismo causador, nele é ressaltada a raridade do fato ocorrido (Quadro 2). 
 
Quadro 2: Perfil epidemiológico da pielonefrite enfisematosa 
Autor Agente Sexo Comorbidade 
HERRERA A. et al. Escherichia coli Sexo feminino Diabetes e hipertensão 
 
ELVAS et al. Escherichia coli e Ente-
rococcus faecalis 
 
Sexo feminino Diabetes e obstrução 
urinária 
GARRO & IBÁNEZ 
2020. 
Não mencionado Feminino Doença renal crônica e 
doença renal policitica e 
Diabetes. 
 
MARKET L. O. T et al. Escherichia coli Mulheres Diabetes, lítio urinário e 
estado de choque 
 
VARGAS, H. H. et al. Klebsiella pneumoni-
ae e Klebsiella oxytoca 
 
Masculino Insuficiência renal e de 
transplantes renais. 
SÁNCHEZ, E. S. et al. Escherichia coli Masculino Obesidade, Hipertensão 
e Diabetes mellitus 
 
FLORES, G. et al. E. coli e Acinetobacter 
baumannii multisensível 
Masculino Hipertenso, Diabético 
tipo 2, história de rim 
em ferradura e bexiga 
neurogênica. 
 
SCHUTZ A. E. et al. C. glabrata Feminino Paciente hipertensa 
Fonte: Dados da Pesquisa, 2022. 
 
Abordagem terapêutica e prognóstica da Pielonefrite enfisematosa 
Entre os artigos observados, apenas 28,5% dos casos apresentaram um bom prognósti-
co, a grande maioria dos casos (71,5%) evoluíram a óbito. Entre os marcadores relacionados a 
esses quadros foram relatadas as alterações laboratoriais e hipoperfusão de órgãos com dis-
função celular e morte (Quadro3). 
MARKET et al. (2016), relaciona em suas pesquisa o mal prognóstico de Pielonefrite 
enfisematosa a distúrbios fisiológicas como as alterações do estado de consciência, tromboci-
topenia (plaquetas menor que 60 000/mm³) , elevação dos níveis de creatina e choque. Já 
SÁNCHEZ et al. (2016), associa o acometimento bilateral dos rins com um maior risco de 
sepse, disfunção multi-órgãos a piores desfechos. 
 
Quadro 3: Terapêutica e Prognóstico da Pielonefrite enfisematosa 
 
Autor Terapêutica Prognóstico 
HERRERA A. 
et al. 
Terapia conservadora, Stent, drenagem 
aberta/percutânea e nefrectomia. 
 
Mal prognóstico 
ELVAS et al. Nefrectomia total, suporte aminérgico, 
hemodiafiltração e ventilação mecânica 
invasiva 
 
Mal prognóstico: neoplasia urotelial com 
áreas de extensa necrose, evoluiu a óbito. 
 
GARRO & 
IBÁNEZ 
Antibiótico , meropenem e nefrectomia 
bilateral 
 
Mal prognóstico: encefalopatia uremática 
e choque séptico, evoluiu a óbito. 
MARKET L. 
O. T et al. 
Antibióticos, drenagem da unidade 
renal, cateter JJ e acesso percutâneo e 
nefrotectomia. 
 
Mal prognóstico: 7 dos 75 pacientes evoluí-
ram a óbito. 
VARGAS, H. 
H. et al. 
Antibióticoterapia (piperacil-
lin/tazobactam), transplantctomia do 
enxerto renal FII. 
 
Mal prognóstico: paciente evoluiu a óbito. 
FLORES, G. et 
al. 
Cateter percutâneo 
 
 
Bom prognóstico: paciente evoluiu com 
melhora do caso. 
SCHUTZ A. E. 
et al. 
Fluoconazol Bom prognóstico: paciente apresentou me-
lhora significativa do caso. 
Fonte: Dados da Pesquisa, 2022. 
 
