Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
LIGA PARAENSE DE NEFROLOGIA LAPNEFRO ARTHUR LUCAS DE SÁ GOÉS LÍDIA CRISTINE MACHADO NEGRÃO MARCO DAVI DE SOUZA SALOMÃO LEAL NAVA VIRNA MARIA FERREIRA OLIVEIRA PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E TERAPÊUTICA DA PIELONEFRITE ENFISEMATOSA: UMA REVISÃO CRÍTICA DE LITERATURA BELÉM-PA 2022 Epidemiological and therapeutic profile of emphysematous pyelonephritis: a critical literature review Perfil epidemiológico e terapêutica da pielonefrite enfisematosa: uma revisão crítica de literatura RESUMO A pielonefrite enfisematosa é uma infecção rara e potencialmente fatal, caracterizada pela presença de gás nos sistemas coletores, no parênquima renal ou no tecido perianal. A doença comumente evolui com mal prognóstico de modo a causar na maioria dos casos efeitos sistê- micos como choque e até a morte do paciente. Em vista disso, essa pesquisa objetiva a identi- ficação dos principais fatores preponentes dessa patologia e a introdução de novas abordagens terapêutica com intuito de propiciar uma intervenção satisfatória dessa doença e a identifica- ção precoce da mesma. A pesquisa trata-se de uma revisão sistemática de literatura, descriti- va e qualitativa. Para construção do trabalho, utilizou-se 3 bases de dado: Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) , Periódicos CAPES e PUBMED, onde foi realizado o levantamento de da- dos referentes e Pielonefrite enfisematosa. Espera-se, agregar mais infamações a cerca dos fatores relacionados ao desenvolvimento dessa patologia e atualizar as informações vigentes a cerca dos principais métodos terapêuticos utilizados para seu manejo. Confirmou-se que a abordagem conservadora mostra-se promissora, contudo essa deve ser utilizada desde que considerados os critérios e indicações previstas nas classificações de cada caso. Palavras-chave: Pielonefrite; Enfisematosa; Tratamento. INTRODUÇÃO A pielonefrite enfisematosa (PNE) é uma infecção rara, potencialmente fatal e necroti- zante do parênquima renal e áreas circundantes. O quadro manifesta-se por febre, dor em re- gião de flanco e piúria, além de prostração, choque ou lesão renal aguda. (ELVAS et al. 2018). A doença é caracterizada pela presença de gás nos sistemas coletores, no parênquima renal ou no tecido perianal, isso se deve a fermentação da glicose por enterobactérias e anae- robes (MARKET, L. O. et al., 2016). A etiologia da doença está associada principalmente á bacilos Gram-negativos como a E. coli e a Klebsiella e entre os fatores de risco estão o sexo feminino, diabetes e obstrução urinária (ELVAS et al. 2018). Outras situações citadas são a obstrução do trato urinário, abu- so de drogas, bexiga neurogênica, idade acima de 50 anos, alterações anatômicas e o alcoo- lismo, et al. a pielonefrite enfisematosa geralmente é unilateral, mas em 10% dos casos po- dem ser bilaterais (LEGAZA, E. S. et al. 2016). A doença é grave e progride rapidamente para sepse com falência múltipla dos órgãos. Quanto ao diagnóstico da PNE, o padrão-ouro é a imagem da tomografia computadorizada (TC) (VARGAS, H. H et al. 2016). Para MARKET et al. (2016), esse se dá pela observação de gás na tomografia computadorizada simples ou contrastada do abdômen, segundo o autor a TC ajuda na classificação clínica da doença que ode apresentar 4 graus, sendo os 3 primeiros baseados na gravidade da condição e o quarto em casos onde há o envolvimento bilateral ou unilateral em pacientes que apresentam apenas um rim. Tradicionalmente, a abordagem dessa patologia se dá de forma invasiva, contudo, me- diante a introdução de novos estudos ao decorrer dos anos estabeleceu-se novas modalidades terapêuticas. Entretanto, ainda perdura um paradoxo quanto a conduta mais eficaz. Para MARKET et al. (2016), o tratamento consiste no manejo do choque séptico e antibióticotera- pia. Já LEGAZA et al. (2016) defende que a conduta é fundamentalmente cirúrgica e agressi- va, podendo associar o uso de antibióticos com a nefréctomia ou drenagem percutânea. Nesse viés, o desenvolvimento desta pesquisa justifica-se pela raridade da patologia em questão e aos altos índices de mortalidade relacionados ao processo patológico acarretado pela doença em questão, nesse sentido, urge a necessidade da identificação precoce de fatores predisponentes e atualização quando as principais condutas terapêuticas para um manejo mais eficaz dessa patologia. METODOLOGIA Delineamento do estudo A pesquisa trata-se de uma revisão sistemática de literatura, descritiva e qualitativa, que seleciona e avalia relatos de experiência, estudos primários e ensaios clínicos publicados em bases de dados e outros tipos de fonte. Coletas de dados A seleção das literaturas realizou-se por meio da busca de artigos nas principais bases de dados, BVS (Biblioteca Virtual em Saúde) e PUBMED (motor de busca da base de dados medline), Periódicos CAPES com recorte temporal de 2016-2022. Para o levantamento foram selecionadas os seguintes descritores em Ciência da Saúde (DeCS) relevantes ao tema abor- dado: “Pielonefrite”, “Enfisematosa”. Critérios de inclusão e exclusão Para construção da pesquisa foram selecionados estudos que antedessem os seguintes critérios de elegibilidade: pesquisas publicadas entre o período de 2016 a 2022. Foram excluí- dos trabalhos publicados que tratem outras variâncias de pielonefrite e não a enfisematosa, publicações anteriores ao período estipulado e revisões de literatura. Etapas do processo de seleção dos estudos A partir da utilização dos termos do MESH e a combinação “Pielonefrite AND Enfi- sematosa” foram encontrados 106 artigos. Desses, 94 artigos eram da BVS, 7 do PUBMED e 5 do Periódicos CAPES. A análise minuciosa dos artigos se deu em etapas, primeiramente foi realizada a exclusão de artigos anteriores ao recorte temporal estabelecido (últimos 6 anos), resultando em 22 artigos. Posteriormente, foram excluídos os artigos incompletos e de acesso restrito, restando 14 artigos na BVS, 1 no Períodicos CAPES e 0 do PUBMED. Por fim, fo- ram excluído os artigos que tinham relação com o tema proposto ou que tratassem de outro tipo de Pielonefrite, restando portanto, 7 artigos. Aspecto Ético da Pesquisa Por se tratar de uma pesquisa que faz uso de dados secundários este projeto dispensa aprovação e apreciação do Comitê de Ética em Pesquisa, conforme regimentado pela resolu- ção nº 466/12 do Conselho Nacional de Saúde. RESULTADOS A pesquisa se deu em 3 bases de dado: Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) , Periódicos CAPES e PUBMED . Após a realização das buscas, nessas bases de dados, obteve-se um total de 8 artigos, 7 na BVS e 1 no Periódicos CAPES. Os artigos científicos incluídos nesta revisão, são descritos do Quadro 1. Quadro 1: Síntese dos artigos incluídos na revisão integrativa. Belém, 2021. Ano Autor Titulo Plataforma Objetivos Resultados 2016 SÁN- CHEZ, L. E. et al. Pielonefritis enfisematosa derecha con absceso pararre- nal BVS Relatar um caso de pielonefrite enfisema- tosa com abscesso pararenal. A pesquisa respalda que a PNE deve ser suspeitada em caso de Diabetes mal controla- da e infecção do trato urinário com piora da função renal. A tomo- grafia tem um papel decisivo nesse diag- nóstico. 