Quando observados os métodos de terapêuticos mais utilizados, 85,72% dos autores 
afirmaram fazer uso de métodos conservadores, tais como antibióticos, fluoconazol e cateter 
percutâneo. No que diz respeito ao uso de tratamentos invasivos, 57, 14% dos trabalhos fize-
ram uso de Nefrotectomia, remoção de parte ou da totalidade de um rim (Quadro 3). 
No que tange a conduta terapêutica da Pielonefrite enfisematosa, ainda se há discor-
dâncias quantos aos melhores métodos a serem utilizados. Para SÁNCHEZ et al. (2016), há 
na atualidade uma infinita disponibilidade de antibióticos mais potentes e medidas de suporte 
a vida que surgem como alternativa para cirurgia, o autor destaca que o tratamento farmaco-
lógico pode reduzir a morbidade e mortalidade, ao mesmo tem que preserva a massa e a fun-
ção renal. Quanto a Nefrictomia, essa deve ser combinada ao uso de antibióticos e é indicada 
em casos de falha no tratamento farmacológico. 
FLORES et al. (2020), por sua vez, destaca que em casos onde são gerenciados o uso 
de métodos conservadores a mortalidade é de 80%, mas em episódios onde se opta pelo tra-
tamento cirúrgico esse valor cai para 30%. Contudo, em episódios onde o estado hemodinâ-
mico do paciente não permite abordagens invasivas imediatas, como em anormalidades estru-
tural do rim como na pielonefrite bilateral, justifica-se a preservação da massa e função renal. 
https://www.sciencedirect.com/topics/medicine-and-dentistry/nephrectomy
O autor cita o uso de drenagem percutânea associado a antibióticos intravenosos como uma 
opção eficaz e viável. 
Uma opção de método para escolha de um tratamento mais direcionado é através da 
classificação com base na tomografia abdominal. SCHUTZ et al. (2021), destaca que paciente 
com sepse e dois ou mais fatores de risco para mal prognóstico , tais como choque, tromboci-
topenia, alteração da consciência e disfunção renal) devem ser usados procedimentos menos 
invasivos como a limpeza do trato urinário ( nefrostomia e aspiração guiada por duplo J). Em 
casos da progressão da lesão, a nefrectomia deve ser considerada. 
Em síntese, o tratamento da pielonefrite enfisematosa está diretamente relacionado a 
necessidade de um diagnóstico precoce e adoção me medidas imediatas e condizentes com as 
necessidades e individualidades de cada paciente. Os cuidados iniciais como suporte ventila-
tórios, estabilização hemodinâmica e hidroeletrolítico, controle glicêmico , bem como, o uso 
de antibióticos são indispensáveis para o desenvolvimento de um bom prognóstico. 
 
CONCLUSÃO 
 
A pielonefrite enfisematosa é uma doença rara e de evolução grave e de acometimento 
sistêmico, podendo ser causada por fatores evitáveis (Diabetes mellitus e Hipertensão arteri-
al)e não evitais (sexo). É uma patologia que requer diagnóstico precoce e preciso, com o intui-
to de interferir no acometimento global do rim, nesses casos a TC se mostra como um método 
que ajuda tanto no diagnóstico quanto na escolha de uma terapêutica mais eficaz. Nesses ca-
sos, a classificação de Huang é a conduta mais aceita entres os pesquisadores, essa conta com 
a utilização tanto de métodos mais conservadores quanto a de métodos mais invasivos como a 
nefrectomia, sobretudo em se há o risco eminente de morte e a associação de múltiplos fatores 
de risco. 
Nesse viés, a presente revisão atua no suporte e atualizações nas principais medidas 
utilizadas para a identificação dos fatores de risco e manejo da Pielonefrite enfisematosa, uma 
doença que apesar de pouco frequente, comumente evoluí com o mal prognóstico em virtude 
de seu diagnóstico tardio, rápida progressão e dificuldade na resposta ao tratamento. 
 
REFERENCIAS 
ELVAS, A. R., PEREIRA, B. J., VICENTE, L. Pielonefrite Enfisematosa Fulminante Secun-
dária a Neoplasia Urotelial com Fístula Renocólica Fulminant. Acta Med Port, fev de 2018; 
Lidia Machado Negrao
v. 31(2), p. 129-132. Disponível em: < https://doi.org/10.20344/amp.8869>. Acesso em 18 de 
jun de 2022. 
FLORES G.; ALEXANDER, N., ORTIZ N., ALVARINO J. Abordaje Percutáneo de la Pie-
lonefritis Enfisematosa en Riñón en Herradura. Alerta (San Salvador), El salvador, v.3(2): 
3-8, p. 27. 2020. Disponível em: < https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-
1050912>. Acesso em 18 de jun de 2022. 
GARRO, M. M. , IBANEZ, S. Pyelonphrite enfisematous em rim policístico. Medicina (B. 
Aires), Buenos Aires, v. 80, n. 6, p. 703, Dez. 2020 . Disponível em 
<http://www.scielo.org.ar/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0025-
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