2016 VAR- GAS, H. H. et al. Pielonefritis enfisematosa en trasplantado renal. Reporte de un caso BVS Descrever um relato de caso de pielonefri- te enfisematosa em um pacientes renal transplantado. Observou-se que ape- sar do paciente não ser diabético, a imunossu- pressão devido a trans- plantes renais pode se tornar um fator de risco para PE. 2016 MAR- KET L. O. T et al. Prognostic fac- tors of morbi- mortality in patients with emphysematous pyelonephritis BVS Avaliar os fatores prognósticosde mor- bidade e mortalidade em pacientes diag- nosticados com pie- lonefrite enfisemato- sa. Dos 73 pacientes ava- liados , 48 eram mu- lheres. A grande maio- ria dos casos analisa- dos apresentavam relação com a Diabetes e infecção por Escheri- chia coli. 2018 ELVAS et al. Pielonefrite Enfisematosa Fulminante Secundária a Neoplasia Uro- telial com Fístu- la Renocólica BVS Relatar um caso de Pielonefrite Enfise- matosa Fulminante Secundária a Neopla- sia Urotelial com Fístula Renocólica O trabalho alerta para PNE como uma doen- ça rara, o que pode justificar casos de sepses sem ponto de partida evidente e que implicam uma atuação médico-cirúrgica atempada e concertada. 2020 GARRO & IBÁNEZ 2020. Fissemuma pyelonephritis em rim policís- tico BVS Discorrer sobre um caso de PNE em rim policístico Paciente veio á óbito após complicações como encefalopatia, choque séptico e a realização de nefrec- tomia bilateral. 2020 FLO- RES, G. et al. Abordaje Percu- táneo de la Pie- lonefritis Enfi- sematosa en BVS Compreender melhor as opções em estudos de imagem para seu diagnóstico e as ca- racterísticas clíni- Observou-se que o tratamento com cateter percutâneo foi mais adequado para reduzir a morbidade e Riñón en Herra- dura cas de Pielonefrite Enfisematosa. a mortalidade, preser- var a massa e a função renal do paciente. 2021 SCHUT Z A. E. et al. Emphysematous pyelonephritis caused by C. glabrata Períodicos CAPES Descorrer sobre um caso de Pielonefrite Enfisematosa causada por C. glabrata O uso de antifúngico mostrou-se promissor no controle da C. gla- brata e no tratamento da PNE. 2022 HER- RERA A. et al. Predictive fac- tors for morta- lity and intensi- ve care unit admission in patients with emphysematous pyelonephritis: 5-year experien- ce in a tertiary care hospital. BVS Determinar fatores- preditivos para a internação de unida- des de mortalidade e terapia intensiva em pacientes com pielo- nefrites enfisemato- sas. Foram incluídos 63 pacientes, dos quais 55 eram mulheres, com média de idade de 55,5. As comorbidades mais comuns foram diabetes e hipertensão. Escherichia coli foi o microrganismo isolado mais comum. 2022 TOR- RES, O. L. M. Prognostic fac- tors of morbi- mortality in patients with emphysematous pyelonephritis BVS Avaliar os preditores de morbidade e mor- talidade em pacientes diagnosticados com EPN. Foram incluídos 73 registros para análise, 48 mulheres (65,8 %) e 25 homens. Diabetes, urolithiase, infecção por E. coli e choque séptico ocorreram em 68,5, 68,5, 63 e 15,1 %, respectivamente. Fonte: Dados da Pesquisa, 2022. Mediante a observação dos artigos estudados e levando em consideração o período temporal em que a pesquisa se deu 2016-2022 é perceptível a carência de mais pesquisas sobre o tema em ques- tão. No que tange as bases utilizadas como mecanismo de busca apenas a plataforma BVS apresentou um acervo mais condizente com o que era esperado para construção da pesquisa, contudo, as bases de dados Períodicos CAPES e PUBMED, mostraram-se pouco promissoras, sendo a primeira responsável pela aquisição de um artigo e a na segunda não se obteve nenhum exemplar, como descrito no quadro 2. Quadro 2 :Análise retrospectivas dos artigos encontrados. Belém, 2021. Quantitativos de artigos encontrados por ano 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 3 0 1 0 2 1 2 Fonte: Dados da Pesquisa, 2022. https://www.sciencedirect.com/topics/medicine-and-dentistry/predictive-factor https://www.sciencedirect.com/topics/medicine-and-dentistry/predictive-factor DISCUSSÃO A Pielonefrite Enfisematosa, como citado anteriormente segue uma classificação indi- cativa que ajuda na escolha da medida terapêutica. Umas das categorizações mais usadas é a proposta por Huang, segundo SCHUTZA et al. (2021), esse método é baseado no uso de to- mografia abdominal e divide a pielonefrite em quatro classes: 1º o gás confinado ao sistema coletor, 2º gás confinando ao parênquima renal, 3ºa gás ou abcesso no espaço perirenal, 3ºb gás ou abscesso no espaço pararenal e 4º Pielonefrite enfisematosa bilateral ou um único rim. Destaca-se que, grandes parte dos casos observados nos estudos estavam entre a classe 3 e 4, consequentemente esses apresentaram um pior prognóstico. Perfil epidemiológico A maior parte dos estudos obtidos relataram fatores predisponentes comuns, entre es- ses o sexo feminino foi o mais acometido pela PNE, dos artigos observados 100% relataram ser a mulher o gênero mais afetado, contudo 50% dos estudos relatavam a pielonefrite em homens e associava esse fator à piora da qualidade de vida (Quadro 2). Para LEGAZA (et al. 2016), a prevalência de PNE em mulheres se dá devido a alta suscetibilidade que elas têm ás infeções do trato urinário, em vista de suas peculiaridade fisiológicas e anatômicas. Outro fator a se pontuar é a Diabetes mellitus (DM), 75% dos artigos observados rela- taram associação dessa patologia com a pielonefrite enfisematosa, em segundo lugar ficaram as doenças relacionadas ao sistema geniturinário (obstrução urinária, lítio urinário, rim em ferradura e bexiga neurogênica), 62,5% e em terceiro a Hipertensão Arterial sistêmica 50% (Quadro 2). SÁNCHEZ et al. (2016) pontua, que a Diabetes mellitus eleva a suscetibilidade do in- divíduo ás infecções, pois compromete a resposta imune, devido a ação reduzidas das quimi- otaxias , além de causar alterações na adesão celular ao epitélio, na ação de neutrófilos e na produção de citocinas por macrófagos, levando também ao comprometimento do fornecimen- to vascular. Todas as situações citadas tornam propicio a ação de patógenos e a o desenvolvi- mento de lesões renais e consequentemente a pielonefrite enfisematosa. Quando analisado o microrganismo causador, 71,5% dos artigos citaram a Escherichia coli como principal agente. Outras causas, menos frequentes, foram a Klesiella pneumoniae, Proteus spp, Bacterioides fragilis e Clostrdium spp. (LEGAZA, E. S. et al. 2016) e a Sphin- gomonas (Pseudomonas) paucimobilis , uma causa rara e geralmente associado a um quadro de imunossupressão. ELVAS (et al. 2018). Apenas um artigo citou um fungo (C. glabrata ) como microrganismo causador, nele é ressaltada a raridade do fato ocorrido (Quadro 2). Quadro 2: Perfil epidemiológico da pielonefrite enfisematosa Autor Agente Sexo Comorbidade HERRERA A. et al. Escherichia coli Sexo feminino Diabetes e hipertensão ELVAS et al. Escherichia coli e Ente- rococcus faecalis Sexo feminino Diabetes e obstrução urinária GARRO & IBÁNEZ 2020. Não mencionado Feminino Doença renal crônica e doença renal policitica e Diabetes. MARKET L. O. T et al. Escherichia coli Mulheres Diabetes, lítio urinário e estado de choque VARGAS, H. H. et al. Klebsiella pneumoni- ae e Klebsiella oxytoca Masculino Insuficiência renal e de transplantes renais. SÁNCHEZ, E. S. et al. Escherichia coli Masculino Obesidade, Hipertensão e Diabetes mellitus FLORES, G. et al. E. coli e Acinetobacter baumannii multisensível Masculino Hipertenso, Diabético tipo 2, história de rim em ferradura e bexiga neurogênica. SCHUTZ A. E. et al. C. glabrata Feminino Paciente hipertensa Fonte: Dados da Pesquisa, 2022. Abordagem terapêutica e prognóstica da Pielonefrite enfisematosa Entre os artigos observados, apenas 28,5% dos casos apresentaram um bom prognósti- co, a grande maioria dos casos (71,5%) evoluíram a óbito. Entre os marcadores relacionados a esses quadros foram relatadas as alterações laboratoriais e hipoperfusão de órgãos com dis- função celular e morte (Quadro3). MARKET et al. (2016), relaciona em suas pesquisa o mal prognóstico de Pielonefrite enfisematosa a distúrbios fisiológicas como as alterações do estado de consciência, tromboci- topenia (plaquetas menor que 60 000/mm³) , elevação dos níveis de creatina e choque. Já SÁNCHEZ et al. (2016), associa o acometimento bilateral dos rins com um maior risco de sepse, disfunção multi-órgãos a piores desfechos. Quadro 3: Terapêutica e Prognóstico da Pielonefrite enfisematosa Autor Terapêutica Prognóstico HERRERA A. et al. Terapia conservadora, Stent, drenagem aberta/percutânea e nefrectomia. Mal prognóstico ELVAS et al. Nefrectomia total, suporte aminérgico, hemodiafiltração e ventilação mecânica invasiva Mal prognóstico: neoplasia urotelial com áreas de extensa necrose, evoluiu a óbito. GARRO & IBÁNEZ Antibiótico , meropenem e nefrectomia bilateral Mal prognóstico: encefalopatia uremática e choque séptico, evoluiu a óbito. MARKET L. O. T et al. Antibióticos, drenagem da unidade renal, cateter JJ e acesso percutâneo e nefrotectomia. Mal prognóstico: 7 dos 75 pacientes evoluí- ram a óbito. VARGAS, H. H. et al. Antibióticoterapia (piperacil- lin/tazobactam), transplantctomia do enxerto renal FII. Mal prognóstico: paciente evoluiu a óbito. FLORES, G. et al. Cateter percutâneo Bom prognóstico: paciente evoluiu com melhora do caso. SCHUTZ A. E. et al. Fluoconazol Bom prognóstico: paciente apresentou me- lhora significativa do caso. Fonte: Dados da Pesquisa, 2022. Quando observados os métodos de terapêuticos mais utilizados, 85,72% dos autores afirmaram fazer uso de métodos conservadores, tais como antibióticos, fluoconazol e cateter percutâneo. No que diz respeito ao uso de tratamentos invasivos, 57, 14% dos trabalhos fize- ram uso de Nefrotectomia, remoção de parte ou da totalidade de um rim (Quadro 3). No que tange a conduta terapêutica da Pielonefrite enfisematosa, ainda se há discor- dâncias quantos aos melhores métodos a serem utilizados. Para SÁNCHEZ et al. (2016), há na atualidade uma infinita disponibilidade de antibióticos mais potentes e medidas de suporte a vida que surgem como alternativa para cirurgia, o autor destaca que o tratamento farmaco- lógico pode reduzir a morbidade e mortalidade, ao mesmo tem que preserva a massa e a fun- ção renal. Quanto a Nefrictomia, essa deve ser combinada ao uso de antibióticos e é indicada em casos de falha no tratamento farmacológico. FLORES et al. (2020), por sua vez, destaca que em casos onde são gerenciados o uso de métodos conservadores a mortalidade é de 80%, mas em episódios onde se opta pelo tra- tamento cirúrgico esse valor cai para 30%. Contudo, em episódios onde o estado hemodinâ- mico do paciente não permite abordagens invasivas imediatas, como em anormalidades estru- tural do rim como na pielonefrite bilateral, justifica-se a preservação da massa e função renal. https://www.sciencedirect.com/topics/medicine-and-dentistry/nephrectomy O autor cita o uso de drenagem percutânea associado a antibióticos intravenosos como uma opção eficaz e viável. Uma opção de método para escolha de um tratamento mais direcionado é através da classificação com base na tomografia abdominal. SCHUTZ et al. (2021), destaca que paciente com sepse e dois ou mais fatores de risco para mal prognóstico , tais como choque, tromboci- topenia, alteração da consciência e disfunção renal) devem ser usados procedimentos menos invasivos como a limpeza do trato urinário ( nefrostomia e aspiração guiada por duplo J). Em casos da progressão da lesão, a nefrectomia deve ser considerada. Em síntese, o tratamento da pielonefrite enfisematosa está diretamente relacionado a necessidade de um diagnóstico precoce e adoção me medidas imediatas e condizentes com as necessidades e individualidades de cada paciente. Os cuidados iniciais como suporte ventila- tórios, estabilização hemodinâmica e hidroeletrolítico, controle glicêmico , bem como, o uso de antibióticos são indispensáveis para o desenvolvimento de um bom prognóstico. CONCLUSÃO A pielonefrite enfisematosa é uma doença rara e de evolução grave e de acometimento sistêmico, podendo ser causada por fatores evitáveis (Diabetes mellitus e Hipertensão arteri- al)e não evitais (sexo). É uma patologia que requer diagnóstico precoce e preciso, com o intui- to de interferir no acometimento global do rim, nesses casos a TC se mostra como um método que ajuda tanto no diagnóstico quanto na escolha de uma terapêutica mais eficaz. Nesses ca- sos, a classificação de Huang é a conduta mais aceita entres os pesquisadores, essa conta com a utilização tanto de métodos mais conservadores quanto a de métodos mais invasivos como a nefrectomia, sobretudo em se há o risco eminente de morte e a associação de múltiplos fatores de risco. Nesse viés, a presente revisão atua no suporte e atualizações nas principais medidas utilizadas para a identificação dos fatores de risco e manejo da Pielonefrite enfisematosa, uma doença que apesar de pouco frequente, comumente evoluí com o mal prognóstico em virtude de seu diagnóstico tardio, rápida progressão e dificuldade na resposta ao tratamento. REFERENCIAS ELVAS, A. R., PEREIRA, B. J., VICENTE, L. Pielonefrite Enfisematosa Fulminante Secun- dária a Neoplasia Urotelial com Fístula Renocólica Fulminant. Acta Med Port, fev de 2018; Lidia Machado Negrao v. 31(2), p. 129-132. Disponível em: < https://doi.org/10.20344/amp.8869>. Acesso em 18 de jun de 2022. FLORES G.; ALEXANDER, N., ORTIZ N., ALVARINO J. Abordaje Percutáneo de la Pie- lonefritis Enfisematosa en Riñón en Herradura. Alerta (San Salvador), El salvador, v.3(2): 3-8, p. 27. 2020. Disponível em: < https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio- 1050912>. Acesso em 18 de jun de 2022. GARRO, M. M. , IBANEZ, S. Pyelonphrite enfisematous em rim policístico. Medicina (B. Aires), Buenos Aires, v. 80, n. 6, p. 703, Dez. 2020 . Disponível em <http://www.scielo.org.ar/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0025- 76802020000900703&lng=es&nrm=iso>. Acessado em 19 jun. 2022. HERNÁNDEZ, V. H., SIERRA, M. C., GIL, F. C., BELLO, A. O., BEIRED, I. V., PIMEN- TEL,G. I. G., GIL, A. P., ARTAMENDI, M. L., DALL, A. C., HUARTE, E. L. Pielonefritis enfisematosa en trasplantado renal. Reporte de un caso. Nefrología (Madr.) , Espanha, v. 36(2), p. 184-186, mar. 2016. Disponível em: <https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/ibc-150915 >. Acesso em 18 de jun de 2022. HERRERA, A. ,ROBLES, T. J., OCANÂ, M. M. A., ROMERO, M. R., GONZÁLEZ, A., GÓMES, G. L. S. Predictive factors for mortality and intensive care unit admission in pati- ents with emphysematous pyelonephritis: 5-year experience in a tertiary care hospital. Actas Urol Esp (Engl Ed) ; v. 46(2): 98-105, mar 2022. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S2173578621001281?via%3Dihub. Acesso em 19 jun 2022. SÁNCHEZ, L. E., L., VALLEIOS, J. M., GEMA, P. O., CASA, G. F. Pielonefritis enfisema- tosa derecha con absceso pararrenal . Salud(i)ciencia (Impresa), Espanha, v. 21(8), p. 855- 857, abr. 2016. Disponível em: <https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio- 1117058>. Acesso em 18 de jun de 2022. SCHUTZ, E. A., ZABOTT, A. P., BOARETTO, R. B. B., G. T. , MORAIS, C. F., MORONI, J., G,. OLIVEIRA, C. S. Emphysematous Pyelonephritis Caused by C. Glabrata. Jornal Brasileiro De Nefrologia , Brasil, abr de 2021. Dísponível em: < SciELO - Brasil - Fisofada pieofensa causada por <i>C. glabrata</i> Teentofrite Emfática causada por <i>C. glabra- ta</i>>. Acesso em 18 de jun. de 2022. TORRES, O. L. M., GARCIA, M. A. P., SERRANO, E. B., MALDONADO E. A., LÓPEZ, A. V. S., MONTOYA, G. M., MORENO, J. P. Prognostic factors of morbimortality in pati- ents with emphysematous pyelonephritis. Rev Med Inst Mex Seguro Soc, v. 54(2), p. S156- 61, 2016. Acesso em 18 de jun de 2022. https://doi.org/10.20344/amp.8869 https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-1050912 https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-1050912 http://portal.revistas.bvs.br/transf.php?xsl=xsl/titles.xsl&xml=http://catserver.bireme.br/cgi-bin/wxis1660.exe/?IsisScript=../cgi-bin/catrevistas/catrevistas.xis|database_name=TITLES|list_type=title|cat_name=ALL|from=1|count=50&lang=pt&comefrom=home&home=false&task=show_magazines&request_made_adv_search=false&lang=pt&show_adv_search=false&help_file=/help_pt.htm&connector=ET&search_exp=Actas%20Urol%20Esp%20(Engl%20Ed) http://portal.revistas.bvs.br/transf.php?xsl=xsl/titles.xsl&xml=http://catserver.bireme.br/cgi-bin/wxis1660.exe/?IsisScript=../cgi-bin/catrevistas/catrevistas.xis|database_name=TITLES|list_type=title|cat_name=ALL|from=1|count=50&lang=pt&comefrom=home&home=false&task=show_magazines&request_made_adv_search=false&lang=pt&show_adv_search=false&help_file=/help_pt.htm&connector=ET&search_exp=Actas%20Urol%20Esp%20(Engl%20Ed) https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S2173578621001281?via%3Dihub https://www.scielo.br/j/jbn/a/9z89pPk67xwHy9HhvVN95TR/?lang=en https://www.scielo.br/j/jbn/a/9z89pPk67xwHy9HhvVN95TR/?lang=en https://www.scielo.br/j/jbn/a/9z89pPk67xwHy9HhvVN95TR/?lang=en
Compartilhar